Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
121
Artigo
Urbanismo: da experiência de ensino ao produto da aprendizagem em um caso aplicado ao campus da Universidade Federal de Goiás
Maria Natalia Paulino Araujo Alcantara 1A, B, C, D, E, F
Politecnico di Milano, Itália. E-mail: mnpaalcantara@gmail
Erika Cristine Kneib 2A, B, E, F
Programa de pós-graduação Projeto e Cidade, Universidade Federal de Goiás, UFG, Goiânia, GO - Brasil. E-mail: [email protected]
Resumo
Dada a complexidade e importância do tema urbanismo, destaca-se uma reflexão sobre a formação deste profissional, no âmbito do curso de graduação. Como tem acontecido o processo de ensino-aprendizagem do urbanismo nos cursos de arquitetura e urbanismo em universidades
brasileiras? É neste contexto que se insere o presente trabalho, que procura ilustrar o processo de ensino e aprendizagem do tema urbanismo, no âmbito do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG). Para tal, apresenta-se um produto
um estudo de caso conformado por um Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) - que reflete o processo de aprendizagem, com foco nas disciplinas de Urbanismo. Como metodologias de pesquisa, trabalha-se com pesquisa aplicada e pesquisa exploratória, incluindo-se um estudo de caso. O resultado permite avaliar a efetividade dos conceitos metodológicos adotados nas disciplinas, assim como algumas lacunas no
processo atual.
Palavras chaves: Ensino. Aprendizagem. Urbanismo. Mobilidade urbana. Smart campus.
Contribuição dos autores: A. fundamentação teórico-conceitual e problematização; B. pesquisa de
dados e análise estatística; C. elaboração de figuras e tabelas; D. fotos; E. elaboração e redação do
texto; F. seleção das referências bibliográficas.
ALCANTARA, M. N. P.; KNEIB, E. C. Ensino de urbanismo no Brasil: Desafios à cidadania e a formação profissional. Revista Políticas Públicas & Cidades, v.6, n.1, p.121–136, ago/dez.2018. https://doi.org/10.23900/2359-1552v6n1/09
Recebido: 20/01/2018
Aceito: 20/07/2018
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
122
Introdução
As cidades brasileiras sempre foram um desafio, seja no âmbito do seu planejamento,
projeto, reflexão ou gestão urbana. Do crescimento populacional à ausência de provisão da
infraestrutura necessária à adequada vida de seus habitantes, enfrenta-se uma situação de
crise nas cidades brasileiras: social, econômica e ambiental, levando a um cenário de
insustentabilidade urbana.
Já dizia Choay (2005) que a sociedade industrial é urbana e busca a cidade como seu
horizonte. Esta mesma sociedade produz metrópoles, conurbações, cidades industriais e
conjuntos habitacionais e, concomitantemente, fracassa na ordenação desses locais. A urbis
é complexa afinal, é indissociável da estrutura e significado das relações sociais e o
próprio termo urbanismo é complexo e deve ser definido, pois carrega ambiguidades. A
autora cita G. Bardet para informar que a palavra urbanismo é recente, cuja criação é
(Choay, 2005, p.2).
Com o crescimento das cidades e o agravamento dos problemas afetos, a sociedade passa a
reconhecer a importância e necessidade da atuação do arquiteto e urbanista. Para Maragno
(2013), havia o arquiteto projetista autônomo, que atendia somente as camadas elevadas da
população; o qual foi contraposto ao profissional pronto a contribuir na solução dos
problemas espaciais das aglomerações urbanas nas diferentes escalas e características.
Em resumo, a arquitetura e o urbanismo, seja enquanto ciência, teoria, formação ou prática
profissional, estão refletidos em transformações sociais, econômicas e até mesmo políticas,
que vão da cidade à própria sociedade.
Destacada a complexidade e importância do tema urbanismo, complementa-se adicionando
uma reflexão sobre a formação deste profissional, no âmbito do curso de graduação. Há
muito que ser estudado e praticado, para atuar neste tema tão complexo e contribuir com as
transformações elencadas. Como tem acontecido o processo de ensino-aprendizagem do
urbanismo nos cursos de arquitetura e urbanismo em universidades brasileiras? É neste
contexto que se insere o presente trabalho, que procura ilustrar o processo de ensino e
aprendizagem do tema urbanismo, no âmbito do curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal de Goiás.
Destarte, apresenta-se um produto um estudo de caso conformado por um Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) - que reflete o processo de aprendizagem do curso de arquitetura
e urbanismo da UFG, campus Goiânia, com foco nas disciplinas de Urbanismo. A partir deste
estudo, objetiva-se avaliar o processo de ensino e aprendizagem, tomando-se como base um
exemplo pragmático, com foco nas citadas disciplinas. Outra questão relevante é que o
presente artigo tem como autores o docente responsável pelas disciplinas no determinado
período e o discente que desenvolveu o TCC em questão. Este fato possibilita uma descrição
exploratória da experiência de ensino, assim como a avaliação do processo de ensino e de
aprendizagem, a partir da visão do emissor e do receptor. Justifica-se a presente pesquisa
destacando a relevância que o estudo possui, dada a grande possibilidade de contribuir para
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
123
reflexões sobre o tema, sobre os processos e conteúdos, visando o aprimoramento das
disciplinas e, consequentemente, do próprio curso. Como metodologias de pesquisa,
trabalha-se com pesquisa aplicada, pois objetiva gerar conhecimento para aplicação prática,
dirigida à solução de problemas específicos; e pesquisa exploratória, incluindo-se um estudo
de caso.
