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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM CURSO TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL E SOCIOPATRIMONIAL EM USINAS HIDRELÉTRICAS RELATÓRIO DE ESTÁGIO Leonardo Domingues Santa Maria, RS, Brasil 2015

USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL E ... · sociopatrimonial e no monitoramento de macrófitas aquáticas em usinas hidrelétricas. 1.3.2 Objetivos Específicos - Utilizar

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

CURSO TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO

AMBIENTAL E SOCIOPATRIMONIAL EM USINAS

HIDRELÉTRICAS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Leonardo Domingues

Santa Maria, RS, Brasil 2015

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USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO

AMBIENTAL E SOCIOPATRIMONIAL EM USINAS

HIDRELÉTRICAS

Leonardo Domingues

Relatório de Estágio apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como requisito

parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento

Orientador: Prof. Elodio Sebem

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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Universidade Federal de Santa Maria Colégio Politécnico da UFSM

Curso Tecnologia em Geoprocessamento

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio

USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL E

SOCIOPATRIMONIAL EM USINAS HIDRELÉTRICAS

Elaborado por Leonardo Domingues

Como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA

Elodio Sebem, Dr. (Presidente/Orientador do Estágio)

Alessandro Miola, Dr. (UFSM)

Santa Maria, 03 de Julho de 2015

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Universidade Federal De Santa Maria Colégio Politécnico Da UFSM

Curso Tecnologia em Geoprocessamento

USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL E

SOCIOPATRIMONIAL EM USINAS HIDRELÉTRICAS

Relatório de Estágio realizado na Lago Azul Consultoria LTDA

Elaborado por Leonardo Domingues

Como requisito parcial para a obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA

Elodio Sebem, Dr. (Presidente/Orientador do Estágio)

Silvia Ane Dalmolin Tecg. Geoproc. (Lago Azul Consultoria)

Leonardo Domingues (Estagiário)

Santa Maria, 03 de Julho de 2015

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RESUMO

Relatório de Estágio

Colégio Politécnico da UFSM Universidade Federal de Santa Maria

USO DA FERRAMENTA SIG NA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL E

SOCIOPATRIMONIAL EM USINAS HIDRELÉTRICAS

AUTOR: LEONARDO DOMINGUES

ORIENTADOR: ELODIO SEBEM Santa Maria, 03 de julho de 2015

O estágio supervisionado, com duração de 300 horas, como requisito parcial para a formação no curso Tecnólogo em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi desenvolvido na empresa Lago Azul Consultoria no município de Itá/SC e teve como objetivo utilizar ferramentas de SIG (Sistema de Informações Geográficas) como suporte nas atividades de Fiscalização Ambiental e Sociopatrimonial e no monitoramento de macrófitas aquáticas nos reservatórios de usinas hidrelétricas, além de acompanhar as atividades a campo com as equipes responsáveis. Durante o estágio foram utilizadas ferramentas de geoprocessamento e de Sistema de Informações Geográficas, e como resultado, obteve-se a geração de mapas temáticos ligados a bancos de dados que se mostrou imprescindível para o planejamento das atividade e tomada de decisões.

Palavras-chave: Sistema de Informações Geográficas. Fiscalização Ambiental. Monitoramento Ambiental.

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ABSTRACT

Internship Report Polytechnic College of UFSM

Federal University of Santa Maria

SIG TOOLS APPLIED FOR MONITORING SOCIO-WEALTH IN

HYDROELETRIC RESERVOIS

INTERN: LEONARDO DOMINGUES MENTOR: ELODIO SEBEM Santa Maria, 03 July 2015

The supervised 300 hours internship, as a partial requirement for graduating in Geoprocessing Technologist in the Polytechnic College of UFSM, was conducted in “Lago Azul Consulting Company” in the city of ITA/SC and aimed to use GIS (Geographic Information System) tools in support of environmental and socio-wealth inspection activities and aquatic macrophytes monitoring in hydroelectric reservoirs, in addition to accompanying field research with the responsible teams. During the internship were used Geoprocessing and Geographic Information System tools, and as a result, we obtained the creation of thematic maps linked to databases that proved to be essential for the planning of activities and decision-making.

Key-words: Geographic Information System. Inspection. Environmental Monitoring.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa de localização do reservatório da Usina Hidrelétrica Itá. ......... 20

Figura 2 - Mapa de localização do reservatório da Usina Hidrelétrica Estreito. 21

Figura 3 - Croqui enviado pelos técnicos da UHEST. .......................................... 22

Figura 4 - Croqui modificado pelo estagiário. ...................................................... 23

Figura 5 - Equipamentos de proteção individual. ................................................. 24

Figura 6 - Banco de dados Usina hidrelétrica Estreito no Arcgis 10.1. .............. 25

Figura 7 - Banco de dados Usina Hidrelétrica Estreito Access. ......................... 26

Figura 8 - Conversa com lindeiro infrator sobre notificação extrajudicial. ........ 28

Figura 9 - Usina Hidrelétrica Itá – SC Trecho 1. .................................................... 29

Figura 10 - Usina Hidrelétrica Itá – SC Trecho 2. .................................................. 30

Figura 11 - Usina Hidrelétrica Itá – SC Trecho 3. .................................................. 31

Figura 12 - Roçada em APP. ................................................................................... 32

Figura 13 - Supressão vegetal em APP. ................................................................ 32

Figura 14 - Trapiche irregular. ................................................................................ 33

Figura 15 - Gado em APP. ....................................................................................... 33

Figura 16 - Fluxograma com as rotinas da FASP. ................................................ 34

Figura 17 - Ponto de monitoramento de talude. ................................................... 35

Figura 18 - Ponto de monitoramento de talude. ................................................... 36

