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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS Utilização de Erva Santa Maria em animais de produção Polyanna da Silva Ferreira Orientadora: Maria Auxiliadora Andrade GOIÂNIA 2013

Utilização de Erva Santa Maria em animais de produçãoppgca.evz.ufg.br/up/67/o/2013_Seminario1_Polyanna_Ferreira.pdf · Utilização de Erva Santa Maria em animais de ... 2.2 Histórico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

Utilização de Erva Santa Maria em animais de produção

Polyanna da Silva Ferreira

Orientadora: Maria Auxiliadora Andrade

GOIÂNIA

2013

ii

POLYANNA DA SILVA FERREIRA

Utilização de Erva Santa Maria em animais de produção

Seminários apresentado junto à Disciplina de

Seminários Aplicados do Programa de Pós-

Gradução em Ciência Animal da Escola de

Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal

de Goiás

Nível: Doutorado

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de

Alimentos

Linha de Pesquisa:

Etiopatogenia, epidemiologia, diagnóstico e

controle das doenças infecciosas e parasitárias

dos animais

Orientadora:

Prof. Dra. Maria Auxiliadora Andrade – EVZ/UFG

Comitê de Orientação

Prof. Dra. Iolanda Aparecida Nunes – EVZ/UFG

Prof. Dr. Marcos Barcellos Café – EVZ/UFG

GOIÂNIA

2013

iii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6

2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 7

2.1 Histórico das plantas medicinais .................................................................. 7

2.2 Histórico das plantas medicinais no Brasil ............................................... 11

2.3 Plantas medicinais na saúde animal .......................................................... 13

2.4 Chenopodium ambrosioides Lineu............................................................. 14

2.4.1 Classificação científica e nomes populares ........................................... 14

2.4.2 Distribuição geográfica ............................................................................. 14

2.4.3 Descrição da planta................................................................................... 14

2.5 Utilização da Erva de Santa Maria .............................................................. 16

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 22

iv

LISTA DE FIGURAS

FIGRUA 1 – flor chinesa que pode ter contribuído para extinção de várias

espécies de dinossauros. ....................................................................................... 8

FIGURA 2 - As duas divisões da flora brasileira segundo Alberto J. Sampaio .... 12

FIGURA 3- Caule de Chenopodium ambrosioides L. ........................................... 15

FIGURA 4 – Folhas e flores do Chenopodium ambrosioides L. ........................... 15

1 INTRODUÇÃO

A utilização das plantas com finalidade alimentícia e terapêutica data

dos primórdios da civilização (MACIEL et al., 2002). Os animais por meio do

seu instinto conseguiam separar as plantas alimentícias, tóxicas e medicinais e

por meio da observação desse comportamento animal pelo homem pré-

histórico acredita-se que o homem pré-histórico foi separando as plantas

conforme sua finalidade e esse conhecimento foram passados entre as

gerações (GRIIGS, 1996).

Este conhecimento e tradição populacional persistiram ao longo dos

anos e ainda é utilizado em vários lugares do mundo, o que desencadeou o

interesse por pesquisadores de todo mundo em relação aos princípios ativos,

mecanismos de ação, presença ou ausência de eficácia entre outras

propriedades das plantas medicinais (MACIEL et al., 2002), acarretando

inclusive na criação de comissões específicas com a finalidade de avaliarem as

plantas medicinais (VEIGA JÚNIOR e MELLO, 2008).

Devido a forte crença na utilização das plantas medicinais e a

comprovação da eficácia de algumas plantas no tratamento de algumas

enfermidades, vários países desenvolvidos, como Alemanha e Estados Unidos

da América incentivaram a população a utilizarem essas plantas com

finalidades terapêuticas (BLUMENTHAL, 1988).

Após o incentivo da Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2003

para a utilização das plantas medicinais, o Brasil também instituiu no Programa

Único de Saúde (SUS) projetos incentivando a utilização das plantas

medicinais como medidas terapêuticas com o objetivo de minimizar os custos

com medicamentos, manter a tradição e crença populacional nas plantas

medicinais e incentiva as pesquisas na área (GUIMARÃES et al., 2010).