Disciplinas de urbanismo no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFG
Segundo MEC (2010), os conteúdos curriculares do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo devem estar distribuídos em dois núcleos e um Trabalho de Curso, sendo I -
Núcleo de Conhecimentos de Fundamentação; II - Núcleo de Conhecimentos Profissionais; e III - Trabalho de Curso. As disciplinas relacionadas a urbanismo e projetos urbanos
inserem-se no núcleo de conhecimentos profissionais. Sobre o trabalho de curso, a normativa destaca que deve envolver todos os procedimentos de uma investigação t cnico-
cient fica, a serem desenvolvidos pelo acadêmico ao longo da realização do ultimo ano do curso.
O curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás,
campus Goiânia, foi aprovado pela resolução Consuni 05/2008, iniciando suas atividades em 2009. É um curso semestral, que totaliza 10 semestres. Seus núcleos curriculares atendem à
resolução 02/2010 do MEC, apresentando os três conjuntos citados.
Sobre as disciplinas relacionadas ao ensino do urbanismo, cabe destacar que há algumas
disciplinas que tangenciam o tema ao longo do curso, o que pode ser percebido nas ementas das mesmas, a exemplo de análise e composição de projetos, antropologia e sociologia urbana, ambas no Núcleo de Conhecimentos de Fundamentação; cultura, cidade e
arquitetura, ecologia e meio ambiente, introdução à arquitetura, políticas de planejamento e gestão urbana, Projeto 1 a 7 (que em alguns casos trabalham de forma integrada com Projetos
Urbanos), dentre outras, no Núcleo de conhecimentos Profissionais (UFG, 2012). Porém, com foco no ensino do urbanismo, merecem destaque as quatro disciplinas diretamente
relacionadas, cujo resumo da ementa, desenvolvimento prático, integração com a disciplina de Projeto (de Arquitetura) e escala principal de abordagem são apresentados no Quadro 1.
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
124
Quadro 1: Disciplinas relacionadas ao ensino de urbanismo no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFG. Fonte: Adaptado de UFG (2012) e Kneib (2016a).
Antes de se explanar a relação entre as disciplinas apresentadas, é importante destacar dois conceitos trabalhados nas mesmas. O primeiro se trata da Metodologia de Aprendizagem
Ativa. Esta refere-se a estratégias de ensino nas quais os alunos são envolvidos no processo de aprendizagem, ao invés de serem apenas passivos e assistirem conteúdos expostos por um
professor (Bonwell e Eison, 1991; Prince, 2004). Para esses autores, a aprendizagem ativa desafia o aluno a realizar atividades a partir do seu raciocínio, sendo que o papel de
protagonista do professor é compartilhado com o aluno. Assim, o aluno se depara com maior autonomia no seu processo de aprendizado, a partir de desafios que necessitam ser elaborados, pensados e resolvidos. Para Bransford et al (2000), as pessoas ganham uma
compreensão mais profunda e significativa com a construção de sua própria aprendizagem através do seu envolvimento com um problema concreto.
Prince (2004) descreve algumas técnicas de aprendizagem ativa: i) Aprendizado Colaborativo, no qual estudantes trabalham em conjunto, em grupo, para atingir um objetivo comum,
tendo como foco a interação entre os mesmos; ii) Aprendizado Cooperativo, no qual a atividade é desenvolvida em grupo, com objetivos comuns, mas os estudantes são assessorados e avaliados individualmente. Utiliza a cooperação ao invés da competição; iii)
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
125
Aprendizado baseado em problema, no qual um problema relevante é inserido no início do ciclo e utilizado para fornecer o contexto e a motivação para a aprendizagem ativa.
Para os docentes dos cursos de arquitetura e urbanismo, os ateliers de projeto, em sua maioria, podem ser entendidos como um exemplo de aprendizagem ativa. Porém, ao se
conhecer os fundamentos deste referencial, é possível amadurecer e enriquecer os processos metodológicos e didáticos, para que a disciplina alcance maior sucesso dentro deste
arcabouço.
Um segundo conceito trabalhado nas disciplinas é a questão multiescalar. Para Lacoste (2004) escalas diferenciadas permitem diferentes níveis de análise, possibilitados pelos
diferentes recortes espaciais. A geografia, por exemplo, trabalha a questão multiescalar de forma conceitual. Correa (2003), por exemplo, divide a questão multiescalar de análise em
rede urbana e espaço urbano, associando-as às suas respectivas representações cartográficas.
Para Kneib (2016b), a proposta de um projeto urbano abrange três escalas: a escala macro, que engloba o projeto no contexto da cidade, incluindo as redes, os fluxos, e estrutura espacial e as centralidades; a escala meso, que inclui o objetivo principal da proposta e suas
estratégias; a escala micro, que deve revelar o como, a escala do detalhe. Segundo a autora, as escalas e os elementos de projeto devem ser conectadas e complementares, com seu
respectivo rebatimento espacial, sob pena de não se atingir o objetivo do projeto.
