Upload
vulien
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Letícia Zewe Gemin
NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada aoCurso de Educação física da Faculdade deCiências Biológicas da Universidade Tuiuti doParaná. como requisito parcial para a obtenção dotítulo de Lincenciatura Plena em Educação Física.Aprofundamento em Portadores de NecessidadesEspeciais.Orientadora: Professora Alessandra AzevedoCortés.
Curitiba2006
TERMO DE APROVAÇÃO
Letícia Zewe Gemin
NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgada e aprovada para a obtenção do título deLicenciatura em Educação Fisica no curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 12 de junho de 2006.
Orientadora Professora Alessandra Azevedo CortésProfessora do Curso de Educação Física
RESUMO
NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
Autora: Letícia Zewe Gemin
Orientadora: Alessandra Azevedo Cortes
Curso: Educação Física
Universidade Tuiuti do Paraná
Objetivou-se investigar o treinamento utilizado pelos atletas competidores de águasabertas, tendo o propósito de contribuir para maior desempenho de sua resistênciaaerôbica, buscando analisar o estudo sobre as fontes energéticas do metabolismo,em especial às utilizadas em atividades de longa duração, como a natação emáguas abertas. Constitui-se do instrumento questionário, a população pesquisada foicomposta de quarenta atletas com a faixa etária entre os trinta e cinco anos aquarenta e cinco anos dos sexos feminino e masculino, estes praticantes de nataçãoem academias na cidade de Curitiba. Partindo do critério significância das respostascoletadas, cujos dados foram analisados através da tabulação dos gráficos, verificouque os atletas objetivam o desenvolvimento da resistência aeróbica nostreinamentos, buscando o aprimoramento do metabolismo para esta modalidade emquestão.Palavras Chaves: Natação, Treinamento de Resistência, Metabolismo Aeróbico,Águas Abertas.
Letícia Zewe GeminRua Mario Marchesini, n'23- cj. Saturno CEP: 82.300-060Curitiba-PR. Fone: 3272-3003Letí[email protected]
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..
1.1 JUSTIFICATIVA.
1.2 PROBLEMA ..
1.3 OBJETIVOS ..
1.3.1 Objetivo Geral. ...
1.3.2 Objetivos Especificos .....
2 REVISÃO DE LITERATURA.
2.1 METABOLISMO ENERGÉTICO ..
2.2 SISTEMA AERÓBICO ....
2.3 TREINAMENTO ...
2.3.1 Treinamento de Resistência..
2.3.2 Tipos de Resistência ..
24 PROGRAMAS DE TREINAMENTO ...
2.4.1 Principio da Sobrecarga ..
2.4.2 Principio da Especificidade ..
2.5 NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS ...
3 METODOLOGIA.
3.1 TIPO DE PESQUISA ...
3.2 POPULAçÃO E AMOSTRA ...
3.2.1 População ..
.08
.08
..09
..09
. 09
. 09
. 10
...10
...15
. 19
. 20
. 21
..26
... .26
. .27
. 28
. ..36
..36
. 37
. 37
3.2.2 Amostra.. ...37
3.3 INSTRUMENTOS.. . 37
34 VALIDAÇÃO.. . 38
3.5 TRATAMENTO DE DADOS.. . 38
3.6 LIMITAÇÕES.. . 38
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.. . 39
5 CONCLUSÃO.. ... ..49
6 BIBLIOGRAFIA .. ....50
APÊNDICES .. ...51
APÊNDICE 1 - Validação do queslionário 52
APÊNDICE 2 - Questionário de pesquisa ... . 53
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - RELAÇÃO ENTRE AS PESSOAS ENTREVISTADAS ... . 39
Gráfico 2 - TEMPO DE PRÁTICA DE NATAÇÃO .40
Gráfico 3 - TEMPO DE PRÁTICA DE NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS 41
Gráfico 4 - MOTIVO DA PRÁTICA DE NTAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS.... ..42
Gráfico 5 - LOCAL DOS TREINAMENTOS .. . ..43
Gráfico 6 - DISTÃNCIA REALIZADA NESTAS COMPETiÇÕES.... . ...44
Gráfico 7 - FREQUÊNCIA DO TREINAMENTO SEMANAL.. ...45
Gráfico 8 - DISTÃNCIA NADADA EM UM TREINAMENTO DIÁRIO ..46
Gráfico 9 - TREINAMENTO REALIZADO .47
Gráfico 10 - OUTRO TREINAMENTO REALIZADO .. ..... ..48
INTRODUÇÃO
NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
1.1 Justificativa
Natação em águas abertas é a modalidade de natação praticada em local
onde não exista qualquer dispositivo facilitador, como raias, blocos de saída, aos
quais os nadadores de piscina estão tão acostumados. A história da natação se
confunde com as águas abertas, desde os primórdios (da história) a natação só foi
praticada em locais de águas abertas: rios, lagoas, enseadas, baias e mesmo em
mar aberto, o advento da piscina é recente. Este tipo de competição não
corresponde a uma forma fechada, mas a uma situação aberta, onde elementos
incontrolâveis, como o acaso num ambiente deveras incerto, com informações não
muito precisas, necessitando tomadas rápidas de decisão.
Esta riqueza de estímulos facilita um desenvolvimento maior dos mecanismos
perceptivos, de decisão e execução, explorando novas energias, novas sensações,
devendo estar preparado para lidar com surpresas e ser auto-suficiente.
Nesta modalidade esportiva os atletas treinam em academias de natação,
para adquirir o desenvolvimento de resistência aeróbica necessârio nas longas
distâncias a serem percorridas.
1.2 PROBLEMA
Qual o tipo de treinamento utilizado pelos nadadores de natação em águas
abertas?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
- Identificar o treinamento realizado pelos atletas participantes de competições
de natação em águas abertas.
1.3.2 Objetivos Especificos
- Verificar o perfil dos atletas participantes de natação em águas abertas.
- Verificar o motivo da prática em competições em águas abertas.
- Verificar a distância realizada por estes atletas nesse tipo de competição.
- Verificar o treinamento específico dos atletas em águas abertas.
10
2 REVISÃO DE LITERATURA
A apresentação desta pesquisa contou com uma fonte de referencias onde se
encontram livros, endereços eletrônicos e autores estrangeiros renomados na área
fisiologia humana e específica da natação em águas abertas.
2.1 METABOLISMO ENERGÉTICO
As Ativações Energéticas dependem das diferentes atividades à serem
realizadas de acordo com sua duração e sua intensidade, os três sistemas de
transferência de energia são: o sistema ATP-CP, o sistema glicolítico ou do ácido
láctico e o sistema aeróbico, sendo que estes operam em momentos diferentes no
exerdcio.
As atividades rápidas de potência com durações pequenas, contam quase
que exclusivamente com a energia gerada pelo fracionamento dos fosfatos de alta
energia armazenados nos músculos, ATP-CP.