Figura 19 – Vistoria no Logboom (cabo de contenção antes da barragem). ..... 37

Figura 20 - Manutenção de cercas pela Central de Manutenção. ....................... 38

Figura 21 - Ripões que precisam de manutenção. ............................................... 38

Figura 22 - Plantio e coroamento de mudas com a Central de Manutenção. ..... 39

Figura 23 - Amostra de Salvinia Spp no reservatório de Itá. ............................... 41

Figura 24 - Monitoramento de macrófitas aquáticas no reservatório de Itá. ..... 41

Figura 25 - Registro de Salvinia Spp. .................................................................... 42

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SUMARIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 8

1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 8

1.3 OBJETIVOS DO ESTÁGIO ........................................................................................... 9

1.3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 9

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................... 9

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 10 2.1 BACIA DO RIO URUGUAI .......................................................................................... 10

2.2 DESENVOLVIMENTO ELÉTRICO NO BRASIL................................................................ 10

2.3 IMPACTOS DO DESENVOLVIMENTO ........................................................................... 11

2.4 BENEFÍCIOS DA CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA ITÁ ................................................ 12

2.4.1 RELOCAÇÃO DE NÚCLEOS DE APOIO A POPULAÇÃO ................................................ 12

2.4.2 RELOCAÇÃO DA CIDADE DE ITÁ ............................................................................. 13

2.4.3 MONITORAMENTO DO REMANEJAMENTO DA POPULAÇÃO ......................................... 13

2.4.4 FOMENTO DAS ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS ......................................................... 14

2.4.5 RECOMPOSIÇÃO E MELHORIA DOS SISTEMAS DE INFRA-ESTRUTURA ......................... 14

2.4.6 RECOMPOSIÇÃO E ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE........................................... 14

2.4.7 RECOMPOSIÇÃO E MELHORIA DOS SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO ................................... 15

2.4.8 APOIO AOS MUNICÍPIOS ATINGIDOS ....................................................................... 15

2.4.9 FORMAÇÃO DE MÃO DE OBRA ............................................................................... 15

2.4.10 ATIVIDADES PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................. 16

2.5 UTILIZAÇÕES DO SIG COMO FERRAMENTA ............................................................... 17

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 19 3.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................... 19

3.2 MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................... 21

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO .............................................................................................................. 25 4.1 MANUTENÇÃO DE BANCO DE DADOS ESPACIAL ......................................................... 25

4.2 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL E SOCIOPATRIMONIAL ..................................................... 26

4.3 CENTRAL DE MANUTENÇÃO .................................................................................... 36

4.4 MONITORAMENTO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS ....................................... 39 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 43

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

O estágio de conclusão do curso foi realizado na empresa Lago Azul

Consultoria, localizada no município de Itá, Santa Catarina, sob supervisão da

Tecnóloga em Geoprocessamento Silvia Ane Dalmolin e orientação do professor Dr.

Elodio Sebem durante o período de 16 de março a 12 de maio de 2015,

completando 300 horas.

O estágio foi, sem dúvida, a etapa mais importante durante o processo de

desenvolvimento e aprendizagem, pois nele foi possível vivenciar na prática os

conceitos obtidos durante a graduação, propiciando ampliar o conhecimento na área

de geoprocessamento.

1.2 Apresentação da Empresa

Comprometida com o desenvolvimento econômico e ambiental sustentável, a

Lago Azul Consultoria é uma empresa especializada na prestação de serviços

socioambientais, com ênfase em empreendimentos hidrelétricos.

Movida pelo espírito empreendedor, a Lago Azul foi fundada em 21 de

dezembro de 2000 e ao longo dos anos conquistou posição de destaque e

referência de qualidade em seu segmento.

A Lago Azul Consultoria conta com uma equipe técnica multidisciplinar, com

vasta experiência em sua área de atuação, oferecendo soluções econômicas, social

e ambientalmente sustentáveis conforme a LAGO AZUL CONSULTORIA (2015).

Abaixo estão as soluções oferecidas pela empresa.

Gestão e operação de viveiros florestais;

Levantamento e classificação de tipologia vegetal;

Monitoramento de encostas e taludes marginais;

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Gerenciamento e implantação de programas socioambientais;

Projeto de comunicação e relacionamento “Bons vizinhos”;

Restauração ambiental e recuperação de áreas degradadas;

Fiscalização Ambiental e Sociopatrimonial;

Educação ambiental;

Monitoramento, manejo e controle de macrófitas aquáticas.

1.3 Objetivos do Estágio

1.3.1 Objetivo Geral

- Apresentar as atividades realizadas durante o período de estágio, onde

utilizou-se ferramentas de SIG na fiscalização e monitoramento ambiental e

sociopatrimonial e no monitoramento de macrófitas aquáticas em usinas

hidrelétricas.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Utilizar ferramentas de SIG na fiscalização ambiental e sociopatrimonial e no

monitoramento de macrófitas aquáticas em reservatórios de usinas hidrelétricas.

- Atualização de Banco de Dados.

- Auxilio no desenvolvimento de Banco de Dados.

- Acompanhamento das atividades de campo juntamente com a equipe de

Fiscalização Ambiental e Sociopatrimonial (FASP) e Central de Manutenção (CM).

- Acompanhamento dos monitoramentos de Macrófitas Aquáticas.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Bacia do rio Uruguai

A região da bacia do rio Uruguai tem grande importância para o país, pois

nele são desenvolvidas atividades de potencial hidrelétrico e agroindustriais.

Segundo a Agencia Nacional de Aguas (ANA), a vazão média anual da Região

Hidrográfica do Uruguai é de 4.117 m³/s, que corresponde a 2,6% da disponibilidade

hídrica do país. A vazão específica média na região é bastante alta, 23,6 L/s/km²,

com valores variando entre 19,5 e 31,5 L/s/km².

