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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA UTILIZAÇÃO DA TORTA DE NEEM (AZADIRACHTA INDICA) COMO ANTIMICROBIANO EM RAÇÕES DE FRANGOS DE CORTE Patrícia da Silva Assunção Orientadora: Profª. Drª. Heloisa Helena de Carvalho Mello GOIÂNIA 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

UTILIZAÇÃO DA TORTA DE NEEM (AZADIRACHTA INDICA) COMO

ANTIMICROBIANO EM RAÇÕES DE FRANGOS DE CORTE

Patrícia da Silva Assunção

Orientadora: Profª. Drª. Heloisa Helena de Carvalho Mello

GOIÂNIA

2016

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PATRÍCIA DA SILVA ASSUNÇÃO

UTILIZAÇÃO DA TORTA DE NEEM (AZADIRACHTA INDICA) COMO

ANTIMICROBIANO EM RAÇÕES DE FRANGOS DE CORTE

Dissertação apresentada para obtenção do título de

Mestre em Zootecnia juto a Escola de Veterinária e

Zootecnia da Universidade Federal de Goiás

Área de Concentração:

Produção Animal

Orientadora:

Profª. Drª. Heloisa Helena de Carvalho Mello EVZ/ UFG

Comitê de Orientação:

Profª. Drª. Alessandra Gimenez Mascarenhas EVZ/ UFG

Profª. Drª. Maria Auxiliadora Andrade EVZ/ UFG

GOIÂNIA

2016

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vi

DEDICO

À toda minha família e amigos, em especial ao meu pai

Quintino, minha mãe Lindomara aos meus irmãos, pelo

apoio, carinho e dedicação e por me manterem fortes

nos momentos de fraquezas no decorrer desses dois

anos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me permitir ter chegado até aqui com saúde e

paciência.

À minha família por todo amor e apoio, por acreditarem em mim, sempre me

incentivando e me dando forças nos momentos mais difíceis e se alegrando comigo nos

momentos de felicidade.

À minha orientadora Prfª. Dra. Heloisa Helena de Carvalho Mello, pela

disponibilidade de me orientar, pelos ensinamentos a mim transmitidos durante esses dois

anos, pela paciência e apoio em todos os momentos da realização deste trabalho.

As minhas coorientadoras Prof.ª Dra. Maria Auxiliadora Andrade e Profª. Drª.

Alessandra Gimenez Mascarenhas que sempre estiveram disponíveis quando precisei e que

muito contribuíram para a realização deste trabalho.

Ao prof. Emmanuel Arhnold que me ajudou a realizar a estatística deste

experimento.

Aos amigos da pós-graduação, Lorrany Bento, Karla Andrade, Deborah Carvalho,

Jean Sardinha, Lindolfo Dorcino, Juliana Machado, Raiana Noleto, Aleane Cordeiro, Helder

Freitas, Barbara Paiva, Maryelle e Sergio(mexicano) pela ajuda com os experimentos, pelas

palavras amigas e pelos momentos de descontração, o meu muito obrigada.

Aos amigos do laboratório de bacteriologia Dunya, Nazare e Dorinha pela ajuda,

companheirismo e momentos de descontração.

Aos estagiários: Natieli, Angélica e Nathalia sempre dispostos a ajudar e por

tornarem os momentos de trabalhos sempre mais alegres.

A Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, ao Programa

de Pós-Graduação em Zootecnia e a Capes pela oportunidade concedida.

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viii

Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação,

façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele

graças a Deus Pai.

Colossenses 3:17

Os sonhos são como uma bússola, indicando os

caminhos que seguiremos e as metas que queremos

alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem

e nos permitem crescer.

Augusto Cury

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14

2.0 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 15

2.1 Microbiota intestinal das aves ............................................................................................ 15

2.1.1 E.coli em aves .................................................................................................................. 16

2.1.2 Salmonella ....................................................................................................................... 18

2.2 Uso de antimicrobiano e extrato vegetais ........................................................................... 19

2.3 Neem ................................................................................................................................... 22

3.0 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 15

3.1 Local, animais e delineamento experimental ..................................................................... 23

3.2 Tratamentos e rações experimentais ................................................................................... 23

3.3 Manejo ................................................................................................................................ 25

3.4 Variáveis estudadas ............................................................................................................ 26

3.4.1 Desempenho .................................................................................................................... 26

3.4.2Coeficiente de metabolização dos nutrientes.................................................................... 26

3.4.3Contagem de Salmonella sp. e de Escherichia coli ....................................................... 27

3.5 Análise estatística ............................................................................................................... 28

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 29

4.1 Temperatura ........................................................................................................................ 28

4.2 Desempenho ....................................................................................................................... 29

4.3 Coeficientes de metabolização dos nutrientes .................................................................... 30

4.4 Contagem de Salmonella sp. e de Escherichia coli ......................................................... 31

4.4.1 Peso relativo dos órgãos linfóides ................................................................................... 32

5.0 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 33

6.0 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 35

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Temperatura máxima, média e mínima do ar (°C) registrado durante o

período experimental (1 a 21 dias)..................................................................................

15

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xi

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Rações experimentais na fase pré-inicial ......................................................

11

TABELA 2. Rações experimentais na fase inicial................................................................ 12

TABELA 3. Desempenho de frangos alimentados com rações contendo Neem, no

período de 1 a 7 dias de idade...............................................................................................

17

TABELA 4. Desempenho de frangos alimentados com rações contendo Neem, no

período de 1 a 21 dias de idade.............................................................................................

18

TABELA 5. Coeficiente de metabolização de Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB),

Extrato Etéreo (EE) e Matéria Mineral (MM) de frangos de corte, alimentados com torta

de Neem no período experimental de 18 a 21 dias de idade.................................................

19

TABELA 6. Valores médios da contagem de unidades formadoras de colônia expressos

em log, de Escherichia coli e bactérias aeróbias mesófilas em suabes de cloaca de

frangos de corte com um, 14 e 21 dias de idade...................................................................

20

TABELA 7. Peso relativo do Baço, Bursa de Fabricius e Timo aos 21 dias de idade de

frangos de corte alimentados com ração contendo torta de Neem........................................