À medida que a intensidade do exercício diminui um pouco e a duração se
prolonga, a ativação energética provém das reservas de fosfato, e a ativação
glicolítica anaeróbica diminui, enquanto a produção aeróbica de ATP passa a ser
cada vez mais importante. (MCARDLE, 1998)
O ATP ê a fonte imediata de energia para o músculo, ° único problema é que
se encontra muito reduzida na musculatura. Mas o organismo dispõe de diversos
11
caminhos para a ressíntese de ATP, para que este possa dar continuidade do
trabalho muscular, o ATP é rapidamente suprido a partir dos reservatórios celulares
de fostato de creatina. Esta ressíntese imediata de ATP tem como substratos de alta
energia (ATP, CP).
Esta ressíntese de ATP pode ser obtida por dois processos: atraves da
obtenção anaeróbica realizada na ausência de oxigênio ou também esta energia
pode ser obtida atraves do sistema aeróbico com a presença de oxigênio.
Segundo Shephard (1996) os mecanismos de contração muscular são
alimentados exclusivamente pela fonte de ATP (trifosfato de adenosina), sendo sua
disponibilidade na musculatura esquelética relativamente pequena
(aproximadamente 5,5 mmol.kg) e é ressintetisada a partir dos produtos de sua
degradação ADP, esta energia obtida para ressintese do ATP é fornecida tanto por
processos aeróbicos como também anaeróbicos. A resistência aeróbica se
consegue mediante a oxidação da glicose derivada das reservas do glicogênio
muscular e do fígado, da gordura obtida a partir dos ácidos graxos livres circulantes
e de reservas de triglicerídeos intramusculares e em menor proporção as fontes de
proteínas.
A ressíntese anaerôbica de ATP é produzida quando a necessidade de ATP
não é suficiente para uma atividade especifica, é realizada através da degradação
da fosfocreatina para creatina e a glicose para lactato.
Dos três substratos de energias disponíveis, a gordura é a mais abundante no
seres humanos, sua composição é exclusivamente triglicerideos que estão
armazenados nos tecidos adiposos. Os restantes das reservas de gordura do corpo
12
estão em forma de triglicerídeos intramuscular e estão circulantes no organismo,
nestes casos não sendo fontes com grande importância em relação às gorduras
contidas nos tecidos adiposos.
Os músculos esqueléticos contêm a principal reserva de hidratos de carbono
no seres humanos cerca de (350g), em forma de glicogênio. Sendo que em um dia
normal esta reserva de glicogênio na musculatura não sofre nenhuma mudança. No
figado este reserva é de aproximadamente (150g à praticamente zero), podendo ser
liberada em forma de glicose para a sua utilização nos tecidos,
Já no caso das proteínas elas não contêm nenhuma reserva específica para
ser usada como substrato de energia. Sendo utilizada na diela como fonte de
energia, realizando oxidação e transformando em aminoácidos, proporcionando
mais ou menos 2% das necessidades totais de energia durante o exercício,
aumentando no maximo até 10% durante a realização de um exercício prolongado,
neste caso somente quando as reservas de hidratos de carbono se esgotar.
Também se encontram fontes de aminoacidos livres nos músculos e no
plasma liberados durante o catabolismo das proteínas.
A disponibilidade e a utilização destes substratos de energia durante a
realização da atividade dependem de diversos fatores:
A intensidade do exercício de mais ou menos 50% do V02max e abaixo
disso, inicia-se a oxidação de gorduras sendo a principal fonte de produção de
energia nos seres humanos. Com a realização de exercícios prolongados e
intensidades moderadas o sistema hormonal ativa e ajuda no processo de Iipólis8.
13
Com um aumento da disponibilidade de ácidos graxos livres à um aumento paralelo
da capitação oxidativa dos músculos.
Com intensidade de esforços superiores a 60% do V02máx se dá uma
relação quase linear entre a intensidade e o ritmo da utilização do glucógeno
muscular. Quando a intensidade do esforço se aproximar à 100% do V02max, a
degradação do glucógeno muscular e também à degradação da fosfocretina que
serão convertidos com principais responsáveis pela produção de energia.
Agora se sabe que a menor disponibilidade de glucógeno muscular deteriora
diretamente a ressintese de ATP muscular durante a realização de exercícios
prolongados de intensidades moderadas. Para poder continuar O exercício sem
decair muito a concentração de glucõgeno, tem que baixar a intensidade do
exercício reduzindo assim a demanda de energia e capacitando aos ácidos graxos
livres uma maior proporção das necessidades de energia. (SHEPHARD, 1996)
Um dos sintomas de desorganização do sistema de produção e gasto de
energia é o aparecimento da fadiga.
Shephard (1996) define como a incapacidade para manter a produção de
força; fazendo com que o atleta tenda a diminuir o ritmo.
As principais causas da fadiga na atividade física:
- Esgotamento das fontes energéticas de fosfocreatina nos músculos;
- Acúmulo de ácido lático na musculatura;
- Esgotamento do glicogênio nos músculos;
- Esgotamento de glioose no sangue;
14
- Aumento da relação das concentrações de trifosfato e de aminoácidos nas
cadeias ramifjcadas e na corrente sangüínea.
Estas causas de fadiga dependem da fonte energética a ser usada e da
atividade física executada. (SHEPHARD, 1996)
Valdivielso (1998) diz que antes da presença da fadiga nota-se uma
diminuição no rendimento. Por exemplo, o ritmo de um corredor pode ser mais lento
e as forças das contrações musculares tendem a diminuir. As causas da fadiga pode
ser uma insuficiência das transmissões de impulsos apropriados para as fibras
musculares ativas, também ocorrendo falha no mecanismo de reposição de
moléculas de fosfato como fonte de energia para contração muscular. A partir da
fadiga física o organismo leva o atleta a uma fadiga mental, uma fadiga sensorial e
até mesmo levando a uma fadiga emocional prejudicando seu rendimento desportivo
as possíveis causas da fadiga podem ser:
- diminuição das reservas energéticas (fosfocreatina, glucogênio);
- o acúmulo de substâncias intermediarias do metabolismo (lactato, urea);
- inibição da atividade enzimática por acidez das concentrações enzimáticas;
- Diminuição dos hormônios pelo esforço forte e contínuo;
- Processos inibitórios em nível do sistema nervoso central causado pela
sobrecarga do exercício.
Valdivielso (1998) complementa que esta capacidade de
condicionamento físico se considera um requisito indispensavel, utilizando um
trabalho efetivo permitirá certa intensidade de carga durante um maior tempo,
15
reduzindo ao mínimo a diminuição da intensidade e garantindo uma recuperação
râpida entre as fases do exercício físico.
