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LONDRINA 2017 GUILHERME PAGANI PIRES USINAGEM PARCIAL DE COMPONENTES DE MOTORES DIESEL E GASOLINA. RETIFICA DE BIELAS E VIRABREQUINS.

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LONDRINA 2017

GUILHERME PAGANI PIRES

USINAGEM PARCIAL DE COMPONENTES DE MOTORES DIESEL E GASOLINA.

RETIFICA DE BIELAS E VIRABREQUINS.

Cidade Ano

USINAGEM PARCIAL DE COMPONENTES DE MOTORES DIESEL E GASOLINA.

RETIFICA DE BIELAS E VIRABREQUINS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica.

Orientador: Felipe Sanches

GUILHERME PAGANI PIRES

LONDRINA

2017

GUILHERME PAGANI PIRES

USINAGEM PARCIAL DE COMPONENTES DE MOTORES DIESEL E GASOLINA.

RETIFICA DE BIELAS E VIRABREQUINS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Dedico este trabalho primeiramente à Deus,

por me abençoar e capacitar durante todo

curso, e posteriormente à família, namorada e

amigos que não mediram esforços e deram

total apoio durante toda graduação.

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus por permitir conquistar mais uma nova etapa.

A Faculdade Pitágoras de Londrina, seu corpo docente, direção, administração,

todos que contribuíram para este feito.

E por fim, à família, namorada Ingrid, e amigos que acreditaram, e sempre

estiveram comigo nos melhores e piores momentos da vida, dando forças para

superar e vencer todos obstáculos.

À todos meus sinceros agradecimentos.

PIRES, Guilherme Pagani. Usinagem parcial de componentes de motores diesel e gasolina: Retifica de bielas e virabrequins. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Londrina, 2017.

RESUMO

Esta revisão de literatura mostra como é realizado o processo de retifica de bielas e

virabrequins, e como analisar o estado em que se encontram, e proceder de maneira

correta em determinadas situações problemas. Nos livros, artigos e sites confiáveis

foram revisados, na parte de bielas, as diferenças entre bielas diesel e gasolina,

inspeções visuais e de medidas, os processos de rebaixamento e fresamento,

torneamento e brunimento. Já na parte do eixo de manivelas, foram revisados, as

diferenças entre virabrequim diesel e gasolina, inspeções de medidas, teste

magnafux, retifica, balanceamento e polimento. Foi abordado também, as maquinas

e instrumentos de medições utilizados durante cada processo.

.

Palavras-chave: Retifica bielas; Retifica virabrequim; Biela; Eixo de manivelas.

PIRES, Guilherme Pagani. Usinagem parcial de componentes de motores diesel e gasolina: Retifica de bielas e virabrequins. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Londrina, 2017. .

ABSTRACT

This literature review shows how is realized out rectify process of connecting rod and

cranksshaft, and how to analyze the state at what if find, and to behave of right way

in certain problems situations. In the books, articles and confiable sites, was review,

at the parts of connecting rod, the diferences in between connecting rods diesel and

gasoline, visual inspections and measures, the lowering process and milling, lathing

and polishing. Already at cranksshaft parts, was review, the diferences in between

cranksshaft diesel and gasoline, measures inspections, manafux test, retify,

balancing and polishing. Was approached to, the machines and measures

instruments used during each process.

Key-words: Connecting rod retify; Cranksshaft retify; Connectinh rod; Cranksshaft.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Biela e seus componentes ..................................................................... 15

Figura 2 – Identificação de bielas: STD e Fundida respectivamente. ...................... 17

Figura 3 – Inspeção de altura e alinhamento de bielas. .......................................... 18

Figura 4 – Retificadora de superfície plana de biela e capa RSP-1 ........................ 20

Figura 5 – Fresadora de bielas dentadas FB........................................................... 21

Figura 6 – Broqueadora e Retificadora de bielas .................................................... 23

Figura 7 – Brunidora de Bielas BB-98 ..................................................................... 24

Figura 8 – Virabrequim e seus componentes .......................................................... 26

Figura 9 – Inspeção de diâmetros ........................................................................... 28

Figura 10 – Magnaflux – D-2060 ............................................................................. 29

Figura 11 – Retificadora de Virabrequim. ................................................................ 29

Figura 12 – Balanceamento Dinâmico PHQ-500 ..................................................... 31

Figura 13 – Politriz de Virabrequim PV-1500........................................................... 32

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Modelos Bielas ....................................................................................... 19

Tabela 2 – Padronização alongamento e encurtamento de bielas.......................... 22

Tabela 3 – Resultados súbito................................................................................... 25

Tabela 4 – Características pós inspeções bielas Mercedes Benz OM 457 LA ........ 33

Tabela 5 – Características pós inspeções bielas Cummins Série C ........................ 34

Tabela 6 – Características pós inspeções bielas Ford Zetec Rocam 1.0 ................ 35

Tabela 7 – Características pós inspeções virabrequim Volkswagen AP 1.6 ............ 36

Tabela 8 – Características pós inspeções virabrequim Cummins Série B 4Cil ........ 37

Tabela 9 – Características pós inspeções virabrequim Scania DSC9 ..................... 39

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – CATALOGO MAHLE. .......................................................................... 2

QUADRO 2 – CATALOGO MERCEDES BENZ OM 457 LA.................................... 33

QUADRO 3 – CATALOGO CUMMINS SERIE C. ..................................................... 34

QUADRO 4 – CATALOGO FORD ZETEC ROCAM 1.0. .......................................... 35

QUADRO 5 – CATALOGO VOLKSWAGEN AP 1.6. ............................................... 36

QUADRO 6 – CATALOGO CUMMINS SERIE B 4CIL.. ........................................... 37

QUADRO 7 – CATALOGO SCANIA DSC9.. ............................................................ 38

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

STD Standard

NBR Norma Brasileira

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1 RETIFICA DE BIELAS ....................................................................................... 15

