V1c2 l1a10 - Substâncias Químicas

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Substncias qumicas

Mudanas de estado fsico

Em nosso dia a dia, a gua pode se apresentar em trs estados fsicos: o slido, o lquido e o gasoso. As mudanas de estado fsico recebem nomes conforme mostra o esquema abaixo.

A vaporizao, passagem do estado lquido para o gasoso, pode ocorrer de forma lenta, na temperatura do ambiente e sem a formao de bolhas, como no caso de uma roupa secando no varal. Nesse caso, a vaporizao denominada evaporao. A vaporizao tambm pode acontecer com a formao de bolhas durante o aquecimento do lquido. Nesse caso, chamada ebulio (popularmente, fervura).

Curva de aquecimento e curva de resfriamento

Partindo de gua slida (a -40 C, por exemplo) e chegando at o estado gasoso (a 120 C, por exemplo), registra-se durante o experimento a temperatura da amostra e o tempo transcorrido desde o incio. Com os dados, pode-se elaborar um grfico de temperatura da amostra de gua em funo do tempo transcorrido no aquecimento. Tal grfico conhecido como curva de aquecimento da gua e tem um aspecto como o da figura (A) abaixo.Outra experincia que pode ser realizada em um laboratrio convenientemente equipado acompanhar a temperatura e o tempo transcorrido durante o resfriamento de uma amostra de gua partindo do estado gasoso (a 120 C, por exemplo) at o estado slido (a -40 C, por exemplo). O grfico que relaciona a temperatura dessa amostra em funo do tempo transcorrido no resfriamento chamado de curva de resfriamento da gua e aparece esboado na figura (B).

Ponto de fuso (PF) e ponto de ebulio (PE)

Durante o aquecimento, figura (A), a gua sofre fuso a 0C. Durante o resfriamento, figura (B), ela sofre solidificao tambm a 0 C.Vamos generalizar dizendo que:

O ponto de fuso de uma substncia e a temperatura em que ela sofre fuso (durante o aquecimento) ou solidificao (durante o resfriamento)

Novamente, comparando as figuras (A) e (B), percebemos que a gua entra em ebulio e sofre condensao mesma temperatura, 100 C. Assim:

O ponto de ebulio de uma substncia t a temperatura em que ela sofre ebulio (durante o aquecimento) ou condensao (durante o resfriamento).

O ponto de ebulio das substncias pode variar bastante, dependendo da presso atmosfrica do local em que a experincia feita. A presso atmosfrica, por sua vez, varia sensivelmente com a altitude do local. Vamos deixar subentendido, de agora em diante, que todos os dados relativos ebulio referem-se presso atmosfrica ao nvel do mar.

Previses a partir dos valores de PF e PE

Saber os valores do ponto de fuso e do ponto de ebulio de uma substncia significa poder prever se, em determinada temperatura, a substncia estar slida, lquida ou gasosa.O esquema a seguir exemplifica previses desse tipo usando como exemplo as substncias gua, etanol e naftaleno, cujos pontos de fuso e de ebulio aparecem na tabela 1.

Matria

A mesa, a cadeira, as nossas roupas e o nosso organismo so exemplos de matria. Todos os seres e objetos que fazem parte do nosso mundo so feitos de matria.Matria tudo o que tem massa e ocupa lugar no espao.

Massa e unidades para express-la

A massa de um corpo uma grandeza (grandeza tudo aquilo que podemos medir) associada inrcia desse corpo, ou seja, quanto maior a massa de um corpo, maior a dificuldade de colocar esse corpo em movimento ou de, uma vez estando em movimento, faz-lo parar. Trabalhar essa interpretao da massa associada ao conceito de inrcia algo que deixamos para o curso de Fsica. Vamos, numa abordagem simplificada (e igualmente correta), considerar a massa uma propriedade dos objetos que pode ser determinada com o uso de uma balana de dois pratos, como a que aparece nos desenhos a seguir.

O primeiro passo para determinar a massa de objetos a escolha de um padro. O padro de massa mais conhecido e utilizado o quilograma, simbolizado por kg.Dizer que um objeto possui massa de 1 kg (um quilograma) significa dizer que, ao coloc-lo num dos pratos da balana, o equilbrio ser estabelecido colocando-se no outro prato o objeto padro de massa 1 kg. Um objeto possui massa de 2 kg (dois quilogramas) quando, colocado num dos pratos da balana, o equilbrio atingido com 2 objetos de massa 1 kg no outro prato. E assim por diante.

