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VALORES ATRAVÉS DA LITERATURA
Iraci Maria Sassi 1
Ms. Renata Adriana Souza 2
Resumo
Acredita-se que a leitura estimula o raciocínio lógico e crítico, levando o leitor a conhecer mundos diferentes, a sonhar, a imaginar, enfim, a leitura é uma das maneiras fundamentais para formar cidadãos livres. Assim, com base na leitura e em estratégias do letramento literário pretendemos, com esta pesquisa, abordar a importância da educação de valores, da valorização do senso crítico para formação do indivíduo, bem como sua importância para formação de cidadãos críticos e emancipados. Ao se observar a fragilidade emocional, as dificuldades em se conviver com o outro, bem como a baixa autoestima apresentada pelos alunos, pensou-se em realizar um trabalho voltado para as leituras (fábulas, apólogos, contos, poesias, música e textos diversos), com o intuito de motivar e levar o aluno a refletir sobre o material lido, tendo em vista sua formação pessoal. Acreditamos que as leituras realizadas podem contribuir para aumentar o senso crítico em relação à sociedade. Desse modo, este trabalho foi desenvolvido como resposta para uma reflexão de cunho emocional, onde despertou-se nos alunos o crescimento pessoal e o bom relacionamento com o outro, uma vez que a leitura acalma, ocupa o tempo de maneira criativa e permite, sobretudo, sentir. Além disso, o trabalho desenvolvido teve como base a teoria do letramento literário de Cosson (2007), que consiste em uma proposta que permite aos alunos não apenas a capacidade de ler texto em verso e prosa, mas que saibam entendê-los efetivamente através de uma experiência estética, deixando de lado a condição de simples expectadores para se tornarem leitores literários.
Palavras-chave: Leitura; Valores; Literatura.
1 Introdução
Os valores são de suma importância para a formação moral do indivíduo.
Assim, a realização de um trabalho que resgate esses conceitos e que sejam
realmente vividos pelos indivíduos, é fundamental.
1 Aluna do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional - 2013 da Universidade Unicentro –
Universidade Estadual do Centro-Oeste. 2 Professora Orientadora.
Perante os problemas e conflitos da sociedade atual, faz-se necessário
encontrar diferentes metodologias que motivem e estimulem os alunos, de forma
preventiva, na educação de valores éticos e morais. Assim, acredita-se que a prática
da leitura é fundamental para a integração do indivíduo no contexto socioeconômico
e cultural. O ato de ler abre novas perspectivas na criança para se tornar um
indivíduo crítico diante da realidade. Desse modo, com base em textos literários,
foram feitas discussões em sala de aula com o intuito de contribuir para uma
formação mais crítica, reflexiva e no resgate de determinados valores éticos de
nossa sociedade.
Este trabalho teve como objetivo principal abordar determinados valores
relacionados à ética humana tendo por base o texto literário, assim como contribuir
para a formação de um leitor crítico no meio social. Além disso, a leitura foi
estimulada através de atividades realizadas dentro e fora do ambiente escolar, tendo
em vista a pertinência de temas e complexidades de interpretação.
Para a realização deste trabalho optamos pela teoria do letramento literário,
pois com a sequência básica colocada por Cosson (2007), entendemos que a
motivação é um passo fundamental para introduzir a leitura e a interpretação. Os
alunos devem sentir prazer na leitura, na descoberta do novo e que o aprendizado
não se restrinja somente à Língua Portuguesa, mas sim a todas as áreas do
conhecimento. Nesse sentido, o letramento literário contribui para o desenvolvimento
da comunicação do aluno, levando-o a uma melhora na expressão de suas ideias e
pensamentos por diferentes linguagens, da escrita, da interpretação e da
compreensão de textos.
Para tanto, os alunos tiveram contato com autores representativos da
literatura universal, fazendo exercícios no intuito de resgatar valores humanos
positivos e necessários a formação dos alunos enquanto sujeitos de nossa
sociedade. Como resultado de nosso trabalho, os alunos realizaram diferentes
produções a respeito das discussões realizadas sobre o conteúdo visto.
O projeto foi aplicado na turma do 7º Ano “B” no período matutino, no Colégio
Estadual Padre Sigismundo – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, município
de Quedas do Iguaçu – PR.
2 A Leitura no Ambiente Escolar
Como o livro é um dos bens culturais de que a criança deve se apossar desde
cedo para melhor conhecer a realidade em que vive e dela participar, cabe à escola,
instituição de ensino sistemático, a tarefa de conduzir o educando, à aprendizagem
e a prática da leitura.