1.1 BIELAS .......................................................................................................... 15 1.2 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE BIELAS DIESEL/GASOLINA .............. 15 1.3 INSPEÇÕES .................................................................................................. 16 1.3.1 Inspeção visual ................................................................................... 16 1.3.2 Inspeção de medidas .......................................................................... 17 1.4 REBAIXAMENTO E FRESAMENTO ............................................................. 19 1.4.1 Processos de rebaixamento ................................................................ 20 1.4.2 Processos de fresamento .................................................................. 20 1.5 TORNEAMENTO............................................................................................ 21 1.6 BRUNIMENTO................................................................................................ 24

2 RETIFICA DE VIRABREQUIM .......................................................................... 27

2.1 VIRABREQUIM .............................................................................................. 26 2.2 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE VIRABREQUIM DIESEL/GASOLINA ...26 2.3 INSPEÇÕES ...................................................................................................27 2.3.1 Inspeção de medidas .......................................................................... 27 2.4 TESTE MAGNAFLUX .................................................................................... 28 2.5 RETIFICA ....................................................................................................... 29 2.6 BALANCEAMENTO E POLIMENTO.............................................................. 30 2.6.1 BALANCEAMENTO ............................................................................ 30 2.6.2 POLIMENTO ....................................................................................... 31

3 SITUAÇÕES DE PROCEDIMENTO .................................................................. 33

3.1 PROCEDIMENTOS BIELAS .......................................................................... 33 3.2 PROCEDIMENTO VIRABREQUIM ............................................................... 36

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42

ANEXOS....................................................................................................................46

ANEXO A – CATALOGO PARCIAL MAHLE ............................................................47

13

INTRODUÇÃO

Neste presente trabalho de conclusão de curso irar-se-á estudar e aprofundar-

se sobre como é realizado o processo de usinagem em motores diesel e gasolina

dentro de retificadoras, focando toda a pesquisa exclusivamente em retifica de bielas

e virabrequins respectivamente. Tanto um quanto o outro componente, são utilizados

juntos, tendo as mesmas funções desde os primórdios da invenção do primeiro motor

de combustão interna, pelo engenheiro alemão Nikolaus August Otto (1832-1891).

Em relação as Bielas estudar-se-á todas as inspeções pré-retifica, medições,

rebaixamento, fresamento, torneamento, brunimento, entre outros, até a peça estar

devidamente preparada para a montagem do motor. Já sobre o virabrequim (eixo de

manivelas) comentar-se-á medições com micrometros, inspeções de trincas e

chavetas, enchimento da lateral da bronzina e traseira, empenamento, retifica dos

mancais fixos e mancais de bielas, balanceamento, polimento, até o mesmo estar apto

a ser montado.

A seguinte pesquisa justifica-se como referência principalmente para alunos de

engenharia mecânica, ou, pessoas interessadas em motores, sobre como é realizado

o processo de retifica dentro das retificadoras, já que o estudo em sala de aula é

precário, e insuficiente, devido à uma grade relativamente grande em um curto período

de tempo.

Nesse contexto surge a problemática, que é como identificar se as bielas e o

eixo de manivelas de motores ciclo diesel e ciclo otto estão em boas condições,

condenadas devido algum problema ou então é necessário retificar?

O objetivo geral deste trabalho é apresentar como é realizado o processo de

usinagem em bielas e virabrequins dentro das retificadoras, afim de entender os

procedimentos utilizados em determinadas situações. Para isso, o trabalho seguirá os

seguintes objetivos específicos que serão aprofundados no decorrer dos capítulos.

Analisar instrumentos de medições necessários para a realização do

processo de usinagem em bielas e virabrequins.

14

Entender máquinas e equipamentos utilizados para o processo de retifica de

virabrequins e bielas.

Conhecer as principais diferenças de bielas e virabrequins diesel e gasolina.

O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma revisão de literatura, no qual

foi realizada pesquisas em sites de fonte confiável, artigos científicos, jornais e revistas

técnicas, catálogos de fabricantes e profissionais da área, não se estabelecendo um

período anual de investigação para catálogos, apostilas, sendo os principais, MAHLE,

CHINELLATO, ITALMICRO, INCOMATOL, SENAI, entre outros.

15

1 RETIFICA DE BIELAS

1.1 BIELAS

Bielas são componentes de motores de combustão interna diesel/gasolinas,

sendo constituídas basicamente por capa, cabeça, pé, haste, bucha, parafusos e

bronzinas.

Pode-se dizer que:

As bielas são hastes metálicas que conectam os pistões ao virabrequim, convertendo o movimento de subida e descida do primeiro em um movimento rotativo, no segundo. Geralmente, é feita de aço forjado, assumindo determinadas formas e tamanhos diferentes conforme o tipo e configuração de cada motor (MARCELO, 2016).

Figura 1 – Biela e seus componentes

Fonte: SENAI (2004).

1.2 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE BIELAS DIESEL/GASOLINA

Aprofundando-se em respeito das bielas, sabe-se que as mesmas embora

sempre tenha a mesma função, não são iguais. Existem diferentes e diferentes

modelos de bielas para diferentes e diferentes motores, porém todos estes modelos

não vem ao caso estudar, o que vale a pena ressaltar são dois grupos distintos, as

bielas de motores diesel, e as bielas de motores a gasolina.

16

As principais características de bielas de motores diesel são seu tamanho,

geralmente maiores e mais robustas, podendo possuir guias além dos parafusos.

Nestas bielas, o encaixe do pino do pistão sempre é feito através da bucha, onde a

mesma possui folga de 03 à 04 centésimos milésimo, generalizando, levando em

consideração os ajustes parciais do bloco e cilindro, sempre há necessidade de mexer

na altura da biela, torneando mais material da parte de cima da bucha para encurtar

seu tamanho, ou torneando mais material da parte de baixo da bucha para alongar

seu comprimento.

Já as bielas de motores a gasolina, diferente das bielas a diesel possuem um

corpo menor e mais frágil, onde o encaixe do pino do pistão pode ser feito de duas

maneiras, através de bucha (como nas bielas a diesel), ou simplesmente prensadas,

ou seja, sem a utilização de bucha, e sim prensando o ferro do pé da biela com o ferro

do pino do pistão. Em relação aos guias, não há presença de guias, sendo assim os

parafusos seus únicos guias. As bielas que precisam de buchas, o ideal é que não

possua folga, tendo assim a mesma medida do pino do pistão, Já em relação aos

ajustes do bloco e cilindro, diferente dos motores a diesel, não há necessidade de

alterar a altura das bielas, ou seja, torneando a bucha sempre no centro.