O Brasil possui uma vasta biodiversidade de flora, a qual necessita

ser melhor conhecida e explorada. Entre as plantas medicinais da flora

brasileira destaca-se o Chenopodium ambrosioides L., conhecido popularmente

como erva Santa Maria, o qual foi classificado pela OMS como uma das

plantas medicinais mais conhecidas e utilizadas em todo o mundo. Estudos

demonstraram que nos animais essa planta possui eficácia como anti-

parasitário, anti-fúngico, anti-tmoral e anti-inflamatório (McDONALD, et al.,

6

2004; NASCIMENTO et al., 2006; IBIRONKE e AJIBOYE, 2007; KUMAR et al.,

2007; MONZOTE et al., 2007; CHEKEM et al., 2010; REIS et al., 2010). Porém,

em altas dosagens essa planta pode ocasionar intoxicação e morte dos

animais (PASCAL et al., 1980; OKUYAMA et al., 1993)

7

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Histórico das plantas medicinais

A utilização das plantas medicinais com finalidade terapêutica é tão

antiga quanto à espécie humana (MACIEL et al., 2002). O homem pré-histórico

utilizava as plantas medicinais com finalidade alimentícia e terapêutica e à

medida que observavam o comportamento dos animais verificavam que, muitas

plantas serviam para fins alimentícios e outras eram tóxicas. Os animais,

através de seu instinto, diferenciavam as plantas para fins curativos das tóxicas

(GRIIGS, 1996).

A utilização das plantas medicinais foi evidenciada em expedições

arqueológicas em cavernas do período paleolítico, na época do homem de

Neanderthal, através da observação de desenhos contendo imagens de corpo

humano e plantas (ALONSO, 1998).

Desde o ano 4.000 a.C. que há registros escrito nas ruínas de

Nippur, encontrados em tábuas de argila, da utilização das plantas medicinais,

como por exemplo Fícus carica L. e Thymus vulgaris L., as quais são utilizadas

até os dias de hoje, como laxantes e expectorantes respectivamente. Em 2.100

a.C. foi depositado no museu da Pensilvânia o primeiro registro médico

contendo fórmulas de drogas de origem vegetal, animal e mineral (HELFAND e

COWEN, 1990).

Em 2800 a.C., o imperador da China (país com mais longa e

ininterrupta tradição na utilização de plantas medicinais) Shen Nung (2838-

2698 a.C.) registrou o primeiro herbário médico com aproximadamente 365

ervas medicinais e venenos utilizados sob a inspiração taoísta do deus Pan Ku

(VALE, 2002). A Leefrutus mirus (figura 1) é uma angiosperma chinesa com

aproximadamente 124 milhões de anos e segundo estudos recentes, pode ter

contribuído para a extinção de algumas espécies de dinossauros.

8

FIGRUA 1 – flor chinesa que pode ter contribuído para extinção de

várias espécies de dinossauros.

Fonte: Creation Science News

Em 1.500 a.C, foi escrito o manuscrito Egpício “Ebers Papyrus”

contendo várias prescrições e nomes de drogas oriundas de plantas

medicinais, sendo que algumas dessas plantas ainda são utilizadas pelos

fitoterapeutas como a flor de sabugueiro (Sambucus nigra) (DUARTE, 2006).

Entre os anos de 1500 a 1000 a.C., foram escritos os livros “Veda”

(Aprendizado) e “Ayurveda” (Aprendizado de Longa Vida) que continha as

bases da medicina hindu, contendo plantas como a Rauwolphia serpentina, um

sedativo utilizado diariamente pelo pacifista Mahatma Gandhi até a data de seu

falecimento em 30 de janeiro de 1948. (VALE, 2002). Em 500 a.C. foram

relatadas na China nome de plantas medicinais com dosagens e indicações,

sendo que algumas dessas plantas são utilizadas atualmente na indústria

farmacêutica (DUARTE, 2006).

Entre os anos de 1553 e 1550 a.C., período de construção das

grandes pirâmides egípcias, foi escrito um papiro contendo mais de 700 plantas

utilizadas de forma medicinal pelos sacerdotes da época (VALE, 2002).

