38
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIACAo DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA Curitiba 2007

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Marcelo Nunes Monteiro

VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIACAo

DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA

Curitiba

2007

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

Marcelo Nunes Monteiro

VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIAc,;Ao

DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA

Curitiba2007

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

Marcelo Nunes Monteiro

VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA ASSOCIA<;Ao

DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA

Trabalho de Conclus~o de Curso apresentado aoCurso de Educa9ao Fisica da Faculdade deCi~ncias Biol6gicas e da Saude da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisito parcial para aobten9~o do grau de Licenciado.Sob orienta9ao da professora Mestre MarciaRegina Walter.

Curitiba2007

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

TERMO DE APROVAf;AO

Marcelo Nunes Monteiro

VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO NA EQUIPE DE BOCCIA DA

ASSOCIACAO DOS DEFICIENTES FISICOS DO PARANA

Este trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para a obtenc;ao

do grau de licenciado em Educac;ao Fisica no curso de Educac;ao Fisica da

Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, 21 de Novembro de 2007.

Educac;ao FisicaUniversidade Tuiuti do Parana

Orientadora Prof'. Ms Marcia Regina Walter

Prof'. Ms Jocian Machado Bueno

Prof' Esp Marcos Matta

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

AGRADECIMENTOS

A toda minha familia, em especial aos meus pais, pela minha vida, dedica<;ao,

e incentivo nos meus estudos.

A minha noiva Carolina Petruy, por estar ao meu lado durante esta jornada e

por me apoiar nas horas em que mais precisei.

A minha orientadora Prof'. Marcia Regina Walter por sua dedica<;ao durante

esse periodo de convivEmcia.

Aos alunos e ao Prof. Darlan Fran<;a Jr. da Associa<;ao dos Deficientes

Fisicos do Parana, que sem eles nao seria possivel a realiza<;ao desse trabalho.

Enfim, a todos que contribuiram direta ou indiretamente para a realiza<;ao

desse trabalho.

Obrigada.

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

"Deficiente" e aquele que nao consegue modificar sua vida, aceitando as imposi<;:oesde outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciE'mcia de que e donodo seu destino.

"Louco" e quem nao procura ser feliz com 0 que possui.

"Cego" e aquele que nao ve seu pr6ximo marrer de frio, de fome, de miseria. E s6tem olhos para seus miseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" e aquele que nao tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou 0 apelode um irmao. Po is esta sempre apressado para 0 trabalho e quer garantir seustostoes no fim do meso

"Mudo" e aquele que nao consegue falar 0 que sente e se esconde par tras damascara da hipocrisia.

"Paralitico" e quem nao consegue andar na dire<;:ao daqueles que precisam de suaajuda.

"Diabetico" e quem nao consegue ser doce.

"Anao" e quem nao sabe deixar 0 amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiencias e ser miseravel, po is "Miseraveis" sao todosque nao conseguem falar com Deus.

Mario Quintana

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

RESUMO

Esta pesquisa com caracteristicas experimental teve como foco principal

verificar 0 efeito de fatores que influenciam positivamente e negativamente no

rendimento dos atletas em competi<;:oes que os mesmos participaram e virao a

participar. A amostra foi composta por 07 alunos cadeirantes do sexo masculino, nos

quais foi aplicada uma avalia<;:ao (que mediam 0 grau de influencia nas situa<;:oes

que eles enfrentaram durante uma competiyao) 0 teste de estresse psiquico foi

aplicado nos atletas depois de uma competiyao no periodo de dois dias ap6s. Com

os resultados obtidos, constatou-se que dos sete atletas avaliados, tres tiveram

melhoras significativas em alguns quesitos em rela<;:aoao grupo, no desempenho

quantitativo, e quatro nao tiveram uma resposta positiva ao questionario. E na

compara<;:ao dos atletas no geral, verificou-se um melhor desempenho nos atletas

que tem mais vivencia no esporte do que os que tem pouca vivencia.

Palavras-Chave: Deficiente Fisico; Esporte adaptado

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

SUMARIO

1 INTRODUC;Ao ... 082 FUNDAMENTAC;Ao TEORICA............ 11

2.1 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA PRATICA DE ATIVIDADE11

ESPORTIVA. ..

2.2 0 BOCCIA. . 242.3 AS PESSOAS COM DEFICIENCIA FlslCA QUE PRATICAM BOCCIA.... 27

3 PROCEDIMENTO METODOLOGICO . ................ 29

4 RESULTADOS E DISCUssAo.................................................................... 30

5 CONSIDERAC;OES FINAIS.............................................. 34

REFERENCIAS . 36ANEXOS............................................................................................................ 38

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

8

1 INTRODUC;;.li.O

1.1 JUSTIFICATIVA

Estimativas da Organizay<3o Mundial de Saude (OMS) indicam que 10 a 15% da

populay<3o, sao pessoas portadoras de algum tipo de deficie!ncia nos paises em

desenvolvimento. Destes, 20% seriam portadores de deficiemcia fisica.

A deficiemcia fisica e definida como uma desvantagem, resultante de um

comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede 0 desempenho

motor de determinada pessoa.

Segundo Duarte e Werner (1995, p. 28), a deficiencia fisica e entendida como

uma alterayao no corpo que provoca dificuldades na movimentayao das pessoas e

as impedem de participarem da vida de forma independente.

As deficiencias fisicas se classificam em: ortopedicas (como sendo aquela

que envolve problemas dos musculos, ossos e/ou articulay6es) e neurol6gica

(aquela que envolve as deteriorizay6es ou les6es do sistema nervoso central).

Os disturbios motores pod em apresentar-se de duas formas: congenitas ou

adquiridos. A deficiemcia e congenita quando a crianya nasce portadora dessa

deficiencia e adquirida quando a pessoa, por algum motivo, sofre uma les<3o

(acidente), tornando-se portadora de uma deficiencia.

o inicio dos esportes para os deficientes se deu a 56 anos, na epoca da II

grande guerra mundial. Um medico Ingles teve esta ideia para aumentar a

integrayao dos deficientes a sociedade e proporcionar mais um tipo de atividade,

onde as pessoas trabalhariam com a mente e 0 corpo, resultando numa melhor

reabilitayao fisica e mental. Daquela epoca em diante, foram criadas ou adaptadas

varias modalidades esportivas, para diferentes tipos de deficiencias e, diversas

competiy6es, gerando atletas amadores e profissionais.

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

9

Mesmo com todos esses acontecimentos, a pessoa com deficiEmcia fisica

muitas vezes restringe suas experiencias, porque 0 mundo Ihe e repleto de barreiras

e limitayoes. Sendo assim, a reabilitayao buscou na atividade fisica, novos caminhos

para inciuir essas pessoas a sociedade, evidenciando suas capacidades residuais,

atraves do esporte. E a partir dessas evidencias, comeyamos a conhecer melhor

essas pessoas e seus potenciais, e percebemos 0 quanto e importante as pesquisas

voltadas para a mesma. Com isso, este trabalho vem analisar 0 efeito de um

programa de arremesso e lanyamento, sobre 0 portador de deficiEmcia fisica nos

parametros quantitativos.

1.2 PROBLEMA

Quais os fatores influenciam os atletas antes, durante e depois de uma

competiyao?