1.3 INSPEÇÕES

Para determinar se uma biela está apto para a utilização, é necessário realizar

uma serie de conferencias, medidas, que são feitas através de instrumentos de

medição. Os instrumentos de medições mais utilizados para tais inspeções são:

micrometro, súbito, relógio comparador, torquimetro e balança, ambos disponíveis no

anexo para eventuais dúvidas.

1.3.1 INSPEÇÃO VISUAL

Em geral, “inspeção visual exige definição clara e precisa de critérios de

aceitação e rejeição do produto que está sendo inspecionado” (SENAI, 1999, pág. 02).

Focando em bielas, a inspeção visual é utilizada para conferir capa/corpo,

parafusos/roscas e guias (se houver).

Na maior parte dos casos, há como retificar e recuperar a peça. Os principais

casos de ter de condenar a peça ocorrem quando, há desgaste no alojamento superior

lateral, há torção e deslocamento, os riscos internos ao alojamento superior são

17

fundos demais (considerando que fundiu), o que acaba encurtando muito o

comprimento da peça após rebaixada e usinada, e por fim, quando a bucha do pé da

biela acaba rodando dentro do motor, o que afeta o diâmetro interno do alojamento

inferior.

Figura 2 – Identificação de bielas: STD e Fundida respectivamente.

Fonte: Monza turbo (2012).

1.3.2 INSPEÇÃO DE MEDIDAS

As inspeções de medidas são realizadas após a inspeção visual, com

instrumentos de medição, tais inspeções tem como função avaliar nos mínimos

detalhes, centésimo por centésimo que não são vistos a olho nu.

Após o desmonte, limpeza, montagem e aperto dos parafusos (torque), são

inúmeros os procedimentos necessários para realizar a inspeção de medida, sendo

eles, inspeção de massa, alojamento superior e inferior, altura e alinhamento.

A inspeção de massa é justamente a comparação de pesos do jogo de bielas,

tendo todas que estar dentro de uma faixa especifica de peso, ou seja, balanceadas

(ERCI. D. ROBERTO, 2011, pág. 01). Posteriormente, utilizando-se o micrometro e

regulando o súbito (comparador de diâmetro interno), pode-se iniciar as inspeções dos

alojamentos.

As inspeções dos alojamentos superior e inferior da biela, irá indicar se a

mesma necessita de brunimento (alojamento superior), ou, se está com medidas

dentro do padrão, STD, para seguir adiante. A conferência da medida, como dito

anteriormente, é realizada com auxílio de um súbito, onde deve-se colocá-lo

internamente aos alojamentos, deslizando-o entre os parafusos e em pontos

Biela Fundida Biela STD

18

equidistantes da linha do centro da biela (ex: 20°; 45°; 90°; 135° e 160°) (MARCOS

J.A. PALHARINI, 2015, cap. 10, pág.18.), afim de checar basicamente o alojamento

por completo, encontrando o resultado mais alto marcado em cada angulo.

As inspeções de altura e alinhamento, são realizadas em um torno de biela.

Tanto para um, quanto para a outra inspeção, deve-se centrar a peça e utilizar um

relógio comparador para a conferencia.

Para inspecionar a altura do jogo de bielas, é necessário centrar uma biela por

completo, ou seja, verticalmente e horizontalmente, onde, após centrada, retirar e

centrar o restante das bielas, porém, somente horizontalmente, não podendo alterar

a altura (posição vertical) da primeira peça (INTERNATIONAL ENGINES SOUTH

AMERCAN LTDA, 2003, seção E, pág. 02), sendo a diferença a vertical marcada pelo

relógio comparador, correspondente à diferença de altura de uma biela para a outra.

A inspeção de alinhamento, segue o mesmo padrão da anterior, a principal

diferença é que todas as peças do jogo deve ser centradas horizontalmente e

verticalmente, após a mesma estar no centro, desloca-se o relógio comparador ao

longo do alojamento, e se houver variação no ponteiro, significa que a biela está

desalinhada.

Figura 3 – Inspeção de altura e alinhamento de bielas.

Fonte: Retificadora Tietê (2017).

Suporte fixador.

Biela

Relógio comparador com suporte p/ torno

Eixo de corte

Centralizador horizontal

19

1.4 REBAIXAMENTO E FRESAMENTO

Para entender os processos de rebaixamento/fresamento, deve-se saber que

até o ano de 2017, existem três modelos de capas de biela, no quesito de junção capa

e corpo, as bielas faceadas (lisas), conhecidas também por convencionais, as bielas

estriadas (dentadas) e por último, as bielas fraturadas (superfície irregular) (SANDRO.

HENRIQUE, 2017). Dentro desses três modelos mencionados, somente dois

possuem retifica, as faceadas e estriadas, resumidamente, conforme tabela abaixo:

Tabela 1 – Modelos Bielas

Bielas

Produção

Superfície da junção

capa/biela

Possui Retifica do

alojamento superior?

Faceadas

Biela e capa

produzidas

separadamente,

posicionadas com

guias.

Superfície Lisa

Sim

Estriadas

Biela e capa

produzidas

separadamente,

posicionadas com

guias.

Superfície dentada

Sim

Fraturadas

Biela e capa

produzidas como uma

única peça, e depois

rachada.

Superfície fraturada e

irregular

Não

Fonte: SENAI, Apostila Motores de Combustão (2003).

O processo de rebaixamento/fresamento de biela tem como principal função a

diminuição do diâmetro do alojamento para-se posteriormente retifica-lo e deixar com

o diâmetro original, STD (CAROLINA VILANOVA, 2015, pág. 20).

20

2.4.1 PROCESSO DE REBAIXAMENTO

A realização do rebaixamento é realizado somente em bielas faceadas, ou seja,

lisas, em maquinas parecidas ou iguais a Retificadora de superfície plana de biela e

capa RSP-1, que basicamente é composta por rebolo, motor elétrico, graduação de

avanço, entre outros (CHINELLATO, 2000).