Posteriormente, na Grécia, Hipócrates instituiu um regime de

tratamento aos seus pacientes baseados na utilização de aproximadamente

400 espécies de plantas medicinais, exercícios físicos e dieta, adaptados as

necessidades particulares dos pacientes, e essa abordagem individual se

9

tornou a marca registrada da fitoterapia (ELDIN, 2001). Hipócrates (364 a.C.)

preconizava a utilização do ópio (suco de Papaver somniferum) na medicina

(VALE, 2002).

Posteriormente, alguns experimentos utilizando plantas

consideradas venenos e seus possíveis antídotos foram realizados pelo rei

grego Mitrídates (120-62 a.C.) em seus escravos (VALE, 2002).

Dioscórides (100 a.C.), médico cirurgião grego do exército romano

de Nero escreveu o tratado “Matéria Médica” contendo mais de 700 plantas

utilizadas por ele com um pequeno desenho e a descrição botânica facilitando

a identificação (VALE, 2002). Várias dessas plantas foram cultivadas e

disseminadas pelos acampamentos do exército romano com o objetivo de

serem utilizadas pelos médicos no tratamento das enfermidades (ELDIN,

2001).

Posteriormente, Galeno ficou conhecido pelas fórmulas galênicas

que consistem na mistura de diferentes plantas. Essas fórmulas são muito

utilizadas na fitoterapia e na indústria farmacêutica (ELDIN, 2001).

Durante a Idade Média, os mosteiros foram fundamentais para a

divulgação do saber e do conhecimento sobre as plantas medicinais. Na Idade

Moderna (entre os séculos XV e XVIII) houve um progresso do conhecimento

pelos produtos naturais (ELDIN, 2001).

O conhecimento sobre as plantas medicinais foi passado de

gerações em gerações e ainda é utilizado por muitas comunidades e grupos

éticos, sendo considerado em alguns locais o mais importante recurso

terapêutico, podendo em alguns casos, ser o único recurso. A crença

populacional nas plantas medicinais pode ser evidenciada através da

comercialização destas plantas em feiras livres, mercados populares e no

cultivo das plantas em quintais residenciais (MACIEL et al., 2002).

O interesse e as utilizações populares durante séculos das plantas

medicinais associadas com as observações das suas eficácias contribuem para

divulgação e o interesse por pesquisadores de diferentes áreas no estudo da

vasta flora mundial, principalmente dos estudos relacionados à descoberta dos

seus constituintes químicos (MACIEL et al., 2002); visto que um grande desafio

encontrado pelos pesquisadores é a elucidação dos componentes ativos

presentes nas plantas e seus mecanismos de ação (GEBHARDT, 2000).

10

Este interesse populacional pelas plantas medicinais, sua utilização

e presença ou ausência de eficácia nos tratamentos foram registrados durante

séculos e suas informações foram reunidas em monografias. As primeiras

monografias sobre plantas medicinais surgiram no início do século XIX na

Alemanha e as primeiras publicações sobre o assunto ocorrem na década de

1980. Os primeiros registros ocorreram na Alemanha por se tratar de um país

cujo comércio de plantas medicinais era bastante antigo e consolidado, o que

facilitou a instituição da comissão E em 1978, que é uma organização alemã

encarregada de avaliar a eficácia e segurança das plantas medicinais,

derrubando o conceito equivocado de que os produtos a base de plantas não

apresentam efeitos prejudiciais aos seres humanos (VEIGA JÚNIOR e MELLO,

2008).

Devido a forte crença na utilização das plantas medicinais, em 1901

foi instituído por meio de um decreto imperial a regularização da

comercialização e utilização das plantas medicinais na Alemanha. Alguns anos

depois aproximadamente 700 diferentes fármacos de origem vegetal estavam

disponíveis nas farmácias, drogarias e mercados alemães para consumo dos

indivíduos com ou sem prescrição médica. A divulgação desses fármacos

repercutiu rapidamente de forma que aproximadamente 70% da classe médica

alemã aderiram à prescrição desses medicamentos à base de plantas

medicinais, os quais em sua grande maioria eram pagos pelo seguro de saúde

alemão (BLUMENTHAL, 1988).