Seu curso, com 2.200km2 de extensão, é dividido em três partes: alto rio Uruguai, onde se caracteriza por um forte gradiente topográfico, o que propicia alto potencial de geração hidrelétrica; médio rio Uruguai, assumindo a condição de fronteiriço. Economia local baseada em suinocultura e agricultura de soja e milho; e médio baixo rio Uruguai, que se desenvolve pela Campanha Gaúcha, com aproveitamento de suas águas para irrigação da rizicultura (CRAVO, J. et al., 2008)

Segundo Brasil das Águas, No contexto do uso múltiplo dos recursos hídricos,

a Região Hidrográfica do Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico com

uma capacidade total, considerando os lados brasileiros e argentinos, de produção

de 40,5 KW/km², uma das maiores relações de energia/km² do mundo.

2.2 Desenvolvimento elétrico no Brasil

Com base na premissa de que a economia do Brasil depende, em grande

medida, do aproveitamento adequado do potencial de geração de energia elétrica

para sustentar o seu crescimento, pode-se afirmar que o Setor Elétrico Brasileiro -

SEB tem uma responsabilidade estratégica no desenvolvimento do país (FACURI,

2004). Seguindo a ideia de que o Brasil necessitava de uma expansão de seu

potencial elétrico, por ser um país privilegiado em potencial hidrelétrico, com o

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passar dos anos começou a explorar este recurso, que hoje é a maior fonte de

energia do país.

Inúmeras usinas hidrelétricas foram construídas neste período, sob o

comando estatal e sob a condição de monopólio. Todo o processo de implantação

dessas usinas estava sob coordenação da Eletrobrás, por meio de suas subsidiárias

(Eletronorte, Chesf, Furnas e Eletrosul). As diversas bacias hidrográficas do país

começavam a sofrer as consequências da construção de barragens e formação de

vastos reservatórios (FACURI, 2004). Durante o período dos anos 70 e 80, não

havia muita preocupação com o meio ambiente, a sociedade estava mais

preocupada com o grande desenvolvimento que isso traria para o país.

2.3 Impactos do desenvolvimento

Os impactos de uma usina hidrelétrica sobre o meio ambiente, bem como os

efeitos do uso dos recursos naturais em suas áreas de influência, têm diversas

magnitudes e abrangências. Os elementos de projeto potencialmente causadores de

impacto ambiental ocorrem nas fases de planejamento, construção, enchimento do

reservatório, desativação do canteiro de obras e operação do empreendimento.

O marco regulatório jurídico da proteção ambiental ocorreu por meio da Lei nº

6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente –

PNMA e o SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente como órgão executor.

Passou-se a exigir, em nível nacional, o licenciamento ambiental e a Avaliação de

Impactos Ambientais - AIA para atividades efetivas ou potencialmente poluidoras ou

utilizadoras dos recursos ambientais, envolvendo tanto o poder público quanto a

iniciativa privada (FACURI, 2004).

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2.4 Benefícios da construção da hidrelétrica Itá

Durante o desenvolvimento do Plano Diretor da Usina Hidrelétrica Itá, foram

criados juntamente, os Projetos Básicos Ambientais (PBA), esses são projetos que

trazem benefícios à população que foi afetada pela construção da barragem.

Nos anos de 1987 e 1988 a Eletrosul realizou o Cadastro Socioeconômico

(CSE) das famílias residentes nas propriedades que seriam atingidas pelo futuro

lago a ser formado pelo barramento da Usina Hidrelétrica Itá (UHE Itá) no rio

Uruguai. O Projeto Básico Ambiental (PBA) previa que as famílias remanejadas

fossem monitoradas, para que se tivesse uma noção sempre atualizada quanto à

situação socioeconômica e produtiva decorrente da nova situação em que se

encontravam, segundo o CONSORCIO ITÁ (2015).

Para isso foram criados 23 programas socioambientais segundo CDA (Centro

e Divulgação Ambiental) da Usina Hidrelétrica Itá, entre estes os programas que

auxiliaram no desenvolvimento econômico da população são:

Relocação de Núcleos de Apoio a População;

Relocação da cidade de Itá;

Monitoramento do remanejamento da população;

Fomento das atividades agropecuárias;

Recomposição e melhoria dos sistemas de Infra-Estrutura;

Recomposição e adequação do Sistema de Saúde;

Recomposição e Melhoria dos serviços de Educação;

Apoio aos municípios atingidos;

Formação de mão de obra;

Atividades Práticas de Educação Ambiental.

2.4.1 Relocação de núcleos de apoio a população

A relocação de Núcleos de Apoio à População está contida num trabalho

maior de Recomposição Físico-Territorial da região atingida pelo reservatório, onde

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recompor não foi somente refazer o existente, mas atender à nova realidade,

resguardando as polarizações, no intuito de restabelecer o equilíbrio regional e

introduzir o conceito de melhoria na qualidade de vida das populações afetadas,

com a intenção de ressarcir, na forma de indenização social, aquelas perdas

irreversíveis que fatalmente ocorreram.

A recomposição de todo o território, compreendeu a relocação das cidades,

vilas, núcleos rurais e equipamentos isolados atingidos que, para manterem suas

funções preservadas, com um conceito de melhoria na qualidade de vida das

populações, tiveram seus equipamentos indiretamente atingidos ou readequados e

rearticulados de forma a propiciar a recomposição da região afetada pelo

empreendimento conforme o CDA (2015a).