Iniciando-se a retifica, prende-se o corpo da biela/capa (individualmente) em

volta do eixo do equipamento, em sua superfície plana, regulando-se as duas faces

para que ambas “cortem” por igual no rebolo, após toda a regulagem, é ligada a

máquina, consequentemente, realiza-se o rebaixamento.

Figura 4 – Retificadora de superfície plana de biela e capa RSP-1

Fonte: Chinellato (2000).

2.4.2 PROCESSO DE FRESAMENTO

O processo de fresamento, é muito semelhante ao processo de rebaixamento,

e possui a mesma função do anterior, porém, diferente do mesmo, este é destinado a

bielas estriadas, ou seja, dentadas. O equipamento utilizado para realizar o

fresamento, são fresadoras de bielas, como por exemplo, Fresadora de bielas

dentadas FB, do fabricante Italmicro, e não, limas triangulares, devido as mesmas não

removerem o material de forma precisa, assim, podendo remover mais material de um

lado, do que do outro, consequentemente, deslocando-se a biela.

Motor elétrico

Chapa p/ fixação e aperto

Biela

Rebolo

Graduação de avanço

21

As fresadoras de bielas, normalmente são compostas, por motor elétrico, mesa

horizontal com sistema de avanço vertical, chapa para fixação e aperto de capa/biela

e, o principal, vários jogos de fresas de acordo com a necessidade de cada fabricante

de motor (ITALMICRO MAQUINAS, 1999).

O método seguido para a fresagem, inicia-se assim como no rebaixamento,

com a fixação e centragem da biela/capa sobre a mesa horizontal, em torno do eixo

central da mesa, regulando-se para que ambos os lados toquem igualmente a fresa,

e apertando com a chapa de fixação. Posterior a toda regulagem, liga-se o

equipamento, onde, através do deslocamento da mesa e a pressão de corte das fresas

simultaneamente, ocorre a remoção de materiais na forma de cavacos.

Figura 5 – Fresadora de bielas dentadas FB

Fonte: Italmicro (1999).

1.5 TORNEAMENTO

Posterior aos processos de rebaixamento e fresamento, inicia-se o

torneamento, que divide-se em dois processos, torneamento da bucha (alojamento

inferior) e torneamento do “ferro”, vulgo, alojamento superior. O processo de

torneamento, ou, mandrilhamento, como também é chamado, está entre os mais

importantes, se não, o mais importante processo de usinagem, pois, tem a função de

deixar as bielas na medida STD das bronzinas, ou seja, no padrão de fábrica. Além

Painel de comando

Jogo de fresas

Mesa c/ sistema de avanço

Chapa p/ fixação e aperto

Biela

22

da obrigação de deixar as bielas STD, outra função extremamente importante é a

altura da biela, onde as mesmas devem ficar dentro do limite de altura do

cilindro/virabrequim, pré-estabelecidos pelo fabricante do motor (RETIFICADORA

TIÊTE, 2017).

Os processos de encurtamento e alongamento das bielas, são realizados de

duas maneiras, através do alojamento superior e também da bucha de biela.

Normalmente, considerando o fator de segurança, calcula-se que uma bucha de biela

“aguenta” ser encurtada/alongada em torno de 0,15 milímetros, sem correr o risco de

a ferramenta do torno tocar o ferro da bucha de biela, então, para valores maiores,

obrigatoriamente deve-se realizar o encurtamento/alongamento pelo “ferro”

(alojamento superior), rebaixando-o sempre o dobro do valor que tem de ser usinado,

exemplo: pede-se para encurtar 0,40mm, então terá que rebaixar 0,80mm. (SANDRO

HENRIQUE, 2017).

Tabela 2 – Padronização alongamento e encurtamento de bielas

0 à 0,15 (mm) 0,15 + (mm)

Alongamento

Realizado na bucha de biela,

centrando-a normalmente, e

aumentando a altura com

auxílio de base magnética c/

relógio comparador.

Realizado no alojamento

superior, rebaixando/fresando

o dobro do valor alongado,

aumentando a altura com

auxílio de base magnética c/

relógio comparador

Encurtamento

Realizado na bucha de biela,

centrando-a normalmente,

diminuindo a altura com auxílio

de base magnética c/ relógio

comparador.

Realizado no alojamento

superior, rebaixando/fresando

o dobro do valor encurtado,

diminuindo a altura com auxílio

de base magnética c/ relógio

comparador.

Fonte: SENAI, Apostila Motores de Combustão (2003).

O equipamento utilizado para o torneamento, como o próprio nome já diz, é o

torno de biela, conhecido também por Broqueadora e Retificadora de Bielas, está

máquina possui muitos componentes, como, dispositivos de centragem horizontal e

vertical, dispositivos de medição, alinhamento dos cabeçotes, cabeçote retificador,

caixa de ferramentas, entre outros (INCOMATOL, 2003). Pode-se dizer, que o

23

princípio de funcionamento para usinagem de buchas e alojamento superior, é o

mesmo, mudando-se apenas, as ferramentas de corte.

Tanto para bucha, quanto para o “ferro” (alojamento superior), procede-se

centrando-as vertical e horizontalmente, encurtando/esticando caso precise, então,

para regulagem da ferramenta de corte, soltasse-a a mesma, encostando-a na peça,

feito este procedimento, liga-se a máquina e dá-se o primeiro passo. Posterior ao

primeiro, mede-se a peça, regulando-se a ferramenta de corte na medida desejada,

para que a peça, bucha, e/ou “ferro” fique STD (SANDRO HENRIQUE, 2017).

Figura 6 – Broqueadora e Retificadora de bielas.

Fonte: Incomatol (2003).

1.6 BRUNIMENTO

Posteriormente ao processo de rebaixamento/fresamento,

mandrilhamento/torneamento, respectivamente, inicia-se o processo de

brunimento.