Desse modo, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa da Rede
Pública de Educação Básica do Estado do Paraná (2005, p.23) ressaltam que:
Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio de práticas sociais que consideram os interlocutores, seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais, além do contexto de produção/leitura.
Assim, seria difícil conceber uma escola onde o ato de ler e escrever não
estivessem presentes. Isto ocorre porque o patrimônio histórico, cultural e cientifico
da humanidade se encontra fixado em diferentes tipos de livros. O acesso aos bens
culturais, proporcionados por uma educação democrática, pode, muitas vezes,
significar os acessos aos veículos onde esses bens se encontram registrados, entre
eles, o livro.
É, pois, principalmente no âmbito da escola que as expressões aprender a ler e ler para aprender, ganham o seu primeiro significado, inclusive, os efeitos que devem ser conseguidos pelo trabalho pedagógico na área de formação e preparo dos leitores (SILVA, 1981, p.58).
Um dos objetivos básicos da escola é o de formar o leitor critico da cultura
que está encarnada em qualquer tipo de linguagem verbal e/ ou não verbal.
A escola brasileira ainda não estimula a leitura. O estudante não adquiriu o
hábito de ler, de buscar subsídios na biblioteca, limita-se às anotações de aula, às
apostilas ou ao manual único. Não pesquisa, não aprofunda, não cria. Estuda muito
menos para a vida do que para a prova, consequentemente, tem um universo
cultural reduzido, restrito, limitado. A leitura é, ainda, considerada como obrigação, e
não como atividade a que o aluno deve ser introduzido espontaneamente, como
deleite, como pesquisa ou como fonte de educação permanente: “É isso... A
televisão elevada à dignidade de recompensa... e, em corolário, a leitura reduzida ao
nível de obrigação...” (PENNAC, 1998, p. 52). Assim, a leitura é uma atividade de
percepção e interpretação dos sinais gráficos que se sucedem de forma ordenada,
guardando entre si relações de sentido.
Em uma perspectiva diferente, Cosson (2007, p.39) nos diz que: “Ler é bem
mais do que seguir uma linha de letras e palavras. Também não se restringe a uma
decodificação, nem depende apenas do texto”. Desse modo, ler não é apenas
decifrar palavras, mas perceber sua associação entre elas, o encadeamento das
concepções e as relações entre elas, ligando as ideias apreendidas com os
conhecimentos anteriores sobre o assunto, posicionando-se diante delas com
espírito critico, utilizar os conteúdos ideativos adquiridos em novas situações.
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, por isso, a posterior leitura
desta não pode prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e
realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por
sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto (Freire,
1987).
Diante isso, a leitura pode ser considerada como um dos meios eficazes para
conduzir o ser humano ao domínio da língua, paralelamente à formação de uma
personalidade consciente do “eu” em face da vida exterior e ao desenvolvimento de
uma mentalidade criativa.
[...] os leitores apropriam-se dos textos, lhes dão outro significado, mudam o sentido, interpretam à sua maneira, introduzindo seus desejos entre as linhas: é toda a alquimia da recepção. Não se pode jamais controlar o modo como um texto será lido, compreendido ou interpretado (PETIT, 2008, p.26).
A aprendizagem da leitura não diz respeito apenas às primeiras séries
escolares, mas é uma atividade continua e crescente que se estende por toda a
vida. É importante, portanto, que se formem, desde cedo, no indivíduo, hábitos
permanentes de leitura.
O interesse pela leitura, por sua vez, é uma atitude favorável em relação ao
texto, gerada por sua necessidade, que pode ser: tomar conhecimento genérico de
ocorrências atuais, seguir uma instrução, recrear-se, estudar. O indivíduo busca, no
ato de ler, a satisfação de uma necessidade de caráter informativo ou recreativo. A
quebra do interesse pela leitura ocorre a partir do momento em que a satisfação
dessa necessidade é atingida por outros meios ou não se concretiza.
Ao lado do texto escrito, estão os meios de comunicação de massa, num
avanço crescente e progressivo, oferecendo o mundo da cor, do movimento, do
som, da aventura, muito mais convidativo. E, enquanto a cultura audiovisual oferece
ao jovem uma enorme quantidade de materiais informativos e recreativos, a escola,
que é a entidade do ensino sistemático, com importante papel na formação do hábito
da leitura, vem afastando o aluno do livro, pois exige dele apenas comportamentos
baseados na identificação de fatos e repetições de dados, não lhe oferecendo
situações realmente desafiadoras, com ênfase no desenvolvimento de espírito crítico
e da criatividade, ensinando a pensar.
Desse modo, a promoção da leitura, na escola, só terá êxito na medida em
que se voltar para a realidade como ela é, e atender às necessidades da criança.“O
livro é um instrumento de conhecimento do mundo, como uma das diversas
ferramentas para a ação e transformação social” (SILVA, 1981, p.61).
