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USO DE IVERMECTINA PARA O TRATAMENTO PARASITÁRIO
Bruno Sperandio Netto
Driéle Lutzke
Rafaella Alves Sperandio
Yara Ferraço Suave
Roberta Passamani Ambrósio²
INTRODUÇÃO – A ivermectina é um dos antiparasitários mais utilizados no mundo,
sendo um derivado semi-sintético obtido da fermentação de amostras de solo que
contenham o fungo Streptomyces avermitilis¹. É um endectocida de amplo espectro
e de elevada atividade¹, derivado das avermectinas, sendo um fármaco bem
tolerado pelo organismo do hospedeiro, mas que em doses elevadas também pode
provocar efeitos adversos. Apresenta uma alta eficácia contra nematódeos e
artrópodes, incluindo microfilárias, porém apresenta baixa eficiência contra formas
adultas de Dirofilaria immitis, e também não apresenta efeitos ovicidas². Desta
forma, na veterinária, seu uso é indicado no controle de vermes redondos, bernes,
piolhos sugadores, ácaros produtores da sarna e carrapatos, auxilia no controle de
piolhos mastigadores e da sarna corióptica. Também é indicada para a prevenção
de bicheiras principalmente em umbigos de bezerros e nas feridas de castração¹.
OBJETIVOS – Apresentar os mecanismos de ação da ivermectina, e seus principais
efeitos sobre agentes parasitários capazes de controlar uma infestação. MATERIAIS
E MÉTODOS – Análise de trabalhos com caráter acadêmico disponibilizados na
internet. RESULTADOS E DISCUSSÃO – A ivermectina como uma droga
antiparasitária age exclusivammente sobre o sistema nervoso central de
nematódeos, a qual estimula a emissão de sinais entre as células nervosas ou entre
as células nervosas e seus músculos, o que promoverá a paralisação tônica da
musculatura do verme¹. Ou seja, a droga promove a liberação do ácido gama-
aminobutírico (GABA) o qual possui ação inibidora de terminações, promovendo a
hiperpolarização do neurônio e assim bloqueando a transmissão nervosa². Os
mamíferos também possuem receptores GABAérgicos, porém a ivermectina possui
uma maior afinidade pelos receptores de invertebrados, além de apresentar uma 1 Graduando em Medicina Veterinária - UNESC.2 Médica Veterinária – Professora Universitária de Medicina Veterinária – UNESC.
dificuldade para transpor a barreira hematoencefálica do SNC de mamíferos¹. A
ivermectina não possui eficácia sobre cestódeos e trematódeos, pois o GABA não
possui funções de neurotransmissor nestas classes de parasitas, além destes não
possuírem receptores do SNC com alta afinidade para as avermectinas². Existem
relatos na literatura que apontam a atividade da ivermectina também sobre
neurotransmissores de ácido glutâmico, os quais são responsáveis pela abertura
dos canais de cloro presentes nas células do músculo faríngeo dos nematódeos,
que ao serem inibidos dificultam a alimentação destes parasitas², em contraposição,
os mamíferos não possuem nervos ou células musculares que apresentem canais
de cloro controlados pelo glutamato, desta forma, a ivermectina também não poderá
causar inibições nestes canais em mamíferos. CONCLUSÃO – A utilização de
antiparasitários como a ivermectina para o controle de infestações é largamente
empregado e seguro, porém o uso indiscriminado e sem orientação desta droga
pode promover a criação de resistência dos parasitas a ela, sendo assim, é
necessário a implantação de estratégias que aliem a utilização dos antiparasitários a
técnicas de manejo efetivas, especialmente em rebanhos que são vermifugados com
frequência, para minimizar as chances de desenvolvimento de resistência à
ivermectina.
REFERÊNCIAS1. FARMACAM. Ivermectina – antiparasitário. Disponível em: <http://www.farmacam.com.br/monografias/ivermectina%20farmacam.pdf>. Acesso em 8 jun 2012.2. MÖLLER, Vanessa Maraschin. Avaliação da toxicidade sistêmica e reprodutiva dos antiparasitários à base de ivermectina e lufenuroma em ratas Wistar. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3902/000405442.pdf?sequence=1>. Acesso em 8 jun 2012.