2.4.2 Relocação da cidade de Itá

Segundo o CDA (2015b). Embora a construção da hidrelétrica só tenha

iniciado em 1996, já em 1980, com as notícias da inevitável inundação de Itá, as

autoridades municipais e as lideranças locais, preocupadas com o destino da

cidade, pressionaram o Governo Federal para mudá-la o mais rápido possível. Neste

sentido, em 1981 foram iniciados os estudos para a relocação de Itá pela equipe de

arquitetos da Empresa. Esses, somados a outros profissionais da empresa e a

consultores de diversas especialidades, constituíram uma equipe multidisciplinar que

definiu as diretrizes para a relocação, após a realização de pesquisas na velha

cidade e na região, visando conhecer a realidade local e envolver a população no

processo de relocação. Nova Itá começou a ser construída em 1983 e recebeu os

primeiros moradores em 1988.

2.4.3 Monitoramento do remanejamento da população

O processo de remanejamento da população atingida exigiu um

acompanhamento e uma avaliação das ações desencadeadas a partir da

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implantação dos projetos. Para tanto, o Programa de Monitorização veio

acompanhando o desenvolvimento de todo o processo. Com seus principais

objetivos, a avaliação das alterações no quadro de vida da população, o

acompanhamento do processo de remanejamento da população e a avaliação da

eficiência e eficácia dos programas de remanejamento conforme o CDA (2015c).

2.4.4 Fomento das atividades agropecuárias

Buscar a compensação da produção agropecuária renunciada pelo

enchimento do reservatório, isto é, produzir mais, na área que não foi inundada, por

meio da melhoria da produtividade, diversificação da produção e busca de novas

alternativas econômicas dentro do setor primário, que permitirão, como

consequência, a fixação da população rural no espaço reorganizado e sua

viabilização socioeconômica. A metodologia utilizada foi, a assistência técnica e

capacitação dos demais agricultores, a educação ambiental informal por meio de

demonstração e difusão de técnicas para conservação dos recursos naturais e a

capacitação institucional local segundo o CDA (2015d).

2.4.5 Recomposição e melhoria dos sistemas de Infra-estrutura

Conforme descrito no CDA (2015e). Recompor e promover melhorias nos

sistemas viários, de eletrificação, telefonia e abastecimento de água e esgotos na

área direta e indiretamente atingida.

2.4.6 Recomposição e adequação do sistema de saúde

Relocar e promover melhorias nos equipamentos de saúde, levando em

consideração o conjunto de equipamentos existentes na área de abrangência,

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maximizando o nível de assistência em cada comunidade. Controlar também, de

forma sistemática, os agravos nos serviços de saúde gerados pela construção do

empreendimento na região segundo o CDA (2015f).

2.4.7 Recomposição e melhoria dos serviços de educação

Conforme descrito no CDA (2015g). Recomposição dos serviços de ensino,

em sintonia com as administrações municipais e estaduais e as suas diretrizes de

atendimento escolar, relocando as escolas atingidas que continuaram necessárias,

com melhorias das instalações físicas, sempre tendo em vista a rede regional de

ensino.

2.4.8 Apoio aos municípios atingidos

A implantação de um empreendimento do porte da UHE Itá traz impactos

bastante variados, só passíveis de minimização através de estudos e projetos

específicos. Este programa objetiva a promoção de intervenções complementares

nos municípios atingidos, buscando minimizar os impactos negativos da implantação

do empreendimento, bem como o desenvolvimento de articulações com as parcerias

institucionais que forem necessárias para a viabilização das intervenções

concebidas em parceria. A partir deste programa foram viabilizadas melhorias no

sistema viário, de saúde e de educação dos municípios conforme descrito no CDA

(2015h).

2.4.9 Formação de mão de obra

Segundo o CDA (2015i). A formação e aperfeiçoamento de mão-de-obra

objetivando suprir as possíveis demandas de trabalho do mercado regional e local,

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incluindo-se as necessidades de qualificação profissional geradas pelas obras de

construção da UHE Itá. Outro projeto foi a qualificação da população atraída visando

proporcionar-lhe condições de integração no mercado de trabalho local e regional

durante as obras da UHE Itá e após a sua conclusão. Para isso foram ministrados

diversos cursos, dentre eles, informática, curso de secretária, telefonista, paisagismo

e jardinagem, cozinha industrial, marketing de vendas, corte e costura e hotelaria e

serviços.

2.4.10 Atividades práticas de educação ambiental

Este Projeto pretende estimular e incentivar o desenvolvimento de atividades

práticas de Educação Ambiental na Estação Ecológica Estadual Barra dos

Queimados, no Parque Municipal Teixeira Soares e demais locais da região onde

estiver presente a preocupação com o desenvolvimento de tecnologias alternativas

para o uso sustentado dos seus recursos naturais. Também tem, portanto, caráter

permanente e objetiva a conscientização da população local sobre a importância dos

processos ecológicos na manutenção do equilíbrio ambiental, através do

desenvolvimento de atividades práticas em ecologia com alunos das escolas

regionais, para o conhecimento dos elementos da flora e fauna regional mediante

observações “in loco” conforme descrito no CDA (2015j).

Segundo o Plano Diretor da Usina Hidrelétrica Itá (2015). Dentro deste

contexto, os técnicos da empresa, responsáveis pelo seu detalhamento no Projeto

Básico Ambiental (PBA), tiveram um relevante papel no sentido de tornar o mais

abrangente possível as ações compensatórias aos impactos da construção da usina.

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2.5 Utilizações do SIG como ferramenta

Com o grande avanço da tecnologia, surgiu uma ferramenta que poderia ser

utilizada tanto na fiscalização ambiental dos órgãos quanto na organização e

planejamento das usinas hidrelétricas, a cartografia digital, a qual auxilia através da

integração dos dados espaciais de diferentes fontes e a ligação destes com um

banco de dados, através de um Sistema de Informação Geográfica (SIG).