21

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

°C – graus Celsius

MS - matéria seca

N - nitrogênio

EE- extrato etéreo

VB- agar verde brilhante

MC- agar MacConkey

E.COLI- Escherichia coli

PB- proteína bruta

PH- potencial hidrogeniônico

TSI- ágar tríplice açúcar-ferro

PI- peso médio inicial;

CR- consumo de ração;

GP- ganho em peso médio;

PF- peso final;

CA- conversão alimentar,

V- Viabilidade

CMMS- Coeficiente de metabolização de Matéria Seca

CMPB- Coeficiente de metabolização Proteína Bruta

CMEE - Coeficiente de metabolização Extrato Etéreo

CMMM - Coeficiente de metabolização Matéria Mineral

VB- Agar verde brilhante

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RESUMO

Foi realizado um experimento com objetivo de avaliar a utilização de torta de Neem

(Azadirachta indica) como antimicrobiano em rações de frangos de corte. Foram utilizados

240 pintos de corte machos da linhagem Cobb, com 1 dia de idade, distribuídos em

delineamento experimental inteiramente casualizado, com 4 tratamentos, 6 repetições de 10

aves por unidade experimental. Os tratamentos foram dieta basal sem inclusão de

antimicrobiano, dieta com 0,05% de tilosina, dieta com 0,05% de Neem e dieta com 0,1% de

Neem. O desempenho das aves, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar,

foram avaliados aos 7 e 21 dias de idade. Também foi feita a análise de metabolizabilidade

dos nutrientes da ração, do dia 18 aos 21 dia de vida das aves. Foram realizados suabes de

cloaca em cinco aves de cada repetição aos um, 14 e 21dias de idade para fazer a contagem de

Salmonella sp. e de Escherichia coli. Aos 21 dias de idade uma ave por repetição foi

eutanasiada, para fazer a coleta e a pesagem dos órgãos linfóides (baço, bursa e timo) das

aves. Os dados de desempenho e metabolização dos nutrientes da ração foram submetidos à

análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste Tuckey ao nível de 5% de

significância. Os dados de contagem de E. coli foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis.

O uso da torta de Neem não influenciou nas variáveis de desempenho avaliadas, e também

não influenciou na metabolizabilidade . Não se observou crescimento de salmonella durante

o período experimental, nos meios utilizados. A torta de Neem não reduziu a população

intestinal de E. coli, assim como também não influenciou no peso dos órgãos linfóides(baço,

bursa e Timo). Conclui-se que o uso da torta de Neem como promotor de crescimento e

antimicrobiano, não afetou o desempenho, a metabolizabilidade e a microbiota intestinal das

aves até 21 dias de idade.

Palavras-chave: alimentos alternativos, aditivos fitogênicos, nutrição de aves

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ABSTRACT

An experiment objective was conducted to evaluate the use of Neem cake (Azadirachta

indica) as an antimicrobial in broiler rations. Used 240 chicks cutting males of Cobb, 1 day

old, distributed in a completely randomized design with 4 treatments, 6 replications of 10

birds each. The treatments were basal diet without adding antimicrobial diet with 0.05%

tylosin, diet with 0.05% Neem and diet with 0.1% Neem. The performance of the birds,

weight gain, feed intake and feed conversion were evaluated at 7 and 21 days. There was also

the analysis of digestibility of the feed nutrients, from 18 to 21 days of bird life. Swabs were

performed in five birds each repetition to one, 14 and 21 days of age to Salmonella sp count.

and Escherichia coli. At 21 days of age a bird by repetition was euthanized to make the

collection and weighing of the lymphoid organs (spleen, bursa and thymus) of birds.

Performance data and metabolization of the feed nutrients were subjected to analysis of

variance (ANOVA) and the means were compared by Tukey test at 5% significance level.

The E. coli count data were analyzed by the Kruskal-Wallis test. The use of Neem cake did

not influence the performance variables evaluated, and also had no effect on digestibility.

There was no growth of salmonella during the trial period, the means used. The Neem cake

did not reduce the intestinal population of E. coli, and did not affect the weight of the

lymphoid organs (spleen, bursa and Timo). We conclude that the use of Neem cake as a

growth promoter and antimicrobial, did not affect the performance, digestibility and intestinal

microbiota of birds up to 21 days old.

Keywords: alternative foods, phytogenic additives, poultry

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1. INTRODUÇÃO

A avicultura de corte brasileira é a atividade agropecuária de maior desenvolvimento

nas últimas décaadas1, de modo que, cada vez mais, se busca alternativas que tornem possível

a formulação de rações biologicamente mais eficientes. Portanto, é necessário se conhecer os

alimentos e explorar seus potenciais nutritivos, para que favoreçam a expressão do máximo

potencial genético das aves, sem acréscimos aos custos de produção.

Para atingir altos índices de produção com frangos de corte e o controle de patógenos,

uma das alternativas é a utilização de aditivos como promotores de crescimento na ração. No

entanto, alguns desses produtos vêm sofrendo grande restrição, devido a esses produtos

apresentarem moléculas semelhantes com a de antibióticos utilizados na terapêutica humana.

Diante desse contexto, muitos estudos têm sido conduzidos com produtos naturais que

possuem ações antimicrobianas para substituir os antibióticos utilizados nas rações dessas

aves.

Nesse sentido, o Neem (Azadirachta indica) cujo princípio ativo é a azadirachtina, tem

sido relatado por possuir efeitos antimicrobianos. O Neem (Azadirachta indica A. Juss) é uma

planta medicinal versátil, por possuir amplo espectro de atividade biológica. A composição

química dos seus princípios ativos teve considerável progresso em relação à atividade

biológica e aplicações medicinais, sendo, por esses valores, considerada uma fonte valiosa de

produtos naturais para o desenvolvimento de medicamentos, de produtos industriais e no

manejo integrado de pragas na agricultura2. Em relação aos compostos ativos isolados,

destacam-se a salanina, azadiractina, meliantrol, azadirona, gedunina, nimbolina, entre outros,

e a azadiractina é considerada um dos compostos mais potentes3.

Objetivou-se avaliar a utilização de torta de Neem (Azadirachta indica) como

antimicrobiano em rações de frangos de corte visando melhorar a saúde intestinal, a

metabolização dos nutrientes e o desempenho zootécnico dos animais.

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15

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Microbiota intestinal das aves

No trato gastrointestinal, podem ser encontradas cerca de 200 a 400 espécies

diferentes de bactérias, distribuídas de maneira heterogênea, que podem estar associadas,

intimamente, com o epitélio, ou livres no lúmen devido à incapacidade de se fixar no epitélio.

De acordo com Gedek11

, cerca de 90% da microbiota são compostos por bactérias facultativas

(anaeróbias/aeróbias) e produtoras de ácido lático (Lactobacillus spp., Bifidobacterium spp.) e

os 10% restante são compostos por bactérias consideradas nocivas ao hospedeiro, entre estas

Escherichia coli, Escherichia enterococci, Clostridium spp., Staphylococcus spp. e

Pseudomonas spp.

A microbiota tem várias funções no desenvolvimento do aparelho digestivo e do

tecido imune no animal hospedeiro, podendo neutralizar algumas toxinas alimentares e

promover um ambiente saudável no lúmen intestinal, minimizando a ação de fatores

antinutricionais e das toxinas12

.

