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“VIAGEM A MARTE”
Valdemiro
Mendonça.
(Parte 1)
Pequeno prefácio: A grande nave: “RIMA MESMO” parte do
planeta terra levando um grupo de amigos para uma
odisseia pelos cosmos onde os aventureiros embarcados
tinham a esperança de finalmente poderem escrever sobre a
Lua, as estrelas e planetas estando mais perto deles e de
Deus.
Cada membro era além de poeta um participante nas
diretrizes do comando da nave e durante a jornada em duas
etapas, sendo que a primeira parte era apenas até a Lua
onde permaneceriam à espera da janela correta para dar
inicio a grande aventura. Eles trocarão impressões sobre cada
um dos participantes e eventualmente poderão escrever
sobre seus companheiros e publicar no jornal de bordo.
O que nos espera nesta viagem, só o tempo poderá
revelar... Haverá enlaces amorosos a bordo, algum acidente
colocando em perigo a vida dos viajantes, algum encontro
com alienígenas, ou será uma viagem tranquila e todos
regressarão a salvo?
O comandante da nave viaja com uma tripulação de
homens e mulheres experientes no total de doze e mais doze
equipes cada uma com seu próprio comandante para várias
funções na nave, a saber: “alimentação, dormitório,
departamento medico, mecânica de reparos externos, de
reparos internos, e todos os tipos de serviços requeridos para
a viagem”.
O comandante se chama Mirote, e seus comandados
serão apresentados durante a jornada um abraço.
Capitulo 01
Numa fazenda de café, simples com trabalhadores comuns
onde nada chamava a atenção, a não ser neste sábado
especial de março, o movimento dentro da sala de reunião
social, mas que estava restrito ao interior da grande
residência. Na fazenda era tudo igual, pessoas se
movimentando na derriça de café, outros no transporte do
produto e até um antigo carro puxado por bois rodava
soltando seu apaixonante ruído de madeira atritando
madeira, untada nos mancais ou “cocãos” com querosene
para conseguir este efeito que tanto agradava a quem ouvia
e substituía às músicas de rádio ou televisão. Na casa grande
ou: sede administrativa, no entanto, havia uma
concentração de pessoas bem vestidas e com a fala típica
dos gente residentes na cidade. No total eram trinta pessoas
distribuídas em mesas de quatro cadeiras supridas com
bebidas ao gosto de cada ocupante. Eles haviam chegado
num ônibus executivo durante a madrugada e vistos apenas
por alguns administradores do local e da confiança do dono,
este, “um poeta caipira, mas inventor nas horas vagas” que
se meteu a convidar alguns amigos do recanto das letras
para uma inusitada viagem ao planeta vermelho. Todos os
convidados eram poetas, e como se sabe poetas são
adeptos de aventuras e se imaginarem que existe perigo
numa empreitada aí é que se assanham mesmo para
participar. As conversas giravam em torno do que veriam,
viveriam e relatariam nesta aventura que eles acreditavam
ser só uma piada e que não passaria de uma reunião entre
amigos na casa de um sonhador. Breve o segundo capitulo
será postado, eles serão sempre pequenos para não cansar o
leitor... Será que alguém vai ler?
Capitulo 02.
Na primeira mesa, estavam quatro lindas escritoras e
poetisas solteiras Jeane Diogo, Maria Bremide, Shirley e Keith,
mas entre os solteiros alguns já se manifestavam tentando
separar as damas, Fábio Brandão e De Luca “eternos
pegadores”, discretamente o poeta Jacó Filho, mais
conhecido como: “terror das periquitas” também já arriscara
dar uma olhada para a mesa das beldades que não davam
qualquer ideia de estar por enquanto muito afim de uma
milonga. Um casal muito conhecido da galera cearense
trocavam juras eternas enquanto ele: Mister Vantuílo afagava
com carinho a barriguinha saliente da sua noiva Rosilene,
“modelo”, uma garota linda que mostrava toda beleza física
e o bronzeado ao ponto conseguido no sol das belas praias
de Fortaleza. Ainda sem aparecer em publico, eu conjeturei:
“isto é bem capaz de me dar um neto ou neta marcianinho”
Nuria uma bela poetisa paulistana estava numa mesa mais
ao fundo falando ao telefone com alguém, eu estava curioso
para saber com quem ela conversava tão acaloradamente
e dirigi meu anel sonar de recepção fraglite que ao ser ligado
acionava automaticamente o micro ponto no ouvido e ouvi
uma voz que soava tão rápida e aguda que adivinhei logo
ser de um catarinense, percebi que estava sendo indiscreto e
desliguei, pois apesar de estar sempre atento à segurança
dos passageiros, eu sabia que era apenas uma despedida de
amor, já que ele: “o azarado” não poderia nos
acompanhar... Azarado por quê? Não conhece a poetisa?
Maior gatona cara. Em outra mesa mais ao centro estava o
casal vinte: Estrela Regina e João Só, ambos esbanjando
alegria com sorrisos que despertava a simpatia de todos os
presentes. Arauto das Artes com seu inseparável violão
riscava num papel, certamente mais uma musica, é o poeta
com o qual eu conto para animar esta pequena viagem de
quase sessenta milhões de quilômetros, prestando atenção
estava Tereza Cristina poetisa muito famosa nos meios
artísticos já que também adora cantar. Meus amigos Dosan e
Zeni e devo explicar... “Apesar dos meus sessenta e tararás,
tenho amigos de todas as idades”. Os dois jovens já até
participaram de outros eventos dos quais também eu estava
presente, ambos divertidos e com a esperança de sempre
continuarem a viver o grande amor que os une e dos quais já
estou acá pensando se: ou quando me darão netos... Claro
eu me ofereço como avô e não cobro nada. “Avô virtual”.
Numa mesa mais ao centro mais duas garotas, Maria Aranilda
e jânia Lopes trocando figurinhas com Paulo Jeser outro
poeta cearense... Gente como tem poeta neste Ceará, gloria
ao pai e Dílson Ferreira este poeta porreta lá dos Rios Grandes
do Norte. Alguns ainda estavam atrasados, mas certamente
chegariam até a hora da partida.
AVISO AOS PASSAGEIROS DA NAVE RIMA MESMO COM
DESTINO A MARTE.
Cada passageiro receberá seu prefixo de identificação
enviado pelo Trovador das Alterosas, notem bem, não é o
comandante Mirote, este também receberá um prefixo.
Quem envia é o contista trovador o único que saberá quem
é quem na viagem. De posse do prefixo, cada qual poderá
se quiser se identificar para um amigo ou uma colega, mas a
ideia é não se revelarem e sim através dos jogos de quadras
ou trovas que vai ser colocados no painel de recados, a
pessoa dará a dica para seu eleito e cabe a ele ou ela
descobrir quem é quem durante a viagem. Os identificadores
masculinos é o prefixo P M 00 e feminino é PF 00, ou seja: “P”
de “poeta” & TM OU TF Tripulante feminino ou masculino.
Após a partida o painel será aberto e cada um que queira
enviará ao contista através de email e ele o postará no
painel. Um abraço galera.
Capitulo Três.
“O ANCORADOURO DA RIMA MESMO”
Os participantes a partir de agora, serão tratados com
suas siglas de identificação, cada participante tem o seu
numero codificado e que só o contista, “trovador” é quem
sabe quem é quem. É desta forma que serão conhecidos a
partir deste momento, válido para quem está atrasado, se
chegar antes da partida, será embarcado. O comandante
Mirote adentrou ao salão e se ouviu gritinhos nervosos da
plateia feminina que sempre tecem uma rede de
encantamentos para homens que comandam grandes
epopeias de acontecimentos que um dia se destacarão e
poderão passar a historia.
O comandante levantou sua mão direita e saudou a
plateia feminina e masculina, muitos deles seus conhecidos
de cantos e recantos desta vida poética sem eira nem beira
onde cada qual mostra sua arte e é aplaudido pelos que tira
da alma a doação dos seus sentimentos mais puros. Após
cumprimentar olhando sempre nos olhos cada um dos
presente, o Com: Mirote disse algumas palavras de boas
vindas aos companheiros de viagem e apontando para um
paredão do seu lado direito com um aparelho de controle
remoto maravilhou os assistentes fazendo abrir toda a lateral
de mais de trinta metros do comprimento por altura de um
terço, deixando que os presentes vislumbrassem uma
paisagem gigantesca do que era um cone extinto de uma
antigo vulcão. Um grande lago de águas azuis e muitas terras
ensimesmadas por florestas de árvores altíssimas e cercado
por altas paredes de lava vulcânicas, davam aos olhos dos
poetas maravilhados, a vontade de colocar no papel as
belezas que apreciavam.
A um gesto do comandante, todos os presentes se
movimentaram em direção ao que para eles era algo, se não
assustador, pelo menos era de uma estranheza absoluta,
tudo o que pensaram sobre esta ser uma viagem apenas de
fantasia, começava a tomar forma de uma realidade
fantástica e gigantesca que certamente mudaria para
sempre suas vidas. Num píer de acostamento nas águas
profundas, viram um enorme navio a vapor, no cais do porto
antigo e sem pintura, uma enorme pilha de madeira
acondicionada em lotes bem amarrados aguardavam como
para serem embarcados, e as palavras do velho
comandante surpreenderam os passageiros que esperavam
todo tipo de aventuras, menos que tivessem de trabalhar
duro para garantir a viagem a um planeta que por ouvirem
falar, era inóspito e agressivo aos astronautas que por lá se
aventurasse:
A voz de barítono de Mirote soou como um arauto
profetizante de maus agouros: Fila de homens à direita, e de
mulheres à esquerda, ao meu sinal comecem a carregar a
madeira para nossa condução até o planeta Marte. Muitas
exclamações de surpresas e revolta se elevaram no ar, o que
significava aquilo, era uma brincadeira, era o paradoxo do
absurdo acontecendo com quem pensava fazer a aventura
dos sonhos?
(Capitulo Quatro)
“A NAVE”
O comt: Mirote adentrou novamente no recinto de
onde saíra e foi conversar com a tripulação contando à
brincadeira que fizera com os passageiros deixando todo
mundo atarantado com suas ordens que não passava de
galhofa do velho comandante para deixar os viajores à
vontade e com tempo de já se entrosarem em conversas sem
sua presença de certa forma inibidora, na sua ausência eles
ficariam mais à vontade para criticar o sistema, o que ele não
contava era com a capacidade de reação da ala feminina,
“as mais revoltadas do grupo com a condição imposta pelo
mandatário da viagem”.
Permaneceu por quarenta minutos examinando as
condições de voo na atmosfera e fora dela, tudo parecia
perfeito para a partida na curta viagem até nosso satélite
natural. Retornou à base secreta aeroespacial e teve uma
surpresa e levou um tremendo susto quando ouviu palavras
de ordem gritadas pelo coro de vozes femininas e alguns
alardes masculinos, embora poucos e tímidos. Não quis
acreditar quando ele viu duas das suas amigas de muita
confiança, Jeane Diogo e Maria Bremide e sua própria neta
empunhando cartazes com escritos rebeldes incitando os
amigos a lutarem contra o trabalho do transporte de
madeiras para a caldeira do grande navio a vapor que
conforme o Comt: Mirote os levaria a Marte.
Gritavam a plenos pulmões: “ão, ão, ão, pau a gente
leva não e o cora já bem ensaiado respondia: au, au, au, a
gente não leva pau”. Ouvi o sacana do De Lucas falar
baixinho im, im, im pau elas levam sim, Dílson poeta responde,
ama, ama , ama leva pau e não reclama, A coisa foi ficando
inflamada, a Jeane chegou a rodopiar como uma porta
bandeiras com o cabo da placa escorada na cintura e
gritando pega, pega, pega o dono do pau se quiser é que
carrega e ante, ante, ante vamos pegar o comandante.
Nestas alturas as garotas se inflamaram e o Mirote
começou a ficar aflito e para piorar um dos grandes amigos
de Mirote grita: Linchamento não! Ai Mirote apelou com ele
pô Fabio estas garotas estão inflamadas e você ainda me
coloca palavras na boca delas? E o Fábio grita de volta: eu
falei para não linchar. O Comt: Pô meu ninguém tinha falado
em linchamento e agora olhe só o coral: Pote, pote, pote
vamos linchar o seu Mirote.
Nisto o comandante achou que era hora de parar a
brincadeira, ele sabia que aquelas doçuras de garotas só
acabariam com alguém se fosse de prazer, por isto
delicadamente puxou seu canhão portátil e atirou para cima,
no mesmo instante fez-se silencio e acabou o burburinho, mas
Nuria e Sonia continuaram falando baixinho, isto é o cumulo
do absurdo, afinal de contas nós pagamos caro estas
passagens, aí o buchicho foi elevando-se novamente e
Mirote gritou: Senhoritas e senhoras presentes... Está certo
Jacó Filho, “senhores também!” Tudo isto é apenas uma
brincadeira e Dosan retrucou: de muito mau gosto por sinal,
uma senhorita quindim de todo mundo de nome Zeni apoiou
na hora, é isto aí bem, dá nele que eu garanto! Ele continuou:
quem disse que este comandante entende lá de viagem
espacial, onde já se viu queimar lenha no espaço se lá não
tem oxigênio? Novamente o burburinho, é isto aí, responda
seu comandante de meia tigela, gritou Zemary poetisa
paraibana “retada” garota de paz, mas naquele momento
acabara de puxar a peixeira.
Uma garota loura de nome Noêmia Jambo por sinal
muito bonita acalmou Zemary e as duas saíram rindo, Mirote
também riu, ele sabia que aquelas garotas o máximo de
violência que poderiam admitir seria jogar pétalas de rosas
em alguém, enfim tudo estava entrando no espírito a que se
propõe esta viagem. O comandante levantou novamente as
duas mãos espalmadas e pediu para que se aproximassem as
lideres do bem humorado protesto, a questão do navio
ancorado, só deu aos presentes a certeza de aquela seria
apenas uma viagem de encontros de poetas e promovido
pelo amigo, mas logo seria revelado até onde iria seguir as
brincadeiras, pois, ninguém acreditava que realmente iria a
Marte menos ainda num navio a vapor.
As três garotas mais assanhadinhas do protesto: Jeane
Diogo, Keith Neta e Maria Bremide se aproximaram e Mirote
estendeu-lhe um aparelho cheio de botões, era um controle
remoto com as siglas da nave RIMA MESMO estampado ao
fundo: Um beijo quebrado com duas mãos infantis tentando
ajuntá-los. Até então os presentes só tinha visto os emblemas
nos folhetos de viagem, mas tinham uma informação que
eles estariam estampados na grande nave. Mirote
levantando os dois braços pediu silêncio e graças ao Jacó
Filho que fez apenas um gesto na direção do povo como a
dizer, atendam, ele pode falar: companheiros e
companheiras... Caramba isto está parecendo coisa daquele
intragável, melhor mudar amigos e amigas, dentro de
instante verão como mágica, os maiores feitos tecnológicos
de todos os tempos, Uma mineirinha de nome Shirley, biiiiiita
como só ela gritou: é, uma nave tocada a carvão, tem
vergonha não sô, uai troca este trem sô.
Mirote pediu à menina Jeane para apertar o botão azul
e aqui é bom já explicar, todos os participantes quando
entrassem na nave passariam automaticamente a se verem
como quando tinham dezessete anos, para isto as diretrizes
do projeto estudara cada membro do grupo e escalonaram
sua figura atual rejuvenescendo todos, homens e mulheres na
aparência mais bela de suas vidas, quando o ser humano
atravessa a fronteira de meninos para adultos. Por isto o
tratamento de meninas já adiantando os acontecimentos.
Jeane apertou o botão azul enquanto Mirote com o braço
direito fez um largo gesto abrangendo o lago que
comportava o enorme navio a vapor. Os olhares
acompanharam a direção que o comandante apontava e
num átimo de segundo tudo desapareceu, incluindo parte
do lago deixando uma paisagem de campos floridos e
regatos límpidos a descerem das encostas rochosas.
O comandante curtiu por alguns instantes o assombro
dos presentes agora quietos e percebendo que ali havia mais
coisas do que imaginaram suas fantasias. Já com o controle
novamente em sua mão Mirote o apontou para cima e após
acionar um dos botões apareceu sobre suas cabeças o
casco inferior de uma gigantesca nave espacial, ouviu-se
gritos de surpresas e o comandante sorriu com o espanto
causado nos seus amigos. A nave parecia uma imensa tela
cinematográfica de seiscentos metros de comprimento por
duzentos e cinquenta metros de largura, representados de
uma forma artística o sistema solar completo em movimento
e mostrava mais ressaltado os planetas, Terra na cor azul
gelatinosa e a lua na cor de ouro, ambas com brilho de
pedras preciosas.
O planeta Marte estava começando a contornar o sol
na parte sul da elíptica e já do outro lado do sol uma faixa
luminosa branca partia vindo em direção a terra, porém num
plano que ficaria a meio termo de distância. Outra faixa
branca partia da Lua e iam em direção ao centro da linha
onde se encontravam, todos entenderam que aquela era a
estrada de luz que seguiriam para o encontro com marte na
menos distância, ou seja: em tornos de cinquenta e sete
milhões de quilômetros Uma faixa do mesmo porte apenas
com cores mais vivas partia da Lua até a nave “RIMAMESMO”
representada como uma estrela de quatro pontas acima do
emblema do beijo quebrado.
O comandante operando o controle fez descer a nave
até à altura de cinco metros e após, desceu uma plataforma
verde com o brilho de uma esmeralda até encostar-se ao
chão e com um gesto cortês e lágrimas nos olhos o
comandante convidou seus amigos a embarcarem na
plataforma. Uma voz suave imitando a voz de chamadas em
aeroportos se ouviu quando a primeira passageira cruzou a
faixa laranja de luz: bem vinda a bordo senhorita PF 01 a
seguir o mesmo se repetia com os que iam cruzando a faixa
brilhante bem vinda PF15, PM 01, PM05, PF 08, PM O8 e assim
chegamos ao fim deste capitulo, o próximo será no quinto
capitulo:
“A PARTIDA”
Lista dos poetas na viagem a Marte.
Capitão Mirote. P M 23
Fábio Brandão. P M 01
Jacó Filho. P M 03
Dílson poeta. P M 04
Arauto das Artes. P M 06
J da Cruz P M 07
Vantuílo P M 08
Dosan P M 09
DE Lucas P M 10
Nando Moreira P M 11
Paulo Jeser PM 12
Oliver Joy PM 13
João Correia PM 14
TM E TF, TRIPULANTES
General TM 15
Milton Fernandes TM 16 F
Mauro Rosa TM 17 F
Benedito Souza TM 18 F
Aldo Brandão TM 19 F
José Pereira TM 20
Jeane Diogo. PF 01
Maria Bremide. P F 02
Sonia Fátima. P F 03
Zemary. P F 04
Sonia Barbosa P F 05
Shirley Nazareth P F 06
Regina Estrela P F 07
Rosilene Lima P F 08
Zeni Silveira P F 09
Keith Danila P F 10
Núria Monfort P F 11
Maria Aranilda P F 12
Tereza Cristina P F 13
Jânia Lopes P F 14
Noêmia Jambo P F 15
Esperança Vaz P F 16
Mary Josi P F 17
Julia Fernandes T F 18
Nelma Barbosa P F 19
Nilcéia Perroud T F 20
(Capitulo 05 especial.)
Obs. Pode parecer um capitulo sem muita aventura, mas
necessário para que cada um conheça seus amigos de
aventuras, então aguentem o tranco. Alguns dos
participantes terão nas entrelinha uma pista para que se
saiba de quem estamos falando, cabe a cada um imaginar
quem é “o” ou “a” pessoa.
“A despedida”
Os quarenta convidados estavam no salão principal
da R M 01 ou: NAVE RIMA MESMO 01. Ao ultrapassar a faixa
laranja cada um teve um pensamento sobre seu novo
destino. A primeira a cruzá-lo num ato até de ousadia foi PF
01: talvez até por esta ousadia ela tenha recebido a sigla
primeiro do que os outros. Ao olhar os dois mundos que do
qual todos eles faziam parte ela teve um estremecimento
involuntário, voltaria a ver aquele céu azul aquela terra verde
tudo o que amava na terra? Era uma pergunta sem resposta,
mas talvez a vida seja isto, eternos desafios a serem vencidos
para se descobrir as respostas. Olhou para sua imagem
refletida no portal brilhante da nave e suspirou estava jovem
novamente, sua mente começava a assimilar os detalhes
daquela figura que quase se apagara da mente... Era magra,
esbelta, talvez até mais magra do que as colegas de escola,
loura olhos claros, se definisse seu biótipo seria chamada de
“Raça ariana” desprezava esta palavra... Sempre achara que
os seres humanos deveriam ser pintados de uma só cor,
qualquer cor, mas que tivesse evitado o holocausto feito pela
ignorância humana. Quando terminasse a aventura e
voltassem a terra... Se voltasse, teria que reaprender a amar
sua forma real, mas agora estava com mil sonhos tomando
conta da sua cabecinha de dezessete anos, tinha a chance
de fazer agora o que não tivera coragem para realizar antes
e o faria com certeza, caminhou para o meio dos colegas e
do burburinho de vozes jovens, disposta a seguir em frente.
PF 15: Loura não muito alta também se despediu
mentalmente do que via da terra que tanto amava; Também
ela se viu refletida no portal da RM 01, gostou do que viu era
uma figura que chamaria a atenção de qualquer rapaz,
agora se lembrando, porque não tivera tantos interessados
em namorá-la quando jovem? Era linda estava vendo isto
como nunca à vira antes, talvez... É isto, ela não tinha a
experiência para usar aquela máquina da maneira correta,
mas agora tinha ah e ela iria usar a máquina ah se ia. Entrou
e foi se misturar entre aquelas figuras jovens e saudáveis que
esbanjavam alegria.
PM 01: Olhou também para o que via da terra, mas
acostumado a interpretar a vida não como ela se apresenta,
mas como ela pode ser vivida, não temia a viagem, não
pensava em volta, pensava sim em viver a aventura a que se
propuseram; Seus longos cursos de filosofia, seus estudos de
teologia faziam dele alguém preparado para viver a vida,
não vegetá-la, olhou sua imagem naquele espelho do portal
e sorriu. Cabelos na cabeça, ah, ah, ah, tinha esquecido de
que um dia os tivera, mas eles estavam lá e agora ele ia
gastar um tempo extra para penteá-los talvez até fizesse um
topete igual ao do Elvis Presley, Sua figura atlética sempre
atraíra as mulheres, tinha vivido bem a sua vida até ali, agora
tinha chances de usar sua experiência para conquistar
principalmente as gatas de plantão. Se cuidem mulherada, o
gavião carcará está solto e voando alto, entrou para a nave
como se esta fosse sua própria casa e rindo se misturou a
galera.
PM 06: Calmo olhou para o quadro que via à sua frente
e pensou, até a volta terrinha vou a Marte fazer um show e já
volto, ele era assim, um artista, sua vida dedicada ao
trabalho, aos estudos, mas suas horas de folga eram usadas
na musica, razão principal da sua vida, tinha desistido de
trabalhar em outras coisas, agora o pouco que ganhava era
abençoado, pois era o fruto da sua arte e isto fazia dele um
ser humano melhor, viu sua imagem no portal, era como se
lembrava dos seus dezessete anos, o violão às costas como
agora, só a barba não estava lá. Não precisava de muito
falatório ele se apresentaria melhor quando demonstrasse sua
arte, não estava recebendo para esta viagem, mas dinheiro
não é tudo, o amor sim, esta é a mola principal que
impulsiona a vida. Entrou já visando à possibilidade de um
palco cheio de instrumentos musicais e ele arrasando nos
acordes.
PF 02: Olhou através das lágrimas para o que
conseguia ver da sua amada terra. Ela era assim: chorona,
delicada, apegada ao que faz parte da sua vida, lembrou-se
dos netos, filhos, soluçou, não tinha vergonha de chorar,
despediu-se era inevitável o olhar para o portal, além dos
ricos arabescos que enfeitavam o beiral, era como um
espelho refletindo com nitidez tudo que se enquadrava nos
seus doze metros de altura por vinte de largura, lá estava ela
com seus dezessete aninhos, era bonita, mas sua figura
chamava mais a atenção pelo conjunto pernas, braços,
cintura, tudo proporcional à altura, riu e pensou esta menina
agora não vai ficar de bobeira como da outra vez que teve
dezessete, tão comportadinha, casou como se aquele fosse
o sonho de toda garota, seu príncipe no cavalo branco, mas
parece que o príncipe fugiu e ela casou apenas com o bicho
de quatro patas ah, ah, ah, brincadeira, ela pensou... As
coisas apenas não deram tão certo como ela esperava. Mas
podia ser diferente agora, agora ela tinha uma mente para
comandar aquele corpo lindo e o faria. Decidida, entrou e se
misturou aos desconhecidos da mesma idade que a sua,
como ademan, disse: aqui vou eu.
PM 02: Calmo, risonho e com cara de bonachão,
tocador de blues, soprava gaita e tocava violão, não seguira
carreira, mas quando jovem chegou a tocar no clube da
esquina em Belo Horizonte, montou um conjunto musical, “se
fosse hoje seria banda”, que ficou famoso na época, não
gostava muito de relembrar, viu seu nome e dos amigos
estampados na revista “O Cruzeiro e Manchete” e frequentou
as páginas dos maiores jornais do país, guardara os recortes,
mas há muito tempo não olhava pra eles. Sua vida tomou
novo rumo quando um dos amigos morreu desfalcando o
conjunto e ele simplesmente sumiu com uma nota de
despedida, o conjunto seguiu sem ele, mas também foi
engolido pela falta de gente com massa cinzenta na
direção. Agora estava olhando sua figura mais alta do que o
normal para a idade, riu e pensou, vamos a isto, quem sabe
eu possa voltar a tocar meus blues? Com mais uma olhada
para a terra, entrou na nave e foi saudado pelo PM 06 com
quem já fizera amizade.
PF 03, Esta não chorou, pelo contrário deu uma olhada
rápida para o céu dizendo: daqui a pouco estaremos lhe
olhando lá de cima, olhou para a mata, o pequeno lago, os
riachos descendo pelas pedras e finalmente para a sua
imagem no portal deu uma gargalhada e falou: Menina você
está com tudo em cima, nada tinha a reclamar da vida, vivia
como se viver fosse uma via de direção única com um único
propósito: ser alegre, nos momentos bons e tentar contornar
os momentos difíceis com alegria redobrada. Olhou mais uma
vez o conjunto bem feito daquela menina de olhar maroto e
pensou este corpo e esta cabeça de agora vão dar pano
pra manga.
PM 03: Escritor, jornalista, homem do povo, sua vida foi de
se preocupar com os outros sem pensar muito em si, adorava
as mulheres e sempre soube como tratá-las. Não se ligava
muito a uma apenas, era discreto, mas se alguma lhe desse
bola recebia sua atenção e se bobeasse acabava sabendo
como era macia sua cama de casal com colchão d’água e
o gosto do seu café forte. Sabia o que o esperava nesta
viagem, o comandante Mirote era seu amigo de longa data
e tinha confiança absoluta de que ele saberia resolver
questões de ordem psicológicas entre os participantes na
longa viagem que fariam. Estava disposto a ajudar o amigo e
sabia que o fato de ele tentar papar alguma possível cliente,
desde que não em horas de atendimento não afetaria a sua
amizade. Disse baixinho, audível apenas para ele próprio:
adeus terra, se eu não voltar obrigado por ter sido tão
generosa com este seu filho. Entrou e foi à procura de alguma
jovem donzela solitária que precisasse dos préstimo do
rapazinho esbelto de olhar vivo e jeitinho de que: eu sei como
fazê-la feliz.
PM 04: Um poeta dos que se pode chamar de natural,
seu jeito e suas obras são inconfundíveis, por tudo que ele
escreve qualquer pessoa adivinha logo que é pessoa do bem
e que sabe o que quer escrever e acredita no que escreve.
Devido à minha própria timidez por não ter estudado muito,
foi um pouco difícil nossa aproximação, mas hoje posso
garantir que seria muito ruim não contar mais com a sua
amizade, é para mim uma honra muito grande saber que
tenho um amigo poeta desta qualidade. Sua despedida da
terra, não foi diante do portal, ele o fez antes de se dirigir à
plataforma luminosa, por isto ao atravessar a linha de cor
laranja ele apenas olhou seu reflexo no portal e o interior da
grande nave que seria sua casa de agora em diante. Riu da
sua figura de dezessete anos, rapazinho queimado de sol
vestido com roupas domingueiras e se preparando para o
passeio à noite na pracinha dos namorados onde ficavam
jogando piadinhas para as garotas ou se tivesse sorte, estaria
em algum canto do jardim dando um amasso nas meninas
mais atiradas, esperando chegar a hora de dormir para no
outro dia enfrentar o duro trabalho pela sobrevivência. Se
fosse ainda ingênuo, acreditaria que iria se dar bem com as
garotas, usando sua experiência de vida atual, mas ao
mesmo tempo sabia que as garotas também tinham
acumulado estas mesmas lições. O que aconteceria, uma
loucura coletiva, ou um encontro equilibrado de pessoas
extremamente jovem e bonita, mas com um “QI” de sábios e
que os faria mais exigentes no próprio comportamento?
Vamos a ver este futuro. Sorrindo das próprias conjeturas
misturou-se com seus colegas.
PF 04 Rindo e brincando com quem estava mais perto
dela foi que esta garota extrovertida atravessou a fronteira
do que representava a terra segura, trocada por aquela
coisa gigantesca e que a levaria para mundos
desconhecidos. Apesar de sentir o mesmo que todos os
colegas, “a sensação de que poderia estar se despedindo da
vida e ao mesmo tempo ganhando uma sobrevida vivendo
de uma vez os sonhos de muitas décadas. Ela olhou com
prazer a sua figura jovem de quando era muito namoradeira
e gostava de cantar e se divertir, tudo o que conseguisse
viver dali em diante seria diferente da sua vida até agora
onde como todas as mulheres, fora sim, guiadas a um
comportamento imposto por uma sociedade injusta que fazia
da mulher um objeto de procriação, acondicionando em
sonhos o que poderia ser perfeitamente real a exemplo das
mulheres atuais que estavam se ombreando com os machos
em todos os quesitos e dando um banho de competência e
garra nas suas empreitadas. Vamos viajar, me segurem
galera, ela não pensou, a menina gritou para ser bem ouvida
pelos jovens que estavam no centro do salão. Hum... bem-
vinda moça.