SIGs são softwares que permitem além do armazenamento, o processamento e gerenciamento de dados espacializados e de processos e fenômenos que ocorrem no espaço. Tais dados e processos podem ser utilizados de diversas maneiras através de consultas, visualização e análises, gerando produtos como tabelas e gráficos, assim como mapas e outros produtos (Becker, 2002) Worboys (1995), O modelo é a representação abstrata e simplificada de um sistema real, com o qual se pode explicar ou testar o seu comportamento, em seu todo ou em parte. A observação e manipulação de um modelo buscam satisfazer as necessidades de conhecimento e de conceituação do mundo real. O modelo não é o objeto real, mas algo que o representa, com maior ou menor fidelidade.

Apesar de ser uma representação muitas vezes abstrata, pois na maioria das

vezes depende de uma visita a campo, a imagem de satélite pode auxiliar de

diversas formas, uma delas é na identificação de uma propriedade, utilização de

imagens temporais para o controle do desmatamento nas Área de Preservação

Permanente (APP), assoreamento do lago e pode ser utilizado também para

acompanhar a recuperação das APP, entre outras atividades.

Um diagnóstico, para a criação de um SIG, não deve apenas se embasar em estudo documental, deve ser fruto da interação direta do pesquisador com todo o ambiente do usuário, pois quanto maior este relacionamento e o conhecimento das demandas, maior o sucesso na modelagem do sistema de informação (DEPARTMENTOFLIBRAY, 1988).

Outra atividade em que o SIG auxilia no reservatório é no monitoramento de

macrófitas aquáticas. As macrófitas aquáticas são vegetais amplamente distribuídos

em diversos ecossistemas do planeta. Nos ambientes em que ocorrem apresentam

muitas vezes grande importância pois exercem papel fundamental na ciclagem de

nutrientes e na produtividade primária (BIANCHINI JR. ET AL., 2002; THOMAZ &

CUNHA, 2010). Também contribuem com uma maior diversidade de espécies de

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animais e grande quantidade de nichos ecológicos uma vez que podem tanto servir

de abrigo quanto fonte de alimentação de uma grande variedade de organismos.

Porém o crescimento excessivo dessa espécie de planta pode causar

eutrofização no reservatório, por isso da importância de seu monitoramento. Além

disso, compreender os mecanismos que atuam nesta distribuição espacial pode

servir como ferramenta em ações de monitoramento e controle das macrófitas

aquáticas, pois a proliferação indesejada destes vegetais acarreta em prejuízos às

atividades de recreação, a navegação e geração de energia elétrica (MITCHELL ET

AL., 1980).

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3 METODOLOGIA

3.1 Área de estudo

O estágio foi realizado na cidade de Itá (SC). O município conta com uma

população de 6383 habitantes, uma área de 165,838 km², situado a 507 metros de

altitude (IBGE, 2014).

O município de Itá foi totalmente planejado, já que a antiga cidade foi alagada

pelo reservatório. São atrativos do município de Itá o belíssimo paisagismo

cuidadosamente implantado, seu grande potencial para turismo ecológico e cultural.

As atividades foram realizados na Usina Hidrelétrica Itá localizada na bacia do

rio Uruguai, na divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre os

municípios de Aratiba e Itá, abrangendo uma área de aproximadamente 141 Km² e

perímetro total de 760 km. Esta envolve onze municípios, sendo sete em Santa

Catarina: Itá, Arabutã, Concordia, Alto Belo Vista, Ipira, Peritiba e Perituba; e quatro

no Rio Grande do Sul: Aratiba, Mariano Moro, Severiano de Almeida e Marcelino

Ramos.

A Usina Hidrelétrica Itá (figura 1) possui capacidade instalada de 1450 MW, o

que evidencia o excelente potencial hidrelétrico da bacia. As estruturas de

vertimento são compostas por dois vertedouros de superfície de ogiva baixa e

controladas por comportas, com 49 940 m³/s de capacidade total. O vertedouro

principal, conta com seis comportas, localizadas na ombreira direita da barragem,

enquanto o vertedouro auxiliar, com quatro comportas, na margem esquerda sobre

os túneis de desvio superiores.

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Figura 1 - Mapa de localização do reservatório da Usina Hidrelétrica Itá.

Fonte: Autor.

Foi prestado também um auxilio nas atividades da Usina Hidrelétrica Estreito

– MA, onde foi realizada atualização cadastral do banco de dados de macrófitas

aquáticas do reservatório e a criação de croquis de localização.

O município de Estreito – MA conta com uma população de 35.835

habitantes, possui uma área de 2.719 km², está em uma altitude de 153 metros. O

nome Estreito é uma alusão a parte mais estreita do rio Tocantins, onde se

encontram construídas duas pontes, que unem os estados de Tocantins e

Maranhão, seu bioma é o cerrado.

A Usina Hidrelétrica Estreito (UHEST) foi iniciada em 2002, todo o trabalho foi

planejado e coordenado pelo Consorcio Estreito Energia (CESTE). Localizado no rio

Tocantins, o lago da Usina tem 555 km², e é do tipo fio d’agua, onde não existe

oscilação significativa no nível da água. A Usina (figura 2) conta com oito unidades

geradoras que, juntas, conferem uma capacidade nominal instalada de 1087 MW.

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Figura 2 - Mapa de localização do reservatório da Usina Hidrelétrica Estreito.

Fonte: Autor.

Os mapas de localização foram produzidos durante o estágio, foi utilizado o

programa ArcGIS 10.1, onde foram utilizados os seguintes shapefiles: A bacia

hidrográfica do rio Uruguai, bacia hidrográfica do rio Tocantins, divisão dos

municípios do Brasil.

3.2 Materiais e métodos

Para subsidiar as atividades no estágio, foram fornecidos alguns shapefiles

juntamente com um banco de dados que seriam utilizados até o término do estágio.

Dentre os shapes repassados estão o, mosaico de imagens do reservatório de Itá e

mosaico de imagens do reservatório de Estreito, pontos de amostragem de

macrófitas nos reservatórios da Usina Hidrelétrica Itá (UHIT) e Usina Hidrelétrica

Estreito (UHEST).