Segundo Maglischo (1999) com a utilização do percentual de V02max, que
se refere à capacidade do desempenho do atleta de manter uma determinada
porcentagem do V02max sem que ele fique fadigado. Determina uma maior
velocidade que o atleta pode manter-se em atividade sem o acúmulo excessivo de
ácido lático sem prejudicar seu desempenho e também sua contração muscular.
22 SISTEMA AERÓBICO
Compreende a capacidade do atleta em resistir à fadiga, tendo um maior
controle da respiração na musculatura. Com esse treinamento aumenta-se
proporcionalmente o número de mitocôndrias nas fibras musculares, tendo a
capacidade de gerar fontes energéticas para o músculo em forma de ATP sem ter o
acúmulo excessivo de lactato. (MCARDLE, 1998)
Um outro grande beneficio é dos músculos treinados mobilizarem,
transportarem e oxidarem as gorduras através de exercido submaximos. Essa
queima mais vigorosa resulta do maior fluxo sanguíneo dentro do músculo treinado e
de uma maior quantidade das enzimas que mobilizam e metabolizam as gorduras.
Este resultado da queima de gordura é muito benéfico para os atletas de resistência,
pois lhes permite conservar os depósitos de carboidratos durante o exerci cio
prolongado.
16
As gorduras representam o maior reservatório energético do organismo, a
expressão da queima de gorduras depende, entretanto, do tipo de trabalho, da
duração, da intensidade, do número de músculos envolvidos e do tipo de fibras do
atleta. (MCARDLE, 1998)
Nos casos de um treinamento de resistência de longa duração as fontes de
carboidratos não são suficientes, assim as gorduras assumem um grande papel de
fonte energética prolongada.
O treinamento aeróbico proporcionando adaptações metabólicas em cada tipo
de fibra muscular exposta ao treinamento.
O tipo específico de fibras musculares em atletas de resistência são aquelas
de contrações lentas que possuem um tamanho maior que as de contrações
rápidas
As fibras musculares são diferenciadas através do seu tipo de contração, do
"tipo de contração lenta" - também chamada de slow twitch, ou seja, fibras ST, ou
fibras tônicas, são as fibras mais finas com uma coloração avermelhada estas são
ativadas em atividades de pequena intensidade com longa duração. E também tem
as fibras do tipo "tipo de contração rápida", também chamada fast twitch, ou seja,
fibras FT, que são as fibras espessas com uma coloração branca, são ativadas em
atividades que requerem muita força da musculatura rapidamente. (WEINECK,
1999)
As fibras de contração lenta também são ricas em glicogênio, porém
principalmente pela riqueza em enzimas do metabolismo aerãbico, favorecendo um
aumento das células mitocôndriais no interior da musculatura. Por isso, utilizam-se
17
mais atividades das enzimas do ciclo cítrico e da decomposição dos ácidos graxos
livres e menos das enzimas glicoliticas na sua metabolização. (WEINECK. 1999)
As adaptações cardiovasculares e respiratórias decorrentes do trabalho
aeróbico estão intimamente ligados ao treinamento de resistência, que através do
mesmo produz modificações nos sistemas que são de natureza tanto funcional
quanto dimensional.
Através do treinamento de resistência o volume cardíaco do atleta é
aumentado em relação ao seu peso e o volume do coração, sendo observados
maiores volumes diastólicos terminais tanto em repouso quanto durante a realização
do exercício, aumenta a reserva circulatória do corpo, realizando uma maior
oxigenação na musculatura em treinamento. Havendo um aumento de tamanho
cardíaco (hipertrofia muscular) constituída como uma adaptação normal ao
treinamento. Esse efeito se caracteriza por aumento da cavidade ventricular
esquerda e um espessamento moderado de suas paredes. (MCARDLE, 1998)
Com o decorrer do treinamento sob uma dada sobrecarga imposta ao atleta,
dá-se a formação do "coração de atleta", isto ê, ocorre um aumento da cavidade
cardíaca (dilatação), aumento da espessura das paredes cardiacas (hipertrofia).
Paralelamente à hipertrofia, há síntese de organelas celulares, para evitar que o
coração trabalhe sobrecarregado. Entretanto, o coração não deve ultrapassar o peso
crítico de 500g, a partir do qual há comprometimento da irrigação cardíaca.
(WEINECK,1999)
Por fim, o treinamento de resistência também leva a uma melhor distribuição
de sangue intramuscular, com um abastecimento com menor gasto de energia e de
18
tempo, assim sendo mais econômico e realizando um trabalho mais efetivo do
músculo e com grande uniformidade, a circulação dos capilares corresponde à sua
capacidade de difusão, isto é, a força do fluxo nos capilares mais curtos é menor
que nos mais compridos. Isto proporciona ao músculo treinado uma taxa de
circulação menor no repouso e maior na sobrecarga do que o músculo não treinado.
Resumidamente, pode-se afirmar que o treinamento aeróbico proporciona
melhoras morfológicas e funcionais do sistema vascular, que, juntamente com a
ação da circulação cardiaca, leva a um aumento da capacidade de resistência no
organismo e uma maior nutrição da musculatura. (WEINECK, 1999).
Através deste aumento do volume plasmático, aumenta o volume de oxigênio
e também serve como um regulador da temperatura corporal no exercicio.
Volume de ejeção aumenta o volume ventricular interno, aprimora no
desempenho sistólico do ventriculo esquerdo.
Freqüência Cardiaca diminui em individuas treinados tanto em atividade
quanto em repouso.
Débito Cardiaco o seu aumento esta diretamente ligada ao maior volume de
ejeção.
As pressões arteriais sistólicas e diastólicas tendem a diminuir. O ponto
principal do desenvolvimento metabólico ê o aumento do volume respiratório,
aumento do vo2 máx, em uma atividade mâxima o atleta ventila menos, tendo em
vista esta adaptação para manter mais oxigênio disponível para o músculo.
19
Outras adaptações decorrentes do treinamento aeróbico são as reduções da
massa de gordura corporal, e um aumento para massa corpórea magra também
proporcionando benefícios psicológicos.
Com o treinamento aeróbico sendo interrompido todos esses efeitos
benéficos irão voltando ao unormal" como eram antes, a perda do condicionamento
pela falta de treino é muito rápida.
Através do treinamento aeróbico o metabolismo é induzido à grandes
modificações e adaptações em componentes estruturais do metabolismo celular
Aumentando o número de enzimas que favorecem na contração da musculatura,
juntamente com a duplicação dos processos de capilarização muscular, levando a
um grande favorecimento do Iransporte sangüineo pelo corpo. (SHEPHARD, 1996).
