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1 INTRODUÇÃO O presente trabalho visa fazer uma reflexão dos temas abordados nas disciplinas Fundamentos e Teoria Organizacional, Comunicação e Linguagem, Homem, Cultura e Sociedade, Comportamento Organizacional, do primeiro semestre do curso de Administração. Para é aprofundar o conhecimento teórico, foi realizada a leitura do artigo intitulado “Da rotina à flexibilidade: análise das características do fordismo fora da indústria”. Neste artigo, o autor traz um comparativo com os conceitos do Fordismo aplicado nas organizações, no século XIX, com a área de serviços e o trabalho informal na atualidade, a venda de doces e confeitos nas sinaleiras da Tijuca. Foi também realizada a leitura da resenha “A corrosão do Caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo”, de autoria de Glauco Barbosa Cardoso sobre o livro de Richard Sennet. Para a disciplina Fundamentos e Teoria Organizacional solicita-se que se apresente um exemplo de trabalho informal, em que pode ser aplicada a mesma ideia do “fordismo informal” explorado no artigo, justifique e argumente. Para a disciplina Comunicação e Linguagem, pede-se que se faça uma análise da relação do homem com o trabalho nos tempos atuais, levando em consideração os fatores humanos: desejos, expectativas, necessidades, satisfação x sofrimento. Ainda discorreremos sobre o estilo de cultura organizacional predominante nesta empresa. Para a análise da discpiplina Homem, Cultura e Sociedade , solicita-se que façamos um registro sobre a 3

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Page 1: Uno - Individual

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa fazer uma reflexão dos temas abordados

nas disciplinas Fundamentos e Teoria Organizacional, Comunicação e Linguagem,

Homem, Cultura e Sociedade, Comportamento Organizacional, do primeiro semestre

do curso de Administração. Para é aprofundar o conhecimento teórico, foi realizada

a leitura do artigo intitulado “Da rotina à flexibilidade: análise das características do

fordismo fora da indústria”. Neste artigo, o autor traz um comparativo com os

conceitos do Fordismo aplicado nas organizações, no século XIX, com a área de

serviços e o trabalho informal na atualidade, a venda de doces e confeitos nas

sinaleiras da Tijuca. Foi também realizada a leitura da resenha “A corrosão do

Caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo”, de autoria de

Glauco Barbosa Cardoso sobre o livro de Richard Sennet.

Para a disciplina Fundamentos e Teoria Organizacional solicita-se

que se apresente um exemplo de trabalho informal, em que pode ser aplicada a

mesma ideia do “fordismo informal” explorado no artigo, justifique e argumente.

Para a disciplina Comunicação e Linguagem, pede-se que se faça uma análise da

relação do homem com o trabalho nos tempos atuais, levando em consideração os

fatores humanos: desejos, expectativas, necessidades, satisfação x sofrimento.

Ainda discorreremos sobre o estilo de cultura organizacional predominante nesta

empresa.

Para a análise da discpiplina Homem, Cultura e Sociedade , solicita-

se que façamos um registro sobre a relação entre Trabalho, cultura e Ideologia e

que estabeleçamos uma relação entre o texto lido e a resenha: “A corrosão do

Caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo”.

Para a disciplina Comportamento Organizacional, abre-se uma

discussão sobre o modo como o "informacionalismo", representado pelas TIC

(Tecnologias da Informação e Comunicação) alteraram, também, no decorrer da

história, os processos comunicacionais desenvolvidos nas empresas.

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2 DESENVOLVIMENTO

O modelo de estão fordista apresenta características que visam

abastecer o consumo em massa de automóveis. Para alcançar esse objetivo em

larga escala, Henry Ford sistematizou o trabalho mecanizado em esteira de

montagem e padronização dos modelos. Os trabalhadores posicionavam-se diante

da esteira e repetia os mesmos movimentos de forma rápida e cronometrada.

Apesar do cansaço e fadiga, os trabalhadores não deixavam seus empregos, pois

para subordinar os empregados Ford oferecia altos salários, o objetivo era contratar

trabalhadores que precisassem de dinheiro e não os mais hábeis e inteligentes. Não

se prezava a criatividade e inovação, o interesse era puramente operacional. Nota-

se em suas palavras que o capitalismo estava em foco, mas que usava de belas

palavras iludir os trabalhadores:

Todos conservam a sua liberdade de crítica a respeito dos detalhes da produção [...] a direção da fábrica aceita todas as sugestões [...] todo operário pode comunicar qualquer idéia bem como tentar sua realização [...] a simplificação do trabalho, com benefício do operário, também diminui o custo. [...] Temos um livro onde um operário que já tenha exercido um ofício pode registrá-lo. Sempre que nos falta um especialista, estamos em condições de escolher outro. É um dos meios de ascensão na nossa usina (FORD, 1967, pp. 78-86).

