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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACS CURSO DE NUTRIÇÃO CÁSSIA EMANUELY SOARES AMBRÓSIO DAMIANY LOPES LORENTZ GISELLY FERNANDES VIEIRA SANTOS LAURA DE CASTRO DOMINGOS LEITE LEAL THAYANE NUNES NERY ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DOS NÚCLEOS DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF), COM ENFOQUE AO TRABALHO DO NUTRICIONISTA Governador Valadares 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACS

CURSO DE NUTRIÇÃO

CÁSSIA EMANUELY SOARES AMBRÓSIO

DAMIANY LOPES LORENTZ

GISELLY FERNANDES VIEIRA SANTOS

LAURA DE CASTRO DOMINGOS LEITE LEAL

THAYANE NUNES NERY

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DOS NÚCLEOS DE APOIO A SAÚDE DA

FAMÍLIA (NASF), COM ENFOQUE AO TRABALHO DO NUTRICIONISTA

Governador Valadares 2009

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CÁSSIA EMANUELY SOARES AMBRÓSIO

DAMIANY LOPES LORENTZ

GISELLY FERNANDES VIEIRA SANTOS

LAURA DE CASTRO DOMINGOS LEITE LEAL

THAYANE NUNES NERY

ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DOS NÚCLEOS DE APOIO A SAÚDE DA

FAMÍLIA (NASF), COM ENFOQUE AO TRABALHO DO NUTRICIONISTA

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau em Nutrição, apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce. Orientador: Ms. Nízia Araújo Vieira Almeida

Governador Valadares 2009

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AGRADECIMENTOS

Agradecer significa reconhecer que sozinhos não somos nada.

Portanto, agradecemos primeiramente a Deus que sempre nos iluminou e nos deu

coragem e forças para superar todas as dificuldades.

A nossa orientadora Nízia Araujo Vieira de Almeida por todo o apoio e incentivo

durante a elaboração de nosso trabalho.

A Cristiane Esteves Lima, coordenadora dos Núcleos de Apoio á Saúde da Família

(NASF) por permitir a execução do trabalho com seus profissionais.

E a todos os profissionais do NASF que colaboraram na coleta de dados.

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RESUMO

O presente estudo foi realizado com profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) do município de Governador Valadares – MG. Tratou-se de um estudo transversal de caráter exploratório e descritivo, realizado dentro de uma abordagem qualitativa, com o objetivo de conhecer a atuação dos profissionais que compõem as equipes dos NASF, com enfoque no trabalho do nutricionista, investigando a sua atuação e as ações desenvolvidas. Foram entrevistados 22 profissionais das seis áreas que integram a equipe do NASF: Nutricionistas, Farmacêuticos, Psicólogos, Fisioterapeutas, Assistentes Sociais e Educadores Físicos. A partir dos dados obtidos através das entrevistas foi construído o perfil dos profissionais que compõem o NASF, sendo a maioria jovens e com pouco tempo de experiência profissional. Constatou-se que apesar da resistência encontrada no inicio da implantação do NASF, principalmente por parte das agentes comunitárias de saúde, os profissionais conseguiram colocar em prática a interdisciplinaridade através de diversos trabalhos em conjunto. As atribuições determinadas para o nutricionista no NASF, de acordo com a Portaria 154, que estão sendo realizadas no município são a atuação efetiva sobre os determinantes dos agravos e distúrbios alimentares e nutricionais, além da identificação de características domiciliares e familiares, que orientam na detecção precoce de dificuldades que afetam o estado nutricional e a segurança alimentar e nutricional da família. Observou-se que o atendimento individualizado tem sido prioridade. Entretanto, esse não deve ser o foco do serviço no NASF, devendo os profissionais concentrarem suas ações no âmbito familiar e comunitário. Em relação às funções do nutricionista no programa, constatou-se que o diagnóstico da situação alimentar e nutricional e a educação nutricional voltada para a equipe de saúde são atividades que não foram realizadas. Entretanto, essa situação pode ser justificada pela carga horária limitada devido ao grande número de unidades atendidas por cada profissional, o que os leva a priorizar algumas atividades em detrimento de outras. Enfim, os profissionais reconhecem a importância da presença do nutricionista na equipe e da mesma forma, os nutricionistas percebem o reconhecimento do seu trabalho pelos colegas.

Palavras-chave: Nutricionista, Estratégia de Saúde da Família, Núcleo de Apoio a Saúde da Família.

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ABSTRACT

The present study was conducted with professionals of the Nucleus of Support to the Health of Família (NASF) of the town of Governador Valadares-MG. This was a transversal study of exploratório and descriptive character inside of a qualitative approach, with the objective to know the performance of the professionals who compose the teams of the NASF, focusing on the work of nutritionist, investigating its performance and actions developed. We interviewed 22 professionals from six areas that make up the team NASF: Nutritionists, Pharmacists, Psychologists, Physiotherapists, Social Workers and Physical Educators. From the data obtained through interviews was constructed the profile of the professionals involved in the NASF, being mostly young e with little time of professional experience. It was found that despite the resistance found at the beginning of the implantation of NASF, mainly on the part of the communitarian agents of health, professionals were able to put into practice through various interdisciplinary work together. The attributions determined for the nutritionist in the NASF, in accordance with Portaria 154, which are being held in the city are the the performance of the determinants of health problems and feeding disorders and nutrition, as well as identification of domiciliary and familiar characteristics that they guide in the precocious detention of difficulties that affect the nutricional state and the alimentary and nutricional security of the family. It was observed that the individual assistance has been a priority. However, this should not be the focus of the service in NASF, professionals should focus their actions in the family and community. In relation to the functions of the nutritionist in the program, it was found that the diagnosis of alimentary and nutricional situation and the nutricional education directed toward the health team are activities that had not been carried through. However, this situation can be justified by the limited hours due to the large number of units of the responsibility of each professional, which leads to prioritize some activities over others. Finally, the professionals recognize the importance of the presence of the nutritionist in the team and in the same way, the nutritionists perceive the recognition of its work for the colleagues. Key-words: Nutritionist, Strategy of Health of the Family, Nucleus of Support the Health of the Family.

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LISTA DE SIGLAS

CFN – Conselho Federal de Nutricionistas

DAB – Departamento de Atenção Básica

ESF – Estratégia de Saúde da Família

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LOSAN – Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família

NOBs – Normas Operacionais Básicas

OMS – Organização Mundial de Saúde

PACS – Programa de Agentes Comunitários em Saúde

PBF – Programa Bolsa Família

PNAN – Política Nacional de Alimentação e Nutrição

PNDS – Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança

PNDU – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PSF – Programa de Saúde da Família

SUS – Sistema Único de Saúde

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 11

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 11

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 11

3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 12

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13

4.1 O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL ................................................................. 13

4.2 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) .................................................. 17

4.3 NUCLÉO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLA (NASF) ......................................... 22

4.4 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM SAÚDE PÚBLICA ................................... 24

5 CASUÍSTICA E METODOLOGIA .......................................................................... 29

5.1. ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................... 30

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 31

6.1 PERFIL DO PROFISSIONAL ATUANTE NO NASF ........................................... 31

6.2 ASPECTOS QUALITATIVOS DA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NO NASF33

6.2.1 Interdisciplinaridade ......................................................................................... 34

6.2.2 Parceria com a equipe da ESF ........................................................................ 34

6.3 ASPECTOS QUALITATIVOS DA ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NO NASF . 36

6.3.1 Principais funções do Nutricionista no NASF .................................................. 36

6.3.2 Diretrizes e atribuições da Portaria 154 para o Nutricionista ........................... 37

6.3.3 Número de ESF e a carga horária de trabalho ................................................ 37

6.3.4 Educação nutricional direcionada à equipe da ESF e comunidade ................. 38

6.3.5 Intersetorialidade ............................................................................................. 39

6.3.6 Ações de alimentação e nutrição na atenção primária em saúde ................... 39

6.3.7 Diagnóstico da situação alimentar e nutricional da comunidade ..................... 41

6.3.8 Participação junto a Equipe de Saúde da Família ........................................... 41

6.3.9 Percepção dos profissionais do NASF em relação à presença do Nutricionista ................................................................................................................................. 42

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7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44

APÊNDICES ............................................................................................................. 50

APÊNDICE A – Roteiro para entrevista com os Nutricionistas do NASF ................. 51

APÊNDICE B – Roteiro para entrevista com profissionais do NASF ........................ 53

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .................... 54

APÊNDICE D – Termo de Solicitação de Autorização para realização de pesquisa na instituição ............................................................................................. 57

ANEXO ..................................................................................................................... 59

ANEXO A – Folha de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univale ..... 60

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1 INTRODUÇÃO

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi criado em janeiro de 2008,

pelo Ministério da Saúde, através da Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008,

republicada em 04 de Março de 2008, com o objetivo de ampliar a abrangência e a

diversidade das ações das Equipes de Saúde da Família, visando uma melhor

qualidade para os usuários da atenção básica, promovendo a prevenção e

reabilitação da saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de

diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em parceria com os profissionais

das Equipes de Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos

territórios sob responsabilidade das equipes nas quais o NASF está cadastrado

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Os NASF de Governador Valadares contam com uma equipe composta por 6

profissionais: Nutricionista, Farmacêutico, Psicólogo, Fisioterapeuta, Assistente

Social e Educador Físico. Na área da nutrição, os quatro (4) Nutricionistas, tem a

função de colocar em prática as diretrizes estabelecidas pela Portaria 154 (cria os

Núcleos de Apoio à Saúde da Família e trata, entre outras, das ações relacionadas à

Alimentação e Nutrição que devem ser desenvolvidas pelo serviço de saúde) e pelo

Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), expressas no documento “O Papel do

Nutricionista na Atenção Primária à Saúde”, de 16 de outubro de 2008; e de

promover a saúde e bem estar da população assistida pelo NASF, através de

assistência nutricional à coletividade e ações preventivas.

Para conhecer a atuação e o desempenho desses profissionais no NASF foi

proposto a fazer uma pesquisa qualiquantitativa, na qual foi realizada uma entrevista

com os profissionais do NASF. O estudo possibilitou conhecer como é realizado o

serviço nos Núcleos e identificou os pontos em que esta atuação necessita ser

aprimorada, contribuindo assim para o aperfeiçoamento desta atuação junto à saúde

da população.