PM 07: Alto magro, simpático, com um sorriso eterno nos
lábios, atenciosos com todos, ele é um dos poetas que
nasceu para a arte, claro que não foi sempre poeta, como a
maioria doas colegas, não poderia se dar ao luxo de viver do
que escrevia, trabalhou para sobreviver, mas poesia é sonho
e esta sempre o acompanhou durante a vida. Agora é um
grande menestrel da arte dos versos, Teve amores e amores
agora pelo pouco que sei continua amando e vivendo para
o amor. Também ele deu uma olhada para a terra, sentiu
uma pontinha de tristeza, medo não, mas tinha certeza que
sentiria saudades dos finais de semana onde mostrava sua
habilidades rodopiando no salão e provocando inveja nos
pés duros, era um grande dançador como se chamava,
achava que a palavra dançarino era meio delicada e ele
era o PM 07 bom de verso, bom no violão bom de voz e bom
de dança. Talvez até pudesse dar umas aulas para as
moçoilas casadoiras durante a viagem, por que não? Era
solteiro... Hum nem tanto, mas sempre com carinho dá para
negociar o tempo, afinal estaria apenas ensinando uma das
suas artes. Su figura magra refletida no portal já desenhava o
que ele seria no futuro: Um bom vivan, que vivia para o amor,
lembrou-se da mãe, às vezes quando estava bravinha com
ele o chamava de cara lambida que não saia das furrupas,
era fato, sempre gostou de dançar, então vamos dançar no
espaço. Voialá.
PF 07. Uma linda mulher delicada, sorridente, amiga e
que escreve maravilhosamente bem. Ela olhou sua terra
amada através das lágrimas, mas sem desmanchar nem por
um instante o largo e maravilhoso sorriso, sua marca
registrada em todos os eventos que comparece. Sorriu agora
com gosto ao ver sua imagem no portal, exatamente como
se lembrava, mas ainda era mais bonita do que se imaginara,
o corpinho magro e bem cuidado, com formas perfeitas,
cinturinha bem demarcada de quem vivia correndo por
algum motivo e aquele sorriso que já estava la, seus cabelos
ao estilo afro sem exagero e um rostinho ovalado
completavam aquele conjunto de beleza juvenil, Vivera sua
adolescência como muitas garotas da sua época, sua
criação foi rígida e dentro dos padrões de pais zelosos dos
bons costumes, namorado tinha de ser religioso e namorar só
em casa perto de um ou mais familiares. Não se queixava,
sempre soubera tirar prazer nas coisas mais simples da vida,
sabia se resignar com sofrimento que a vida tem, mas não
aceitava imposições sem eira e nem beira de ninguém, sabia
que reviver a juventude novamente, para ela seria só possível,
se realizasse o sonho de realmente poder escolher o príncipe
do cavalo branco, mas conhecê-lo bem até ter certeza de
que o cavaleiro: “Era um cavalheiro”. Seguiu em frente e
notou um olhar penetrante de um jovem magrelo, tão
sorridente como ela própria, vindo em sua direção, nem
pensou em evitar, sentira-se atraída por aquele jovem
simpático e começar a viagem conhecendo alguém era
ótimo. O rapaz: PM 07 se apresentou e beijou sua mão, não
da maneira convencional, mas virando a palma para cima e
pousando nela um beijo quente, que fez estremecer a garota
quase que deixando uma marca escritas com as palavras;
achei quem procurava... Vamos a Marte.
PM 08 ### Sua despedida da terra ele a fez um dia
antes, quando viajou para uma das suas fazendas e numa
colina cheia de flores e pássaros meditou no quanto era
loucura deixar todo o seu patrimônio para seguir num viagem
sem garantias de volta... Mas mesmo se não houvesse um
forte motivo, era capaz de ele ir. Afinal quem inventou esta
maluquice, foi seu companheiro de muitas aventuras, só isto
já valeria o risco e os seus amigos poetas de tanto tempo no
recanto e mais duas criaturinhas uma que ele amava de
paixão, outra que ele amava, mas ainda estava aprendendo
sobre este amor novo que já o arrebatara para uma nova
vida e novas maneiras de pensar, tinha certeza que choraria
muito sabendo que dois seres tão queridos estariam longe
sem sua presença, por isto nada o impediria de ir ou apenas
a força divina maior, mas esta ele achava que o estaria
apoiando como sempre. De Deus ele não temia nada, pelo
contrário, sua fé lhe garantiria uma viagem feliz e uma volta
tranquila a terra. Entrou na nave e só olhou de relance para
sua figura de garoto bem nutrido e porte atlético e sorriu
cismando... É garoto, você é muito novo para tanta
responsabilidade, mas é você e sua família, vamos a Marte.
PF 08### Com o sorriso da benção estampado nos lábios foi
que ela entrou na nave carregando uma carga preciosa,
agradecera a Deus por estar lhe dado a sua sublimação,
sentia-se agora uma mulher quase realizada na vida, faltava
ainda os meandros naturais por que teria de passar. Fora
chamada pelos amigos, os pais e todos os parentes, de
louca, por embarcar nesta viagem na época atual.
Acentuou mais o sorriso e olhou a figura paternal ao seu lado,
durante todo o tempo que meditara até tomar sua decisão,
ele fora o maior responsável por ter ela aceito o convite de
embarcar na RM 01 com destino a Marte, ela pesara os prós
e os contras de aceitar tal empreitada, mas sabia que se não
tomasse a decisão e resolvesse ficar na terra o seu amado
também não partiria, ele ficaria por sua causa e do bebê e
ela sentia que se o fizesse seria infeliz, ele como ela, gostava
dos amigos e tinha o peso do comandante Mirote, desde
crianças vivendo aventuras incontáveis por este mundão de
nosso Deus... Até ele estranhou quando ela mostrou a
passagem tentou argumentar, mas ela como uma surpresa
entregou a ele a sua passagem e o comprovante de adesão
e aceitação para o embarque. Viu uma lágrima furtiva rolar
dos olhos dele e soube quando ele a abraçou, que havia
entendido e o fizera pelos dois... Pelos três! E os dois o fizeram
pelos quarenta passageiros e mais o comt: Mirote. Viu-se com
dezessete anos no portal e riu... Dezessete com uma
barriguinha de três, naqueles tempos teria escutado poucas e
boas, mas agora era uma garota que sabia o que queria e
soube esperar o tempo e o homem certo para ter o que
sonhara sempre, uma filha. Que Deus tome conta de suas
vidas, seu bebê nasceria na nave ou em Marte? Tinha
certeza que nasceria e bem, confiava em Deus e estava indo
talvez mais para perto dele. Que horas é o almoço? Estamos
com fome e foram conversar com os amigos poetas.
PM 09 ### Estava ali não apenas como poeta, conhecia o
capitão caverna... Quem diabos é capitão caverna?
Desculpe falha nossa! “Comt: Mirote” de bastante tempo e
como era agente secreto da ABIN ele e outro agente, foram
convidados a participar da viagem, não apenas como
passageiros, mas encarregados da segurança e defesa da
nave contra possíveis forças alienígenas; Conhecera Mirote
num conclave de poetas onde fora fazer a segurança dos
encarregados das mudanças na nova ortografia portuguesa,
o agente seu colega já o conhecia há mais tempo e foram
designados para este serviço justamente por serem poetas e
como eram conhecidos na sua vida normal fora da agencia
de inteligência brasileira. Acostumado a enfrentarem perigos,
ele, “e” tinha certeza que o outro agente também, não
perderam muito tempo se despedindo da terra, apenas um
olhar de até logo, pois, tinham de estar atento na nave o
tempo todo, existiam muitas forças contrárias a esta viagem e
por mais secreta que ela pudesse ter sido preparada, até no
despiste da nave como a inclusão do navio a vapor, o receio
de sabotadores os obrigava a tomar estes cuidados, achou
engraçada a sua imagem com dezessete anos, sempre fora
participante de atletismo e tinha músculos desenvolvidos,
mesmo nesta época. Misturou-se aos outros poetas que o
saudaram apenas como a mais um maluco com a cabeça
cheia de sonhos de escrever sobre os astros. Oi Marte.
PF 09### Ela linda de corpo perfeito, por ser a perfeição
natural nela, não era de ficar enfrentando academia e salão
de beleza para se fazer bonita, talvez a própria profissão de
agente especial da ABIN ou: “Agencia brasileira de
inteligência”, onde, para se manter com capacidade de
defender-se de ataques inimigos, praticava muitos tipos de
artes marciais não tendo tempo para acumular gorduras no
belo corpinho, não estava sozinha nesta viagem, tinha outro
agente embarcado e por sinal, talvez por ser também, poeta
como ela própria, rolava um cuidado especial de uma para
o outro e rolava algo mais, ela o achava bonitão e ele
também se agradava dela, os colegas da agencia os
chamavam de casal vinte, ele e ela viviam juntos na vida fora
da ABIN, e sabiam que quando eles fossem afastados das
missões perigosas iriam querer ter filhos, era um sonho, e
sonhos de pessoas inteligentes devem ser realizados, pois se
não acontecesse poderiam pensar que não eram assim tão
inteligentes. Viu sua figurinha bem feitinha e juvenil e sorriu
satisfeita, entrou olhando todos e tentando adivinhar quem
seria seu parceiro, conseguiu, quem o viu, não foram seus
olhos e sim o coração e este nunca se engana. Oi Marte.
PM 10 ### Mirote sempre o chamava de o meu amigo
sacana, isto por ser ele um pegador incorrigível, mineiro de
Belo Horizonte promoter de eventos especiais para pessoas
famosas, ele era muito conhecido nos meios artísticos. Nas
horas de folga era visto em bares caros da capital na
companhia de solteiros convictos como ele, dos mais
conhecidos, Fábio Brandão, o poeta Jacó Filho, este vinha de
Pernambuco para cuidar dos seus livros nas editoras de Belo
Horizonte e nestas ocasiões se juntavam para correrem atrás
das garotas aproveitando a vasta lista de telefones e
contatos dos dois amigos pegadores mineiros. Sua figura
jovial contemplada no portal não era atlética, mas tinha o
corpo bem feito e se lembrava de muitas aventuras, “talvez
por ser ainda muito jovem”, de que neste tempo já era
conhecido como o terror das gatas do colégio no SEFETE que
com ele conversara e dançara. Não mudou muito, achava
que nunca iria se casar, adorava morenas da boca grande,
se visse uma já partia pra cima, foi assim que ele deixou um
amigo seu o rimador caipira: “Trovador das Alterosas” sem
uma das suas funcionárias mais competentes, foi na lábia do
garoto e zás, embuchou e ele carregou-a para a capital,
quando o bebê nasceu ela resolveu a voltar para a Rússia
seu país de origem e ele voltou a ficar na sua, gandaieiro e
felizardo. Será que Marte tem marcianas? Quer saber se não
tiver, tem aqui e meninas lindas, olhe só para a PF 01 $ PF 02
que gracinhas, mas não vai dar para ficar com as duas,
sempre estão juntas, tenho de ir devagar para na queimar
meu filme. Marte: me aguarde.
PF 10 ### O comt: Mirote deu uma olhada rápida na
garota que passou pela faixa laranja, pensou: que perigo é
esta garota; Deve ter vinte anos e está com todo o fogo
aceso, deve ser um vulcão ardente, é da nova safra, e com
esta liberdade atual e com a experiência que adquiriu, está
mais afiada do que uma de cinquenta e vai voltar aos
dezessete, tem algum goiano por aí... Não, que isto? Esta não
é dica, consta na ficha dela que adora uma viola caipira e
Goiás tem muitas duplas né? Pois é! Ele nem imaginava o que
aquele jovem senhor com o peito cheio de medalhas estava
pensando a seu respeito, neste momento ela tinha olhado
para trás, uma lágrima quente rolou pelo seu rosto, estava
deixando alguém... Mas dentro da nave estava seu sonho de
escrever sobre a lua, e estrelas bem de pertinho... Talvez nem
tanto, riu o contista, mas ele não conta, contista viaja sempre
e visita tantos lugares. De qualquer maneira ela sabia que
pelo menos a Lua e Marte ela estaria pisando com os pesinho
delicados e seu notebook estaria pronto para registrar tudo o
que ela achar que respire poesia. Afinal ela é uma das mais
jovens garotas de dezessete que estava naquela viagem e
precisava entre outras coisa de provar que era tão boa na
rima quanto todos a bordo. E vamos a Marte.
Continua segunda se o gato não comer meu dedo, o
sacana me mordeu só porque lhe dei o teco na orelha,
pode?
PM 011 ### Este garoto vai longe, poeta dos mais
alegres do recanto. Sempre bem humorado, faz piada de
tudo, só não brinca muito quando se trata de Ministrar suas
aulas de matemática tridimensional: ”O novo campo de
estudo que envolve matemática, física quântica, mecânica
espacial com deslocamentos de planetas e volta ao eixo
originário” considera importante o seu trabalho e o leva a
sério... E é sério, tanto que foi recomendado pela ABIN para
ser convidado a viajar na RIMAMESMO, pois, seria de grande
ajuda ao capitão Mirote no deslocamento seguro da nave,
principalmente, na rota do cinturão de asteroides, pois
haveria chuvas de meteoritos que certamente colidiriam com
a nave e mesmo com os campos de força ligados poderiam
causar problemas no caso de algum mineral com massa
superior o peso poderia varar o campo de força, tais eventos
deveriam ser detectados antes do encontro pelo menos
cinco mil quilômetro da nave para ter tempo de elaborar
uma reação: “assim acreditava, pois ainda não sabia como
viajava a RM 01 e a que velocidade”. Para isto a cabeça
pensante do Prof. Nando é privilegiada, era capaz de fazer
um calculo quase com a mesma velocidade de um
computador. Será agradável tê-lo a bordo, além de poeta
também é compositor e cantor por isto mesmo depois de
olhar a sua figura não muito alta e magricela no portal, riu e
foi fazendo pilhérias que abraçou o amigo PM 06 que o
esperava sorridente junto com a galera que tocavam algum
instrumento musical.
PF 011### Também professora, já não exercendo mais a
profissão, é destas mulheres modernas, seguindo a tendência
do sert-jovem: “quando a mulher chega aos cinquenta anos
parecendo que tem trinta”. Segura da sua beleza, não fazia
disto motivo de esnobismo, vivia sua vida de forma calma,
gostava de uma paquera, tinha seus... Bem melhor não
contar esta parte, isto ela o fará se achar que deve. Dos
meninos namoradores, aquele que conseguir descobrir quem
é a PF 11 é porque ela certamente dará uma dica no painel
este vai se dar bem, imagine uma mulher aos cinquentas
parecendo uma de trinta e com um corpinho de dezessete?
É bom nem imaginar, vai ser fogo na canjica. Olhou mais uma
vez para o azul do céu, as matas, o lago e imaginou os
pássaros cantando, deixou rolar algumas lágrimas calculando
a saudade que iria sentir da sua terrinha. Ela atravessou os
vinte metros até o centro da nave e se misturou com as
amigas que conhecia, apesar de às vezes confundir um com
outro, afinal todas tinham dezessete.
“Adendo”
Aos meus amigos que já entenderam o espírito da ficção
contada aqui. O nosso amigo e poeta Paulo Jeres Já teve a
iniciativa de ministrar um curso para astronautas que vão a
Marte, achei muito legal ele ter entrado na brincadeira, esta
é a ideia, o Arauto das Artes já está pensando em fazer uma
música de abertura, outras pessoas já postaram alguma coisa
referente a esta maluquice. Uma das diretrizes do conto é
logo depois das apresentações sugerirmos isto, os
participantes, escreverem algo sobre um sonho maluco de
pessoas como nós, comuns viajarem a outro planeta.
Poderiam escrever um conto, ou vários da loucura que um
maluco está arquitetando. Aí vale desde descrever a nave
da forma que imagina ou vê e escrever sobre um detalhe,
sobre um dos colegas malucos que participa, sobre a
coragem, ou o medo seu próprio versejar sobre o assunto
postando em suas páginas, seria como fazer um conto dentro
de outro conto. Alguns estão achando desnecessárias as
apresentações, mas para que aconteça a brincadeira que
vai fazer parte do conto é preciso que haja interesse em
descobrir quem é uma determinada pessoa, mas não tem de
ser agora e sim quando criarmos o painel de recadinhos,
nunca pensou em voltar a ter dezessete anos uma vez na
vida? Eu já, e aqui é ficção, é brincadeira, e a imaginação
não vai ferir ninguém. Eu pensei que se eu pudesse voltar a
ser jovem, com a experiência atual, eu evitaria muitas coisas
ruins pelas quais passei e poderia transformar em realidade os
sonhos que ficaram apenas na lembrança.
PM 12 ### Engenheiro de projetos de motores
combustados com o pensamento, o novo combustível para
viagens a longa distância e aqui, quando dizemos longas
distâncias estamos falando de tempo luz, graças a este
engenheiro a nave RM 01, é capaz de se deslocar no espaço
a uma velocidade igual à do pensamento. Isto quer dizer que
se quem estiver no comando da nave pensar na lua digamos
à uma distância de quatro mil metros de um local
previamente escolhido, a nave simplesmente desaparece e
alcança o ponto desejado em frações de segundo, ai vem a
pergunta que eu próprio fiz ao engenheiro: O homem não
morreria ao se desintegrar e se reconstruir? Ele me garantiu
que um ser animal no caso o homem, apenas sentiria um
quase imperceptível estremecimento, como um piscar de
olhos, não sofreria os desgastes naturais que acontece com
quem viaja por longos períodos no espaço, ou seja:
crescimento dos ossos pela falta de gravidade. Também
anomalias no tamanho dos órgãos como coração, seios,
penes etc. No caso é melhor não falar nisto, pois, muitos vão
querer viajar pelo método antigo já que a coisa chega a
crescer até dez centímetros em um ano de viagem. Por toda
esta tecnologia, é que esta sendo possível o transporte de
pessoas que não fizeram uma preparação física adequada.
Outra coisa que ainda não foi revelado é que devido ao
constante perigo da contra espionagem, a ancoragem na
Lua será apenas como despiste de eventuais forças que
poderiam tenta destruir RM 01. O renomado engenheiro e
poeta por amor subiu na nave sem nenhum espanto, estava
acostumado com aquela coisa que ele conhecia como se
fosse às linhas das próprias mãos, talvez melhor, já que nunca
tinha tempo de estar olhando as mãos. Também na
precisamos dizer que é da ABIN, uma inteligência destas não
ficaria de fora da agencia. Até daqui a pouco Marte.
PF 12 #### Poetisa nascida entre as brisas carregada
da maresia marítima do Ceará, muito lida atualmente, mas só
começou a escrever e mostrar o que criava, já bem tarde.
Ocupou-se a cuidar da casa, do casamento e viver
sonhando com um pouco de liberdade onde ela pudesse
escolher seus caminhos sem a interferência das duras leis da
sociedade que cobravam das mulheres da sua geração um
comportamento imposto pela ignorância e despotismo de
poderosos do clero, da política e da mídia. Quando viu a
chance de mudar um pouco esta mesmice, nem que fosse
com mais um sonho, não hesitou, assinou a papelada
concordando com os termos impostos pelos responsáveis
pela viagem a Marte, recebeu sua passagem, sua sigla
identificadora e agora estava roendo a unha ansiosa pela
partida. Não tinha falado com ninguém sobre a viagem e até
um pouco antes do embarque guardara o segredo, antes de
subir na plataforma iluminada deu um longo telefonema
explicando aos seus sua decisão e indicando onde deixou
uma carta que contava os detalhes da sua aventura. Sem
qualquer remorso, ou arrependimento atravessou a faixa
laranja e ao ver no portal a sua figura de menina moça que
ostentava o sorriso brejeiro de sempre, não resistiu e caiu na
gargalhada dirigindo-se ao centro da nave onde estavam já
os companheiros encantados com sua alegria. O jovem
engalanado que ostentava medalhas balançou a cabeça e
pensou... Se cuidem garotos de plantão esta vai virar a nave
de ponta cabeça. Oi Marte.
PM 13 #### Moço com formação musical, desde Rock
a musica caipira, é muito amigo do PM 06, e acredito que vai
detonar nesta viagem, gosta de dançar e é especialista em
tango cruzado, mas dança gafieira, samba sassarico, rumba
biscate, bolero, mambo e salgadeira, gente a tal de
salgadeira é pior do que dança de rua, tem de estar com a
saúde afiada, senão morre tentando. Mas é formado em
agronomia e tem curso de arqueologia, vivendo no Egito os
últimos cinco anos e pesquisando a tumba do faraó-feiro
Arrepiado, que viveu nos anos seis mil a/c. Ele sempre diz se
perguntado: xou-xoteiro pintou, eu papo... Um aviso às
donzelas de plantão, a fama dele se compara a do Fábio
Brandão, Meia dúzia de balela a Mulher cai na esparrela,
como tem muita garota afim de um vem que eu tô
querendo, acho que o garoto vais se dar bem. É aguardar
para ver e que venha Marte.
PF 13 #### Poetisa premiada em vários concursos de
poesia, convidada para a academia de letras do estado do
Rio e com uma indicação para professora honores causa do
mesmo estado, Escreve muito bem e pessoalmente ela é
muito amiga do contista que a acha um doce de pessoa,
também aceitou esta viagem pelo motivo de colocar mais
um feito no seu currículo, não por precisar dele para viver,
pois, sua empresa de agência de modelos conta com as
mais famosas top-model do mundo, rendo-lhe dividendos
que ela não da conta de gastar. Costuma passear pelas ruas
do Rio no seu BMW esporte com portas basculháveis para o
alto ou na sua Ferrari 471 que é o seu xodó. Os amigos
quando souberam da sua decisão ficaram loucos de
preocupação principalmente por ela ter ido ao cartório e
deixado um testamento que se acaso lhe ocorrer não
retornar deixa sua fortuna para entidades filantrópicas que só
terão seus nomes revelados caso ela não volte. Olhou sua
figurinha bem feita no portal e com um sorriso zombeteiro e
uma piscada do olho esquerdo pensou: se cuidem
marcianitos.
PM 14 #### Todos pensam que o pessoal do Norte só
sabe lutar vale tudo na televisão ou tirar borracha nos
seringais, catar açaí e castanha para vender... É por que não
conhecem a fundo este povo maravilhoso, que convivem
com os bichos e os elevam em versos cantando também a
flora, os rios e as belezas das suas terras. Assim é este caboclo
que nos encanta com suas poesias maravilhosas e canta o
verde diáfano das suas árvores onde se escondem os
pássaros de cantos maviosos as miríades de cores que
maravilham os olhos de quem tem a sorte de ver. Este moço,
PM 14 é assim, bonachão, sorridente, grande pai, grande
avô, grande amigo, mas, sobretudo um poeta versátil que
conhece as riquezas que existem no solo da sua terra, nos
mistérios das suas lendas que ele descreve com a lírica com a
qual elas são criadas. Talvez pensem que ele é apenas um
poeta, mas ele faz mais do que isto, foi governador do seu
estado por dois mandatos consecutivos e tem em cada uma
das suas cidades uma estátua que o imortaliza com os dizeres
nas placas ao pé dos monumentos: Símbolo da honestidade,
alegria e amor ao povo. Para ele, acostumado a ser
reverenciados pelo povo, os dizeres é o que faz sua
consciência tranquila, pois, sabe que entrou na política com
o que tinha para viver com dignidade e saiu com esta
mesma dignidade intacta se recusando a as vezes até a
receber proventos que não condizia com sua ética de
homem do povo. Olhou seu reflexo no portal e riu às
bandeiras despregadas, estava bonito e faceiro, ah, os seus
que o perdoassem, ia dar uma namoradinha nesta viagem,
nem que fosse só no flerte. Olá senhor da Guerra.
PF 14 #### Romancista consagrada, esta escritora de
um dos estados do Sudeste, é uma mulher sem pecados
cabeludos, com formação acadêmica, um pouco tardia,
pois, se casou cedo e primeiro a prole e o companheiro, até
que pudessem andar sozinhos, depois sim a realização dos
seus sonhos. Agora lhe vem um maluco destes que se parece
com profeta, mas se diz existencialista e que ajuda a realizar
os sonhos dos outros lhe oferecendo a chance de voltar a ter
dezessete anos numa viagem que chega às raias do absurdo,
e que ninguém acreditava que aconteceria realmente. Seus
pensamentos estavam errados, ao pisar na plataforma
parecendo uma grande esmeralda dentro do seu brilho
verde, e olhar para dentro da nave descomunal e que como
vira, era dócil e obedecia ao comando do chefe que com
um simples toque nos botões do controle remoto a manejava
à seu bel prazer, ela com um estremecimento nas convicções
começou a acreditar que ali existia mais que uma simples
brincadeira de louco, Não recuou, seus amigos e família não
precisavam dela inativa e dona de casa, não queria apenas
ser uma escritora de romances, queria sim escrever um livro
de aventuras e o seu prefácio estava dentro daquela nave e
dos destinos que ela fosse capaz de traçar para si. Era uma
morena destas de chamar a atenção se atravessasse a rua
para cumprimentar a vizinha apenas vestida com roupas
caseiras. Quando ia a praia, geralmente fazia questão da
companhia do marido ou filhos, pois, os assédios eram
constantes e às vezes atrevidos. Olhou sua imagem com
dezessete anos e pensou não mudei tanto assim atirou um
beijo com as pontas dos dedos na direção daquela belezura
no espelho e se misturou com os queridos poetas e poetisas
no centro da RM 01. Marte... Olhe eu aqui.
TM 15 #### Para ele não houve despedidas agora... Já
estivera comandando a nave na sua estada na Lua na
viagem experimental e viajado por vários países entrando e
saindo da atmosfera por tantas vezes que se tornara rotina e
apesar desta viagem ser bem mais distante, sabia como
comandar sua nave na rota certa e saberia também cuidar
dos seus amigos poetas e passageiros daquela aventura.
Sabia que a volta das pessoas aos dezessete anos não era
apenas um efeito da nave, as pessoas realmente tinham
todas suas células renovadas e quando regressassem,
poderiam optar por voltar às condições de antes, porém,
com a saúde em perfeito estado, os que quisessem continuar
com a juventude, poderiam fazê-lo, embora estudos de
ordem psíquicas realizados em outros que passaram pela
mesma experiência davam oitenta por cento deles optando
pela volta da forma antiga: A alegação é que se fosse viver
em outro planeta sim gostaria de ser jovem, mas na terra...
Preferia seguir os ditames da ordem natural das coisas,
nascer, viver, envelhecer, morrer e dar lugar aos mais jovens.
Comandante a muitos anos de experimentos brasileiros tinha
a patente de coronel e era especialista em veículos
espaciais, ganhara o comando desta nave, estivera afastado
por livre escolha do serviço, e gostava de brincar de poeta,
apesar de só admitir ser um rimador caipira que gostava de
brincar com as letras imitando seu ídolo o comandante Mirote
que viajaria também incógnito nesta missão. Mirote era o seu
chefe espiritual, com poderes especiais de locomoção
extrassensorial capaz de estar em qualquer lugar do sistema
solar apenas com o desejo de se deslocar para este ou
aquele ponto, isto fazia dele o maior chefe daquela missão,
mas não daria mais qualquer ordem após a saída da nave do
planeta terra, aí seria apenas o comandante pró forma que
se misturaria aos outros poetas e viveria os prazeres e mistérios
daquela viagem. Para ele a presença do misterioso Mirote
era o sinônimo de segurança para os tripulantes e os seus
amigos poetas, misterioso, pois, ninguém tinha certeza do que
era Mirote, chegaram a cogitar que fosse um alienígena, mas
ele afirmava que era humano e que seus poderes sim
poderiam provir de mestres alienígenas... Se alguém sabia
mais sobre ele, nunca revelou nada e devido à sua
importância em missões necessárias à paz no planeta,
ninguém ousava tentar saber mais do que ele o permitia.
Olhou sua figura uniformizada com suas estrelas douradas,
sorriu e pensou acho que sou o único que não vai namorar
nesta nave, riu e foi olhar as coordenadas de tempo espaço
na ponte de comando da RM 01.
PF 15 #### Garota de pele e olhos claros, cabelos
louros, corpo bem feito e demonstrando sempre a sua
juventude com a alegria estampada no rosto. Quando ouviu
falar sobre a RM 01 e a tal viagem fantástica, ficou cética e
não se interessou muito, mas a ideia a adesão das amigas e
amigos poetas do recanto a convenceu a abrir o convite e
quando viu que o tal comt. Mirote era um rimador e violeiro
do recanto. Ela não teve dúvidas em aceitar o convite,
mesmo pensando que tudo aquilo era apenas uma piada
divertida de um maluco querendo se divertir com os amigos.
Agora estava ali, o coração disparava a cada vez que
olhava para o que conseguia ver da sua terra o céu azul e
sem nuvens naquele instante, chegou a retornar alguns
passos tentando ver mais daquela sua preciosa terra, agora
tomando dimensões inenarráveis na sua mente, o veria de
novo? Pensou em desistir, mas vendo seus amigos à vontade
e alegres atravessou a faixa laranja e olhou entre surpresa e
divertida para aquela imagem de gata mansa de dezessete
anos que certamente estaria no cio com se lembrava da sua
antiga adolescência onde jorrava libido por todos os poros,
ai, ai, ais: eu quero é mais. Decidida caminhou ao encontro
daquela meninada de rosto e corpos juvenis, na passagem
deu uma piscadela para o rapaz das estrelas deixando-o
com a sensação de que até ele poderia namorar naquela
nave. Marte me receba aí.
PM 16, PM 17, PM 18, PM 19 E PM 20 ##### Por razões
de ordens superiores vindas de fora da nave, estes
passageiros não poderão ter seus perfis expostos aqui,
durante a viagem as garotas que se interessarem por eles e
até amigos, poderão sondar e tentar descobrir algo das suas
vidas. Poderemos apenas adiantar que são poetas de uma
casta, digamos mais afastada do recanto e falando em
línguas diferentes do nosso português, no momento certo eles
próprios se identificariam para os colegas. Acredito que antes
disto os colegas descobririam suas identidades,
principalmente as curiosas ninfetas que sempre tem um
charminho especial para jogar nos garotos sempre menos
esperto do que as adoráveis criações especiais de Deus. E ai
garotas, missão difícil? Que nada, um deles canta e tem as
iniciais JB, xi a bronca da chefia, não retiro nada, foi um
deslize, mas no que ele é melhor que os outro, rico, e daí, vai
gastara a grana para comparar pedras em Marte?
PF 16#### Antes de subiu na plataforma, ainda com
sua forma original, arrancou um assobio da galera masculina
todos já dentro da nave, entre as mulheres o burburinho de
curiosidade natural feminino, que é, é artista, seria uma atriz?
Tudo tinha uma razão para as perguntas seu corpo escultural
quase uma cópia da atriz Úrsula Andress, inclusive o rosto
parecidíssimo, causou aquela impressão e tantas perguntas.
Não ligou muito para isto, nos estados unidos quando ainda
no aeroporto Kennedy ela foi confundida pela imprensa e
teve de apelar para os policiais para que a deixassem em
paz, portanto, estava já acostumada com estes enganos.
Não se demorou muito na contemplação da terra, olhou sim
com muito esmero para sua forma refletida no portal,
ganhara o seu primeiro concurso de miss Ceará juvenil,
exatamente com seus dezessete anos, depois foi se
transformando em mulher, sempre badalada pela mídia, fora
convidada para representar seu estado no concurso de mis
Brasil e no ultimo instante desistiu para ceder a oportunidade
a uma colega de escola que não ficou nem entre as dez
finalistas. A razão da desistência é a de sempre... “O príncipe
do cavalo Branco”! Ah estes príncipes que se vestem de
cavaleiros da távola redonda, sempre corretos e lutando por
toda vida pelas donzelas deslumbradas, são tão volúveis. O
dela também foi assim, de repente o cavalo branco ficou
com cor de burro fugido, o cavaleiro perdeu a libré, e junto se
foram os cabelos, a gordura substituiu os músculos e a bebida
nos bares preencheu o tempo que antes era dedicado ao
amor, não estava reclamando, afinal não era diferente de
todos os sonhos, só que um dia a gente acorda e descobre
que quer mais, até mesmo uma viagem de sonhos é melhor
do que a mesmice e a rotina. Com um olhar critico para sua
meninice refletida no portal caminhou com seus passos de
tigresa para o centro da nave. Pensei que Marte era maior.