Percebe-se o interesse em se apropriar dos conhecimentos práticos do

trabalhador e da intenção de reduzir custos para em consequência aumentar os

lucros. Em virtude da necessidade financeira e de sustento, os trabalhadores se

suportavam o modelo fordista de trabalho. Alguns direitos dos empregadores só

foram alcançados por exigência e interferência do Estado.

No artigo intitulado “Da rotina à flexibilidade: análise das características

do fordismo fora da indústria”, o autor do texto traz um comparativo com os

conceitos do Fordismo aplicado nas organizações, no século XIX, com a área de

serviços e o trabalho informal na atualidade. O Fordismo é um modelo de

administração caracterizado pela divisão do trabalho, repetição dos movimentos em

grande velocidade, a fim de economizar tempo e produzir de forma mais rápida

possível. Era baseado em três princípios: o princípio da produtividade, o princípio da

intensificação e o princípio da economicidade.

Em síntese, o princípio da produtividade visava aumentar a capacidade

de produção de um homem e a redução de custos por meio da especialização e

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linha de montagem. Assim, quanto mais tempo o trabalhador tivesse de experiência

em determinada função, mais familiarizado com a sua atividade ele ficaria, reduzindo

o tempo para realizar os movimentos. Esse princípio proporcionava maior

estabilidade no emprego, pois as empresas costumavam valorizar o empregado

financeiramente a fim de que estes continuassem em suas funções, visto que a

rotatividade do pessoal se tornava um empecilho para a maximizar a produtividade.

O segundo princípio, da intensificação, tinha como objetivo a

diminuição do tempo desde a fabricação da matéria-prima até a colocação do

produto no mercado. Quanto menos tempo fosse gasto para levar o produto ao

mercado melhor para a empresa.

O terceiro princípio, da economicidade, visava reduzir ao mínimo o

estoque de matéria-prima. Os automóveis seriam vendidos antes mesmo de ser

pago a matéria-prima. Quanto menos estoque melhor, a fim de economizar tempo,

espaço e dinheiro.

Apesar de soar estranho, estes princípios são observados até hoje

nas organizações modernas. As empresas querem produzir cada vez mais em

menos tempo, e as pessoas buscam a cada dia especializar-se em determinada

atividade, a fim de aprimorar suas habilidades. Por exemplo, em empresas de

construção civil, para cada atividade se solicita um profissional especializado, um

pedreiro para levante, um para reboco, um para assentar cerâmicas, um marceneiro,

um pintor, um eletricista, um encanador. Essa especialização em determinada

atividade faz com que o trabalhador se aprimore e torne-se mais rápido e dinâmico

pela experiência. Muitas dessas atividades têm tempo cronometrado, buscando

reduzi-lo ao máximo possível.

Além disso, sobre a economicidade, ter produtos em estoque não é

algo desejável. O empreendedor busca uma grande velocidade na rotatividade de

seus produtos, com a sua venda o mais rápido possível, especialmente em se

tratando de um mercado tão competitivo como o atual que rapidamente os novos

modelos são superados e tornam-se obsoletos, ou mesmo caem de moda. Ter

grandes estoques é sinal de recurso parado, o que necessariamente traz perdas.

O tempo é um dos fatores de extrema importância no Fordismo,

conforme pode ser observado neste trecho retirado do texto: “o interessante é a

busca a todo custo da eficiência. Da mesma forma que no fordismo havia um

controle rígido do que estava sendo produzido em relação ao tempo gasto, no

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‘fordismo informal’ há uma busca de atender ao maior número de carros no menor

tempo possível” (FRAGA, 2005, p. 6). No exemplo citado no artigo em análise o

autor discorre sobre o trabalhador do semáforo que tem um tempo cronometrado

para realizar os movimentos.