Foi verificado, com maior ênfase, a atuação do Nutricionista. Sabe se que

uma nutrição adequada contribui para promoção da saúde, já que um indivíduo bem

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nutrido possui maior resistência imunológica e consequentemente, corre menos

riscos de infecções, parasitoses e doenças decorrentes da má alimentação como

diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças coronárias.

Neste sentido, torna- se primordial a assistência nutricional que é prestada

pelos Nutricionistas às comunidades atendidas pelos NASF. Sendo assim, tal

pesquisa assume uma relevância social ao apresentar para a sociedade as

atividades praticadas pelos profissionais da Nutrição na atenção básica de saúde no

município de Governador Valadares. Demonstrou também, a importância desses em

benefício da saúde da comunidade e se a atuação é pertinente às necessidades da

mesma.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Conhecer a atuação dos profissionais que compõem as equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), do município de Governador Valadares, com enfoque no trabalho do Nutricionista, investigando a sua atuação e as ações desenvolvidas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

_ Verificar se os profissionais do NASF foram treinados/capacitados para o exercício das atividades propostas pelo programa _ Identificar quais são as atividades realizadas pelo Nutricionista no NASF _ Identificar se o Nutricionista tem conhecimento das atividades que deve realizar no seu trabalho no NASF que são estabelecidas pela Portaria 154 (Portaria de criação do NASF) _ Conhecer a importância da presença do Nutricionista no NASF, segundo a opinião dos profissionais

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3 JUSTIFICATIVA

Cada vez mais vem se evidenciando a importância de uma alimentação

adequada no tratamento e prevenção de diversas doenças. Nesse sentido, a

atuação do profissional Nutricionista tem sido bastante solicitada. Atentos para esta

necessidade, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família já integram em sua equipe

multidisciplinar o Nutricionista, com o objetivo de unir forças e conhecimento no

combate e prevenção de doenças provenientes da má alimentação, oferecendo aos

pacientes atendidos pelos NASF melhora das condições de vida e saúde. Para que

este objetivo seja alcançado é importante que o atendimento à população seja

realizado de modo integral, através de uma equipe multidisciplinar que trabalhe de

forma conjunta e em cooperação. Deste modo é que deve ocorrer o trabalho do

Nutricionista no NASF em relação aos outros profissionais que compõem a equipe,

ambos trocando informações e conhecimentos visando um atendimento de melhor

qualidade à comunidade.

Desta forma, verifica-se a importância de conhecer as atividades realizadas

pelo Nutricionista e os demais profissionais que atuam no NASF e o atendimento

prestado à população cadastrada na Estratégia de Saúde da Família (ESF) de

Governador Valadares.

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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 O SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL

O atual sistema de saúde em prática no Brasil, o Sistema Único de Saúde

(SUS), foi elaborado a partir da necessidade de uma reforma do sistema de saúde

pública do país, visando à substituição do modelo de atenção em saúde centrado na

assistência médica curativa e individual, ou seja, o simples combate de doenças, por

um novo modelo que priorizasse a promoção da qualidade de vida e saúde da

população e que garantisse a democratização da assistência à saúde (ASSIS et al.,

2002; SANTOS; MELO, 2008). Essa necessidade traduziu-se na criação do SUS,

definido legalmente pela Constituição Federal de 1988 e pelas Leis nº 8080/90 (Lei

Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, trata da participação comunitária na gestão do

Sistema (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 1988; OLIVEIRA et al.,

2008; SANTOS; MELO, 2008).

Através da Constituição Federal, estabelece-se a saúde como um “direito de

todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que

visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e

igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

(CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 1988, art. 196),

sendo colocado em prática através de um

conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS) (LEI ORGÂNICA DA SAÚDE, 1990, art. 4º).

Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, os

hospitais, incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue)

e fundações e institutos de pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e

o Instituto Vital Brasil. Através do SUS todos os cidadãos tem direito a consultas,

exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS,

sejam elas públicas (da esfera municipal, estadual e federal) ou privadas. Estas

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últimas são contratadas pelo gestor público de saúde, credenciadas por contrato ou

convênio de prestação de serviço ao Estado, quando as unidades públicas de

assistência à saúde não são suficientes para garantir o atendimento a toda a

população de uma determinada região, buscando assim, eliminar a desigualdade na

assistência à saúde da população existente no país (SECRETARIA DE SAÚDE E

DEFESA CIVIL, 2003). Além de oferecer consultas, exames e internações, o

Sistema também promove campanhas de vacinação e ações de prevenção e de

vigilância sanitária, como fiscalização de alimentos e registro de medicamentos,

visando à promoção da saúde e melhora da qualidade de vida da população

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O SUS é administrado por três níveis de gestão: federal, estadual e municipal,

que possuem competências e funções específicas, articuladas entre si, que

compartilham as responsabilidades de promover a articulação e a interação dentro

do SUS, assegurando o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde.

O município tem a incumbência específica de prestar serviços de atendimento à

saúde da população, já à União e aos estados cabe prover a cooperação técnica e

financeira necessárias para seu desenvolvimento e aperfeiçoamento (OLIVEIRA et

al., 2008).

A direção do SUS, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição

Federal, é única, sendo exercida na esfera nacional pelo Ministério da Saúde; na

esfera estadual e no Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde e na

esfera municipal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. O

sistema é financiado com recursos arrecadados através de impostos e contribuições

sociais pagos pela população, sendo uma responsabilidade financeira dos três

níveis de governo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009)

O sistema é regulamentado, além das leis já citadas, por normas e portarias

emitidas pelo Ministério da Saúde, que são as Normas Operacionais Básicas

(NOBs); estas definem as competências de cada esfera de governo e as condições

necessárias para que estados e municípios possam assumir as responsabilidades e

prerrogativas dentro do Sistema. Definem também, as estratégias e os movimentos

tático-operacionais que reorientam a operacionalidade do Sistema, a partir da

avaliação periódica de implantação e desempenho do SUS (SOUZA, 2002).

Os princípios e diretrizes que orientam a dinâmica do SUS, estabelecidos na

Lei 8080, no Capítulo II – Dos Princípios e Diretrizes, podem ser resumidos em:

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Universalidade: deve atender, gratuitamente, a todos os cidadãos de acordo com

suas necessidades.

Integralidade: deve atuar de maneira integral, de forma holística, ou seja, através

de uma análise global e entendimento geral dos fenômenos, a fim de prestar

assistência, objetivando a promoção da saúde, prevenção e cura da doença.

Descentralização: deve permitir aos níveis estadual e municipal coordenar as ações

de modo que a implantação do SUS esteja de acordo com seus princípios. Estas

ações devem estar concentradas no nível municipal (municipalização da saúde),

privilegiando e respeitando as características particulares de cada município.

Racionalização: as ações nos diferentes níveis de atenção devem ser organizadas

respeitando as características e necessidades da população a qual se destinam.

Deve também, estar atendo a necessidade da contratação dos serviços privados,

atuando no controle e qualidade destes.

Eficácia e eficiência: deve garantir a qualidade e resolutividade do serviço, ou seja,

produzir resultados positivos quando as pessoas o procuram ou quando um

problema se apresenta na comunidade. Para tal, é necessário adequação do serviço

a realidade da comunidade e disponibilidade de recursos, administrando os recursos

públicos de modo eficiente.

Democrático: deve assegurar o direito de participação de todos os segmentos

envolvidos com o sistema: dirigentes institucionais, prestadores de serviço de saúde,

trabalhadores de saúde e, principalmente, a comunidade, ou seja, os usuários dos

serviços de saúde.

Este último princípio, o caráter democrático, é uma das grandes inovações

desse novo sistema de saúde, se diferenciando do antigo modelo adotado no país,

no qual a saúde não era considerada um direito social e só tinham acesso a serviços

de saúde aqueles que podiam pagar pelo serviço privado ou que tinham direito à

saúde pública por serem segurados pela previdência social (possuíam carteira de

trabalho assinada) (OLIVEIRA et al., 2008). Desta forma, a participação social na

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gestão do Sistema Único de Saúde ocorre de duas formas: através das

Conferências e Conselhos de Saúde, onde a comunidade, através de seus

representantes, pode opinar, definir, acompanhar a execução e fiscalizar as ações

de saúde das três esferas de governo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009)

As Conferências de Saúde são instâncias colegiadas ampliadas que permitem

a participação social no desenvolvimento do sistema de saúde, nas quais reúnem-se

os representantes da sociedade (usuários do SUS), do governo, dos profissionais de

saúde, dos prestadores de serviços, parlamentares e outros. Estas são convocadas

a cada quatro anos, com o objetivo de avaliar a situação de saúde e propor diretrizes

para a formulação da política correspondente (SOUZA, 2002).

Os Conselhos de Saúde são instâncias colegiadas de caráter permanente e

deliberativo, constituídas em cada esfera de governo e tendo como funções

principais a formulação de estratégias para a operacionalização das políticas

setoriais e o controle da execução das políticas e ações de saúde, inclusive nos

aspectos econômicos e financeiros (BRASIL, 1990). Em sua composição há

paridade entre o número de representantes dos usuários (sindicatos, associações de

moradores, aposentados, pacientes, incapacitados e outros grupos da sociedade

civil) e os representantes dos segmentos do setor: governo, prestadores de serviços

e profissionais de saúde. No nível federal, o Conselho Nacional de Saúde foi criado

pelo Decreto 99.438/90 atendendo às disposições da Lei 8.142/90, e desde então

tem funcionado regular e sistematicamente (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA

SAÚDE, 1988).

O sistema de saúde brasileiro “encontra-se em pleno processo de

consolidação, orientado pela efetiva implementação de seus princípios e diretrizes.”

(SOUZA, 2002, p. 44). Entretanto, resultados positivos já podem ser observados,

porém

a consolidação desse novo modelo de atenção requer revisão e realinhamento periódico, visando o seu aperfeiçoamento progressivo, para atender com maior eficácia às reais necessidades indicadas pelo perfil epidemiológico da população (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2008, pag. 8).

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4.2 ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como uma das suas diretrizes a

descentralização, visando à reorientação do modelo de atenção e gestão. Neste

sentido, a Estratégia da Saúde da Família (ESF) foi concebida com o propósito de

reordenar os serviços da rede básica e implantar um novo modelo de atenção.