Nessa perspectiva, devem-se considerar as relações existentes entre os
interesses de leitura e o nível socioeconômico, pois o ambiente social e familiar, em
termos de desenvolvimento cultural, profissões dos pais, poder aquisitivo, tem
influências nas atitudes de crianças em fase de leitura.
Com efeito, as atividades de leitura em sala de aula atendem a dois objetivos
básicos: informação e recreação. No primeiro caso, o texto fornece dados
específicos para um campo de estudo do currículo ou informações genéricas sobre
fatos da atualidade.
Segundo Silva (1981), a leitura recreativa não visa à aquisição imediata de
conhecimentos, mas ela é necessariamente pedagógica, uma vez que passa
sempre ao leitor uma mensagem. O livro será tanto mais agradável quanto mais o
aluno embrenhar-se no conteúdo humano contido no texto.
Enquanto a leitura informativa é alvo de todas as disciplinas, a leitura
recreativa, de livros de ficção e poesia, diz respeito especificamente ao professor de
Português. Portanto, ela deve ser uma atividade prioritária no programa de estudos
de linguagem. Seu exercício possibilitará, ao aluno, uma forma habitual de lazer, ao
mesmo tempo em que aguçará seu espírito de análise e crítica da leitura como
expressão cultural.
As preocupações acerca da leitura são inúmeras, uma vez que o principal
desafio dos docentes são as atividades relacionadas à leitura. Isso se dá devido a
quantidade de novas tecnologias disponíveis atualmente, como a internet, a
televisão e o celular. Esses equipamentos competem e dividem a atenção e o
interesse dos alunos com relação aos conteúdos ensinados na escola. Assim, o
letramento literário concedendo aos alunos não somente a leitura de textos, mas
também práticas de interpretação propiciando um maior conhecimento aos
discentes.
Esta teoria, do letramento literário, acompanha as três etapas básicas do
processo de leitura - antecipação, decifração do código e interpretação - e leva em
consideração o saber literário associado à função humanizadora da literatura
(Cosson, 2007).
De acordo com Cosson (2007, p.12), a linguagem literária compreende três
tipos de aprendizagem:
A aprendizagem da literatura, que se dá através da experiência estética do mundo por meio da palavra, e instiga os sentidos, os sentimentos e a intimidade, pois há uma relação tátil, visual, sensorial, emocional do leitor com o texto. A aprendizagem sobre a literatura, que envolve os conhecimentos de história, teoria e crítica; prevalência dos didatismos nos currículos escolares. A aprendizagem por meio da literatura, que está relacionada aos saberes e às habilidades proporcionadas aos usuários pela prática da leitura literária: ampliação do universo cultural do leitor através dos tantos temas humanos, sociais, políticos, ideológicos, filosóficos, dentre outros, que são tratados nos gêneros literários.
Desse modo, o prazer pela leitura literária nas escolas acontece com base na
mediação do professor e nas condições de leitura oferecidas dentro da sala de aula.
Os textos literários devem ser selecionados de modo que contribuam
significativamente para a ampliação do repertório de leitura dos alunos e que os
levem a serem leitores criativos e autônomos.
2.1 A Importância dos Valores na Formação do Indivíduo
O ensino e a aprendizagem da leitura pode levar o educando ao
desenvolvimento cognitivo, comunicativo e afetivo. Nesse sentido “a leitura pode
ocupar um papel formador, capaz de mudar os rumos da vida e reorganizar os
pontos de vistas, ao nos mostrar que estamos experimentando afetos, tensões e
angústias universais” (PETIT, 2008, p.50).
Então, a educação consiste não somente na informação e na transmissão de
conhecimentos, mas na integração dos indivíduos em diferentes culturas como a
linguagem, as tradições, as crenças e as formas de viver em uma sociedade
(Facundes, 2001, p.17).
Desse modo, educar a sociedade para que os valores éticos e morais se
perpetuem não pode acontecer por imposição, mas sim pela conscientização.
Assim, quando se tem uma sociedade educada com valores, ter-se-á uma
sociedade voltada para o bem comum. Nesta perspectiva, a escola que muitos
sonham é aquela que possibilite o aprimoramento do conhecimento, com acesso à
leitura, a escrita e que incentive os educandos na busca por novas ciências e novas
descobertas.
Para isso, a escola deve trabalhar os diferentes conteúdos de modo atraente,
objetivando a conquista do interesse pleno de seus alunos pelos conteúdos
ministrados. Levar os alunos a uma relação do conhecimento com a realidade em
que estão inseridos não é uma tarefa fácil, porém, cabe a escola contribuir para com
o desenvolvimento da sociedade.