Adaptações enzimáticas têm como principal função a de fosforilização da
glicose pelos musculos. Há grande capacidade dos musculos esqueléticos para se
adaptar, utilizando a glicose do sangue como substrato de energia. (SHEPHARD,
1996)
2.3 TREINAMENTO
Treinamento é um método de exercícios específicos adotados para atingir
uma melhora de performance em um determinado esporte, tendo como objetivo
principal melhorar as adaptações biológicas para um aprimoramento nas tarefas a
serem executadas com uma melhora no desempenho do atleta.(MCARDLE, 1998)
20
Essas adaptações exigem programas de trabalho bem planejados, com a
atenção focalizada em fatores tipo freqüência e duração das sessões de trabalho;
tipo de treinamento; velocidade, intensidade, duração e repetição da atividade;
intervalo de repouso; e competição apropriada. (MCARDLE, 1998)
Barbanti (1997) cita que o objetivo do treinamento físico é o desenvolvimento
das capacidades motoras do individuo, essas por fim são necessárias para obter um
bom rendimento. Na prática isso se traduz pela execução variada de exercícios
apropriados para especificas fins a serem alcançados.
Para alcançar objetivos de melhoria do nível de treinamento, existem diversos
tipos destes. Quando se pensa em um treinamento para provas de grande duração
como as corridas de fundo do atletismo, as provas de ciclismo e as de águas abertas
de natação é utilizado o treinamento de resistência que será visto a seguir.
2.3.1 Treinamento de resistência
Entende-se por resistência a capacidade do individuo em manter um
verdadeiro rendimento muscular qualificado por um período característico da prova.
Ela depende diretamente da intensidade e da duração da força exercida.
(SHEPHARD, 1996)
21
Weineck (1999) cita Frey (1997) que explica "resistência psíquica" é a
capacidade de um atleta de suportar um estímulo no seu limiar por um determinado
período de tempo e a "resistência física" é a tolerância do organismo e de órgãos
isolados em resistirem ao cansaço.
Sob este ponto de vista pode-se dizer que a resistência psíquica esta
diretamente relacionada ao esportista suportar ao estimulo de sobrecarga por um
determinado período de tempo. Na resistência fisica o importante é a capacidade do
esportista em resistir à fadiga muscular.
Valdivielso (1998) complementa que a resistência depende de muitos fatores,
tais como a velocidade, a força muscular, as capacidades técnicas de execução do
movimento, a capacidade para utilizar economicamente 85 fontes energéticas e
também o estado psiquico do atleta quando executa o trabalho.
2.3.2 Tipos de Resistência
A resistência subdivide-se em resistência geral e resistência localizada.
Resistência Geral está diretamente relacionada com o aumento máximo de consumo
de oxigênio e pelo aumento do sistema cardiovascular. Já a resistência localizada
esta diretamente ligada força específica, pela capacidade anaeróbica do
22
metabolismo, pela força de velocidade e também pela força de resistência rápida.
(WEINECK,1999)
As capacidades da resistência geral influenciam diretamente nas capacidades
de resistência localizadas.
A resistência também pode ser dividida em resistência de média, longa e
curta duração, no caso da ativação da resistência de curto prazo a fonte energétíca
disponível é feita através da mobilização anaeróbica de energia, já a resistência de
média e de longa duração corresponde à utilização do metabolismo aeróbico como
fonte energética. (WEINECK, 1999)
A seguir serão mostradas algumas formas de melhoria da resistência:
a) Treinamento através do percentual da FCmáxima:
Segundo Valdivielso (1998) a freqüência cardíaca mostra uma resposta
similar ao V02máx de modo que pode utilizar-se como um instrumento similar para
medir a intensidade do exercício, quando a carga de trabalho é razoavelmente
constante durante um período de tempo.
Em laboratórios esta medida é feita através de eletrocardiograma. Uma das
alternativas utilizadas no dia-a-dia pelos treinadores é o Polar Electra Sport Tester
que consiste em uma unidade de sensores que se adaptam ao peito do atleta e
transmite um sinal derivado do eletrocardiograma a uma unidade de relógio de
punho do atleta, este por si calcula e mostra sua FC ao atleta.
23
Existem várias formas em que a FC pode expressar a intensidade:
- Através da FC absoluta pode monitorar o dia-a-dia do atleta;
- A FC como porcentagem máxima para as mais variadas diferenças na FC
máxima do atleta;
- Com a FC máxima e a FC média e a FC mínima que o atleta tende respeitar
de acordo com seu treinamento.
Com este método de treinamento pode calcular o desenvolvimento máximo
do atleta, garantindo um trabalho por um periodo maior de tempo. (VALDIVIELSO,
1998).
b) Treinamento Aeróbico Intervalado
Neste tipo de treinamento se utiliza periodos de repouso, o atleta pode
alcançar picos de alta intensidade no exercício, na qual em outra atividade continua
ele não conseguiria. A prescrição para este treinamento esta ligada diretamente com
a intensidade do exercício, duração do intervalo entre os exercícios, período de
recuperação, número de repetições do intervalo, exercícios de recuperação.
(MCARDLE, 1998)
c) Treinamento Continuo
E o tempo de resistência em exercícios que exijam uma absorção máxima de
oxigênio. Com este treinamento as células da musculatura esquelética de individuos
24
treinados caracterizam-se por uma alta densidade de mitocôndrias, e uma forte
contração pelo acúmulo de enzimas existentes no metabolismo aeróbico.
Nas provas de resistência os fatores periféricos são decisivos em atletas de
resistência, tendo absorção máxima de oxigênio por quilograma de sua massa
corporal. E com esta máxima absorção possibilita ao atleta uma economia
energética ao competir, mantendo baixas concentrações de laclato. (SHEPHARD,
1996)
Consiste em um treinamento com exercício prolongado de intensidade
moderada ou alta entre 60 a 80% do v02 máx., podendo ser realizado por um longo
período. Garantindo conforto no treinamento a individuos iniciantes, e permitindo
exercitar os atletas de resistência com a intensidade aproximada das competições
realizadas. Através deste treinamento a adequação das adaptações celulares no
atleta de resistência é mais benéfica, pois não trás grandes estresses as fibras
musculares de contração rápida existentes no treinamento intervalado. (MCARDLE,
1998)
Um treinamento deste tipo é recomendável a percursos competitivos de longa
duração uma vez que sua parte essencial de energia precisa ser obtida através da
gordura.
25
d) Treinamento Fartlek
Este método de treinamento consiste em jogos de velocidade, sendo uma
adaptação do treinamento intervalado e do treinamento contínuo. O treinamento
Fartlek não requer intervalos e exercícios de recuperação. (MCARDLE, 1998)
e) Treinamento para Aumento do V02max
Maglischo (1999) sugere alguns métodos de elaboração de séries e
repetições para o aumento do v02max:
- Para nadadores adultos às melhores distâncias de repetições estão entre
300 e 6.000 metros, para alcançar o V02max e ter uma resposta favorável ao
treinamento.
- Os tempos de descanso entre as repetições variam em 1 minuto ou mais,
isto para que o nadador consiga manter uma velocidade que produzirá V02max, e
com periodos curtos de repouso forçando o nadador a continuar nadando em um
percentual máximo.