Este decreto imperial abriu caminho para novas regulamentações,

modernizações do setor farmacêutico e pesquisas visando estudar os

princípios ativos, mecanismo de ação e eficácia dessas plantas

(BLUMENTHAL, 1988).

A tradição na utilização das plantas medicinais tem sido mantida,

ampliada e constantemente estudada por adeptos da medicina popular em todo

o mundo. Isto pode ser comprovado pelo significativo aumento das publicações

de estudos relacionados a essa área do conhecimento, como os registrados no

“Journal of Ethnopharmacology” que registrou aumento de 100% nas

publicações de artigos científicos entre os anos de 2003 e 2005 (GERTSCH,

2009).

11

2.2 Histórico das plantas medicinais no Brasil

Os índios, nativos brasileiros, contribuíram significativamente no

conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais, visto que as utilizava nos

seus rituais de cura, preparo de corantes e rituais de pesca (FERRO, 2008).

Com a vinda dos jesuítas para o Brasil em 1579, houve a introdução

de plantas europeias no país e a mistura da utilização dessas plantas com as

plantas nativas dos indígenas (ALMEIDA, 2000). No período da escravidão, os

africanos trouxeram algumas plantas de seu país de origem para o Brasil e as

utilizavam em rituais religiosos e em fórmulas medicinais. Além das plantas

africanas, os escravos utilizaram as plantas nativas contribuindo assim para a

disseminação do conhecimento popular (FERRO, 2008).

Os europeus, chineses e japoneses que migraram para o Brasil

também auxiliaram na introdução de novas plantas e disseminação do

conhecimento popular das plantas nativas e das introduzidas no país (FERRO,

2008).

Segundo o botânico Alberto J. Sampaio a vegetação brasileira se

divide em Flora Amazônica ou Hileia Brasileira (alto e baixo rio Amazonas) e

Flora Geral ou Extra-Amazônica (Zona de Cocais, Caatinga, Matas Costeiras,

Campos, Pinhais e Marítima) (figura 2) (IBGE, 2012).

O Brasil é considerado o país com maior biodiversidade mundial,

possuindo mais de 55 mil espécies de plantas catalogadas de um total de 350

mil a 550 mil espécies de plantas em todo o mundo (SIMÕES et al., 2003).

Apesar desse rico patrimônio natural, menos de 8% da flora brasileira foi

estudado objetivando encontrar substâncias com potencial farmacológico

(SIMÕES et al., 2003).

Esta vasta diversidade da flora brasileira assegura ao país

potencialidade e vantagem competitiva no mercado global, visto que poucas

espécies vegetais foram analisadas quanto a seus aspectos químicos e

farmacológicos e aproximadamente 80 a 85% da população mundial utiliza

medicamentos à base de plantas, tornando-se necessário mais estudos sobre

a eficácia das plantas medicinais (FERRO, 2008).

12

FIGURA 2 - As duas divisões da flora brasileira segundo Alberto J. Sampaio

Fonte: Manuais técnicos em geociência, IBGE, 2012.

Baseado nessa riqueza natural da flora brasileira e mundial, na

tradição da utilização de plantas medicinais e no aumento da utilização dessas

plantas pela população em 2003 a Organização Mundial de Saúde (OMS)

durante a “1ª Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência

Farmacêutica” realizada em Brasília-Brasil fez um relatório intitulado

“Estratégias da OMS sobre Medicina Tropical 2002-2005”, no qual orienta os

países a utilizarem plantas medicinais no controle de enfermidades. O objetivo

é diminuir os custos, resgatar os conhecimentos populares e promover o uso

racional desse conhecimento embasado na ciência. Esta ideia foi aceita pelo

Ministério da Saúde que instituiu em alguns lugares as “Farmácias Vivas” no

Sistema Único de Saúde (SUS), no qual são utilizadas plantas medicinais,

fiscalizadas e monitoradas pela ANVISA, no tratamento de enfermidades

(GUIMARÃES et al., 2010).