Para ocorrer um desenvolvimento corporal adequado do frango de corte, deve haver

um equilíbrio dinâmico entre a mucosa intestinal e o conteúdo luminal, para que as

características estruturais e funcionais da mucosa sejam preservadas dentro do padrão

esperado6. Assim, a manutenção da integridade intestinal é essencial para que os processos de

digestão e absorção sejam eficientes. Também devem ser estabelecidos critérios de manejo

que mantenham o controle de patógenos que podem reduzir a eficácia do processo digestivo7.

A população da microbiota intestinal das aves é composta por diversas espécies

bacterianas. Aquelas que colonizam o trato intestinal no início tendem a persistir, ao longo da

vida da ave, passando a compor a microbiota intestinal. A formação dessa microbiota ocorre,

imediatamente, após o nascimento das aves e aumenta durante as primeiras semanas de vida,

até se tornar uma população, predominantemente, de bactérias anaeróbias que podem

apresentar grandes variações, as quais são atribuídas a diversos fatores como densidade de

alojamento, composição da dieta, condições das instalações, idade da ave e presença de

patógenos, estresse, aos quais o animal é submetido e até da região geográfica onde este é

criado8.

As bactérias que estão na microbiota, quando estão equilibradas, podem trazer vários

benefícios para o animal, como impedir a colonização por bactérias patogênicas pelo processo

de exclusão competitiva entre se, o estímulo ao sistema imune, influenciando o número,

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16

distribuição e grau de ativação da população de células de defesa do intestino, síntese de

vitaminas B, B9, K e E, redução da produção de gases e melhor digestão e absorção dos

nutrientes9. Por outro lado, variações extremas podem resultar em uma excessiva oferta de

substrato ou supressão das bactérias benéficas, o que pode ocasionar efeitos prejudiciais ao

hospedeiro, como diarreia, infecções, distúrbios hepáticos, necrose intestinal, redução da

digestão e absorção de nutrientes10

. O equilíbrio populacional da microbiota é fundamental

para assegurar a saúde intestinal.

Qualquer fator que leve ao desequilíbrio da microbiota intestinal, como o uso de

antimicrobianos e estresse de qualquer natureza, poderá permitir a instalação e a multiplicação

de microorganismos patogênicos. Logo, fica evidente que o equilíbrio da microbiota intestinal

reflete, diretamente, em um bom estado de saúde do hospedeiro 12

.

Assim, a manutenção da saúde intestinal é fundamental para a otimização da expressão

genética das aves e, consequentemente, para o melhor desempenho destas, pois possibilita

adequada obtenção de energia e nutrientes pelo organismo. É importante que se estabeleçam

critérios de manejo que mantenham a integridade funcional dos diferentes tipos celulares que

compõem e caracterizam os órgãos do aparelho digestório e suas glândulas anexas e o controle de

doenças entéricas que reduzam a eficácia do processo digestivo7.

2.1.1 Escherichia coli em aves

Escherichia coli foi descrita, pela primeira vez, ao final do século XIX, por Theodor

von Escherich e denominada Bacterium coli commune, devido ao fato de ser uma bactéria

encontrada no cólon e extremamente comum nos humanos e animais. Pertence à família

Enterobacteriaceae, que está amplamente distribuída na natureza, encontradas no solo, água,

plantas e, como indica o nome da família, no trato intestinal de seres humanos e animais de

produção ou companhia13

.

Essas bactérias são bacilos gram-negativos não esporogênicos que fermentam a

glicose e ampla variedade de outros açúcares. São oxidase negativa, catalase positiva,

anaeróbios facultativos que crescem bem em ágar MacConkey porque não são inibidos pelos

sais biliares do meio. Esses microrganismos entéricos reduzem nitrato a nitrito, e, no caso da

Escherichia coli, fermentam a lactose. A maioria das enterobactérias é móvel por flagelos

peritríquios. A família contém mais de 28 gêneros e de 80 espécies, incluindo Escherichia

coli, sorotipos de Salmonella, Yersinia, Proteus, Enterobacter e Klebsiella. Esses organismos

podem infectar uma enorme variedade de hospedeiros, resultando em algumas situações, em

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17

portadores e, em outras instâncias, causando doenças, pois os microrganismos podem ser

patógenos entéricos e sistêmicos ou oportunistas14

. A Escherichia coli tem comprovado papel

como patógeno entérico e, também, extraintestinal, sendo o agente etiológico de um amplo

espectro de infecções invasivas no homem e animais15

.

E. coli é uma das principais constituintes da microbiota intestinal de animais.

Acredita-se que a maioria dos sorotipos de E. coli seja desprovida de qualquer fator de

virulência. Entretanto, algumas cepas adquiriram, durante o processo evolutivo, diferentes

conjuntos de genes que lhes conferiram a capacidade de ocasionar doença, fato que determina

a grande versatilidade patogênica da espécie16

. Carnes cruas de bovinos e frangos são os

alimentos mais comumente implicados em surtos por E. coli enteropatogênica, embora

qualquer alimento exposto à contaminação fecal possa ser suspeito17

. Além dos prejuízos à

saúde pública, em gastos para combater as enfermidades, nos frigoríficos, os processos que

mais causam condenação total de carcaças são as colibaciloses, síndrome ascítica,

desidratação, hepatite, má sangria e contaminação por bile e fezes. Dessas perdas,

aproximadamente 19% são atribuídas à colibacilose, podendo haver variações de acordo com

o sistema de criação, manejo e sanidade da granja avícola 18,19

.

E. coli faz parte do grupo de coliformes fecais (coliformes a 45 ºC), sendo considerada

o mais específico indicador de contaminação fecal e eventual presença de bactérias

patogênicas20

. Vários fatores contribuem para sua disseminação no meio ambiente, pois é

excretada nas fezes e pode sobreviver nas partículas fecais, poeira e água por semanas ou

meses, porém, seu ambiente normal é o trato intestinal21,22

. Pode, ainda, ser encontrada na

cama aviária de granjas, poeira, água, ração e no intestino de aves sadias. Tem habilidade de

crescer rapidamente e usa uma grande variedade de materiais como nutrientes21

.

O uso adequado de antimicrobianos consiste em uma estratégia eficaz no controle de

Escherichia coli. Dentre os antimicrobianos utilizados no tratamento e prevenção de doenças

associadas à Escherichia coli, destacam-se a danfloxacina, espectinomicina e ácido oxolínico,

uma vez que apresentam espectro de sensibilidade superior a 70% para amostras e

Escherichia coli isoladas de aves com colibacilose23

.

Os antimicrobianos utilizados têm alta ação destrutiva nas células bacterianas, mas,

mesmo com esse potencial, as cepas de E. coli estão se tornando resistentes à ação

antimicrobiana24

. Isso ocorre, principalmente, pelo uso indiscriminado desses produtos.

Pensando nisso, esses autores desenvolveram um experimento com objetivo de avaliar a

resistência de cepas de E. coli isoladas de frangos de corte e de matrizes aos antimicrobianos.