Portanto, descentralizar a Vigilância Epidemiológica para as Equipes de Saúde da

Família, de forma a valorizar a realidade regional, identificando problemas e criando

possibilidades de aumentar a capacidade de intervenção sobre estes (SILVA, 2007;

SANTOS; MELO, 2008).

A Estratégia de Saúde da Família é um modelo assistencial de atenção

básica que compõe parte do conjunto de prioridades políticas apresentadas pelo

Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde, no qual sua

concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na

doença e desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e

participativas, sob a forma de trabalho em equipes. Neste sentido, substituiu-se o

termo Programa de Saúde da Família por Estratégia de Saúde da Família, já que tal

modelo é realmente visto como uma estratégia para garantir saúde às comunidades

(PIRES; GOTTEMS, 2009).

Ao criar o Programa de Saúde da Família (PSF) em 1994, o SUS tinha como

objetivo aprimorar o PACS (Programa de Agentes Comunitários em Saúde)

implantando um sistema mais voltado ainda para o aspecto de integralidade nos

cuidados de saúde, no qual há priorização para a atenção primária, voltada muito

mais para saúde preventiva do que a curativa (GABARDO; JUNGES; SELLI, 2009).

Para tanto, o PSF, como até pouco tempo era chamado, instalou-se com o objetivo

de reorientar o modelo assistencial, através da implantação de equipes

multiprofissionais em unidades básicas de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Em relação à gestão da ESF é o Departamento de Atenção Básica (DAB),

órgão vinculado à Secretaria de Atenção à Saúde, no Ministério da Saúde, que tem

a missão institucional de operacionalizar essa política no âmbito da gestão federal

do SUS. Entretanto, a execução dessa política é compartilhada por estados, Distrito

Federal e municípios. Ao DAB cabe, ainda, desenvolver mecanismos de controle e

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avaliação, prestar cooperação técnica a estas instâncias de gestão na

implementação e organização da ESF e das ações de atendimento básico, como o

de Saúde Bucal, de Diabetes e Hipertensão, de Alimentação e Nutrição, de Gestão e

Estratégia e de Avaliação e Acompanhamento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

As equipes de saúde da família atuam de forma a conhecer a realidade das

famílias; identificar os problemas de saúde e situação de risco; realizar o

planejamento e programação local com a participação comunitária; estabelecer

vínculo de confiança com os usuários através de uma conduta ética; resolver os

problemas de saúde em nível de atenção básica; garantir o acesso à comunidade

dentro de um tratamento de referência e contra-referência; prestar atendimento

integral aos pacientes cadastrados em cada ESF, respondendo à demanda de forma

contínua e racionalizada; coordenar e participar de grupos de educação em saúde;

promover ações intersetoriais e outras parcerias com organizações formais e

informais existentes na comunidade (ARAÚJO; ROCHA, 2007).

As principais responsabilidades da Equipe de Saúde da Família, de acordo

com a NOAS/2001, constituem: saúde da criança, saúde da mulher, controle de

hipertensão, controle de diabetes melittus, controle de tuberculose, eliminação da

hanseníase e ações de saúde bucal. Somam-se a isso, visitas domiciliares, reuniões

entre os profissionais e a comunidade, atividades educativas com grupos definidos,

ações administrativas de supervisão e educação continuada.

Seguindo essas diretrizes, uma Equipe de Saúde da Família deve ser

composta minimamente por um Médico, um Enfermeiro, um Auxiliar de Enfermagem

e de quatro a seis Agentes Comunitários de Saúde. Quando ampliada, conta ainda

com: um Dentista, um Auxiliar de Consultório Dentário e um Técnico em Higiene

Dental. Entretanto, a incorporação de outras categorias profissionais dependerá dos

municípios. Cada equipe deve ser responsável pela cobertura de 600 a 1.000

famílias. Estas equipes passam a ter co-responsabilidade no cuidado à saúde. A

atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas

residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como porta de

entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2009).

O trabalho em equipe visa à obtenção de impactos sobre os diferentes fatores

que interferem no processo saúde-doença (GABARDO; JUNGES; SELLI, 2009). A

ação interdisciplinar pressupõe a possibilidade da prática de um profissional se

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reconstruir na prática do outro, ambos sendo transformados para a intervenção na

realidade em que estão inseridos (PIRES; GOTTEMS, 2009).

Contudo, em relação à atuação dos profissionais que integram as equipes de

saúde da família, observa-se que, para muitos médicos, a equipe é vista como

sendo equipe médica. Outros trabalhadores de nível superior sempre lutaram para a

construção de uma equipe multiprofissional, pois lamentavam a falta de espaço

dentro das equipes para exercerem suas funções (PIRES; GOTTEMS, 2009).

Assim, foi criado recentemente o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), uma

equipe de multiprofissionais da área da saúde que foi inserida à ESF para somar

esforços em prol da saúde da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Com o avanço e o sucesso das Equipes de Saúde da Família e

principalmente após a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF),

configura-se uma nova concepção de trabalho, uma nova forma de vínculo entre os

membros de uma equipe, diferentemente do modelo biomédico tradicional,

permitindo maior diversidade das ações e busca permanente do consenso. Sob essa

perspectiva, o papel do profissional de saúde é aliar-se à família no cumprimento de

sua missão, fortalecendo-a e proporcionando o apoio necessário ao desempenho de

suas responsabilidades, jamais tentando substituí-la (ARAÚJO; ROCHA, 2007).

A Saúde da Família requer a construção de um projeto assistencial comum com complementaridade dos trabalhos especializados, em que os agentes envolvidos estabeleçam interação entre si e com os usuários. O trabalho em equipe pressupõe, portanto, uma relação recíproca de comunicação e interação. A comunicação em busca de consenso entre os profissionais traduz-se em qualidade na atenção integral às necessidades de saúde da clientela (ARAÚJO; ROCHA, 2007, v.12, n.2, p. 460).

Neste sentido, a participação dos diversos profissionais que compõem a

Equipe de Saúde da Família é essencial, tendo em vista que cada categoria

contribui de forma positiva para a troca e multiplicação dos saberes em busca da

promoção da saúde dos pacientes assistidos pela ESF.

O Ministério da Saúde defende que ao priorizar a atenção básica, a ESF não

faz uma opção econômica pelo mais barato, nem da técnica pela simplificação. A

ESF não é uma peça isolada do sistema de saúde, mas um componente articulado

com todos os níveis (ARAÚJO; ROCHA, 2007). Dessa forma, pelo melhor

conhecimento da clientela e maior acompanhamento dos casos, o programa permite

ordenar os encaminhamentos e racionalizar o uso da tecnologia e dos recursos

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terapêuticos mais caros. A ESF não isola a alta complexidade, mas a coloca

articuladamente a disposição de todos. Racionalizar o uso, nesse sentido, é

democratizar o acesso (PIRES; GOTTEMS, 2009).

De acordo com o Ministério da Saúde, a Estratégia Saúde da Família como

estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde tem provocado um

importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS.

Buscar maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e com isso

tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das

populações assistidas.

A Estratégia de Saúde da Família tem provocado um forte impacto na saúde

dos brasileiros, essa mudança do modelo de atenção básica obteve inclusive

reconhecimento internacional, através do relatório do Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento (PNDU) sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,

no qual ele reconhece que graças à implantação da ESF, nosso país reduziu a

mortalidade infantil de 47 por mil para 25 por mil, entre 1990 e 2006. Além disso,

observou que foi alcançada, de forma antecipada, a meta de redução em 2/3 da

mortalidade de menores de cinco anos, aspecto em que a região Nordeste

apresentou o melhor desempenho no país, ao contrário da tendência habitual; e

também verificou que a proporção de crianças menores de um ano vacinadas contra

sarampo aumentou de 78% para 99% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também elogia, em seu último

Informe sobre “La salud en el mundo – 2008”, os bons resultados obtidos pela ESF,

no qual ele cita a ESF como exemplo de reforma sanitária orientada pela Atenção

Primária e sua significativa contribuição para a melhoria no equilíbrio entre atenção

hospitalar especializada e atenção primária em saúde. O editor responsável pela

publicação, Win Van Lerberghe, ressaltou que a ESF constitui um dos exemplos

mais impressionantes do impacto da adoção dos cuidados básicos e de como esses

cuidados devem ser implementados para que proporcionem melhoria na qualidade

da saúde e tragam resultados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Analisando dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e

da Mulher (PNDS, 2007), MACINKO (2009) afirma que a cobertura da ESF está

associada com padrões de boa qualidade técnica do cuidado e melhoria da saúde

materno-infantil, podendo ser observado pelos seguintes dados: 40% menos relatos

de uso inapropriado de antibióticos em crianças com diarréia; 14% mais gestantes

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vacinadas contra tétano; 200% mais gestantes com suplementação de vitamina A;

34% menos crianças com baixo peso (até 5 anos).

Ao analisarmos os resultados preliminares do estudo “Uma avaliação do impacto do Programa Saúde da Família sobre a Mortalidade Infantil no Brasil”, evidenciou que a cada 10% de aumento da cobertura da Saúde da Família nos estados, corresponde uma redução de 4,6% na mortalidade infantil, impacto mais significativo do que outras intervenções, como a ampliação do acesso à água (2,9%) ou ampliação de leitos hospitalares (1,3%) (MACINKO, 2006 apud MINISTERIO DA SAUDE 2009).

A mudança provocada por esse sistema de atenção primária tem sido mais

significativa em municípios com maior cobertura pela ESF e naqueles com menor

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Comparativamente a outros países da

América Latina, o Brasil tem obtido um dos melhores resultados em termos de

expansão do acesso de gestantes à atenção pré-natal (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2009).

Dados do Ministério da Saúde apontam que nos últimos dez anos houve uma

redução significativa da desnutrição infantil nas áreas cobertas pela Estratégia de

Saúde da Família em todas as regiões brasileiras, de forma especial naquelas onde

a prevalência desse problema era mais alta, reduzindo assim as desigualdades

inter-regionais.