O brunimento é um processo de usinagem a baixa velocidade de corte que utiliza ferramentas abrasivas, nas quais todos os grãos ativos estão

Sistema de regulagem vertical

Sistema p/ regulagem de ferramentas

Eixo porta ferramenta

Sistema c/ controle de velocidades

Sistema manual mesa de avanço

Painel de controle

Sistema de regulagem horizontal

Mesa de avanço

Eixo trava p/ mesa de avanço automático

Biela

24

em contato com a superfície da peça. Tais grãos descrevem trajetórias helicoidais deixando marcas típicas em forma de hachurado com traços entrelaçados. Isso ocorre porque a ferramenta tem rotação e se desloca axialmente com movimento alternativo (MAHLE, 1999).

A finalidade do brunimento, é deixar a biela com ótimo acabamento,

“hachurada” e STD. O equipamento utilizado para realizar o processo de brunimento,

é a Brunidora de Bielas BB-98, ou semelhantes, compostas por, motor elétrico, mesa

com sistema de avanço, eixo porta ferramentas rotativo, relógio comparador p/

“pressão”, sistema de lubrificação, entre outros (CHINELATTO, 2002).

Figura 7 – Brunidora de Bielas BB-98.

Fonte: Chinelatto (2002).

Uma curiosidade, é que através deste equipamento, é possível deixar a biela

completamente redonda, mesmo se a mesma se encontrar com um lado mais fechado

(maior valor medido com o súbito) do que o outro.

Exemplos: Considerando um motor AP, com medidas STD conforme quadro

abaixo.

Relógio regulador pressão

Biela Sistema de avanço e travamento

Sistema de lubrificação

Painel de controle

Eixo porta ferramentas rotativo

25

Quadro 1 – Catalogo MAHLE.

Fonte: MAHLE (2016).

Considera-se os seguintes resultados abaixo, obtidos através do súbito.

Tabela 3 – Resultados súbito.

Fonte: Sandro Henrique (2017).

Conclui-se que através do brunimento, é possível deixar a biela na medida

STD, sem correr o risco de a mesma ficar ovalizada.

Ângulo de medida Resultados

20° 0,00 (50,60)

45° + 0,05 (50,65)

90° + 0,07 (50,67)

135° + 0,02 (50,62)

160° +0,01 (50,61)

26

2 RETIFICA DE VIRABREQUIM

3.1 VIRABREQUIM

Árvore de manivelas, eixo de manivelas, girabrequim, e por outros muitos

nomes é conhecido o virabrequim. O virabrequim é um equipamento fundido em aço

carbono, constituído por bucha, orifícios para passagem de óleo, diversas bielas

(moente) e mancais (munhões) acoplados em ângulos diferentes, lembrando várias

manivelas lado à lado, entre outros (SENAI; OLIVEIRA. A. CARLOS; ROSA.

ANDREA. 2003, pág. 39).

Figura 8 – Virabrequim e seus componentes.

Fonte: SENAI, Apostilas motores combustão interna (2003).

A função do virabrequim é basicamente, receber a força explosiva dos pistões,

através das bielas (eixo de ligação), transformando-as e enviando-as ao sistema de

transmissão, torque, força e rotação.

2.2 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE VIRABREQUIM DIESEL/GASOLINA

Assim como as bielas, existem inúmeros modelos de virabrequins, sendo eles

para motores em linha, motores em “V”, motores dois tempos, motores quatro tempos,

entre outros, contudo, nesta monografia, generaliza-se em dois modelos, diesel e

gasolina (SENAI; OLIVEIRA. A. CARLOS; ROSA. ANDREA. 2003, pág. 39).

Embora os eixos de manivelas diesel e gasolina sejam muito semelhantes, e

possuam a mesma função em um motor, há diferenças entre os mesmos. O

virabrequim de motores diesel, como as bielas, são extremamente robustos e

27

pesados, podendo possuir contrapesos, parafusados junto ao virabrequim, com a

função de deixar o mesmo balanceado, ou seja, rodando livremente. A mais

importante diferença é o ângulo do raio de concordância, o que, afeta diretamente o

processo de retifica, variando-se por marca em cada motor diesel.

A árvore de manivelas de motores gasolina, são frágeis e leves, quando

comparadas com o diesel, não precisando de contrapesos para ser balanceada.

Diferente dos diesel, o virabrequim a gasolina, possui pouco, ou nenhum raio de

concordância, podendo ser retificado sem a necessidade de arredondar as pontas do

rebolo.

2.3 INSPEÇÕES

Assim como acontece com as bielas, o eixo de manivelas também necessita

passar por procedimentos, onde, determina, se o mesmo está apto, precisa de retifica

ou então, será condenado. Os instrumentos de medição utilizados para a execução

das inspeções são: relógio comparador, micrometros, durômetro e luneta.

3.3.1 INSPEÇÃO DE MEDIDAS

O processo de inspeção de medidas do virabrequim, tem como função, avaliar

o que será feito com o mesmo, verificar suas condições, nos quesitos, dureza do

material, lateral e diâmetros dos mancais, bielas, flange e o raio de concordancia

(INTERNATIONAL ENGINES SOUTH AMERICAN, 2003, seção G, pág. 01).

A inspeção de dureza é realizada através do durômetro, onde, mede-se a

mesma, comparando-se a escala medida pelo instrumento de medição com a escala

do fabricante do motor (Anexo 01). Caso há dureza esteja abaixo do limite permitido,

deve-se condenar a peça, mesmo que o eixo de manivelas esteja em perfeitas

condições de medidas.

A lateral do virabrequim, fica localizada no mancal central, e normalmente

mede-se com a própria bronzina, verificando-se a folga axial. Caso a folga axial passe

da tolerância permitida, enche-se com solda, corrigindo-a posteriormente durante o

processo de retifica.

Com auxílio de um micrometro, avalia-se o grau de desgaste e ovalização dos

mancais, bielas e flange, comparando-os com o limite permitido pelo fabricante (Anexo

01), e determinando em qual medida será retificado. A escala de retifica mais comum,

28

é 0,25mm, 0,50mm, 0,75mm e 1,00mm, porém, pode haver exceções de acordo com

certos fabricantes (MTNSB, pág. 01, 2007).

Por último, realiza-se a inspeção do raio de concordância com um calibre, onde

o mesmo exige muita atenção, pois, uma medida errada, pode comprometer o

virabrequim (REVISTA TECNICA O MECÂNICO, 2015).