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18

Foi possível verificar que as amostras de E. coli, coletadas de aves jovens e matrizes com

aerossaculite, apresentaram alta resistência aos antimicrobianos testados23

.

Uma forma de minimizar o desenvolvimento da resistência antimicrobiana é a

implantação de programas de monitoramento bacteriológico e boas práticas de higiene e de

manejo na cadeia produtiva25

. Johnson et al26

salientaram a importância da compreensão das

origens e trajetórias de transmissão de resistência antimicrobiana por E. coli. E e verificaram

criações em que não são usados medicamentos, baixa positividade para E. coli e baixos

percentuais de resistência a antimicrobianos. Isso sugere que a seleção de resistência ocorra,

inicialmente, no criatório.

2.1.2 Salmonella

Salmonella constitui um gênero bacteriano difundido, mundialmente, e com

importância predominante em saúde pública. Pertence à família Enterobactereacea

microrganismos patogênicos para o homem e animais. Essa bactéria é conhecida como a

maior causadora de diarréia em humanos e os produtos avícolas foram identificados como um

dos maiores veiculadores da infecção27

.

Nas aves, existem dois tipos de infecções por Salmonella: sistêmica e entérica.

Infecções sistêmicas por Salmonella pullorum e Salmonella gallinarum representaram durante

muitos anos um sério problema na indústria avícola, porém, em muitos países, esses agentes

já foram controlados ou erradicados. No entanto, ainda estão presente em alguns outros países

em desenvolvimento. No caso de Salmonella pullorum o mecanismo pelo qual a bactéria

persiste nas aves não é conhecido, porém a sobrevivência nos macrófagos é o evento principal

na persistência da infecção, características que também podem aplicar-se à Salmonella

gallinarum pela semelhança no nível genômico 27

. As bactérias Salmonella typhimurium e

Salmonella enteritidis, por outro lado, são espécies paratifoides que podem afetar qualquer

espécie, inclusive aves e o homem. Nas aves, essas bactérias podem persistir no trato

digestivo por muitos meses sem evidências de sinais clínicos28

. A susceptibilidade diminui

com a idade e as aves adultas podem converter-se em portadoras.

Apesar de toda a monitoria industrial com o propósito do consumo alimentar seguro,

ainda assim essas infecções têm sido frequentes. As aves são uma significativa fonte de

contaminação de salmonelas para o homem. Em razão de o Brasil ser um dos maiores

exportador de carne de aves e da grande exigência dos países importadores, se reforça a

necessidade de maior controle29

.

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19

Para combater essas bactérias, faz-se muito o uso de antimicrobianos. Embora o uso

de antimicrobianos como aditivos melhorades de desempenho em aves e outras espécies

domésticas estejam sendo retirada por razões associadas à resistência bacteriana e a resíduos

em produtos de origem animal, a utilização continua sendo necessária em alguns casos

específicos. Na salmonelose, a utilização de antibióticos para o tratamento é um assunto em

constante discussão. A utilização dos antibióticos deve respeitar sempre os períodos de

carência recomendados, baseado nos estudos de resíduos marcados dos princípios ativos em

tecidos alvo30

. Isto é importante porque um mesmo princípio ativo pode ter períodos de

carência diferentes, dependendo dos veículos utilizados na sua formulação e da espécie onde

são administrados29

.

2.2 Uso de antimicrobiano

Os antimicrobianos promotores de crescimento são substâncias administradas aos

animais por via oral (ração ou água) ou parenteral (injetadas ou implantadas), no qual o

principal objetivo é aumentar a produtividade31

. Dentre os efeitos desses produtos pode-se

destacar o aumento de ganho de peso; diminuição do tempo necessário para que se atinja o

peso ideal para o abate; aumento da eficiência alimentar, redução da quantidade de alimento

consumido pelo animal, além da prevenção de patologias infecciosas e redução da

mortalidade 31

.

Segundo Bellaver 32

, os mecanismos de ação dos antimicrobianos são complexos e

atuam de diferentes maneiras, ou seja, melhorando o desempenho dos animais po de efeito

direto sobre o metabolismo do animal, atuando na síntese de vitaminas e aminoácidos e, ainda

inibindo o crescimento de bactérias indesejáveis.

De acordo com Junqueira e Duarte33

, para que antimicrobianos possam ser

considerados promotores de crescimentos, é necessário que apresentem as seguintes

características: melhorar o desempenho da ave de maneira efetiva e econômica; ser atuante

em pequenas doses; não ser utilizado em terapêutica humana ou veterinária; não apresentar

resistência cruzada com outros antimicrobianos; permitir a manutenção do equilíbrio da flora

gastrintestinal; não estar envolvido nos processos de resistência as drogas; não ser absorvível

a nível gastrintestinal; ser atóxico para os animais e para o homem; não podem ser

mutagênicos ou carcinogênicos; não devem ter efeitos deletérios ao ambiente; ter amplo

espectro de atividade; ser estável aos processos de fabricação das rações; ser compatível com

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20

os demais aditivos das rações; ter um custo de produção baixo; não devem deixar resíduos nas

partes comestíveis após o período de retirada.

Teoricamente, os antibióticos promotores de crescimento são prescritos para controlar

ou equilibrar a proliferação de bactérias gram positivas que liberam metabólitos tóxicos que

comprometem o ganho de peso (como os Bifidobacterium sp., Clostridium perfringens,

Lactobacillus sp. e Bacteroides fragilis) ou outras formas de agressão geradas pela

proliferação excessiva bacteriana, que causam competição por nutrientes com o hospedeiro e

estímulo excessivo do sistema imune local34

Com base no uso indiscriminado de antimicrobianos na produção animal, verificou-se

o aumento considerável de amostras de bactérias resistentes a vários tipos de antimicrobianos,

criando-se a teoria adaptativa35

. Assim, acredita-se que a resistência resulta de um processo de

adaptação ao meio criado pela droga e essa adaptação é perpetuada na descendência. No

entanto, a biologia molecular revelou que o fenômeno de resistência bacteriana tem outras

origens. Assim, foi verificado que a resistência pode ocorrer por meio de mutações ou

transferência do material genético de uma bactéria para outra e que os genes responsáveis pela

resistência podem estar no cromossomo ou nas estruturas extracromossômicas do DNA36

.

A utilização incorreta de antibióticos na medicina humana, o seu uso na alimentação

animal com objetivos terapêuticos, profiláticos e de promoção de crescimento são os

principais responsáveis pela presença da resistência aos antibióticos em bactérias patogênicas

para o homem. Por sua vez, essas bactérias resistentes podem ser transferidas de animais para

seres humanos, especialmente nos indivíduos que trabalham diretamente com animais ou em

indústrias de processamento tecnológico de produtos de origem animal37

.