13

2.3 Plantas medicinais na saúde animal

Embora as plantas medicinais tenham sido utilizadas desde os

primórdios da civilização e sua utilização tenha sido intensificada nas últimas

décadas, sua utilização e eficácia na medicina veterinária ainda são pouco

conhecidas (COOPER e WEDEKIND, 2012).

A etnoveterinária é a ciência que objetiva utilizar plantas medicinais

no tratamento das enfermidades animais preservando as tradições, os

costumes e diminuindo os custos (ELOFF et al., 2010).

No Brasil, o mercado de fitoterápicos movimentou aproximadamente

US$ 1 bilhão no ano de 2011 com estimativa de crescimento de 10% a 15% no

ano de 2012. A estimativa mundial para o ano de 2010 foi de US$ 20 bilhões

de dólares decorrente dos fitoterápicos (ABIFISA, 2013).

Segundo relatório da Global Industry Analysts, o mercado global de

produtos que utilizam plantas como matéria-prima deve chegar a US$ 93,15

bilhões em 2015 (GLOBAL INDUSTRY ANALYSTS, 2012).

Embora o Brasil possua uma rica flora com grande biodiversidade,

os fitoterápicos ainda representam menos de 3% do mercado total de

medicamentos segundo estimativas da Associação dos Laboratórios

Farmacêuticos Nacionais (ALANAC). Objetivando tirar o Brasil do atraso no

competitivo mercado de fitoterápicos, os investimentos públicos e privados na

área de pesquisa em saúde no país deverão ser de aproximadamente R$ 13

bilhões nos anos de 2014 a 2018, o que equivale a 0,30% do PIB brasileiro.

Estes investimentos serão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Ministério da

Saúde e da Ciência e Tecnologia e dos laboratórios farmacêuticos (ABIFISA,

2013).

Estes investimentos são destinados à área da saúde humana, porém

são também necessários investimentos para a medicina veterinária, em várias

áreas do conhecimento veterinário, dentre elas nas pesquisas por alternativas

antibacterianas, as quais geralmente estão associadas à resistência a

medicamentos e resíduos químicos na produção animal. As práticas

etnoveterinárias, quando comprovada eficientes e não prejudiciais, podem

fornecer respostas para esse e outros impasse, podendo indicar caminhos

14

promissores para o desenvolvimento de extratos, os quais podem ser utilizados

de forma comercial (ELOFF et al., 2010).

2.4 Chenopodium ambrosioides Lineu

2.4.1 Classificação científica e nomes populares

Pertence ao Reino Plantae, divisão Magnoliophyta, classe

Magnoliopsida, ordem Caryophyllales, família Amaranthaceae, subfamília

Chenopodioideae e gênero Chenopodium (WINSOR, 2001).

Chenopodium ambrosioides L. possue várias denominações

populares nos diferentes lugares do mundo, sendo conhecido como erva Santa

Maria, ambrósia do México, chá formiga, chá do México, chá das lombrigas,

chá das bichas, quenopódio, lombrigueira, paico, pazote ou epazote e no Brasil

é mais conhecida como erva Santa Maria, mastruz e mastruço (PEREIRA et

al., 2010).

2.4.2 Distribuição geográfica

Chenopodium ambrosioides L. é originário do México e encontra-se

amplamente distribuída no mundo, com crescimento favorável em regiões de

clima tropical, subtropical (por exemplo América e África) e temperado (por

exemplo região compreendendo desde o Mediterrâneo até a Europa Central)

(KISMAN, 1991).

2.4.3 Descrição da planta

Caracteriza-se por serem plantas herbáceas, erecta, peluda e com

aroma forte e suis generis. Caules com vinte centímetros a um metro e meio,

ramificados, com pêlos curtos e tonalidade vermelha (figura 3). Folhas

lanceoladas com pêlos e pecíolo curto. Flores pequenas de coloração verde-

clara, verde-amarelada ou vermelha que se inserem nas folhas superiores. Os

frutos são verde-acastanhados originando uma única semente preta, a qual é

15

utilizada para a reprodução da planta. O C. ambrosioides L. floresce entre abril

e dezembro (figura 4) (KISMAN, 1991).

FIGURA 3- Caule de Chenopodium ambrosioides L.

Fonte: Discover Life, 2013.