Em suma, o trabalho relacionado ao urbano precisa contemplar as diversas escalas. E não
basta apenas contemplá-las: é preciso integrá-las, pois são complementares. E as escalas relacionadas ao ensino do urbano não podem ser fixas, devem ser definidas em conformidade ao objeto, ao objetivo, necessidade e conteúdo. Para as disciplinas descritas
no Quadro 1, considera-se escala macro a escala da região e da cidade, incluindo os planos, as redes, os fluxos, e estrutura espacial e as centralidades. A escala meso procura trabalhar
o objeto em si, ou a área em análise; enquanto na escala micro, detalham-se as propostas.
Com base nos conceitos apresentados, retoma-se o conteúdo do Quadro 1, a partir do qual é
possível destacar que as quatro disciplinas foram pensadas em sequência, com conteúdo e propostas multiescalares, com teor apoiado na metodologia da aprendizagem ativa. A disciplina Introdução ao Urbanismo, apesar de ter um foco teórico, traz um papel importante
ao trabalhar com um exercício no contexto da aprendizagem ativa, em escala de bairro, que contempla a macro (município) e meso (bairro) escala. A disciplina Projetos Urbanos 1, a
partir do aprendizado colaborativo, desenvolve exercícios que trabalham as escalas macro, analisando a gleba no contexto da cidade; a escala meso, constituída pelo bairro, que compõe
o foco; e a escala micro, ao detalhar atividades e volumes, no nível do lote. A abordagem multiescalar é trabalhada nos três níveis, mostrando sua transversalidade. Na disciplina Projetos Urbanos 2 repete-se a abordagem multiescalar com foco na escala meso, mas que
tangencia os 3 níveis, agora trabalhando-se em área consolidada. Em Projetos Urbanos 3, na elaboração de um plano diretor, trabalha-se prioritariamente com a escala macro, mas em
alguns momentos as escalas meso e micro também influenciam as propostas.
É importante apontar que, com base na experiência discente, todas as metodologias
apresentadas e aplicadas pelo docente foram válidas e efetivas para contribuir com a aprendizagem. Entretanto, cabe destacar que a carga horária de disciplinas voltadas para o urbanismo é desproporcional se comparada com as de arquitetura, já que são sete disciplinas
de Projeto de Arquitetura, com 08 horas semanais cada; e três disciplinas de Projetos Urbanos, com 04 horas semanais cada. Diante disso, o curso direciona, indiretamente, a
maioria dos alunos a escolhem temas ligados à arquitetura para desenvolverem seus Trabalhos de Conclusão de Curso. É notório que a formação e as competências do arquiteto
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
126
e urbanista são vastas e permitem a atuação em diversas áreas, como por exemplo: design gráfico, interiores, paisagismo, projetos de arquitetura, gerenciamento de obras,
planejamento urbano, etc., porém, questiona-se, então, se a quantidade de disciplinas voltadas para as temáticas urbanas supre as necessidades durante e após a graduação. O
profissional recém-formado se sente confiante para exercer o papel de urbanista? O conhecimento urbano adquirido na academia é suficiente para sua atuação profissional na
área?
Conforme já mencionado anteriormente, na matriz curricular do curso de arquitetura e urbanismo da UFG existem sete disciplinas de projeto arquitetônico, destas, apenas duas são
integradas com projetos urbanos, as outras, em sua grande maioria, são voltadas exclusivamente para a temática de arquitetura. Embora existam algumas disciplinas de
projeto com as duas temáticas integradas, acredita-se, segundo a experiência discente, que há uma carência nessa integração ao longo do curso, principalmente relacionada a aplicação
e evolução dos conhecimentos adquiridos nas disciplinas de urbanismo.
Apesar de as disciplinas ministradas neste caso terem sido pensadas em uma sequência, observa-se, com base no quadro 1, que os temas das disciplinas na matriz curricular do curso
são diversificados e que a ordem cronológica dos três projetos urbanos não afeta a aprendizagem do aluno, visto que o único pré-requisito deles é a disciplina de introdução ao
urbanismo. Considera-se, então, também de acordo com a experiência discente, que possa existir uma deficiência no amadurecimento do exercício de projeto urbano, em razão da
inexistência de disciplinas que integrem e apliquem a maioria dos conhecimentos conquistados, principalmente por alunos que não optam por desenvolver um TCC na área de urbanismo.
Outro ponto que pode ser destacado a partir da experiência docente com tais disciplinas, consiste na transformação de antigos paradigmas existentes na sociedade, que se refletem
nos discentes e em suas propostas. Para ilustrar este pensamento, pode-se resumidamente citar a necessidade de mudança do paradigma modernista de cidade, com base na Carta de
Atenas, que buscava um modelo de cidade infinitamente reprodutível, baseado nas necessidades básicas dos seres humanos. Segundo este modelo, a cidade deveria organizar-se para satisfazer quatro necessidades básicas, denominadas as chaves do urbanismo, com
base nas quatro funções: habitar, trabalhar, recrear e circular (Le Corbusier, 1993). A busca por um novo paradigma, por outro lado, que requer cidades mais humanas, pode ser
ilustrada inicialmente pelos preceitos do novo urbanismo, modelo no qual a mobilidade urbana e a escala micro ganham grande preponderância (Congresso para o Novo Urbanismo,
1996).