2.3 Extrato vegetais

Pensando nisso, juntamente ao crescimento do setor avícola, associada à eficiência da

produção, fez se necessária a utilização de novos aditivos alimentares como alternativa frente

à proibição do uso de antibióticos melhoradores de desempenho. Sendo os aditivos

alimentares naturais, os mais utilizados na substituição dos antibióticos melhoradores de

desempenho e seus possíveis mecanismos de ação destacam-se o extrato vegetal37

.

Os efeitos benefícios das plantas medicinais estão associados aos princípios ativos, ou

seja, compostos químicos presentes em todas as partes da planta ou em partes específicas,

conferindo-lhe alguma atividade terapêutica, variando de uma espécie botânica para outra.

Poucas espécies têm ação antibacteriana semelhante aos antibióticos, e, por isso, os princípios

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21

ativos devem ser suplementados em combinações de diferentes extratos vegetais, para que

alcancem resultados satisfatórios38

.

Os princípios ativos dos extratos vegetais são produzidos pela planta e armazenados

durante o seu crescimento. São, geralmente, produzidos como forma de defesa contra fatores

externos, tais como falta de água, falta de nutrientes, variações climáticas, predadores e

patógenos39. Pesquisas vêm mostrando os efeitos benéficos da inclusão do aditivo extrato vegetal

nas rações para animais monogástricos. Segundo Brugalli40

, os principais efeitos são a atividade

antioxidante; o aumento da palatabilidade da ração; o estímulo da secreção de enzimas endógenas;

a melhoria na metabolizabilidade e absorção de nutrientes; a modificação da microbiota

intestinal; a modificação morfo-histológica do trato gastrintestinal e melhora na resposta imune; e

a ajuda na redução de infecções subclínicas.

Os extratos vegetais fazem parte de um grupo de aditivos que poderá substituir os

antibióticos melhoradores de desempenho. As substâncias extraídas das plantas têm ação

antimicrobiana semelhante à ação antibiótica produzida pelos fungos.

Huyghebaert et al.41

constatou que as estratégias de usar produtos alternativos aos

antibióticos, na alimentação das aves, deverão apresentar efeitos semelhantes aos antibióticos

melhoradores de desempenho. Carrijo et al.42

, trabalhando com alho em pó na alimentação

alternativa de frangos de corte, observaram que a inclusão de 1% de alho na alimentação não

altera os rendimentos de carcaça, partes e órgãos. Assim, concluíram que o alho substitui com

eficiência os antibióticos melhoradores de desempenho na alimentação animal.

Nesse mesmo seguimento, Klancnik et al.43

avaliaram 10 extratos vegetais, dois ácidos

fenólicos puros e cinco misturas de extratos, pelos métodos de difusão em disco, diluição em

ágar e microdiluição em caldo. Esses métodos foram testados em bactérias Gram-positivas

(Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Listeria monocytogenes) e Gram-negativas

(Escherichia coli O157:H7, Salmonelas Infantis, Campylobacter jejuni, Campylobacter coli ).

Dentre os extratos testados, a sálvia, que tem na composição o ácido carnósico, carnosol,

rosmanol e ferruginol, além do ácido rosmarínico e fenólicos, se mostrou muito eficaz. No

entanto, uva, oliva e extrato de chá verde foram muito menos eficientes contra todas as

bactérias testadas. Nesse estudo, os extratos de plantas inibiram eficientemente o crescimento

de bactérias Gram-positivas e Campylobacter.

Ao utilizar óleos essenciais de orégano, canela, eucalipto (Eucaliptus spp), artemísia

(Artemisia vulgaris L.) e trevo (Trifolium spp.) na alimentação de frangos de corte criados em

galpões com baixo desafio sanitário, Toledo et al.44

observaram melhor ganho de peso e

maior taxa de viabilidade nos tratamentos que receberam essa mistura em ralação ao controle.

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22

Landy et al.45

avaliaram o efeito do Neem (Azadirachta indica), cujo princípio ativo é

a azadirachtina sobre a resposta imune humoral de frango de corte. E verificou que o

tratamento com 7g de nim/kg de ração determinou maiores títulos de anticorpos contra o vírus

da influenza aviária em relação ao grupo que recebeu controle, que recebeu somente hemácias

de carneiro.

2.4 Neem

O Neem (Azadirachta indica A. Juss., Meliaceae) é nativo da Índia, em que cresce em

florestas de regiões tropicais e subtropicais. Nessas regiões o Neem se apresenta como árvore

de crescimento rápido e perenifólia. É uma planta utilizada há mais de 4.000 anos em virtude

de suas propriedades medicinais apresentadas por seus frutos, sementes, folhas, cascas e

raízes conterem compostos com comprovada ação antisséptica, anti-inflamatória e

antifúngica, entre outros. Por isto, em países onde a espécie é nativa, o extrato das folhas do

Neem é usado no tratamento de úlcera, de diabete e em procedimentos periodônticos46

.

Na Índia o Neem é conhecido por sua tolerância à seca, pois cresce em áreas com

regime de chuva que varia de 400 a 1200 mm e em diferentes tipos de solo, porém esses

autores mencionam que o Neem apresenta melhor crescimento quando cultivado em solos

profundos, arenosos, bem drenados e com pH entre 6,2 e 7,046

.

Suas propriedades, há muito tempo, são utilizadas não só em medicina e cosmética,

mas também na agricultura. Apresenta efeito em mais de 200 espécies de organismos,

incluindo ácaros, carrapatos, aranhas, nematoides, fungos, bactérias e mesmo alguns fitovírus.

A ação observada contra insetos esta relacionada à inibição da alimentação, regulação de

crescimento e esterilização. Os efeitos observados, provavelmente, são resultados da presença

de várias substâncias, tais como azadirachtina, nimbina, salannina, nimbidina, kaempferol,

thionemone, quercetina e outras. A semente de Neem possui aproximadamente 40% de óleo

de azadirachtina, que é o princípio ativo em maior concentração47

. O principio ativo dessa

planta é a azadiractina, um tetranortriterpenóide de baixíssima toxicidade ao homem e animais

domésticos47

.

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23

3.0 MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um experimento com o objetivo de avaliar o efeito da inclusão de torta

de Neem (Azadirachta indica) como aditivo antimicrobiano em dietas de frangos de corte,

sobre o desempenho, metabolizabilidade e a microbiota intestinal. Todos os procedimentos

nesse estudo foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade

Federal de Goiás CEUA/UFG sob protocolo 070/14.