Enfim, após quinze anos de implantação, acumulam-se importantes

evidências relativas ao impacto da Estratégia de Saúde da Família no Brasil, dentre

elas podemos destacar: a ampliação da cobertura vacinal e de pré-natal, a redução

da mortalidade infantil bem como a redução da desnutrição protéico-calórica, estas

ilustram alguns dos efeitos da melhoria do acesso às ações de saúde da criança

promovida pela expansão da ESF (OLIVEIRA; ALBURQUEQUE, 2008). Além disso,

em municípios de baixo IDH, a gravidez na adolescência foi 2,5 vezes menor nos

municípios com altas coberturas da ESF, sabendo-se que tal condição é mais

freqüente nos segmentos sociais mais desfavorecidos e que concentra agravos à

saúde da mãe e do recém-nascido (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

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4.3 NUCLÉO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLA (NASF)

Foi criado em janeiro de 2008, pelo Ministério da Saúde o Núcleo de Apoio à

Saúde da Família (NASF), através da Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008,

republicada em 04 de Março de 2008. Com o objetivo de ampliar a abrangência e a

diversidade das ações das Equipes Saúde da Família, visando uma melhor

qualidade para os usuários da atenção básica, promovendo a prevenção e

reabilitação da saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O Ministério da Saúde, para a publicação desta política, considerou diversos

aspectos tais como: A Política Nacional de Atenção Básica, com ênfase no

fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família, a Política Nacional de Promoção

da Saúde, a Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência, a Política

Nacional de Alimentação e Nutrição, a Política Nacional de Saúde da Criança, a

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, a Política Nacional de

Práticas Integrativas e Complementares, a Política Nacional de Medicamentos, a

Política Nacional de Assistência Farmacêutica e a Política Nacional da Pessoa Idosa

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de

diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em parceria com os profissionais

das Equipes Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios

sob responsabilidade das ESF nas quais o NASF está cadastrado (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2009).

Existem duas modalidades de NASF: o NASF 1, que deverá ser composto

por no mínimo cinco das profissões de nível superior (Psicólogo, Assistente Social,

Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Profissional da Educação Física,

Nutricionista, Terapeuta Ocupacional, Médico Ginecologista, Médico Homeopata,

Médico Acupunturista, Médico Pediatra e Médico Psiquiatra) vinculado de 08 a 20

Equipes de Saúde da Família e o NASF 2, que deverá ser composto por no mínimo

três profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes (Assistente

Social, Profissional de Educação Física, Farmacêutico, Fisioterapeuta,

Fonoaudiólogo, Nutricionista, Psicólogo e Terapeuta Ocupacional), vinculado a no

mínimo 03 Equipes de Saúde da Família, sendo vedada a implantação das duas

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modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000 habitantes dos

Estados da Região Norte, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a,

no mínimo, 5 (cinco) equipes de Saúde da Família, e a, no máximo, a 20 (vinte)

equipes de Saúde da Família (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

A definição dos profissionais que irão compor os núcleos é de

responsabilidade dos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade

identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais

de cada uma das diferentes ocupações. O NASF tem como responsabilidade central

atuar e reforçar oito diretrizes na atenção à saúde: a interdisciplinaridade, a

intersetorialidade, o território, a integralidade, o controle social, a educação

permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2009).

Para implantar o NASF o município deverá apresentar projeto contendo

diversas informações especificadas na Portaria 154 de 24 de janeiro de 2008. Além

disso, só estão aptos a implantar o NASF, municípios que disponham de ESF em

seu território. A qualificação e implantação dos NASF também estão descritas nesta

mesma Portaria (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Em relação aos incentivos financeiros, estes serão repassados do Fundo

Nacional de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde, de acordo com a modalidade

de NASF. Sendo que o NASF 1 receberá um custeio mensal de R$ 20.000,00 e o

NASF 2 R$ 6.000,00 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

A equipe do NASF e as Equipes de Saúde da Família devem trabalhar em

parceria, unindo esforços e conhecimento e criando discussões para gestão do

cuidado. Como, por exemplo, reuniões e atendimentos conjuntos constituindo

processo de aprendizado coletivo. Desta maneira, o NASF não se constitui como um

sistema independente, mas sim como um apoio às Equipes de Saúde da Família,

que tem como eixos a responsabilização, gestão compartilhada e apoio à

coordenação do cuidado à comunidade (MINAYO, 2008).

O NASF está dividido em oito áreas estratégicas, sendo elas: atividade

física/práticas corporais, práticas integrativas e complementares, reabilitação,

alimentação e nutrição, saúde mental, serviço social, saúde da criança/do

adolescente e do jovem, saúde da mulher e assistência farmacêutica. No que se

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refere à atuação dos profissionais, esta será realizada de forma ampla com ações

específicas por áreas estratégicas e ações comuns de responsabilidade de todos os

profissionais, a serem desenvolvidas em conjunto com as Equipes de Saúde da

Família e com a comunidade.

Apesar do pouco tempo de existência, o NASF tem demonstrado resultados

positivos e contribuído muito com a ESF para levar cuidados básicos e assistência

de qualidade à população. Contudo, o número ainda bastante limitado de

profissionais em cada NASF, tendo em vista sua abrangência populacional,

encontra-se como um desafio a ser superado em busca de um aumento de sua

resolutividade quanto de sua capacidade de compartilhar e fazer a coordenação do

cuidado, compartilhando esses desafios com as Equipes de Saúde da Família

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

4.4 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA EM SAÚDE PÚBLICA

Reconhecendo-se a grande influência que a alimentação exerce sobre a vida

das pessoas e sobre seu estado de saúde ou doença, torna-se de fundamental

importância a presença do Nutricionista como integrante das equipes do Programa

de Saúde da Família, atuando na atenção básica à população, principalmente no

que se refere à prevenção de doenças e promoção da saúde, além do tratamento

das patologias e acompanhamento de grupos de risco.

Segundo Boog (2008), “assim como o médico e o enfermeiro, o Nutricionista é

formado para atuar com qualidade, eficiência e resolutividade no Sistema Único de

Saúde – SUS.” Entretanto, só a partir da criação dos Núcleos de Apoio a Saúde da

Família (NASF) em 2008, que o Nutricionista foi incluído na composição das equipes

das unidades básicas.

Devidamente respaldado no âmbito do ensino, da prestação de serviço e do órgão fiscalizador do exercício profissional, compete ao Nutricionista, no exercício de suas atribuições na área de Saúde Coletiva, prestar assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos sadios ou enfermos, em instituições publicas ou privadas e em consultório de nutrição e dietética, através de ações,

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programas, pesquisas e eventos, direta ou indiretamente relacionados à alimentação e nutrição, visando à prevenção de doenças, promoção, manutenção e recuperação da saúde (BOOG, 2008, v. 1, n. 1, p. 34.).

Boog (2008), em seu trabalho sobre a atuação do Nutricionista em saúde

pública discute que a promoção da alimentação saudável entre a população é

função, não só do Nutricionista e dos serviços de saúde, mas que envolve a ação de

outros profissionais e setores da sociedade, porém, segundo o autor, “o Nutricionista

deve ser a referência para os demais profissionais”.

Em documento publicado pelo Conselho Federal de Nutricionistas, ressalta-se

a importância dos cuidados nutricionais nos serviços de saúde pública:

fortalecer e qualificar o cuidado nutricional no âmbito da atenção primária é uma forma mais econômica, ágil, sustentável e eficiente de prevenir a ocorrência de novos casos de obesidade e doenças associadas à má alimentação do que referenciá-los para o atendimento hospitalar, num futuro próximo, em decorrência de suas complicações (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2008, p. 13).

Neste documento intitulado “O Papel do Nutricionista na Atenção Primária à

Saúde”, o Conselho define o seu posicionamento “sobre o papel da Nutrição como

área estratégica da Atenção Primária em Saúde” (CONSELHO FEDERAL DE

NUTRICIONISTAS, 2008), dirigindo-o aos gestores do SUS, profissionais de saúde,

incluindo a classe dos Nutricionistas, e a sociedade em geral, que também deve

estar envolvida nesse processo de promoção da alimentação saudável entre a

população. No documento é feito uma análise da situação epidemiológica atual,

evidenciando a necessidade das ações de alimentação e nutrição na atenção

primária, especialmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF). No texto, é feito

também, uma relação entre as ações na área da nutrição implementadas no sistema

de saúde com os instrumentos legais vigentes no país: Política Nacional de Atenção

Básica em Saúde, Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), Política

Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) e Política Nacional de

Promoção da Saúde. Por fim, são destacadas algumas ações estratégicas que

podem ser desenvolvidas pelos Nutricionistas em sua atuação no NASF:

_ deverá prioritariamente atuar nos âmbitos familiar e comunitário;

_ a atenção nutricional individualizada deverá ser apoiada de maneira indireta, a

partir de suas funções de planejamento, organização, elaboração de protocolos de

atendimento e de encaminhamento;

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_ o Nutricionista deve atuar em consonância com os demais profissionais do NASF e

das equipes de saúde da família e com a área/setor responsável pela gestão das

ações de alimentação e nutrição no município, visando qualificar a atenção à saúde

e melhorar a resolubilidade;

_ deve atuar de forma efetiva sobre os determinantes dos agravos e distúrbios

alimentares e nutricionais que acometem a população local, contribuindo para a

segurança alimentar e nutricional da população atendida;

_ atuar diretamente junto a indivíduos, famílias e comunidade;

_ participar de ações de educação continuada de profissionais de saúde;

_ articular estratégias de ação com os equipamentos sociais de seu território de

atuação, em prol da promoção da alimentação saudável, do Direito Humano a

Alimentação Adequada e da Segurança Alimentar e Nutricional;

_ realizar o diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população com a

identificação de áreas geográficas e segmentos de maior risco aos agravos

nutricionais, grupos em situação de insegurança alimentar e nutricional com base no

sistema de vigilância alimentar e nutricional e em inquéritos locais e outras fontes de

informação pertinentes;

_ desenvolver ações de nutrição e promoção de práticas alimentares saudáveis que

respeitem a diversidade étnica, racial e cultural da população;

_ favorecer a inclusão social por meio da ampliação do acesso a informação sobre

programas sociais e direitos relacionados à alimentação;

_ auxiliar na identificação de características domiciliares e familiares que orientem a

detecção precoce de dificuldades que possa afetar o estado nutricional e a

segurança alimentar e nutricional da família;

_ avaliar em conjunto com as ESF e os Conselhos de Saúde o desenvolvimento e

implementação das ações de saúde e de alimentação e nutrição e seu impacto na

população;

_ socializar o conhecimento sobre os alimentos e o processo de alimentação;

_ desenvolver estratégias de resgate de práticas e hábitos alimentares regionais

relacionadas ao consumo de alimentos saudáveis;

_ elaborar em conjunto com a Equipe de Saúde da Família rotinas de atenção

nutricional e atendimento para doenças relacionadas à alimentação e nutrição, de

acordo com protocolos de atenção básica, organizando a referência e contra-

referência;

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_ participar de ações vinculadas aos programas de controle e prevenção dos

distúrbios nutricionais;

_ desenvolver, coletivamente, com vistas à intersetorialidade, ações que se integrem

a outras políticas sociais como educação, esporte, cultura, trabalho, lazer, entre

outras.