Conforme destacado inicialmente, objetiva-se, neste trabalho, avaliar o processo de ensino e aprendizagem na UFG, com foco nas citadas disciplinas de urbanismo, tomando-se como
base um exemplo pragmático, um trabalho de conclusão de curso desenvolvido e orientado pela docente responsável pelas disciplinas. Assim sendo, no próximo item, apresenta-se o
arcabouço teórico e o projeto desenvolvido (TCC), que procura servir como produto de avaliação do processo de ensino e aprendizagem, da necessidade de ruptura do paradigma
atual, assim como da descrita abordagem multiescalar.
O Trabalho de conclusão de curso: a proposta de intervenção no Campus Universitário, o Smart Campus
Nos últimos anos, a mobilidade urbana tem sido um dos temas relacionados ao planejamento urbano bastante discutido e tratado como um desafio crescente, principalmente relacionado
às cidades brasileiras. Em um contexto similar a outras grandes cidades brasileiras, na
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
127
metrópole Goiânia, no Estado de Goiás, observa-se uma grande prioridade conferida ao modo motorizado individual, com consequente perda de relevância do transporte público
coletivo e, por conseguinte, os deslocamentos individuais motorizados tendem a crescer diariamente, trazendo, consigo, congestionamentos, poluição, acidentes, entre outros
fatores, que degradam a qualidade de vida urbana. Sendo assim, é fundamental que os arquitetos e urbanistas proponham e desenvolvam projetos, ações e políticas urbanas
integradas, que reforcem a potencialidade de uma mobilidade urbana mais sustentável para cidades mais qualitativas, com foco sobre as verdadeiras necessidades das pessoas que as usam.
Desta forma, este item apresenta propostas de intervenção urbana no maior campus universitário da Universidade Federal de Goiás, o campus Samambaia, que se insere na
região norte de Goiânia, capital do estado de Goiás, e conta com uma extensão de 4,66 milhões de m² e mais de 16 mil usuários (SIAPE, 2015), entre docentes, discentes e técnicos
administrativos.
Com base no referencial sobre metodologias de pesquisa, diagnóstico e intervenção, no panorama identificado sobre o Campus II e na metodologia proposta, o objetivo do TCC em
questão consistiu em desenvolver uma proposta aplicada, multiescalar (em três escalas complementares), capaz de proporcionar percursos mais agradáveis, acessíveis, seguros e
atrativos para toda a comunidade universitária. Ao promover uma maior conexão entre os polos geradores de viagens internos do campus e ao fornecer condições para modos
tecnologicamente inovadores e mais adequados à melhoria da mobilidade urbana na área, o campus poderá servir, ainda, como exemplo conceitual a ser aplicado em outros campi e em outras localidades urbanas.
Metodologia de desenvolvimento do TCC Smart Campus
1. De acordo com Minayo et al (2012) a pesquisa é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. Para isso,
a metodologia aplicada neste trabalho consiste nos seguintes procedimentos:
2. Identificar referenciais teóricos: Através do levantamento de definições, aspectos e
determinantes da mobilidade urbana e de desenho urbano, bem como do apontamento de conceitos mais adequados à abordagem deste trabalho, com o objetivo de estabelecer
um panorama geral da mobilidade urbana, assim como de estabelecer um instrumento teórico conceitual sobre polos geradores de viagens (PGVs) e seu ferramental.
3. Pesquisar o perfil dos usuários: A fim de caracterizar os deslocamentos diários e os
respectivos meios de transporte utilizados pelos usuários, a pesquisa sobre o perfil destes serviu como base para definir a divisão modal e auxiliar as propostas futuras de
planejamento da mobilidade urbana (pesquisa quali-quantitativa).
4. Analisar similares: A partir de casos semelhantes ao deste trabalho foi possível
identificar estratégias que também podem ser aplicadas ao caso do Campus II, bem como justificar o potencial de desenvolvimento do tema abordado. As análises contemplaram sistemas e projetos de sucesso ou com temas tangentes ao deste trabalho.
5. Analisar instrumentos tecnológicos: O estudo sobre ferramentas, técnicas e elementos com considerável potencial tecnológico podem contribuir significativamente para a
qualidade dos projetos a serem desenvolvidos. Assim, a tecnologia foi objeto de pesquisa e investigação, que permitiu identificar exemplares adequados para o caso deste projeto.
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
128
6. Analisar o lugar, seus aspectos históricos evolutivos e panorama atual: Com base no diagnóstico da dinâmica do Campus II, que contempla aspectos diversos do lugar, como
a caracterização dos PGVs e processos históricos desde a criação do campus até o momento atual.
7. Desenvolver diretrizes multiescalares (macro-meso-micro): Kneib (2016) reforça a importância de trabalhar com escalas urbanas de forma integrada no âmbito do
planejamento urbano. Destaca-se, portanto, as definições das três escalas: i. Escala macro, em nível de cidade; ii. Escala meso, que contempla a escala de bairro; iii. Escala micro, que valoriza o detalhe, fundamental pela paisagem urbana. O ferramental teórico
dos polos geradores foi fundamental para dimensionamento e análise dos impactos e proposta de diretrizes.