Para tanto, a escola precisa assumir um caráter prático e importante para o
desenvolvimento do aluno. Este deve perceber que aquilo que está aprendendo lhe
trará bons frutos. Nesse sentido, a educação não pode se limitar somente a
transmitir conhecimentos tendo o aluno como mero receptor, deve sim, preocupar-se
com a formação geral do sujeito, educando-o para a ciência e para a vida.
Quem acredita nos direitos humanos procura transformar a possibilidade teórica em realidade, empenhando-se em fazer coincidir uma com a outra. Inversamente, um traço sinistro do nosso tempo é saber que é possível a solução de tantos problemas e no entanto não se empenhar nela. Mas de qualquer modo, no meio da situação atroz em que vivemos há perspectivas animadoras (CANDIDO, 1989, p.108).
Com isso, percebe-se na escola uma possibilidade de ensinar valores como:
direitos e deveres, cidadania, ética, ética na política e na vida pública, autonomia,
capacidade de convivência, diálogo, dignidade da pessoa humana, igualdade de
direitos, justiça, participação social, respeito mutuo, solidariedade, tolerância, entre
outros.
O aluno é antes de tudo, um projeto de vida, nunca um mero receptor. E a escola precisa lhe oferecer uma metodologia educativa eficaz, que atenda
cuidadosamente a atividade pessoal do aluno, deixando que ele estabeleça relações e deduza novos conhecimentos (IZQUIERDO, 2001, p. 260).
Para um resgate urgente dos valores acima citados, a escola é importante,
uma vez que é através dela que os alunos interagem uns com os outros. E a
convivência é uma forma de troca de experiências, vivenciando práticas que
transmitam valores em situações reais.
Como a escola tem como objetivo o ensino e a aprendizagem e a troca de
saberes, haja vista que ninguém nasce sabendo, mas aprendem através de relações
ensinam e ajudam a desenvolver a identidade, a pessoa que se quer ser, o equilíbrio
emocional que se quer ter e a maneira como se comportarão na fase adulta.
A escola tem a responsabilidade de formar um indivíduo com valores morais e
éticos, pois é na escola que se dá uma “educação racional que preserve no homem
a faculdade de querer, de pensar, de idealizar, de esperar” (GIKOVATE, 2001, p.72).
Assim, se a escola não cumprir seu papel de educadora em valores,
seguramente os alunos estarão limitados aos valores aprendidos e vivenciados
apenas no convívio familiar.
Como a escola é um lugar de aprendizagem, fica evidente que deve adotar
uma postura que além de garantir o conhecimento propriamente dito, garanta o
entendimento dos valores na formação do indivíduo que é o aluno, que a escola
deseja educar.
Assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente e no inconsciente (CANDIDO, 1989, p.112 – 113).
Portanto, a educação de valores na escola objetiva principalmente uma
mudança nas metodologias e também na postura das pessoas que compõe a
escola, como: professores, supervisores e diretores, orientadores, psicólogos e
demais funcionários, para que então, possa-se mostrar aos alunos a sua importância
para a boa convivência com os outros seres.
2.2 O Letramento Literário
Responsável pela alfabetização dos educandos, a escola tem a obrigação de
proporcionar discussões e atividades que levem em consideração às habilidades, o
conhecimento, as crenças, os valores e as atitudes fundamentais para a formação
de todo e qualquer cidadão. Dentre as habilidades cabe ressaltar a formação de
leitores.
Nesta perspectiva, a formação de leitores não diz respeito somente ao saber
ler, mas sim no uso dessa habilidade. Isso é chamado de letramento. Segundo
Soares (2001, p.16-17) o letramento “é a versão para o português da palavra da
língua inglesa literacy, que significa o estado ou condição que assume aquele que
aprende a ler e escrever”. Assim, ser alfabetizado não quer dizer ser letrado.
Soares (2001, p.19) destaca que o indivíduo alfabetizado é aquele “que
apenas aprendeu a ler e a escrever, não aquele que adquiriu o estado ou a condição
de quem se apropriou da leitura e da escrita, incorporando as práticas sociais que as
demandam” (2001, p.19). Então, ser alfabetizado e ser letrado são dois conceitos
totalmente distintos.
O conceito de letramento é complexo. Ele abarca dois fenômenos muito diferentes, apesar de complementares: a leitura e a escrita. Esses dois fenômenos, por sua vez, são constituídos por um conjunto de habilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuo (SOARES, 2001, p. 48-49).
Com escola não precisa escolarizar a literatura, mas sim transformá-la sem
descaracterizá-la, sem transformá-la em algo ensinado por ensinar, pois assim
estar-se-á negando seu poder de humanização.