Nesse mesmo sentido podemos observar os vendedores de lanches

nas feiras livres ou praças públicas. Ao solicitar um lanche, por exemplo, um beijú

(tapioca), podemos observar que os movimentos de produção são extremamente

sincronizados, buscando reduzir ao máximo o tempo gasto para finalizar o

atendimento. Ao mesmo tempo que a moça pega o pedido mentalmente, já está

colocando a massa na chapa e já identifica o recheio solicitado. Os recheios

encontram-se picados e os potes de recheio estão estrategicamente posicionados

para facilitar o seu trabalho. Observa-se nesta tarefa uma grande preocupação para

realizar o atendimento de todos os clientes em um curto período de tempo, e ao

mesmo tempo, de vender todo o estoque diário, pois, por se tratar de produtos

alimentícios, são perecíveis, e a demora para a utilização da matéria-prima

implicaria em sérios prejuízos.

Assim, se fizermos uma breve análise ao nosso redor, poderemos

observar diversas atividades empresariais, seja no campo formal quanto informal,

que possuem características extremamente similares ao fordismo. O objetivo de

qualquer organização empresarial continua sendo ganhar o maior lucro possível, no

tempo mais curto.

Entretanto, apesar das similaridades, precisamos admitir que o

mundo do trabalho sofreu sérias transformações, especialmente com a contribuição

da tecnologia, a flexibilização e privatização, a instabilidade na relação com o

emprego, a terceirização, a expansão do setor informal e de empregos no setor de

serviços, etc. As relações trabalhistas são extremamente instáveis, a mão-de-obra

precisa ser constantemente requalificada a fim de acompanhar os avanços

tecnológicos, os trabalhadores de muitas funções foram substituídos por máquinas,

reduzindo drasticamente o número de empregos formais. Em contrapartida, o

sustento da família tornou-se cada dia mais difícil, sendo necessária a inserção

quase que em massa da mulher no mercado de trabalho. Junto a isso, sofremos

com uma avalanche de consumismo alimentado pela globalização, que intensifica

cada dia o desejo das pessoas em comprarem mais, confundindo muitas vezes

desejos com necessidades. Eis o capitalismo.

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Em virtude disso, as relações tornam-se cada vez mais mecânicas e

impessoais, conforme apontado no artigo em relação ao modelo de trabalho do

McDonald's. O estilo de cultura organizacional predominante nesta empresa é

similar com os princípios de Henry Ford. As atividades são padronizadas e os

movimentos repetitivos. Há a valorização pela rapidez no atendimento de forma

impessoal. Não há espaço para inovação e criatividade e a rotatividade das

matérias-primas é alta e veloz. Os trabalhadores são em geral jovens, com pouca

escolaridade, não exigindo grandes aptidões intelectuais, o que justifica os baixos

salários. Muitos desses sem oportunidades para empregos melhores, se submetem

a este tipo de trabalho, muitas vezes por experiência. A equipe é reduzida e os

equipamentos são adaptados.

No entanto, muitas empresas buscam um diferencial competitivo,

que em nada está relacionado à rapidez na produtividade. Algumas buscam

diferenciar-se pelo atendimento, pela fidelização do cliente, pela personalização,

entre outros, visto que na atualidade presenciamos muitos consumidores exigentes,

pensantes, que não se conformam com a manipulação das massas.

Para além das questões sobre se o fordismo foi superado ou não,

notamos no texto que existe hoje um tipo de produção chamada de flexível. Para

que este tipo de produção possa se concretizar, ele necessita de mulheres e

homens aptos intelectual, física e ideologicamente, a fim de superar a ideologia

dominante. Para Marx o conceito de ideologia aparece como equivalente de ilusão,

falsa consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as idéias

aparecem como motor da vida real (LOWY, 1985). Nesse sentido, a ideologia é um

instrumento de persuasão do povo que leva a alienação. Os alienados são

facilmente influenciados pelos meios de comunicação em massa, que mascaram e

escondem os reais motivos, além de desviar a atenção para assuntos banais.

O mercado capitalista utiliza a ideologia para mascarar a verdadeira

face do trabalho, além de incentivar ao consumismo. A população alienada é

facilmente manipulada por propagandas e acabam por agir da forma que as

empresas desejam. Temos visto que o mercado atual que preza pela flexibilidade e

liberdade na realidade oprime o trabalhador, iludindo-o e deixando a relação de

emprego cada vez mais frágil, criando riscos cada vez maiores. Deixa o trabalhador

num círculo vicioso, preso a um sistema que se não perceber em tempo hábil o

engole. O que chamamos de liberdade muitas vezes soa ao contrário.