Análise do lugar e perfil dos usuários
Diante da metodologia proposta, os estudos deste trabalho se aplicam ao campus II da
Universidade Federal de Goiás, área inserida na cidade de Goiânia, a capital do estado de Goiás, localizada na região centro-oeste do Brasil (Figura 1). A capital goiana é uma cidade
com 1.448.639 habitantes (IBGE, 2016), inserida em uma Região metropolitana com 2.458.504 habitantes (IBGE, 2016). Fazem parte da RMG (Região Metropolitana de Goiânia) 20
municípios. Destaca-se que Goiânia e Aparecida de Goiânia possuem o maior agrupamento populacional da RMG, os demais municípios apresentam baixa densidade populacional.
Figura 1: Goiânia: Acesso às cidades da região metropolitana. Fonte: Autor
O padrão de mobilidade na RMG apresenta um elevado índice de motorização individual,
54,4% representados por carros e motos, enquanto 32% é referente aos deslocamentos realizados por transporte público (Instituto Verus e Fórum de Mobilidade, 2013). Desta
forma, Goiânia reflete os efeitos dessa estatística, com este índice de motorização somado a um sistema de transporte público que não recebe a devida prioridade, os deslocamentos
individuais - motorizados - tendem a crescer diariamente trazendo, consigo, congestionamentos, poluição, acidentes, entre outros fatores que degradam a qualidade de vida urbana.
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
129
Com base nesse panorama, observa-se também que a Universidade Federal de Goiás passa por um processo de crescimento e expansão. Tendo como foco de estudo o Campus II da
UFG, que possui uma área de 4.662.400,00m² (UFG em número, 2011), e está inserido na região norte da cidade. Localiza-se, portanto, afastado do centro da capital. Por ser uma
instituição regional gera deslocamentos de várias partes de Goiânia, como também de sua região metropolitana e interior do estado. O acesso ao campus é feito por rodovias estaduais
(GO-462 e GO-060, a partir do município de Nerópolis na parte norte); e acessos internos de Goiânia (os três principais estão demarcados na figura 02).
Caracterizando o campus, trata-se de um local onde os deslocamentos diários são intensos e
constantes, e a maioria usa transporte público ou carro próprio para se locomover (Figura 03). É fato que o transporte motorizado individual carros e motos traz diversos problemas
para a cidade. Assim, visando incentivar a população universitária a deslocar-se de forma mais sustentável, o presente trabalho defende e propõe um novo modelo de mobilidade
urbana no local.
No panorama atual do campus, o transporte motorizado individual apresenta-se oportuno com relação aos demais. A prioridade dada ao carro na cidade; a inexistência de uma
infraestrutura cicloviária, acessos de pedestre precários e sem manutenção e o transporte público sempre muito congestionado, justificam essa observação.
A figura 02 mostra a implantação geral do campus, onde observa-se que a maior concentração de edifícios fica na parte leste do campus, dentro do anel viário da UFG.
Figura 2: Área do Campus II. Fonte: Autor
Foi realizada uma pesquisa quali-quanti descritiva e exploratória, com 494 entrevistas consideradas válidas, (381 em campo e 113 online), que teve por objetivo o levantamento de
informações atualizadas a respeito do perfil dos usuários do campus II da UFG e seus deslocamentos. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 5
pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados totais.
O estudo identificou que 60% do fluxo de passageiros com destino ao Campus Samambaia é proveniente das regiões norte, centro e sul da cidade. Com relação ao fluxo originário de
municípios vizinhos, observa-se um percentual de 7%.
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
130
Dentre os deslocamentos com destino para o campus Samambaia o meio mais utilizado é o transporte público, que representa 45% das viagens geradas. É importante ressaltar a
presença significativa de outros meios de deslocamento, como a bicicleta, a carona, o modo a pé e por motocicleta, conforme representa a figura 3.
Figura 3: Modos mais utilizados para deslocamentos até o campus. Fonte: Autor.
Figura 4: Modos mais utilizados para deslocamentos dentro do campus. Fonte: Autor.
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
131
Dentre os deslocamentos internos do campus, observa-se, na figura 4, que a maioria deles é realizada a pé, totalizando 76% dos deslocamentos realizados. O uso do transporte público,
no entanto, correspondente a 10%, é superado pelo uso do carro, que contabiliza 16% do total das viagens no campus. Observa-se, ainda, um baixo índice no uso da bicicleta como meio de
transporte.
Diante da identificação feita sobre os modais e as condições de uso dos mesmos, a pesquisa
adotou também a opinião dos usuários como fonte de investigação dos problemas e potencialidades do tema em questão (Figura 5); e colheu sugestões sobre o tema (Figura 6).
Figura 5: Dificuldades encontradas no deslocamento dentro do campus II. Fonte: Autor
Figura 6: Sugestões e observações dos entrevistados. Fonte: Autor
O condutor do desenho urbano: o network entre os cinco eixos temáticos
Tato (2014) afirma que há uma necessidade enorme de uma mudança de paradigma na gestão e planejamento da cidade. No mundo conectado de hoje, o design urbano já não pode ser abordado a partir de uma perspectiva singular, mas deve resultar de uma multi-rede em
camadas de designers criativos, especialistas técnicos, cidadãos e demais partes interessadas.