Figura 9 – Inspeção de diâmetros.

Fonte: MTNSB, pág. 01 (2007).

2.4 TESTE MAGNAFLUX

Posterior à inspeções, inicia-se o teste magnaflux, não deixando-se de ser um

outro processo de inspeção, este teste tem a função de detectar possíveis trincas,

invisíveis a olho nu.

Esse processo consiste em magnetizar o eixo e espalhar sobre ele um líquido contendo partículas ou pó de ferro. As partículas se depositam sobre as trincas tornando-as visíveis sob ação de luz negra. A profundidade da trinca pode ser avaliada pela quantidade de partículas depositadas sobre ela, influindo na intensidade do campo (REVISTA TECNICA O MECÂNICO, 2015).

O equipamento utilizado para a realização do teste magnaflux, é constituído por

motor elétrico com saída de corrente, bobina, luz negra, cabine escura, entre outros,

conforme figura 10, abaixo.

Biela do virabrequim

Micrometro

Mancal do virabrequim

29

Figura 10 - Magnaflux – D-2060.

Fonte: Magnaflux Brasil (2011).

2.5 RETIFICA

O processo de retifica de virabrequim é realizado em maquinas semelhantes a

Retificadora de Virabrequins, da fabricante Incomatol possuindo-se normalmente,

sistema de centragem cruzada, sistema automático de lubrificação, mesa com avanço

automático, sistema de medição continua, cabeçotes com flutuação por ar, entre

outros (INCOMATOL, 2001).

Figura 11 – Retificadora de Virabrequim.

Fonte: Incomatol (2011).

Painel de controle

Motor elétrico (localizado dentro do compartimento)

Bobina magnetizadora

Luz negra (localizado dentro do compartimento)

Sistema de medição

Sistema de centragem

Rebolo c/ sistema de avanço e lubrificação automático

Sistema de avanço rebolo manual

Painel de controle

Mesa c/ sistema de avanço

Cabeçote c/ sistema de flutuação

30

Pode-se dividir o processo de retifica em dois, retifica de mancais fixos, ponta

e traseira, e retifica de mancais bielas.

A retifica dos mancais fixos do virabrequim realiza-se centrando-o no curso zero

do cabeçote da máquina, e com um relógio comparador acoplado em uma base, e a

retificadora de virabrequim ligada e girando, confere-se o empenamento, não

podendo-se o mesmo ser maior de quinze centésimos, caso o empenamento seja

maior, acha-se o ponto mais alto marcado pelo relógio comparador, e retira-se o eixo

de manivelas da máquina, bate-se com martelo/marreta sobre o mesmo, afim de

diminuir o empenamento (MOREIRA. ANTONIO, 2017). Posterior com o virabrequim

devidamente centrado, aproxima-se o rebolo e inicia-se a retifica, onde, com o sistema

de medição e o micrometro, acompanha-se a medida até a mesma chegar na medida

desejada.

Já nos mancais de bielas, ocorrem os mesmos procedimentos, havendo-se

duas diferenças, que são, a utilização de uma luneta para centrar o mancal de biela,

e, o curso do cabeçote da máquina, que não é mais no ponto zero, variando-se o curso

para cada modelo de virabrequim de acordo com o fabricante (MOREIRA.ANTONIO,

2017).

2.6 BALANCEAMENTO E POLIMENTO

Os processos de balanceamento e polimento, respectivamente, são realizados

posteriormente a todo processo de inspeção e retifica, e tem a função de dar um toque

final no virabrequim.

2.6.1 BALANCEAMENTO

O balanceamento do eixo de manivelas, como o próprio nome diz, tem a função

de balancear, para que não ocorra vibrações dentro do motor. O processo de

balanceamento divide-se em três partes, balanceamento do virabrequim, volante e

platô (MOREIRA. ANTONIO, 2017)

O balanceamento é realizado em uma máquina de balanceamento dinâmico,

onde a mesma é conectada a um computador, que tem a função realizar uma leitura

algorítmica e apontar as eventuais falhas, desbalanceamentos, que possa vir a

ocorrer. Estas máquinas são constituídas por um motor elétrico, polias, mancais

móveis de apoio, sensores, entre outros (JIANPING EQUILIBRIO DINAMICO, 2013).

31

Figura 12 - Balanceamento Dinâmico PHQ-500.

Fonte: Jianping Equilíbrio Dinâmico da Máquina Manufacturing (2013).

Para efetuar-se o balanceamento, deve-se programar e regular a máquina de

acordo com cada fabricante, onde, posterior a programação, liga-se o equipamento, e

após o termino do ciclo de balanceamento, o programa apontara o que deverá ser

feito, lembra-se que, caso o eixo de manivelas esteja desbalanceado, deve-se marca-

lo com um giz no ponto mais pesado (onde o programa apontar), e realizar a remoção

do material com o auxílio de furadeira e lixadeira (INTERNATIONAL ENGINES

SOUTH AMERICAN, 2003, seção G, pág. 03).

Posteriormente a remoção do material, obrigatoriamente, deve-se iniciar um

novo ciclo na máquina, e conferir se a quantidade retirada foi o suficiente para

balancear o virabrequim. Por último, após ao balanceamento do virabrequim, coloca-

se o volante, e o platô, respectivamente, balanceando-os da mesma forma que o eixo

de manivelas (MOREIRA. ANTONIO, 2017).

2.6.2 POLIMENTO

O processo de polimento é o último e o mais simples a ser realizado, onde:

Na máquina de polir, prenda-o pelas pontas, sem apertar para que não deforme. Aplicar a pasta de polir no rebolo de feltro, em movimento de rotação. Depois, colocar o eixo do virabrequim em rotação, ao contrário do rebolo de feltro, e proceder ao polimento uniforme sobre toda a superfície dos

Virabrequim

Computador c/ painel de controle

Base c/ sensores

Polias (conectadas ao motor elétrico)

Mancais de apoio móveis

32

colos, deixando-a totalmente espelhada (REVISTA TECNICA O MECÂNICO, 2015).