FIGURA 4 – Folhas e flores do Chenopodium ambrosioides L.

Fonte: Discover Life, 2013.

16

O óleo essencial de C. ambrosioides L. foi obtido da destilação da

planta no século XIX e apresenta resultados variáveis na literatura quanto a

sua composição qualitativa e quantitativa conforme as diferentes regiões

analisadas. No Brasil há relatos desse óleo ser constituído de limoneno,

mirceno, β-pineno (BAUER e BRASIL, 1973), ascaridol, carvacrol, p-cimeno, α-

terpineno, álcool benzílico, p-cresol, p-menta-1,3,8-trieno, p-cimen-8-ol, α-

terpineol, piperitone, acetato de piperitol e acetato de cravil (JARDIM et al.,

2008).

2.5 Utilização da Erva de Santa Maria

É considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das

plantas medicinais mais utilizadas em todo o mundo, porém o uso inadequado

de óleo de Chenopodium ambrosioides L. pode ocasionar overdose

acarretando em morte em humanos e ratos (PASCAL et al., 1980).

Segundo Okuyama et al. (1993) o principal constituinte químico

presenta na erva Santa Maria responsável pela toxicidade é o ascaridol, o qual

quando administrado em camundongos na dose de 100 mg/kg de peso

corporal ocasiona sintomas de hipotermia e atividade locomotora diminuída.

Triplicando essa dosagem foi observada mortalidade dos animais.

MacDonald et al. (2004) afirmam por meio de experimentos

realizados in vitro que como anti-helmíntica o uso tradicional das infusões da

planta de erva Santa Maria apresentam elevados níveis de ascaridole e são

mais seguros em relação a toxicidade que a utilização de óleos essenciais.

Estes pesquisadores demonstraram que infusões aquosas e extratos aquosos

de C. ambrosioides L. livres de ascaridol possuem boa atividade nematicida

frente ao Caenorhabditis elegans, não interferindo na contratibilidade normal da

musculatura lisa do sistema gastrointestinal de ratos.

Reis et al. (2010) avaliaram in vitro extratos hexânicos,

diclorometânico e infusão a 10% de C. ambrosioides L. no controle do segundo

estágio larval de Toxocara canis; e testaram in vivo, em murganhos CD1

infectados com o nematoide e observaram que não houve diferença

significativa entre os componentes testados no estudo in vitro. No ensaios in

17

vivo não foram observadas redução da carga parasitária dos órgãos afetados,

nem alteração na produção de anticorpos anti-Toxocara canis.

Estudos realizados in vitro, com fezes de caprinos evidenciaram que

a utilização de óleo essencial de Chenopodium ambrosioides L. inibiu 100% a

eclosão de ovos do nematoide gastrointestinal Haemonchus contortus, porém

in vivo não foi observada redução significativa dos nematóides adultos em

caprinos que ingeriram a erva Santa Maria fresca moída, mistura a água de

bebida e óleo essencial (KETZIS et al., 2002).

Almeida et al. (2007) realizaram experimentos in vitro com cultura de

larvas de nematoides Haemonchus, Oesophagostomum e Trichostrongylus, os

quais parasitam o trato gastrointestinal de caprinos e observaram que o extrato

aquoso das folhas de C. ambrosioides L. na concentração de 110,6 mg/mL

reduz em mais de 95% o número de larvas.

Posteriormente, Eguale e Gidaly (2009) testaram in vitro a ação dos

extratos aquosos (concentração de 1 mg/mL) e hidroalcoólicos (concentração

de 0,5 mg/mL) das folhas do C. ambrosioides L. em ovos e larvas adultas de

Haemonchus contortus observando inibição de 100%.

Estudos realizados com inoculação experimental por Schistosoma

mansoni em camundongos machos Swiss e tratados por via oral com extrato

de metanol da planta Chenopodium ambrosioides L. (1250 mg/kg/dia)

evidenciaram redução da concentração do parasita em 53,7%, e melhora dos

níveis séricos de proteínas totais, albumina, atividade da ALT, AST, ACP e

AKP dos animais tratados com o extrato em relação aos não tratados,

melhorando assim as funções do fígado dos animais tratados (KAMEL et al.,

2011).