PF 17 #### Sempre aberta ao amor, esta poetisa meiga
e carinhosa ainda procura o El dourado dos sonhos, o amor
na sua plenitude, o amor dividido igualmente, onde dar e
receber sejam prazerosos para os dois... Sua vida igual à de
milhões de outras mulheres no planeta, dominada pelo dito
sexo forte, foi pigmentada com sua participação embora
silenciosa para esta liberdade, ou pelo menos por este
reconhecimento de que as fêmeas não são apenas objetos
de procriação e sim uma máquina de inteligência, tão ou
mais capazes que os machos, pois elas têm algo que as torna
únicas no universo humano, elas são capazes de gerar outros
seres humanos e isto as faz mais sensíveis à vida e a forma de
fazê-la plena e em paz, sem as guerras que os chamados
homens nunca conseguiram evitar. Aceitara a viagem, não
sem pesar os prós e os contras da situação, precisava disto,
queria ter a chance de mostrar também sua capacidade,
seja descrevendo uma viagem única ou escrevendo sobre
toda esta aventura para os que não têm esta chance.
Também ela deixou cair algumas lágrimas na despedida da
terra, também ela olhou sua figura juvenil e se sentiu feliz por
se ver sem as cicatrizes que a vida lhe deixara, e quem sabe
até venha a ter coragem de encarar outra vida pela frente
agora, se não num outro mundo, pelos menos num mundo
diferente, onde os costumes terão de serem aprendidos, mas
contando com a experiência de uma vida já bem vivida.
Apesar de estar embarcando numa nave da mais alta
tecnologia e rumo à outro planeta, não perdera sua fé no
Criador, mentalmente se dirigiu a ele e agradeceu sua
coragem de aceitar a viagem e a sua estada naquela nave
junto aos amigos que tanto presa. Olá Marte, oi marcianos.
PF 18 #### Ela é chata, ela mesmo se define assim: sou
chata! Sou daquelas que se eu passar o dedo na estante e
sair sujo de poeira mando embora a diarista e troco a dita
cuja. Criança comigo é na tapa, como agora não posso
bater, não tomo conta de neto, sobrinhos? Deus me livre.
Homem comigo é só pra ir pra cama e fazer o que chamam
de amor: Juntar perna com perna e mijador com mijador. Na
rua dirigindo, xingo mesmo, vai tomar caju seu urubu, sai da
frente indecente, comprou carteira filho de uma ronca e
fuça. Por isto mesmo não tem mais lugar para mim nesta
terra, mas com os meus colegas do recanto prometo me
comportar e tratar todos com o respeito que me merecem.
Agora este comandante de meia pataca aí, se não acelerar
esta titica que ele chama de nave eu vou denunciá-lo para o
sindicato dos poetas astronautas, e acabando colocando
um mais bonito, sujeito feio este tal de Mirote, devia se
chamar velhote. E o senhor aí seu contista tocado a carvão,
que para escrever um capitulo demora um tantão, ande
com esta coisa cara, ta pensando o que? Eu paguei esta
passagem e tenho meus direitos, acelera esta caneta
compadre. Credo, tô com medo desta aí, ela olhou
invocada pra a paisagem, pensei que ia me mandar pintar o
céu da cor de abacate maduro, olhou para o portal e
esbravejou: Ô figurinha mal arrumada, por isto que só
arranjou aquele traste pra marido, vai ser feia assim pra lá do
Timbucumcu, ta doido sô. Olhou com cara de poucos amigos
para o pessoal e perguntou: tem cachaça nesta joça não, e
em Marte será que tem?
PF 19 #### Um garota que todo marido sonha em ter
como esposa, linda, discreta, carinhosa, competente e muito
comedida nos seus atos, sabe como receber nas poucas mas
requintadas festas que dá, é adorada pelas amigas e tem um
sonho, fazer um cruzeiro onde o ponto culminante de destino
seja às ilhas gregas, gosta daquele povo que vê nos livros,
homens e mulheres de corpos perfeitos e que foram capazes
de construir um país na antiguidade que até hoje é admirado
pela sua pompa e arquitetura. Não está de mal com o
mundo, pelo contrário, está apreensiva por deixar o seu país,
pensou em desistir da viagem, mas devido à insistência de
uma amiga e um pouco inércia nos tempos atuais, acabou
se decidindo de vez a partir para esta aventura maluca de ir
a outro planeta. Despedira da sua amada terra numa
agradável reunião de família ouvindo os lamentos dos que
não queriam sua partida, aliás... todos. Para não se sentir
tentada a desistir, não olhou para trás, entrou decidida
atravessando a faixa alaranjada e olhou para o portal. Não
se entusiasmou muito, sempre tivera um corpo bem cuidado
e não era muito diferente de quando adolescente, os amigos
e quem a conhecia sempre lhe perguntavam qual era a
forma para manter-se sempre jovem e com aquela carinha
de menina? Respondia que era apenas levar a vida com
bom humor e sem excessos. Sua amiga veio ao seu encontro
e rindo se dirigiram ao centro da nave. Pois é Marte. Terá bons
visitantes para acolher.
PAINEL DA PAQUERA E DO PRAZER: COLOQUE O SEU
BILHETINHO E ARRANJE PARA VOCÊ.
ATENÇÃO:
SE NÃO GOSTAR DO/A PRETENDENTE, PODE DAR UM
FORA, ALIÁS, PODE NÃO, DEVE, MAS SJA GENTIL.
De PM 16, PARA PF 01.
Gatinha de vestido azul
Não posso mais criatura,
E eu tenho de confessar,
Gamei na sua formosura.
DE PM18 para PF 12
Bela cearense do mar
Já penei um bocado,
É de tanto te procurar
No meio do cerrado.
DE PM 17 PARA PF 03
Ô loura to de feitiço
Somos da mesma sala,
Diga, tem compromisso?
Eu quero te namorar
Sua loura magrela
PF18 PARA PF20
Ó loura incompetente
Se parece uma pata,
Peite-me novamente
Lhe viro a mão na lata.
DE PF 20 PARA PF 18
&&&&&&&&&&&&&&&
Caríssima senhora PF 18, Caso continue com sua
deselegância com os tripulantes, teremos que tomar medidas
mais rigorosas contra estes abusos, sugiro que se acalme,
tome chá de maragugina e vá rodar bolsinha na esquina,
pois seu caso só pode ser falta de lubrificante na fresta da
gaveta. Passar bem.
PF 20 #### Loura, olhos de um azul da cor do céu,
sorriso franco, corpo de pequena estatura, mas proporcional,
até completar a primeira faze da vida era considerada uma
bonequinha que andava e falava. Agora estava mais
marcada como mulher, os caminhos da vida são longos e o
tempo sempre nos cobra o preço da passagem ao zênite.
Estava nesta viagem mandada pela agencia, a ABIN a
enviou para ser a ponte de ligação entre a tripulação e os
passageiros, tinha ordens expressas para cuidar assistência
social e saltou das funções que seriam normais no seu
departamento cuidar apenas da tripulação, mas como esta
era um missão especial que poderia exigir a mistura das duas
classes de viajantes da RM 01, deram-lhe a incumbência de
cuidar desta parte na qual era especialista e o faria tanto na
nave quanto no planeta Marte se acaso tivessem que
permanecer á por mais tempo do que o esperado. Como
todos os tripulantes havia feito sua despedida junto com
Jeser, os comandantes e a tripulação num local especial
onde passaram concentrados em meditação e
confraternização por dois dias e duas noites, estava
preparada para o que a viagem lhe reservasse. Sua figura no
portal, era apenas mais jovem e dava realmente a sensação
de ser uma bonequinha pintada a mão por algum artista que
gostava de figuras delicadas. Um pouco séria e examinando
tudo com cuidado principalmente os rostos e olhos dos
poetas, ela se misturou pensando que o grande Pai me ajude
a ajudá-los. Oi Marte.
Neste instante o comandante TM 15 se dirigiu a um
painel especial de cores vivas num ponto do salão e
apertando um botão, falou com sua voz rouca aos ouvintes.
Por alguns instantes deu explicações de como funcionava o
restaurante da nave, enquanto falava uma gigantesca tela
ia mostrando ilustrações do que ele apresentava.
Apareceu na tela, um caroço de feijão, um bife de filé
mignon uma coxa de frango, uma colher de arroz cozido. O
rapaz ia falando e demonstrando como as coisas
aconteciam: o que veem é o que temos de alimentação a
bordo, nossos computadores programados e acoplados às
máquinas especiais, podem reproduzir qualquer comida que
desejarem, além de refrigerantes e bebidas alcoólicas. No
entanto, nenhuma destas comidas ou bebidas carregam
agentes que possam fazer mal à saúde humana, o gosto da
comida e bebida não são alterados, mas os agentes nocivos
sim, estes são eliminados no momento do envio da terra para
a nave, devo dizer que temos um sistema de maquinas
transmissoras ultramodernas chamadas de nano maquinas,
estas micro máquinas separam os elementos lá na terra e
envia e outras máquinas receptoras na nave os reagrupam.
Poderíamos viver em qualquer planeta estéril por muitos
séculos sem problemas de viveres, remédios e líquidos.
Explicou detalhadamente como seria o processo de
alimentação, cada passageiro pegaria no restaurante uma
bandeja e simplesmente se dirigia às cabines da comida que
desejassem, apertavam um botão equivalente ao seu pedido
e lá aparecia a sua comida a gosto, se gostassem de gordura
na picanha, ela vinha mais ou menos salgadas conforme o
gosto e o sal não lhe faria mal, assim como doces, diabéticos
não tinham de se preocupar, assim que cada individuo se
aproximava da cabine seu complexo físico era avaliado e lhe
era servido à comida apropriada sem risco ou necessidades
de remédios como insulina, por exemplo, na comida já
estava à quantidade necessária às necessidades do
organismo.
Após as explicações convidou todos a passarem para a
sala do restaurante desejando à todos bom apetite e dando
um aviso: após o almoço todos devem se dirigir ás sua
cabines personalizadas com o mesmo número da sigla de
identificação. Somente o ocupante da cabine entrará no
local, para inclusão de outra pessoa no local, é necessário
pedir permissão ao comando através dos canais de acesso
de cada cabine. Nossa viagem acontecerá daqui á, apertou
um botão do seu controle remoto e apareceu um painel com
a contagem regressiva marcando seis horas e doze minutos
para a partida da RM 01. Repetiu o que viu para os ouvintes e
disse para que não se preocupassem, pois após o almoço
todos seriam informados dos procedimentos da partida.
“CAPITULO 07”
As pessoas se dirigiram calmamente ao restaurante, as
ilustrações foram de grande utilidade e por todos os lugares
havia painéis televisivos explicando como agir para se
servirem de comida. Poetas acostumados com restaurantes
cinco estrelas viajando por todo o planeta terra para
lançamentos dos seus livros em noites memoráveis de
autógrafos entenderam logo o funcionamento automático
do local. O jovem comandante estrelado, TM 15 e a loiríssima
TF 20 se adiantaram aos demais, não para usufruir de
privilégios, mas sim para ajudar mostrando como fazer. TF 20
comentou para PF 08, olhe garota, muitas mulheres grávidas
gostariam de estar agora nos seu lugar, a moça perguntou
porque? A assistente social respondeu: aqui você pode
comer o que quiser: A comida só fará bem para você e o
bebê e com a vantagem de não engordar, nem precisa mais
se preocupar com estes quilinhos que geralmente aparecem
durante a gravidez. A moça ainda ficou meio ressabiada,
mas seu eleito e pai do bebê PM 08 sempre a seu lado disse: -
vamos lá minha gatinha, e deu o exemplo apertando o
botão da longa lista de carnes e recebendo costela de boi
assada que parecia estar derretendo de tão macia, ela riu e
disse: - também quero, e ele retrucou, - invejosa – ela riu de
novo e colocou a culpa em Vitória dizendo é esta aqui ó, e
apontou para o próprio ventre, tem uma fome de lobinha,
riram os dois e foram se sentar nas cadeiras macias das mesas
individuais com traçados modernos e funcionais.
Todos se serviram e alguns repetiram o prato ou
experimentou um prato diferente ao término todos elogiaram
inclusive os deliciosos doces de toda espécie imagináveis.
Menos à PF 18, esta esculhambou até a última geração de
quem inventou aquela viagem; - Querem que eu fique
calada, mas paguei por esta viagem e mereço um
tratamento melhor, estou acostumada a ser servida na mesa
e se eu cismar contrato um empregado só para colocar a
comida na minha boca, agora tenho de me servir em
bandejão, isto é absurdo, quando regressarmos vou exigir
meu dinheiro de volta cadê este comandante, e a assistente
social, por azar a lourinha estava passando, não usava
uniforme, apenas um discreto broxe com a insígnia do beijo
quebrado abaixo da sigla RM 01 a diferençava dos demais.
Quando a viu, PF 18 já foi gritando para o seu lado, e aí? Não
estou gostando de ter de me servir, vou processar esta joça
de empresa e quero meu dinheiro de volta, a assistente por
sua vez com vontade rir, perguntou: - mas que dinheiro, pelo
que sei ninguém está pagando passagem nesta viagem? –
Olhem sós, e ainda me contesta, pode uma coisa destas,
falou a garota se dirigindo aos presentes, não isto não pode
acontecer, olhe à sua volta subalterna, não vê que nós somos
passageira classe “A”, você acha que eu vou viajar sem
ganhar nada desta empresa? Eu só aceitei, porque vou
colocar meus advogados e exigir uma indenização que vai
quebrar esta empresa, me aguardem, arrebitou a bunda e
saiu pisando duro em direção à sua cabine, a lourinha
perguntou ao general, será que não existe jacarés no
espaço, e em Marte? O general riu e balançou seu dedo
indicador na direção da mocinha como sinal de
desaprovação, mas a seguir, riu de novo e respondeu: vou
pesquisar.
Todos, conforme as orientações foram para suas cabines
para a higiene pessoal, banho era feito num painel de luz
branca, ninguém jamais tinha visto a luz, era branca como
leite, a pessoa precisava apenas de cinco segundos sob a luz
e toda sujeira grudada no corpo pela emissão de suor,
desaparecia e todas as bactérias eram destruídas após o
banho se usava a escova bucal, que ficava menos tempo
ligada e era de cor azul bem clara, também fazia uma
limpeza perfeita, sem, no entanto, destruir as defesas naturais
das vias de entrada de alimentos e oxigênio no organismo.
Após a higiene alguns se deitaram ou para pensar nos últimos
acontecimentos, ou apenas para sentir a maciez dos
colchões gelatinosos da marca “PRECIBULL” que se
ajustavam ao corpo dando um descanso total em poucas
horas de sono.
Estes colchões, desenvolvidos para as viagens espaciais,
já estavam à venda no mercado, mas raros e caros, só eram
comprados por ricaços como, por exemplo, o poeta
bilionário que estava a bordo da PM 08, tinha no seu
apartamento em Fortaleza alguns deles adquiridos a peso de
ouro e influência junto aos órgãos de liberação. Outros que
não queriam dormir e pensavam em escrever já alguma
coisa sobre o inicio da viagem vestiram seus uniformes muito
confortáveis e bem ajustados ao corpo e saíram ostentando
o pequeno emblema do beijo quebrado abaixo da sigla RM
01.
“CAPITULO 8”
“A PARTIDA”
Uma reunião dos responsáveis pela viagem definiu os
próximos eventos até o momento da partida. Num
comunicado a todos os poetas, mesmo os que estavam nas
cabines dava conta de que o painel de recados estava
aberto na nave e poderia começar a ser utilizado sendo que
os escritos poderiam ser em versos e prosas, se em versos, feito
como trovas ou quadras, para não ocupar muito espaço se
em prosa deveriam obedecer o máximo de cinco linhas
pautadas “A 4” , feitos o bilhetinhos, deveriam constar a
quem era destinado, era uma brincadeira que não
significava exatamente paquera, uma pessoa poderia
escrever a outra apenas para elogiar à pessoa ou como faz a
PF 18, brigar com Deus e o mundo. “Claro, a paquera livre
para homens e mulheres”... Não nesta mesma ordem: sabe-se
lá e se a pessoa tem outras preferências, é, pois tem quem
gosta dos olhos, outro que gosta da remela e ainda outro que
não gosta de nada disto, gosta só do buraco onde existiu o
olho... “Esta foi péssima”. Os bilhetes não poderão ser
colocados diretamente no painel, pois uma nave espacial é
projetada apenas para coisas práticas, mas como esta era
uma situação inusitada onde os passageiros são poetas, foi
preciso abrir exceções criando formas de lazer ao mesmo
tempo em que incentivava à criatividade dos artistas de
bordo para não deixar suas inspirações sem atividades. Ao
escrever o bilhete este será enviado pelo email.
[email protected] e o mesmo aparecerá no painel
indiferente da epopeia de desenvolvimento dos
acontecimentos na nave, ou seja: serão postados no painel
mesmo entre um capitulo e outro, conforme a ordem de
chegada. O anúncio seguinte, foi aplaudido por muitas
moças e rapazes, na hora que foi anunciado, era que estava
liberada a visita de amigos nas cabines, sem restrição. Isto
porque houve pessoas que reclamaram, no caso: a PF 01
recebeu oito visitas e não puderam entrar, algumas de
homens e outras de amigas querendo fofocar alguma coisa,
quase todas as cabines receberam vistas... “Ô pessoal
fominha!” Mas o caso pior foi do PM 09 que chegou a armar
um chute de kung fu para quebrar a porta da cabine,
tentativa inútil, já que; estas portas são inquebráveis, os
seguranças chegaram e o convenceu a ficar calmo e
aguardar... Engraçado, eles não são os chefes da
segurança? Pois é que coisa, ainda bem que a PF 09 saiu
tascou uns beijinhos no caboclo e ele ficou calminho,
calminho. Pronto foi só abrir o painel e já chegou duas
quadras duas trovas e mais um bilhete de resposta e já estão
no painel. Aliás, este bilhete já rendeu repreensão, mesmo
sendo merecido. Soaram os alarmes da nave, e um novo
alerta, para todos inclusive para a tripulação, dentro de
quinze minutos a nave vai partir, todos devem se dirigir às
cabines de viagem e se posicionar para a partida. Todos
estavam preparados e orientados para este instante e
calmamente se dirigiram às camaras instaladas nas divisórias
da nave, havia centenas de cabines, o suficiente para
duzentos passageiros e trezentos tripulantes, as cabines dos
tripulantes estavam noutro setor da nave, isoladas dos
passageiros. Rapidamente se posicionaram de pé nas
cabines embutidas em painéis especiais e uma nevoa
espessa encheu todas elas em seguida, esta nevoa de cor
azulada foi se tornando amarela e de repente não se via
mais os corpos que estavam lá dentro. A contagem chegou
aos últimos segundos de dez a nove. Ao chegar em zero por
um segundo a nave deixou de existir, e reapareceu suspensa,
mas invisível a olhos humanos e eletrônicos numa altura de
duzentos metros sobre uma grande ravina entre duas
montanhas altíssima. Aos poucos as cabines começaram a
clarear e se ouviu a ordem de abandonar as cabines, para
não causar pânico entre os passageiros, não foi explicado
como seria a partida até quando tudo tinha terminado. A
garota ranzinza já saiu da cabine soltando os cachorros, que
foi agora, esta merda enguiçou? Eu sabia que não podia
confiar nesta lata velha, são uns incompetentes, e agora
quanto tempo vai ter de atraso novamente, quero meus
advogados.
CAPITULO 9
Quando todos estavam já recuperados e com os
sentidos alertas, Apareceu pela primeira vez o Comt. Mirote,
demonstrando um pouco mais de velhice dos que os demais,
em torno de vinte e dois anos, louro olhos muito azuis e não
muito alto, em torno de um metro e oitenta, ao seu lado o
General TM 15 - TF 20 PM 09 PF 09, ele ergueu os braços e
falou, com voz grave e baixa, mas perfeitamente audível pois
na nave o som se propagava bem, e ele tinha super
captadores na roupa que transmitia para o sistema de
retransmissão da nave. Muito bem senhores passageiro,
acredito que sentiram um ligeiro mal estar, durante a viagem
que durou menos de um segundo. Já estamos na Lua, eu
peço ao general TM 15 para abrir os visores laterais e inferiores
para que possam ver de perto o nosso satélite enquanto
faremos a descida até o solo.
Os painéis foram todos abertos inclusive sob os pés dos
visitantes e ele tiveram uma visão completa do local onde a
nave estava, muitos exclamaram decepcionados ao ver o
solo lunar poeirento e de cores escuras, assim como os
grandes rochedos dos dois lados do vale JK escolhido pelas
suas condições de menor visão para quem tivesse ideias
belicosas contra a missão. O comandante continuou falando
e explicando aos ouvintes porque o satélite tinha estas cores
escuras. Estamos no limiar da fronteira entre o lado escuro da
Lua e o claro, se olharem para a direita verão o sol
extremamente agressivo e a claridade muito forte, já para a
esquerda a escuridão se acentua. Estamos perto do local
onde um grande bloco de gelo está incrustado na Lua e para
os tripulantes, temos a missão de desvendar os rumores de
possível existência de vida alienígena microbiana, Os
passageiros poderão se quiserem, sair em grupos de no
mínimo quatro passageiros, mais um tripulante que será o
guia e a quem devem obedecer as diretrizes. Não devem se
aventurar só, pois existem muito cascalhos soltos que
escondem verdadeiros precipícios, devem estar sempre
ligados pelos cabos de segurança e TM ou TF irá à frente
mantendo cada um a distância de dez metros do outro.
Assim se o guia sofrer um acidente, os demais poderão
segurá-lo. Os uniformes que estão vestindo, são apropriados
para enfrentar qualquer ambiente hostil, na saída cada um
terá um capacete já adaptado com as capsulas de oxigênio
nutrientes para até um ano, caso alguém se perca ou fique
isolado em algum lugar deverá apertar o botão no alto do
capacete, ele acionará o sistema de localização para que o
elemento possa ser resgatado.
Aviso, quem quiser relatar o que está vivendo e vendo
na nave e na Lua, devem fazê-lo e postar em suas páginas,
assim os amigos poderão ver e comentar seus escritos. Neste
instante os suportes da nave estão tocando o solo, assim que
as luzes verdes se acenderem nos painéis estarão liberados a
seguirem ou para as cabines de descanso, ou para darem
uma volta no solo, os que quiserem sair, dirijam-se ao portão
que está iluminado na cor âmbar, lá passarão para a sala de
desembarque e encontrarão um tripulante para cada grupo
que se formar. A PF 18 se dirigiu ao Comandante Mirote
esbravejando, eu quero um guia só para mim, não vou me
misturar com esta gentalha que parecem carneirinhos e
obedece a tudo o que vocês querem. Mirote a olhou de
cima em baixo e disse: senhora aqui não está na sua casa,
terá de obedecer às ordens ou ficará confinada à cabine.
Ela resmungou e saiu arrebitando o bumbum se dirigindo a
sua cabine, resmungando baixinho: se estivéssemos no meu
país às coisas seriam diferentes.
Capitulo 09
"NA LUA"
Quando todos estavam já recuperados e com os sentidos
alertas, Apareceu pela primeira vez o Comt. Mirote,
demonstrando um pouco mais de velhice dos que os demais, em
torno de vinte e cinco anos, louro olhos muito azuis e não muito
alto, em torno de um metro e oitenta, ao seu lado o General TM
15 - TF 20 - PM - 09 - PF 09, ele ergueu os braços e falou, com voz
grave e baixa, mas perfeitamente audível, pois, na nave o som se
propagava bem, e ele tinha supercaptadores na roupa que
transmitia para o sistema de retransmissão da nave. Muito bem
senhores passageiro, acredito que sentiram um ligeiro mal estar,
durante a viagem que durou menos de um segundo. Já estamos
na Lua, eu peço ao general TM 15 para abrir os visores laterais e
inferiores para que possam ver de perto o nosso satélite enquanto
faremos a descida até o solo.
Os painéis foram todos abertos inclusive sob os pés dos
visitantes e eles tiveram uma visão completa do local onde a nave
estava, muitos exclamaram decepcionados ao ver o solo lunar
poeirento e de cores escuras, assim como os grandes rochedos dos
dois lados do vale JK escolhido pelas suas condições de menor
visão para quem tivesse ideias belicosas contra a missão.
O comandante continuou falando e explicando aos ouvintes
porque o satélite tinha estas cores escuras. Estamos no limiar da
fronteira entre o lado escuro da Lua e o claro, se olharem para a
direita verão o sol extremamente agressivo e a claridade muito
forte, já para a esquerda a escuridão se acentua. Estamos perto
do local onde um grande bloco de gelo está incrustado na Lua e
para os tripulantes, temos a missão de desvendar os rumores de
possível existência de vida alienígena microbiana.
Os passageiros poderão se quiserem sair em grupos de no
mínimo quatro passageiros, mais um tripulante que será o guia e
a quem devem obedecer às diretrizes. Não devem se aventurar só,
pois existem muito cascalhos soltos que escondem verdadeiros
precipícios, devem estar sempre ligados pelos cabos de segurança
e TM ou TF irá à frente mantendo cada um a distância de dez
metros do outro. Assim se o guia sofrer um acidente, os demais
poderão segurá-lo.
Os uniformes que estão vestindo, são apropriados para
enfrentar qualquer ambiente hostil, na saída cada um terá um
capacete já adaptado com as capsulas de oxigênio e nutrientes
para até um ano, caso alguém se perca ou fique isolado em algum
lugar, deverá apertar o botão no alto do capacete, ele acionará o
sistema de localização para que o elemento possa ser resgatado,
amanhã e nos dias que permaneceremos aqui, haverá sempre
este passeio por perto da nave, em três dias por semana vamos
ter voos com naves menores para lugares mais distantes embora
não seja possível o desembarque das pequenas naves, terão uma
visão esplêndida de muitos lugares do satélite.
Aviso, quem quiser relatar o que está vivendo e vendo na
nave e na Lua, devem fazê-lo e postar em suas páginas, assim os
amigos poderão ver e comentar seus escritos poderão levar
também suas câmeras de filmagens ou fotografias, elas são
perfeitamente funcionáveis, desde que não sejam direcionadas
contra à incidência de raios solares.
Neste instante os suportes da nave estão tocando o solo,
assim que as luzes verdes se acenderem nos painéis estarão
liberados a seguirem ou para as cabines de descanso, ou para
darem uma volta no solo, os que quiserem sair, dirijam-se ao
portão que está iluminado na cor âmbar, lá passarão para a sala
de desembarque e encontrarão um tripulante para cada grupo
que se formar. Até a volta de todos, que não deverá ultrapassar a
três horas fora da nave "hora terrestre".
A PF 18 se dirigiu ao Comandante Mirote esbravejando,
eu quero um guia só para mim, não vou me misturar com esta
gentalha que parecem carneirinhos e obedece a tudo o que vocês
querem. Mirote a olhou de cima em baixo e disse: senhora aqui
não está na sua casa, terá de obedecer às ordens ou ficará
confinada à cabine. Ela resmungou e saiu arrebitando o bumbum
se dirigindo a sua cabine, resmungando baixinho: se fosse no meu
país as coisas seriam diferentes.
CAPITULO 10
“NA LUA”
Três horas mais tarde regressaram à nave todos que
tinham saído para o passeio, na verdade todos os poetas, a única
que ficou foi à famigerada PF 18 que ficou na cabine tentando
entrar em contato com certo país na terra. O que ela não sabia
que qualquer destas tentativas era registrada na nave mãe,
mesmo codificada com ela fingindo-se revoltada procurando
passar para uma agência de advogados.
A mensagem cifrada foi prontamente decodificadas e o
comandante sorriu, já suspeitava da garota, não tomaria
nenhuma atitude agora, dentro de uma hora chegaria uma
pequena nave da terra trazendo três pessoas e ele aguardaria
esta chegada. Os passageiros se assustaram quando viram a nave
se aproximar da nave mãe, ela encostou-se e acoplada numa das
comportas aguardou a liberação de abrir a escotilha que dava
acesso ao interior da RM 01. A voz do General soou forte e bem
timbrada nos transmissores acalmando todos e explicando a
finalidade da intromissão.
Quando a porta se abriu saíram por ela, a PF 06, um
mulher morena, alta magra que provocou suspiros na rapaziada,
sua pele morena curtida certamente nas praias do Rio, era
coberto parcialmente pela saia justa, um palmo acima dos
joelhos, uma blusa de seda, florida e sem espalhafato, mas muito
decotada, deixando ver até quase á cintura e um bolsa pequena
decorada com flores lilás, uma pequena tiara com as mesmas
flores da bolsa rodeava sua cabeça de cabelos crespos, mas muito
bem cuidados, completava sua indumentária. Uma pasta cor de
rosa estava segura na sua mão esquerda de unhas longas e
encumbucadas, que eram lindas, mas um perigo no caso de uma
luta corporal, pois, eram verdadeiras navalhas, sua sigla não era
TF por pedido dela própria, pois além de agente especial ela é
poetisa dos muitos recantos deste mundo.
Um pouco séria se aproximou do General e sorriu com sua
grande boca e dentes perfeitamente alinhados brancos, parecendo
uma deusa africana de traços suaves e porte elegante com a cor
temperada de uma beleza marcante como só o Brasil poderia
conceber. Cumprimento o General lhe entregando a pasta que ele
abriu de imediato, já sabendo o que encontraria dentro. Leu
apenas o suficiente para confirmar suas suspeitas da PF 18,
Chamou o casal vinte da ABIN deu-lhe uma missão falada em
voz baixa, eles saíram dirigindo-se à cabine da PF 18, no caminho
recrutaram a equipe de TM E TF que estavam mais próximas e
bateram na porta do recinto.
Quando ela olhou através da tela plasmática que ao toque
de um botão deixava ver o exterior ela adivinhou que algo estava
errado. Imediatamente apossou-se da sua bolsa grande e pesada
retirando sua filmadora e abrindo a porta perguntando a seguir o
motivo da visita, PF 09 lhe comunicou que estava sobcustódia e
regressaria imediatamente a terra acusada de espionagem e
possível sabotagem na missão. Vendo-se perdida ela acionou o
botão da filmadora que era também uma arma de laser bi focal
poderosíssima e capaz de causar estragos consideráveis na nave,
ameaçou: - Dispararei esta arma e todos nós vamos dar um
passeio sugados pelo vácuo, e todos os poetinha e tripulação
ficarão enfeitando a poeira lunar.