1.2.1 OBJETIVO

Reconhecer quais fatores influenciam positivamente e negativamente 0 rendimento

dos atletas de boccia da Associayao dos Deficientes Fisicos do Parana.

1.2.2 OBJETIVO ESPECiFICO

Trayar 0 perfil do atleta de boccia;

Aplicar as avaliayoes;

Comparar 0 desempenho entre os atletas ap6s a aplicayao do teste;

Comparar 0 desempenho entre os atletas que tem maior tempo de

vivencia, e os que tem menor tempo de vivencia no esporte;

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

11

2 FUNDAMENT Ar:;A.O TEO RICA

2.1 ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA PRATICA DE ATIVIDADE ESPORTIVA

2.1.1 Aspectos fisiol6gicos

A inatividade fisica pode aumentar 0 risco de mortalidade e morbidade,

mesmo em individuos aptos, ela pode levar a desmineralizayao 6ssea, a atrofia dos

musculos esqueleticos e cardiacos, a diminuiyao da massa corporal magra, a

reduyao do conteudo de agua corporal e do volume sanguineo e ao aumento da

gordura corporal (FIGONI apud FRONTERA, 2001, p.246). Segundo Shepard apud

Sherrill (1993, p.335), um condicionamento fisico nao adequado aumenta 0

disp€mdio de energia acima do nivel normal e induz a fadiga que reduz a eficiencia

do movimento. Muitas pessoas com deficiencia que nao praticam atividade fisica

desenvolvem problemas e condiyoes secundarias tais como a dor cronica, a

espasticidade problematica, a depressao, a obesidade (SHERRILL, 1993), infecyoes

do trato urinario e ulceras de decubito; por dependerem muitas vezes

exclusivamente dos membros superiores para realizar as atividades diarias (uso de

cadeira de rodas, muletas, transferencias, entre outros) tornam os ombros, cotovelos

e os punhos susceptiveis a uma lesao por uso excessiv~, inflamayao tendinosa,

degenerayao articular e dor. A espasticidade grave pode causar contraturas

articulares e perda da amplitude dos movimentos, a paralisia da musculatura

abdominal (expirat6ria) afeta 0 reflexo da tosse e faz aumentar a susceptibilidade

destas pessoas a infecyoes respirat6rias, algumas pessoas que conseguem ter uma

vida bastante prolongada, nao muito raramente sao vitimadas por doenyas

cardiacas e acidentes vasculares cerebrais, doenyas estas que estao atreladas a

inatividade fisica, bem como a hiperlipidemia, resistencia insulinica e hipertensao.

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

12

A participa<;ao regular em um programa de exercicio estruturado pode reduzir

o risco de doen<;a cardiovascular e melhorar a autonomia para desenvolver

atividades fisicas diiuias (LACOURSE et alii, apud FRONTERA et alii, 2001), alem

de ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de rodas, de equilibrio

dinamico ou estatico, de for<;a muscular, de coordena<;ao motora, resistencia fisica,

uma melhor adapta<;ao fisica global, entre outros (ROSADAS 1989; SOUZA, 1994),

ja se comprovou atraves de estudos que cadeirantes que praticam atividades

esportivas tem menores ocorrencias de infec<;oes nos rins e outras complica<;oes

medicas (AXELSON, 1996), a pratica de exercicio pode ainda favorecer a transi<;ao

entre a deficiencia e a aptidao, proporcionar melhores condi<;oes organofuncionais,

predispor a pessoa para niveis de rendimento mais elevados (GORGAnl et alii,

2005). Segundo Frontera et alii (2001) 0 esporte pode resultar em alguns beneficios

a nivel musculo esqueletico como 0 aumento ou ate cessa<;ao da perda de

densidade 6ssea e 0 aumento da for<;a e da resistencia, sob 0 prisma da condi<;ao

cardiovascular 0 autor afirma que pode haver uma diminui<;ao do volume cist6lito e

da resistencia periferica total, redu<;ao da freqOencia cardiaca submaxima e de

repouso, redu<;ao da pressao arterial durante 0 exercicio, aumento da capacidade de

exercicio, aumento da HDL e diminui<;ao do LDL, diminui<;ao do risco de doen<;a

cardiovascular e a pratica de atividade fisica pode atuar ainda em fatores neurais

ajudando na diminui<;ao da espasticidade, acelera<;ao da regenera<;ao dos nervos

perifericos, assim como modifica<;oes hormonais aumentando a sensibilidade a

insulina, alem de ajudar em caracteristicas gerias como acelera<;ao do processo de

cicatriza<;ao, perda de peso e aumento da independencia.

o condicionamento fisico contribui para lidar melhor com as barreiras

arquitet6nicas impostas pela sociedade, pois muitas vezes para transitar em

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

13

diferentes lugares necessita-se uma condic;;ao fisica muitas vezes maior do que a

requerida pelas pessoas sem nenhum tipo de deficiencia fisica (MILLER et alii, apud

SHERRILL, 1993), a depressao cr6nica e outros problemas relacionados com a

saude mental pod em ser minimizados atraves da pratica regular de atividades

fisicas.

2.1.2 Aspectos psicolagicos

Alguns pacientes acometidos por lesoes medulares, amputac;;oes, e outros

tipos de deficiencia, experenciam uma reac;;ao depressiva decorrente das perdas de

algumas de suas func;;oes e muitas vezes de sua independencia (MELLO, 1996),

podemos dizer que esse periodo de depressao e ansiedade, e um periodo

adaptativo que corresponde aos aspectos conformacionais dessa nova condic;;ao

(ASSUMPC;::AO, 2006). A pratica regular de atividades esportivas e apontada como

um dos meios encontrados para minimizar essas reac;;oes e colaborar no processo

de reabilitac;;ao, pois, e tambem atraves dessas praticas que se pode alcanc;;ar uma

melhoria em fatores relacionados a reintegrac;;ao social e auto-estima (MELLO, 1996;

ASSUMPc;::AO, 2006), bem como uma melhoria na percepc;;ao espac;;o temporal; a

interac;;ao com grupos socia is com interesses e problemas semelhantes, alem de

permitir a reversao das tendencias ao acio, a apatia e ao isolamento social, podendo

ainda facilitar 0 reingresso da pessoa na sua vida familiar, social, educacional,

profissional e no lazer ativo, a atividade fisica pode tambem influir positivamente no

comportamento do individuo capacitando-o para a realizac;;ao de trabalhos em grupo,

reforc;;ando a sua conduta responsavel e participativa, sua capacidade de iniciativa

evitando assim condutas de dependencia (SOUZA, 1994; GORGATTI et alii, 2005).

De acordo com Axelson (1996) a pratica de atividade fisica regular acarreta em

l~~UEfUIlj...•--:\\."\>-;"

~\~\.~;;-t'•..'#" ,••...,')

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

14

beneficios fisicos, intelectuais, emocionais e espirituais, sendo os beneficios

emocionais e espirituais da atividade fisica apontados como uma maior confianya e

uma auto-estima mais positiva.