3.1 Local, animais e delineamento experimental

O experimento foi realizado no aviário experimental da Universidade Federal de

Goiás. No período de 26 de maio a 16 junho de 2015. Foram utilizados 240 pintos de corte

machos da linhagem Cobb, com um dia de idade, distribuídos em delineamento experimental

inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, seis repetições de 10 aves por unidade

experimental. Todos os pintos foram alojados em gaiolas de arame galvanizado, com

dimensões de 0,50 m x 0,40 m x 0,40m. Cada gaiola foi equipada com um bebedouro tipo

calha e um comedouro na parte frontal e uma bandeja na parte de baixo para fazer a coleta de

excretas.

3.2 Tratamentos e rações experimentais

Os tratamentos consistiram de quatro dietas, a base de milho e farelo de soja sendo

uma dieta sem antimicrobiano, uma dieta com 0,05% de Tilosina, dieta com 0,05% de Neem e

uma dieta com 0,1% de Neem.

As rações experimentais foram formuladas com o auxílio do software SuperCrac 5.7

Master para serem isonutritivas e formuladas à base de milho e farelo de soja, para atender as

exigências nutricionais de cada fase de criação de frango, de acordo com as recomendações de

Rostagno et al.48

As aves receberam as dietas experimentas durante o período de 21 dias, nas

quais foram divididas em duas fases, pré-inicial e Inicial. (Tabelas 1 e 2).

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24

TABELA 1- Ração experimental da fase pré-inicial

Ingredientes (%) Ração Basal 0,05% tilosina 0,05% de Neem 0,1% de Neem

Milho Grão 58,028 58,00 57,710 57,396

Farelo de Soja 36,421 36,40 36,482 36,544

Óleo De Soja 1,142 1,141 1,249 1,356

Fosfato Bicálcico 1,915 1,915 1,916 1,917

Calcário 0,809 0,809 0,809 0,808

Sal Comum 0,448 0,448 0,448 0,448

Dl –Metionina 0,354 0,354 0,355 0,355

L-Lisina HCL 0,349 0,349 0,349 0,347

L-Treonina 0,134 0,134 0,134 0,134

Premix Mineral e vitamínico 0,400 0,400 0,400 0,400

Tilosina - 0,050 - -

Torta de Neem - - 0,147 0,294

Total 100 100 100 100

Composição Nutricional

Energia Metab. (Kcal/kg) 2,950 2,950 2,950 2,950

Proteína Bruta 22,20 22,20 22,20 22,20

Lisina Dig. (%) 1,310 1,310 1,310 1,310

Metionina Dig. (%) 0,944 0,944 0,944 0,944

Treonina Dig. (%) 0,852 0,852 0,852 0,852

Cálcio 0,920 0,920 0,920 0,920

Fosforo Disponível (%) 0,470 0,470 0,470 0,470

Sódio (%) 0,220 0,220 0,220 0,220

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25

TABELA 2- Ração experimental da fase inicial

3.3 Manejo

As aves receberam ração e água à vontade, durante todo o período experimental, no

qual os comedouros foram abastecidos com ração duas vezes ao dia, para evitar desperdícios.

Também foram realizadas limpeza dos bebedouros diariamente, assim como a troca de água.

Ingredientes (%) Ração Basal 0,01% Tilosina 0,05% de

Neem

0,1% de

Neem

Milho Grão 62,203 62,188 61,8896 61,5756

Farelo Soja 32,884 32,889 32,9462 33,0075

Óleo De Soja 1,0980 1,0980 1,2046 1,3111

Fosfato Bicálcio 1,5060 1,5060 1,5075 1,5082

Calcário 0,8380 0,8380 0,8363 0,8356

Sal Comum 0,4250 0,4210 0,4257

0,4258

Dl –Metionina 0,2820 0,2820 0,2815 0,2818

L-Lisina HCL 0,2800 0,2800 0,2776 0,2764

L-Treonina 0,0840 0,0840 0,0840 0,0840

Premix Mineral 0,4000 0,4000 0,4000 0,4000

Tilosina - 0,0500 - -

Neem - - 0,147 0,294

Total 100 100 100 100

Composição Nutricional

Energia Metab. (Kcal/kg) 3,000 3,000 3,000 3,000

Proteína Bruta 20,80 20,80 20,80 20,80

Lisina Dig. (%) 1,174 1,174 1,174 1,174

Metionina Dig. (%) 0,846 0,846 0,846 0,846

Treonina Dig. (%) 0,763 0,763 0,763 0,763

Calcio 0,819 0,819 0,819 0,819

Fosforo Disponivel (%) 0,391 0,391 0,391 0,391

Sódio (%) 0,210 0,210 0,210 0,210

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26

As temperaturas foram monitoradas constantemente por termômetros e anotada, uma vez por

dia, a temperatura máxima e mínima e o ambiente controlado com auxílio de manejo de

cortinas, conforme a necessidade. Para fazer a análise de metabolizabilidade dos nutrientes da

ração, foram feitas duas coletas diárias (8h00m e 16h00m) de excretas, dos 18 a 21 dias de

idade das aves.

3.4 Variáveis estudadas

3.4.1 Desempenho

Os dados para serem feitas as análises de desempenho foram colhidos aos 7 e 21 dias

de vida das aves.

-Peso final: obtido dividindo-se o peso total das aves do boxe, pelo número final de

aves na parcela;

- Ganho de peso: calculado pela diferença entre o peso final e o peso inicial das aves;

- Consumo de ração: obtido pela diferença entre a quantidade de ração oferecida no

início e as sobras ao final de cada fase e considerando o número de aves mortas no intervalo

como critério para correção dos valores de consumo;

- Conversão alimentar: obtido pela relação entre o consumo de ração e o ganho de

peso, corrigida pelo peso total das aves mortas;

- Viabilidade: obtido por meio da subtração de 100% do valor da mortalidade

encontrado.

Aos 21 dias de idade, uma ave de cada unidade experimental foi escolhida

aleatoriamente e eutanasiada por deslocamento cervical após quatro horas de jejum alimentar,

para realizar a coleta dos órgãos linfoides.

3.4.2 Coeficiente de metabolização dos nutrientes

A determinação dos coeficientes de metabolização dos nutrientes das rações foi

realizada pelo método da coleta total de excretas no período de 18 a 21 dias de idade das aves,

correspondendo a quatro dias de coleta. Durante o período experimental, foi mensurado o

consumo de ração, o total de excretas produzidas e o peso das aves. Foram realizadas duas

coletas diárias de excretas (8h e 16h), para evitar fermentação, sendo acondicionadas em

sacos plásticos devidamente identificados e armazenadas em congelador até o final do período

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27

de coleta. Posteriormente, as amostras foram descongeladas, pesadas, homogeneizadas e

retiradas amostras de 400g de excretas, para análises laboratoriais. Foram pré-secas em

estufas ventiladas a 55ºC, e na sequencia foram realizadas as análises de conteúdo de matéria

seca (MS), nitrogênio (N) e extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM).

Segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002), foram calculados os

valores de coeficiente de metabolização dos nutrientes, por meio de equações propostas por

Sakomura & Rostagno51

.