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O texto aborda as transformações decorrentes de mudanças nos

modelos de produção. Segundo o autor, "A reestruturação do modo capitalista de

produção, no final do século XX, deu-se principalmente através do

informacionalismo, ou seja, de uma revolução tecnológica concentrada nas

tecnologias da informação" (FRAGA, 2005, p. 4). Não podemos esquecer que

apesar das drásticas transformações no mundo, inclusive na área empresarial, o

objetivo da empresa continua sendo o lucro. Uma das principais intervenções que

contribuíram para estas transformações está relacionada com as Tecnologias da

Informação e Comunicação – TIC’s. As TIC’s alteraram os processos

comunicacionais desenvolvidos nas empresas. A partir do momento que as pessoas

têm acesso mais fácil e rápido às informações, a comunicação empresarial deixou

de ser tática para ser estratégica, tanto com o público interno (funcionários e

colaboradores), quanto para o público externo (consumidores, fornecedores e

governo). Essas transformações das tecnologias certamente impuseram novas

exigências em termos de Comunicação e Linguagem nas organizações, que desta

vez, precisou adaptar-se às necessidades e exigências do mercado.

Os negócios deixaram de ser estritamente ligados a produtividade

fordista característico da era da industrialização e fora substituído pela produção da

era do informacionalismo (CASTELLS, 1999). A forma de fazer negócios muda, pois

a comunicação passa a ser uma ferramenta estratégica no contexto organizacional,

deixando de servir a empresa apenas como um meio para o fluxo das informações,

para se tornar responsável pela articulação das relações organizacionais em nível

interno, mercadológico e institucional.

Apesar disso, continuamos observando uma grande massa da

população, inclusive de trabalhadores que alienados e iludidos, se submetem a um

tipo de trabalho que não exige reflexão ou crítica. Continuam de forma mecânica a

repetir as mesmas tarefas sem mesmo pensar em sua qualidade de vida. Envolvidos

com ideias capitalistas, acreditam que precisam trabalhar sempre mais para

consumir ainda mais. O mercado continua produzindo mais maneiras para

continuarmos aprisionados a um sistema de desejos em busca de uma satisfação

inalcançável. A falta de análise crítica permanece e permanece também o

comportamento retrogrado.

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3 CONCLUSÃO

O presente trabalho foi de grande relevância pois provocou um novo

repensar. Em virtude da reflexão sobre as características do fordismo pudemos

notar que há uma necessidade constante de adaptarmos nossa forma de trabalho às

novas exigências de mercado, sem, contudo, deixar de lado os antigos modelos de

gestão. Estes podem ser extremamente úteis no redesenho de nossa forma de gerir,

basta o administrador refletir nas suas necessidades. Não podemos determinar um

modelo de gestão único a ser implantado em todas as organizações, visto que em

todos os casos há pontos negativos e positivos.

No que diz respeito à relação do homem com o trabalho nos tempos

atuais, a contemporaneidade é marcada por profundas transformações e incertezas,

e o que muitas vezes acreditamos ser avanços pode ser, na realidade, uma grande

opressão ao trabalhador. O mundo capitalista gira em torno de interesses egoístas e

alimenta o consumismo exacerbado. Isso leva muitos trabalhadores caírem na falsa

ilusão de liberdade, mas presos a um sistema estritamente dominante e

manipulador.

Percebemos assim, que a alienação ainda é uma estratégia utilizada

pelas organizações para conduzir as grandes massas populares, tão ocupada em

busca dos desejos, que não param para refletir e diferenciar desejos de

necessidades. Envolvidos pela ansiedade e pelas diversas transformações ocorridas

no mundo do trabalho, busca incessantemente cada vez mais.

As empresas, por sua vez, tentam desesperadamente acompanhar

estes avanços e adaptar-se às novas demandas sociais, desde a inserção de novas

tecnologias da informação e comunicação à sua prestação de serviços. Todos na

busca de algo mais, tentam equilibra-se e acabam, muitas vezes fragilizando suas

relações interpessoais em busca da qualidade de vida.

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REFERÊNCIAS

CASTELLS, M. o poder da identidade. Vol II de Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. São Paulo : Paz e Terra, 1999.

LÖWY, M. Ideologias e Ciência Social: elementos para uma análise marxista, 4ª Ed, São Paulo: Cortez, 1985.

FORD, H. Os princípios da prosperidade. Trad. Monteiro Lobato. São Paulo: Livraria Freitas Bastos, 1967.

FRAGA. Alexandre Barbosa. Da rotina à flexibilidade: análise das características do fordismo fora da indústria. Revista Habitus. Vol. 3, nº 1, ano 2005.

PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/40255/principios-de-henry-ford#ixzz3ZlpBwgKW Acesso em 05.05.2015

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