A tonelada e o grama so, respectivamente, mltiplo e submltiplo importantes do quilo- grama. A tonelada (t) equivale a mil quilogramas:1 tonelada = 1 t = 1.000 kg

O grama (g) a milsima parte do quilograma (1 g 0,001 kg) ou, de modo equivalente, o quilograma equivale a mil gramas (1 kg = 1.000 g): 1 grama = 1g = 0,001kg

Volume e unidades para express-lo

Ocupar lugar no espao uma caracterstica da matria associada grandeza denominada volume. Em outras palavras, o volume de uma poro de matria expressa o quanto de espao ocupado por ela.

Unidades de volume importantes so o decmetro cbico (dm3), o litro (L), o centmetro cbico (cm3), o mililitro (mL) e o metro cbico (m3).

O decmetro cbico e o litro

O decmetro cbico (dm3) o volume de um cubo cuja aresta mede 1 dm (um decmetro), ou seja, 10 cm. Essa unidade equivalente ao litro (1).

1dm3 = 1L

O centmetro cbico e o mililitro

O centmetro cbico (cm3) o volume de um cubo cuja aresta tem a medida de 1cm.O desenho (A) ilustra um decmetro cbico. A rgua foi ilustrada ao lado do cubo para evidenciar que a medida de sua aresta 10 cm. Como pode-se perceber pela figura, o decmetro cbico corresponde a mil centmetros cbicos (1dm3 = 1.000 cm3).

A unidade de volume mililitro (mL) definida como a milsima parte do litro. Como consequncia dessa definio, um litro corresponde a mil mililitros (1 L = 1.000 mL).E j que um decmetro cbico equivale a um litro, podemos afirmar que:

1dm3 = 1L = 1000cm3 = 1000mL assim decorre que: 1cm3 = 1mL

O metro cbico

O metro cbico o volume de um cubo de aresta 1 m. Trata-se, portanto, de uma unidade de volume maior que as anteriores. A ilustrao (B) permite visualizar que um metro cbico corresponde a mil decmetros cbicos.Assim, temos: 1m3= 1.000dm3 = 1.000L

Aplique o que voc aprendeuAps ter estudado as principais unidades de volume, procure avaliar o volume de recipientes tais como xcaras, copos, jarras, caixas d papelo, tanques d roupa, baldes, mquinas de lavar roupa, piscinas, banheiras etc.Em cada caso, procure utilizar a unidade de volume mais adequada para expressar o volume.

DensidadeConceituao de densidade

A unidade da densidade composta por uma unidade de massa dividida por uma unidade de volume. Assim, podemos express-la, por exemplo, em g/cm3, g/L, kg/L etc.

Densidade e flutuaoComparando os valores de densidades:

conclumos que:

A cortia flutua na gua porque menos densa que ela e o chumbo afunda porque mais denso que esse lquido.A comparao entre as densidades permite prever se um corpo ir afundar ou flutuar em um certo lquido. Imagine, por exemplo, que uma bolinha de gude (d 2,7 g/cm3) e um pedao de isopor (d = 0,03 g/cm3) sejam colocados num frasco com azeite de oliva (d = 0,92 g/cm3). O que se pode prever?

O pedao de isopor, menos denso que o azeite, ir flutuar nele. E a bolinha de gude, mais densa que ele, ir afundar.

Alguns fatores que afetam a densidade

A densidade depende, em primeiro lugar, do material considerado. Alguns valores de densidade aparecem na tabela 2.Em segundo lugar, a densidade de um mesmo material depende da temperatura. Um aquecimento, por exemplo, provoca a dilatao do material (aumento de volume), e isso interfere no valor da densidade.No caso de gases, cujo volume muito sensvel a variaes de presso, a densidade, alm de depender da temperatura, depende tambm da presso.Mudanas de estado fsico provocam mudanas na densidade de uma substncia. A gua lquida, por exemplo, tem densidade 1 g/cm3, e a gua slida (gelo) tem densidade 0,92 g/cm3. Isso permite entender por que o gelo flutua na gua.

Nesta foto, h seis materiais com densidades diferentes, Os lquidos so gasolina (em cima), gua (no meio) e mercrio (no fundo). A cortia flutua na gasolina. Um pedao de madeira afunda na gasolina, mas flutua na gua. E o lato afunda na gua, mas flutua no mercrio.