PM 09 que tinha enquanto ela falava se deslocado
para o lado apenas disparou um raio de curto alcance atingindo-a
em cheio e ela como estava permaneceu, só que paralisada pela
ação do raio 302 uma combinação de laser com partículas de
curare, ficaria assim por tempo indeterminado sem vir a óbito,
Mas logo que foi desarmada pelo TM 20, PM 09 acionou outro
botão da mesma arma disparando um raio verde que a deixou
normal. Xingando desde a mãe do comandante até as barbas da
sua amante ela seguiu os patrulheiro até à nave onde foi
entregue ao capitão de comando para ser julgada no Brasil como
sabotador.
Duas outras garotas que saíram da nave causaram um
furor nos garotos que se assanharam logo pelas novas beldades,
uma delas se apresentou com PF 18 que seria a substituta
natural da mulher que se fora. Conhecida como a dançarina
quinze véus, além de escritora poetisa, é atriz e cantora
badaladíssima nos meios artísticos principalmente na Europa. A
mídia andou especulando sobre um possível romance dela com o
príncipe da Jordânia Mohamed Sacharit, dono de imensos poços
de petróleo no eixo da mesopotâmia. Ela não negou o fato, fora
vista num hotel em Dubai com ele e todo o seu séquito, em
atitudes bastante eloquentes e a mídia fez a festa. Ela não era
mulher de um homem só como sempre afirmara, verdade é que
adora o sexo, e tem suas preferências, mas jamais iria ferir esta
ou aquela pessoa por não querer se relacionar, a não ser que o
oposto não correspondesse às suas expectativa, exemplo: pessoas
arrogantes, mal educados ela descartava logo, mas sempre estava
disposta a um tete a tete e não fugia deste querer, com
possibilidades de flerte, e algo mais.
A outra garota, PF 21 também se apresentou, bastante
extrovertida, era uma máquina de mulher, sangue quente,
descendente de espanhóis, loura, alta cabelos curtos, quando
ouvia ou tocava as sua próprias castanholas não deixava
ninguém quieto, o ritmo era alucinante e seu requebro mexia com
homens e mulheres, seus poemas sensuais deixavam quem lia
com calor e desejo de ter aquela linda mulher na sua cama nem
que fosse apenas para contemplá-la, claro que o sonho era papar
aquela gostosura, mas se conseguissem estar perto dela, ouvir
sua voz sentindo o seu perfume jubt Madagascar, era como
encontrar o paraíso em todo o seu esplendor, Os homens
suspiravam quando ela passava e exclamações espanholas de
piadinhas normais em teatro eram ouvias a toda hora ai Lola ai
Lolita me diga que tu és minha cabracita. Sempre aberta ao
amor, ela ainda esperava pelo seu príncipe do cavalo branco,
enquanto isto curtia os príncipes que eram sapos e mesmo
beijados nunca se transformavam. E vamos a Marte.
Capitulo11
Com a PF 18 fora da RM 01 e substituída por uma gata
muito mais bonita tratável, todos os passageiros ficaram mais
tranquilos, a pronta intervenção dos responsáveis pela segurança
da nave deu esta impressão e assim após uma noite tranquila
com algumas visitas furtivas registradas pelos sensores nas
cabines, no caso, por exemplo: para as garotas que chegaram,
houve muitas tentativas de visitas, mas como a partida da terra
fora tumultuada pela pressa e extremo sigilo, as garotas estavam
mais a fim de descansar.
Outras visitas aconteceram, na cabine da PF 01 – PF 02 –
PF 11 – PF 13 houve visitas de rapazes, mas o que rolou não pode
ser relatado, já que: quando foi liberada às visitas acharam por
bem cortar as câmeras de vídeo do interior das cabinas com
exceção dos sensores de gritos e todo tipo de pedidos de socorro,
caso um passageiro se sentisse mal ou corresse algum outro
perigo, coisa difícil de acontecer, pois, qualquer perigo de
acidente seria imediatamente detectado pela segurança da RM
01.
Os rapazes mais andejos durante a noite foram os TF 16 -
TM 18 – TM20 – PM 01- PM 02... PM 08 entrou para a cabine da
PF 08 e FM 09 na cabine da PF 09 e até o inicio deste relatório
ainda não tinham saído. Até o General TM 15 andou batendo de
leve na porta da PF 19, mas bateu com a cara na porta, foi mal
interpretado e com toda razão, coitado queria apenas ser gentil já
que esta PF estava meio quieta sem conversar muito com os
amigos, ele achou por bem se aproximar, ca pra nós, sujeitinho
desligado, porque não a procurou no horário de expediente
normal? Vai entender. Outro garoto o PM 14 também deu o ar da
graça batendo educadamente na cabine da PF 05, ela o deixou
entrar... Será que rolou, ora pode ser apenas bate papo, um
relaxamento antes de dormir, ou não sei lá, estes meninos de
dezessete tem um fogo de sete fogões. Vai saber.
Nove horas todos já tinham se levantado e tomado café
entre risos e piadinhas de que, fora citado durante o relatório e os
visados se saíram bem, no caso da PF 01 que declarou entre risos
dela própria e dos presentes: Estão com inveja é? Nós estamos
aqui para curtir a vida, temos dezessete anos, somos donos do
nosso nariz e bobo é quem fica só dormindo e não aproveita o
conforto da nave, isto descontraiu todo mundo e as possibilidades
de relacionamento começaram a surgir em conversas bem mais à
vontade e algumas cantadas típicas de jovens, nos seus arroubos
sem mais preocupação do que curtir o momento.
O comandante Mirote apareceu nas telas e todos prestaram
atenção no que diria o velho comandante. Do alto dos seus vinte
cinco anos, com uniforme de gala e um olhar divertido no rosto
ele começou a falar: Senhoras e senhores, hoje vamos fazer um
passeio pela lua juntos, o general já providenciou o
desacoplamento da nave RP 02, (Rima pouco 02) da nave mãe e
vamos partir em dez minutos, quem quiser poderá levar seus
computadores individuais e câmeras fotográficas para fazerem
anotações e quando regressarem transmitir às suas editoras
seus contos, crônicas, ou apenas poemas relacionados ao que
virem.
O embarque foi rápido e em vinte minutos TM 15 deu as
ordens de partida, a RP, 02 elevou-se silenciosamente sobre o
vale e atingiu uma altura superior às grandes pedranceira que o
formavam, o brilho do sol era amortizado pelas luzes reguláveis
automáticas para os olhos humanos que podiam ver as cores da
Lua com detalhes acentuados, viram enormes estruturas
coloridas e exclamara quase a uníssono um êpa! Assustado com o
que via, o comandante pediu ao general para parar a nave perto
das estruturas, parecidas feitas de vidros brilhantes. O
comandante explicou que era material duro como diamante e
mostrou abaixo uma fortaleza fechada e com muitos restos de
máquinas e naves espalhada numa área equivalente um
quilômetro quadrado. Este ferro velho que de velho só tem o
nome, pois na lua nada se deteriora, foi deixado aqui a milhares
de anos quando uma civilização alienígena visitou nosso sistema
solar interferindo possivelmente na evolução humana.
Algumas vozes de protesto surgiram com pessoas religiosas
contestando o fato, mas o comandante voltou a falar pedindo
desculpas e continuando, é hora das religiões começarem a
mudar seus conceitos de explicar Deus para o povo, não há mais
como ignorar tantas evidências de que os deuses que nos
visitaram era de uma civilização superior e interferiram sim nos
destinos da humanidade, isto não implica em prejuízo à essência
“Deus”, pois se os visitante aceitaram serem tratado como tal e se
postaram diante dos atrasados seres humanos como deuses, é
porque eles próprios tinham arraigados dentro das suas almas
que Deus existe, só não há ainda como explicar onde está. O que
veem aqui são restos desta civilização, isto foi escondido da
humanidade por outros grandes aventureiros que antes aqui
estiveram. A razão é simples, evitar pânico entre os povos, por
isto pesem bem os prós e os contras para escreverem sobre o que
veem, pois, nossa missão é mostrar a um grupo de paz e pessoas
com um senso de realidade, mas dotados de sonhos e bondade e
esta é, “a essência dos poetas”. Vocês poderão encontrar o
equilíbrio para contar a verdade aos humanos.
O comandante fez uma pausa estudada, deixando que o
burburinho crescesse até começar a se afogar nas cismas de cada
um, houve um silêncio incomodo entre os presentes, e uma vós se
fez ouvir: o reconhecido poeta, teólogo, com formação ecumênica
elevou a voz dizendo, isto vai contra todos os ensinos que
recebemos nas universidades que frequentei; Como duvidar do
que está escrito na bíblia sagrada? Não sou cético ao que estou
presenciando, mas pergunto até quanto posso comprometer meus
conhecimentos afirmando ao mundo esta nova realidade? O
comandante levantou a mão direita, o silencio voltou, ele esperou
dez segundos antes de voltar a falar, Primeiro o exmo poeta só
falará se quiser, mas há que se entender que se um dos poetas
presentes relatar o que viu, toda a mídia vai querer fazer
perguntas aos outros poetas que participam da missão e como a
diretriz da missão já previu: poetas não faltam com a verdade,
podem omitir um fato se isto fizer bem à alguém, mas contamos
exatamente com a consciência dos poetas para tomarem esta
decisão, é justo esconder da humanidade fatos tão relevantes dos
acontecimentos reais da história da terra?
Mirote fez outra pausa e o mesmo interlocutor perguntou,
mas a bíblia é o livro mais lido pela humanidade, porque os
grandes religiosos não contestam os fatos? Primeiro é que até
agora, poucos mexeram nesta ferida, e se ela sangra por um ou
outro que toma esta iniciativa, eles arranjam um jeito de tapar o
buraco, quem já leu o renomado escritor “Erich Vom Dänikem?”
Uma voz se elevou entre os ouvintes, - este tal de Erich é um
antecristo, eu comecei a ler e queimei o livro, - me admira uma
poetisa queimar livros, mas sei que a religiosidade às vezes nos
leva a isto, se tivesse em vez de queimado, lido o livro, teria visto
que ele jamais afirma serem reais as suas verdades, ele apenas
mostra dentro da própria bíblia o que os céticos não querem ver e
os vendedores de Deus fazem questão de manter os negócios em
alta ocultando fatos que saltam diante dos nossos olhos.
Já citando à bíblia, Jeremias fala dos selenitas, o livro dos
reis possivelmente escritos pelo mesmo profeta, fala dos selenitas
e o livro de Ezequiel do capitulo oito em diante faz um relato
incrível de máquinas transportando deuses ou auxiliares de
deuses, somando-se a isto há outras inúmeras referências aos
deuses como seres que precisavam de máquinas para se
locomover e ainda deuses que vendo que as mulheres, filhas dos
homens se tornaram belas, os filhos dos deuses desciam das
alturas para copularem com elas. Bem além da bíblia temos
evidências concretas em museus de várias partes do mundo e
desenhos rupestres atestando a vinda de homens com capacetes
provavelmente por não poderem respirar o ar da terra além de
naves espaciais desenhadas assim como referências de todos os
tipos quando os profetas escreviam o que viam, como: e a Gloria
de Deus entrou no templo, fazia muito barulho e soltava fumaça
que fere o nariz. O que estou dizendo é algo que qualquer um
pode pesquisar na bíblia, ou como eu andar pelo mundo e ver no
museu de Baguidád, baterias elétricas de milhares de anos numa
época que o homem ainda estava desenvolvendo ferramentas
rudes sem capacidade para criar tais artefatos.
Como disse é da cabeça de cada um, podem escrever e dizer
que tudo isto é apenas imaginação do autor, o que estão vendo
não existe é só miragem. Mas agora quero alertá-los para
possíveis naves que surgirão em nosso trajeto, eles não nos farão
mal, são apenas robôs deixados aqui pelos visitantes, mas sendo
nós ocupantes de uma nave da terra e seres humanos iguais aos
seus criadores, não nos farão mal. Apenas nos seguirão por algum
tempo, mas como não temos como lhe dar ordens, eles entenderão
que não precisamos deles e voltarão à sua base, que
provavelmente se encontra em alguma cratera dentro do satélite.
Devo avisá-los que em Marte também encontraremos evidências
desta civilização, muito menos do que na Lua, pois, lá as
estruturas se corroem pela ação dos ventos e intempéries
naturais daquele planeta. Não queiram entrar em conflito com o
que veem, são evidências, mas fantasiosas, apenas para divertir e
dar sentido à nossa viagem maluca. Alguma pergunta? Final do
capitulo 11.
“CAPITULO 12”
A nave percorreu quase toda a parte iluminada do satélite
parando em algumas anomalias, como naves acidentadas e
estruturas de mineração deixadas ali por alienígenas. O almoço
foi num lugar tranquilo perto da planície onde pousou o primeiro
veículo tripulado vindo da terra e denominado “mar da
tranquilidade” por respeito, a nave se posicionou a uma distância
de cem metros da bandeira ainda com pouca poeira cósmica
empanando o brilho do símbolo de um povo aguerrido que se
lançara à conquista do espaço chegando à frente de outros que
também tentavam o feito.
O sistema de alimentação era uma cópia do que havia na
nave mãe, só que em tamanho menor, mas perfeitamente capaz
de atender os passageiros e com folga. Já ao fim do almoço,
Mirote pegou um transmissor numa reentrância da nave e com
um tom de galhofa se dirigiu aos presentes perguntando quem ali
sabia dançar? Todos levantaram as mãos em sinal de
concordância, PM 07 Não apenas levantou à mão, ele próprio se
levantou e ensaiou alguns passos de samba que deixaria os
passistas da mangueira de queixo caído, rindo com um bocão de
satisfeito se sentou entre aplausos da plateia. Recebeu um up lá,
lá, soltado por Mirote que continuou.
Hoje á noite se fará o primeiro baile na Lua, foi aplaudido e
a galera mostrou sua satisfação com assobios e gritinhos
femininos de apoio... Por quê? Nada disto! Os homens voltaram
há ter dezessete anos, mas não é dezessete da era moderna, eles
não soltaram gritinhos, riram com aquele vozeirão típico de
rapazes já bem fora da puberdade, quando fazem questão de se
afirmar no seu machismo para as garotas e elas gostaram, afinal
também elas estavam cheias de tes... Não? Tá, excitação. Até
aqui na Lua este PC gosta de dar ordens, tá doido sô!
Mirote finalizou a conversa frisando ainda com o sorriso
bobo nos lábios: O baile começará ás nove horas horário de
Brasilia e será animado pelo famoso musico e cantor PM O6 e a
galera que ele apresentar, vestimentas serão a rigor como na
década de sessenta, as mulheres deverão vestir de preferência
vestidos longos com as cores livres, podem e devem ser decotados
e as saias longas poderão ser nesgadas nas laterais ou atrás e na
frente. Os homens deverão usar ternos pretos e gravatas
borboleta com sapatos de verniz bico finos. As mesas desta vez
serão servidas com bebidas canapés por barman e garçonetes
vestidas de branco.
Os rapazes e as moças não precisam se preocupar, a loja da
nave está equipada com todos os artigos necessários para se
vestirem, poderão colocar qualquer adereço, desde que respeitem
o rigor básico, saibam que após nossa partida para Marte o baile
será mostrado para todo o Brasil, as filmagens serão feitas pela
nossa equipe e vendida para a TV que oferecer o maior preço, o
dinheiro será dividido entre os passageiros que regressarem à
terra quando o fizerem.. General, por favor, dê ordem de retorno
à nave mãe.
Em alguns segundos já estava sendo abertas as escotilhas
de acesso á entrada do salão da nave mãe e os passageiros se
dirigiram às suas cabines para banho e descanso. P/S Atenção a
noite na Lua demora a chegar, por isto as moças que quiserem
que seja relatado como elas querem seus vestidos, é só escrever a
cor, o talho e os detalhes do vestido podendo dizer se quiserem a
grif que escolheram, vale desde Dior a Sebastian Plumbad ou
outros que as meninas conheçam e mandem pelo nosso velho
email que o contista coloca, os homens também, caso queiram
acrescentar chapéus devem especificar se é cartola, tipo vaqueiro
ou outros.
Capitulo 13
O pessoal após o banho e descanso saiu para visitarem as
lojas da nave, os homens “alguns” foram até chamados a atenção
por ficarem dando palpites para as garotas, PM 10, foi um deles,
camaradinha pra frente este meu garoto, ele tem aquela velha
mania de se aproximar de uma garota, se ela sorrir, ele dá um
beliscão no traseiro dela, gente, ele beliscou uma mina a PF XX e
acho que ela esta na TPMMM Tensão pré-menstrual mais ou
menos... É o que deu para arranjar uai! Então, acho que ela não
estava de muito bom humor e sapecou um tabefe na cara do meu
garoto ele resfolegou, quis apelar, mas uma morena linda da
boquinha grande e olhou pra ele fazendo um sinalzinho
imperceptível, mas o moço entendeu bem, como se diz eu conheço
você, e eu contista emendei: eu também, você é sacana mesmo,
vai ver que mereceu.
Ele esfregou o lugar da tapa e vejam só o comportamento da
garota depois do mal feito... Ou seria bem feito? Quem entende
mulher? Depois de olhar para a cara do garoto de dezessete com
cara de Zezé pidão, cabelo na testa e olhar de: tô precisando, ela
falou: desculpe-me, eu senti alguma coisa que me pareceu um
beliscão, mas acho que foi alguma coisa que eu me encostei, ó
meu santo, que desastrada que eu sou. Claro que o senhor é um
cavalheiro e não faria isto, o senhor me perdoa? Infernal este
garoto, olhou para ela como se fosse o cara mais correto deste
mundo e disse choroso, perdoo sim senhorita, mas devo dizer que
apesar de não ter culpa desta vez, confesso que gostaria de dar
uma beliscadinha neste bubumzinho arrebitado, ela olhou para
ele e disse: - bobinho, eu sou a PF XX se quiser pode me ajudar a
escolher o vestido e por falar nisto, vai ao baile? Mas que
cafajeste este cara meu, olhe a resposta dele depois de ter-se
comprometido pelo menos com quatro garotas diferente. - Se você
aceitar ir comigo eu vou, porque sou muito tímido e não consigo
arranjar namorada, ela disse: - uai, você está me propondo
namoro? O sacana piscou para a garota da boca grande e o
contista e disse: ta no papo, fazer o que? Elas querem.
As lojas tinham de tudo, todo mundo adquiriu o que quis;
Homens também, no entanto, poucas pessoas fez o que sugeria o
cartaz num dos painéis, deixaram de passar os dados dos vestidos
e ternos para a recepcionista que faria as apresentações no
momento da entrada no salão de baile, as mulheres foram mais
pontuais, “como sempre”. Mas homens, somente alguns o fizeram.
No restaurante no lanche da tarde as conversas giravam
sempre em torno do mesmo assunto, será que alguém ia batizar o
ponche? Será que teria cerveja, será que teria Campari e San
Remy? Alguns dos rapazes engrossavam a voz, eu vou ver se
consigo descolar um litro de uísque, afinal o TM responsável pela
dispensa é meu chapa, PF O9 riu e disse: Que isto amigo, não
existe esta de dispensa, todo mundo sabe que qualquer comida ou
bebida é feita dos ingredientes enviados por raios soenzais da
terra, você só conseguirá uísque se pedir a comandante Mirote,
pelas condições de adultos que já foram... Mirote pode até
liberar... Mas não tente fraudar o sistema. Aviso de amiga, O
moço sabendo que ela era da segurança e o companheiro dela PM
09 estava do lado atento a tudo, ficou com cara de tacho e
agradeceu pedindo desculpas e enfrentando os risinhos dos
colegas de dezessete, e que risinhos malvados, abafados, mas
apontando para o garoto que teve de aguenta a rata.*** “Rata,
anos sessenta, equivalente a mico hoje”.
Voltaram às suas cabines e às dezoito horas já começaram
os preparativos, para o evento, as meninas corriam afoitas atrás
de alguma amiga perguntando: - tem um batom mais escuro?
Este é muito claro, meu vestido, “é vermelho arrasador” e a
amiga prontamente emprestava e ainda ajudava a outra a se
maquiar, tudo na maior camaradagem. Os homens também
pediam ajuda e o cristo era o PM 04, PM O7 E PM 14 por ser o
bam-bam, bans em dar nós nas gravatas. O comandante sorria
satisfeito, se há uma coisa que gostava era de dançar e já estava
pensando com quantas dançaria durante o baile, viu o general
TM 15 se emperiquitando e riu pra valer lembrando-se dos bailes
de caserna, quando PF15 era apenas cadete e ele dera nó na sua
gravata e o acalmara, pois ele estava uma pilha de nervos, agora
ele é um general e estava ali ajudando os garotos, mesmo
sabendo que eram garotos com mentes bem evoluídas e afeitas a
estes tipos de festas, e esta festa prometia.
“CAPITULO 14”
(O BAILE)
PF 07 trabalhou dobrado para trazer algumas mercadorias
das suas lojas na terra. Apenas para algumas freguesas mais
exigentes e que gostam de vestir grifes internacionais. Foi
ajudada pela TF 20 que tinha seus contatos com a agência e foi
autorizada pelo comandante que conhecia a PM 07 de longa data
e tinha muito apreço por aquela que não mudou na transposição,
com dezessete continuava tão sorridente com antes aos trinta e
nove. Ficou lá até no ultimo minuto atendendo algumas
atrasadinhas ou outras que queriam trocar o produto, e ela nunca
tirava aquele sorriso dos lábios êta garota bonita... Seu contista,
se contenha, olhe lá heim rapazinho... Xiiii “rapazinho”? O
contista é o único que continua velho.
Oito horas os portões da sala de baile foram abertos, O
pessoal já estava na antessala e bateram palmas rindo com
alegria, pois festa é muito bom. Educadamente caminharam para
a pequena abertura, um corredor gracioso decorado com pinturas
de Portinari, “os eternos homens parrudos e mulheres seminuas
que compões sua obra”. Devido à demora em anunciar um a um
os convidados, a promoter fez apenas um aviso sobre as mesas
que não tinham identificação e cada um sentaria onde achasse
melhor, Foi um festival de mulheres lindas e bem vestidas e
rapazes elegantes nos seus ternos pretos alguns usando cartolas
outros apenas com seus cabelos soltos já acompanhando à moda
dos adoráveis cabeludos ingleses, “The Beatles” com exceção de
alguns poucos que ousaram um pouco mais. E durante o
desenrolar do baile falaremos de alguns e algumas com
vestimentas mais chamativas.
Assim que todos se sentaram a promoter fez uma revelação
e falando num dos comunicadores, serão servidas bebidas com
teor alcoólico graças a alguns pedidos especiais de algumas
senhoritas e a direção resolveu atender, já que a maioria dos
garotos e garotas tem mentes esclarecidas e sabem que se forem
dirigir não devem... Pare aí, nada a ver! Quem não pode beber é o
capitão e o general, eles sim podem ter de tocar este trem, gente o
contista já está é bêbado, ô mineiro: é nave, trem é outra coisa.
Certo, vamos lá, neste instante os garçons e garçonetes
começaram a servir, cerveja uísque, campari, gim, caipirinha,
caipvódica, San Remy, cachaça Minas, “rosa mineira”, esta é boa!
Além dos que serviam salgadinhos, e pequenos pedaços de
churrasco, variados entre os quais a tradicional linguiça.
Neste instante uma loura esplendorosa se levantou com
graça arrancando suspiros dos presentes, era a PF 01, vestida
para matar, um vestido azul céu com estrelas cintilantes, um
decote que chegava ao meio das costas mostrando uma pele bem
cuidada e bronzeada, alguns rapazes se levantaram, mas ela
caminhou firme pisando com um par de sapatos cor de areia de
salto médio e portando uma pequena bolsa dirigiu-se para uma
determinada mesa sendo recebida gentilmente pelo TM 20
moreno claro de cabelos encaracolados olhos grandes e nariz bem
feito, um metro e oitenta, mostrando um corpo sarado,
provavelmente pelos exercícios obrigatórios nos trabalhos
prestados na nave, o terno impecável com certeza foi ajustado na
loja da nave. Aliás, este era um requinte do baile, todos os
homens estavam impecáveis na sua elegância. Cada tipo vestido
e se portando com o chame dos dezessete anos.
Vinte horas e cinquenta e sete minutos, neste instante as
luzes negras foram ligadas, e somente os locais das mesas
ficaram iluminados em tom mais claro, a grande pista de danças
ficou completamente escura, ninguém percebera e nem se
perguntaram onde se apresentaria o famoso cantor e sua banda,
na alta parede dos fundos se abriu neste instante o palco, ainda
na se via a decoração e nem a área total, feixes de laser
plasmáticos formando figuras que dançavam no palco dava com
seus reflexos uma ideia das dimensões do local. Do teto surgiu
um feixe de luz com várias tonalidades, mas tudo muito suave e
iluminou o artista, apenas ele e seu violão eram visíveis, uma
cartola na cabeça um cachecol de seda a volta do pescoço dava um
ar de elegância ao seu rosto imberbe, fora das características do
cantor que certamente resolveu curtir seus dezessete anos um
pouco descaracterizado, pois, ele sempre a usava barba às vezes
bastante espessa. Provavelmente assim que passasse a euforia da
juventude ele voltaria a usar.
A plateia estava em silêncio bebendo cada segundo daqueles
momentos, não é todo dia que se vê um artista internacional e
sabendo que poderiam conviver com ele na nave, até agora
estivera restrito ao seu camarim estudando e praticando suas
musicas apenas na companhia da sua banda. Neste instante
soaram os primeiros acordes do violão arrepiando com seu som os
ouvintes, muitos reconheceram nos primeiros acordes a musica
do Rei Elvis Presley Always On My Mind e ouviu a voz clara e
possante se elevar enchendo seus ouvidos com a maravilhosa
melodia e fazendo disparar os corações dos amantes do rei, sim do
rei, pois mesmo quem não curtia rock não resistia a performance
do cantor. Fielmente Arauto interpretou a musica encantando a
todos que educadamente, mesmo com os pesinhos fazendo cócegas
ficaram quietos e quando terminou as luzes do palco acenderam-
se e puderam ver todo o esplendor do quadro.
Uma salva de palmas estonteante soou na nave e só parou
quando o cantor agradecido e satisfeito levantou a mão direita
após vir o silêncio ele de forma humilde se apresentou como se ali
todos não soubessem até a cor das cuecas que ele usava.
Senhoritas e rapazes, eu sou Arauto das Artes, esta é minha
parceira Mirian, falou estendendo o braço na direção de uma gata
de olhos verdes, morena jambo, cabelos esvoaçantes e um
macacão verde com detalhes em amarelo ouro que mostrava suas
curvas realçando toda sua beleza, recebeu um coro de assobios,
mas continuaram ouvindo o cantor apresentando o restante da
banda, na guitarra temos o meu irmão camarada Oliver Joey que
vai tocar algumas musicas comigo assim como a Mirian e quando
não estiverem no palco vão estar entre vocês, pois, são pés de
valsa e o garoto é chegado nas gatas, se cuidem meninas.
Neste instante se levanta a PF 07 e com um sorriso
brincalhão grita é comigo mesmo gatinho pode vir quente que
estou fervendo. Após as apresentações do restante do grupo com
uma apresentação especial para o baterista Ringo Starr que viera
ao Brasil visitar o amigo e resolveu dar uma colher de chá com o
comprometimento do comandante de disponibilizar uma nave
para levá-lo a terra assim que terminasse o baile. Daí em diante
começou a rolar uma sessão de boleros que fizeram os rapazes se
movimentarem em direção as damas para convidá-las a dançar,
muitas esnobavam dizendo que já estavam comprometidas para a
primeira dança, mas outras já saíram dançando como as mais
assanhadinhas PF 01 desfilando com seu rapagão e deixando
algumas gatas de olho comprido no caboclo. PF 02 saiu dançando
com TM18 parecendo já velhos conhecidos, ele tascou logo um
beijo de língua e ela topou na hora. Como a luz negra mostrava
apenas uma silhueta dos casais ninguém notou e quem viu fingiu
que não viu, afinal é o que todos queriam.
PM 07 dançava uma musica com uma e já pegava outra,
bom dançarino e brincalhão nunca era recusado. PM 14 e PF 05
saíram para a pista de dança e ela ao levantar-se mostrou todo o
requinte da sua vestimenta usando lindo vestido da grife Dior,
longo, da cor amarela, a blusa de alças finas, com babado
largo, corpo ajustado até antes do joelho, finalizando com
três saias em babados até o pé, sendo que cada era dez cm
mais curta que a outra dando uma elegante leveza.
Lindíssima sandália dourada de festa no estilo D´Artchella.
Colar, brincos, pulseira com anel de brilhante o cabelo
batendo no ombro estava leve e solto. Algumas amigas
chegaram a ensaiar palmas para o elegante casal, os dois se
acertaram e parece que gostaram um do outro, ele com seu
riso grande, bonitão, claro, cabelos na testa num topete
ousado estilo do Caubí Peixoto, não era tão alto, mas seus um
e setenta e seis não eram desprezíveis e era bem admirado
pelas donzelas casadoiras que ainda estavam sem par, ela
era linda, tinha um porte de miss e um sorriso que agradava a
todos, elegante no vestir e muita culta. Os dois tinham tudo
para dar certo.
PM 12 o engenheiro estava feliz, sua esposa resolveu vir
para a nave e os dois elegantemente vestidos dançaram
algumas vezes e no mais ficavam bebericando um uísque
com soda e conversando baixinho como se matasse uma
saudade de anos sem se verem, e no, entanto, ficaram
apenas duas semanas separados. Ela viera na nave que
trouxe as três beldades, mas desembarcara discretamente
por sua própria vontade sem ser vista. Neste instante entrou
no salão o comandante Mirote e o General TM 15,
cumprimentaram a todos com gestos e se sentaram. Neste
instante uma garota, a PF 14 de vestido vermelho decorado
com uma orquídea branca e discreto decote em “V” com
saltos bem altos, se aproximou da mesa e disse: prometi que
a primeira dança seria do comandante, aqui estou, o velho
senhor de vinte e cinco anos se levantou cortês e ofereceu-
lhe o braço caminhando para a pista, neste instante Arauto
cantava um musica de outro rei, “amada amante do futuro
rei da musica brasileira Roberto Carlos que estava
arrebentando e fazendo uma revolução artística na musica e
no comportamento dos jovens”.
Ao terminar a musica retornaram a mesa, mas ela nem
se sentou. Um guapo jovem o TM 17 parece que já a
esperava, ainda não a tinha procurado, mas ao vê-la sair
dançando com seu comandante pensou, se eu perder a
menina para este velho vou empatar com quem? Nem a
deixou descansar, ela sorriu, tinha esperado que ele fosse até
ela, claro que já estaria com ele, mas não teria deixado de
cumprir a promessa da primeira dança com Mirote, afinal ele
era mais velho, mas era boa gente e não se insinuara para
ela, apenas estavam bons camaradas. O general estava de
olho na garota de pele escura parecendo uma deusa
africana de olhos profundos e insinuantes, desde que a vira
não parava de pensar nela, fora paixão a primeira vista,
nunca tinha se apaixonado, mas agora ela entrara na sua
cabeça e não saíra mais, seu coração disparava quando a
via e neste instante é o que estava ocorrendo, respirou fundo,
ameaçou de se levantar e sentou-se de novo, ela também o
olhou e armou um leve sorriso encorajando-o.