Eo muito comum que se faya uma associayao entre a deficiencia (de origem

congenita ou adquirida) e a depressao, porem estudos recentes comprovam que a

depressao pode ser menos comum do que se havia pens ado, um estudo que

mensurou 0 grau de depressao em adultos paraplegicos desportistas e sedentarios

concluiu que hi! uma diminuiyao dos niveis de ansiedade trayo e no estado de

depressao em adultos paraplegicos que praticam atividade fisica (MELLO, 1996) e

que pessoas que possuem algum tipo de deficiencia fisica que praticam atividade

fisica regular apresentam um nivel de bem-estar bem maior do que 0 constatado em

pessoas nao-ativas, colaborando com processo de reabilitayao (CANADA FITNESS

SURVEY apud SHERRILL, 1993), porem, a relayao entre as variaveis psicologicas

como a depressao e a reabilita<;:ao podem ser bem mais complexas do que se

imagina, pois, a depressao e 0 nivel de comprometimento podem atuar

independentemente e/ou interagir afetando os niveis de atividade, de forma que 0

nivel de atividade possa estar sendo limitado e afetado pelo nivel de

comprometimento da situayao ou estas atividades serem limitadas somente par

variaveis psicologicas como os niveis de depressao (MELLO, 1996), contudo e

importante buscar caminhos, alem da reabilitayao fisica que facilitem e fortaleyam a

personalidade das pessoas com deficiencia; a personalidade e essencialmente

concebida como uma totalidade dinamica, cujas particularidades cognitivas (relativas

as opera<;:oes do conhecimento: percep<;:ao, inteligencia, memoria), afetivas

(relativas a vida emocional, aos sentimentos e ao nivel vivido propriamente dito),

conativas (relativas aos fen6menos da vontade ou esforyos voluntarios) e fisicas

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

15

(relativa ao proprio corpo e seu substrato biologico) estao em interdependencia,

portanto a uniao entre a pratica esportiva e 0 processo de inclusao social que vise 0

fortalecimento da personalidade dos individuos, e um indicio de que sociedade esta

tentando superar as barreiras invisiveis que ela. mesma colocou ao longo da historia

(ASSUMP<;:AO, 2006).

Assim como nao ha opera<;oes intelectuais sem a implica<;ao de sentimentos

de exito ou fracasso, prazer ou aborrecimento, tambem nao existem esfor<;os fisicos

sem interven<;ao das discrimina<;oes perceptivas e de fatores motivacionais ou de

sentimentos (THILL, 1989 apud ASSUMP<;:AO, 2006), por isso e necessario um

ambiente social que possibilite acessibilidade as mais variadas experiencias socia is

que um individuo tem 0 direito de usufruir.

2.1.3 Aspectos socia is

E evidente afirmar que a constitui<;ao do carater e da personalidade de um

individuo se da de acordo com as rela<;oes que 0 mesmo estabelece com 0 meio no

qual esta inserido, sendo assim, essas rela<;oes podem influir positivamente ou

negativamente no desempenho de suas habilidades, pois, existe uma rela<;ao direta

entre a funcionalidade de um individuo dentro de seu ambiente com a capacidade

das outras pessoas em aceita-Io e tambem de sua tolerancia para aceitar a si

proprio (ASSUMP<;:AO, 2006).

A pratica da atividade esportiva e capaz de colaborar no processo de

integra<;ao e de inclusao social, bem como no processo de reabilita<;ao fisica, social

e psicologica dos sujeitos envolvidos nessas atividades (GORGATTI et alii, 2005;

ASSUMP<;:AO, 2006), ao tolirmos as pessoas com deficiencia da vivencia de

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

16

experiemcias em sociedade, podemos causar 'les6es psicol6gicas' e sociais bastante

dificeis de serem revertidas.

A medida que se colocam barreiras sociais, como: 0 preconceito, a exclusao,

a falta de acessibilidade, falta de informayao, entre outros, esta se anulando e

menosprezando as capacidades das pessoas com deficiencia, quando sabemos que

"nao ha limites para a capacidade de um individuo que seja adequadamente

treinado" (ADAMNS et alii, 1985), contudo 0 que nos conforta, e 0 fato de 0 esporte

adaptado vem ganhando cada vez mais um respaldo maior frente a sociedade e

frente aos pr6prios participantes (ASSUMPC;;Ao, 2006).

Analisando a deficiencia sob um olhar fisiol6gico, podemos afirmar que a

deficiencia fisica e toda e qualquer alterayao no corpo de um individuo que

prejudique a sua locomoyao (COSTA, 2001, p.53), ao adotarmos essa definiyao,

recaimos em um grande problema ao se tentarmos definir e conceituar a deficiencia

e tambem de tentar encaixar em um padrao pre-estabelecido todas as pessoas com

deficiencia, mas, se analisarmos a questao sob uma perspectiva social pod emos

afirmar que a deficiencia nada mais e do que 0 resultado da relayao estabelecida

entre as pessoas e a sociedade e mais, quanto mais incapaz for 0 arranjo social

para lidar a diversidade, mais cruel e severa sera a experiencia da deficiencia

(DINIZ, 2004).

As pessoas com deficiencia em geral sofrem com um problema que nao e

exclusivo da nossa realidade brasileira, mas esta presente em grande parte da

sociedade hodierna, esse problema comum a todas as sociedades e 0 preconceito,

que segundo Amaral (1994) nada mais e do que uma atitude favoravel ou

desfavoravel anterior a qualquer conhecimento.

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

17

o preconceito pode se manifestar de diferentes formas, desde atitudes

repulsivas ate em atitudes comiserativas, tratando as pessoas com deficiencia como

se fossem coitadinhos pensando que a vida deles se tornou um grande sofrimento

por conta dos problemas dos quais foram acometidos, ou entao como super-herois,

imbativeis frente as sua nova condi<;ao, todos nos temos capacidades e potenciais

que podem ser desenvolvidos, ser super ou subestimado nos coloca em sufocante e

constante pressao (CERTEZA, 2003).

Surge aqui uma questao bastante recorrente: 0 que faz com que durante

tantos seculos ainda se perpetue esse fen6meno que caracterizamos como

preconceito? A reposta para esta questao e muito simples, e ja foi citada neste texto,

a materia prima que da subsidios a perpetua<;ao do preconceito e 0

desconhecimento, e ele que incita as leituras estereotipadas e corroboram com um

conjunto de a<;6es de segrega<;ao, nos conduzindo inevitavelmente a um processo

de apartheid contemporaneo (AMARAL, 1994).

Ao se levantar a questao referente ao preconceito torna-se inevitavel

colocarmos aqui considera<;6es sobre aquelas que antagonisam as atitudes

preconceituosas: As atitudes integrativas, especialmente quando se aborda 0 tema

deficiencia ou pessoas com deficiencia, raramente se escapa de discuss6es como

essa, mas afinal, em que a<;6es estao fundamentadas as a<;6es que chamamos de

integrativas, 0 que fundamenta essas a<;6es? Segundo Amaral (1994, p.35) "integrar

em meu entender significa acima de tudo 0 oferecimento de oportunidades iguais,

malgrado as diferen<;as", dito isto parece que 0 assunto se da por encerrado, mas se

aprofundarmos a nossa analise surge aqui uma outra questao de igual importancia:

Oportunidade de que? Esta questao tambem e respondida por Amaral (1994, p.35)

quando a autora faz a seguinte afirma<;ao: "basicamente de ter acesso a". A

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

18

magnitude desta afirmayao esta no fato de que ela nao restringe as possibilidades

ou delimita as areas especificas em que se deve promover a integrayao, ela nao

estabelece relayoes entre quais grupos deve ser instituida a integrayao, essa

afirmayao por si so e capaz de abordar todos os aspectos que precisam ser

ajustados e modificados a fim de se promover um fenomeno integrativo comum a

todas as areas e relayoes imaginaveis, sem que para isso tenhamos que passar por

um doloroso processo de normalizayao das pessoas com deficiencia, esta afinal e a

grande missao do processo de integrayao.