CASOS INTERESSANTES ENVOLVENDO DENSIDADE

O clorofrmio (d 1,4 g/cm3) vendido, em lojas de produtos qumicos, por massa; j o ter comum (d = 0,8 g/cm3) vendido por volume.Se ambos so lquidos, por que um vendido por massa e o outro por volume?Sendo a densidade da gua igual a 1,0 g/cm3, isso significa que cada 1,0 g de gua ocupa um volume de 1,0 cm3, ou cada 1,0 kg de gua ocupa um volume de 1,0 litro. Utilizando esse raciocnio, cada 1,0 litro de clorofrmio possui uma massa de 1,4 kg; j 1,0 litro de ter possui uma massa de 0,8 kg. Lquidos mais densos que a gua costumam ser vendidos por massa; os menos densos costumam ser vendidos por volume.Agora reflita sobre o caso dos sorvetes de massa industrializados e vendidos em potes de plstico.So comercializados por massa ou por volume? Por qu?Outro caso interessante relacionado ao conceito de densidade o da facilidade com que uma pessoa flutua no Mar Morto. Veja a foto e a legenda abaixo.Ao bater creme de leite em uma batedeira este se transforma em chantilly. Nesse processo, ar incorporado ao creme de leite, causando um aumento de volume. A massa antes (creme de leite) e depois (chantilly) praticamente a mesma, pois somente ar foi acrescentado.Assim, o creme de leite, por ter mais massa em um certo volume (mais denso), vendido por massa; j o chantilly, com menos massa em um certo volume (menos denso), vendido por volume.

Uma pessoa flutua sem esforo nas guas do Mar Morto. L, para cada litro de gua do mar, existem cerca de 360 g de sais dissolvidos, enquanto no litoral do Brasil, por exemplo, para cada litro de gua do mar, existem cerca de 37 g de sais dissolvidos.

Substncias qumicas

Uma substncia uma poro de matria que tem propriedades bem definidas e que lhe so caractersticas.Dentre essas propriedades, esto o ponto de fuso, o ponto de ebulio, a densidade, o fato de ser inflamvel ou no, a cor, o odor etc. Duas substncias diferentes podem, eventualmente, possuir algumas propriedades iguais, mas nunca todas elas. Caso acontea de todas as propriedades de duas substncias serem iguais, ento elas so, na verdade, a mesma substncia.Nas fotografias a seguir, so mostrados exemplos de substncias gua, enxofre, ferro e cloreto de sdio (componente principal do sal de cozinha) e, nas legendas, so mencionadas algumas de suas propriedades.

Substncias puras x misturas

A gua possui densidade 1,00 g/cm3 e o cloreto de sdio, 2,17 g/cm3. Ao acrescentar cloreto de sdio gua e mexer, obtm-se uma mistura cuja densidade diferente da dos dois componentes isolados. Analise a tabela 3, abaixo, que ajuda a esclarecer esse ponto.

Como se pode perceber, qualquer mistura de gua e cloreto de sdio possui uma densidade tal que no lhe permite ser classificada nem como gua nem como sal.

Verifica-se experimentalmente que uma mistura de gua e cloreto de sdio, colocada num congelador, no congela a 0C. Essa mistura inicia seu congelamento abaixo de 0C (o valor exato depende do teor de sal) e a temperatura no permanece constante durante o congelamento, mas diminui gradualmente.Quando aquecida, verifica-se que essa mistura no entra em ebulio a 100 C. Ela comea a ferver acima de 100 C (o valor exato depende do teor de sal) e a temperatura no permanece constante durante a ebulio, mas aumenta progressivamente.Perceba, portanto, que uma mistura de gua e cloreto de sdio possui propriedades que no so caractersticas da gua nem do sal.Agora podemos estabelecer uma importante diferena entre substncia pura e mistura.

Uma substncia pura, como o prprio nome diz, est pura, ou seja, no est misturada com outra substncia ou com outras substncias. Em geral, quando um qumico refere-se, por exemplo, substncia gua ele est deixando subentendido que se refere substncia pura gua.

J uma mistura uma poro de matria que corresponde adio de duas ou mais substncias puras. A partir do momento em que elas so adicionadas, deixam obviamente de ser consideradas substncias puras. Elas passam a ser as substncias componentes da mistura.