O comandante que estava voltando da mesa do
engenheiro que o apresentou à sua esposa e quase que no
mesmo instante ficaram bons amigos. Tinha o engenheiro TM
12 como um irmão mais novo e vê-lo com a esposa na nave
o deixou contente, sabia do amor dos dois e sabia que seu
amigo agora estaria mais pronto do que nunca para
enfrentar os problemas da adaptação no inóspito planeta
Marte. Notou o nervosismo do general e perguntou: algum
problema general? Ele disse que não, mas depois emendou
sim é que não sei como agir com uma garota, Mirote riu,
conhecia o amigo e pupilo há tanto tempo que não
estranhou isto, os relacionamentos do amigo não passaram
de algum flerte casual e algumas aventuras sem
consequências, era extremamente ligado ao trabalho e aos
estudos e considerava o amor em segundo plano na vida,
mas desta vez...
O comandante percebeu tudo e não riu do amigo, ele
já tinha passado por isto e adivinhou tudo o que estava se
passando com o garoto que ele gostava como a um filho,
sentou-se mais perto dele e disse: - É aquela que está
afastada naquela mesa à esquerda de vestido champanhe?
Ele respondeu afirmativamente – é! Qual a dificuldade, ela
não parece capaz de morder em ninguém, levante-se e vá
até ela e comporte-se como o cavalheiro que sei que você
é. Ele quis retrucar, mas Mirote fez cara de poucos amigos e
disse: - é uma ordem soldado, cumpra. O general se levantou
sorrindo e foi falar com a sua princesa. Chegou e
cumprimentou muito sem jeito, boa noite senhorita, eu não
queria incomodar, mas é... Pois é... Sabe? É que... Ela sorriu,
também era tímida, mas diante do atrapalhado general
esqueceu-se dela e disse: não gostaria de sentar-se TM 15?
Ele sentou-se como se ela lhe tivesse dado uma ordem,
levantou-se de novo e ela repetiu, por favor, sente-se, ele
sentou-se e colocou as mãos nos joelhos e tentava falar, mas
a voz não saia, ela pensou acho que ele vai desmaiar. Riu um
riso franco e o general viu o papel de bobo que estava
fazendo, ela pediu desculpas pelo riso e pegou a mão dele
colocando a sobre a mesa deixando a sua mão sobre a dele,
e perguntou: - você bateu na minha cabine uma noite
destas, ele ficou sem graça, mas respondeu e desta vez a voz
saiu, - sim respondeu, mas eu queria... Antes de ele continuar
ela respondeu, queria conversar, perfeitamente natural, mas
eu é que não fui muito receptiva, estava de mau humor e
com dor de cabeça. Até pensei em procurá-lo depois e pedir
desculpas, pois seu gesto foi muito simpático e eu sou muito
tímida para fazer amizades, percebi que perdia a chance de
ter uma pessoa para conversar.
Com as palavras da moça o general esqueceu seu
medos e mostrou a mesma confiança que o caracterizava
nas horas difíceis, era agora o homem que sabia o que queria
e foi calmamente que inverteu a situação segurando ele a
mão dela e olhando-a nos olhos confessou tudo o que estava
sentindo desde que a vira. PF 13 respirou fundo, sabia que ele
estava sendo sincero, ela também se sentira atraída por ele,
mas para ela que saíra de um recente casamento, ainda não
se sentia muito encorajada a entrar num novo
relacionamento, mas por outro lado, estava a caminho de
Marte e quem sabe o que o destino lhes reservaria. Apertou
com suavidade a mão que estava segurando a sua e disse-
me leva para dançar, neste instante tocavam uma musica
lenta apenas orquestrada eles foram para a pista, não
queriam parar de dançar, era como se parassem, iam se
descolar e não colariam mais, O general estava nas nuvens e
ela... Mulheres; É tão difícil saber se estão felizes.
CAPITULO 15
Começou a troca, troca, Exclamou alguém entre o
espectadores, o contista curioso perguntou, como assim? –
Ele respondeu o artista, é a segunda vez que troca de roupa,
eu não tinha notado curioso, realmente ele agora está
vestido com camisa polo, uma boina tipo (Che quer vara) e
calças índigo blue, sentou-se no chão e gente olhem o palco,
está se formando uma paisagem e uma estrada poeirenta e
uau, ouçam a introdução da musica, não se lembram, psiu...
Vamos ouvir: Eu não posso mais ficar aqui sentado a esperar,
que um dia você volte para mim. Gente como este moço
canta bem, olhe o show do Joey na guitarra, “puxa gosto
desta musica”, Preciso acabar logo com isto, “logo com isto”,
“eu acompanhando e cantarolando junto” Preciso lembrar
que eu existo eu existo eu existo. Que lindo é recordar.
Deixemos o garoto cantar.
O comandante ficou tão empolgado que chamou o TM
19 e sussurrou alguma coisa no seu ouvido, olhem ele abriu
um painel na parede da nave, pegou um comunicador,
vamos ouvir: atenção turma, o comandante mandou que
todos se segurem nos seus parceiros de dança que vamos
desligar o antegravitacional vamos flutuar vinte centímetros
acima do chão e depois aumentar a altura. Foi uma surpresa
e tanto, no principio as garotas se agarravam aos parceiros
com medo de cair, mas logo ficaram à vontade, a loiríssima
PF 03 sem querer inventar, ela praticamente se atracou com
o PM 01, bem, eu avisei que este cara é perigoso, mas ela
está com dezessete, deve estar afim de grandes emoções e
ali ela encontra, eu conheço este ex-careca.
Caramba ela está um charme naquele vestido azul
turquesa, com babados nas mangas e decote dobrado,
além das saias com vincos niaquém um estilo novo dentro do
espírito de aventura espacial, muito bem escolhido, quando
ela passou por mim, pude ver que ela está usando perfume
jub-ti, delicado e sensual, acho que o que ela quer mesmo e
perder esta virgindite... Que isto, “virgindade é da primeira
vez na segunda é virgindite” Olhem gente o ex-careca é
bom de dança, mas ela é de arrepiar, olhe aqueles volteios,
ela gira segurando a mão do garoto e volta se enrolando nos
seu braço, parece uma cobrinha se enroscando no ratinho,
sei não... Acho que ele é que vai ter de ficar de antena
ligada, ou vai ser papado é na pista, ela tá qui tá. Acabou a
musica, mas o pop star não parou, já emendou outra e eu já
reconheci no primeiro acorde, é outra do escudeiro do rei, ai,
ai, ai vai ter gente chorando no salão com certeza. Dá até
vontade cantar junto vou nesta, escrevo estas más traçadas
linhas meu amor, porque veio à saudade maltratar meu
coração, peço que desculpe os meus errinhos, por favor, ao
leres esta carta que é uma prova de afeição... Vou parar
senão eu é que choro: Deixe quem sabe cantar.
Meu Deus todo mundo conhece, olhem a PF 01 e TM 20
ali ela está em casa, o TM 20 está acostumado com a falta
de gravidade eles deitam e rolam. A PF 07 caiu nas graças do
TM 21 acho que estes dois não se largam mais, ele é doidinho
com os poemas que ela escreve, sei não, ta me cheirando a
romance, vamos ver. A menina PF 15, andou sendo arreliada
pelo PF 20, mas acho que ele foi com muita sede ao pote... É
pode ser, gamelinha né? Ta certa, então, acho que ela
estranhou e saltou fora, vai ver que ainda não está muito
acostumada com a coisa rsrs cara, ela é filha de coronel de
fazenda e ele é brabo, caboclo lá se tretar ele manda
amarrar no toco e capa o infeliz, por isto que ela fugiu nesta
viagem pra Marte, mas vejam bem com quem ela está se
metendo, é isto mesmo, ela não quer compromisso, porque
aquele lá que está dançando com ela é o PM 10, se quiser
mandar ele embora é só falar com ele, uai bem eu dou, você
assumi? Ele responde na hora, eu sumo sim uai, é comigo
mesmo! E, “ó” some mesmo, parte logo pra outra. Pode ver
que ele já dançou com quatro garotas diferentes, ele liga
não, atira pra todo lado. Mas dança é bem o caboclinho.
PF15 está toda charmosa, ela vinha de azul também,
mas como já tem duas vestidas com esta cor, no ultimo
instante ela pediu à PF 07 e ela sugeriu um vestido de seda
estampado, com a base creme e rosas vermelhas distantes
uma da outra, lindo e que lhe caiu muito bem, além de ter
um decote muito sugestivo... Sugestivo como? Olhem direito,
até eu contista que não fiquei novo, estou de olho, o decote
vai até no começo da arrebitadinha e mostra o cofrinho, e
que cofrinho gente, dá para guardar muitas coisas lá.
PF 11 e PM 03 dançam com discrição, mas eu conheço
aquele rapazinho, bigode bem aparado, quietinho, espigado
topete a meio pau, mas é o terror das periquitas com fome,
garotas olham pra ele e encontram aquele olhar de gato
pidão, que só falta falar venha que eu estou precisando,
miau, eu quero. E olhem que a PF 11 está vestida pra matar,
Um longo vermelho meio decote, um colar de perolas
javanesas, únicas no mundo com a cor do ouro, sapatos bico
finos a saia aberta nas laterais, quando ela volteia na pista
suspensa, aparece dois palmos de coxas grossas e que
devem ser macias ao toque, Sei não, mas pelo andar da
carruagem, vai ter muitos marcianinho nascendo naquele
planeta vermelho. Benza Deus, vou ser padrinho de todos.
Olhem só PF 09 e PM 09, não se desgrudam um instante,
dançam, voltam a mesa trocam uma porção de beijinho e
voltam a dançar, agora estão indo para a pista de novo, e
olhem lá, o PM 06 trocou de roupa de novo e veio vestido de
coelhinho da páscoa, não entendi, que será que ele vai
aprontar de novo, os sapatos dele é cor de rosa, Joey já
meteu o dedo na guita e Mirian também vestida de rosa
numa minissaia criação da britânica Mary Quant. um palmo
acima do joelho deixando a rapaziada maluca e entrando
nos beliscões das namoradas. Arauto dedilhou o violão e fez
uma entrada duetando com a guitarra e sua voz soou como
o som de carrilhões aos ouvidos da plateia, suave e possante
fazendo o estribilho da musica de Rita Pavone, thuru thurá,
thuru thurá, mas não cantou dateme o martelo e sim: um
sapatinho eu vou de laços cor de rosas enfeitar, e perto dele
eu vou, andar devagarinho e o broto conquistar, aí quem
soltou a voz foi Mirian, arrebentaram.
A moçada rodopiava e cantava junto com o trio, tinha
garota que não sabia se ria ou chorava. PF 04 quem diria,
com um longo decotado preto arrebentou com PM07,
estavam tão a vontade e concentrados na dança que
alguns casais começaram a bater palmas e animar os dois
foi um sucesso, PF13 e TM 15 acabaram por se entenderem
tanto que dançavam como se tivessem feito aquilo juntos à
vida inteira e dava para perceber a felicidade no olhar dos
dois namorados. A assanhadinha da PF 01 ficou nesta quieta
tomando um chazinho de cadeira, pois TM 20 tinha se
ausentado chamado na ponte de comando. Neste instante
a musica deu um breque e todo mundo olhou para o palco e
viram o grande artista aprontando uma das suas, Joey
marretava a guita e ele dava três pulinhos pra frente seguido
por Mirian aí eles mostravam os pés com os lacinho de fita
rosa, depois ele virava a bunda para o palco e balançava o
rabinho, gente como ele fazia aquilo? Muito engenhoso,
ele tinha uma corda que puxava e fazia o rabo balançar.
Assim terminou aquela musica muito aplaudidos por todos,
ele deixou um Dijei mecânico ligado e fez à paradinha
estratégica, para uma cerveja e um chego ao sanitário com
a banda, Miriam não, ela foi pra outro lado uai.
FIM DO 15
“VIAGEM A MARTE ADENDO 02”
ATENÇÃO PESSOAL.
Assim que acabar o baile nossa nave deverá partir para
o destino final... Esta pausa é para pensarem no que virá a
seguir, o seguinte: Em Marte não haverá mais siglas
identificadora, por isto cada participante, (menos os “TM E
TF”) Deverão, escolher um nome para si, no caso a sugestão
é escolher um nome que você um dia pensou que gostaria
de se chamar, no meu caso eu queria ter me chamado, Cid,
nome de um irmão ou Julio. Creio que uma vez pelo menos,
você viu um nome e pensou que gostaria de se chamar
assim. Então é hora, não vale querer ficar com o nome
verdadeiro, afinal de contas estamos... Ops, eu não, estão
com dezessete anos e Marte é uma vida nova. Conto com
todos os amigos que estão participando para, mandarem
suas siglas e nomes por email e eu já coloco o nome e a
pessoa passará a ser chamada por ele.
(Capitulo 16-)
(O BAILE 3)
Quinze minutos depois o cantor volta vestido a caráter,
ou seja: igual à plateia, Sua mina e Joey foram dançar, mas
Joey fez questão de dançar com TF 20, a loura estava de
arrasar, vestida com um belo vestido preto aberto nas laterais
e rendas douradas ornando o decote generoso e as alças
finas do vestido e um par de plataformas de dez cent. da
grife Waterloo, nisto foi ajudada pela TM 07 que agora
revelou sua identidade, ela é Wakiria uma conhecida
personagem do teatro e dona de uma cadeia de grife
famosas, apesar de riquíssima vive para os amigos sempre
sorridente e bem disposta a brincadeiras, tem feito muito
sucesso, mas resolveu largar tudo e partir para uma nova
vida. O contista está preocupado, sabe da fama de
garanhão do garoto, PF 20 é solteira, mas irmã é sempre
pintinho debaixo da asa do irmão galo velho. Ô menino,
cuidado com a minha irmãzinha, olhe lá heim? Sou mineiro
dos antigos, fique veiáco sô, lá em casa é quinze dia de
namoro e mais uma semana pra casamento heim? Ta
avisado, tô de olho. Ô baixinha, eu escutei isto hem? Vá
tomar banho não, eu conto pra mãe, fique esperta.
PM 01 até se surpreendeu com aquele velhote se
aproximando dela, eram bons amigos, mas ela não pensava
que ele aguentaria dançar mais de uma vez, já o tinha visto
dançando com a PF 15, com a PF 02 agora revelado o nome,
ela é Rebeca, ex de um cantor muito famoso que a deixou
milionária, mas ela não gosta de falar disto, tanto isto a
incomoda que está se mudando pra Marte e disse que não
volta mais. Mas agora ele se dirigiu a ela, e sabia que isto iria
acontecer, seu charme e beleza lhe garantiram isto, e estava
certa, o velho comandante educadamente se aproximou e
perguntou se ela lhe concederia o prazer de dançar aquela
musica com ele, ela aceitou pensando esta musica é muito
devagar, eu queria algo mais agitado. Mas vamos lá assim
mesmo.
Arauto quando viu que era o comandante que ia
dançar e naquele momento a pista estava quase vazia
resolveu sacanear o velhinho, encerrou a musica que estava
tocando e que já estava mesmo finalizando e debulhou
alguns acordes, como se procurasse nas cordas alguma
musica escondida dentro delas. E tinha, dedilhando rápido e
depois cadenciando entrou firme no tango de Carlos
Gardenito com o nome de Raios dela Manhana, o
comandante sorriu feliz, demorou alguns segundos para sentir
a musica, mas a reconheceu de pronto, num evento no país
vizinho ao Brasil ele dançou uma vez com a primeira dama
esposa de seu amigo presidente Rayol Moreno, eles foram
muito aplaudidos, pensavam em colocá-lo numa saia justa
por brincadeira, mas ele amava este ritmo e se saiu muito
bem, agora poderia fazê-lo, apesar de bem mais velho,
ainda não estava enferrujado.
PF 01 Agora também revelada como a dama Ana
Beladona Primeira, a riquíssima fazendeira dona de quase
todas as terras de pecuária do triangulo mineiro que deixou
tudo nas mãos das suas filhas e partiu nesta viagem pioneira
achando que poderia ser mais útil lá do que no Brasil. Não se
preocupou... Tango para ela era como passear a cavalo nas
suas terras, “um enorme prazer”, ficou feliz, mas um pouco
preocupada, será que o velhote aguentaria o tranco? Ele
enlaçou sua cintura delicadamente apenas colocando sua
grande mão direita abarcando sua cintura, mas com mão
firme como a mostrar aqui, quem manda é eu. Puxou-a com
rapidez e a colou no peito, no gesto típico de posse do
macho com a fêmea, ela entendeu que ele sabia das coisas
e sorriu, rodou sobre seu próprio eixo e escapou com
passinhos miúdos deslizando sua mão pelo braço do homem
até tocar apenas os dedos com os dedos dele e como uma
bailarina rodopiou cheia de graça com um bailado, perfeito
e requintado que arrancou aplausos de quem estava
olhando, e neste momento, todos estavam de olho na
performance do par dançante.
Mirote e este não poderá mudar o nome, levantou o
braço e agarrou o chapéu de panamá que alguém da
plateia lhe jogou, deu alguns volteios pequenos no palco e
fez o clássico gesto dobrando os dedos na palma da mão
chamando a fêmea para seus braços. Ela se aproximou e o
esbofeteou segundo os passos da dança e ele respondeu na
mesma moeda, depois segurou sua mão direita e esquerda
torcendo seu corpo na cadência do violão e da voz do
artista que estava quase se perdendo maravilhado com o
par dançante que valorizava sua musica. Mirote repetiu o
gesto três vezes e aí enlaçou o corpo delgado e elegante
iniciando na mesma cadência dela o cruzamento dos passos,
coisa só para quem treinou bem, pois se pode até cair no
salão com tais arroubos, depois de contarem cinco cruzados
colaram os rostos e contaram vinte uns passos em linha reta
até atingirem novamente o centro da pista e fizeram a ponte
grega, onde ela alçava a perna e enroscava na perna dele
enquanto se deitava para trás no gesto típico da gata no cio
ele a acompanhou com seu corpo colado no dela e num
beijo real voltaram à posição normal reiniciando a sequencia
de passo intrincado sedutores que envolve quem dança
fazendo com que não queiram mais parar de dançar.
Finalizaram a dança com o delírio dos amigos que batiam
palmas e assobiavam parabenizado o feito.
Mirote agradeceu ao garoto Arauto pelo presente, ela
também o fez com uma inclinação graciosa para o artista e
voltaram à mesa onde o TF 20 já esperava por Ana com um
sorriso de orgulho daquela garota tão especial para ele.
Mirote agradeceu pela dança e começaram um rasga seda
entre eles, você dança bem, que nada você sim é que soube
me conduzir, mas TF 12 agora também revelado como sendo
Paulo Jeser TF especial e engenheiro interino da nave RM 01 e
na luta com Mirote em muitas aventuras pelo espaço o
chamou. Pelo ar de preocupação de Paulo Mirote chamou
TM 15 que estava no mundo da “Lua” com sua garota
trocando figurinhas e possíveis juras, ele saiu meio à contra
gosto, mas quando viu o olhar de preocupação estampado
no rosto dos dois amigos apressou o passo se juntando aos
eles e os três se dirigiram à ponte de comando, quando
abriram a porta de acesso, todos os tripulantes graduados e
pertencentes à segurança de voo da nave estavam
agitados, e na posição de alerta.
No salão de baile a morena da boca grande PF 06 E PM
10 resolveram dançar um pouco, pelo encontro dos dois,
acho que já se conheciam, foi uma coisa de espantar a
galera, ele armou o bote e deu um beijo no lado direito
daquela boca tentadora, se afastou a atacou o lado
esquerdo, e só aí abriu os beiço e atacou o eixo central do
bocão, foi um, beijo triplo para conseguir beijar aquela boca
que mais parecia um vulcão de pecado e aí, como o sacana
que é, tirou o sarro da moçada que estava olhando como a
dizer: Não falei que sou o tal? Pensei com meus botões, ela
vai dar um tabefe nele que ele vai até pedir pra sair. Quem
disse, ela ficou foi toda mole, mole e aí quem partiu para a
beijação foi ela, depois saíram rindo como se aquilo fosse a
coisa mais natural do mundo e era, não para o enferrujado
contista que nem nome tem para se revelar.
CAPITULO 17
(FINAL DO BAILE e VIAGEM)
PF 12 dançava sem parar, era pé de valsa e a
rapaziada não a deixava em paz. O casal PM 09 & PF 09
Também resolveu dar um show, e dançaram muito, até serem
chamados à ponte de comando da RM 01, PM 08 & PF 08
dançaram um pouco, mas sem exagero devido os cuidados
com a barriguinha saliente da garota. O restante do baile foi
uma troca de parceiro, e todo mundo já cheio de manguaça
acabou cada um indo para as cabines, verdade é que
sobraram vinte cabines vazias, e vinte estavam com um casal
de ficantes, sei lá quem é quem, não me comprometam. Até
minha irmã eu perdi, imagine as outras... No outro dia às nove
horas soaram os alarmes de alerta, dez minutos depois soou
novamente, só se via gente correndo de uma cabine para
outra, já no segundo alarme todos estavam separados e em
suas cabines, algumas donzelas antes casadoiras, agora
estavam com as mãos na cabeça e desesperadas, e agora ó
céus o que fiz, e minha virgindite? Outras estavam com um
sorrisão nos lábios e dizendo eu quero é mais.
Disparou o terceiro alarme e depois de alguns segundos
ouviram a voz do comandante Mirote, ela soou grave, mas
firme e transmitindo segurança aos passageiros. Atenção
passageiros e tripulantes: as noticias não são exatamente as
melhores, mas nada fora do que estamos acostumados a
viver em outras situações parecidas. Recebemos um
comunicado da terra que um comboio de seis naves sem
identificação está se dirigindo a Lua, nossos agentes de
contra espionagem deram informações de um possível
ataque à R M 01.
O planeta Marte não está no ponto em que gostaríamos
ele estivesse. Nenhuma nave no planeta alcançaria Marte se
lançada agora, pois, o ponto de encontro estaria ainda há
mais de duzentos milhões de quilômetros, isto se lançassem a
nave mais possante que atinge a quarenta e dois mil
quilômetros. Estas, se lançada na data certa levariam em
torno de cinco meses e meio, mas na data atual se lançadas
demorariam mais de um ano para o encontro. Se
estivéssemos no ponto certo, estas naves teriam de voar mais
de um ano e meio para encontrar Marte, teríamos tempo de
chegar lá e completar nossa missão, quando eles chegassem
tudo estaria pronto e não poderiam impedir a missão. Como
partiremos agora, se eles lançarem uma nave demorará
apenas um anos e três meses. Esperamos estar prontos
quando chegarem, mas o cronograma será apertado, nossa
viagem terá o mesmo tempo que gastamos para chegar à
lua, espero que todos estejam prontos dentro de duas horas.
Agora nosso doutor em psicologia fará uma palestra de
incentivo a todos. Obrigado doutor Jacó Filho, por favor,
assuma.
Mensagem do punho do nosso mestre Jacó, obrigado
poeta.
Bom dia grande Almirante e a todos passageiros e tripulantes da nave MR01.
Venho à sala de comunicações para transmitir aos
nossos convidados embarcados na viagem a Marte, a
mensagem deixada pelos mentores espirituais, quando
da escolha dos participantes desta bela aventura.
Ninguém está aqui por acaso, tão pouco a tripulação.
Cada um tem um resgate pessoal a ser feito, e isto só é
possível se estiverem vivos e felizes, e para tanto, cada
um está ciente de suas obrigações assim como nossa
tripulação treinada e apta pra todas as operações, com o
respaldo de mentes superiores... Tenham todos uma ótima viagem e obrigado.
Quando faltavam cinco minutos para a entrada nas cabines
especiais de transporte humano, o comandante voltou a falar:
Amigos e amigas tripulantes e passageiros, convidamos uma pessoa
mais preparada para falar neste momento, mas parece que ele
andou meio enrolado com alguma colega de viagem e perdeu a
hora, pois, ainda se encontra na cabine meio zonzo, mas chegará a
tempo. Mesmo não sendo a pessoa indicada, eu farei o possível para
lhes passar o que sinto neste instante. Nossa viagem é segura, a
duração é sempre a mesma para qualquer lugar, mas viajaremos
mais de duzentos milhões de quilômetros em menos de um
segundo, esta é a distância que nos encontramos de Marte neste
momento e sempre haverá riscos, quando embarcaram assinaram
um termo de responsabilidades aceitando este s riscos. Por mais que
já tenhamos viajado por muitos lugares diferentes, sempre existe
alguma coisa imprevisível além do que poderíamos evitar.
Por estes motivos citados, é que chegou a hora de
incomodarmos o criador, esta é a hora de pularmos no colo de
Deus. Esta é a hora das nossas incertezas, todos nós independentes
de religião temos dentro do nosso eu, a convicção de que uma
grande força criou todo este ou estes universos. E a esta força que
chamamos Deus é que pedimos que nos proteja nesta viagem pelos
caminhos intrincados de tempo e espaço, Somos apenas
instrumentos de algo muito maior que os universos, mas temos um
legado, um tesouro que só a nós seres humanos da terra foi dado
de presente, “à inteligência”... Talvez daqui a milhares de anos outras
criaturas da terra venham a desenvolver sua inteligência ao ponto
que chegamos, pois isto mesmo: temos de usar esta inteligência
para expandirmos nossos locais de sobrevivência e marte é apenas
um destes locais, que Deus nos abençoe nos nossos caminhos,
amém. Por favor, podem embarcar.
A nevoa azul encheu a um só tempo todas as cabines, por um
átmo de segundo, houve um apagão na mente de todos os corpos
na nave e logo que os vapores dos gases protetores foram sugados
das cabines as pessoas sentiram seus movimentos e os sentidos
novamente alertas, a seguir ouviram a voz do comandante. Por
favor, não se apressem se sentirem tonteiras, caso aconteça,
apertem o botão vermelho à sua frente e alguém do corpo médico
irá atendê-lo. Todos saíram das cabines alguns com uma ligeira
sensação de vazio, mas assim que respiraram o oxigênio puro da
nave se sentiram melhores. Mirote continuou falando: dentro de
segundos vamos abrir os campos visuais inferiores e laterais a dois
metros de altura para que tenham imagem do planeta que temos a
missão de reconstruir para o bem da humanidade. Os painéis foram
abertos e cada um que viu o quadro de desolação daquele mundo
teve um pequeno estremecimento, pensando em quanto seria árduo
a tarefa. A RM 01 estava a uma altura de dez quilômetros do solo e
iniciava a descida para o local escolhido para a martizagem.
Capitulo 18
“Enfim Marte”
Desta vez, para que os viajantes pudessem ter uma visão mais
acurada do novo mundo, o comandante deu ordens para a nave
usasse os retrofoguetes para a descida. Avisou a todos e deu ordens
para transferir o som com um décimo da potência para dentro da
nave. Não havia como não tremer diante do quadro assustador
causado pelo barulho infernal de cem motores atômicos
funcionando de uma só vez. Estes eram mais um dos itens de
segurança da grande nave, estes motores desintegrando átomos do
quinto elemento descoberto pelos cientistas brasileiros nas
profundezas das selvas amazônicas eram capazes de funcionar por
até mil anos sem reabastecimento, todas as naves auxiliares eram
também equipadas cada uma com seis motores destes, sendo
necessário apenas dois para movê-las, os outros eram reservas tanto
para suprirem eventuais necessidades, quanto para serem usados na
conquista de planetas, como o que estavam para colonizar naquele
instante.
O comandante após dar ordens para isolarem o som explicou
todos estes pormenores para os amigos, fez isto para que eles se
sentissem mais seguros quanto a uma possível pane no sistema di
viagens super-rápidas, claro que neste caso, uma viagem de retorno
a terra seria mais demorado exigindo antigas artes de navegação
espacial, fez uma comparação grotesca, mas que deixou bem claro
como seria neste caso: - para que tenham uma ideia do que seria
esta viagem poderemos compará-las aos antigos navios a vela que
fizeram as grandes conquistas dos descobrimentos no nosso próprio
planeta. Um navio daqueles gastavam se não encontrasse calmarias,
três meses para viajarem do Brasil a Portugal e vice-verso, até que
descobriram o uso do vapor, mais tarde dos motores a combustão e
finalmente o uso da energia nuclear. Mesmo assim a nave faria esta
viagem em apenas um mês numa possível volta de Marte a Terra.
O comandante parou de falar, pois, todos os olhos estavam
voltados para a face do planeta que aos poucos se aproximava, cada
contorno e cada vale eram fotografados pelos ansiosos viajantes,
que começavam a usar seus acúmulos de neurônios nas agora
jovens cabeças para desvendar os mistérios de como viver e
transformar aquelas paragens em locais parecidos com a Terra onde
pudessem viver e criar filhos, os novos descendentes que povoariam
aquele planeta e seriam chamados marcianos. A nave pousou
suavemente no planalto previamente escolhido, era uma porção de
terra plana de mil quilômetros de comprimento por seiscentos
quilômetros de largura, e se conseguissem fazer voltar toda a água
do planeta, aquela seria uma ilha acima das águas e com segurança
de estar mais de duzentos metros acima dos níveis de superfícies
dos mares futuros.
Após a ancoragem, o comandante pediu a atenção de todos
para alguns comentários, apenas para lembrá-los já que durante a
estadia na lua muito se falara dos meios que seriam empregados
nesta conquista. Todos estavam aliviados e antes de começar Mirote
passou a palavra par o poeta Fábio Brandão que levantando os dois
braços num gesto sacerdotal de quem faria a oração de
agradecimentos pela viagem. Aqui uma nota de esclarecimento do
contista. Devido aos pedidos de alguns amigos e amigas, quem
quiser poderá optar por usar seu nome verdadeiro, principalmente
as pessoas que não tem problemas de ordem familiar e estão
mesmo querendo um relacionamento aberto, já que é virtual e
fictício, além de estar acontecendo numa outra dimensão de tempo
com todos os participantes com dezessete anos e em outro lugar
longe das personagens reais das nossas vidas.