Dentro destas perspectivas podemos ainda buscar subterfugios para

entendermos como ou 0 que leva a manifestayao de atitudes de segregayao,

entende que a segregayao se apoia no tripe: preconceito, esteriotipo e estigma

(AMARAL, 1994) e que ha entre eles uma dinamica que se exprime da seguinte

forma:

Um preconceito gera um esteriotipo, que cristaliza 0 preconceito, quefortalece 0 esteriotipo, que atualiza 0 preconceito ... circulo vicioso levandoao infinito. Paralelamente 0 estigma (marca, sinal) colabora com essaperpetua9ao (AMARAL, 1994, pAD).

Uns dos grandes objetivos daqueles que se dedicam ao estudo destes

fenomenos e das relayoes que podem ser estabelecidas entre individuos deficientes

e nao deficientes, bem como possiveis soluyoes para a erradicayao de atitudes que

separem as pessoas do grande grupo de pessoas nao-deficientes e 0 de destituir a

ideia de que a normalizayao seja 0 caminho ideal para integramos plenamente

esses individuos a sociedade, como preconizado por Amaral (1994, p. 41) temos

que lutar para "ter 0 direito de ser diferente e nem por isso estar a margem", e ter 0

direito a um grande numero de experiencias dentro do universe ao qual se pertence,

a diversidade e inata (CERTEZA, 2003) e nao deveriam causar tanta estranheza

assim a sociedade. Amaral (1994) preconiza que existem algumas posturas

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

19

adotadas pela sociedade frente a questoes como a deficiemcia, e quais as relayoes

estabelecidas entre a sociedade e as pessoas com deficiemcia, em seu estudo ela

denominou essas posturas de "A politica do avis-struthio" e 0 "Leito de Procusto". Ao

descrever a "A politica do avis-struthio" a autora inicia com uma analise da etiologia

da palavra avis-struthio, que nada mais e do que 0 nome cientifico dado a avestruz,

ela escolheu especificamente a avestruz para nomear a sua tese por conta dos

habitos desta ave, quando se sente ameayado, ou ate mesmo quando quer se

esconder, a avestruz enterra a cabeya na areia, essa postura se manifesta na

sociedade da seguinte maneira: "eu nao vejo, logo isso nao me atinge", essa e a

ideia contida nesta politica e que acompanhou durante seculos a questao da

deficiencia, e nao e s6 essa a ligayao desde animal especificamente com questao da

deficiencia, a avestruz e uma ave de pernas atrofiadas e tem apenas dois dedos, ou

seja, ela e um deficiente, ha algo de diferente entre ela e as outras aves, alem do

mais e uma ave onivora que come tudo 0 que ve pela frente sem nenhuma

distinyao, imediatamente pode-se associar essa imagem a de uma pessoa com

deficiencia 'engolindo' todas as normatizayoes impostas pela sociedade sem

nenhuma distinyao, exatamente como faz a avestruz. 0 "Leito de Procusto" baseia-

se na hist6ria de um homem rico que gostava muito de hospedar as pessoas em sua

casa e era conhecido por sua eximia cordialidade. Ao receber os convidados em sua

casa 0 anfitriao preparava-Ihes em farto banquete, com muita musica e diversao, ao

final do banquete 0 convidado era apresentado a um suntuoso leito no qual deveria

caber perfeitamente, mesmo que para isso fosse necessario fazer 'pequenos

ajustes' como esticar ou ate mesmo mutilar 0 convidado, a morte era quase certa,

apenas alguns poucos convidados conseguiam sair vivos da tal expediyao a casa de

Procusto. Sem duvida essa est6ria nos remete a pensar nao somente nas condiyoes

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

20

as quais as pessoas com deficiEmcia estao expostas, mas sim na maneira como toda

a sociedade tem lidado com a questao da ditadura da beleza, sendo esta uma

imposigao que se tornou cotidiana, hoje vale tudo pra se encaixar perfeitamente nos

pad roes esteticos impostos pela poderosa minoria, ou lendo-se de outra forma vale

tudo para adequar-se ao 'Leito de Procusto' quanto menos deficiente 0 individuo

parecer melhor, ou seja, as suas diferengas devem ser neutralizadas, bem como a

sua aparencia, desempenho entre outros, tudo isso deve estar 0 mais proximo

possivel daquilo que consideramos ser normal, entretanto deve-se:

Ter coragem de olhar para frente, para a diferenc;:a, a deficiencia; apossibilidade de· conviver com a dessemelhanc;:a; a nao cobranc;:a deadequac;:ao a moldes pre-estabelecidos, seja de normalizac;:ao, heroicidadeou vitimizac;:ao; a existencia da alternativa do deficiente ser uma pessoacomum, malgrado a especificidade das limitac;:oes impostas peladeficiEmcia; 0 resgate da potencia, sem que seja super ou infraequacionada, como na onipotencia ou impotencia; 0 oferecimento deoportunidades (e de sua fruic;:ao) de ter aparencia, aprendizagem edesempenho compativeis com as possibilidades reais; 0 favorecimento deacesso a multiplas experiencias (AMARAL, 1994, p.44).

Dentro do ambiente social no qual todos nos estamos indistintamente

inseridos existem fenomenos culturais que influem diretamente no nosso modo de

vida e que muitas vezes e capaz se refletir em nossas posigoes e posturas sociais

como e 0 caso da midia, por exemplo. Eo bastante importante fazermos um adendo a

midia devido a sua grande importancia em registrar e transmitir os conhecimentos

registrados pela humanidade. A midia em geral dedica pouco ou nenhum espago

para tratar de temas relacionados a deficiencia, e quando 0 fazem muitas vezes

reforgam a visao estigmatizada e preconceituosa relacionada a essa questao

utilizando-se de expressoes como "deficientes mentais sao um exemplo e vida";

"mesmo sem uma perna ele trabalha", "e capaz de ultrapassar limites mesmo sendo

cego", essas expressoes proporcionam um distanciamento da condigao humana,

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

21

devemos estar dispostos a assumir a nossa diversidade e humanidade, e nao a

construirmos esteri6tipos ou refon;:armos tabus ja ultrapassados (CERTEZA, 2003).