A atuação do profissional da nutrição em saúde pública é legitimada na lei

que regulamenta a sua profissão, na medida em que determina como atividade

privativa do Nutricionista: “assistência e educação nutricional a coletividades ou

indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório

de nutrição e dietética” (LEI 8234, 1991, art. 3º, inciso VII) e estabelece em

parágrafo único:

É obrigatória a participação de Nutricionista em equipes multidisciplinares, criadas por entidades públicas ou particulares e destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implementar, executar e avaliar políticas, programas, cursos nos diversos níveis, pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente relacionados com alimentação e nutrição [...] (LEI 8234, 1991, parágrafo único).

Também o CFN reafirma essa atuação em seu posicionamento sobre o papel

da nutrição em área estratégica da Atenção Primária em Saúde, no qual “é

elucidada a importância dessa incorporação para a qualificação e a garantia da

integralidade da atenção à saúde ofertada à população brasileira” (CONSELHO

FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2008, p. 5).

Na Portaria 154, de criação do NASF, são definidas as atribuições dos

diversos profissionais que compõem o núcleo e entre estas, as ações de

Alimentação e Nutrição, sobre as quais é pautada a atuação do Nutricionista no

NASF. Segundo a Portaria, estas ações envolvem: conhecer e estimular a produção

e o consumo dos alimentos saudáveis produzidos regionalmente; promover a

articulação intersetorial para viabilizar o cultivo de hortas e pomares comunitários;

capacitar a equipe de saúde e participar de ações vinculadas aos programas de

controle e prevenção dos distúrbios nutricionais e elaborar em conjunto com as

equipes, rotinas de atenção nutricional e atendimento para doenças relacionadas à

Alimentação e Nutrição, de acordo com protocolos de atenção básica, organizando a

referência e a contra-referência do atendimento (BRASIL, 2008).

Pádua e Boog (2006), afirmam que a formação do Nutricionista, como um

profissional de saúde, visa a sua atuação no Sistema Único de Saúde e que por

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tanto, deveriam estar completamente inseridos no mesmo, mas que na realidade,

ainda é pequena e iniciante a participação deste profissional nas unidades básicas

de saúde.

Assis et al. (2002), em seu trabalho sobre a inserção do Nutricionista na

equipe multidisciplinar do Programa Saúde da Família (PSF), destaca a grande

relação entre o cumprimento dos objetivos do PSF com a intervenção alimentar e

nutricional, através da qual torna-se possível a melhoria da segurança alimentar e

nutricional da população.

Boog (2008), evidencia que na Política Nacional de Alimentação e Nutrição

(PNAN) e na Política Nacional de Promoção da Saúde é estabelecida a função dos

serviços e equipes de saúde de promover práticas alimentares saudáveis entre a

população, sendo, portanto, necessário a presença do Nutricionista como integrante

dessas equipes, uma vez que este é o profissional detentor dos conhecimentos a

respeito da ciência da nutrição.

Em sua atuação no NASF, assim como os demais profissionais integrantes do

núcleo, o Nutricionista deve considerar as condições de vida dos sujeitos e

comunidade, tendo uma visão ampla da realidade epidemiológica e buscando

identificar quais as principais necessidades e carências de cada comunidade.

Tendo em vista que grande parte dos indivíduos atendidos pelo NASF são de

classe social menos favorecidas e com isso possuem menor informação a respeito

de alimentação saudável e de cuidados higiênicos sanitários para com os alimentos,

é de extrema importância a orientação de um profissional habilitado, no sentido de

fornecer informações adequadas e assistência primária para sujeitos e coletividade.

Outro aspecto importante que deve ser observado pelos Nutricionistas, diz

respeito às diversidades existentes nas comunidades assistidas por um mesmo

NASF, que por serem localidades diferentes, possuem também realidades e

prioridades específicas que precisam ser diagnosticadas para um desempenho mais

eficaz de sua função.

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5 CASUÍSTICA E METODOLOGIA

Tratou-se de um estudo transversal de caráter exploratório e descritivo

(RICHARDSON, 1999), realizado dentro de uma abordagem qualitativa, na qual

foram analisadas questões referentes às opiniões dos profissionais em relação à sua

atuação no NASF e sua participação no sistema de atenção básica.

O presente projeto foi submetido, avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da UNIVALE (Anexo A).

Para a realização da pesquisa sobre a participação e atuação dos

profissionais que integram os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF) do

município de Governador Valadares (MG) foi feita uma entrevista qualitativa

(Apêndices A e B) e abordadas questões relativas às práticas efetuadas no NASF,

visando o conhecimento de suas funções, forma de atuação e atividades

realizadas.

Foram entrevistados os profissionais das seis (6) áreas que integram a equipe

do NASF, sendo eles: quatro (4) Nutricionistas, quatro (4) Farmacêuticos, quatro (4)

Psicólogos, quatro (4) Fisioterapeutas, quatro (4) Assistentes Sociais e quatro (4)

Educadores Físicos, totalizando 24 participantes.

O primeiro contato com os participantes foi realizado por telefone, sendo o

número obtido através da coordenação do serviço. Neste contato foi feito o convite

para participação na pesquisa e o agendamento de um horário, de acordo com a

disponibilidade para a realização da entrevista. No segundo contato, no local

agendado, foi realizada explicação mais detalhada a respeito dos métodos e

objetivos da pesquisa e apresentação do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE – Apêndice C). Foram excluídos os profissionais que não

assinaram o TCLE ou que não compareceram à entrevista, após marcadas por duas

vezes consecutivas.

O roteiro para a entrevista com os profissionais foi elaborado de acordo com a

Portaria de criação do NASF, Portaria número 154 (BRASIL, 2008) e com as

diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde para a Estratégia de Saúde da

Família (BRASIL, 2006).

A análise da atuação dos Nutricionistas no NASF foi realizada com base na

Lei 8234 (BRASIL,1991), que regulamenta a profissão, com a Portaria 154 (BRASIL,

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2008), que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família e com as diretrizes

estabelecidas pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), publicada em 16 de

outubro de 2008.

As entrevistas foram aplicadas por uma única acadêmica do curso de

Nutrição, evitando erros de interpretação das respostas durante essa etapa e

minimizando possíveis falhas quanto à abordagem. Foram também coletados dados

pessoais para traçar o perfil dos profissionais do NASF.

5.1. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A estatística descritiva dos dados coletados foi realizada pelo programa Excel

(versão 2007), a partir do qual foram construídos tabelas e gráficos. Este estudo,

apesar de ter sido denominado como uma pesquisa qualitativa, também possui seus

aspectos quantitativos, necessários para a construção do perfil dos profissionais,

uma vez que,

a maior aceitação da pesquisa qualitativa ampliou as possibilidades de sua combinação com a pesquisa quantitativa, sempre que os objetos de estudo a reclamasse (CANESQUI, 2009, p.127).

A análise de conteúdo das entrevistas utilizada será a análise temática, ou

seja, as opiniões serão agrupadas de acordo com os temas e questionamento

abordados. Segundo Richardson (1999) esta técnica é a “mais utilizada, rápida e

eficaz” e “consiste em isolar temas de um texto e extrair as partes utilizáveis, de

acordo com o problema pesquisado, para permitir sua comparação com outros

textos escolhidos da mesma maneira”.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram entrevistados 22 profissionais integrantes das equipes dos Núcleos de

Apoio à Saúde da Família (NASF) do município de Governador Valadares,

representando uma adesão de 91,7%. Apenas dois profissionais (um educador físico

e um farmacêutico) não participaram do trabalho por motivo de férias e licença

médica, respectivamente.

A partir dos dados obtidos através das entrevistas foi construído o perfil dos

profissionais que compõem o NASF do município e levantados os aspectos

qualitativos a respeito da atuação desses profissionais.

6.1 PERFIL DO PROFISSIONAL ATUANTE NO NASF

Os profissionais que atuam no NASF são profissionais jovens (54.5% ≤ 30

anos), com faixa etária variando de 23 a 43 anos, sendo a média de idade de 30,6

anos. A equipe é composta em sua maioria por mulheres (63.6%), conforme

apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Perfil dos profissionais atuantes no NASF, segundo sexo e idade, do município de Governador Valadares/MG – 2009.

Em relação à formação profissional dos entrevistados, observa-se, conforme

a Tabela 2, que a maioria (81,8%) ingressou recentemente no mercado de trabalho,

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possuindo menos de 5 anos de experiência profissional, uma vez que a maioria é

jovem (Tabela 2). No que se refere ao tempo de trabalho no NASF a maior parte

está inserida no programa a mais de 1 ano, ou seja, desde o início da sua

implantação no município. Quanto ao quesito especialização observou-se que

68,2% possuem pelo menos uma especialização, o que demonstra uma

preocupação desses profissionais em aprimorar seus conhecimentos e assim,

contribuir para uma melhor atuação.

Tabela 2 – Perfil dos profissionais atuantes no NASF, segundo formação e tempo de experiência profissional e no NASF, do município de Governador Valadares/MG – 2009.

O gráfico 1 apresenta a relação de profissionais que receberam ou não

treinamento específico para ingressar no NASF do município. A maioria (n= 14)

relatou ter participado de treinamento com toda a equipe, junto à coordenação do

programa. Principais assuntos abordados: princípios do SUS, atuação no NASF,

Estratégia de Saúde da Família, área de abrangência, perfil dos usuários da ESF e

também, a participação de profissionais que já trabalhavam na ESF. No entanto,

este fato é controverso, pois alguns profissionais com o mesmo tempo de atuação

no serviço, alegaram ter recebido treinamento enquanto outros afirmaram não terem

recebido nenhum tipo de treinamento.