Segundo a OMS a leishmaniose é uma importante doença tropical,

epidêmica em regiões onde a população possui mais acesso a medicamentos

naturais. Baseado nesse fato, Monzote et al., (200&) realizaram experimentos

em ratos infectados com Leishmania amazonenses e observaram a eficácia da

utilização do óleo essencial de C. ambrosioides L. administrado pelas vias

intraperitoneal (30 mg/kg), oral (30 mg/kg) e intralesional. A administração pela

via intraperitoneal preveniu o aparecimento de lesões cutâneas e reduziu a

carga parasitária. A administração oral retardou a infecção, porém foi menos

eficiente que a administração intraperitoneal. Estas duas vias de administração

18

foram mais eficazes que a Anfotericina B (fármaco de referência), porém, não

curaram totalmente os animais, apenas impediram o desenvolvimento do

estado mais severo da doença. A administração diretamente nas lesões não

apresentaram melhoras clínicas. O óleo essencial administrado mostrou-se

eficaz e com baixa toxicidade podendo ser utilizado em longo prazo no

tratamento da leishmaniose cutânea. A toxicidade foi baixa e observada

apenas em animais tratados por via intraperitoneal.

Estudos realizados in vitro com óleo essencial de Chenopodium

ambrosioides L., o qual é constituído de carvacrol, óxido cariofileno e

ascaridole (sintetizado a partir de α-terpineno) em células de mamífero e

mitocôndrias observou que alguns produtos como o cariofileno possuem a

capacidade de inibir a cadeia de transporte de elétrons mitocondrial. O íon Fe2+

potencializa a toxicidade do ascaridole e sem a presença de íons Fe2+ o

ascaridole apresenta menor toxicidade nas mitocôndrias de mamíferos

(MONZOTE et al., 2009).

Estudos realizados por Cruz et al. (2007) com inoculação

experimental de extrato hidroalcoólico de folhas de C. ambrosioides L. via

intraperitoneal em ratos evidenciaram que não houve aumento do número de

células na medula óssea, mas houve aumento do número de células nas

cavidades peritoneal, baço e linfonodos. Também foram observados aumento

da atividade dos macrófagos, aumentando assim a capacidade fagocitária e

produção de óxido nítrico, e o recrutamento celular para os órgãos linfoides

secundários, o que poderia explicar a atividade anti-tumoral do Chenopodium

ambrosioides L..

Estudos realizados por Almança, et al. 2013 com imersão de fêmeas

ingurgitadas adultas demonstraram baixa eficácia do extratos hidroetanólicos

de Chenopodium ambrosioides L. in vitro sobre a postura e a eclodibilidade

larval de Rhipicephalus (Boophilus) microplus. A baixa eficácia obtida nos

resultados pode ser decorrente das baixas concentrações (5%, 10% e 25%)

utilizadas no experimento.

Camundongos naturalmente infectados com oxiurídeos Syphacia

obvelata e Aspiculuris tetráptera e tratamos com suco (concentração de 20%) e

infuso (concentração de 5% a 10%) de folhas de Chenopodium ambrosioides L.

19

mostraram-se ineficazes para remoção dos helmintos (BORBA e AMORIM,

2004).

O extrato hidroalcoólico das folhas de C. ambrosioides L.

administrado via intralesional ocasionaram aumento da produção de óxido

nítrico em culturas de células obtidas de nódulos linfáticos e peritônio de ratos

infectados com Leishmania amazonensis e diminuição da carga parasitária. A

administração do extrato via oral não foram observadas produção de óxido

nítrico nem diminuição da carga parasitária (PATRÍCIO et al., 2008).

O óleo essencial extraído das folhas de C. ambrosioides L. possui

ampla ação anti-fúngica quando ministrado na concentração de 100 µg/ml

contra o Aspergillus niger, Aspergillus fumigatus, Botryodiplodia theobromae,

Fusarium oxysporum, Sclerotium rolfsii, Macrophomia phaseolina,

Cladosporium cladosporioides, Helminthosporium oryzae, Pythium debaryabum

e inibiu completamente o crescimento micelial do fungo Aspergillus flavus

quando ministrado na mesma concentração. Este óleo apresentou-se eficaz na

inibição da produção de aflatoxina B1, aflatoxigênicos pela estirpe de A. flavus

(KUMAR et al., 2007). Este óleo também se mostrou eficaz contra a Candida

(CHEKEM et al., 2010).