Nao raramente nos deparamos com exposic;oes que enfocam incansavelmente a

questao da cura como se essa fosse a unica alternativa para que 0 individuo seja

plenamente feliz, ou seja, somente depois de passar pelo processo de normalizac;ao

e que 0 individuo sera pleno. Essa realidade esta lentamente se rnodificando, hoje

percebemos um esforc;o maior das redes de televisao em trazer a tona questoes

polemicas como a deficiencia, 0 homossexualisrno, entre outros, esta e uma pratica

bastante importante para aproximar as pessoas de uma maneira geral a realidade

das pessoas com deficiencia, bem como elucidar as duvidas e curiosidades

daqueles que nao convivem com pessoas com deficiencia, isso e um fator bastante

positiv~, po is assim e possivel amenizar 0 desconforto daqueles que ficam sendo

observados como anorrnais, hoje nao temos mais que conviver com propagandas

que mostram imagens de pessoas com expressoes de desalento ern cima de urna

cadeira de rodas que tentarn sensibilizar os expectadores a fazerern doac;oes, ou ate

mesmo alertando para evitar acidentes, hoje esses temas sao abordados de outra

forma, afinal ser acornetido por um acidente ou uma doenc;a e como conseqOencia

ficar deficiente nao e 0 fim do mundo (MERKX, 2000). Ao estabelecer uma

comparac;ao entre dois filmes infantis constatamos a evoluc;ao destes conceitos

desde a decada de 80 ate hoje, 0 filme 'Dumbo' ilustra a est6ria de urn elefante que

era muito querido e amado por todos, ate que certo dia, quando ele espirrou as suas

orelhas que eram enormes se despregaram de suas costas e ficararn a rnostra, 0

nome corn que fora batizado era Jumbo, e depois deste epis6dio as pessoas

passaram a rir dele e 0 apelidaram de Dumbo em alusao a palavra dumb, s6 entao

quando Dumbo faz uma apresentac;ao no circo em que morava em que ele voa

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

22

sobre 0 picadeiro e que as pessoas passam a admin~-Io, a imagem dele foi

associada a de uma heroi que capaz de transpor as barreiras, assim 0 filme tem um

desfecho feliz, um filme de animayao 'Procurando Nemo' de 2003 mostra a estoria

de um peixinho que e super-protegido pelo pai, e que para provar que era capaz de

fazer 0 que seu pai disse que ele nao conseguiria acaba sendo capturado par um

pescador que 0 leva para morar dentro de um aquario com outros peixes vindo de

diferentes lugares. Nemo tem uma nadadeira maior do que a outra e em sua saga

para tentar fugir do aqua rio para encontrar 0 seu pai ele descobre as suas

potencialidades apesar da sua dificuldade. Ele e ajudado entre outros peixes por um

peixe chamado Gil que tambem tem uma de suas nadadeiras defeituosa e que 0

ajuda a compreender que ele e muito mais capaz do que imagina, a principal

diferenya entre estes dois filmes que abordam 0 mesmo tema e que no filme

'Procurando Nemo' a deficiemcia e apresentada, mas ela nao e 0 foco principal do

filme e tao pouco 0 fato do peixinho nemo ter reencontrado 0 seu pai se da apos a

descoberta para a cura do seu problema, 0 filme exalta as possibilidades e

potencialidades que podem ser desenvolvidas por uma pessoa que apresenta

diferenya em relayao as outras, e ele nao precisou como 0 Dumbo, realizar qualquer

ate heroico para que pudesse afinal encontrar um final feliz (MERKX, 2000). A

importancia no fato de abordar um tema como este esta justamente em correlacionar

a abordagem que a midia da a esportistas que possuem alguma deficil§ncia, de uma

maneira geral atletas ja possuem por si so uma aurea sobrenatural sobre si, seres

capazes de realizar 0 impossivel, quando possuem alguma deficiemcia parecem ser

ainda mais endeusados, na maioria das vezes estao associados a imagem de

pessoas que superaram todas as barreiras para alcanyarem os seus objetivos, essa

e uma questao bastante importante, mas nao precisa do sensacionalismo da midia

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

23

para que sejam valorizados pelos seus feitos, como dito anteriormente as pessoas

com deficiencia estao plenamente aptas para que dentro de suas limita<;:6es realizem

qualquer tipo de atividade a que se dispuserem dentro de suas necessidades e

limitay6es, cabe aqui um comentario bastante pertinente, e importante ter em mente

que as Iimitay6es nao existem apenas para as pessoas com deficiencia, mas sim

para todas as pessoas sem exce<;:ao. A importancia da pratica de esportes dentro de

uma perspectiva social e que ela permite uma maior facilita<;:ao no processo de

integra<;:ao dos individuos, e capaz educar 0 individuo para a vida em sociedade e

para 0 tempo livre, proporciona vivencia de sucesso, elevar a tolerancia a frustra<;:ao,

viabilizar a libera<;:ao ou canaliza<;:ao de tens6es e da agressividade, tornar os

individuos mais independentes (SOUZA, 1994; GORGATTI et alii, 2005), nesse

sentido pode-se afirmar que a pratica de uma atividade esportiva pode ser

decorrente de uma maior flexibilidade quanta ao processo de reintegra<;:ao social

minimizando os problemas decorrentes do isolamento social enfrentado por esta

parcela da popula<;:ao (MELLO, 1996).

2.20 BOCCIA

o bocha foi implantado oficialmente no Brasil em 1996 em uma clinica

comandada por especialistas argentinos na cidade de Curitiba. Em pouco tempo, 0

bocha conquistou 0 seu espa<;:o e iniciou a sua caminhada internacional, colocando

o Brasil entre os melhores paises do mundo no desenvolvimento da modalidade.

A etica e espirito do jogo sao similares ao do tenis. A participayao do publico

e bem vinda e encorajada, entretanto espectadores, incluindo chefes de equipe e

competidores fora de jogo, devem permanecer em silencio para nao atrapalhar 0

arremesso do jogador em a<;:aoe tambem nao influenciar 0 jogo do atleta.

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

24

o objetivo do jogo e colocar 0 maximo de bolas perto da bola branca, 0

mesmo do bocha convencional, a diferenya e encontrada na superficie e area da

quadra, no tamanho, peso e material da bola utilizada, e no tempo para cada parcial.

Neste jogo homens e mulheres competem nas mesmas categorias e

encontramos 4 divisoes para competiyao que serao tratadas no decorrer do trabalho.

Apresentamos a seguir um resumo das regras oficiais de bocha paraolimpica,

maiores informayoes podem ser conseguidas acessando os endereyos eletronicos

que constam nas referencias bibliograficas no final desta apostila.

Na camara de concentrayao que e 0 local onde os competidores ficam antes

de entrar em quadra, 0 arbitro da partida junto dos jogadores ou capitaes dos lad os

determinam qual equipe comeyara jogando atraves do lanyamento da moeda (cara

ou coroa). Estabelecido quem iniciara a jogada os times dirigem-se aos respectivos

locais. A equipe que inicia 0 jogo fica de posse das bolas de cor vermelha e ocupa 0

box de inicio dependendo da divisao que esta sendo competida. No caso de

competiyoes individuais 0 box ocupado pel a equipe vermelha e 0 terceiro da direita

para a esquerda no caso de competiyao em dupla a equipe vermelha ocupa os

boxes 2 e 4 e em equipe os boxes 1,3 e 5, enquanto que a equipe azul fica com 0

box 4 no individual, 3 e 5 na dupla e 2, 4 e 6 na equipe.

o tempo para cada parcial deve ser de 5 min para individual BC1, BC2 e BC4;

6 min para individual BC3, dupla de BC4 e equipe e 8 min para dupla de BC3.

o numero de parciais e de 4 para jogos individuais e duplas e de 6 para

equipe.

No jogo em equipe e em duplas e permitido a presenya do tecnico do time no

final da quadra de boccia e um pedido de tempo durante a partida para cada time de

3 min, em que os jogadores podem sair da area de lanyamento.