Misturas heterogneas e misturas homogneas

Uma mistura heterognea uma mistura que no possui as mesmas propriedades em toda a sua extenso.

Uma mistura homognea uma mistura que tem as mesmas propriedades em todos os seus pontos.

Nmero de fases de uma mistura

Podemos definir fase como uma poro de uma amostra de matria que apresenta as mesmas propriedades. Uma fase pode apresentar-se contnua ou fragmentada em vrias partes.

Para deixar isso mais claro, considere o caso da mistura de leo e gua da foto (C) mostrada anteriormente. Trata-se de uma mistura heterognea, na qual uma fase leo e a outra fase gua. Nesse exemplo, ambas as fases so contnuas.Na mistura de ferro e enxofre (foto (A)). os grozinhos de ferro constituem uma fase, e os grozinhos de enxofre constituem outra fase. Diferentemente da mistura de gua e leo, nesse caso cada fase apresenta-se fragmentada em muitas partes.Numa mistura de gua e acar, foto (B), que homognea, existe uma s fase. Isso pode ser generalizado para todas as misturas homogneas. J que elas apresentam as mesmas propriedades em todos os seus pontos, so constitudas necessariamente por uma nica fase.Uma mistura homognea apresenta uma s fase e uma mistura heterognea apresenta duas ou mais fases.

Soluo o nome dado pelos qumicos para qualquer mistura homognea.Quando voc coloca um pouco de acar na gua e mexe at obter uma s fase, est fazendo uma soluo. O mesmo acontece se voc adicionar um pouquinho de sal gua e misturar bem.Em Qumica o verbo dissolver pode ser empregado de duas maneiras.Podemos us-lo para nos referirmos ao ato praticado por uma pessoa ao fazer uma soluo. Uma frase como eu dissolvi o acar em gua exemplifica esse uso.Outro modo de usar o verbo dissolver aplic-lo a uma substncia, a fim de expressar a propriedade que

a substncia tem de misturar-se a outra, originando uma soluo. Numa frase como a gua dissolve o acar temos um exemplo desse tipo de uso.Quando uma substncia capaz de dissolver outra, costumamos cham-la solvente. Assim, a gua um solvente para o acar, para o sal, para o lcool e para vrias outras substncias.A substncia que dissolvida num solvente, a fim de fazer uma soluo, denominada soluto.Se uma soluo preparada com o solvente gua, dizemos que uma soluo aquosa. Ao dissolver acar em gua, por exemplo, obtemos uma soluo aquosa de acar, na qual a gua o solvente e o acar o soluto.

AS SOLUES E O COTIDIANO

So inmeras as solues presentes em nosso cotidiano, principalmente as solues aquosas. Entre os exemplos destas ltimas, temos os sucos de frutas, os refrigerantes (desconsiderando as bolhas de gs eventualmente presentes), a saliva, o plasma sanguneo, a urina, a gua da chuva e at mesmo a gua potvel.Observe atentamente os rtulos de garrafas de gua mineral e de outros produtos. Voc perceber que eles costumam informar quais os componentes da soluo aquosa e quais as concentraes de cada um.

Embora a maior parte das solues esteja no estado lquido, existem tambm solues gasosas e solues slidas.O ar atmosfrico, convenientemente filtrado para eliminar partculas nele dispersas, um exemplo de soluo gasosa, na qual predominam o gs nitrognio (cerca de 78%) e o gs oxignio (cerca de 21%).Entre as solues slidas, podemos destacar o ouro usado pelos joalheiros (mistura de ouro e cobre em proporo adequada) e o lato (mistura de cobre e zinco em proporo adequada).

Nmero de fases de uma substncia pura

Considere um frasco contendo apenas gua lquida. O contedo desse frasco possui as mesmas propriedades em todos os seus pontos e, portanto, existe apenas uma fase presente.Agora imagine que a esse frasco seja adicionada uma pedra de gelo. Dentro do frasco continuar havendo apenas uma substncia pura: a substncia gua. S que ela est em dois estados fsicos distintos (isso antes de o gelo derreter totalmente). Dentro do frasco existiro duas fases distintas: a fase lquida e a fase slida. Essas fases diferem em pelo menos uma de suas propriedades, a densidade (a da gua lquida 1,0 g/cm3 e a do gelo 0,92 g/cm3).