Estudos realizados por Sousab et al., 2012 evidenciaram que

extratos de C. ambrosioides L. apresentam alta bioatividade contra Artemia

salina, podendo estar relacionado com potencial de atividade citotóxica contra

o cancro. A erva Santa Maria também apresentou atividade antifúngica contra

leveduras com destaque a ação contra a Candida Krusei.

Foi observado efeito anti-tumoral em ratos Swiss infectados com

células tumorais na almofada da pata esquerda (tumor sólido) ou na cavidade

peritoneal (tumor ascítico) com tumores de Ehrlich e tratados via intraperitoneal

com 5mg/kg de extrato hidroalcoólico de folhas de C. ambrosioides L. O

tratamento aumentou a sobrevivência de ratinhos portadores de tumor e se

mostrou bastante eficiente (NASCIMENTO et al, 2006).

Extratos metanólicos das folhas de C. ambrosioides L. administrados

via oral em ratos evidenciaram diminuição do edema e da ação analgésica

tanto em situações agudas quanto crônicas (IBIRONKE e AJIBOYE, 2007).

Camundongos Swiss fêmeas foram tratados via intraperitoneal com

ácido acético 1% (10 ml/kg) e tiveram suas contrações abdominais

20

quantificadas durante uma hora, posteriormente foram analisados o efeito do

extrato hidroalcoólico de Chenopodium ambrosioides L. como analgésico

nesses animais e concluíram que o extrato é capaz de reduzir as contrações

abdominais induzidas pelo ácido acético, efeito semelhante ao do anti-

inflamatório não esteroidal indometacina, sugerindo assim analgesia em

modelo não específico da dor. O extrato também foi capaz de alterar o perfil

celular da cavidade peritoneal, porém não aumentou a produção espontânea

ou estimulada por PMA de H2O2 (SOUSAa et al., 2012).

Em linhagens de células de linfócitos humanos foram observadas

efeitos genotóxico decorrentes da decocção e infusão do extrato da planta de

Chenopodium ambrosioides L. Foram observados aumento significativo na

porcentagem de células com aberrações cromossômicas e na frequência de

permutas nas cromátides irmãs, Observou-se também uma diminuição nos

índices mitóticos e não foram observadas alterações na cinética da proliferação

celular (GADANO et al., 2002)

O extrato etanólico de Chenopodium ambrosioides L. mostrou-se

eficiente na redução do edema em ratos Swiss, inibindo o fluxo celular de

neutrófilos em 53% e de leucócitos em 78%. Este extrato inibiu os mediadores

e a atividade enzimática funcionando como anti-inflamatório (GRASSI et al.,

2012).

Estudos in vitro realizados por (WEI et al., 2013) evidenciaram que o

C. ambrosioides L. possui ação bactericida contra o Helicobacter pylori

resistente a vários antibióticos.

21

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Brasil e o mundo possui uma rica flora medicinal, a qual é

praticamente desconhecida. As pesquisas com plantas medicinais abrangem

conhecimento científico e popular e são de extrema importância, pois em várias

regiões do mundo as plantas medicinais são o único recurso terapêutico da

população, e quando utilizadas de forma equivocada podem ocasionar

malefícios significativos à saúde populacional.

O Chenopodium ambrosioides L. (erva Santa Maria) se destaca

pela ampla utilização tradicional no tratamento de várias enfermidades

populacionais e animais. Essa planta possui ação eficiente comprovada na

medicina veterinária como anti-helmíntico, anti-fúngico, anti-tumoral e anti-

inflamatório. É uma planta amplamente distribuída no Brasil e no mundo, porém

sua atividade em outras áreas ainda é pouco conhecida, requerendo mais

estudos, visto que essa planta possui constituintes ativos como os flavonoides

e terpenos que podem atuar como antibacterianos.

22

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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