“CAPITULO 19”
“O GÊNESIS MARCIANO”
Oração de Gratidão Pela Viagem Intergaláctica
POR FÁBIO BRANDÃO
Ao Pai celestial sempre onipresente
Dedico toda a minha gratidão sincera
Por chegarmos até aqui sãos e salvos
Dessa aventura a este mundo fantástico
Graças lhe dou por sua sabedoria onisciente
Amparado em Ti tripulante algum desespera
Com o Senhor de nenhum perigo fomos alvos
Sempre amparando nossos voos intergalácticos
Sabemos em nossa fé o quanto é onipotente
Quem segura em suas mãos sempre persevera
Pois nós não somos viajantes fracos e papalvos
Enfrentamos todos os desafios mais enigmáticos
Após a brilhante oração feita pelo poeta Fabio Brandão,
garoto de quase dezoito anos, mas com grande eloquência, o
comandante voltou a falar. Amigos neste instante o engenheiro
Paulo Jeser está projetando um campo de força que vai proteger a
nave da seguinte forma, primeiro é apenas uma luz da cor da
superfície do planeta nos seus mil por seiscentos quilômetros onde
será nossa base de operações e que se chamará “Brasil Dois” a altura
do teto é de dois quilômetros, neste instante se olharem para fora
da nave poderão ver a luz diáfana, ela deixa passar a luminosidade,
mas será graduada para conter os malefícios dos raios solares a
exemplo da camada de ozônio da terra, com uma grande diferença,
Esta tem apenas dez centímetros de espessura e é sólida com
o material mais duro que nossos cientistas criaram e capaz de
resistir ao impacto de um meteoro até com o tamanho de um
campo de futebol, fazendo com que ele possa ricochetear na cúpula
sem danos ao nosso sistema. Neste instante na tela grande apareceu
a imagem do Paulo Jeser avisando aos passageiros e tripulação que
estava pronto para solidificar a cúpula, na tela apareceu o esboço do
engenho mostrando ao centro a nave RM 01, ele pediu permissão a
Mirote para terminar o engenho, recebeu a resposta afirmativa e a
cúpula foi solidificada, após alguns segundos, ele informou ao
comandante que estava cumprida a primeira parte da missão.
O comandante agradeceu e retomou a explicação aos
ouvintes: - o esboço que estão vendo está envolvendo toda a área
citada como uma bolha que está acima do solo marciano, as glebas
de plantio, após a inserção de oxigênio e água será aberta depois de
ser cuidadosamente examinada para detecção de algum tipo de
micro organismo, coisa que será muito difícil de acontecer, a
possibilidade muito remota. Mesmo assim só abriremos as glebas
depois da inspeção até a profundidade de doze metros abaixo da
superfície que é onde estará instalada outra base com o mesmo
material da cúpula superior, isto dará segurança aos fazendeiros que
quiserem trabalhar o solo para o plantio de grão, floresta e todos os
tipos de vegetais. Entre nossos tripulantes, temos vinte e seis
homens e mulheres que são agrônomos e orientarão a todos como
polinizar artificialmente as primeiras flores, pois, os insetos
chamados de úteis, pássaros e animais que serão introduzidos para
formarem a fauna só poderá ser feita depois que o sistema vegetal
estiver consolidado.
A construção da cúpula, já previu um local para a grande
represa de água doce que após estar cheia, deixará escoar a água na
forma de um rio que banhará toda a área colonizada e depois por
meio de injetoras de grande potência e baixo consumo de energia
voltará à represa ou o que chamaremos de mar de água doce. Como
se vê, acredito que em três dias um pouco a mais ou menos,
poderemos começar a circular em segurança pelo nosso Brasil Dois.
Neste instante o engenheiro Paulo informou que sua equipe já tinha
ligado os motores das máquinas de produção de oxigênio e o gás
da vida começava a ser injetado no vácuo que ficara dentro da
cúpula, após a conclusão, será injetado também o hidrogênio para
formar nuvens e esta descer em forma de água enchendo o grande
reservatório, e molhando as glebas que estarão já abertas este
trabalho está previsto para estar em pleno funcionamento dentro de
um mês. O Comandante agradeceu e voltou a dissertar sobre o
sistema.
- Sobre nossa segurança, falando em perigos advindos de
possíveis naves que chegarão a um ano e meio, acreditamos que
eles irão descer perto das calotas polares que é onde seria óbvio
para uma comunidade encontrar mais facilidades de sobrevivência,
quanto a grande quantidade de sondas em órbita no planeta,
dificilmente nos detectarão, neste instante não existe nenhuma
filmando este setor e agora, mesmo que filmem não encontrarão a
nave, a cúpula vista de cima esta com o mesmo perfil e cores da
superfície, quanto a altura do teto, as bases de cálculos do planeta já
que não existe mares, é feita pela altura do maior vulcão extinto do
sistema solar que é o monte olimpo e mede um pouco mais de vinte
e sete quilômetros e a parte mais baixa é tirada da média das
crateras de possíveis mares que já existiram aqui, assim dois
quilômetros a mais na altura, poderá ser considerado erro de calculo
até que nos descubram por outros meios, e isto só será possível se
vierem até a cúpula.
- Quero pedir a todos que vão para suas cabines, e procurem
se divertir para passar o tempo até que possamos sair da nave,
assim que tudo estiver dentro das normas de segurança avisaremos
e todos terão veículos tipo motos voadoras e fáceis de pilotar para
passearem pelo Brasil Dois e escolherem os local onde vão querer
sua casas e como irá querê-las. Poderão passar um esboço para
nossos arquitetos que farão as casas da maneira que desejarem. Um
conselho: não queiram casas muito grandes, pois, a limpeza vai ficar
por conta dos residentes e apesar de que serão equipadas com o
que existe de mais moderno em eletro domésticos, resolvemos não
liberar os robôs que fazem estes serviços, provavelmente o faremos
mais tarde, mas no momento achamos que o melhor é fazerem
exercícios para manter a saúde sem precisar de remédios. Obrigado
a todos.
“CAPITULO – 19”.
“EM MARTE”
“DESVENDANDO OS MISTÉRIOS”
Foram quatro dias ainda sem que se pudesse abandonar a
nave, apenas as equipes tripulantes de apoio ao projeto saiam em
naves auxiliares para os testes, alguns desciam no solo para
inspecionar os insólitos, mas nenhum objeto filmado apresentou
qualquer aparência de algo que não pudesse ser explicado. Os
passageiros alguns já um pouco entediados com a situação e
sentindo a ansiedade de apressar as coisas, preferiam ficar nas
cabines lendo sem participarem das reuniões da noite onde podia
se ouvir a seresta feita pelo incansável guru das artes que em
conversa informal com o comandante, trouxe a baila um projeto
para montar se possível o primeiro teatro multifuncional em
Marte, já dentro da cúpula, tinha catalogado entre os presentes
além da sua equipe de músicos e sua inseparável parceira
Mirian, alguns dos personagens que ele achava que tinha jeito
para a coisa. Uma delas era a Walquiria e ele não se enganara,
ela era a principal articuladora das peças na faculdade onde era
vice-diretora e sempre atuava como atriz nos eventos da escola.
O comandante se agradou da ideia e perguntou quem mais
ele já tinha observado, ele citou Sarah e Fábio Brandão, Mirote
estranhou, mas o Fábio é um intelecto mais voltado para o senso
espiritual... Arauto concordou, mas ponderou, este é o ponto, aqui
a religiosidade terá que ser difundida de uma maneira moderna e
que não bata de frente com estas cabeças de cinquenta e acima,
mas com capacidade de compreensão já com dez por cento a mais
pela jovialidade e podendo se expandir para responder por si
próprias muitos do que para elas antes era mistério. Nisto há um
risco de começarem a perder a fé, isto não seria bom, pois, a fé é a
base do amor e precisa ser levada ao futuro para as gerações que
cada vez mais estarão convivendo com máquinas poderosas e com
capacidade de criar até vida artificial. Ele será o ideal para a
missão, é inteligente e dotado de um amor muito grande pela
humanidade além de reunir outras vantagens a de ser alegre e
gostar de tudo o que bom e prazeroso para o ser humano
incluindo o sexo.
Mirote se entusiasmou pelas ideias do amigo e se propôs a
ajudar no que ele precisasse. Arauto estranhou o interesse de
Mirote pela garota Sarah, quando ele perguntou: - mas ela leva
jeito para atriz? Arauto pensou antes de responder olhando nos
olhos do velho amigo e quando o fez tinha um sorriso maroto nos
lábios, o comandante percebeu e encerrou a conversa, não
gostava quando o seu amigo fazia aquelas brincadeiras, Arauto
vivia tentando casá-lo ou pelo menos juntá-lo com alguém e toda
vez que ele vinha com este sorriso, Mirote tinha de inventar uma
desculpa para seu interesse, no caso sempre mulheres, assim foi
quando ele dançou com Anna o tango que ele chamou de o tango
dos espíritos, e também quando ele entrou na cabine de Rebeca
para tomar uma bebida e... Ele mudou o rumo dos pensamentos,
apesar dos seus vinte cinco anos era tímido e seu amigo fazia
questão de mexer com esta sua fraqueza, como quando ele passou
uma tarde com Yasmim, gostava de conversar com ela, ele na
terra passara algum tempo morando perto das praias onde ela
nascera e sempre tinham assunto para matar o tempo, mas seu
amigo Arauto sempre tinha de ver maldade onde não havia.
Levantou-se e deixou o amigo com sua listinha de
conjeturas do possível elenco para seu futuro teatro, deu para
Mirote ler ainda alguns nomes da lista, como: Saigon, este topava
qualquer parada, Jacó, este era um nome de peso, Mirote riu, e
pensou será que meu amigo judeu Jacó vai topar, referia-se ao
amigo como judeu por causa do nome e que nada tinha a ver, o
amigo era um dos maiores patriotas que conhecia! Bem, pensou a
guisa de brincar com o amigo e poeta, se tiver algum didim na
história é bem capaz, por mais que ele seja um altruísta, Judeu
nunca despreza uns caraminguás. Riu dos próprios pensamentos
deixando Arauto intrigado e cismando... O que será que meu
velho amigo estará maquinando?
No quarto dia ás sete horas o general TM 15, agora revelado
o nome real e até bem brasileiro, pois se chama Antonio de Sá,
falou pelo comunicador, Senhoras e senhores, e tripulantes que
estiverem fora da escala de serviço, poderão sair da nave que já
está com as comportas abertas, assim que tomarem café poderão
se dirigir ao motoporto e cavalgar suas motos voadoras, sugiro
que voem em grupos de até quatro elementos, todas as motos
estão equipadas com comunicadores, poderá comunicar-se entre
si e caso necessitem poderão fazê-lo com a nave agora base das
nossas operações. Todas as motos estão equipadas com um
pequeno receptor de comida, assim poderão viajar tranquilos e
almoçarem quando tiverem fome. Os meninos e meninas ficaram
como crianças que acabavam de ganhar doces. Rapidamente o
restaurante encheu-se de gente e burburinho de pessoas com
risos alegre e um pouco nervosos pela expectativa das aventuras
no planeta vermelho.
Saigon foi um dos primeiros a sair, mas com ele não foi
junto a morena da boca... Que isto? Ela vai acabar ficando
nervosa com o contista, melhor chamá-la de Shirley, afinal, “o
nome e a garota são lindos!” Saigon sempre com espírito
brincalhão pulou em cima da moto como se ela fosse um cavalo
exclamando, gente é igual minha Hally Daves e ligou o botão de
start já acelerando a máquina, pra quê? A locomoção era
centrifuga quanto mais acelerava mais aumentava a velocidade,
chegando fácil aos quinhentos quilômetros horários e quando ele
acionou o pedal da marcha, o que fez foi fazer a moto subir uma
bólide, ele atrapalhado tentou manobrar e diminuiu a aceleração,
de uma vez isto fez a moto dar três piruetas e só não esborrachou
no chão, porque o dispositivo de segurança funcionava com
perfeição não deixando o veículo esbarrar em nada, mas
velocidade que veio ela começou a rodopiar e deu uma volta
completa em torno de outras motos que tinham já se deslocada
para fora do motoporto.
Anna que pilotava uma das motos vermelha contrastando
com seu vestido azul piscina já soltou os cachorros e os outros
fizeram coro, tá maluco menino? Shirley levou um susto tão
grande que se abraçou com ele e começou a chorar, e com o
sorriso cínico, sua marca indelével ele exclamou sorrindo, calma
bebê, foi tudo friamente calculado, mesmo assim se enterneceu,
tinham sido bons amigos quando estudantes e gostavam muito
um do outro, mas agora eram apenas bons amigos que tinham
liberdade como jovens e inteligentes de brincarem sem
compromissos. Ele tomou um pito quando pelo intercomunicador
apareceu a imagem de uma garota da propaganda de segurança
dizendo: “se beber não dirija e se for dirigir não beba”. Ele xingou
baixinho e ainda ouviu alguém perto dizer, porque não leu as
instruções antes de sai como um maluco por aí? Ele sorriu aquele
sorriso cafajeste e retrucou também perguntando: tem espírito de
aventura não sô? Mas resolveu dar uma olhada no painel onde
estavam às instruções de como pilotar. Depois saiu atrás de uma
moto que rodava sozinha pilotada por Victória uma loura linda e
que ele já tinha dado umas olhadelas e a morena Shirley
pilotando sua própria moto se engajou em outro grupo junto com
Fábio Brandão que ficou todo orgulhoso da companhia de tão bela
garota. Outros como Dosan e Zeni, Vantuílo e Rosilene optaram
por usar apenas um veículo para o casal, Simone, Mary Josi, João
Correia e Dílson, formaram um grupo e resolveram ir para o sul
onde se delineava uma serra cheia de cavernas. Natália e
Yasmim saíram juntas com Jacó Filho e Lauro Gaspar e foram
para a direção norte, lá havia uma ravina que poderia ser
interessante ver de perto. Os grupos foram se formando, Tina
como gostava de ser chamada a antiga PF13 saiu junto com
Anna, Mauro Rosa e Milton Fernandes, os grupos já todos
formados não tardaram a sumir nos recantos insondáveis da
nova casa.
Todos eram acompanhados de perto pelas câmeras voadoras
invisíveis aos olhos humanos e que transmitiam todos os
movimentos para a base de apoio com uma equipe de tripulantes
acompanhando atentos a toda a operação que mais parecia um
piquenique de crianças com fome de aventuras.
“CAPITULO 20”
VOANDO EM MARTE.
Rapidamente as motos começaram a ganhar velocidade e os
pilotos sentindo como era fácil pilotar aceleraram as máquinas
até a velocidade máxima de quinhentos quilômetros por hora,
sempre um piloto à frente, dois pilotos lado a lado e um atrás
fechando a esquadrilha. Mari Josi pilotava atenta aos meandros
do terreno e logo alguma coisa lhe chamou a atenção, Um encosta
parecidas com falésias, mas de altura de um quilômetro mais ou
menos e muitas cavernas. Como estava a frente do grupo
levantou a mão direita e todos diminuíram a velocidade, quando
estavam há apenas vinte por hora ela dirigiu-se às cavernas
existentes nas encostas, mas para sua surpresa as cavernas só
davam acesso até doze metros, a um metro do campo de força
solidificado, as motos paravam e ficavam funcionando e
esperando o próximo comando, mesmo assim os pilotos
resolveram continuar entrando e saíndo das cavernas, a maioria
era apena rochas ou calcário mole, que deixavam evidências pela
quantidade de material rolado delas para o exterior e não tinham
grande importância, no diâmetro variando de quinze e vinte
metros.
Dílson moveu sua moto em direção a uma grande abertura
na barranca e entrou estacando a moto nos doze metros e ficou
maravilhado retonando à entrada e chamando os outros para
entrar. Esta caverna tinha mais de cem metros de diâmetro,
seguido de Mary Josi, Simone, Tina e João Correia que ficaram
boquiabertos com o que viram. A caverna era formada de gelo
transparente e colorido com nuances variado nas paredes
enormes e dava um ar misterioso e um arrepio ao pensar no que
poderia se esconder ali dentro. No mesmo instante João sempre
com pensamento práticos e antevendo a importância da
descoberta, propôs chamarem a base e relatar o achado. Quando
chamou, Mirote respondeu já adiantando que estavam sabendo
da caverna, explicou que as guardiãs viram tudo pelas câmeras e
vendo que era importante o avisara, já enviamos uma equipe de
Geólogos e espeleólogos com Paulo Jeser no comando, como estão
voando numa nave de pesquisa muito potente, já devem estar
próximos daí. Agradeço de coração o interesse em ajudar.
Dentro de três minutos a pequena nave parou na entrada
da caverna e logo que as motos se afastaram ela entrou. Abrindo
uma das comportas convidou os quatros motonautas a entrarem
na nave. Fechou a comporta e deu ordens para a nave prosseguir
abrindo com os raios especiais o campo do superaço, enquanto
isto dava os parabéns ao quarteto pela descoberta dizendo: com
certeza descobriríamos este lugar mais cedo ou mais tarde,
nossas câmeras sondas estão por toda parte justamente
procurando este tipo de caverna, O fato de ela estar com as
paredes congeladas e não parece ter um fim, pode ser o que
precisamos para nossa tarefa de revigorarmos o planeta. Mary
Josy perguntou sobre o gelo, tinha ouvido muitos comentários de
que o gelo marciano era composto de gás carbônico, mas o
engenheiro foi categórico, não este gelo, o gelo feito de gás
carbônico é mais na superfície plana, este é de águas como as
conhecemos,
Antes de abrir a parede perguntou aos pilotos das motos se
queriam ir com ele ou retornar e continuar o passeio, O grupo se
entreolhou e decidiram irem com a nave, afinal, eles foram os
descobridores da caverna, se podiam ir juntos na nave, é o que
fariam. Paulo abraçou sua esposa e disse vamos ver até onde vai
este mistério, ela confiante sorriu e enlaçou sua cintura dizendo
vamos lá meu comandante. A nave disparou um raio azul e a
uma ordem de Paulo ele passou para a cor vermelha e a nave
penetrou através da parede, quando acabou de passar, o raio
voltou a ficar azul e a parede se fechou atrás deles. A caverna se
alargou para o dobro do inicio e a nave chegou a dez quilometro
abaixo do nível que tinha entrado, Paulo mandou parar e fazer
uma leitura de ondas ultrassônicas nas quatro direções da
caverna, enquanto aguardava o resultado chamou a base e
apareceu a figura de Mirote e do general Antonio com cara de
ansiedade na tela de comunicação. Paulo os situou da posição da
RP 86 e neste instante chegou o comunicado do exame, ele olhou
e informou ao comandante, temos gelo nas quatro direções a
perder da curva geográfica do planeta, não podemos fazer uma
leitura na curvatura da superfície, mas até quinhentos metros de
onde ele atingiu a superfície, registrou gelo, parece que é como
calculamos antes, Marte tem a metade do seu tamanho em água,
se descongelado.
Estamos apenas a dez quilômetros de profundidade, marte
tem 4897 quilômetros de raio, vamos descer uma pouco mais e
fazer mais algumas leituras. Mirote disse: - troquei algumas
ideias com Antonio e achamos que devem descer no máximo
quinhentos quilômetros, isto se a caverna chegar a esta
profundidade, - vai muito além, respondeu Paulo, checamos com
um raio ultrassônico e ele alcançou oitocentos quilômetros vazios,
provavelmente ela deve ter feito uma curva, mas só saberemos
quando alcançar esta distância. - Certo, mantenha-nos
informados respondeu o comandante. Paulo deu ordens para
lançarem um laser com diâmetro maior que o da nave, isto foi
feito e se constatou que ele alcançava o final da reta com o mesmo
diâmetro. Paulo mandou aumentar a velocidade e apesar dos
equipamentos estarem registrando tudo para averiguações
futuras, em poucos mais de um minuto alcançaram o final da
reta, como Paulo previra, a caverna mudava bruscamente de
direção e novamente se perdia de vista. Numa nova leitura ela
dava nova reta com mil e quinhentos quilômetros em decida
brusca e aí ou acabava ou mudava novamente de direção.
Paulo mandou fazer as mediadas de antes e constatou agora
uma distância muito maior de puro gelo. Mas com uma crosta
maior de rocha. Mandou usarem as perfuratrizes e retiraram
amostras do gelo de vários lugares, mandou a nave retornar e a
cada cem quilômetros retirarem mais amostras até a saída da
caverna. Ao chegarem à saída, usaram o mesmo processo para
sair. Tinham se passado apenas uma hora desde a entrada na
caverna e os pilotos resolveram continuar o passeio nas motos,
Paulo agradeceu a participação e a nave voltou à base enquanto
os motonautas seguiam eufóricos em busca de novas aventuras.
“CAPITULO 21”
O grupo que estava com Anna enveredou por uma ravina ensimesmada por paredes altíssima e com uma largura de trezentos metros, pela configuração do terreno certamente em tempos remotos deveria ter corrido um rio por ali, iam devagar atentos ao terreno e a configuração e cores que apesar do solo esturricado estava sempre mostrando cores de tom diferente, ora roxo, ora amarelo e vermelho e até azul bem claro, Jeane parou a moto curiosa perto de uma pequena caverna esbarrancada recentemente, talvez pela solidificação do campo de força a doze metros de profundidade. Ficaram maravilhados com a quantidade de diamantes que havia ali, pedras lindas e grandes algumas com o tamanho de uma bola de futebol, o brilho mesmo sem a incidência de raios solares chegavam a ferir os olhos, algumas pedras de rubis tão vermelhos e brilhantes que Milton perguntou se não fariam mal às vistas. Jeane grande conhecedora de joias, já que tinha baús cheios delas, disse: - não, Milton
querido, são apenas rubis e pegou algumas para guardar, ali não tinham valor, mas se voltasse a terra, poderia levar para dar de presente aos amigos. Todos pegaram algumas e Keith pegou uma, a maior que tinha ali e levou para dar de presente ao seu amigo José Pereira Goiano estes dois parece que estavam de caso, mas ele era TM e estava de serviço ficando com água na boca de não poder acompanhar a fogosa garota dezoito por vinte e quatro, que estava deixando o caboclinho doido de tesão. Registrou o local como o catálogo do quadro das motos ensinava e continuaram o passeio. Em outro local, duas motos solitárias voavam por lugares cheios de pequenos montes, mais parecidos com imensos formigueiros, na verdade grandes gêiseres sem água e que no passado deveria ter formado um quadro de grande beleza jorrando água quente e talvez formando lindo arco íris. De repente a Rosilene “muito grávida” e não adianta reclamar minha neta... “Uma vez grávida sempre grávida” falou chorosa para o Vantuílo, Eu estou com vontade de fazer xixi! Pronto foi só falar, e agora, fazer onde? O maridão se saiu com esta; faz no matinho, pronto, mexe com mulher grávida, ouviu um berro no seu ouvido que deixou o pobre rapaz meio surdo: aqui não tem matinhooooooo. Zeni partiu para a defesa da amiga, pô Van, não faça raiva na Rô, tadinha, homens são todos insensíveis, mulher grávida está sempre com os nervos à flor da pele, Dosan já quis defender o amigo... - Acho que ele não falou por mal, a cara que Zeni olhou pra ele fez o pobre se encolher e pensar... Eu e esta minha boca grande. O impasse não durou muito, pratico e acostumado com todo tipo de situação, Dosan chamou a base pelo rádio e ouviu a voz do comandante rachando o bico de rir e Rô apelou com ele também, está rindo de que seu Mirote, nunca viu mulher ter vontade de fazer xixi? Ele engoliu em seco e respondeu: - calma minha filha, não fique nervosa, é que nos esquecemos de avisar a todos, e neste instante ligou o comunicador de todas as motos e transmitiu: - Na moto tem uma pequena alavanca sobe o assento, estacionem a moto rente ao solo, fiquem do lado direito da moto e acionem a alavanca, um sanitário químico vai se formar, poderão usar para a necessidade um e dois, existem jatos de água antisséptico que retiram todos os detritos da... Pois é, da... Então, das... Genitálias: achei! É isto aí, desculpem por não ter alertado antes, mas achamos que estava impresso nas instruções das motos. Vantuílo desceu a moto até o nível do solo e após apearem-se ele acionou a alavanca e um cubículo de um metro e meio de diâmetro e altura de dois metros se formou. A menina abriu a aporta e fechou com violência, depois de algum tempo saiu rindo e abraçando o maridão, pediu desculpas e ganhou como perdão um abraço e um beijo, Zeni assistia tudo enlevada talvez pensando se já era hora de ela e seu querido parceiro Dosan arranjarem um marcianozinho Ficou cismando enquanto esperava Dosan sair do sanitário, para também usar. Vantuílo também usou e partiram depois, fazendo piadas e rindo do acontecido. Rebeca foi toda saracoteante na hora da saída para o lado do Aldo Freitas e perguntando posso ir junto com você galã, “Ô menina pra frente sô!” O pior... Ou seria melhor? Bom, verdade é que parece que o garoto gostou da garota com o sorrisinho sapeca na carinha trepada em cima daquele corpinho de
deusa praiana, pois, topou na hora e ainda tascou um beijo na guria, era pra ser só um selinho, mas quem disse que ela fica no meio termo? Enfiou meio palmo de língua na boca do garoto como se dissesse: - se prepare que comigo a onça vai beber água e a jiripoca vai piar. Acham que ele se assustou? Que nada, juntou as anquinhas da guria e se os parceiros Bernardo Souza e Sonia Barbosa não começam a ensaiar um coro de: “o gente motel é mais na frente,” eles tinham resolvido a parada ali mesmo... Mas que menininha sapeca sô! Saíram e acompanharam o grupo da Mary Josy até eles pararem para examinar as cavernas, daí seguiram despreocupados e brincalhões curtindo a paisagem ressecada, mas cheia de atrativos do misterioso planeta. Sarah montou na sua moto e ficou indecisa sem saber a qual grupo se juntar, até se assustou a ver parar uma moto ao seu lado e um garoto de olhos azuis, e cabelos louros ondulados, de pele clara, mas com cor de frango assado vestido com uma camiseta justa deixando um pouquinho de pelos louros e enrolados aparecer no peito, ela estava vestida com um conjunto calças justas e blusa cor de vinho e calçada com botas vaqueiras, o rapaz com voz meio rouca lhe perguntou se poderia acompanhá-la durante o passeio, ela concordou e como estavam afastados das demais pessoas, acionaram as motos e foram conversando quando perceberam não viram mais ninguém. Não se importaram, a conversa girava em torno de banalidades e não se sentiram tolos com o fato, pelo contrário tudo era tão natural, parecia até que se conheciam a muito tempo, por incrível que pareça, com dezessete anos acabaram falando do tempo quando ainda não tinham alcançado a menoridade... Xiiii enrolou! É, voltados a ter dezessete anos, pronto, acho que deu. Ao longe avistaram uma pedra de cor verde e atraídos pelo inusitado da cor resolveram examinar de perto aquela visão maravilhosa.
Maria Tereza resolveu que iria passear só, mas não contava com um garoto chamado Jorge, que a andara espionando e quando pensou que estava sozinha naquele deserto vermelho sentiu aquela intuição feminina falar mais alto e olhou pelo retrovisor da moto, viu o garoto a cem metros atrás dela e sorriu pensando, será que estou sendo paquerada por este fedelho? Só então se lembrou que tinham fisicamente a mesma idade, e não importava muito se ele tinha carinha de bebê chorão, andara observando ele tocar seu bandolim no conjunto parada torta do Arauto e até sentiu o olhar dele também procurando os olhos dela, gostou mas ficou por isto mesmo, neste instante Jorge se aproximou e disse como se o encontro fosse mera casualidade: - olá que surpresa, ela riu à bandeira despregada e disse por sua vez: deixe de ser cínico garoto, está me seguindo desde quando saí da base, ele riu e perguntou: se importa de viajarmos juntos? Ela demorou um pouquinho a responder para fazer aquele suspense feminino de praxe e depois disse com bom humor: - claro que não, estamos só, você e eu ... Riu e só pensou, será que tem motel nestas bibocas? Aí deu uma gargalhada bem messalinica e disse acelerando a moto, se me pegar eu dou... Só não disse o que daria, mas era um jogo e ela ainda sabia como jogar. Percorreram neste joguinho até que duas motos vindas do leste piscou farol para eles, perceberam e diminuíram até as duas motos se juntarem a eles, era o amigo de Jorge e sua amiga Victória cumprimentou-se com efusão e a alegria era verdadeira, Saigon e Victória não deram explicação de onde
vinham, mas pela carinha afogueada de Victória, andaram batizando algum recanto de Marte com certeza encomendando um marcianozinho para o próximo inverno.
CAPITULO 22
“NOIVADOS E AJUNTAMENTOS”
A tarde se reuniram no estacionamento, alguns retornaram depois do anoitecer, tinham a permissão para isto, afinal não existia nenhum perigo de ficarem nos campos, o campo de força sólido garantia isto e os perigos só eram reais se alguém resolvesse ficar muito próximo de paredões, pois, poderia ocorrer algum desabamento. Anna e Milton se demoraram à pedido dela para verem o por do sol de Marte e o surgir quase que de imediato, uma das suas luas, era “Fobos” que alguns cientista até na modernidade levantaram algumas teorias de que ele poderia ser uma lua artificial. Mas apenas conjeturas. O fato é que as luas de Marte aceleram sua velocidade e diminuem outras vezes, sendo motivo ainda de muitos estudos até uma explicação convincente, Fobos está muito próximo de Marte e se torna um grande espetáculo quando está no mesmo campo de visão de Fobus, o que aconteceria naquela noite, por isto a vontade de observar este fato de alguns poetas fez com que permanecessem até mais tarde e só retornaram depois de duas horas após o anoitecer claro foram motivos de piadinhas de quem já estava na base. Yasmim e Henrique Mota sentados a uma mesa discutiam sobre o local marcado no notebook e o general Antonio se aproximou interessado, eles explicaram que pretendiam ficar juntos e queriam pedir ao comando se poderiam construir naquele local. Antonio fez questão de entrar em contato com o departamento de engenharia civil e foi atendido prontamente pela equipe destinada a estes eventos, no mesmo instante eles colocaram a área na tela grande e já projetaram um esboço de casa no local pedido imediatamente tiveram a resposta e aconselharam os dois jovens a mudar a casa para trezentos metros a leste do local marcado, pois, assim ficariam exatamente a trinta metros da margem do rio que começaria a correr dentro de quinze dias. Ficaram cheios de euforia e foram para o departamento de arquitetura para explicar como queriam suas casas. Isto animou outros casais a decidirem a procurar também um local para fixar residência. Alguns como Milton e Anna também já tinhas estabelecido um local para sua casa, e após verificarem as condições de melhor assentamento foram já tratar da planta da casa, engraçado que os desejos eram parecidos, seria coisa de poetas? Casas de dois andares com varando acima do terraço onde pudessem ter um jardim, dependências de refeições em baixo e o dormitório no segundo pavimento. Sarah apareceu de mãos dadas com Cid Teles e ela era tão querida pelos colegas que ao invés das piadinhas comuns, receberam uma salva de palmas, eles agradeceram e disseram que também escolheram o local da casa, e para surpresa de todos, Cid pegou um dos comunicadores, e disse estão convidados para nosso noivado que vai ser comemorado no salão de
baile da RM 01 e nossos amigos cantores vão fazer uma seresta de presente para mim e Sarah, e gostaríamos de convidar mais alguns que queiram assumir um compromisso mais sério se juntarem a nós, Dosan e Zeni toparam na hora Van e Rô também aderiram e mais alguns casais começaram a discutir às possibilidades. Um novo clima de alegria e felicidade surgiu na RM 01, o amor estava se manifestando. Zeni teve a ideia de reabrir o painel para que quem quisesse ficar noivo, o noivo deveria pedir a noiva em casamento oficialmente no painel e ela responderá se aceita. Pronto e agora quem quer ficar noivo de quem? Alguns casais já estão definidos, mas tem gente sobrando e aí Jacó Filho, Saigon, Fábio Brandão, João Correia,.a Simone está balançando. Marcelo Lopes e Rebeca disseram: - a gente quer é comemorar, ficar noivo nem precisa, ouviram bem? CO – ME – MO - RAR, ou seja: comer e morar juntos e o resto é festa. Riu de uma forma bem jovial e já se agarrou com Marcelo recebendo palmas de todos que estavam realmente alegres com as próprias decisões de serem felizes olhando pra frente, sem pensar em saudades de casa. Arauto segurando a mão de Mirian pegou um comunicador e calmamente com sua voz bem timbrada, anunciou a construção do casa de shows Arauto e Cia, e que seria também conjugada com sua residência, já que Mirian estava ligeiramente grávida e ele queria que o bebê nascesse na casa nova, Quanto ao teatro ele resolveu após consulta com o grupo de atores já inscritos e o corpo que comporiam a orquestra que o nome seria “RECANTO DA ARTE” uma homenagem ao recanto das letras casa de todos que aqui estão. O teatro contaria com robôs para a limpeza liberados pelo comando e seria gratuito assim como tudo o que os agricultores produzissem, já que plantariam de tudo, mas apenas para fazerem do planeta um local parecido com a terra.