Resumindo-se, liga-se a Politriz de Virabrequim PV-1500, que é constituída por

motor elétrico, placa universal e rebolo polidor, aplica-se a cera, normalmente de

alumina, e espalha-se sobre os mancais do virabrequim, e posterior, utiliza-se uma

pedra, que tem a função de remover o resto de cera que fica no rebolo, e retorna-se

removendo-se a cera e polindo o eixo de manivelas (CHINELATTO, 1997).

Figura 13 – Politriz de Virabrequim PV-1500.

Fonte: CHINELATTO (1997).

Rebolo polidor

Placa universal

Painel de controle

Virabrequim

33

3 SITUAÇÕES DE PROCEDIMENTO

3.1 PROCEDIMENTOS BIELAS

Afim de compreender corretamente cada processo necessário para retificar

certa biela, usar-se-á alguns exemplos, onde tem-se como função englobar algumas

situações delicadas, não muito comuns, e como proceder.

Exemplo 1: Considera-se todas as inspeções feitas, onde encontra-se as

seguintes características na “pior” biela do jogo.

Quadro 2 – Catálogo Mercedes Benz OM 457 LA.

Fonte: Mahle (2016)

Tabela 4 - Características pós inspeções bielas Mercedes Benz OM 457 LA

Motor Mercedes Benz OM 457

Marcas de fundida Sim

Bucha (Rodou) Não

Desgaste Lateral Não

Torção Não

Medida súbito 20° 0.04 (95,04)

Medida súbito 45° 0,23 (95,23)

Medida súbito 90° 0,20 (95,20)

Medida súbito 135° 0,08 (95,08)

Medida súbito 160° 0,03 (95,03)

Fonte: Sandro Henrique (2017)

Através das inspeções nota-se que a biela já está fechada, devido a mesma ter

fundido, não sendo necessário rebaixar/fresar. Neste caso, o equipamento correto é

utilizar a Broqueadora e Retificadoras de bielas, dando-se um passo, e deixando-a

pelo menos uns 0,07 (95,07) centésimos fechada, pois neste equipamento não é

34

possível arredondar o alojamento por inteiro quando o mesmo não encontra-se

completamente redondo. Posteriormente, utiliza-se a Brunidora de Bielas, que tem a

função de arredondar o alojamento proporcionalmente, e por fim após trocar a bucha,

utiliza-se novamente a Broqueadora e Retificadora de Bielas, para usina-la e deixa-la

na folga correta (SANDRO HENRIQUE, 2017).

Exemplo 2: Considera-se todas as inspeções feitas, onde encontra-se as

seguintes características na “pior” biela do jogo.

Quadro 3 – Catálogo Cummins Série C.

Fonte: Mahle (2016)

Tabela 5 - Características pós inspeções bielas Cummins Série C.

Motor Cummins Série C

Marcas de fundida Não

Bucha (Rodou) Não

Desgaste Lateral Sim

Torção Não

Medida súbito 20° 0.01 (81,01)

Medida súbito 45° - 0,02 (80,98)

Medida súbito 90° - 0,01 (80,99)

Medida súbito 135° - 0,02 (80,98)

Medida súbito 160° - 0,03 (90,97)

Fonte: Sandro Henrique (2017)

Analisando-se os resultados pós inspeções, percebe-se que as medidas do

alojamento superior da biela, estão dentro do limite de tolerância imposta pelo

35

fabricante, porém, há desgaste, perda de material na parte lateral do alojamento

superior, o que compromete a mesma. O procedimento correto à ser seguido nesta

ocasião, ou em similares, é condenar a biela, pois com o desgaste da lateral, a biela

está sujeita a vibrar no virabrequim, podendo-se comprometer todo o funcionamento

do motor (SANDRO HENRIQUE, 2017).

Exemplo 3: Considera-se todas as inspeções feitas, onde encontra-se as

seguintes características na “pior” biela do jogo.

Quadro 4 – Catálogo Ford Zetec Rocam 1.0.

Fonte: Mahle (2016)

Tabela 6 - Características pós inspeções bielas Ford Zetec Rocam 1.0.

Motor Ford Zetec Rocam 1.0

Marcas de fundida Sim

Bucha (Rodou) Não

Desgaste Lateral Não

Torção Sim

Medida súbito 20° - 0.07 (43,93)

Medida súbito 45° - 0,10 (43,90)

Medida súbito 90° - 0,12 (43,88)

Medida súbito 135° - 0.02 (43,98)

Medida súbito 160° - 0,03 (43,97)

Fonte: Sandro Henrique (2017)

Posterior aos resultados obtidos, percebe-se que a biela encontra-se aberta,

ou seja, para corrigir o problema deve-se rebaixar/fresar pelo menos cinco centésimos

a mais do local que está mais aberto, neste caso deve-se rebaixar pelo menos 0,17 à

0,20 milímetros. Porém a biela encontra-se torcida, e o procedimento correto a seguir

36

quando depara-se com uma biela torcida, é condenar a peça e substituir por uma nova

(SANDRO HENRIQUE, 2017).

3.2 PROCEDIMENTOS VIRABREQUIM

Assim como nas bielas, afim de entender e proceder corretamente em

determinadas situações, analisar-se-á alguns exemplos delicados, com o objetivo de

proceder corretamente, lembrando que posterior à todo procedimento abordado nos

exemplos, deve-se realizar o balanceamento dinâmico e polimento respectivamente.

Exemplo 1: Considera-se todas as inspeções feitas, onde o virabrequim

encontra-se com as seguintes características.

Quadro 5 – Catálogo Volkswagen AP 1.6.

Fonte: Mahle (2016)

Tabela 7 - Características pós inspeções virabrequim Volwswagen AP

1.6.