Cosson (2007) aborda o ensino da literatura a partir da perspectiva do
letramento literário. Sob três perspectivas metodológicas: a primeira é a técnica da
oficina, sob a máxima do aprender a fazer fazendo, onde consiste em levar o aluno a
construir pela prática seu conhecimento. Assim, para cada atividade de leitura é
preciso fazer corresponder uma atividade de escrita ou registro. A segunda é do
andaime, trata em dividir com aluno e transferir a ele a edificação do conhecimento.
A terceira é a do portfólio, onde oferece ao aluno e ao professor a possibilidades de
registrar as diversas atividades em curso. Para isso, o autor apresenta quatro
etapas de uma sequência básica.
A motivação, realizada de forma lúdica, prepara o aluno para que ele “entre”
no texto. Segundo Cosson (2007) o sucesso inicial do leitor com a obra depende de
uma boa motivação. A construção de uma situação em que os alunos devem
responder uma questão ou posicionar-se diante de um tema a ser abordado, pois é
o primeiro passo da sequência e esta ainda deve ser conduzida pelo professor de
maneira a favorecê-lo. Já na introdução é feita a apresentação do autor e da obra, e
independente da estratégia utilizada para introduzir a obra, o professor deve
apresentá-la aos alunos. Consiste na leitura do texto que deve ter um
acompanhamento do professor. Este acompanhamento é chamado pelo autor de
“intervalo” no qual, há a possibilidade de conferir a leitura, assim como solucionar as
dificuldades relacionadas com a compreensão de vocabulário ou de partes do texto.
Isso é fundamental para que o aluno não perca o interesse no decorrer da leitura. A
interpretação constitui-se das inferências para chegar à construção do sentido do
texto,dentro de um diálogo que envolve autor, leitor e comunidade.
Cosson (2007) adverte que o aluno tenha a oportunidade de fazer uma
reflexão sobre a obra lida e externalizá-la de forma explícita. Já na leitura adverte
que ao ensinarmos leitura não podemos perder de vista os objetivos; pois devemos
acompanhá-lo nesse processo e auxiliá-lo em suas dificuldades.
A última etapa é a interpretação, que acontece em dois momentos: interior e
exterior, como afirma Cosson (2007, p.65):
O momento interior é aquele que acompanha a decifração, palavras por palavra, página por página, capítulo por capítulo, e tem seu ápice na apreensão global da obra que realizamos ao longo da leitura. Já o momento exterior é a materialização da interpretação como ato de construção de sentido em uma determinada comunidade.
No momento externo da interpretação é que se percebe a relação entre o
letramento literário e a leitura literária. Para que o aluno tenha prazer na leitura, ele
deve passar pelo letramento literário. A escola tem a função de formar e consolidar
os alunos leitores. Leitores que sejam críticos e cidadãos atuantes de fato.
3 Análise dos Resultados da Pesquisa
Para a efetivação deste trabalho foi desenvolvida uma sequencia didática com
o cronograma de atividades a serem desenvolvidas com os alunos durante 32
horas/aula. Esta sequência teve como finalidade principal trabalhar os valores éticos
por meio de textos literários. Para tanto, delimitou-se como objetivo principal de
trabalho, o livro Uma Ideia toda Azul de Marina Colassanti. Embora o foco maior
recaísse sobre a obra, foram selecionados outros textos para um melhor
desenvolvimento do trabalho.
O projeto foi apresentado aos colegas professores, equipe pedagógica e
direção no dia oito de fevereiro de 2013. A abertura foi feita com uma palestra
ministrada pelo professor Wilson Khon, atuante nas áreas de Gestão da Qualidade e
Gestão Pessoal, com o tema “Ética e Cidadania”. O professor deixou alguns
questionamentos a respeito da conduta dos docentes da educação, uma vez que
estes têm a responsabilidade de formar o indivíduo além do conhecimento e da
aprendizagem. Esta educação deve garantir, acima de tudo, um entendimento dos
valores éticos para uma formação de um cidadão crítico e responsável.
Na apresentação aos alunos, estes estavam bastante apreensivos e ouviram
atentamente a explicação da professora e da pedagoga. Nesta, deu-se ênfase à
importância da leitura ressaltando sempre os valores morais, para uma boa
convivência em sociedade. Na sequência, foram expostos os textos literários que
seriam trabalhados: Um Apólogo de Machado de Assis e o livro Uma Ideia toda Azul
de Marina Colasanti, além de outras atividades. Cada aluno recebeu uma cópia do
livro Uma Ideia toda Azul de Marina Colasanti para realizar a leitura em casa.