Numa amostra de substncia pura, em que ela esteja em diferentes estados fsicos, haver mais de uma fase E cada estado fsico presente correspondera a uma fase.

Conceituao de sistema

Sistema uma poro de matria escolhida para ser estudada.

Consideremos, como sistemas a serem estudados, o contedo dos frascos esquematizados abaixo, que denominaremos de (A) a (H).

A investigao experimental desses sistemas permite determinar que (A), (B), (C) e (D) apresentam propriedades uniformes em todos os seus pontos, ou seja, possuem uma nica fase. Tais sistemas so denominados homogneos.

Os sistemas (E), (F), (G) e (H), por sua vez, apresentam mais de uma fase e so, por isso, denominados heterogneos.

Processos de separao (fracionamento) de misturas

Decantao

Em uma mistura heterognea slido/lquido, como areia/gua, a fase mais densa tende a ocupar a posio inferior, enquanto a menos densa tende a ocupar a posio superior.Uma maneira de separar uma mistura de gua e areia esperar que a areia, mais densa que a gua, se deposite no fundo do recipiente. (Essa deposio de slido no fundo chamada por alguns de sedimentao.)Aps a deposio da areia no fundo, pode-se transferir a gua para outro recipiente, inclinando-se lentamente o frasco em que est a mistura. A tcnica denominada decantao.

Centrifugao (acelerando a decantao)

Caso a separao das fases de urna mistura heterognea sob ao da gravidade sa muito lenta, ela pode ser apressada submetendo a mistura a uma intensa rotao, tcnica conhecida como centrifugao, realizada em aparelhos denominados centrffugas.

Na indstria de laticnios, por exemplo, a nata separada do leite com o uso de grandes centrfugas. Girando a grande velocidade, o leite, mais denso, deposita-se no fundo do recipiente, enquanto a nata, menos densa, concentra-se na parte superior.

Filtrao simples

Para separar misturas heterogneas slido/lquido, existe um outro processo, um pouco mais trabalhoso, porm de maior eficincia que a decantao: a filtrao, tcnica que consiste em despejar a mistura sobre uma superfcie porosa apropriada, o filtro. Este permite que a fase lquida o atravesse, mas retm a fase slida, propiciando uma separao de ambas.O papel de filtro, bastante empregado em laboratrios, elaborado com fibras de papel entrelaadas de modo que os orifcios entre elas (invisveis a olho nu) atuem como os orifcios de uma peneira.

As partculas formadoras da gua que em outro captulo denominaremos molculas de gua so to pequenas que passam por dentro desses orifcios. J as partculas de areia, maiores que eles, so retidas pelo papel.

Filtrao a vcuo (acelerando a filtrao)

Num laboratrio comum haver misturas heterogneas slido/lquido cuja filtrao muito demorada. (Um exemplo caseiro o da mistura de farinha e gua, que demora muito mais para ser filtrada que uma mistura de gua e areia.)Para acelerar a filtrao foi desenvolvido o processo da filtrao a vcuo, que ilustrado nas fotos abaixo. Nesse processo, o papel de filtro ajustado superfcie de um funil apropriado, o funil de Bchner, que conectado boca de um frasco especial, o kitassato.O dispositivo denominado trompa dgua (ou trompa de vcuo) ligado ao kitassato. Dentro da trompa passa gua corrente, que arrasta ar consigo. Esse fluxo remove um pouco de arde dentro do kitassato e faz a presso interna ficar menor que a presso atmosfrica. Consequentemente, a presso atmosfrica fora a fase lquida da mistura a passar mais rapidamente pelo papel de filtro.

Uma filtrao simples realizada quando se prepara um caf. As partculas do p de caf que no se dissolvem na gua ficam retidas no filtro (resduo), enquanto a gua (solvente) e as partculas de caf que nela se dissolveram (soluto) passam atravs dele.Quando preparamos caf ou ch, a gua quente realiza a extrao dos componentes solveis do caf ou do ch.

FILTRAO NO COTIDIANO

Quando se usa um aspirador de p, a fase slida fica retida no filtro do aspirador e a fase gasosa passa por ele. A mistura de ar e poeira, que uma mistura heterognea slido-gs, separada utilizando-se filtrao a vcuo.