- O numero ideal de repetições situa-se entre três e oito repetições para que
se possa manter um consumo de oxigênio elevado por no máximo 8 a 12 minutos,
prevenindo a acidose na musculatura e que o rendimento comece a cair.
Maglischo (1999) conclui que é dificil determinar velocidades para um bom
treinamento do aumento de V02 Max, tomando como referência os níveis de ácido
26
lático no sangue, que corresponde em indivíduos normais na faixa de 8 a 10 mmol/l,
também servindo como indicadores os percentuais de 85% a 95%.
2.4 PROGRAMAS DE TREINAMENTO
2.4.1 Principio de Sobrecarga
o princípio da sobrecarga efetiva está relacionado com a necessidade de que
a sobrecarga ultrapasse uma determinada intensidade para que haja um aumento
de desempenho, este estimulo é variável para cada atleta. (WEINECK, 1999)
Através de diferentes métodos de sobrecarga como freqüência, intensidade,
modalidade e duração do treinamento podem-se atingir grandes adaptações ao
treinamento e assim aprimorando respostas fisiológicas do organismo, e também
respostas ao treinamento. De acordo com estes princípios as exigências feitas pela
sobrecarga têm que ser reavaliadas para não se tornarem um estímulo fácil demais
para o atleta, tendo como urna forma de manutenção do treinamento. O
desempenho do atleta deve ser avaliado quanto sua coordenação, força, técnica.
Com esta resposta ao treinamento o atleta seja submetido a um novo estímulo de
sobrecarga, trabalhando uma nova adaptação fisiológica e neurológica, aumentando
progressivo do desempenho do atleta. (MCARDLE, 1998).
A importância da intensidade do exercício e da duração do treinamento de
resistência é necessária para obter grandes resultados de adaptações. Esta
27
adaptação enzimática é mais notável em intensidade de exercícios que aumentem
níveis de potência que exijam 70 - 80% do V02 Max do individuo. Com este
trabalho de grandes intensidades juntamente com a duração dos exercicios pode-se
notar maior capacidade oxidativa da musculatura, mas sem grandes dados
concluindo esta interdependência entre o uso de intensidade e duração sobre seres
humanos. (SHEPHARD, 1996)
o trabalho de sobrecarga utilizando volume corresponde ao número de
exercícios em um período de tempo, é também expressado em número de
quilômetros, horas de treinamento .. Este treinamento possibilita ao atleta condições
de aprendizagem e condições samata - funcionais.
E a utilização da intensidade no treinamento de sobrecarga esta relacionada à
carga exigida no exercido (mâxima, submáxima, média e mínima). A intensidade
segue em conjunto com o volume, para que se obtenham ótimos resultados no
rendimento do atleta. (BARBANTI, 1997)
2.4.2 Principio da Especificidade
Quando aplicado corretamente este treinamento sua resposta proporcionam
grandes benefícios ao treinamento. Podendo ser aplicada através de um
treinamento de sobrecarga ao músculo específico que participa diretamente da
atividade, assim aprimorando o desempenho da potência aeróbica, neste caso
facilitando o transporte de oxigênio. Com este aumento de oxigênio na musculatura
28
a capacidade do museu lo em gerar ATP através de processos metabólicos
aeróbicos (MCARDLE, 1998).
2.5 NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
E uma competição de natação realizada em rios, lagos, mares; qualquer lugar
exceto em uma piscina. Essas provas representam realmente a essência da
natação, representam um desafio do homem contra a natureza, sem nenhum
artifício ou equipamento especial, levando os nadadores a vencer grandes
obstáculos como às temperaturas baixas das águas, em muitos casos levando o
atleta a quadros de hipotermia. (AZEVEDO, 2004)
o nadador podendo também se deparar com criaturas marinhas, "objetos
flutuantes não identificados", correntes, ondas. As águas-vivas são um incomodo
comum, especialmente quando elas esbarram no rosto, e o mais leve sinal de um
peixe grande por perto certamente aumenta a "adrenalina" durante uma prova. A
essência da Natação em Âguas Abertas é nadar livremente, sem bordas ou raias ao
lado. Apenas um ponto de saída e um de chegada. Nada de seguir listras no fundo,
nada de paredes e azulejos no meio do caminho.
Em algumas provas as roupas de borracha não são permitidas, somente
maiôs ou sungas, toucas e ôculos. Porém já em outras, devido à temperatura da
água, estas são permitidas quando estão a 24' ou menos.
29
o melhor de tudo neste tipo de evento é que todos cruzam a linha de chegada
vitoriosa, pois o grande desafio nem sempre é chegar à frente, mais sim chegar. Os
percursos dessas provas podem variar muito, desde nadar de um ponto a outro ou
um circuito de voltas repetidas. (AZEVEDO, 2004)
As distâncias variam bastante e essas provas podem levar horas para
terminar.
Atraves do crescimento deste esporte, e a sua popularização em Natação de
Águas Abertas no mundo, foi realizado um comité de Águas Abertas pela FINA
(órgão que regulamenta a natação internacional) e de um Circuito Profissional
Mundial. Desde 1991, a FINA incluiu uma prova de 25 km no programa dos
Campeonatos Mundiais de Piscina Longa e dos Jogos Pan Pacifico
É confirmada a inclusão da prova de Natação em Águas Abertas no programa
do evento a ser disputado em 2007, Jogos Pan - Americanos Rio 2007, que
acontecerão nos dias 13 e 29 de julho. Esta será a quinta modalidade dos desportos
aquáticos nos Jogos, e a prova certamente será um dos pontos altos na
programação, por ser disputada num cenário maravilhoso como o do Rio, comentou
Julio Maglione.
A solicitação para inclusão da natação em águas abertas (1Okm) foi feita pelo
CO-RIO á ODEPA com base na decisão do Comitê Executivo do Comitê Olimpico
Internacional (COI), que aprovou, a entrada da modalidade no programa dos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008.
30
Atualmente a FINA divide as provas de Natação em Águas Abertas em três
categorias:
Natação em Águas Abertas: deve ser definida como qualquer competição
realizada em uma massa de água natural como rios, lagos ou oceanos.
Natação de Longa Distãncia: deve ser definida com qualquer competição em
eventos de águas abertas até o máximo de 25 quilômetros.
Maratona de Natação: deve ser definida como qualquer competição em
eventos de águas abertas acima de 25 quilômetros.
Segundo Sodré (1993) todas as travessias em águas abertas deverão ser
organizadas por uma equipe composta da seguinte forma:
- Supervisão Geral
- Supervisão Administrativa
- Supervisão Técnica
- Supervisão de Segurança
- Supervisão de Divulgação
Cada uma destas supervisões terá sua área de atuação claramente definida.
Para as provas médias e longas, a atenção especial será dada às supervisões
técnica e de segurança.