Feita a explanação, demos inicio a fase de motivação onde solicitamos os
alunos que encontrassem o significado da palavra “ética” em diferentes dicionários.
Os conceitos encontrados foram escritos no quadro e em seguida levantou-se uma
discussão a respeito dos valores humanos. As discussões elencadas fora de suma
importância, pois trataram de várias questões, dentre elas cabe destacar: o
comportamento dos alunos em sala de aula e na comunidade onde vivem. Os
alunos falaram sobre os pequenos gestos que foram esquecidos e que são
importantes para uma boa convivência escolar, tais como: respeito,
responsabilidade, tolerância, amizade e solidariedade.
Logo após a discussão os alunos assistiram ao filme “Moda Amarela”
observando através dos personagens a importância da convivência e os valores
positivos e negativos de uma sociedade em constantes transformações. Depois de
observar os valores e as qualidades que cada personagem possuía, os alunos foram
reunidos em grupos de cinco componentes para a elaboração de cartazes. Para a
realização desta atividade foram utilizadas seis aulas.
Nos grupos, os alunos discutiram sobre a importância dos valores no contexto
atual, falando sobre como a mídia manipula a opinião das pessoas, tentando colocar
de modo desvirtuado ao público a desonestidade e a tolerância, como se fosse algo
natural. Após a confecção dos cartazes, estes foram expostos na sala e observados
por outros alunos da escola.
Continuando o trabalho, os alunos receberam dois novelos de linha e
deveriam se entrelaçar observando a importância da união no trabalho. O primeiro
aluno passava o novelo para o próximo até que todos tivessem recebido a linha.
Esta ficou entrelaçada. Então, para que o novelo fosse formado novamente todos
precisaram ajudar. Assim, todos puderam perceber a importância da união e da
participação de cada um. Esta atividade teve duração de quatro aulas.
Após a atividade com o novelo, foi apresentada a obra de Marina Colasanti e
a autora. O livro Uma Ideia toda Azul de Marina Colasanti é uma das histórias mais
importantes da escritora brasileira, para crianças e jovens, pois a autora escreve
suas histórias com base e elementos reais mesclando-os com elementos
fantásticos. Mesmo as histórias mais antigas continuam sendo atuais, pois tratam de
verdades simbólicas. No livro, a linguagem é a do inconsciente, dos sonhos, da
fantasia e do imaginário. É um livro que revela os mistérios da alma humana, seus
medos, desejos e sentimentos.
Após a apresentação do livro e da autora foi solicitada a leitura extraclasse da
obra. Durante a leitura do livro de Colasanti, trabalhamos o texto “Um Apólogo” de
Machado de Assis que trata da intriga, inveja, humilhação e desprezo. Este texto
mostra objetos inanimados que se transformam em personagens que desafiam as
pessoas a refletir sobre a vivência na sociedade, com sentimentos e atitudes
extremamente importantes para um bom convívio, uma vez que um depende do
outro.
Observou-se também que se trata de um texto narrativo, onde foram
encontrados os operadores da narração: os personagens principais e secundários;
narrador em 1ª pessoa ou narrador personagem, narrador em 3ª pessoa ou narrador
observador; conflito; clímax; desfecho; antagonista e protagonista. Após a
explicação, os alunos analisaram o texto de Machado de Assis destacando os
principais operadores.
Os alunos diferenciaram conto, fábula e apólogo, respondendo no caderno
atividades a respeito do apólogo lido, caracterizando as personagens com aspectos
humanos, abordando as questões éticas encontradas, levando assim um
compromisso de se ajudar em sala de aula com os colegas.
Dando sequência ao trabalho, os alunos receberam algumas palavras com
valores humanos, onde foi realizado um debate dizendo o que significava cada um
dos valores no contexto geral. Foi uma atividade bem produtiva, pois todos os
alunos participaram e interagiram com os demais. Os valores foram escritos no
quadro e os alunos divididos em duplas. Cada dupla deveria escolher um valor e
elaborar um tipo de gênero por escrito. Muitos alunos escreveram acrósticos, outros
fizeram textos e outros poemas. Foi uma atividade bem interessante. Cada dupla fez
a leitura para os demais colegas, cada gênero foi recolhido para a correção e na
aula seguinte a dupla colou seu trabalho na parede da sala. Esta atividade teve
duração de três aulas.
Após os alunos realizarem a leitura extraclasse, Foram discutidos os contos
do livro “Uma Ideia toda Azul” de Marina Colasanti, todos participaram contando o
que mais acharam de interessante. Os alunos ficaram bem empolgados e todos
queriam falar ao mesmo tempo. Essa primeira fase é denominada de interpretação
interna por Cosson (2007).