Motor Volwswagen AP 1.6

Marcas de fundida Sim

Empenado Sim

Desgaste Lateral Sim

Desgaste Flange Não

Presença de Trinca Não

Dureza Ok

1°Munhão - 0,03 (53,95)

37

2°Munhão - 0,07 (53,91)

3°Munhão - 0,15 (53,83)

4°Munhão - 0.20 (53,78)

5°Munhão - 0,13 (53,85)

1°Moente - 0,10 (47,68)

2°Moente - 0,08 (47,70)

3°Moente - 0,05 (47,73)

4°Moente - 0,07 (47,71)

Fonte: Moreira Antônio (2017)

Feita as inspeções, analisa-se que o virabrequim está fundido, empenado, e

precisa-se encher a lateral do munhão central com solda. O procedimento a seguir é

primeiramente encher a lateral, posterior, centraliza-lo na Retificadora de Virabrequim,

verificar de quantos centésimos é o empenamento, retirar, desempenar (deixar o

mesmo até no máximo 0,15 milímetros) e centraliza-lo novamente.

Os munhões deverão ser retificados para 0,50, pois estão bem desgastados e

a medida de 0,25 não deve dar conta de deixá-los perfeitamente redondos. Já os

moentes, como estão menos desgastados, a medida de 0,25 é suficiente para

arredonda-los por inteiro. O resultado pós retifica do virabrequim será munhões 0,50

(53,48mm) e moentes 0,25 (47,53mm) (MOREIRA. ANTONIO, 2017).

Exemplo 2: Considera-se todas as inspeções feitas, onde o virabrequim

encontra-se com as seguintes características.

Quadro 6 – Catálogo Cummins Série B 4Cil.

Fonte: Mahle (2017)

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Tabela 8 - Características pós inspeções virabrequim Cummins Série B 4Cil.

Motor Cummins Série B 4Cil.

Marcas de fundida Não

Empenado Não

Desgaste Lateral Não

Desgaste Flange Sim

Presença de Trinca Sim

Dureza Baixa

1°Munhão - 0,03 (82,98)

2°Munhão - 0,02 (82,99)

3°Munhão - 0,02 (82,99)

4°Munhão - 0.03 (82,98)

5°Munhão - 0,04 (82,97)

1°Moente - 0,02 (58,99)

2°Moente - 0,03 (58,98)

3°Moente - 0,03 (58,98)

4°Moente - 0,02 (59,99)

Fonte: Moreira Antônio (2017)

Posterior a analise, percebe-se que tanto os munhões, quanto os moentes

estão dentro da tolerância permitida pelo fabricante, à desgaste na flange e baixa

dureza. Para corrigir o desgaste na flange é necessário enche-la com solda, e

posteriormente retifica-la na Retificadora de Virabrequim, porém, devido à baixa

dureza do material, e a presença de trincas, o procedimento correto a ser seguido com

todo eixo de manivelas com baixa dureza e/ou, presença de trincas, é a condenação

do mesmo, pois ambos fatores comprometem o desempenho do mesmo (MOREIRA.

ANTONIO, 2017).

Exemplo 2: Considera-se todas as inspeções feitas, onde o virabrequim

encontra-se com as seguintes características.

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Quadro 7 – Catálogo Scania DSC9.

Fonte: Mahle (2016)

Tabela 9 - Características pós inspeções virabrequim Scania DSC9.

Motor Scania DSC9.

Marcas de fundida Não

Empenado Não

Desgaste Lateral Não

Desgaste Flange Não

Presença de Trinca Não

Dureza Ok

1°Munhão - 0,02 (89,48)

2°Munhão - 0,02 (89,48)

3°Munhão - 0,03 (89,47)

4°Munhão - 0.03 (89,47)

5°Munhão - 0,03 (89,47)

6°Munhão - 0,02 (89,48)

7°Munhão - 0,02 (89,48)

1°Moente - 0,05 (79,70)

2°Moente - 0,05 (79,70)

3°Moente - 0,05 (79,70)

4°Moente - 0,05 (79,70)

5°Moente - 0,05 (79,70)

6°Moente - 0,05 (79,70)

Fonte: Moreira Antônio (2017)

Analisando-se as inspeções obtidas, nota-se que os munhões já foram

retificados, estão na medida 0,50mm, e dentro do limite de tolerância do fabricante,

não sendo necessário retifica-los novamente. Já os moentes, estão na medida de

40

0,25mm, e todos abaixo da tolerância máxima, precisando-se retifica-los para

0,50mm. Como a dureza, flange e empenamento e lateral estão dentro das medidas,

o único processo a ser realizado é a retifica nos moentes, através da Retificadora de

Virabrequim (MOREIRA. ANTONIO, 2017).

41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizou-se uma revisão de literatura sobre usinagem parcial de componentes

de motores diesel e gasolina, enfatizando-se a retifica de bielas e virabrequins, e

observou-se que para o processo de retifica possui vários parâmetros, tais como:

diferenças entre peças diesel e gasolina, inspeções, processos pré e pós retifica, e

diversos meios de proceder de acordo com a situação em que a peça é encontrada.

Quando se trata da solução deste trabalho, existem diversos meios de

proceder, porém, sempre é necessário utilizar dos instrumentos de medições e

equipamentos, máquinas, para saber o estado da peça mensurada, e proceder de

maneira correta, que não venha a comprometer seu desempenho dentro do motor.

Neste trabalho, mostrou-se que, a partir de literaturas pesquisadas, conversas com

profissionais da área, não existe uma formula mágica para seguir-se, pois cada peça

podem-se ser encontradas de maneiras distintas, onde, deve-se levantar-se todas as

possíveis informações de peça por peça e posteriormente, analisar como proceder.

Nota-se que toda peça com presença de trincas, com baixa dureza de material,

com alto grau de torção, desgasta lateral (bielas) e/ou deslocamento deve-se ser

condenada, pois, podem vir a comprometer o funcionamento do motor.

42

REFERÊNCIAS

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<http://www.conarem.com.br/wp-content/uploads/2010/05/ABNT-NBR-13032-2008-

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<http://aviacaomarte.com.br/wp-content/uploads/2015/04/10Operecao-Manut-do-

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43

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MOREIRA, ANTONIO (Técnico Mecânico setor de virabrequim, Retificadora Tietê).

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46

ANEXOS

47

ANEXO A

CATALOGO PARCIAL MAHLE

OBS: CATALOGO COMPLETO DISPONIVEL NAS REFERENCIAS

BIBLIOGRAFICAS.

48

49

50

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52

53

54