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Em um segundo momento foi realizado a manutenção do banco de dados do

monitoramento de macrófitas aquáticas da UHEST, utilizando o software ArcGIS, na

versão 10.1. Com atribuição do sistema de coordenadas geográficas no DATUM

SIRGAS2000.

O preenchimento do banco de dados foi realizado no software Arcgis 10.1,

onde já existia um histórico da base de dados dos pontos de monitoramento. Nos

pontos de monitoramento os técnicos da UHEST coletavam coordenados com GPS

de navegação nos locais onde eram realizadas os monitoramentos e assim geravam

um croqui ilustrativo do local (figura 3). Este era repassado para que fossem feitos

os ajustes (figura 4) e após inseridos no banco de dados.

Figura 3 - Croqui enviado pelos técnicos da UHEST.

Fonte Lago Azul Consultoria.

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Figura 4 - Croqui modificado pelo estagiário.

Fonte: Autor.

Para a construção dos croquis foram utilizados os seguintes shapefiles: A

bacia hidrográfica do rio Tocantins, o mosaico de imagens do reservatório de

Estreito e os pontos de amostragem de macrófitas. Foi criado um shapefile com o

nome de macrófitas, onde foi realizado a vetorização das áreas de infestação, após

foi realizado uma classificação dividindo estas áreas em calha do rio, área inundada

e paliteiros.

Posteriormente foram realizadas as saídas a campo com a Fiscalização

Ambiental e Sociopatrimonial (FASP) e com a Central de Manutenção (CM) no

reservatório da Usina Hidrelétrica Itá (UHIT). Nas saídas a campo a empresa conta

com um veículo, um reboque, barco com motor, EPI’s (Equipamentos de Proteção

Individual), uma câmera fotográfica, um GPS de navegação e uma trena.

Draw by: Leonardo Domingues

Sistema de coordenadas

geográficas

Datum: SIRGAS 2000

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Figura 5 - Equipamentos de proteção individual.

Fonte: Autor.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES

REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO

Nos próximos itens serão descritas as atividades que foram realizadas

durante o período de 16 de março a 12 de maio.

4.1 Manutenção de banco de dados espacial

A primeira atividade desenvolvida no estágio foi a atualização cadastral do

banco de dados do monitoramento de macrófitas aquáticas da Usina Estreito

(figuras 6 e 7).

Anteriormente ao preenchimento do banco de dados foi realizado um estudo

dos relatórios mensais da atividade de monitoramento para que houvesse maior

entendimento dos dados que estavam sendo preenchidos.

Abaixo pode-se visualizar a tabela de atributos no ArcGIS com as respectivas

informações, bem como a tabela no banco de dados.

Figura 6 - Banco de dados Usina hidrelétrica Estreito no Arcgis 10.1.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

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Figura 7 - Banco de dados Usina Hidrelétrica Estreito Access.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

4.2 Fiscalização ambiental e Sociopatrimonial

A fiscalização Ambiental e Sociopatrimonial do reservatório da Usina

Hidrelétrica Itá objetiva atender à solicitação da Agencia Nacional de Energia

Elétrica – ANEEL, expressa à Tractebel Energia, por meio do Ofício n° 212, de 29 e

maio de 2001, que determina “as diversas concessionárias a execução de um Plano

de Gestão Sociopatrimonial do reservatório de usinas hidrelétricas, com a

preocupação de implantar um efetivo domínio sobre o patrimônio imobiliário

vinculado a estas hidrelétricas”. Além desse interesse especifico, a gestão do

patrimônio imobiliário inclui a formação de mecanismos para viabilizar os diversos

usos advindos da formação do reservatório.

Em agosto de 2002, a Usina Hidrelétrica Itá aderiu às instruções da ANEEL e

iniciou o trabalho de fiscalização ambiental e sociopatrimonial no entorno do

reservatório e nas áreas do empreendimento. Com base no Plano de Gestão

Ambiental e Sociopatrimonial e seu respectivo manual da UHIT, foram elaboradas

vistorias de rotina que contemplam as seguintes especificações: gestão ambiental e

monitoramento, usos do lago e de seu entorno, gestão patrimonial e atendimento a

denúncias da comunidade.

Para a realização das vistorias utilizam-se técnicas de geoprocessamento a

ferramenta de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) no qual se agregaram

dados alfanuméricos aos dados vetoriais através de um sistema SIG online. A

utilização destas ferramentas permite identificar e relacionar os problemas e sugerir

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ações corretivas necessárias com maior eficiência, permitindo a melhoria continua

da atividade de fiscalização.

Este sistema online possui todas as informações dos lindeiros do reservatório,

suas propriedades, irregularidades, assim como a compra e a venda de

propriedades. Esse banco de dados é ligado a uma imagem georreferenciada de

todo o reservatório, com a subdivisão de todas as propriedades. Sua interface é

semelhante a do ArcGIS, possui layers incluídos em seu sistema, mapa do

reservatório de Itá e seu entorno, incluindo as propriedades dos lindeiros, registros

de ocorrência dos antigos proprietários, cursos d’agua, APP e as áreas

remanescentes do entorno do lago.

Neste sistema o técnico consegue elaborar os registros de ocorrência

diretamente na propriedade do lindeiro, clicando em abertura de RO, escolhe-se o

local no mapa para criação e o próximo passo é o preenchimento das informações

necessárias. Algumas de suas vantagens são que o registro pode ser mantido

sempre atualizado em todas suas fases e é um sistema online e em tempo real

facilitando a transmissão de informações ao empreendedor.