Na sequência, Iniciou-se uma atividade sobre os contos, primeiramente foram
encontrados os valores positivos das personagens principais dos dez contos do livro.
Depois foi feita uma discussão de cada um dos contos, analisando os operadores da
narração. Praticamente todos os alunos participaram encontrando os personagens,
o clímax, o desfecho, o conflito e o narrador. Os alunos em grupo responderam
atividades de interpretação de alguns contos, fazendo a interação com os colegas.
Nas aulas seguintes foram discutidos os contos “Sete anos e mais sete” e “A
Primeira só” fizemos comparações entre os dois contos, encontrando semelhanças e
valores. Continuaram analisando os contos “O Último Rei” e as “Notícias e o Mel”,
situando nos tempo e no espaço e encontrando os operadores da narração.
Nas duas aulas seguintes foram convidados a dar um final diferente para
cada conto apresentado no livro. Todos participaram, foi um trabalho bem produtivo.
Além disso, elaboraram diálogos entre os dois reis dos contos “O Último Rei” e “As
Notícias e o Mel”.
Nas aulas seguintes, em grupos escolheram os valores positivos e negativos
de cada conto lido. Logo após, montaram as árvores dos valores encontrados. Os
alunos também fizeram uma análise dos escritores apresentados: Machado de Assis
e Marina Colasanti. Escritores que viveram em épocas diferentes, mas que têm algo
em comum, que é a criatividade de imaginar e revelar coisas que o ser humano não
compreende, mas gostaria de compreender.
Machado de Assis apresenta um “Apólogo” onde se conta a disputa de uma
agulha com uma linha para definir quem era mais importante. O texto mostra
claramente os valores humanos diante de uma história em qualquer tempo, valores
estes positivos e negativos.
Nas aulas seguintes, foram formados grupos que selecionaram valores
positivos e negativos e elaboraram um caça-palavra e alguns um glossário ilustrado.
Além disso, os alunos produziram textos, poesias etc., tudo sobre os valores.
Nas últimas aulas foi apresentada uma palestra com a psicóloga Sandra
Signore. Os alunos participaram bastante de todas as atividades, interagiram de
modo bem significativo, reconhecendo os valores que o ser humano necessita para
viver em sociedade e principalmente, na escola. Destes valores, foram destacados a
verdade e a fé. Tendo estes como suporte, outros como o amor, o respeito etc.,
acabam sendo citados. No início, os alunos se agitaram, mas aos poucos foram
participando , dando sua opinião e ouvindo atentamente cada palavra, pois se faz
necessário, num tempo de desmotivação e mentira social. A palestrante trabalhou
com bastante interação, desenharam, escreveram e falaram. A semente foi
plantada, as ações precisam ser revistas para que se possa fazer do ambiente
escolar um espaço de socialização e motivação para esses adolescentes em
formação.
O projeto em si deverá continuar, não somente no ensino fundamental e sim
com os demais alunos da escola e professores, pois atividades assim são
necessárias atualmente para que os alunos sejam estimulados a interagir, refletir no
decorrer do ano. Os professores também precisam repensar suas práticas para que
o processo de ensino e aprendizagem realmente se efetive.
A leitura dos livros e outras leituras realizadas em sala foram muito
proveitosas, os alunos trocaram experiências sempre ressaltando os valores. A
palestra foi de grande aceitação, assim, é interessante que a escola realize mais
atividades como esta, para que os alunos se sintam cada vez mais motivados e
valorizados.
A educação passa por muitos aspectos, ela não se restringe somente a
educação familiar, onde a criança aprende desde cedo os bons modos, a respeitar
os mais velhos, a cumprimentar as pessoas, a falar a verdade. A educação também
não se resume a questão acadêmica, onde o individuo é estimulado a alcançar
todos os diplomas possíveis como único caminho para a obtenção do sucesso.
Este projeto serviu de certa forma, para alertar, chamar atenção para a leitura,
pois essa prática deve ser algo prazeroso e que possa realmente fazer a diferença
no aluno enquanto cidadão. Os valores fazem parte da formação humana e a
reflexão sobre as atitudes de cada um foi muito importante para que os alunos
entendessem sua importância não somente na sala de aula, mas na sociedade.
Além da aplicação do projeto nas aulas de Língua Portuguesa, foi realizada a
tutoria do GTR (Grupo de Trabalho e Rede) relacionado ao projeto desenvolvido.
Este trabalho foi muito importante, uma vez que através dele pode-se constatar que
os professores de um modo geral estão preocupados com a leitura e com os
valores, pois muitos estão se perdendo.