O processo conceitual do partido projetual é iniciado através da geração de ideias oriundas de uma problematização já predeterminada, a ineficácia de mobilidade urbana no campus II
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
132
da UFG. Com a finalidade de contribuir para solucionar a problemática através de propostas, criando um novo paradigma para a mobilidade urbana, busca-se transparecer o conceito da
proposta smart campus em uma palavra, network, que transmite a concepção de rede, integração, conexão.
Apresenta-se aqui o partido, os cinco eixos temáticos condutores do desenho urbano deste trabalho (Figura 7): 1. Priorizar o Pedestre e o Ciclista, contemplando a Acessibilidade
Universal 2. Valorizar o transporte Público Coletivo, 3. Racionalizar o uso do Automóvel, 4. Planejar as Redes Urbanas e 5. Incluir Tecnologia aliada a sustentabilidade. A sua integração apoia os fundamentos e as alegações e da Lei Federal de Mobilidade (Brasil, 2012).
Figura 7: Diagrama dos cinco eixos temáticos. Fonte: Autor
O conceito norteador deste trabalho está pautado em noções de conectividade,
networktambém ser explicado com base nas definições dadas por Lynch (2011). Para o autor, a
estrutura urbana pode ser entendida por cinco elementos fundamentais.
No conceito de network, aplicado ao smart campus, representam-se como nós as edificações
e os espaços de convívio do campus. Já os links são definidos pelos eixos de conexão, classificados como primários, secundários ou terciários. Os eixos primários agregam maiores fluxos de pessoas, sendo que nos eixos secundários este fenômeno é menos
expressivo. Assim sendo, os cinco elementos fundamentais da estrutura urbana, identificados por Lynch (2011), são entendidos no contexto deste trabalho como:
Caminhos: vias e os possíveis modos de deslocamento intracampus, com destaque para o cicloviário, o a pé, o motorizado individual e o coletivo, (com preferências ao
modo coletivo);
Limites: representados pelos elementos de conexão entre os locais do campus, bem como por elementos que criam barreiras, quando necessário, de maneira a organizar
o espaço;
Bairros: são as zonas, estabelecidas através da identificação de regiões com
características similares dentro do território do campus;
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
133
Pontos nodais: nós, os pontos de atração de pessoas mais significativos, tais como os edifícios educacionais, centros de convivência, biblioteca, áreas de convívio, etc;
Marcos: espaços simbólicos e referenciais, inseridos ou potencializados nas diretrizes e no projeto;
Diante disso, a proposta smart campus pode ser considerada um modelo conceitual de um novo paradigma a ser replicado em outros campi e em outras localidades urbanas.
As três escalas
O modelo de sistematização adotado para o TCC envolveu a abordagem multiescalar, com
consequente organização do objeto de estudo em três escalas (Figura 8). A partir da análise do Campus II, entendido como um PGV inserido no tecido urbano de Goiânia, considerando-
o como uma pequena cidade, que possui deslocamentos internos e externos, e do diagnóstico dessa dinâmica em escala macro (A), foram desenvolvidas diretrizes gerais para o todo o campus II. A compreensão sobre a dinâmica do campus, possibilitada pela análise da escala
macro, permitiu identificar a área com maiores desafios e potencialidades de solução dos problemas identificados. Esta área compõe a escala meso (B), denominada de anel viário, foi
escolhida para o desenvolvimento de estudos mais aprofundados. Nesta escala foram identificadas especificidades que a caracterizaram como porção elementar do campus. As
diretrizes definidas para a escala Meso poderão ser replicadas para outros lugares dentro do campus como um todo permitindo, assim, que a proposta smart campus forneça diretrizes capazes de promover melhorias na mobilidade de todo o campus.
As intervenções propostas, por sua vez, se desenvolveram em forma de projeto para a denominada área piloto, que abrange a entrada do campus até a Faculdade de Artes Visuais,
o Centro de Eventos, Centro de Convivência e a Reitoria. Esta escala micro (C) possibilitou apresentar um maior detalhamento para esta área, contendo elementos, dimensões,
materiais, etc., permitindo mostrar um exemplo de como tais elementos poderiam ser expandidos para as demais áreas do campus. A escala Micro, portanto, permite revelar com mais clareza de que maneira se dará a melhoria nos deslocamentos e na própria paisagem
do campus através das propostas desenvolvidas neste trabalho.
Figura 8: Síntese das escalas. Fonte: Autor
Nota-se que as três escalas urbanas foram essenciais para auxiliar no entendimento da
complexidade da proposta smart campus, o que permitiu gerenciar vários tipos de conflito, desde diretrizes gerais até o design e detalhamento de mobiliário urbanos.
Análises e considerações finais
No âmbito da complexidade que envolve o estudo e compreensão das cidades, este trabalho traz reflexões sobre como um curso de arquitetura e urbanismo pode apresentar e trabalhar um conteúdo mínimo necessário para embasar esta compreensão e possibilitar que o
arquiteto e urbanista possa efetivamente contribuir para transformar, qualitativamente, a
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
134
urbis, respondendo à primeira indagação do trabalho, sobre como tem acontecido o processo de ensino-aprendizagem do urbanismo no curso de arquitetura e urbanismo da UFG. A partir
da descrição do processo de ensino e das disciplinas correlatas, apresenta-se um produto, um TCC, que agrega o conteúdo ministrado, em uma abordagem multiescalar integrada.