Para não deixar o espírito de a brincadeira fugir, o painel de avisos mal foi colocado já apareceram pedidos de casamento, de Jorge para Maria Tereza, de Dosan para Zeni e quebrando a regra a Rosilene fez o pedido para o Vantuílo que muito sacana foi lá e escreveu “posso não mamãe, deixa não,” mas depois foi lá e escreveu um bilhetinho todo dengoso para a menina Rô que se derreteu toda. O doutor Gustavo e a doutora Clarice da equipe de medicina os dois, odontologistas e que estavam já se familiarizando com todos, pelo fato de muitos estarem se queixando de dor de dentes e eles eram os anjos da guarda salvadores dos que sofriam deste mal se juntou ao grupo e anunciaram que já que todos estavam se casando eles também iam partir para se casarem de vez e encomendar o marcianozinho e ajudar a povoar o planeta. Anna foi a primeira a felicitá-los, dentista da velha guarda, ela já tinha trocado ideias com os dois e ficaram bons amigos, ficou feliz com a decisão dos amigos e os convidou para fazerem sua casa perto do local escolhidos Por ela e Milton, eles aceitaram, mas disseram que iriam requerer uma gleba própria, pois, queriam plantar bananas, uma paixão dos dois por todas as espécies de bananas e agora poderia ter sua própria plantação.
CAPITULO 23.
A clinica dentária amanheceu lotado, por pacientes reclamando de dor de dentes, O doutor Gustavo e sua esposa Clarice ao se inteirarem das queixas, fizeram uma pequena palestra para explicar os motivos de quase todos os passageiros estarem passando pelo mesmo problema, Gustavo pediu a sua linda esposa de dezessete aninhos “brincadeira heim doutor, dezessete, ai, ai, ai?” Ela com graciosidade, mas de maneira firme usando um comunicador disse: pessoal o que está acontecendo não é motivo para alarme, de vido à falta de gravidade da lua todos os órgãos do corpo humano flutuam e ficam numa posição mais elevada dentro do corpo e o corpo todo cresce, até dez centímetros a cada ano. Claro que ficamos pouco tempo, para atingir uma faixa visível aos olhos, mas no caso dos dentes eles flutuaram de um a dois milímetros durante o tempo de espera na Lua., com isto os dentes estão forçando os nervos e provocando a dor, claro que dentro de algum tempo em Marte isto voltará ao normal, mas como a gravidade ainda é menor que a terra, a dor continuará e ninguém merece passar dor não é? Poderão entrar de dois a dois no consultório que atenderemos todos que estão aqui e se encontrarem depois algum colega sentindo dores, expliquem por favor e digam para virem à clinica, obrigado.
Os pacientes alguns com medo do tratamento entraram meio
desconfiados na sala e em vez de se sentarem na cadeira reclinada, pavor de quem tem dente doendo, sentaram numa confortável cadeira estofada, mas comum. Os doutores apenas pediam para que abrissem a boca, e colocava espécie uma espécie de esponja dupla que logo ao ser introduzido na cavidade bucal, se ajustava como se fizesse parte da boca, após isto o medico acionava um aparelho que tinha na mão e uma luz iluminava a boca como um piscar de uma lâmpada e pronto, os dentes se retraiam e voltava a posição original cessando de imediato a dor, após, o paciente era liberado com instruções para caso sentirem novamente o incomodo retornassem. Anna que passara a vida lidando com as brocas e moldes de próteses. Ficou admirada e fez questão de examinar de pertinho as maravilhas que via no ambulatório a doutora Clarice ia explicando a utilidade de cada aparelho e ela descobriu rindo do espanto da colega a cada aparelho mostrado, descobriu que não se usava mais nem implantes dentários, um aparelho diferente, mas parecido ao que eles usaram naquele caso, era colocado na boca do paciente e num processo de restauração, rejuvenescia o dente fazendo-o voltara a ser sadio e melhor do que quando formado, Anna perguntou se na terra já usavam estes aparelhos em algum lugar, já que ela não tinha conhecimento. O doutor Gustavo foi quem explicou, Clarice foi atender o último paciente que entrou com cara de dor e na maior gozação, quem era? O Joey, garoto sempre a fim de brincar, tinha amarrado uma tira de pano na cabeça segurando o queixo e colocado uma bola na face para dizer que estava inchado, foi um gargalhada geral e fechou o atendimento.
Anna ficou ainda ouvindo à explicação de Gustavo: -- Anna: estes
recursos ainda não está liberado para atendimento á população, em breve vai estar, só que o governo agora comandado por pessoas sérias, não quer que empresas particulares, venham a tomar conta desta tecnologia, ela vai funcionar como estatal e será aplicada gratuitamente ao povo, Ana riu e respondeu: -- você disse o governo de hoje é feito por pessoas sérias? Sim,
Anna nós estamos vivendo o ano de dois mil e cento e treze, se esqueceu? - Não me esqueci doutor... Apenas deixei de pensar que estamos vivendo uma fantasia. Mas não pode esquecer-se menina você só tem dezessete anos, esquecer-se das coisas é para quem está igual ao nosso contista, dobrando o cabo da boa esperança. Riu e eu, “o contista pensei”... E o sacana do doutor diz que é meu amigo, imagine se não fosse. Engraçado que o instinto materno sempre fala mais alto, as mulheres ficam interessadas e no caso Anna que nem sabia ainda se ia querer ter filhos, estava de olho na barriguinha da Clarice, certamente pensando: se ele tiver um filho eu me ofereço de vovó, claro que ela vai aceitar, não é todo bebê que pode ter uma avó de dezessete anos riu e guardou seus pensamentos para si. Deixaram o consultório e foram os três até o local onde Anna tinha escolhido morar, ficaram amigas mesmo o trio
(Último adendo.)
Peço à compreensão de todos pelo que vou dizer, devido a algumas
reclamações de ordem técnica e também de nem todos terem tempo para participar das brincadeiras, vou desfazer um erro que cometi para não incorrer em outro, vou retirar o painel numero três e peço desculpas a quem teve tempo de deixar lá um bilhetinho, e vamos também parar de fazer casais e arranjar casamentos, o pessoal, quarenta poetas e poetisas que estão participando, alguns que preferiu não se identificar desde o inicio e outros que já estão até noivos ou destinados a morarem juntos, não serão mais citados, vamos apenas dizer que os casais estão juntos, trabalhando e refazendo Marte, cada um à exemplo dos que já o fizeram poderão se quiserem fazer sua própria história, escolher ser “a” ou “o” imaginário, exemplo: eu sou a fulana me casei com o fulano e cria um nome fictício fazendo um conto, poema ou trova, no final se me permitirem eu vou pegar estes contos de cada um, comentários e poemas ou ainda tudo o que for dito a respeito da viagem e colocar no último capitulo, assim acho que fica melhor e deixamos este lance de sobrecarregar às pessoas para participar de algo que não desejam ou não tem tempo. Obrigado amigos, acho que a colonização de Marte assim vai ficar mais rápida.
“VIAGEM A MARTE CAP. 24”
(RECRIANDO MARTE) Os quinze dias seguintes, foram de intensa busca promovidas pelos
poetas que queriam decifrar todas as crateras e reentrância da área protegida. Já havia casas espalhadas em todos os recantos da grande gleba, no entanto sem estarem habitado, o comando não permitiu por razões de segurança até que as águas começassem a correr no leito escavado e programado pelo departamento de engenharia e o comando do incansável Paulo Jeser que além de estar acompanhando e orientando o desenvolvimento das instalações para
a grande gleba, estava também desenvolvendo a esfera termo atômica que iria ser colocada no interior do planeta seguindo à caverna encontrada pelos poetas no primeiro dia de exploração da grande gleba, Brasil Dois. A caverna já tinha sido explorada em toda sua extensão e estava apenas a mil e duzentos quilômetros do centro do planeta, as grandes perfuratrizes já tinham aberto grande parte desta distância e a cada dia avançava mais, os cálculos davam como mais seis dias de perfuração para alcançarem o gelo novamente e que ocupava uma área medida pelos raios ultrassônicos disparados de vários pontos do planeta, como sendo de duzentos quilômetros de raio.
O comandante convidou a todos para assistirem ao vivo cavalgando
suas motos ou quem o optasse dentro das naves RP que estariam monitorando o evento em voos acompanhando o deslocamento da água assim que a grande represa estivesse cheia e transbordasse liberando grande volume de água que formaria o grande rio já denominado de Amazonas de Marte. No dia seguinte quando os poetas e quase todos os tripulantes estavam a postos em volta da grande área da represa de cinquenta quilômetros de raio e uma profundidade de cento e cinquenta metros onde havia sido instalado o novo campo de força solidificado e inspecionado catalogando cada centímetro cúbico do local, seria algo permanente, mesmo depois que a cúpula fosse desfeita, isto, quando o planeta estivesse com as condições de desenvolvimento geral.
A grande receptora de água estava pairando sobre o centro da
represa e mostrada nos painéis dos veículos usados no evento, à água
viria da grande caverna que era alvo da exploração para o centro do
planeta. A nave que exportaria as moléculas de oxigênio e hidrogênio
já estava a postos e ao comando do General Antonio começou a
enviar o material para a receptora. No mesmo instante a água
começou a jorrar dentro da represa com fundo de aço solidificado e
de cor muito clara, isto daria uma transparência fantástica e quem
olhasse de longe nem perceberia que ali existia água. Em pontos
estratégicos o fundo tinha outras tonalidades exatamente para que a
superfície fosse mais escura e apropriada para todos os tipos de peixes
que seriam criados ali. Esta era a primeira tarefa depois das águas se
acalmarem, povoar o mar doce de peixes e animais aquáticos que
fariam a própria cadeia alimentar.
Ouviu-se a voz do engenheiro Paulo explicando que a água
jorraria por vários dias mesmo depois de encher o reservatório e o leito
do grande rio, isto porque haveria a evaporação natural e grandes
tempestades se formariam, até que tudo se normalizasse ninguém
poderia residir nas moradias externas, o calculo seria de no mínimo dez
dias para terem uma ideia do comportamento do ciclo de evaporação
e retorno ao solo. Os cálculos previram uma grande sucção da água
pelo solo ressecado e sedento, por isto talvez depois de um tempo
desligadas, as teletransportadoras moleculares fossem religadas até
completar a quantidade correta de água para o bom funcionamento
do sistema.
Foi uma festa para os poetas brincando sobre as águas vestidos
com roupas especiais e pilotando suas motos voadoras enquanto
acompanhavam a formação dos rios que tinha o leito seguindo em
forma elíptica com largura de duzentos metros e percorrendo todos os
mil quilômetros afunilando para uma distância de três quilômetros e
fazendo novamente o percurso passando por grandes ravinas abertas
com as máquinas poderosas que funcionavam com raios retirando solo
de um local e depositando em outro no mesmo sistema do transporte
molecular.
Para os poetas tudo estava se transformando em um poema
gigantesco cheio de beleza e expectativa, onde o romantismo aflorava
com a visão do que seria criado em matas e campos floridos
enfeitando aquele lugar, seria mais do que um sonho para eles e
estariam escrevendo para sempre seus nomes nas páginas dos grandes
feitos da humanidade.
“CAPIT. 25”
(RECRIANDO MARTE)
Apesar de tudo muito calculado, as grandes precipitações saíram
do controle do que estava programado. As tempestades começaram a
se formar com velocidade incrível e cair um aguaceiro jamais visto.
Como era verão em Marte e a umidade do ar tinha ficado
acondicionada dentro de um espaço menor do que o vapor gerado
muito rapidamente, tudo estava se transformando em um verdadeiro
caos, felizmente as equipe de engenharia e cientistas do ramo
hidroviário fizeram o óbvio, mesmo contrariando os planos traçados
antes, elevaram o teto da cúpula primeiro de dois para seis quilômetros
de altura, resolveu o problema, mas para um perfeito funcionamento
resolveram subir o teto para dez quilômetros, de qualquer maneira às
noticias da terra já havia descobertos os insólitos em Marte e na terra já
era noticia diária, diante dos fatos e como tudo estava andando muito
rápido, os responsáveis pela missão resolveram partir para terminar a
missão antes do previsto e aumentar o programa. Já que tinham
começado, era preciso ir em frente.
Logo que as chuvas se regularizaram, a frota de pequenas naves
e máquinas terrestre gigantescas começou a escavação e fertilização
do solo enquanto todos os poetas usando motos liberavam sementes
de grande altitude já com planejamento de as sementes serem
misturadas a terra pelas chuvas caindo no solo revirado para a mistura
dos adubos. Uma semana depois de atiradas as primeiras sementes
começaram a ver o resultado já em vários lugares da área, O solo
começava a mudar as cores de avermelhado para verde, a emoção
tomou conta dos corações poéticos e a ala feminina das poetisas
começou a formar grupos para semearem flores nos campos ainda nus
ou com pouca vegetação aparente. Jeane, Milton e o casal Otávio e
Clarice já puxando a brasa para sua sardinha enfeitaram as glebas que
tinham requisitado. Clarice e Otávio desistiram de plantar apenas
bananas, fizeram isto, mas partiram para formação de um gigantesco
pomar, e breve teriam que trabalhar triplicado para conseguirem dar
conta da polinização artificial se é que queriam seu pomar dando
frutos.
Paulo Jeser acompanhava o trabalho, mas sem participar, deixou
uma equipe de agrônomos de plantão para auxiliar em tudo o que
pudessem e numa noite onde rolava o costumeiro sarau agora bem
mais organizado e contando com mais pessoal envolvido sempre com
a direção de Arauto Oliver e Wakiria junto com Mirian que agora
organizavam o corpo de baile e o elenco de atores e atrizes já
ensaiando uma peça que seria anunciada na inauguração do tetro
Recanto das Artes, ele anunciou duas boas novidades para todos.
Primeiro a imediata introdução da vida animal na grande gleba, Os
técnicos seriam encarregados de colocarem os animais e insetos úteis
nos locais onde poderiam se desenvolver controladamente para não
haver uma explosão demográfica de alguma espécie animal que por
ventura viesse a ser beneficiado pelas condições ainda muito ricas em
minerais e oxigênio puro do sistema.
A outra novidade é que em dois dias seria ligado o sistema de
funcionamento do reator da esfera termo atômica com material
pesado do quinto elemento e já instalado no centro do planeta,
explicou que ela seria regulada para o tamanho da aura solvente com
caloria superior a quatro mil graus de calor, isto faria derreter o gelo, e
subir em forma de vapor, ao mesmo tempo derreteria material sólido
formando um núcleo pesado e permanente que formaria um magma e
envolveria a esfera formando uma área com raio possível de 4.250 mil
quilômetros e previsto para durar um milhão de anos sem mudanças,
quando então começaria a esfriar, mas até lá se a humanidade
prevalecesse já teria tecnologia capaz de resolver qualquer tipo de
problemas. Haveria grandes transformações na crosta do planeta com
possíveis terremotos, mas que não afetaria a cúpula e estrutura da
grande gleba que seria como um paraíso no meio do caos. Os cálculos
davam como certo, três horas depois de a esfera ligada começar a sair
vapor e água quente em vários pontos do planeta, isto não queria dizer
que toda a água seria efervescente, pois os grandes volumes de água
que formariam os mares e lagos teria no principio uma temperatura de
vinte e quatro graus, mas em quinze dias ou menos estaria com
temperatura de dezenove graus na linha do equador marciano e mais
fria à medida que se formassem mais perto dos polos.
Ao terminar sua dissertação dos acontecimentos vindouros foi
aberto um canal para possíveis perguntas de quem ouvia ou de todos
os passageiros e tripulantes da Nave RM 01. Uma garota timidamente
perguntou se com tantos acontecimentos, eles teriam a chance de
ainda voltar a terra? Quem respondeu Foi o general Antonio que os
canais estariam sempre abertos para os que desejassem retornar, e
perguntou a seguir, porque, a menina está pensando em retornar, a
garota quase gritou: não, de jeito nenhum eu já estou considerando
esta a minha casa, mas tenho uma amiga que falou em retornar, pois,
não tinha ainda arranjado pretendente para casamento, e Mirote rindo
tomou a palavra adiantando-se ao que Antonio diria: diga a ela que
não se preocupe quanto a isto, logo começaria a chegar muitos
machos e fêmeas da terra para povoar o planeta e ela encontraria a
sua tampa de caçarola... Mudou de novo o nome da perseguida?
Perguntou-se Saigon com cara de deboche. Com isto a resenha foi
encerrada e o pessoal começou a dançar as belas músicas tocadas
pela banda Auratiana agora acompanhada pelo corpo de baile
formado por TFs & PFs e liderado pela incansável Wakiria.
“CAPITULO26”
“TENHAM FÉ”
Apesar de um pouco de receio pelos possíveis transtornos que
demandam nas grandes mudanças, o pessoal estava confiante que
tudo daria certo e que a equipe de Paulo Jeser saberia como fazer o
proposto, mas à medida que as horas passavam e a hora do
acionamento do reator chegava, alguns viajantes começaram a entrar
em pânico e nesta hora é que os três velhos amigos do comandante
mostraram porque estavam ali. Fábio reuniu os queixosos e junto com
Jacó fizeram o que se pode chamar de lavagem do medo, nesta hora
mostraram a todos porque a fé é o sentimento mais importante nas
horas de atribulações aos poucos todos foram se acalmando. Arauto já
preparado promoveu um verdadeiro show de música e dança
mantendo o pessoal ocupado.
De repente as telas de comunicação foram ligadas e o
comandante deu a noticia mais esperada, pessoal à esfera foi ligada
com êxito, neste instante o centro do planeta já este quase todo
fundido e os mais de cem milhões de pontos de escape estão abertos e
solidificados em forma de funil. Saindo da esfera com alguns
centímetros e chegando ao topo estipulado com abertura de
quinhentos quilômetros de diâmetro liberando quatro mil graus de calor,
isto fará derreter uma crosta a exemplo do magma terrestre, com uma
diferença, lá existem as placas tectônicas que viajam neste magma, e
causa terremotos, aqui não haverá estes deslocamentos, pois, cada
funil de calor estará com uma fronteira de um para o outro isto conterá
qualquer material que possa resistir a esta temperatura, quando os
mares estiverem formados e isto não vai demorar, porque as águas
começam a aparecer em grande quantidade na superfície, alguns
destes pontos de fusão serão ou desligados ou diminuídos no seu
comprimento para que fiquem entre doze e quinze quilômetros abaixo
do fundo do mar, em caso de fossas abissais, eles serão suprimidos.
Neste instante o grande painel na sala maior começará a
transmitir uma tomada de vários lugares do planeta, outra noticia é que
uma espécie de campo magnético formado por uma luz gelatinosa
densa acaba de envolver o planeta e na terra os cientistas envolvidos
neste projeto, convocaram uma reunião da ONU e estão explicando o
porquê de marte estar sendo visto do tamanho de uma bola de tênis a
olho nu. As últimas noticias recebidas, dizem que as nações da terra
estão preocupadas com o que poderá acontecer com as medidas
brasileiras que estão sendo chamadas de irresponsáveis pela mídia
mundial. Nossos dirigentes já esperavam por isto e simplesmente estão
dando a todos às explicações de como tudo irá funcionar e que não
existe mais forma de parar o processo. O Brasil se responsabilizará pelo
que faz e justifica que tudo está sendo feito como nossa capacidade o
permite e para o bem de todas as nações mundiais que terão
demarcados seus territórios igualmente e todas as nações no momento
que as intempéries permitirem, vão poder ocupar seus territórios desde
que assinem o tratado que será item da carta magna marciana já
regida e que será colocada para votação internacional.
Para adiantar estes itens prioritários da carta, o primeiro é: Não
poderá haver armas de nenhuma espécie em Marte, qualquer questão
terá de ser resolvida com diálogo e qualquer nação que desobedeça
perderá o direito de ter seu país lá representado. O segundo item é
realtivo às drogas, não poderá haver drogas e um sistema colocado na
estratosfera marciana destruirá todas estas armas e drogas que
tentarem colocar no planeta, mas a destruição das mesmas não livra a
nação das responsabilidades e terão que entregar os culpados ou
deixar o planeta. Terceiro item e mais importante, tudo será gratuito
inclusive comida, escola e saúde, o que um cidadão de uma nação
terá direito, todos terão o mesmo direito desde que o queiram. Os itens
restantes da carta vão estar em votação e ouviremos todas as opiniões
para chegarmos a um consenso do que será melhor para o povo
marciano. A terra ganha com o esvaziamento demográfico no planeta
e uma ponte segura para partirmos para a conquista de novos mundos.
O principal trabalho do povo marciano será o cultivo de florestas
e promover o perfeito equilíbrio da natureza criando condições de vida
com qualidade protegendo suas águas, flora e fauna. Mirote ainda
prometeu que assim que tivessem novas noticias da Terra todos seriam
informados. O grande painel começou a mostrar tomadas de vários
lugares do planeta e era assustador o que viam, colunas de água
fervente subiam às alturas de até quinze quilômetros e retornavam com
grande estrondo à superfície, vapor de água cobria muitos lugares e as
chuvas eram tempestades fantásticas que carregavam montanhas
inteiras num caos que fazia as pessoas soluçarem e desistir de ver tais
forças em ação, todos pediram permissão para ficarem na nave até ter
se acalmado tudo, o comandante permitiu e disse que esta era uma
proposta que ele faria a todos, não que houvesse perigos dentro da
cúpula, nem mesmo o barulho externo seria ouvido, mas o seguro morre
de velho e todo plano infalível tem um calcanhar de Aquiles, caso
acontecesse algum imprevisto, a nave RM 01 sairia na sua velocidade
máxime e ficaria em órbita até que fosse seguro retornar.
Claro que o plano não tinha nenhuma falha, mas quando
colocaram o teto da cúpula da grande gleba, também não viram
nenhuma, até que a pressão atmosférica mostrasse que existiu um erro
de calculo, isto inclusive serviu de alerta para a execução da segunda
etapa, tudo foi revisado e repassado a terra para aprovação, o que se
esperava era o sucesso absoluto da empreitada. Apesar de estar
correndo como o esperado, o tempo de assentamento das águas e
precipitação de chuvas, iria demorar muito mais do que o previsto, isto
agora já não tinha muita importância, a Terra já sabia o que estávamos
fazendo ali e mesmo assustados, pois, “até então se ouvissem dizer que
o Brasil ia colocar um homem no espaço, não acreditariam e dariam
boas gargalhadas menosprezando o povo tupiniquim”, mas agora
teriam de aguentar o desfecho final já que por tantos anos as nações
menos desenvolvidas fizeram isto enquanto as grandes potências
testavam armas nucleares colocando em perigo todo o planeta.
Apesar de ainda chover sem parar, os oceanos já estavam formados, o
planeta já tinha áreas com oxigênio suficiente para sustentar vidas, mas
ainda muito rarefeito.
No entanto, era uma grande promessa, as equipes de TFs de
todas as ciências começavam a reproduzir os plânctons vivos e povoar
os mares, e lagos, se conseguissem se adaptar e sobreviver breve
haveria muito oxigênio, pois a produção iria se juntar à própria
reprodução. Junto com os plânctons, micros animais também eram
criados e da terra vinham enorme quantidade de peixes de todas as
espécies que eram simplesmente reproduzidos em grande escala e
atirados ao mar para alimento de outras espécies vivas e os detritos
alimentasse a microflora. Um acordo terrestre e que era respeitado pelo
comando cientifico da RM01 proibia a criação de animais que não
fossem peixes, mesmo assim com o tamanho máximo de oitenta
centímetros e mamíferos de nenhuma espécie ou tamanho. As naves
de menor porte voavam ininterruptamente agora já com a missão de
mergulhar nas águas e plantarem algas de todas as espécies e
espalharem sementes de plantas marinhas além de filmarem as
espécies de animais vivos nas águas. As noticias eram ótimas, já havia
grandes cardumes organizados e se alimentando dentro da cadeia
alimentar o que era aguardado e foi comemorado por todos a bordo...
Marte começava a viver. Logo que houvesse áreas com oxigênio
suficientes começaria a introdução de animais terrestres, estes processo
na terra levou bilhões de anos, mas a mão do homem aqui apressava
tudo restava saber se o grande Pai aceitaria a intromissão.
CAPITULO 27.
Aos poucos as pessoas retornaram às casas, houve uma grande
festa, pois, o último garoto de menor idade havia completado dezoitos
anos e agora todos eram donos dos seus narizes, algumas pessoas
começaram a ter saudades da comida feita na maneira antiga, como
ainda não tinham grãos nascidos no solo de Marte, eles pegavam tudo
na RM 01 e faziam suas comidas em casa, era um Rob interessante,
porque dava ensejo para convites de um casal para outro e as reuniões
acabaram por se tornar rapidamente um compromisso social de
importância, daí começou a aparecer a necessidade se criar mais
eventos onde pudessem mitigar a saudade da terra, assim surgiram os
times de futebol, alguns com nomes pomposos como: “Sideral jovem,
Marte futebol clube, Corinthians marciano, Flavasflubota” Outros deram
nome engraçados, como: “Quebra dedos FC, Arranca toco FC, Saias
Sutiã Calcinha e outro para rivalizar deram nome: Cuecas casa de
Pinto” Apareceram times de vôlei de basquete, natação, enfim breve
Marte poderia realizar até a sua primeira olimpíada.
Às porções secas estavam já bem definidas fora da grande
gleba, às águas se acalmaram e as chuvas ainda abundantes
começavam a obedecer às estações e no inverno elas caiam muito
menos, dando lugar à neve em algumas partes. Os primeiro imigrantes
começaram a chegar e ocupar suas áreas sempre com demarcações
iguais, com o direito de ocupar o local que mais lhes agradassem, única
vantagem de quem chegava primeiro e estes foram os que solicitaram
a ajuda do Brasil tendo transportes e toda a ajuda para se instalarem
nos locais escolhidos. Tudo tinha sido acertado no grande acordo,
apesar de que houve muita discussão com as nações consideradas
grandes potências se recusando a aceitar porções de terra iguais à
outra de nações menores e cinco delas não aceitaram ajuda para
mandarem seus representantes alegando que o fariam por seus próprios
meios, engraçado é que as maiores potências do planeta não só
aceitaram como garantiram que ajudariam a fazer valer a carta
Magna interplanetária e o que se temia dos maiores e ricos países não
se concretizou, parece que Marte de repente não tinha mais tantas
importâncias comerciais e sim estratégicas para servir de ponte para
outros mundos.
No consenso das nações que anuíram ao acordo e foi em torno
de 97% decidiu-se que a grande gleba continuaria a ser como um
Jardim do Éden e passaria a ser considerada a capital do planeta
Marte podendo cada nação ter ali uma embaixada com direitos iguais,
também foi sacramentado que jamais haveria moedas de trocas de
qualquer espécie no país, os serviços seriam executados por quem
precisasse e se a empreitada fosse maior do que ele ou um grupo
pudesse realizar, simplesmente pediam ajuda e o sistema criaria
condições para que isto fosse feito, desde que aprovado pelo conselho.
Foi debatido o fato de não haver incentivo para se trabalhar, já que
tudo era de graça e não haveria recompensa para quem trabalhasse...
Para resolver este problema foi criado o grau em escala. Quanto mais a
pessoa trabalhasse em prol da coletividade, mais ele seria graduado na
escala de valores e importância diante do cenário internacional, assim
pode-se dizer que o dinheiro marciano é a fama que cada indivíduo
conseguisse angariar até chegar a um titulo que lhe daria poder de
mando no conselho.
Este “grau” poderia ser alcançado por qualquer individuo em
qualquer espécie de atividade desde que feito para o bem público,
assim ele alcançaria fama se destacando, somente o individuo
preguiçoso por completo não teria qualquer importância, mas jamais
seria considerado um pária e tais pessoas seriam tratadas como doente
do mal da ociosidade. Talvez nunca houvesse um marciano assim, pois
todo ser humano tem capacidade para criar algo ou exercer alguma
atividade já existente; Na arte existem milhares de coisas que são uteis
de um para outro individuo e sempre há de se encontrar algo que
possa ser útil à coletividade. E onde anda Ana Margarida? Esta
pergunta se fez de repente por algum membro do clube onde Ana
Margarida frequentava. Ela era uma recém-chegada da terra e veio
antes do seu namorado com planos para viverem no novo mundo, mas
quando ele soube que não poderia transportar e não haveria drogas
em Marte desistiu de viajar.
Margarida sabia deste item no contrato, mas escondeu dele, o
namorado era parvo de tanta droga que usara na adolescência e só
deu pela coisa na hora do embarque com uma mala cheia de todo
tipo de drogas que ele pensava em ganhar alguma coisa em Marte. Na
terra tudo agora era livre e a maior parte da juventude usava de tudo
ou não usava nada. Quem na se drogava eram mandatários em todos
os setores principalmente do serviço publico, os drogado eram
dependentes dos governos ou dos que trabalhavam. Tais pessoas eram
consideradas párias, mas a quantidade era muito grande e viviam em
guerra constante entre si e o governo que não os atacavam se não
fossem atacados, mas quando algum drogado feria um personagem
considerado descente, a policia o rastreava e matava, Margarida era
boa moça e não viciada em drogas, mas o coração não obedece à
razão e se apaixonou pelos olhos castanhos e o jeito desprotegido de
Sergio, achou que se ele não estivesse perto das drogas ele deixaria os
vícios. O plano deu errado e agora ela estava ali só e arrependida.
Por contrato ela só poderia regressar a terra depois de um ano de
permanência no planeta, não via uma solução, mas não a procurou,
pensava que ninguém lha daria ouvidos e fez a única coisa que
acreditou que a livraria de todos os males. Na sua micro nave que todos
tinham iguais e eram as substitutas das motos antigas, ela saiu das vistas
dos amigos e saiu da grande gleba procurando por nada em lugar
nenhum, entrou numa ravina de arbustos densos, desligou seu veiculo e
como era experta em computação, desligou o sistema de
rastreamento, após escondê-la bem entre os arbustos se preparou num
ritual triste para o que se propusera, forrou um lençol branco e enfeitou
com flores silvestre, deitando se sobre elas cobrindo-se o máximo com
outras que deixara ao lado. Após achar que estava pronta,
simplesmente cortou os pulsos com um antigo estilete se preparando
para ser a primeira pessoa a morrer em Marte.