31
Sodré (1993) afirma que a técnica ideal a ser utilizada deve seguir os
seguintes parâmetros:
- Os nadadores deverão nadar de tal maneira que seja mantida uma distância
mínima de 3m entre eles tendo exceções nas largadas e na passagem das
demarcações do percurso;
- Os barcos que estão acompanhando o atleta não poderão ultrapassar a
distância de 3 metros do nadador.
- Nenhum nadador poderá utilizar equipamentos que aumentem a sua
flutuação e sua velocidade.
- Os nadadores poderão fazer uso de graxas e óleos, para combater efeitos
de hipotermia.
Ele cita também que em relação à segurança para este tipo de competição
devem-se observar os seguintes pontos:
- Para cada nadador deverá existir um barco de apoio acompanhando todo o
percurso tendo no seu interior o técnico, médico e fiscal do nadador.
- A prova só pode ser encerrada após a chegada do último nadador.
- Todos concorrente deverâ apresentar um documento que comprove estar
apto para as condições físicas e técnicas exigidas. (SODRE, 1993)
32
Sobre um bom programa de treinamento Sodré (1993) diz que deve ser feito a
combinação de treinos em piscinas e em águas abertas, sempre acompanhadas de
ginasticas e exercícios de alongamento para um melhor desempenho. Durante um
treino em âguas abertas o nadador deve se preocupar com o ritmo das braçadas jã
devidamente determinadas no treinamento em piscina. Também realizar o percurso
mantendo pontos de referência próximos, realizando um percurso de 200 metros
com os olhos fechados, para verificar se a sua direção não foi alterada.
Para uma melhor orientação do atleta enquanto realiza as provas de Natação
em Águas Abertas Azevedo (2004) manifesta algumas dicas de navegação para o
atleta:
- Para que o atleta não perca muito tempo de nado, tirando todo o tempo sua
cabeça para fora d água para manter a sua localização, tente realizar mais ou
menos umas 20 braçadas e depois levante o rosto para não perder a direção, uma
boa dica para acontecer isso é o treinamento em piscina com os olhos fechados;
- Mantendo um ponto de referência, ou uma bóia ou um ponto fixo tendo
sempre o mesmo ponto como referência, praticando na piscina mantendo um ponto
fixo que você tera por todo treinamento mantendo-o sempre como referência.
- Durante a competição se o ponto de referência não estiver na sua visão,
coloque o rosto na água e continue nadando, tenha como referência os nadadores
ao seu lado que esteja nadando em linha reta, mas cuidando sempre de sua
referência fixa;
33
- Durante o percurso se o atleta sair um pouco da rota, continue nadando
voltando devagar ao percurso, lembrando sempre que o menor percurso entre dois
pontos é uma linha reta.
Para um treinamento especifico de longas distâncias Maglischo (1999)
subdivide o treinamento de resistência, respectivo para um melhor desempenho
aeróbico como: Treinamento de Resistência, Treinamento de Resistência no Limiar,
Treinamento de Resistência em Sobrecarga, Treinamento de Resistência Básico.
a) Treinamento de Resistência
A finalidade deste tipo de treinamento é a melhora do desenvolvimento do
metabolismo aeróbico, permitindo aos atletas nadarem em uma velocidade mais
rápida sem a utilização excessiva do metabolismo anaeróbico, proporcionando um
acúmulo mais lento de ácido lático, diminuindo a acidose muscular. A finalidade
deste tipo de treinamento é ajudar o nadador a manter um ritmo médio e mais veloz
na parte de intermédio da prova, sem que o atleta fique muito cansado. Tendo
grandes contribuições do sprint fraining para que o atleta tenha grandes velocidades
no início e no término na competição.
b) Treinamento de Resistência no Limiar
Este tipo de treinamento é específico para melhorar a capacidade aeróbica do
nadador fazendo com que ele nade mais rápido e se canse menos, neste método o
importante é que o nadador deve saber o seu limiar anaeróbico, sendo o método
34
mais fácil para a verificação do mesmo é pelo teste de sangue e outros testes mais
viáveis para os treinadores.
As velocidades de resistência no limiar anaeróbico são efetivas por necessitar
da contração das fibras musculares tanto das fibras lentas como das fibras de
contrações rápidas. Dessa forma melhorando a capacidade aerôbica de ambos os
grupos.
Para obter melhores resultados a distância total da série deve levar 25 a 40
minutos para seu término. Nadadores adultos podem nadar neste período de tempo
na faixa de 2.000 a 4.000 metros, jã nadadores inexperientes e nadadores masters
provavelmente nadam na faixa de 800 a 3.000 metros. Os tempos de repouso em
tiros devem permitir entre 10 a 60 segundos, e períodos mais curtos de repouso
como 10 a 30 segundos serão aplicados a séries mais longas, tiros de 200 metros.
Em séries longas de 800 meros é permitido um repouso mais longo, de te 1 minuto
de descanso. Com a utilização de séries mais longas o atleta permitirá uma maior
velocidade com um menor acúmulo de ácido lático.
c) Treinamento de Resistência em Sobrecarga
Nesse treinamento o atleta nada acima de seu limiar anaeróbico, este método
de treino é bom para aumentar o V02max, sendo um treino muito cansativo não
podendo ser utilizado demasiadamente, pois seu resultado pode deteriorar o nivel
de rendimento aeróbico do atleta. A diminuição do glicogênio muscular do nadador
35
será muito rápida com este treinamento de sobrecarga, não sendo adequada para
os atletas que já estejam com um nível de glicogênio muscular baixo.
d) Treinamento de Resistência Básico
Neste treinamento a velocidade e o uso de glicogênio ficam reduzidos de
modo que os músculos conseguem repor esta queima de glicogênio, e ao mesmo
tempo mantendo um nível de intensidade que proporcionará melhoras no
metabolismo aeróbico.
Nesta intensidade as fontes de energia são as gorduras e o glicogênio
fornecendo a energia para a utilização do ATP. Outro aspecto importante é a maior
utilização das fibras de contração Lenta e a repleção cada vez mais rápida das fibras
de contração Rápida.
Um grande efeito neste tipo de treinamento é um aumento na taxa do
metabolismo das gorduras durante O exercício, sendo a maior parte de energia na
natação de resistência provém das gorduras e este efeito poupa a fonte de
glicogênio.
Este processo de metabolismo de gordura não irá beneficiar o atleta na
competição, mais tendo vantagem no fato de poupar o glicogênio nos treinamentos
possibilitando que o atleta possa treinar por mais tempo e com mais intensidade. O
treinamento de resistência básico deve ser utilizado nas primeiras três a seis
semanas de cada início de temporada de treinamento sempre mantendo uma
intensidade mantendo-se abaixo do limiar anaeróbico do atleta.