3.4.3 Contagem de Salmonella sp. e de Escherichia coli

Foram realizados suabes de cloaca em cinco aves de cada repetição aos um, 14 e 21dias

de idade. Os suabes foram colocados em tubos de ensaio contendo 10 mL de água peptonada

esterilizada a 1 %, constituindo a 10-0

. Em seguida foi transferido 1 mL da água peptonada

contendo a amostra para 9 mL de solução salina peptonada esterilizada a 0,85% . Diluições

decimais seriadas foram realizadas até a 10-9

.

Foi realizado plaqueamento, em triplicata, de 0,1 mL de diferentes diluições em placas

que continham agar verde brilhante (VB) e agar MacConkey, os quais foram incubados a 37ºC

por 24h. Após esse período, foi realizada a leitura das placas, para observar se havia

crescimento de colônias sugestivas de Salmonella e E.coli nos respectivos meios. Caso não

houvesse crescimento sugestivo de salmonela no VB 1ml da amostra em água peptonada foi

transferida para caldo selenito cistina e incubados em 37 ºC por 24 horas. Unidades formadoras

de Colônias sugestivas de E.coli, três a cinco, foram replicadas para tubos de ensaio contendo

tríplice açúcar-ferro (ágar TSI), os quais foram incubados a 37 ºC por 24h.

Agar TSI que apresentaram reações e características compatíveis com E. coli foram

submetidas aos testes bioquímicos de produção de indol, ureia, produção de H2S, urease,

vermelho de metila e utilização do malonato e glicose.todas as unidades formadoras de colônias

nas diluições ate 10-9

, registradas e transformadas em log.

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28

3.5 Temperatura

Os dados obtidos para a temperatura máxima, média e mínima do ar, durante todo

o período experimental estão apresentados na Figura 01.

FIGURA 1- Temperatura máxima, média e mínima do ar (°C) registrado durante o período

experimental.

3.6 Análise estatística

Os dados de desempenho e metabolização dos nutrientes da ração foram submetidos à

análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste Tukey ao nível de 5% de

significância. Os dados de contagem de E. coli foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis a

5%. Foi utilizado o programa estatístico R.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Tem

per

atu

ra °

C

Dias

Temperatura Máxima Temperatura média Temperatura mínima

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29

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 Desempenho

O desempenho das aves não foi influenciado com a inclusão de torta de Neem na

ração de 1 a 7 dias de idade (Tabela 3). Aos 21 dias de idade, também não houve diferenças

no desempenho das aves com a utilização da torta de Neem (Tabela 4). Observou-se que a

torta de Neem não melhorou o desempenho das aves e também não influenciou em nenhuma

das variáveis estudadas (peso final, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar).

Diferentemente disso, Girotto &Santos 52

, que avaliaram diferentes inclusões de torta

Neem na ração de frangos de corte de 1 a 42 dias, nas fases pré-inicial e inicial, observaram

melhores resultados para consumo de ração e ganho de peso nos tratamentos que receberam

maiores níveis de torta de Neem na dieta. Esses autores concluíram que a inclusão de 3 a 4%

de torta de Neem na ração é indicada para o aumento do desempenho produtivo de frangos de

corte.

Wankar et al.53

, ao utilizar folhas de Neem em pó como suplemento na ração de frango

de corte, também observaram melhores características de desempenho e concluíram que a

suplementação de 1-3 g de pó de folha Neem na ração dos frangos causou aumento

significativo no ganho de peso e redução na conversão alimentar, em comparação com o

grupo controle que não tinha inclusão da folha de Neem na dieta.

TABELA 3- Desempenho de frangos alimentados com rações contendo Neem, no período

de 1 a 7 dias de idade

Tratamentos PI (g) CR (g) GP (g) PF (g) CA V (%)

Controle 43,5 146,8 127,5 171,0 1,165 96,6

Tilosina 43,5 150,6 136,8 183,3 1,110 100

Neem 0,05% 43,5 149,2 137,5 181,0 1,108 100

Neem 0,1 % 43,5 148,4 133,9 177,4 1,085 100

Valor de P 0,988 0,954 0,587 0,690 0,533 -

CV (%) 0,430 8,030 10,20 10,60 8,570 -

PI=peso médio inicial; CR=consumo de ração; GP=ganho em peso médio; PF=peso final;

CA=conversão alimentar, V=viabilidade

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30

TABELA 4 - Desempenho de frangos alimentados com rações contendo Neem, no período

de 1 a 21 dias de idade

Tratamentos PI (g) CR (g) GP (g) PF (g) CA V (%)

Controle 43,5 1,018 664,1 707,6 1,536 96,6

Tilosina 43,5 1,041 697,5 741,0 1,490 100

Neem 0,05% 43,5 1,028 679,8 723,3 1,515 100

Neem 0,1 % 43,5 1,005 650,0 693,5 1,551 100

Valor de P 0,988 0,516 0,203 0,270 0,085 -

CV (%) 0,430 4,190 5,740 6,500 2,710 -

PI=peso médio inicial; CR=consumo de ração; GP=ganho em peso médio; PF=peso final;

CA=conversão alimentar, V=viabilidade.

Apesar de ser descrito na literatura que Neem pode ser utilizado como antibiótico

promotor de crescimento (Durrani et al.54

, Landy et al.45

, Sarker et al.55

e Mahejabin etal.56

),

no presente trabalho não foi observado nenhuma alteração nas características avaliadas. Esse

dado pode ser relacionado com as altas temperaturas registradas durante o experimento, o que

pode ter afetado no consumo da ração consequentemente no ganho em peso e conversão

alimentar.

Nota-se que as aves se encontravam aos 21 dias de idade com peso abaixo do que o

indicado para Linhagem, resultado que pode estar relacionado com o baixo consumo dos

animais devido ao estresse térmico durante o período experimental. Resultado semelhante foi

encontrado por Landy et al.45

que também observou que os tratamentos continham Neem na

dieta, os frangos apresentavam o peso corporal menor do que o padrão da raça, no qual o

autor atribuiu esse resultado a baixa pressão de O2 atmosférica, que retardou a taxa de

crescimento devido a uma depressão no consumo de ração.

4.3 Coeficientes de metabolização dos nutrientes

Os dados de coeficiente de metabolização dos nutrientes da ração estão apresentados

na Tabela 5. Pode ser observado que a adição da torta de Neem na dieta proporcionou um

melhor coeficiente de metabolização da matéria seca no tratamento com tilosina, em relação

aos outros tratamentos testados. O Coeficiente de Metabolização da proteína bruta (CMPB)

não diferenciou, estatisticamente, com a inclusão da torta de Neem na ração.