O mesmo possui também ferramentas de busca e pesquisa, onde na

ferramenta buscar coordenada, disponibiliza a inserção de coordenadas em SAD ou

SIRGAS . A ferramenta de pesquisa utiliza critérios do proprietário ou do registro de

ocorrência, os resultados da pesquisa podem ser vistos no mapa ou apenas nas

descrições. Outra ferramenta que pode ser utilizada é a ferramenta de medição para

medir distancias e áreas.

Possui ainda a ferramenta de impressão, onde é escolhido o layout e a

extensão do arquivo a ser gerado. Este é um passo importante, pois a impressão

pode ser levada junto a campo para auxiliar na identificação do local.

As atividades de fiscalização podem se dar via fluvial ou terrestre a fim de

realizar vistorias de rotina ou ainda para vistoria por solicitação de demandas

(reclamações, denúncias e solicitações de vistorias a campo).

A maior parte das vistorias terrestres são para notificação de algum infrator,

verificação de alguma denúncia ou verificação do cumprimento da Notificação

Extrajudicial (Figura 8).

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Figura 8 - Conversa com lindeiro infrator sobre notificação extrajudicial.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

Devido a sua grande extensão o reservatório foi dividido em três trechos,

Trecho 1 (figura 9), Trecho 2 (figura 10) e Trecho 3 (figura 11).

O Trecho 1 compreende a área do canteiro de obras, áreas remanescentes,

área de preservação permanente dos municípios de Aratiba e parte do município de

Mariano Moro/RS, Itá, Concórdia e Arabutã/SC. Esse Trecho apresenta maior uso

antrópico com incidência no uso irregular das margens com pastagem, criação de

gado, supressão vegetal, jardinagem, trapiche, roçadas, queimadas, entre outros.

Nesse Trecho é intensificada a frequência da fiscalização.

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Figura 9 - Usina Hidrelétrica Itá – SC Trecho 1.

Fonte: Autor.

O Trecho 2 compreende a área desde o final do Trecho 1, até a ponte da BR-

153. Abrange os municípios de Mariano Moro, Severiano de Almeida e parte do

município de Marcelino Ramos/RS. Na margem direita do reservatório, abrange o

município de Concórdia/SC. Região com poucas ocorrências por possuir maior

cobertura vegetal, poucos acessos e relevo acidentado. As ocupações mais

frequentes são por gado e pequenas lavouras.

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Figura 10 - Usina Hidrelétrica Itá – SC Trecho 2.

Fonte: Autor.

O Trecho 3 compreende o Trecho a partir da BR-153, o rio Rancho Grande, o

rio do Peixe, até o final do reservatório. Nesse Trecho a ocupação é intensa nas

imediações da ponte da BR-153, pela facilidade de acesso ao reservatório, tornando

o uso turístico dessa região muito atraente, o que gera reflexos sobre o uso e

ocupação do entorno. Por ser uma região agrícola e por possuir cobertura vegetal,

observa-se incidência de ocupação da APP com gado. No restante do Trecho, há

poucas ocorrências no uso irregular das margens.

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Figura 11 - Usina Hidrelétrica Itá – SC Trecho 3.

Fonte: Autor.

Na vistoria fluvial, é utilizado um barco com motor para o deslocamento. São

encontradas muitas áreas onde os lindeiros desrespeitam a APP, roçando (figura

12), fazendo supressão vegetal (figura 13), construindo trapiches irregulares (figura

14), ou até permitindo o pastejo do gado nestes locais (figura 15).

Os mapas de localização dos trechos foram produzidos utilizado o programa

ArcGIS 10.1, onde foram utilizados os seguintes shapefiles: A bacia hidrográfica do

rio Uruguai, a divisão dos municípios do Brasil e o shapefile de cada trecho.

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Figura 12 - Roçada em APP.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

Figura 13 - Supressão vegetal em APP.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

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Figura 14 - Trapiche irregular.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

Figura 15 - Gado em APP.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

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Cada vez que é encontrada alguma irregularidade é realizado o registro

fotográfico do local, e coletado a coordenada com GPS de navegação No escritório

é verificado a localização e quando possivel identificado o lindeiro. Caso o infrator

seja identificado durante a vistoria, ele é abordado, em caráter de conscientização e

informado sobre a legislação vigente, as regras e normas do Plano Diretor do

Reservatório da UHIT e seu entorno.

Após o contato informal, caso identificado infração ambiental é encaminhado

para o setor de meio ambiente da Usina, que encaminha para os órgãos de

fiscalização ambiental de cada estado. Caso seja uma infração sociopatrimonial o

fiscalizador concede um prazo para regularização da pendência e/ou infração. O não

comprimento do prazo implica em emissão de notificação Extrajudicial.

No caso que necessite de emissão de Notificação Extrajudicial, o fiscalizador

ao proceder à inspeção e constatando irregularidades, registra as ocorrências em

formulários específicos. Os formulários ficam disponíveis para o setor de meio

ambiente da Usina.

Abaixo segue um fluxograma (figura 16) explicando a rotina da atividade de

fiscalização.

Figura 16 - Fluxograma com as rotinas da FASP.

Fonte Lago Azul Consultoria.

Sim Não

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Durante as vistorias são realizadas também o monitoramento de taludes em

pontos definidos antes do enchimento do reservatório e alguns que foram definidos

posteriormente ao enchimento, em locais que são considerados potencialmente

instáveis (figura 17 e 18). São realizadas inspeções a cada dois meses, na

observação de inclinação de árvores e escorregamento ou deslizamento de solo.

São registrados também quaisquer deslizamento de solo visualizado durante as

inspeções de campo.

Figura 17 - Ponto de monitoramento de talude.

Fonte Lago Azul Consultoria.

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Figura 18 - Ponto de monitoramento de talude.

Fonte Lago Azul Consultoria.

4.3 Central de Manutenção

A Central de Manutenção (CM) é um núcleo de apoio implementado para

desempenhar diversas atividades relacionadas à manutenção no reservatório e seu

entorno.