O desenvolvimento do TCC sobre o Smart Campus possibilitou uma análise aprofundada da temática e do lugar, o que ficou evidente que o lugar precisa de uma transformação no atual
modelo de mobilidade urbana local. Buscou-se extrair o melhor das análises de similares, também contemplou uma pesquisa de campo de excelência para obter dados atualizados sobre o perfil dos usuários e seus deslocamentos. Ao apresentar a proposta smart campus
em três escalas urbanas complementares, verificou-se que a promoção do conceito de network integrado aos cinco eixos temáticos aplica estratégias para a mudança do panorama
atual, por meio da criação de lugares planejados para pessoas. Em suma, o TCC contribui para a promoção de um novo conceito e experiência de mobilidade urbana, sustentabilidade
e tecnologia no Campus II da UFG através da mudança de paradigmas e comportamentos, baseados em um network envolvendo os 5 eixos temáticos. Por conseguinte, a proposta smart campus pode ser considerada um modelo conceitual de um novo paradigma a ser replicado
em outros campi e em outras localidades urbanas, permitindo assim, que os objetivos propostos sejam realmente alcançados.
Comparando-se as disciplinas apresentadas, a metodologia de ensino e os conteúdos ministrados, é possível observar e correlacionar as etapas e conteúdos desenvolvidos no TCC
com os processos e conteúdos apresentados inicialmente nas disciplinas. É claro que se espera que o discente aprofunde os conteúdos no TCC, mas as bases teóricas e processuais que levam à reflexão e ao desenvolvimento das propostas necessitam ter sido apresentadas
nas disciplinas. Em um TCC de uma área tão complexa e extensa, a abordagem multiescalar apresentada nas disciplinas foi adotada como estratégia de projeto. A Escala macro, de região
e cidade, apresentada na disciplina Projetos Urbanos 3, reflete-se na análise e planejamento macro do campus, enquanto proposta de organização espacial, suas redes, fluxos e estrutura
espacial. Na escala meso, o TCC trabalha com um objeto delimitado, a área denominada como anel viário, com foco na mobilidade dos usuários, na busca por propostas capazes de romper paradigmas e potencializar os modos mais sustentáveis. Já na escala micro, o TCC
abraça a minúcia, o projeto em si, através do detalhamento das intervenções propostas, contendo elementos, dimensões, materiais, etc. A integração da abordagem multiescalar é
revelada a partir da integração e complementaridade entre as propostas, enquanto a necessidade de ruptura de um paradigma existente é revelada pelo partido, que destaca que
proponham e desenvolvam projetos, ações e políticas urbanas integradas, que reforcem a potencialidade de uma mobilidade urbana mais sustentável para cidades mais qualitativas, com foco sobre as verdadeiras necessidades das
pessoas que as usam . Com relação à aprendizagem ativa, adotada nas disciplinas, a partir do produto apresentado, para este caso considera-se que esta foi de grande utilidade, pois
permitiu a apreensão do conteúdo, a reflexão acertada e a produção do conhecimento.
Mas nem tudo são flores. Da análise realizada é possível avaliar que ainda existem muitos
elementos a serem amadurecidos e melhorados. A exemplo, pode-se citar a ausência de disciplinas de urbanismo que trabalham especificamente a escala micro; ou mesmo uma disciplina que permita ao aluno trabalhar com as 3 escalas, em mesmo grau de importância,
papel que foi desenvolvido pelas disciplinas de TCC e pelo próprio produto do TCC. Ou seja, um aluno que opte por fazer TCC em outro tema não terá a oportunidade de amadurecer seu
conhecimento nesta área, ou chegar a determinado nível de detalhe. Outra questão a ser avaliada consiste na abordagem do urbanismo por diversos docentes. Isso pode enriquecer
a visão do aluno, a partir da compreensão de diversas experiências docentes. Por outro lado,
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
135
no caso apresentado, a sequencia do conteúdo foi concluída pois o mesmo docente foi o responsável pelas disciplinas ou conseguiu compartilhá-las com outro professor no período
em análise. Caberia ainda avaliar outro caso: se os discentes, cujas disciplinas de urbano foram ministradas por outros docentes, possuem essa compreensão, ou como essa
abordagem complexa do urbano, em suas diferentes escalas, poderia ser abordada por docentes diferentes, mas que fosse garantida uma integração, complementaridade e
convergência de conteúdo.
Por fim, conforme descrito, a percepção discente leva a indagar se a quantidade de disciplinas voltadas para a as temáticas urbanas suprem as necessidades durante e após a
graduação. O profissional recém-formado se sente confiante para exercer o papel de urbanista? O conhecimento urbano adquirido na academia é suficiente para sua atuação
profissional na área? Questões estas que potenciais para serem desenvolvidas em estudos futuros.
Referências
BONWELL, C.C.; EISON, J. A. Active Learning: Creating Ex- citement in the Classroom. ASHEERIC
Higher Education Report No. 1. Washington, DC: George Washington University, 1991.
BRANSFORD, J. D.; BROWN, A. L.; COCKING, R. R. How people Learn: Braisn, Mind, Experience and
School. National Academy Press. Whashington D. C, 2000.