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

25

A seguir as seguintes atitudes correspondem a uma infra<;:ao:

Tocar a linha de lan<;:amento sem a permissao do arbitro, arremessar a bola

sem a permissao do arbitro, incomodar 0 adversario, calheiro comunicar-se com 0

paratleta, calheiro olhar para 0 campo de jogo, iniciar um arremesso sem a

autoriza<;:ao da sua ordem de jogada, 0 jog ador movimentar sua cadeira de rodas na

ordem do adversario, ou 0 calheiro movimentar a cadeira de rod as sem 0 pedido do

paratieta, no momento do arremesso 0 paratleta nao estiver com pelo menDs uma

nadega em contato com a cadeira de rodas. Todas estas situa<;:oes ocasionam uma

penalidade e duas bolas sao cedidas ao oponente nestes casos.

As faltas cometidas em ambos os lados se anulam. Para 0 novo arremesso

das bolas de penaliza<;:ao serao utilizadas bolas do recipiente onde ficam as bolas

que foram consideradas fora pelo arbitro, isto e, aquelas que tocaram em qualquer

momento as linhas limitrofes da quadra, caso nao haja bolas do oponente neste

recipiente as mais distantes da bola branca serao escolhidas para 0 arremesso. A

pontua<;:ao deve ser anotada pelo arbitro e a parcial termina quando todas as bolas

de penaliza<;:ao forem arremessadas e se houver mudan<;:a na pontua<;:ao esta deve

ser anotada pelo arbitro no marcador como sendo 0 final da parcial.

o Tie-Breake sera concedido sempre que houver um empate entre os lad os.

A bola branca sera posta em cima do X no meio da quadra e a partida inicia-se com

um novo sorteio de cara e coroa para escolher quem inicia 0 tie-brake.

o paratleta pode pedir a qualquer momento a verifica<;:ao das posi<;:oes das

bolas pedindo permissao ao arbitro para entrar na quadra, medir a distancia entre

bolas ou contar a quantidade de pontes naquele momento antes de arremessar a

bola.

Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

26

Quando 0 iubitro acidentalmente move as bolas do jogo, ou ele recome9a a

parcial ou coloca-as na mesma posi9ao anterior. Nesta ultima situa9ao 0 arbitro deve

consultar 0 juiz de linha para averiguar a decisao, entretanto a decisao final sempre

sera do arbitro.

Caso duas bolas sejam lan9adas do mesmo lade am bas sao consideradas

lan9adas e nao se aplica penalidade. Se devido a um erro de arbitragem 0 lade

oposto lan9ar a bola e esta nao modificar 0 jogo, esta bola e devolvida para 0

jogador, caso ela mova as bolas de jogo 0 oponente escolhera entre restabelecer 0

jogo anterior ou iniciar uma nova parcial.

Em competi90es de duplas e equipe e permitido um e duas substitui90es

respectivamente, sendo que elas devem ocorrer no intervalo entre parciais e devem

ser informadas ao arbitro. 0 jog ador substituido nao pod era retornar ao jogo durante

a partida.

Cada bola tem valor de 1 ponto sendo pontuadas as bolas mais pr6xirnas da

bola branca de um mesmo lade ate que a bola do oponente pontue.

Em duplas e em equipe e necessaria a presen9a de urn capitao de equipe

que tera as seguintes fun90es:

Indicar qual jog ador arremessara a bola, entre as parciais 0 capitao podera dar

instru90es aos seus jogadores, podera solicitar 0 tempo.

Todos os jogadores podem pedir para que 0 jogador oponente se desloque

para tras no momenta de seu lan9amento

A calha, dispositiv~ auxiliar nas quais os atletas da classe bc3 utilizam para

arremessar as bolas na quadra deve, no momenta do lan9amento nao ultrapassar a

linha de arremesso, nao podem possuir dispositivos de frenagem ou acelera9ao e

nem de orienta9ao, a cada lan9amento de bola 0 calheiro, pessoa que manipula a

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

27

calha, deve movimentar a mesma no plano horizontal a fim de que a direyao

aplicada pelo at leta na jogada anterior tenha sido mudada. 0 jog ador pod era utilizar

um outro dispositiv~ que 0 auxilie a segurar a bola medindo nao mais que 50 cm de

comprimento, ao jogador tambem e permitido utilizar outros tipos de calhas para

lanyar as bolas durante a partida.

As cadeiras de rod as devem possuir uma altura maxima de 66 cm, incluindo 0

acento e almofada e deve ser a cadeira de rodas usual do paratleta.

2.3 AS PESSOAS COM DEFICIENCIA FislCA QUE PRATICAM BOCCIA

Ha 4 classificayoes para a competiyao de boccia paraolimpica: BC1, BC2,

BC3, BC4 e ha sete divisoes de competiyao: individual por classe, dupla de BC3 e

BC4 e equipe de BC1 e BC2.

Paratletas da classe BC1

Sao aqueles que apresentam disfunyao motora em todo 0 corpo, nao sao

capazes de impulsionar a cadeira de rod as manualmente, tem dificuldades em

alterar a posiyao sentada, usam 0 tronco em movimentos de cabeya e brayos, tem

dificuldades em agarrar e soltar e nao apresentam funyao das pernas.

Paratletas da classe BC2

Tambem apresentam disfunyao motora em todo 0 corpo, contudo de forma

mais branda. Possuem controle de tronco mais associam movimentos de brayo,

possuem dificuldades em realizar movimentos isolados e regulares de tronco, sao

capazes de abrir dedos e polegar, mas nao rapidamente, sao capazes de

impulsionar a cadeira de rodas com as maos ou pes e possivelmente sao capazes

de permanecer em pe, mas com auxilio.

• Paratletas da classe BC3

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

28

Nesta classe encontramos jogadores com paralisia cerebral ou algum quadro

motor severo que impossibilite 0 jogador de competir em outras classes. Esta e a

classe mais comprometida a nivel motor. 0 paratleta tem forya insuficiente ou sem

coordenayao para agarrar e soltar a bola de bocha, e ou movimentos que 0

impeyam de lanyar a bola alem da linha V.

Paratletas da classe BC4

Jogadores com outras disfunyoes locomotoras nos 4 membros de origem nao

cerebral ou cerebral degenerativa. Possuem faixa ativa de movimentos pobre, pouca

forya e falta de coordenayao combinado com pobre controle dinamico de tronco,

usam os brayos para 0 retorno a posiyao sentado, tem suficiente destreza em

manipular a bola de bocci a e lanya-Ia alem da linha V, contudo um pobre controle de

agarrar e soltar a bola sao evidenciados, 0 jogador pode utilizar do pendulo do brayo

para arremessar a bola, sao capazes de movimentar a cadeira de rodas, mas

movimentos rapidos nao sao observados. Nesta classe encontramos paratletas com

distrofia muscular, ataxia de Friedrich, esclerose multipla, lesao medular de C5 para

cima, espinha bifida combinado com envolvimento da extremidade superior, ou

outras condiyoes que apresentem os detalhes acima.