Mary Josi e João Correia, dois jovens que estavam dividindo uma
casa e sócios numa gleba à beira do grande rio, acharam que
poderiam ser uteis com suas experiências em vegetais de toda espécie,
nisto a especialista era a Mary, mas quem disse que João a deixaria ir
sozinha, requisitaram uma nave maior e mais confortável para os dois
que incluía dormitório e a exemplo de muitos que estavam prestando
serviços extras no planeta, partiram para a aventura maior, “serem uteis
a coletividade”. Nas primeiras florestas as árvores cresciam rapidamente
e atingiriam grandes alturas, “um terço maior que as árvores da terra”,
isto por causa da menor gravidade, assim como se esperava que os
próprios animais também ficassem maiores que seus antepassados,
incluindo os futuros humanos que ali nascessem. O trabalho era
importante e já tinham catalogado vária espécie de vegetais, como as
ravinas e grotas eram mais sujeitas às anomalias genéticas com
pequenas mudanças de algum espécime, eram estes locais os mais
procurados pelos dois cientistas poetas, e foi assim que para a sorte da
jovem Ana Margarida eles entraram justamente onde ela estava
agonizando, mas já sem sentir dores , pois, caíra num sono profundo e
mortal.
Não eram médicos, e não podiam fazer muito, muito pela jovem
a não ser chamar o socorro, por outro lado sabiam que a linda jovem
seria mandada de volta aterra e nunca mais poderia voltar a sair de lá,
eles não sabiam o porquê da atitude de uma pessoa tão jovem muito
mais do que eles faria uma coisa tão idiota como atentar contra a
própria vida, mas não tinham como saber e resolveram apelar para o
único amigo que poderia ajudá-los. Entraram em contato com o próprio
comandante Mirote e num canal exclusivo para os poetas amigos é
que foram atendidos, explicaram à situação cheios de afobamento,
mas o comandante percebeu logo a preocupação dos seus amigos e
chamou um médico seu conhecido de muitos anos e que chegara com
ele em Marte como diretor da equipe médica. Chamou o amigo e
expos a situação, no mesmo instante ele e a equipe estavam partindo
para o local à velocidade do pensamento, a nave foi programada
para estacionar à três metros de altura do sinal emitido pela nave de
João e Josy, do instante que recebera o comunicado até estarem lá
tinham se passado menos de três minutos, o sangue tinha sido
estancado e esta ação salvou a moça da morte, a equipe não perdeu
tempo e em poucos minutos a moça reviveu. Seus pulsos foram
fechados com tecnologia tão avançada que no local não ficara
nenhuma marca.
Enquanto a equipe de quatro pessoas todos mais amigos do que
subalternos de Mirote e o Dr. Helio trabalhava os Três outros amigos
resolviam o que fazer. Quando a moça voltou a si, ficou envergonhada
ao ver o comandante em pessoa ali junto dela e começou a chorar.
Josy a abraçou e o Mirote confortou-a dizendo que tudo iria dar certo.
Quando ela se acalmou, para não fazê-la contar uma história que lhe
causaria dissabores, o médico perguntou se ela permitiria que ele
colocasse nela uma sonda RT ou: “sonda razão tempo”. Ela permitiu e
foi levada a um estado hipnótico, no mesmo instante uma tela
começou a mostrar sua vida desde dois anos antes, tempo que ele
julgou ser suficiente para descobrir o que a fizera tomar tão drástica
decisão. Quando viram o que aconteceu todos se emocionaram, nos
tempos modernos era difícil alguém se dar ao amor como ela. Mirote
resolveu que a ajudaria como pudesse, começando por pedir a todos
ali que mantivessem segredo absoluto sobre o que acontecera. Não
era o procedimento correto, mas o coração às vezes fala mais alto do
que tudo e neste instante os corações ali presentes é que falaram por
eles.
Ana Margarida acordou do transe e Mirote dispensou a equipe
médica, consertando a pequena nave de Ana e partindo com ela para
certa casinha que ele conhecia bem e frequentava. Antes de partir
pediu a João e Josi para encontrá-los à noite no destino que ele lhes
revelara e se foram.
”CAPITULO 28”
Ana ainda sonolenta dormiu novamente, Mirote pilotava devagar
a nave aproveitando para ver os progressos realizados na grande
gleba, havia digitado uma mensagem para seu amigo Jacó com cópia
para Fábio Brandão, mas dirigiu-se primeiro à casa do seu amigo Jacó.
Quando chegou ele já o esperava e pediu para subirem ao segundo
andar da casa, Ana estava encantada com a casinha enfeitada por
Yasmim com flores de todo tipo, no segundo andar eles construíram um
Jardim de inverno com uma pequena estufa onde cultivavam
orquídeas uma paixão do casal, neste jardim bastante amplo os dois
escreviam suas histórias já vividas no novo mundo. Jacó pediu para ficar
a sós com Ana Margarida e se apresentou de maneira bem natural
para ela, como um homem que gostava de conversar e entender as
pessoas, Ana pensou que talvez ele fosse um psiquiatra, mas ele
praticamente adivinhando seu pensamento desfez este engano
dizendo-lhe francamente que não era médico ou não se considerava
isto, apenas era um amigo do comandante de longa data e o amigo
confiava nele, e deveria ter gostado muito dela para vir pessoalmente
trazê-la e lhe pedir que conversasse com ela. Ana ficou mais tranquila e
disse que gostaria sim de conversar com ele.
Jacó lhe disse: - antes de conversarmos quero que veja algo e
acionando o controle remoto ligou um painel de três metros de largura
por dois de altura. Começou a aparecer desenhos animados
mostrando historinhas diversas todas relacionadas ao trabalho e a vida,
pequenas criaturas que tinham às vezes apenas alguns dias de vida,
mas que a viviam na sua plenitude até que a vida deixasse de existir. O
tamanho dos animais começou a aumentar e a voz inconfundível de
Jacó, grave, mas sem ser metálica e ferir os ouvidos começou a
descrever, explicar e tecer um parecer de cada um dos animais que
surgia na tela. Ana foi mergulhando na narração maravilhada com
cada história que ele contava e assim foi até chegar ao ser humano... -
Ana Margarida, este é o mais perfeito e complicado animal já criado,
falou Jacó, por algum fator desconhecido recebemos o dom maior que
pode existir, “a inteligência” Talvez outros animais cheguem a
desenvolvê-la tanto quanto nós, mas ainda vai demorar muito tempo,
mesmo com a ajuda da ciência e tecnologia atual.
É difícil explicar o porquê de termos mudado tanto nosso
comportamento e fugido dos padrões que seria correto na natureza.
Uma manada de cabras tem um líder macho que é capaz de copular
por anos a fio com todas sem necessidade de outro macho, estes mais
jovens tem sua vez, mas geralmente depois do macho chefe ter já
garantido sua descendência, isto vai até que tenha um macho capaz
de desafiá-lo e dividir a manada formando outro bando, assim é quase
com todos os animais chamados irracionais. A inteligência mudou o
comportamento que seria natural no homem e na mulher, criou-se o
sentido de união de grupo onde dividindo poderiam ser mais fortes, a
mulher aceitava as mudanças pacificamente já que isto garantia a ela
e seus filhos, segurança e bem estar. Até que ela acordou para ocupar
o seu lugar correto num mundo comandado pela inteligência. Assim é
agora e isto não está mais sendo dividido para unir, esta se tornando
uma separação perigosa e esta sua dedicação por um macho como
você demonstrou, seria louvável se ele correspondesse da mesma
forma, mas o seu Sergio não é o ser que precisa de proteção de
ninguém, é mau caráter, é ruim de coração e não pensou duas vezes
em desistir de você para satisfazer seus próprios vícios.
Fez uma pausa e esperando a reação da moça, comoveu-se ao
ver algumas lágrimas escorrerem pelos lindos olhos verdes claros da
garota, ela nada disse e ele continuou. Você com seu ato mostrou que
ainda é possível ao jovem sentir muito amor e o fato de ter tentado
trazê-lo para este mundo tentando livrá-lo das drogas prova isto, mas
também mostra o porquê da fêmea ter aceitado por tanto tempo
serem subjugadas pelos machos numa posição inferior e às vezes
deprimente até levá-las a uma reação com o apoio de homens com
uma visão mais larga do que a do machismo e incompreensão. A
fêmea tem o sentimento da ternura e o que deveria ser apenas para
seus filhotes é estendido para todos os que se mostram frágeis numa
clara mostra de que ela é o animal mais apropriado para dominar o
universo, o homem está se destruindo exatamente pela sua força e
arrojo, ele não sabe como lidar com as situações de poder que acha
que tem e o fato de estar sob a supremacia feminina, aí se entrega ao
vicio, a degradação e acaba sucumbindo engolido pela sua própria
falta de dialogo no sentido de dar e receber.
Sobram alguns homens e isto quer dizer entre quarenta por % que
tem esta capacidade de compreensão. Os outros sessenta por %
arrastam com eles trinta e cinco por % de mulheres que são incapazes
de sentimentos nobres por alienação ou por defeitos congênitos. Mas é
um número bastante representativo e que poderá decretar a extinção
do antigo sistema de sobrevivência onde a mulher vai ser a parte
dominadora e o home agirá como coadjuvante, salvando-se alguns
espécimes. Pode ser que até chegarmos a isto, haja guerra entre os dois
sexos e aí poderemos estar decretando outra fase, a era onde o ser
humano se extinguirá dando ensejo a que outras espécies venham a
desenvolver á inteligência. O fato de estarmos indo para a conquista de
outros mundos pode salvar a humanidade e ai é que você deve
valorizar a sua vida, para participar deste processo preocupando-se em
dar esta sua maternidade para mais pessoas do que apenas um que
não o merece.
Enquanto falava, a tela mostrava situações de caos da
humanidade através dos tempos, mostrava homens altruístas que
davam a vida pela coletividade outros que eram monstros movidos
pela ganância, vícios e poder, corrompendo e transformando seres
mais simples em instrumentos para alcançar seus fins criminosos, isto
levou Ana Margarida a se revoltar com o que tentara fazer, ela sentiu
que a vida tem um sentido muito mais amplo do que cuidar apenas de
uma vida, envergonhou-se do seu ato e chorou novamente, Jacó a
abraçou num gesto de conforto, sabendo que alcançara seu objetivo:
colocara aquela cabeça para fazer parte de um corpo. Desceu
abraçado com ela para o andar térreo onde Mirote e Yasmim,
tomavam café e falavam de velhas histórias da terra. Yasmim pegou a
menina pela mão e a arrastou para um passeio na beira do rio, Ana
sentiu que ia saber de mais coisas sobre a vida. No entanto, a jovem
senhora apenas andou com ela pelos caminhos cheios de flores à
margem das águas claras do Amazonas Marciano, numa pedra à
sombra de uma jovem palmeira se sentaram e Yasmim perguntou a ela
se conhecera o comandante Mirote antes deste dia. Ela respondeu que
não, o conhecia de ouvir algumas alusões sobre ele ser o comandante
da RM 0I a jovem mulher lhe disse: - ele a conhece do planeta Terra,
Ana levou um susto e perguntou, - como assim? Yasmim explicou,
quando ele quis saber da sua vida na terra descobriu que fora amigo
da sua mãe e entrou em contato com ela, sua mãe contou-lhe que
não sabia de você desde que se juntara com Sergio e agora... - Que foi,
perguntou Ana? - Bem sobrou para mim a parte mais difícil, vamos lá.
Sua mãe contou que o Sergio quando saiu das dependências de
triagem carregando as drogas, foi atacado por bandidos que queriam
as drogas ele resistiu e foi vitima de disparos de armas de fogo e faleceu
no local. O pai dele foi avisado e por sua vez fez a sua mãe saber, mas
ela não sabia onde você estava. Ana voltou a chorar, mas agora
apenas como desabafo e sentida pela morte do namorado, no
entanto, não sofreu nem se desesperou. A longa conversa com Jacó a
fez ver a vida de outra maneira, estava convencida de ter feito tudo
errado, sentia pelo Sergio que era seu primo e talvez por isto o tenha
amado com todo aquele sentimento, mas ele se foi e ela estava viva e
queria aproveitar esta vida com gosto e não a desperdiçando como
antes. Pediu a Yasmim para retornarem e voltaram conversando agora
já como boas amigas. Perguntou ao comandante se poderiam retornar
a base e com sua aquiescência despediu-se de Yasmim e Mestre Jacó
prometendo voltar para ficar uns dias com eles se eles o permitissem.
Claro que a resposta foi positiva e eles partiram.
Ela riu e perguntou a Mirote se ele sempre pilotava assim
devagar? Ele disse: - nem sempre, mas quero falar mais com você e o
melhor é ir sem pressa. Ela propôs que eles fossem ao Recanto das Artes
comerem alguma coisa enquanto conversavam. Ele aceitou até
agradecido, assim veria seu compadre Arauto das artes e conheceria
sua netinha a décima a nascer m Marte filha do seu amigo com Miriam.
Encostou a pequena nave e foi recebido com festa pelo amigo que
deixou Ana com Mirian e a pequena Ellis e foram tomar uma cachaça
que ele estava fabricando artesanalmente e servindo apenas para os
bons amigos que apareciam lá, depois de saber do sucesso que estava
sendo o recanto ele pediu licença e explicou que precisava ficar um
pouco a sós com Ana e o amigo já querendo casá-lo de novo riu e
falou: - agora vai. Ele nem respondeu, adorava aquele amigo e sabia
que ele nunca ia descansar enquanto não o visse amarrado riu e foi
sentar-se com Ana que estava se servindo num dos nichos de comida
do recanto. Ele se serviu de um bife grosso de filé mignon, fritas, arroz e
um copo de suco, após a parca, mas saborosa refeição, ele perguntou
sobre a mãe de Ana, ela respondeu- foi bom perguntar, eu quero
justamente lhe pedir mais um favor,, não tenho sido um modelo de filha
para dona Márcia, mas gostaria de mudar isto se tiver um jeito de trazê-
la para viver aqui, quero dar a ela todo o carinho que faltou enquanto
eu vivia minha loucura de amor.
Mirote sorriu e disse: Chegará uma nave amanhã ás nove horas
da manhã e sua mãe vai estar nela, enquanto estava com Jacó eu
conversei com ela e a convidei a vir, uma vez estando aqui, é só uma
questão de convencê-la a ficar. Os olhos de Ana brilharam de alegria, e
Mirote pensou que finalmente ela estava descobrindo a vida.
CAPITULO 29
"SEGUE A VIDA"
Dirigiram-se para o oeste, tanto Ana quanto Mirote se encantavam com as paisagens vistas, dignas de “Roberto Burle Marx” quando avistaram a gleba de Jeane enfeitada de todas as flores, Mirote disse a Ana, esta garota que mora nesta gleba que mais parece o Jardim do Éden já se chamou Ana como você, só que de repente todos resolveram se assumir e ela preferiu usar seu verdadeiro nome, a exemplo de quase todos ali. Na próxima gleba ela pediu ao Mirote parar a nave e fez questão de chupar uma mexerica candongueira como ela gostava de chamar “a tangerina carioca” Mirote também experimentou, era uma das frutas que mais ele gostava e estas estavam doces e convidativas, mas sabendo que a melhor comida era a fornecida pelo sistema, comentou o fato com Ana e ela concordou, pois, estudara isto nos cursos de adaptação a Marte. Mirote fez questão de dizer que aquela Gleba era dos seus amigos Otavio e Clarice odontólogos da RM 01 de quem tinham muito orgulho, pois, além de renomados na profissão não esqueceram este amor pelas coisas simples da vida e viviam ali com o primeiro filho e com Clarice que ele chamava de neto e carregando um barrigão esperando uma menina.
O velho comandante lembrou-se que estava devendo uma visita aos dois e também a sua amiga Jeane a linda loura que balançara seu coração, mas ele demorou muito para se decidir por alguém e como a fila anda acabou tendo de realizar o casamento dela com o amigo Milton que chamado para uma missão em outro planeta acabou se divorciando dela preferindo ficar em Marte. Eram bons amigos e agora até que ele pensava que poderia tentar conquistá-la, mas o medo da idade o detinha. Melhor continuar conhecido apenas como o velho Mirote sem pensar em casamento, tinha grandes amigos e amigas com quem contava sempre para um tete a tete e às vezes até para um rala e rola normal. Ali em Marte como em todos os lugares habitados, sexo era uma questão de química e lugar, se estivessem a sós e pintasse um clima não havia porque não se entregarem aos prazeres da carne. Tinha outras boas amigas e amigos que estavam como ele na velha ordem criada para designar os que não tinham compromisso sério, a ordem do: “titico no fubá”. Assim por mais que o coração balançasse por uma mulher o sentimento não mudaria por ter feito
sexo com a amiga dela, não nesta mesma ordem. Pois, valia para “A” e para “O”. Estava devendo muitas visitas, não que tenha passado muito tempo sem ver os bons amigos, e sim por haverem muitos amigos espalhados pelo planeta. Teria de ir a noite ao casamento do seu amigo Saigon recém-divorciado e resolveu se casar de novo desta vez com uma das gêmeas que tinham o mesmo nome, a que ia se casar com ele era Yasmim a primeira a vir para Marte que tivera um casamento não muito feliz e divorciou-se logo, alegando incompatibilidade de gênios, ela queria filhos ele queria cachaça, ela queria ir ao Recanto das Artes ele queria ir jogar truco no clube dos cafonetes, ela queria ir para o rala e rola ele dizia que estava com sono... Com certeza ela teve razão de pedir o divórcio, sua irmã gêmea que ficara na terra, estava vivendo dias difíceis e decidiram que seria melhor ela tentar vir morar em Marte, O fato de a irmã ser uma pioneira e estar morando no planeta facilitaram as coisas e ela num belo domingo desembarcou na grande gleba. A chegada foi com muitas festas de amigos de Yasmim Rosa que portavam cartazes com os dizeres bem-vinda Yasmim Dália, sua irmã que tinha passado relacionamentos sem compromisso sério na terra, se encantou com o Jacó, garoto garboso e poeta cantante de fala macia e olhar honesto e que transmitiam confiança ao primeiro olhar, foi amor à primeira olhada e logo ela estava se mudando para a casinha florida na beira do rio, o casamento se deu dois meses depois de sua chegada e pelo que estava parecendo era para toda a vida, tudo deles era bem planejado, filhos eles queriam, e estavam programando o primeiro para o próximo ano ou dentro de seis meses. Yasmin Rosa ficou um ano solteira e tico, tico no fubá assim como Saigon, até se encontrarem, quando no baile de inauguração do Recanto das Artes que se daria depois da apresentação da peça “Vai quem quer” escrita e dirigida por Walquiria “Regina Estrela” das poucas, ela era uma das que manteve o pseudônimo escolhido, pois, fora adotado ainda na terra e era famoso pelas grifes conhecida no mundo todo. Quando o baile começou Saigon encantado com o desprendimento de Yasmim Rosa e o sorriso de menina travessa a convidou para dançar e “sê fini, ficou na boca do Brasi.”
Não se largaram mais e aos poucos o folguedo e a convivência juntos,
foi dando lugar às responsabilidades e agora ela estava grávida de dois meses, resolveram se casar com toda a pompa que tinham direito, o casamento seria realizado na igreja construída pelo teólogo Fábio Brandão, que não se deixava chamar de pastor, padre, rabino ou qualquer outro titulo religioso, era simplesmente Fábio, “o amigo e confidente Fábio” comedor incorrigível de periquitas que estivessem dando sopa, tinha tido um caso sério com uma menina de olhos amendoados que amava ficar na prainha que ela apelidara de Guriri 2, na terra ela morava em Cachoeiro de Itapemirim, mas quando ia para a praia era em Guriri onde passava seus dias de folga, conhecera Yasmim Rosa e as duas ficaram grandes amigas, e resolveram fazer a prainha Guriri 2 no grande rio, onde se queimavam sempre nuas junto aos amigos que frequentavam o local. Fábio se encantara com ela e a chamava de minha pequena Rebeca, ainda tinham encontros casuais, mas nada muito sério, ela queria um caboclo para ter filhos e Fábio não fazia este tipo, era destes que
seria chamado solteirão convicto. Rebeca era a madrinha de casamento de Saigon e da amiga Yasmim e já tinha recorrido à amiga Walquiria para saber como se vestir para a ocasião, claro que Walquiria atendeu, assim como todos os vestidos incluindo o de noiva foram escolhidos por ela que sabia o que era melhor e agradaria a todas.
O comandante aproveitou para perguntar a Ana se já tinha com quem ir
ao casamento e ela disse que não recebera convite, pois, não conhecia os noivos. O comandante disse que se quisesse ela poderia ir com ele, isto se não ficasse constrangida de ser acompanhada por um homem velho, ela riu e disse que aceitava sim, afinal ele estava sendo tão gentil com ela... Avistaram a casa de meditação e a moça se sentiu confortada só com a visão da moderna construção, foi apresentada a Fábio que ainda bem estava acompanhado de Victória, outra que estava tico, tico no fubá e gostava de estar junto com o come quieto... “Que mentira deslavada” nisto Fábio não imitava os mineiros do planeta terra, comia e fazia questão de fazer propaganda dos seus dotes masculinos deixando a mulherada tico-tico assanhada e com vontade de conhecer o garanhão, o comandante apostava que se ele não estivesse com Victória em vez de conselhos espirituais ele ia era partir pra cima da mocinha Ana. Gostava de todos os seus amigos e Fábio era um dos homens que ele confiava, assim como Saigon “o eterno moleque travesso”, Arauto, Jacó e tantos outros que o fizeram sempre se sentir um homem capaz e de bem com a vida.
Fábio abriu as portas da casa de oração e convidou os três amigos para
se acomodarem separadamente, subiu ao púlpito, não disse nada, curvou sua cabeça e fez uma oração silenciosa, era uma sábia atitude do mestre, os que assistiam de maneira automática imitaram o gesto, e fizeram uma oração ou apenas meditaram sobre coisas boas. Depois de dois minutos, ele abriu sua bíblia e olhando com firmeza para os amigos repetiu sem olhar para a bíblia o que estava escrito ali e que ele sabia de cor e salteado. A Bíblia diz em Coríntios 2/ 4:8-9 “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados”; Amigo hoje à bíblia é considerada por muitos como apenas mais um livro criado pelos expertos do passado para enganar os incautos que temiam o que não podiam explicar, mas como profundo estudioso deste livro eu posso afirmar que ele é ainda o livro que mais pode fazer bem ao ser humano que está atribulado, aquele que se encontra num beco sem saída, desesperado e achando que a vida não tem mais perspectiva e acabar com ela é uma solução. Fez uma pausa e deixou que os presentes pensassem nas suas palavras. Recomeçou a falar sem tocar mais na palavra morte e sim ressaltando a vida. A bíblia nos ensina muitas formas boas para vivermos, hoje não é mais possível admitirmos a vida após a morte como um prêmio para os bonzinhos e a punição para os maus, precisamos ter fé na vida que temos e vivê-la de forma plena, pois, só temos poucas opções referentes à religião, acreditar que existe vida depois da morte, acreditar que retornamos e nos reencarnamos, ou acreditar que um dia Deus virá novamente a terra e despertará os mortos para um julgamento, este é um preceito cristão que vem desde quando o homem passou a usar sua inteligência para tentar desvendar os mistérios ou acreditar que após a vida, se dorme um sono e não existe mais nada.
Eu não sou o dono da verdade, mas tento repassar aos amigos o que
acredito que seja saudável para um bom viver. Tenho em Cristo só bons ensinamentos, se alguém me disser que ele não era filho de Deus, eu não vou brigar por isto, pois, sei que ele era sim e como todos nós que também o somos. Mas entre acreditar que um homem bom, que viveu sua vida fazendo o bem e por isto se sagrou santo após sua partida, eu prefiro acreditar em Jesus que deixou infinitos conselhos sobre o amor que enleva o espírito e traz paz para um viver com dignidade e a realização do que é bom e construtivo para o desenvolvimento da humanidade “Ele” é o santo dos santos. Acredito que o ser humano ainda vai demorar em saber quem é Deus, a força fantástica que criou o universos e tudo o que podemos saber ou imaginar que existe. Talvez nunca venhamos, a saber, como realmente ele é, mas para aquele que como eu acredita que ele está aqui e agora, certamente vai passar bem pela vida e dormirá o sono tranquilo sabendo que “Ele” estará segurando sua mão e o guiando sempre. E como eu não posso obrigar ninguém a pensar como eu, posso pelo menos dizer ao mundo que nossa inteligência é um grande presente e nos foi dado por alguma razão, para que alguém pudesse ver, sentir, imaginar, pesquisar e, sobretudo amar a quem deu inicio a tudo o que existe. Esta nossa inteligência tem de prevalecer sobre nossos desejos mesquinhos de pensarmos que vivemos em função dos nossos prazeres unicamente, e sim que temos a missão de participar dos destinos da humanidade vencendo nossos desafios e conservando o presente que é a vida. Que o meu Deus vos abençoe. E que o amor esteja sempre com todos, amém. Ana agradeceu as palavras do mestre e ainda meditativa deixou a casa de oração, Mirote se despediu do amigo e Victória e entrando na nave junto com Ana voltaram a base chegando com o final do por do sol e avistando a lua Fobos que já era visível no lusco fusco do anoitecer. Despediram com algumas lágrimas de Ana agradecendo ao velho senhor pela preocupação e tempo gastos por causa da sua insensatez, o comandante simplesmente se despediu lembrando a ela que na manhã seguinte teriam de esperar a chegada de sua mãe no espaço-porto.
Dia seguinte eles levantaram-se cedo e foram para o local de desembarque, no minuto marcado a nave se materializou e eles viram descer os passageiros vindos da terra, Esperança Vaz desceu olhando para ver se descobria a filha entre o aglomerado de pessoas que foram ali esperar por parentes ou amigos, viu a pequena figura da filha correr e abriu os braços para receber aquela que era a razão da sua vida e que a fizera desistir da viagem retornando a Terra quando a RM 01 ainda estava na Lua, pois ficara sabendo que sua filha por causa do primo estava em apuros, não teve coragem de retornar e até receber o contato do seu amigo e comandante, não sabia do seu paradeiro. Depois do acontecido, Mirote tinha estado várias vezes falando com ela e colocando-a a par dos acontecimentos tranquilizando-a quanto à Ana, por isto mesmo, o encontro foi festivo e sem cobrança, agora estava confiante de que realizaria o sonho de conhecer Marte e viver uma vida sossegada perto da sua filha. Seu ex-marido fora se despedir dela, mas não quis vir a Marte, tinha outra vida na terra e tinha medo de viagens de avião, e nem sonhava viajar numa coisa que desmanchava o passageiro e o refazia em seguida como se
fossem apenas bonecos. Sua filha viria vê-lo se sentisse saudades, davam-se bem apesar de tudo.
“CAPITULO 30”
“FINAL"
E aconteceu! Foi um casamento cheio de pompa, a noiva linda e paparicada por todos os poetas, desfilou soberana sobre a passarela do recanto das artes montada exclusivamente para estes eventos, o vestido com uma cauda de quinze metros deslizava num ritmo cadenciado com os passos delicados da linda noiva aplaudida pelos amigos e amigas, principalmente os ainda, tico-ticos, que já sonhavam que um dia estaria ali naquele palco participando de um evento similar. O noivo garoto querido por todos num terno Armani ultima moda estava com um sorriso de orelha a orelha, afinal o garoto se deu bem e realmente é até possível que se case na vida real com Yasmim que não sabemos quem é na realidade... A não ser o contista... Ô carinha enxerido! Arauto o incansável artista, fez as apresentações junto com a promoter do evento "a também sempre elétrica Regina Estrela", foi uma festa de arromba! Tudo caminhava perfeitamente dentro do previsto, Esperança Vaz e sua linda filha Ana... “Que disparate!” A mãe linda e maravilhosa com sua carinha de Úrsula Andress alguns meses mais jovem do que a filha, por ter chegado depois a Marte. Acompanhada do comandante Mirote atraíam os olhares masculinos a ponto do comandante se manter mais afastado pelo fato de sentir-se muito idoso. Sua amiga Ana percebendo o seu embaraço, veio ficar perto dele já dizendo, ligue não comandante suas velhas amigas ainda estão aqui. Ele riu. Velha, ela disse... Ainda não tinha completado a idade física de dezenove anos, e estava linda como sempre, outra amiga passou e beliscou sua bunda discretamente, era Rebeca como a dizer: - tô de olho em seu Mirote. O casamento seria abençoado na igreja pelo orientador Fábio Brandão, que já tinha avisado a todos que ia beijar a noiva e Saigon brincava, vai não, daqui pra frente só eu beijo a noiva. Sarah e Cid Teles entraram orgulhosos e exibindo o pimpolho recém-nascido acomodado no carrinho flutuante, assim como Vantuílo e Rosilene, Dosan e Zeni Oliver Joey e Lenir e todos os jovens que já tinham contraído núpcias exibiam seus herdeiros. Todos os poetas casados e tico ticos no fubá deram uma salva de palmas aos noivos que provavelmente iriam escapar no meio do baile ou quem sabe, “antes, para a ilha dos amores”, uma ilhota no meio do grande rio e que havia sido criado apenas para este fim, “abrigar casais em lua de mel”. Eles ficariam lá duas semanas sozinhos e só então começariam a receber visitas. Depois da terceira semana todos se reuniam lá e com grande estardalhaço traziam os nubentes para a casa onde iriam residir e criar uma família. Neste dia era considerado o fim da lua de mel e os amigos passavam o dia junto com o casal bebendo a
bebida oficial de marte e comendo com todos os gostos, mas que só faziam bem para o corpo enquanto ouviam a banda de Arauto.
A febre de viver num lugar de paz tinha atraído todos os idosos para Marte, pois a chance de ter uma nova vida era um atrativo irresistível e com isto quase que se podia dizer que o céu existiu sim para os bons, pois quem havia tirado a vida de semelhantes ou levara uma vida de violência causando a morte de pessoas inocentes era recusado e não tinha como morar ali, a lei era clara e foi muito discutida, mas no fim as diretrizes prevaleceram e isto começou a servir como alerta, pois seria adotada para todos os planetas que fossem ocupados pela humanidade. As pessoas começaram a tomar consciência de que a vida tinha de ser dirigida para o bem da coletividade e engrandecimento da espécie privilegiada com a inteligência para dominar os cosmos. Marte estava vivo e com ele a promessa de finalmente a paz reinar para todos os seres humanos. Que o grande Pai esteja sempre iluminando seus caminhos, muito obrigado a todos que leram, comentaram e participaram deste evento.
O final do conto será com a postagem dos escritos de todos os amigos que escreveram alguma coisa sobre a viagem e enviaram para o contista, mas não será editado com o conto que pretendo postar no e-livro, pois, não seria justo se houver uma publicação oficial, ter os seus crédito engolidos num livro sem remuneração, Se isto vier a acontecer será com a aquiescência dos que fizeram seus próprios textos.. Mais uma vez obrigado aos poetas do Recanto das letras. “Paz a todos”.
Valdemiro Mendonça
“Trovador das Alterosas”