BRASIL. Lei nº 12.587, de 03 de janeiro de 2012. Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade
Urbana. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12587.htm> Acesso em: 14 mar. 2015.
CHOAY, F. O Urbanismo. São Paulo: Editora Perspectiva, 2005.
CONGRESSO PARA O NOVO URBANISMO. Carta do Novo Urbanismo, 1996. Disponível
em:<https://www.cnu.org/sites/default/files/cnucharter_portuguese.pdf> Acesso em: 15 jan.
2017.
CORREA, R. L. Uma nota sobre o urbano e a escala. Revista Território Ano VII - no 11, 12 e 13. Rio de
Janeiro, RJ: set/out, 2003.
IBGE. Cidades Goiás. 2016. Disponível em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/uf.php?lang=&coduf=52&search=goias> Acesso em: 18
mar. 2017.
INSTITUTO VERUS, & FORUM DE MOBILIDADE. Pesquisa quantitativa sobre a Região Metropolitana
de Goiânia. Relatório Técnico. 2013.
KNEIB, E. C. Plano de Ensino das disciplinas Introdução ao Urbanismo, Projetos Urbanos 1, Projetos
Urbanos 2, Projetos Urbanos 3. Faculdade de artes Visuais, Universidade Federal de Goiás,
2016a.
KNEIB, E. C. Projetos de transporte como estratégia para requalificação urbana: o caso do Centro de
Goiânia. In: KNEIB, E. C. (Org.) Projeto e Cidade: Mobilidade e Acessibilidade em Goiânia.
Goiânia: Gráfica UFG, 2016b, 432p.
LACOSTE, Y. A geografia isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. 8a. Ed. São Paulo:
Papirus, 2004.
LE CORBUSIER. Carta de Atenas. São Paulo: Hucitec - EDUSP, 1993.
LYNCH, K. A imagem da cidade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.
MARAGNO, G. V. Quase 300 cursos de Arquitetura e Urbanismo no país: como tratar a qualidade com
tanta quantidade? Algumas questões sobre qualificação e ensino no Brasil. Arquitextos. Ano 14,
out. 2013.
Políticas Públicas & Cidades, vol. 6(1), julho 2018. ISSN: 2359-1552
136
MEC. Resolução 2, de 17 de junho de 2010. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de
graduação em Arquitetura e Urbanismo, alterando dispositivos da Resolução CNE/CES no
6/2006.Ministério da Educação. Brasília, 2010.
MINAYO, M. C.; DESLANDES, S. F.; GOMES, R. Pesquisa social: teoria método e criatividade.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
PRINCE, M. Does active learning work? A review of the research. Journal of Engineering Education,
93 (3). 2004. p. 223-231.
TATO, B., & VALLEJO, J. Network Urbanism - Design Thinking Initiatives for a Better Urban Life. 2014.
Disponível em: <https://issuu.com/gsdharvard/docs/networkedurbanism> Acesso em: 15 mar.
2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS. Projeto Político Pedagógico Curso de Arquitetura e
Urbanismo. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2012.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS. UFG em Números 2011. Disponível em:
<https://prodirh.ufg.br/up/64/o/original_UFG_EM_NUMEROS_2011.pdf> Acesso em: 25 fev.
2016.
Urbanism: from teaching experience to product of learning, a case applied on Universidade Federal
Abstract
graduation, within the scope of an undergraduate course, stands out. How the teaching-learning process of urbanism has happened in courses of architecture and urbanism at Brazilian universities?
teaching-learning process, within the Architecture and Urbanism undergraduation course of Universidade Federal de Goiás (UFG). For this reason, a product is presented - a case study has been conformed by an undergraduate thesis (TCC) - that reflects learning process, focusing on urban disciplines. Therefore, as research methodologies, it has been work with applied and exploratory research, including a case study. Consequently, the result allows an effectiveness evaluation of methodological concepts adopted on subjects, as well as some current progress gaps.
Key words: Teaching. Learning. Urbanism. Urban mobility. Smart campus.
Urbanismo: de la experiencia de enseñanza al producto del aprendizaje en un caso aplicado al campus de la Universidade Federal de Goiás
Resumen
Debido a la complejidad e importancia del tema urbanismo, se destaca una reflexión sobre la formación de este profesional, en el ámbito del curso de graduación. ¿Cómo ha ocurrido el proceso de enseñanza-aprendizaje del urbanismo en los cursos de arquitectura y urbanismo en universidades brasileñas? En este contexto se inserta el presente trabajo, que intenta ilustrar el proceso de enseñanza-aprendizaje del tema urbanismo, en el marco del curso de Arquitectura y Urbanismo de la Universidade Federal de Goiás (UFG). Como resultado, se presenta un producto - un estudio de caso conformado por un Trabajo de Conclusión de Curso (TCC) - que refleja el proceso de aprendizaje, con foco en las disciplinas de Urbanismo. Por lo tanto, como metodologías de investigación, se ha trabajado con investigación aplicada e investigación exploratoria, incluyendo un estudio de caso. En consecuencia, el resultado permite evaluar la efectividad de los conceptos metodológicos adoptados en las disciplinas, así como algunas lagunas en el proceso actual.
Palabras claves: Enseñanza. El aprendizaje. Urbanismo. Mobilidad urbana. Smart campus.