Para efetuar a separao, a mistura colocada dentro do funil. A torneira ligeiramente aberta, permitindo o escoamento gradual da fase inferior, que recolhida em outro frasco. Fechando-se a torneira no exato momento em que a fase inferior acabou de escoar, consegue-se a separao de ambas as fases.

Para separar misturas heterogneas lquido/lquido, como leo/gua, os qumicos utilizam um aparelho de vidro, o funil de separao (tambm chamado de funil de decantao ou funil de bromo), mostrado na foto ao lado.

Funil de separao

Dissoluo fracionada

Dos muitos mtodos que existem para separar misturas heterogneas de dois ou mais slidos, vamos analisar um em particular: a dissoluo fracionada.Essa tcnica de separao est baseada na diferente tendncia de os slidos componentes de uma mistura se dissolverem em determinado solvente. Para ocorrer a separao, um dos slidos deve se dissolver no solvente e o outro no.Como exemplo, consideremos a mistura heterognea sal e areia. Como separ-los?Inicialmente, adicionamos gua mistura. A gua dissolve o sal, mas no dissolve a areia. Aps mexer bem, obtemos um sistema heterogneo constitudo por duas fases: uma delas a soluo de sal em gua, e a outra a areia, que no se dissolveu na gua.Em seguida a mistura filtrada. A areia fica retida no filtro, enquanto a soluo de sal em gua passa por ele. A gua pode ser eliminada por evaporao ou ebulio, restando o sal.

A evaporao uma tcnica barata, usada para se obter o componente slido que est dissolvido no lquido (o sal, no caso). O componente liquido (a gua, no caso) perdido no processo. A evaporao usada, portanto, quando s h interesse na fase slida; a lquida, ento, desprezada.Esse processo tem larga utilizao nas salinas, instalaes nas quais gua do mar colocada em tanques largos e rasos, para que v evaporando gradualmente. Com a evaporao da gua, obtm-se o sal slido. Este, em seguida, passa por um processo de purificao, ou refino, durante o qual so eliminadas as impurezas presentes. Principalmente duas dessas impurezas, o cloreto de magnsio e o sulfato de magnsio, se no forem eliminadas, daro ao produto um sabor amargo indesejvel.

Um meio de fazer a separao da mistura gua/sal simplesmente esperar pela evaporao completa da gua, por exemplo, sob a ao do calor solar. Assim que a evaporao acabar, restar o sal.

Evaporao e destilao simples

Evaporao

Destilao simplesComo proceder se o interesse for obter gua pura a partir da gua do mar?Para separar a mistura de gua e sal, e tambm recuperar a gua, emprega-se a destilao simples ilustrada a seguir.

A mistura aquecida em um balo de vidro e a gua entra em ebulio, mas o sal no. O vapor de gua passa pelo interior do condensador, que resfriado por gua corrente. Com esse resfriamento, esse vapor condensa-se. A gua lquida, isenta de sal, recolhida no recipiente da direita (erlenmeyer) e, ao final, restar sal slido no balo de vidro. O lquido purificado que recolhido no processo de destilao recebe o nome de destilado (nesse caso, trata-se de gua destilada). A destilao simples utilizada quando h interesse nas duas fases ou apenas na lquida.

Destilao fracionada

As misturas homogneas formadas por dois ou mais lquidos oferecem uma razovel dificuldade para sua separao. A tcnica da destilao fracionada, esquematizada a seguir, pode ser usada com sucesso para separar algumas misturas desse tipo. E uma tcnica complexa, e sobre ela vamos apresentar apenas uma breve noo.

A destilao fracionada um aprimoramento da destilao simples, na qual uma coluna de vidro cheia de obstculos (bolinhas ou cacos de vidro) colocada entre o condensador e o balo no qual a mistura aquecida. O vapor do componente de menor ponto de ebulio o que passa pelos obstculos com mais facilidade, e por isso ele chega ao condensador antes dos demais componentes e desfila primeiro. Assim que ele destilar totalmente, destilar o prximo componente lquido da mistura (em ordem crescente de pontos de ebulio), que recolhido em outro frasco. E assim por diante.

Alguns componentes do petrleo so separados por meio da destilao fracionada realizada em grandes colunas d&ao;rias refinarias. Essa tcnica fjMbni empregada pra separar os gses componentes do ar atmosfrico: O ar resfriado at atingir o estado liquido e, a seguir, passa por destilao fracionada.

Materiais de laboratrio e segurana