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

29

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa utilizada e descritiva segundo Thomaz e Nelson, no qual foi

utilizado um questionario fechado contendo 37 perguntas, nas quais poderia ser

atribuidos valores de +3 a -3. A essencia de um estudo com esse delineamento

fundamenta-se na observayao feita antes (x,) e depois (X2) do campeonato (a,).

3.2 DESCRIC;AO DO UNIVERSO

A populayao desse trabalho foram os 9 deficientes fisicos, praticantes da

modalidade de boccia da Associac;f:io dos Deficientes Fisicos do Parana (ADFP)

situada a Rua XV de Novembro, 2765 - Bairro Alto da XV - Curitiba - Parana.

A amostra desse trabalho foi composta de 9 pessoas, sendo 8 do sexo

masculino, 1 do sexo feminino (sendo que dois atletas nao responderam 0

questionario), com idades entre 23 e 41 anos, praticantes de boccia. Na avaliayao

todos responderam ao questionario tres dias ap6s a participayao no campeonato.

3.3 MATERIAL E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

o instrumento utilizado nesse estudo foi um questionario (Anexo 1). Os dados

do questionario sao: 0 nome do atieta, a data de avaliayao, local e horario e as

quest6es especificas sobre 0 tema.

o questionario foi respondido por 7 atletas do sexo masculino, sendo que 1

atleta masculino nao respondeu, assim como a atleta do sexo feminino.

Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

30

4 RESULTADO E DISCUssAo

Os resultados obtidos nessa pesquisa seguem em forma de graficos sendo os

mesmos discutidos em funl(ao dos objetivos propostos.

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

'" 00.:::J0,

0 <1l <1l 0..c0 0 ..c

0 ..c 0 ""0"~

..c ..c c ..c c ..c<1l:::J C c "N c "S c ~ '5OJ "N :~ .2 "c cr "c E:::J .Ql :::J :::J :::J Ql 0 Q; .Ql 0

I N -l -l --, N I- --, E l-• ••• •••~~

~--- N

-O}--

-----

(/)

0"0

~:;(/)Qla:Ql"0

~----0>-

QlCJ 0-,.::-Ql

"~

(ij ---""-c«I;; -c;')

00LL,«

'>t cry N 0 '";- ~ C( 'fa:CJ

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

32

Podemos observar no gratico acima que a media entre os atletas esteve

satisfat6ria, pois ouve uma mescla de atletas para esta competic;;ao, sendo que os

atletas com mais vivencia no esporte tiveram um bom desempenho, sabendo como

lidar com as adversidades que encontraram durante 0 campeonato. Dois dos atletas

nao responderam 0 questionario por se acharem muito estressados antes e depois

da competic;;ao, e sendo a primeira vez que pos mesmos participavam de algo com

tamanha importancia, po is este campeonato era classificat6rio para 0 Campeonato

Mundial de Boccia. Devemos lembrar que alguns dos atletas acima ja tiveram

experiencias internacionais, 0 que ajudou para seu controle emocional antes,

durante e depois do campeonato.

Entre os atletas como maior tempo de vivencia no esporte, tivemos uma

melhora nas fazes que antecedem 0 campeonato, como maus rendimentos no

treino, dormir mal na noite anterior a competic;;ao, condicionamento fisico

inadequado, entre outros, mas mesmo assim a melhora foi significante com os

atletas estando mais assiduos aos treinamentos ap6s a competic;;ao e estando

atenciosos para a pr6xima vez.

Tendo em vista as perguntas respondidas, pudemos verificar que a maioria dos

atletas tem dificuldades nos quesitos que dizem respeito aos meios de transporte e

locomoc;;ao para os treinos e locais de competic;;ao, sendo que na maioria das vezes

os locais nao sao apropriados e nem oferecem estruturas para os atletas poderem

se locomover pelas instalac;;6es sozinhos. Tambem ha 0 problema da falta de apoio

familiar, a falta de patrocinio, a falta de assistencia medica e fisioterapica, 0 que

prejudica e muito 0 rendimento dos atletas. Tambem temos as quest6es dos maus

resultados em competi9Cies anteriores, muitos atletas trazem apos 0 jogo que nao se

saiu bem a ligac;;ao com a competic;;ao passada, falando da falta do profissional de

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

33

psicologia para poder ajuda-Ios a superar os problemas, alguns desses tambem

relataram a pressao da torcida adversaria, 0 que muitas vezes prejudica seu

rendimento durante 0 jogo.

Sendo assim, podemos definir que os niveis que foram atingidos pel os atletas

que responderam os questionarios podem ser melhorados, nao dependendo dos

atletas que nos seus desempenhos individuais, obtiveram resultados negativos

devido as Iimitac;:6es no decorrer do programa.

Evidencia-se assim, que muitas vezes os resultados nao dependem do

programa, mas sim da participac;:ao assidua dos atletas.

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

34

5 CONSIDERAC;OES FINAlS

Para a Organizayao Mundial de Saude a deficiE!ncia e a experiencia da

exclusao sofrida por aqueles que apresentam capacidades desvantajosas para uma

determinada sociedade, ou seja, um surdo, filhos de pais surdos, frequentador de

uma escola voltada para pessoas com deficiencia auditiva, nao se considera uma

pessoa deficiente (OINIZ, 2004), e desta forma que constitui um ambiente ideal,

organizado de uma maneira tal onde ninguem e apontado ou discriminado por conta

de suas diversidades. Na apurayao dos relatos apresentados pelos praticantes de

atividade fisica que participaram deste estudo as maiores dificuldades apontadas

sao: a falta de apoio financeiro e acessibilidade dificultada pois de segundo R. 22

anos "hoje a minha maior dificuldade esta realmente em me locomover", muitos

necessitam de transporte publico que ora nao sao equipados com adaptayoes para

cadeiras de rodas ou rampas, ora os pontos de parada dos 6nibus nao possuem

calyadas rebaixadas e pisos uniforme 0 que dificulta a locomoyao para as pessoas

com cadeiras de rodas, muletas, bengal as, entre outros. No entanto, mesmo

enfrentando algumas dificuldades todos confirmam 0 que e preconizado pela

literatura relatando uma sensayao de bem-estar, melhoria na qualidade de vida, no

estado emocional e na relayao estabelecida com a sociedade ap6s iniciarem a

pratica de atividades esportivas, sendo esta premissa confirm ada por R. 40 anos

"minha vida melhorou muito depois que comecei a praticar esportes, foi uma

recomendayao medica porque tinha problemas de hipertensao, mas que acabou me

ajudando a melhorar outros aspectos da minha vida".

Muito ainda se pode fazer pelo esporte adaptado e por seus praticantes, e

nao se trata de atitudes assistencialistas ou impregnadas de piedade, trata-se de

respeito, simplesmente porque ter acesso as oportunidades de lazer e trabalho e um

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

35

direito de todos garantido pela constitui9ao, por isso a necessidade de maiores

investimentos para desporto adaptado em Curitiba para amplia9ao dos espa90s para

a pratica de atividades esportivas, para que mais pessoas possam aderir a atividade

e para que haja um maior numero de profissionais de Educa9ao Fisica envolvidos

com 0 esporte adaptado colaborando no processo de treinamento dos atletas.

o programa apresentou resultados baixos (aquem do esperado), com necessidade

de controle de mais variaveis, como as que foram identificadas no decorrer do

trabalho - se90es de fisioterapia, tempo, local de treinamento, numeros de atletas

reduzidos, estado emocional e fisico dos atletas, etc.