36
3 METODOLOGIA
Esse trabalho foi realizado seguindo uma forma tradicional, ou seja, primeiro
houve a delimitação do tema e o levantamento da bibliografia e outras fontes
necessárias para elaboração do referencial teórico. No entanto, uma vez que a
bibliografia específica de natação em águas abertas é bastante escassa, foi
necessário lançar mão do uso de fontes eletrônicas, e principalmente da bibliografia
estrangeira. Na seqüência começou o trabalho com a utilização de um questionário
A pesquisa foi descritiva onde os dados obtidos foram analisados e obteve-se um
panorama geral do treinamento desenvolvido pelos atletas de águas abertas.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Existem vários enfoques de classificação a respeito dos tipos de pesquisa que
podem ser realizadas. O critério dessa classificação varia muito de autor para autor.
A divisão obedece a interesses, condições, campos, metodologia, situações,
objetivos e estudo, etc. (MARCONI e LAKATOS, 2001). A pesquisa realizada nesse
trabalho é descritiva. Descritiva porque descreve e questiona quanto aos treinos
realizados. (TOMAS & NELSON, 2002).
37
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
3.2.1 População
Esta pesquisa foi realizada com atletas que participam de competições em
aguas abertas.
3.2.2 Amostra
Foi realizada uma pesquisa em quarenta atletas adultos na faixa etária de
trinta e cinco anos a quarenta e cinco anos dos sexos feminino e masculino
nadadores em academias da cidade de Curitiba.
3.3 INSTRUMENTOS
Toda pesquisa e, de modo especial, a pesquisa descritiva deve ser bem
planejada se quiser oferecer resultados úteis e fidedignos (TOMAS & NELSON,
2002). Este planejamento envolve também a tarefa e coleta de dados, que
corresponde a uma fase intermediária da pesquisa descritiva. Existem diversos
meios para se realizar a coleta de dados. O questionário deste trabalho foi composto
por perguntas fechadas. Após ser validado por professores acadêmicos ligados a
área do treinamento desportivo, o questionário foi entregue em mãos para os atletas
de natação em aguas abertas que realizam seus treinos em academias da cidade de
Curitiba, juntamente com uma carta explicando a natureza da pesquisa.
38
3.4 VALIDAÇÃO
o instrumento de pesquisa foi validado através de uma carta de validação
(apêndice 2), especifica para cada professare acadêmico da Universidade Tuiuli do
Paraná, está carta foi entregue em mãos aos professores, contendo nesta carta o
instrumento de pesquisa (questionário).
3.5 TRATAMENTO DE DADOS
o objetivo da tabulação é facilitar a verificação das inter-relações entre os
dados obtidos através da pesquisa, ou quatquer outro tipo de dado. É uma parte do
processo técnico de analise estatística, que permite sintetizar os dados de
observação e representa-los graficamente (MARCONI, 1999). Foram utilizados neste
trabalho gráficos, para organizar os dados obtidos através dos questionários
respondidos pelos atletas.
3.6 LIMITAÇÕES
o presente Trabalho de Conclusão de Curso foi realizado através de
pesquisas bibliográficas na área do treinamento desportivo, area fisiológica do
exercícIo e específica de natação. Contendo referências brasileiras como
estrangeiras, sendo escassa as bibliografias específicas de natação em águas
abertas, buscando fontes eletrônicas para a conclusão deste trabalho.
39
4_ APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS GRÁFICOS
GRÁFICO 1
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
Sexo - Masculino Sexo - Feminino
22 18
45%
RELAÇÃO ENTRE AS PESSOAS ENTREVISTADAS
Este gráfico mostra a relação total das pessoas pesquisadas, de 100% (40
pessoas) 55% são Homens entrevistados e 45% são Mulheres entrevistadas_
GRÁFICO 2
40
Menos de 1 ano
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
Mais de 5 anos
7 15
De 1 a2anos De2a5anos
8 10
o Menos de 1 anosOe 1a2anosoDe2 a 5 anoso Mais de 5 anos
25%
TEMPO DE PRÁTICA DE NATAÇÃO
Este gráfico refere-se ao tempo de prática de Natação, na qual 18% dos
entrevistados praticam natação a menos de 1 ano, 20% praticam com uma
freqüência de 1 a 2 anos, 25% deste total de entrevistados praticam de 2 a 5 anos e
mais que 5 anos.
na maior porcentagem com 37% dos entrevistados realizam a prática de natação
41
GRÁFICO 3
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
Menos de 1 ano Del a2anos De2a5anos Mais de 5 anos
5 5 12 18
44%
aMenos de 1 ano
eDe1 a2anoso0e2aSanosO Mais de 5 anos
13%
TEMPO DE PRÁTICA DE NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
Neste gràfico está relacionado à participação dos entrevistados na Pràtica de
natação em Águas Abertas, a pesquisa mostra que 13% dos entrevistados
participam a menos de 1 ano nestas competições, igualmente 13% participam de 1 a
2 anos, 30% participam de 2 a 5 anos e 44% praticam este esporte a mais de 5
anos.
42
GRÁFICO 4
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
Qualidade de Vida Competição Nadar em meio a Sociabilização
Natureza
13 15 9 3
37%~
.auali_~e Vida
Competição
Nadarem meio aNaturezaSociatlização
8%
MOTIVO DA PRÁTICA DE NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
Este gráfico mostra qual o motivo dos entrevistados praticarem este esporte,
32% praticam pela qualidade de vida (aptidão fisica), 37% praticam em forma de
competição, 23% praticam pelo prazer de nadar em meio a natureza e B% dos
entrevistados praticam pelo prazer de estar oom os amigos.
GRÁFICOS
43
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquísadas
8%0%
CD o Piscinac Mar Calmo
o Mar Agtado
o Lago
o Rio
92%
LOCAl DOS TREINAMENTOS
Do total dos entrevistados a sua grande maioria 92% realiza seus treinos em
piscina, o restante 8% dos entrevistados realizam seus treinos em Mar Calmo, não
existiram porcentagem em nenhum dos outros locais de treinamento.
GRÁFICO 6
44
De 1km a 2km
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
De 3km a 4,5km
3 12
De2km a3km Acima de 4,5km
8 17
8%
DDe1Kma2Km)fJ De 2Krn a 3Km
O De 3Km a 4,5Km
O Acima de 4,5Km
42%
DISTÂNCIA REALIZADA NESTAS COMPETiÇÕES
De todos os entrevistados 8% destes realizam provas de 1Km a 2Km, 20%
participam das provas de 2Km a 3Km, 42% realizam as provas de 3km a 4,5Km e
30% participam das provas mais longas acima de 4,5Km.
45
GRÁFICO?
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
2 vezes/semana 3 vezes/semana 4 vezes/semana Mais de 4
vezes/semana
2 18 16 4
04..ezes/semana
10% 5%02 wzes/semana
03 \eZesJsemana
aMais de4-.ezesJsemana
FREQUÊNCIA DO TREINAMENTO SEMANAL
Este gráfico refere-se à quantos dias na semana o atleta realiza seus treinos,
5% dos entrevistados treinam 2 vezes na semana, 45% treinam 3 vezes na semana,
40% dos participantes treinam 4 vezes na semana e 10% do total destes
entrevistados treinam mais de 4 vezes na semana.