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Gráfico 1 – Número de profissionais que receberam treinamento específico para ingressar no NASF do município de Governador Valadares/ MG – 2009.

Contudo, “a capacitação do profissional para a ação preventiva e educativa é

de extrema importância para a comunidade em que atua, contribuindo para a

melhora da qualidade de vida” (SILVA E ROS, 2007). O que justifica a necessidade

de uma instrução para os profissionais que irão ingressar no NASF, a fim de

aprimorar seus conhecimentos e capacitá-los para atuarem de forma efetiva na

atenção primária.

6.2 ASPECTOS QUALITATIVOS DA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS NO NASF

Através dos relatos dos profissionais foi possível observar como se dá a

atuação da equipe do NASF dentro da ESF, conhecendo como ocorre a interação

entre os diversos profissionais no que se refere ao atendimento multidisciplinar e a

parceria com a Equipe de Saúde da Família. Tais aspectos serão descritos a seguir

sendo discutidos por temas.

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6.2.1 Interdisciplinaridade

Segundo Vilela e Mendes (2003, v 11, p 527),

o projeto interdisciplinar envolve questionamentos sobre o sentido e a pertinência das colaborações entre as disciplinas, visando um conhecimento do ‘humano’. E, nesse sentido, a interdisciplinaridade é chamada a postular um novo tipo de questionamento sobre o saber, sobre o homem e sobre a sociedade. Não é uma ‘moda’, mas corresponde a uma nova etapa de desenvolvimento do conhecimento. Também não se trata de postular uma nova síntese do saber, mas, sim, de constatar um esforço por aproximar, comparar, relacionar e integrar os conhecimentos.

Sendo assim, a interdisciplinaridade dentro da equipe do NASF apresenta-se

como um método de multiplicação de saberes e uma estratégia para tratar o usuário

de forma mais abrangente, suprindo suas diferentes necessidades.

Para colocar em prática a interdisciplinaridade dentro da atenção básica, os

entrevistados relataram utilizar métodos como encaminhamento para o profissional

específico de acordo com a necessidade de cada paciente; participação de diversas

disciplinas, através de palestras e orientações para grupos assistidos pela Equipe de

Saúde da Família, além de eventos em datas comemorativas, como o Dia Nacional

do Combate ao Tabagismo e o Dia Nacional do Idoso.

Essa prática é relatada no seguinte comentário de um entrevistado:

“Geralmente fazemos visitas com as ACS, participamos de grupos, recebemos

encaminhamento de outros profissionais. Cada unidade tem uma realidade e o

trabalho em grupo é feito de acordo com a necessidade de cada posto. Participamos

também de palestras e eventos.”

6.2.2 Parceria com a equipe da ESF

Sendo o NASF um programa criado para o complemento e auxílio das

atividades realizadas pela ESF, verifica-se uma característica essencial para que

ocorra essa ação: a parceria entre as equipes das unidades de saúde com

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profissionais do NASF. Sem ela é impossível que se alcance um dos princípios

básicos da atenção em saúde pública, a integralidade do atendimento. De acordo

com a Portaria 154, de Criação do NASF, em seu artigo 2º, é estabelecido que os

NASF devem atuar

em parceria com os profissionais das Equipes Saúde da Família - ESF, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF, atuando diretamente no apoio às equipes e na unidade na qual o NASF está cadastrado (BRASIL, 2008).

Desta forma, é fundamental para uma maior qualidade do trabalho em saúde

pública que os profissionais envolvidos estejam conscientes da necessidade de

existência dessa parceria e a efetivem em sua atuação. Em nossas entrevistas, ao

serem questionados sobre a integração entre as equipes e se esta era satisfatória,

todos os profissionais reconhecem a importância dessa parceria e a maioria

considera a interação satisfatória. Vale destacar o relato de um dos entrevistados, o

qual demonstra bem como deve ser o espírito de parceria dentro das unidades: “O

NASF funciona como apoio a unidade de saúde. Não se forma uma equipe paralela,

procura formar uma só equipe.”

Segundo relato dos profissionais, a interação ocorre através das visitas

domiciliares que são realizadas com profissionais das duas equipes; da discussão

de casos entre os profissionais, buscando em conjunto propostas para a intervenção

e solução dos problemas; auxílio dos funcionários das unidades de saúde durante o

atendimento dos demais profissionais e através de reuniões que são realizadas

justamente com o propósito de integração das equipes.

Entretanto, muitos citaram que esta interação é variável dependendo da

equipe da unidade com a qual se trabalha, segundo eles, algumas equipes são mais

conscientes e abertas ao diálogo com os demais profissionais, já outras apresentam

maior resistência, principalmente por parte dos Agentes Comunitários de Saúde

(ACS), que demonstraram maior dificuldade em aceitar a presença dos demais

profissionais, conforme citado nas falas abaixo:

“Por ser um programa novo, algumas ESF ainda tem dificuldade para trabalhar com

o NASF, acham que é uma equipe à parte porque só vamos uma vez por semana na

unidade. No inicio essa integração era pior, principalmente devido a resistência das

ACS, mas hoje está melhor, é satisfatória sim!”

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“Ainda existe muita dificuldade de aceitação, principalmente das Agentes de Saúde.”

“Agora que o pessoal está conhecendo o NASF, no início houve mais resistência

dos ACS, mas nós dependemos dos ACS, pois são eles que conhecem melhor a

comunidade.”

6.3 ASPECTOS QUALITATIVOS DA ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA NO NASF

Abordaremos a seguir, as questões relativas à atuação e ações

desenvolvidas pelos Nutricionistas, visando uma discussão mais aprofundada a

respeito da atuação destes profissionais.

6.3.1 Principais funções do Nutricionista no NASF

Segundo a Portaria 154,

o Nutricionista deve atuar em consonância com os demais profissionais do NASF e das equipes de saúde da família e com a área/setor responsável pela gestão das ações de alimentação e nutrição no município, visando qualificar a atenção à saúde e melhorar a resolubilidade, além de atuar de forma efetiva sobre os determinantes dos agravos e distúrbios alimentares e nutricionais que acometem a população local, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional da população atendida (BRASIL, 2008).

Neste sentido, foi possível verificar que tais profissionais realizam essas

atividades através da orientação nutricional para grupos específicos como

diabéticos, hipertensos e gestantes, além da efetivação do SISVAN nas unidades,

que tem como função monitorar o estado nutricional de diferentes grupos

populacionais.

Outra função pertinente ao Nutricionista de acordo com a Portaria 154

(BRASIL, 2008) é a de auxiliar na identificação de características domiciliares e

familiares que possam afetar o estado nutricional e a segurança alimentar e

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nutricional da família, que é realizado pelas profissionais através das visitas

domiciliares, na qual é possível identificar e intervir nas necessidades de acordo com

a realidade de cada família assistida pela ESF.

Dentre as atividades realizadas no NASF, a Portaria 154 determina que “o

Nutricionista deve atuar prioritariamente nos âmbitos familiar e comunitário”, fato que

não condiz com a realidade, uma vez que todas relataram dispensar maior tempo

para o atendimento individual.

De acordo com as entrevistados, a rotina de trabalho é determinada a partir

da necessidade de cada ESF, buscando sempre realizar um pouco de cada

atividade proposta pela Portaria 154.

6.3.2 Diretrizes e atribuições da Portaria 154 para o Nutricionista

Quando questionadas a respeito da Portaria 154, apenas uma Nutricionista

soube informar quais seriam suas diretrizes/atribuições. As demais tiveram dúvidas

ou não souberam informar corretamente, entretanto, afirmaram vivenciar o que

determina a portaria. Tal fato nos permite discutir se esta prática é realmente

vivenciada de acordo com o que prevê a portaria, uma vez que as profissionais

aparentemente desconhecem o conteúdo da mesma.

O conhecimento de tal portaria é de fundamental importância para direcionar

a atuação do profissional na ESF, auxiliando na definição das ações a serem

desenvolvidas em cada unidade, tornando o serviço prestado mais eficaz e

atendendo a população de forma integral, de acordo com a sua realidade.

6.3.3 Número de ESF e a carga horária de trabalho

No município de Governador Valadares foi implantado o NASF1, que de

acordo com a Portaria 154 (BRASIL, 2008) deve estar vinculado de 08 a 20 Equipes

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de Saúde da Família. Sendo assim, as Nutricionistas foram questionadas se a

quantidade de ESF (09 unidades) para cada profissional e a carga horária de 40

horas semanais é suficiente para realizar o trabalho de acordo com os requisitos do

NASF.

Em resposta a este questionamento, todas afirmaram que não é suficiente já

que o número de ESF para cada profissional é grande e o tempo disponível para a

unidade insuficiente para realizar todas as tarefas, assim como relata uma das

Nutricionistas: “O resultado do trabalho é demorado, pois não há monitoramento

durante toda a semana, como deveria.”

6.3.4 Educação nutricional direcionada à equipe da ESF e comunidade

A educação continuada de profissionais da saúde em relação à alimentação e

nutrição é também outra atribuição pertinente ao Nutricionista segundo parecer do

CFN sobre a atuação do Nutricionista na atenção primária (CONSELHO FEDERAL

DE NUTRICIONISTAS, 2008), também citado pela Lei 8234 (BRASIL, 2009) que

determina como atividade privativa do Nutricionista a educação nutricional de

indivíduos e coletividades.

Quando interrogadas se promovem tal diretriz, todas as entrevistadas

alegaram não realizar nenhum tipo de atividade de educação nutricional voltada à

equipe do ESF. Entretanto, algumas relataram a participação de integrantes da

equipe nas atividades propostas para os grupos da comunidade, como palestras e

oficinas, o que evidencia a efetivação da educação nutricional voltada para a

comunidade, mas necessitando que esta se dirija também à equipe de saúde.

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6.3.5 Intersetorialidade

Em conferência internacional promovida pela OMS em 1997, propõe-se que a

"ação intersetorial para a saúde" compreenda

uma relação reconhecida entre uma ou várias partes do setor saúde com uma ou várias partes de outro setor, que se tenha formado para atuar em um tema visando alcançar resultados de saúde (ou resultados intermediários de saúde) de uma maneira mais efetiva, eficiente ou sustentável, do que poderia alcançar o setor saúde agindo por si só (WHO, 1997 apud TEIXEIRA & PAIM, 2000).