Uma observa9ao realizada durante 0 trabalho, embora nao fosse 0 objetivo

desse estudo, foi a carencia de auto-confian9a nos atletas, os mesmos

apresentavam baixo nivel de motiva9ao, acrescentando problemas relacionados a

imagem corporal. Porem com treinamento, foi possivel reverter essa situa9ao.

o que sugere que os estudos em rela9ao ao treino desportivo de atletas com

deficiencias fisicas, nao se Iimitem as questoes de desempenho quantitativo, mas

avaliem tambem aspectos relacionados ao seu estado psiquico e emocional.

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

36

REFERENCIAS

ADAMS, R. C. et alii. Jogos, esportes e exercicios para 0 deficiente fisico. 3. ed.Sao Paulo: Manole, 1985.

AMARAL, L. A. Pensar a diferenl(a/deficiemcia. Brasilia: Coordenadoria Nacionalpara Integrayao da Pessoa Portadora de Deficiemcia, 1994.

ARAUJO, P. F. Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalizayao eatualidades. Brasilia: Ministerio da Educayao e do DesportollNDESP, 1998.

ASSUMP<;:Ao, E. Psicologia do esporte adaptado: um novo desafio da psicologia.Disponivel em: www.entreamigos.com.br. Acesso em agosto de 2007.

AXELSON, P. Benefits of physical activity for people with spinal cord injuries.In: Journal of Rehabilitation Research and Development: Washington, 1996.

BRASIL. Ministerio da Educayao. Caderno texto do curso de capacital(ao deprofessores multiplicadores em educal(ao fisica adaptada. Brasilia: MEC;SEESP, 2002.

BRASIL. Ministerio do Esporte e Turismo. Lazer, atividades fisica e esportiva paraportadores de deficiencia. Brasilia: SESI-DN:, 2001.

CARMO, A. A. Deficiencia fisica: a sociedade cria, "recupera" e discrimina. 2. ed.Brasilia: Secreta ria dos Desportos/PR, 1991.

CASTRO, S. V. Anatomia fundamental. 2ed. Sao Paulo: Makron Books, 1985.

CIDADE, R. E. A. et alii. Introdul(ao it educal(ao fisica e ao desporto parapessoas portadoras de deficiencia. Curitiba: Ed. UFPR, 2002.

COSTA, A. M. Educal(ao Fisica e esportes adaptados, Uberlandia: mimeo. 1988.

CRESPO, A. M. M. Inclusao Social: pessoas com defici€mcia e a construyao dacidadania. Disponivel em: www.artsbrasil.org.br. Acesso em setembro de 2007.

DINIZ, D. Quem e deficiente no Brasil? Disponivel em www.carpediem.org.br.Acesso em Setembro de 2007.

FRONTERA, W. R. et alii. Exercicio fisico e reabilital(ao. Porto Alegre: Artmed,2001.

GORGATTI, M. G. et alii. Atividade fisica adaptada. Sao Paulo: Manole, 2005.

LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho cientifico:procedimentos basicos, pesquisa bibliografica, projeto e relatorio, publicayoes etrabalhos cientificos. Sao Paulo: Atlas, 2001.

Page 37: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

37

Lazer, atividades fisicas e esportivas para portadores de deficiencia. Brasilia:SESI-DN: Ministerio do Esporte e Turismo, 2001.

MELLO, M. T. Paraolimpiadas - Sidney 2000. Sao Paulo, Atheneu, 2002.

MELLO, M. T. Grau de depressao e ansiedade em adultos paraplegicosdesportistas e sedentarios. In: Sobama - Revista da Sociedade Brasileira deAtividade Motara Adaptada, v. 1, n.1, dez. 1996.

MOLLER, A. Espa~os e Equipamentos de Lazer e Recrea~ao e as PoliticasPublicas. In: MOLLER, Ademir, BURGOS, Miria Suzana. (Org.). ColeU.lnea deTextos do Encontro Nacional de Recrea«ao e Lazer - 14 ENAREL. 01 ed. SantaCruz do Sui: EDUNISC, 2002.

PESQUISAS DO ACSM PARA A FISIOLOGIA DO EXERCiclO CLiNICO: afec«oesneuromusculares, neoplasicas, imunol6gicas e hematol6gicas. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2004.

ROSADAS, S. C. Atividade fisica adaptada e jogos esportivos para 0 deficiente.Eu posso. Voces duvidam? Sao Paulo: Atheneu, 1989.

SASSAKI, R. K. Como chamar as pessoas que tern deficiencia? In: VidaIndependente: hist6ria, movimento, lideran«a, conceito, filosofia e fundamentos. SaoPaulo: RNR, 2003.

SHERRIL, C. Adapted physical activity, recreation and sport: crossdisciplinaryand lifespan. 4. ed. Dubuque, IA: Brown & Benchmark, 1993.

SOUZA, P. A. 0 esporte na paraplegia e tetraplegia. Rio de Janeiro: Guanabara,1994.

Page 38: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marcelo Nunes Monteiro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/12/VALORES-DE-ESTRESSE... · Marcelo Nunes Monteiro VALORES DE ESTRESSE PSiQUICO

ANEXO ITeste de Estresse Psiquico

Nome: _-,- ----,:-:---:- -:::-- _Modalidade: Idade: Data: _

Para cada sitllayao abaixo qlle pode exercer lima inflllencia sobre sell desempenho voce in\atribuir lllll valor seguindo a escala a seguir:+3: illflllellcilllllllito positivil+2: illflllellcill positivil+1: illflllellcill POIICOpositiva

-1: illflllellcill POIICOlIegativa-2: illflllellcia Ilegiltivil-3: illflllellcia IIIl1ito Ileglltiv([

0: lIell/lllllla illflllellcia

N° Situa~iics: Valo.·1 Erros no inicio da partida2 Erros no fim da competiyao3 Oemora para iniciar a competi.;ao4 Oormir mal na noite anterior II competiyao5 Ser 0 favorito6 o adversario e 0 favorito7 Pressiio de outros para vencer8 Cobranya de si mesmo para vencer9 Maus resultados em competiyoes anteriores10 Condicionamento fisico inadequado11 Preparayao tecnica inadequada12 Falta de preparayao psicol6gica13 Con flitos com 0 treinador14 Conflitos com companheiros15 Conflitos com familiares16 Bom rendimento inesperado do ad versa rio17 Maus rendimentos nos treinos18 Criticas do treinador na competiyao19 Criticas dos companheiros na competiyuo20 Ter perdido para 0 mesmo adversario21 Comportamento da torcida contra22 Nervosismo excessivo23 Sentir dor durante os treinos24 Sentir dor antes ou durante a competiyao25 Alimentayao inadequada26 Condiyoes inadequadas de treino27 Aparelhos ortopedicos inadequados28 Materiais e equipamentos esportivos inadequados29 Falta de reconhecimento do desempenho esportivo30 Falta de apoio familiar31 Falta de patrocinio32 Falta de assistencia fisioten\pica e medica33 Falta de assistencia psicol6gica34 Problemas de transporte para os treinamentos35 Problemas de acessibilidadeJJara os treinamentos36 Problemas de transp011epara as competiyoes37 Problemas de alojamento