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31

TABELA 5- Coeficiente de metabolização de Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo

(EE) e Matéria Mineral (MM) em frangos de corte, alimentados com torta de Neem

Tratamentos CMMS(%) CM PB(%) CM EE(%) CM MM(%)

Controle 68,41b 55,68 81,41b 39,51b

Tilosina 71,26a 55,73 86,76a 48,36ª

Neem 0,05% 67,68b 55,33 81,68b 44,36 a

Neem 0,1 % 66,91b 53,34 79,96b 37,27b

Valor de P 0.017 0,555 0,069 0,001

CV (%) 3,2 5,9 5,3 9,6

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey 5% (P<0,05).CV=

Coeficiente de variação

Observou-se que o coeficiente de metabolização do extrato etéreo o tratamento com

tilosina foi melhor que os outros tratamentos avaliados (P<0,05), que não diferenciaram entre

si (P>0,05). Assim, pode-se observar que a inclusão da torta de Neem não prejudicou a

metabolizabilidade dos nutrientes da ração, pois os tratamentos que continham a torta de

Neem não diferiram do controle.

Quanto ao Coeficiente de Metabolização da Matéria Mineral (MM), foi observado que

o tratamento com Tilosina e o tratamento com 0.05% de torta de Neem foram semelhantes

estatisticamente, sendo melhores do que os outros tratamentos testados. Esse fato pode estar

relacionado com a ação dos promotores de crescimento que modifica a microbiota intestinal,

promovendo maior equilíbrio na população microbiana, o que acaba melhorando a digestão e

absorção dos nutrientes.

Vários fatores interferem na metabolizabilidade dos nutrientes da ração, sendo os mais

conhecidos os fatores antinutricionais e/ou tóxicos 57

. No entanto, não se encontrou na

literatura relatos sobre a presença de fatores que possam afetar a metabolizabilidade dos

nutrientes da ração que utiliza torta de Neem.

4.4 Contagem de Salmonella sp. e de Escherichia coli

Os valores médios de contagem de unidades formadoras de colônias (UFCs),

expressos em log, de E. coli estão apresentados na Tabela 6. Não se observou crescimento de

salmonela durante o período experimental, nos meios utilizados.

Verificou-se que não foram observadas diferenças estatísticas nas contagens de UFCs

de E.coli, o que sugere que não ocorreu ação antimicrobiana da torta de Neem em nenhum

dos dias avaliados, pois não houve redução de bactérias nos tratamentos que foi feita a

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inclusão do produto, assim como também não foi observado um aumento excessivo dessas

bactérias. Esses resultados podem indicar que as condições experimentais não permitiram

observar os efeitos do uso da torta de Neem, uma vez que o tratamento com antibiótico se

comparou aos demais, inclusive aquele sem a torta de Neem. Porém, mesmo sob as condições

sanitárias controladas e de baixo desafio, a inclusão da torta de Neem assegurou o mesmo estado de

crescimento bacteriano que o grupo que recebeu o antibiótico promotor de crescimento.

Esses resultados podem ser respaldados em Sarker et al.55

, que utilizaram a folha de

Neem, em frango de corte com colibacilose e como promotor de crescimento em frangos de

corte, também não observaram qualquer atividade antimicrobiana contra E. coli em frangos de

corte.

TABELA 6- Valores médios da contagem de unidades formadoras de colônia expressos em log, de Escherichia coli em suabes de cloaca de frangos de corte com Um, 14 e 21 dias de idade

Ufc= unidade formadora de colônia

Apesar de não ter observado ação antimicrobiana da torta de Neem no presente

trabalho, Odoh e Bratte58

, ao avaliar a inclusão de vários níveis de folha seca de Neem na

ração de poedeiras, observaram que houve uma redução de enterobactérias nas fezes dessas

aves, e que a inclusão de 10% dessa folha pode ser utilizada como antimicrobiano e agente de

promoção do crescimento natural nas dietas. Esses resultados corroboram os estudos

anteriores que, também, demonstraram que os extratos de folhas de Neem eram eficazes

contra E. coli e S. faecalis 59

.

A atividade antibacteriana de Neem pode ser devido à presença de triterpenoides,

compostos fenólicos, carotenoides, esteroides, flavonoides e azadiractina60

. No entanto, esses

compostos, provavelmente, podem estar presentes em baixas quantidades na torta de Neem,

fator que pode explicar a ineficiência do produto como antimicrobiano.

Escherichia coli (UFC/ 0,1mL) log

Tratamentos 1 dia 14 dias 21 dias

Controle 2.1700 1.2683 1.9717

Tilosina 0 2.5467 1.5367

Neem 0,05% 0 2.7500 1.5367

Neem 0,1% 1.5333 1.9183 1.2783

P>Valor X2 0.0566 0.5757 0.8921

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33

4.4.1 Peso relativo dos órgãos linfóides

Os resultados de peso relativo do baço, da bursa de fabricius e timo aos 21 dias de

idade, estão apresentados na Tabela 7. A Bursa de Fabricius e o timo são considerados órgãos

linfoides primário em que ocorre o desenvolvimento e a diferenciação dos linfócitos B em

aves. O baço é um órgão linfoide secundário responsável pela resposta aos antígenos

transportados no sangue 61

.

Nesse experimento, o peso do baço, da bursa e do Timo não foi influenciado pela

adição da torta de Neem. Costa et al. 62

relataram que o estímulo a resposta imune é um dos

inúmeros benefícios que os extratos vegetais proporcionam aos animais. Embora alterações

observadas no peso do baço podem não ser indicadores do perfil imunológico do animal63

.

Ferreira et al.64

destacaram que o maior peso dos órgãos linfoides não reflete,

necessariamente, maior número de células linfoides.

TABELA 7- Peso relativo do baço, bursa de Fabricius e Timo aos 21 dias de idade de frangos de corte

alimentados com ração contendo torta de Neem

Tratamentos

21dias

Peso Baço (%) Peso Bursa (%) Peso Timo

(%)

Controle 0,70 0,19 0,20

Tilosina 0,75 0,20 0,22

Neem 0,05% 0,72 0,15 0,20

Neem 0,1 % 0,74 0,13 0,22

Valor de P 0,917 0,209 0,854

CV (%) 19,16 33,35 23,90

Diante do exposto, pode-se observar que a adição da torta de Neem não influenciou o

peso dos órgãos linfoides, assim como, provavelmente, também não interfere na imunidade

celular de frangos de corte. Esse resultado pode estar relacionada com o fato de não haver

diferença na contagem das bactérias, porque, como a inclusão da torta de Neem, não

aumentou a quantidade de patógenos no trato gastrintestinal e não interferiu na imunidade

dessas aves.

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34

5.0 CONCLUSÃO

O uso da torta de Neem, como promotor de crescimento e antimicrobiano, não afetou

o desempenho, a metabolizabilidade e a microbiota intestinal das aves até 21 dias de idade.

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