Tendo em vista que a intersetorialidade é uma meta do NASF, como uma

estratégia para alcançar resultados positivos de forma mais abrangente, foi

observado que os profissionais que compõem essa equipe fazem interação com

setores da comunidade como igrejas, escolas e creches, que cedem espaço para

realização de eventos, palestras e oficinas, trabalhando em conjunto em prol da

saúde da comunidade.

No entanto, esta intersetorialidade necessita de maiores articulações e de

forma mais constante entre a saúde, educação e assistência, além de outros setores

da comunidade, como o comércio e grupos já formados na comunidade.

6.3.6 Ações de alimentação e nutrição na atenção primária em saúde

As ações de alimentação e nutrição são entendidas como um “componente

importante da promoção da saúde em todas as fases do ciclo de vida” (BRASIL,

2008), isso porque através de práticas alimentares saudáveis previne-se não só

distúrbios relacionados à alimentação e carências nutricionais, mas também na

prevenção do desenvolvimento de Doenças Crônicas Degenerativas (diabetes,

hipertensão, doenças cardiovasculares e outras), de elevadas prevalências nos dias

atuais e que merecem atenção especial.

Portanto, o desenvolvimento de ações de alimentação e nutrição na atenção

primária é de fundamental importância para colocar em prática o novo modelo de

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atenção em saúde que prioriza a promoção e proteção da saúde, bem como a

prevenção de doenças (BRASIL, 2009).

Os Nutricionistas, enquanto profissionais de saúde, devem defender e

valorizar a sua atuação, reconhecendo a responsabilidade que tem frente à

população por eles atendida. Tal consciência foi observada por parte de todas as

profissionais entrevistadas que citaram a importância de suas ações para a

prevenção das doenças e com vistas à melhoria da qualidade de vida dos

indivíduos:

“Hoje a alimentação e nutrição está totalmente relacionada com doenças

degenerativas que é o maior foco da saúde pública, quando estas doenças são

controladas na atenção primária evitam-se maiores complicações.”

“O maior problema de saúde publica é a obesidade, ela vem acompanhada de

doenças crônicas degenerativas, portanto é importante fazer a prevenção e

orientação à população para evitar outras patologias.”

“Na atenção primaria é trabalhado a prevenção, através da reeducação alimentar,

ensinando as pessoas a se alimentar de acordo com cada patologia.”

“As ações de alimentação e nutrição são importantes para a melhora da qualidade

de vida e promover a saúde.”

As Nutricionistas mencionaram ações de alimentação e nutrição que são

priorizadas: o atendimento a pacientes com algum tipo de patologia, principalmente

crianças com baixo peso e obesas; elaboração de materiais informativos (cartazes e

panfletos); busca ativa e palestras sobre alimentação saudável, reeducação

alimentar e aquisição de alimentos de acordo com os hábitos locais e recursos

disponíveis.

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6.3.7 Diagnóstico da situação alimentar e nutricional da comunidade

O diagnóstico da situação alimentar e nutricional é um instrumento que deve

ser utilizado pelo Nutricionista para que seja realizada uma intervenção adequada de

acordo com a necessidade de cada comunidade, para tanto, o documento “O Papel

do Nutricionista na Atenção Básica” prevê o seguinte requisito:

Realizar o diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população com a identificação de áreas geográficas e segmentos de maior risco aos agravos nutricionais, grupos em situação de insegurança alimentar e nutricional com base no sistema de vigilância alimentar e nutricional e em inquéritos locais e outras fontes de informação pertinentes, considerando a intersetorialidade e a multicausalidade da situação alimentar e nutricional (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2008).

Todavia, esse diagnóstico apesar de útil e necessário, foi relatado ter sido

realizado parcialmente apenas por uma das Nutricionistas que compõe o NASF,

uma vez que, este foi feito somente com crianças de 0 a 10 anos, quando deveria

envolver toda a população. Segundo ela, esse levantamento foi feito nas unidades

em que ela atua através da chamada nutricional, que é uma forma de avaliação do

estado nutricional da população requerido pelo SISVAN, onde foi possível conhecer

o número de crianças com sobrepeso ou baixo peso/baixa estatura e

posteriormente, realizado busca ativa para a intervenção adequada.

6.3.8 Participação junto a Equipe de Saúde da Família

Sabe-se que é de fundamental importância para o funcionamento do trabalho

nas unidades de saúde e para um atendimento mais integral e humanizado da

população que haja uma cooperação e interação entre os diversos profissionais que

compõem as equipes do NASF e da ESF. Desta forma, buscou-se conhecer como o

Nutricionista estabelece essa parceria com os demais profissionais da unidade

questionando-as sobre a sua participação nas atividades desenvolvidas pela equipe

de saúde da família. Todas as profissionais citaram a participação nos grupos

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existentes nas unidades (grupo de gestantes, diabéticos, hipertensos) como forma

de interação entre a equipe e a realização de eventos comemorativos, como a

Semana do Idoso e Combate ao Fumo.

6.3.9 Percepção dos profissionais do NASF em relação à presença do

Nutricionista

Considerando que a Lei 8234 de 17 de setembro de 1991, determina como

umas das atividades privativas do Nutricionista a “assistência e educação nutricional

a coletividades ou indivíduos, sadios ou enfermos, em instituições públicas e

privadas e em consultório de nutrição e dietética”; torna-se necessário a presença de

tal profissional dentro da equipe do NASF para que a comunidade possa receber

esse tipo de assistência.

Na opinião dos demais profissionais do NASF em relação à presença do

Nutricionista na equipe, verificou-se unanimidade nas respostas ao afirmarem a

necessidade e importância de tal profissional na atenção básica de saúde.

Principais relatos apresentados:

“A presença do Nutricionista é fundamental, porque hoje em dia não adianta só

tomar remédio se não tiver uma alimentação correta. O Nutricionista está ali na

equipe para ajudar nessa questão.”

“O Nutricionista é importante e necessário, visto que grande parte das doenças e

possibilidades de controle dessas estão intimamente ligadas a qualidade nutricional

do indivíduo, sendo indispensável uma intervenção especializada.”

Além da opinião dos demais profissionais, conhecemos também a opinião das

Nutricionistas referente à visão desses profissionais em relação a sua presença na

equipe do NASF. Segundo elas, a profissão está sendo valorizada cada vez mais,

no entanto, observaram resistência por parte de alguns profissionais da ESF no

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início da implantação do programa. Atualmente essa dificuldade, na maioria das

unidades, já foi superada e o trabalho é mais valorizado por toda a equipe.

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7 CONCLUSÃO

Mediante o trabalho realizado, foi possível conhecer o perfil dos profissionais

que atuam no NASF do município de Governador Valadares/MG. Neste estudo

constatou-se maioria jovens e mulheres. Em relação ao tempo de experiência no

NASF a maior parte está inserida no programa a mais de 1 ano, ou seja, desde o

início da sua implantação no município. No que se refere a especialização observou-

se uma certa preocupação desses profissionais em relação ao aprimoramento de

seus conhecimentos acadêmicos uma vez que uma grande parcela destes possuem

pelo menos um tipo de especialização.

A interdisciplinaridade é colocada em prática entre os profissionais que atuam

no NASF, através de encaminhamentos para o profissional especializado de acordo

com a necessidade de cada paciente e também no trabalho com grupos assistidos

pela Equipe de Saúde da Família mediante palestras e eventos.

Considerando que o NASF trabalha em conjunto com a ESF foi possível

verificar que essa parceria é satisfatória, segundo relato dos profissionais, que

afirmam terem superado a resistência de alguns profissionais no início da

implantação do NASF, tendo o reconhecimento do trabalho realizado.

Concluiu-se que as atribuições determinadas para o Nutricionista no NASF,

de acordo com a Portaria 154, estão sendo realizadas no município através do

trabalho em conjunto com os demais profissionais e da atuação sobre os

determinantes dos agravos e distúrbios alimentares e nutricionais, além de

identificação de características domiciliares e familiares, que orientam na detecção

precoce de dificuldades que afetam o estado nutricional e a segurança alimentar e

nutricional da família. Contudo, observou-se que o atendimento individualizado tem

sido prioridade, uma vez que demanda mais tempo. Entretanto, esse não deve ser o

foco do serviço no NASF, devendo os profissionais concentrarem suas ações no

âmbito familiar e comunitário.

Ainda em relação às funções do Nutricionista no programa, constatou-se que

o diagnóstico da situação alimentar e nutricional e a educação nutricional voltada

para a equipe de saúde são atividades que não foram realizadas. Entretanto, essa

situação pode ser justificada pela carga horária limitada devido ao grande número de

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unidades atendidas por cada profissional, o que os leva a priorizar algumas

atividades em detrimento de outras.

Foi possível perceber que quando questionados a respeito da Portaria 154

sobre as atribuições do Nutricionista no NASF maior parte dos profissionais não

conheciam seu conteúdo, sendo que esta informação é primordial para a atuação no

serviço, sendo necessário que todos os profissionais tivesse conhecimento desta,

para uma melhor execução de suas funções enquanto profissional do NASF.

Enfim, os profissionais reconhecem a importância da presença do

Nutricionista na equipe e da mesma forma, os Nutricionistas percebem o

reconhecimento do seu trabalho pelos colegas.