Abaixo seguem as atividades desenvolvidas pela CM:

A construção e manutenção de cercas;

Manutenção da faixa ciliar;

Monitoramento controle e auxilio na remoção de macrófitas;

Confecção, instalação e manutenção de cabos de contenção;

Monitoramento de aporte de material flutuante no Logboom

(conjunto de bóias instaladas próximo as estruturas da Usina);

(figura 19)

Monitoramento de lagoas e resgate de ictiofauna;

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Instalação de placas informativas e recuperação das faixas

ciliares identificando áreas onde o processo de regeneração

está comprometido.

Durante as vistorias foram verificadas, cercas que teriam sido recuperadas

(figura 20), cercas cortadas e cercas que precisavam de manutenção (figura 21), em

decorrência de criação de bovinos em propriedades que fazem divisa com a APP,

também foram acompanhados o plantio de mudas para recuperação da faixa ciliar

(figura 22).

Figura 19 – Vistoria no Logboom (cabo de contenção antes da barragem).

Fonte Lago Azul Consultoria.

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Figura 20 - Manutenção de cercas pela Central de Manutenção.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

Figura 21 - Ripões que precisam de manutenção.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

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Figura 22 - Plantio e coroamento de mudas com a Central de Manutenção.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

4.4 Monitoramento de macrófitas aquáticas

O monitoramento de macrófitas aquáticas da-se em pontos onde há um

histórico de infestação ou ainda em locais com maior concentração de matéria

orgânica. O objetivo da atividade é verificar a presença de macrófitas e caso

identificado é necessário verificar espécie, área ocupada e indicar a solução (manejo

de cabos de contenção ou retirada). Assim evita-se a propagação e

desenvolvimento indesejável nos tributários e corpo do reservatório evitando

prejudicar a operação da usina e as atividades de uso múltiplo do reservatório.

Segundo Araújo et al. (2012), em geral, macrófitas aquáticas constituem um

importante papel ecológico em ambientes lênticos, participando de processos da

sucessão ecológica, e servindo de abrigo e alimento para diversas comunidades da

fauna aquática, além de possuírem uma interação com as características

limnológicas de seu habitat, obtendo assim um potencial bioindicador para a

qualidade ambiental. No entanto, muitas vezes perturbações antrópicas, como

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processos de urbanização, geram a explosão populacional desses indivíduos

causando assim prejuízos para o uso múltiplo das águas como a balneabilidade e a

produção de energia.

Após a contenção com os cabos, caso opta-se por esta medida, o monitor da

CM aguarda um parecer do empreendimento para verificar se o material será

removido da lamina d’água. Quando positivo, mobiliza-se toda estrutura necessária

para a remoção das macrófitas.

A operação de remoção consiste em, elaborar o plano de retirada, gerenciar

empresas contratadas, fazer o controle da produção diária, coordenar todas as

ações no porto de remoção e pátio de estocagem e confeccionar o relatório final da

operação.

A espécie de macrófitas que possui histórico de proliferação tanto em Estreito

quanto Itá, é a Salvinia sp, (figura 23), as quais caracterizam-se por ser macrófitas

de clima tropical, flutuante, com altura em torno de 3 a 4 centímetros.

Durante o período de estágio, foram realizadas algumas vistorias nos pontos

de monitoramento na UHIT (figuras 24 e 25) onde no Rio Jacutinga há um foco de

macrófita em desenvolvimento e que começou a ser monitorado com mais

frequência.

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Figura 23 - Amostra de Salvinia Spp no reservatório de Itá.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

Figura 24 - Monitoramento de macrófitas aquáticas no reservatório de Itá.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

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Figura 25 - Registro de Salvinia Spp.

Fonte: Lago Azul Consultoria.

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CONCLUSÃO

Seguindo este contexto, pode-se observar o quanto o SIG auxilia na

fiscalização, o infrator às vezes causa um dano onde não se possuí fácil acesso e

visualização, mas utilizando a ferramenta SIG, pode-se coletar todas as informações

necessárias da propriedade e após fazer a verificação in loco deste infrator. No caso

contrário, onde se está à campo e encontra-se alguma irregularidade, mas não se

sabe quem é o lindeiro infrator, retirando um ponto GPS do local e utilizando os

recursos das geotecnologias (Google Earth, ArcGIS 10.1, SIG online e um banco de

dados) assim, identifica-se facilmente quem é o infrator, outro uso do SIG é o auxilio

na organização, planejamento e na tomada de decisão final das atividades.

Concluiu-se que, sem dúvida, o estágio é um dos maiores processos de

aprendizagem dentro da faculdade. O estágio possibilitou utilizar grande parte do

que foi adquirido durante o curso e caso surgisse uma dúvida nas atividades

desenvolvidas, logo eram sanadas pela supervisora.

Foram observados algumas dificuldades, como por exemplo a escrita de

relatórios, uma das atividades que era realizada constantemente devido às saídas a

campo. Para tentar solucionar este impasse, a supervisora colocava observações e

o relatório era refeito.

Durante a construção de um banco de dados também foram encontradas

algumas dificuldades, devido ao baixo conhecimento do software Access 2010.

Como solução foram utilizados tutoriais em vídeos e em artigos, além do auxilio da

supervisora.

No desenvolvimento de mapas temáticos, não se teve dificuldades, já que foi

um dos assuntos mais abordados durante o curso.

O estágio contribuiu muito para a formação do Tecnólogo em

Geoprocessamento, pois o mesmo teve oportunidade de conviver em um ambiente

de trabalho e de desenvolver aplicações que não tinham sido vistas durante o curso.

A convivência com outras pessoas e ideias, assim como as dificuldades

encontradas, sem duvida, podem ser consideradas de grande influencia no

crescimento da carreira profissional.

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REFÊRENCIAS

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