GRÁFICO 8
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
46
Menos de 2.000m De2.000ma De 2.500m a Acima de 3.000m
2.500m 3.000m
3 9 15 13
8%
37%
DISTÂNCIA NADADA EM UMTREINAMENTO DIÁRIO
o Menos de 2.000m
IlDe2.000ma2.5OOm
oOe2.5OOma3.000m
o Acima de 3.000m
Neste gráfico mostra a distância em metros que os atletas nadam
diariamente, 8% dos entrevistados treinam diariamente menos de 2.000m, 23%
treinam uma distãncia de 2.000m a 2.500m, 37% treinam todos os dias de 2.5OOma
3.000m e 32% destes treinam acima de 3.000m em seu treino diário.
GRÁFICO 9
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
47
Intensidade Resistência Resistência e Sobrecarga
Intensidade
2 23 14 1
3% 5%
o Intensidade
mResistência
o Resistência eIntensidade
o Sobrecarga
TREINAMENTO REAliZADO
Este gráfico mostra o treinamento utilizado pelos atletas competidores de
aguas abertas, sendo 5% só utiliza o treinamento de intensidade, a maior parte dos
entrevistados 57% utilizam a resistênaa como método de treinamento, 35%
sobrecarga como treinamento.
relacionam o treinamento de resistência com o de intensidade, 3% utilizam a
GRÁFICO 10
Tabela - Número absoluto das pessoas pesquisadas
48
13% 13%
o MusculaçãoElCiclismo
oConidaoYogac Triathlon
OUTRO TREINAMENTO REALIZADO
No gráfico acima a pesquisa está inserida em outro tipo de treinamento que
os participantes praticam fora a natação, 13% destes pratica musculação, 25%
realizam treinamento de ciclismo, 39% praticam corrida, 10% realizam praticas de
voga e 13% praticam triathlon.
49
5. CONCLUSÃO
Através do instrumento de pesquisa constatou-se que, o objetivo geral deste
trabalho foi alcançado, visando o treinamento mais utilizado pelos atletas de águas
abertas é o de resistência aeróbica, com o auxílio de treinamentos de intensidade
para uma melhora na capacidade oxidativa da musculatura, assim objetivando um
maior desempenho nestas provas.
Foi observado o perfil dos nadadores, que através do objeto de pesquisa
mostrou nadadores entre uma faixa etária de trinta e cinco à quarenta e cinco anos,
buscando através deste esporte desenvolver sua aptidão física visando a
competição.
Seus treinamentos são realizados em piscinas, com o treinamento em média
de três vezes na semana, nadando de 2.500m a 3.000m por dia de treinamento,
com ênfase no treinamento de resistência. Este treinamento é especifico para o
melhor desempenho nestas competições, tendo uma distância a ser percorrida de
3km à 4,5km.
50
6. BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, A. Águas Abertas, Os 12 Mandamentos. Disponível emwww.travessias.com.br/new/travessias/artigoview.asp?id=::~. acesso 01/out/2004.
de em
BARBANTI, V. J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2 ed. Edgard Blucher,1997.
MAGLISCHO, E. W. Nadando Ainda Mais Rápido. São Paulo: Manole, 1999.
MARCONI, M. A., LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científfca. SãoPaulo: Atlas, 2001.
MARCONI, M. A., LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1999.
MCARDLE, W Fisiologia do Exercício - Energia, Nutrição e Desempenho Humano5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
SHEPHARD, R. J. La encicfopédia de la medicina desportiva, La Resistência en eldesporte. 2 ed. Barcelona: Paidostribo, 1996.
SODRÉ, L. Travessias Natação em Águas Abertas. Rio de Janeiro: MKProcessamento de dados, 1993.
THOMAS, J. R. NELSON, J. K. Métodos de pesquisa em atividade fisica. 3 ed. PortoAlegre, 2002.
NAVARRO, F. V. Colección Entrenamiento Desportivo La Resistência. Madrid:Gymnos, 1998.
WEINECK, J. Treinamento Ideal. São Paulo: Manole, 1999.
52
VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO
Prezado Professor
Eu Letícia Zewe Gemin, acadêmica da Universidade Tuiuti do Paraná no
Curso de Educação Física, pretendo realizar um estudo relacionado aos
participantes de Natação em Águas Abertas. O "Objetivo Geral",é identificar o
treinamento específico dos participantes nas competições de Natação em Águas
Abertas.
Visando a obtenção de dados para a conclusão do trabalho, estarei utilizando
como instrumento de pesquisa um questionário com perguntas fechadas e, por isso,
solicito a sua colaboração para analisar e validar este instrumento.
Antecipadamente agradeço a sua atenção e colaboração.
IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSORNome: _
Formação: _
Titulação: ( ) Licenciado ( ) Bacharel ( ) Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor
Instituição em que atua: _
Disciplinas que Ministra: _
OBSERVAÇÕES:
Assinatura do Professor
Curitiba, de Maio de 2006
IDADE: SEXO:
QUESTIONÁRIO - NATAÇÃO EM ÁGUAS ABERTAS
1) Há quanlo lempo você pratica natação?
( ) menos de um ano ( ) de 1 a 2 anos
( ) 2 a 5 anos ) mais de 5 anos
2) Há quanto tempo você realiza provas de Natação em Águas Abertas?
( ) menos de um ano ( ) de 1 a 2 anos
( ) 2 a 5 anos ) mais de 5 anos
3) Qual o motivo da prática de Natação em Águas Abertas?
( ) qualidade de vida ) competição
( ) prazer de nadar em meio a natureza () outro, qual: _
4) Qual a distância realizada por você nessas competições?
( )de1Kma2km
( ) de 3km a 4,5 km
( ) de 2Km a 3Km
( ) acima de 4,5Km
5) Qual a distância nadada por você em um treinamento diário?
( ) menos de 2.000m
) de 2.500 a 3.000
( ) de 2.000m a 2.500m
) acima de 3.000
6) Aonde você realiza seus treinamentos?
) piscina ) mar calmo
( ) lago ( ) rio
7) Você realiza um treinamento especifico? } sim
Se sim, qual?( ) Intensidade ) Resistência
) Resistência e Intensidade ( ) Sobrecarga
8) Quantas vezes por semana você treina?
( ) 2 vezes I semana ( ) 3 vezes I semana
) mar agitado
) não
( ) 4 vezes I semana ( ) mais de 4 vezes I semana
9) Realiza outro tipo de treinamento fora a natação? ( ) Não
Se sim, qual?
( )Sim
) Corrida
) Voga
) Musculação
) Ciclismo
) Outro: _
53