Nesse contexto, o educador desempenha um papel importante, pois ele atua
como mediador do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. Isso pode
ser constatado no depoimento de uma professora participante:
Viver em sociedade não é tão simples assim como parece. O viver em grupo ou em sociedade é complexo tanto para jovens e adultos. Portanto, temos que repensar nossos conceitos e hábitos já condicionados. Sabemos que a escola não tem estrutura para mudar vida e conceitos, mas que luta por uma convivência harmoniosa. A leitura nas escolas está longe de ser um hábito ainda pelos nossos alunos. Nossos professores vivem com essa angustia de tornar o aluno um leitor assíduo e comprometido e para tanto projetos de leitura estão por ai a todo vapor para esta mudança que ainda é quase uma utopia. (Postado em 4 de abril de 2013, às 16h16min).
Como já se sabe, todo individuo recebe na família uma educação informal, e
em muitos casos ela acaba sendo completada pela escola, que assume o papel da
educação formal propriamente dita, através de conceitos e saberes técnicos,
científicos, históricos, matemáticos. Desse modo, é imprescindível que se tenha uma
preocupação constante em inserir no currículo a educação de valores éticos e
morais, de maneira interdisciplinar, pois pode e deve se trabalhado em todas as
disciplinas.
Com a realização do GTR, percebeu-se a real preocupação dos docentes
com relação ao trabalho de resgate dos valores na escola, pois estão esquecidos.
Mas isso não cabe somente à escola, a família deve participar efetivamente.
Com base nos depoimentos e discussões realizadas durante o GTR, no
trabalho desenvolvido em sala de aula com alunos, é imperioso afirmar que o
objetivo do projeto foi atingido, uma vez que contribuiu para uma mudança no modo
de pensar dos alunos e contribuiu para uma reflexão das práticas dos docentes.
Sabe-se que este trabalho não termina aqui, os docentes, a família, a escola, enfim,
a sociedade, devem tomar consciência da importância dos valores para uma
sociedade mais justa e igualitária.
Considerações Finais
Com o término deste trabalho constatou-se que a educação de valores é uma
necessidade da atual sociedade, pois no decorrer dos anos estes referenciais estão
sendo perdidos. O respeito pelo outro e os demais valores fundamentais para se
viver em sociedade precisam ser revisto e mostrados tanto pela escola, quanto pela
família.
Hoje, preocupa-se muito com aquilo que traz um retorno imediato, com o que
atende as carências mais indispensáveis. Com as discussões realizadas, pode-se
perceber que para os professores, a família, e para a sociedade a educação dos
valores é essencial para a formação moral do homem e, faz com que este sujeito
seja capaz de suas funções sociais e demonstrar cooperação e interesse pela
melhoria da sociedade.
Este trabalho não é uma tarefa fácil e não deve ser feito de qualquer jeito.
Precisa ser visto com responsabilidade e muita atenção, torna-se importante atentar
para as ideias que os alunos têm a respeito do que pensam e observar diante de
situações que confrontem seus valores. Quando se tem a aceitação e o
reconhecimento dos valores por parte dos educandos, o desenvolvimento e a
capacidade cognitiva e consciente de exercê-los e administrá-los é mais fácil.
Os objetivos propostos inicialmente com a realização deste trabalho foram
atingidos em sua totalidade, uma vez que a abordagem dos valores através da
literatura aconteceu de modo bastante satisfatório. Cabe ressaltar, que a leitura tem
importância fundamental na vida das pessoas, propicia a obtenção de informações
em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode
constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa, para outros,
um desafio a conquistar. Urge compreender que a técnica da leitura garante um
estudo eficiente, quando aplicada qualitativamente.
A aprendizagem da leitura é um dos múltiplos desafios da escola e, talvez, o
mais valorizado e exigido pela sociedade, uma vez que os alunos precisam realizar
atividades de leitura que evidenciem a ideia de que o significado do texto a ser
construído depende tanto dos objetivos e das perguntas do leitor como da natureza
do texto e de sua macro e superestrutura.
A escola é um organismo de máxima importância para a formação do leitor.
Entretanto devido às circunstâncias concretas para a efetivação do ensino, a
educação escolarizada fracassa em sua responsabilidade de formar leitores.
A prática da leitura patrocinada pela escola deve ocorrer num espaço de
liberdade. E a leitura se torna livre quando se respeita o prazer e a aversão de cada
um em relação a cada livro. Assim, ler é necessário para o crescimento da criança.
A boa literatura os transporta a lugares e épocas que eles nunca poderiam conhecer
diretamente, ajuda-os a compreender melhor os outros e a si próprios, atrai a sua
fantasia e apura o conceito que eles têm de beleza e desperta a criticidade.
REFERÊNCIAS
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