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Atenção Básica e a Saúde da Família. Desenvolvido pela equipe de informática da CGPAN. Brasília. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/dab/atencaobasica.php>. Acesso em: 24 de abril de 2009. MINISTÉRIO DA SAÚDE. O que é o SUS. Disponível em: <http://189.28.128.100/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=1395>. Acesso em: 24 de abril de 2009. OLIVEIRA, D. C. et al. A política pública de saúde brasileira: representação e memória social de profissionais. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.1, p. 197-206, jan. 2008. OLIVEIRA, S. F.; ALBUQUERQUE, J. B. Análise da gestão do cuidado no Programa de Saúde da Família: referencial teórico-metodológico. Psicologia & Sociedade, Porto Alegre, v. 20, n.2, p. 237-246, mai./ago. 2008. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE – OPAS/OMS. A Saúde no Brasil. Brasília, 1998. PÁDUA, J. G.; BOOG, M. C. F. Avaliação da inserção do nutricionista na Rede Básica de Saúde dos municípios da Região Metropolitana de Campinas. Revista de Nutrição, Campinas, v.19, n.4, p. 413-424, jul./ago. 2006. PASQUIM, E. M. Nutrição no Programa Saúde da Família. 2002. 68 f. Monografia (Especialização em Saúde Coletiva: Educação em Saúde) – Departamento de Saúde Coletiva, Universidade de Brasília, Brasília, 2002. PIRES, M. R. G. M.; GOTTEMS, L. B. D. Análise da gestão do cuidado no Programa de Saúde da Família: referencial teórico-metodológico. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v.62, n.2, p. 294-299, mar./abr. 2009. RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTOS, S. S. B. S.; MELO, C. M. M. Avaliação da descentralização da vigilância epidemiológica para a Equipe de Saúde da Família. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n. 6, p. 1923-1932, nov./dez. 2008.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro para entrevista com os Nutricionistas do NASF

• Identificação

Nome: ____________________________________________ Idade: _________

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Tempo de experiência: ___________________

Tempo de experiência no NASF: ________________________

Especialização: _______________________________________

1. Você participou de algum tipo de treinamento para ingressar no NASF? Como?

( ) SIM ( ) NÃO

Se sim, qual (is)?

2. Em quantas ESF você atua? Quais?

3. Na sua opinião, quais são as principais funções do Nutricionista do NASF?

4. Quais as diretrizes/atribuições da Portaria 154 para o Nutricionista?

5. O número de ESF atendidas pelo profissional e a carga horária de 40 horas

semanais é suficiente para efetuar o trabalho de acordo com os requisitos do NASF?

6. Como se dá a parceria com a equipe do ESF? A integração das duas equipes

(ESF e NASF) é satisfatória? Comente.

7. Dentre as atividades realizadas no NASF, para quais você dispensa maior tempo?

8. Qual a sua rotina de trabalho na ESF?

9. Você realiza algum tipo de atividade de educação nutricional direcionado à equipe

da ESF e à comunidade? De que forma?

10. Como se dão as ações interdisciplinares dentro da ESF?

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11. Como se dá a intersetorialidade dentro da ESF?

12. Como você prioriza suas ações de Alimentação e Nutrição?

13. No seu ponto de vista, porque é importante a adoção efetiva de ações de

alimentação e nutrição na atenção primária em saúde?

14. Foi realizado diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população?

Como?

15. Qual a sua participação dentro das atividades realizadas pela equipe de saúde

da família?

16. Em sua opinião, qual a visão dos outros profissionais em relação à presença do

Nutricionista na equipe do NASF?

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APÊNDICE B – Roteiro para entrevista com profissionais do NASF

• Identificação

Nome: ____________________________________________ Idade: _________

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Tempo de experiência: ___________________

Tempo de experiência no NASF: ________________________

Especialização: _______________________________________

1. Você participou de algum tipo de treinamento para ingressar no NASF? Como?

( ) SIM ( ) NÃO

Se sim, qual (is)?

2. Em quantas ESF você atua? Quais?

3. Como se dão as ações interdisciplinares dentro da ESF?

4. Como se dá a parceria com a equipe do ESF? A integração das duas equipes

(ESF e NASF) é satisfatória? Comente.

5. Qual a visão em relação à presença do Nutricionista na equipe do NASF?

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APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1 – Identificação do Responsável pela execução da pesquisa:

Título: Atuação dos Profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), com enfoque ao trabalho do nutricionista

Pesquisador Responsável: Nizia Araújo Vieira Almeida

Alunos Participantes:

Cássia Emanuely Soares Ambrósio Damiany Lopes Lorentz Giselly Fernandes Vieira Santos Laura de Castro Domingos Leite Leal Thayane Nunes Nery

Contato com pesquisador responsável

Endereço: Rua Osvaldo Cruz, 302/601 – Centro Governador Valadares (MG) Telefone(s): (33) 99615048 / (33) 3279-5599

Comitê de Ética em Pesquisa

Rua Israel Pinheiro, 2000 – Campus Universitário Tel.: 3279 5575

2 – Informações ao participante ou responsável:

1) Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa intitulada: Atuação

dos Profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), com

enfoque ao trabalho do Nutricionista, a qual será utilizada para elaboração do

Trabalho de Conclusão de Curso das alunas do oitavo período do curso de

Nutrição 2009, da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE).

2) A pesquisa terá como objetivo(s): Conhecer o modo de atuação dos profissionais

que compõem as equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), do

município de Governador Valadares, com enfoque ao trabalho do Nutricionista,

investigando a sua atuação e as ações desenvolvidas.

3) Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações que

informam sobre o procedimento.

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3.1) Será realizada uma entrevista com os profissionais que atuam nos NASF

de Governador Valadares, abordando questões relativas ao seu desempenho e as

práticas efetuadas dentro dos núcleos, a fim de conhecermos suas funções, modo

de atuação e as atividades realizadas.

3.2) Os participantes responderão às perguntas, necessitando de 30 minutos

de disponibilidade do profissional.

4) Durante sua participação, você poderá recusar responder a qualquer pergunta

ou participar de procedimento(s) que por ventura lhe causar (em) algum

constrangimento.

5) Você poderá se recusar a participar da pesquisa ou poderá abandonar o

procedimento em qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo.

6) A sua participação na pesquisa será como voluntário, não recebendo nenhum

privilégio, seja ele de caráter financeiro ou de qualquer natureza. Entretanto, lhe

serão garantidos todos os cuidados necessários a sua participação de acordo

com seus direitos individuais e respeito ao seu bem-estar físico e psicológico.

7) A sua participação poderá envolver os seguintes riscos ou desconfortos:

Constrangimento para responder algumas perguntas.

8) Prevê-se como benefícios da realização dessa pesquisa maior conhecimento a

respeito da atuação dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família

do município, em especial o Nutricionista, contribuindo para o aperfeiçoamento

desta atuação e evidenciando a importância da profissão na atenção primária à

saúde da população, incentivando assim a contratação destes profissionais.

9) Serão garantidos o sigilo e privacidade aos participantes, assegurando-lhes o

direito de omissão de sua identificação ou de dados que possam comprometê-

lo. Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos

participantes.

10) Os resultados obtidos com a pesquisa serão utilizados na elaboração do

Trabalho de Conclusão de Curso e de artigos e resumos científicos para

encontros, congressos, seminários e outros.

Confirmo ter sido informado e esclarecido sobre o conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo indica que concordo em participar desta pesquisa e por isso dou meu livre consentimento.

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Governador Valadares, _____de _____de____________

Nome do participante:____________________________________________

Assinatura do participante:_________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável:______________________________

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APÊNDICE D – Termo de Solicitação de Autorização para realização de pesquisa na instituição

Eu, Nízia Araújo Vieira Almeida, coordenadora do Curso de Nutrição da

Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, solicito à coordenação do Núcleo de

Apoio a Saúde da Família (NASF) autorização para a realização da pesquisa

intitulada “Atuação dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família

(NASF), com enfoque ao trabalho do nutricionista”.

A pesquisa será utilizada para elaboração do Trabalho de Conclusão de

Curso e tem por objetivo conhecer a atuação dos profissionais que compõem os

NASF, do município de Governador Valadares, com enfoque no trabalho do

Nutricionista, investigando a sua atuação e as ações desenvolvidas. Tal pesquisa

possibilitará maior conhecimento a respeito da atuação dos profissionais, em

especial o Nutricionista, podendo gerar uma nova visão a respeito da atuação no

serviço e podendo assim, contribuir para o aprimoramento do mesmo.

Para a realização da pesquisa será feito uma entrevista qualitativa com os

profissionais, na qual serão abordadas questões relativas ao seu desempenho e as

práticas efetuadas dentro do NASF, a fim de conhecermos suas funções, modo de

atuação e as atividades realizadas. Tais entrevistas serão realizadas de acordo com

a disponibilidade de cada profissional e em local a ser definido pelo participante. O

primeiro contato com os profissionais, no qual será agendada a entrevista, será

realizado por telefone, sendo o contato de cada profissional obtido através da

coordenação do serviço. Serão entrevistados os profissionais das seis (6) áreas que

integram a equipe do NASF no município de Governador Valadares, sendo eles:

quatro (4) Nutricionistas, quatro (4) Farmacêuticos, quatro (4) Psicólogos, quatro (4)

Fisioterapeutas, quatro (4) Assistentes Sociais e quatro (4) Educadores Físicos,

somando um total de 24 participantes. A participação destes profissionais no

trabalho será confirmada através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE), aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Vale do Rio

Doce (UNIVALE) e serão excluídos os profissionais que não assinarem o TCLE ou

que não comparecerem à entrevista marcada após duas vezes consecutivas.

As entrevistas serão executadas no mês de setembro de 2009, após

aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univale. Durante a

entrevista poderá ocorrer constrangimento dos participantes, uma vez que as

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perguntas envolvem sua conduta profissional e dados pessoais. Entretanto, para

minimizar tal constrangimento, a mesma será realizada por apenas um entrevistador

e um observador, evitando assim que o profissional se sinta desconfortável ou

inibido. Também, será explicado ao sujeito o objetivo da pesquisa explicitando a

importância desta e os benefícios que proporcionará à sociedade.

Declaro sigilo e não identificação dos profissionais entrevistados e de

quaisquer outros dados que comprometam o anonimato das pessoas, de acordo

com princípios éticos conforme Resolução 196/96.

Declaro que os dados coletados serão armazenados na sala da coordenação

do Curso de Nutrição da Univale por um período de 5 anos e uma cópia de todo o

Trabalho de Conclusão de Curso será destinada à Secretaria de Saúde do

município.

Declaro que os dados obtidos através da pesquisa se tornarão públicos

através da elaboração do trabalho monográfico, de publicações de textos científicos,

apresentações em simpósios, eventos e cursos na área de Nutrição.

Não há previsão de ressarcimento de gastos aos sujeitos da pesquisa.

Governador Valadares, 18 de maio de 2009.

___________________________________

Profª Ms. Nízia Araújo Vieira Almeida

Nutricionista/ Pesquisadora Responsável

Ciente das informações apresentadas acima, autorizo a realização da

pesquisa mencionada na instituição na qual sou responsável.

____________________________________

Responsável pela Instituição/Serviço

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ANEXO

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ANEXO A – Folha de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univale