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Vera Fonseka Junho-Julho 2015

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VERA FONSEKA

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Catálogo:director ANTÓNIO PRATES assistente TIAGO RAPOSO, VANDA OLIVEIRAartista VERA FONSEKAtexto MIGUEL MATOSdesign TIAGO RAPOSOeditor GALERIA ANTÓNIO PRATESimpressão e acabamento OFICINA DO PAPEL

Deste catálogo fizeram-se 200 exemplaresTodos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida.

Capa: «Take your hands off her», técnica mista s/ tela, 119 x 128 cm, 2015

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«Semi-Automatic Sweet»

18 JUN - 17 JUL

s/ títulotécnica mista s/ pano145 x 187 cm, 2014

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s/ títulotécnica mista s/ tela150 x 255 cm, 2015

As Mandalas Pop de Vera Fonsekapor Miguel Matos

Muito se tem falado desde sempre sobre a teoria de existir ou não uma arte feminina. Uma arte que tenha características especiais por ter sido realizada por mulheres. Além de todas as teorias que confirmam ou desmentem esta ideia, é minha convicção de que existe um lado feminino da arte, que pode surgir tanto em artistas homens como mulheres. Parece-me óbvio que existem características da feminilidade que são mais recorrentes na produção de mulheres artistas e é neste campo que situo os desenhos e pinturas de Vera Fonseka.

As obras desta que é a sua primeira exposição individual vivem numa existência paradoxal entre a delicadeza minu-ciosa dos detalhes e a brutalidade da iconografia utilizada em simultâneo. Entre as cores vivas que sobressaem num pri-meiro contacto com a obra e o lado sombrio da morte tam-bém presente na mesma. Poder-se-ia dizer que muita da bagagem cultural e pessoal de Vera está presente nas imagens que cria, mas também muito do seu presente. Isto encontra--se representado de forma simbólica nestes trabalhos, desde os tempos mais conturbados nas suas origens russas, até às cores vivas com que introduz Lisboa como cenário, cidade pela qual se apaixonou perdidamente.

O percurso desta exposição é marcado por um patchwork de referências, lugares, imagens e personalidades que

Vera Fonseka considera serem representativos da sua vivência actual, no seguimento de um trabalho anterior em que a artista representava o seu passado como num mapa. Esta colagem de imagens roubadas é solidificada com o bordado colorido, presença vincada da feminilidade, da solidez dos sentimentos e das cores numa visão optimista da vida. Apesar das críticas que Vera imprime à sociedade actual, o seu trabalho não se situa numa atitude satírica ou iconoclasta. A artista não pretende romper com o que quer que seja nem criticar o estado da arte contemporânea. Para isso já existem muitos outros artistas. Para Vera o que a move é a arte pela arte e não a arte pelo sistema ou contra ele. É a arte pelo prazer e pelo instinto de a seguir. Vera produz arte porque não sabe viver sem ela. E a dedicação à arte como modo de vida é já em si um acto político.

No centro das obras de Vera Fonseka vive uma estrutura que prende e alicerça todos os elementos que a compõem: a mandala. A mandala é uma forma circular de representação do cosmos. Aliás, mandala é a palavra em sânscrito para “círculo”. Uma estrutura de círculos e quadrados concêntricos que para Vera Fonseca serve o propósito de ordenação do caos do mundo em que vive, mais do que um simbolismo da dimensão espiritual. A mandala, na obra de Vera Fonseka, é o compasso pelo qual a artista organiza no papel ou na tela os elementos e objectos visuais que repete e reproduz. Produz assim dinamismo, movimento e rotação nas suas peças. A partir deste centro explodem cores, linhas,

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texturas e ícones que parecem ter sido feitos no espírito do “doodle”, como se pode verificar, por exemplo, no trabalho de Joana Rosa. As texturas minuciosas e repetições de pa-drões encontram paralelos com pormenores presentes na obra de Raúl Perez, embora essa referência não seja consciente. Estas não são referências da artista, são teias de ligações artísticas mais ligadas à coincidência do que a ligações concretas. O universo doméstico é uma realidade que aparece insinuada aqui e além nestas obras em elementos que apenas aparentemente são decorativos. Os conflitos da guerra surgem da mesma forma, quase inusitada numa violência que é coberta de cores, como numa alusão a Andy Warhol em atitude claramente pop. Pop é também uma linguagem que se imiscui no seu trabalho, sob a forma do stencil, técnica típica da street art, apropriada neste caso para a pintura. O stencil, despojado hoje em dia de toda a vertente “street” é já um produto cultural, que Vera aproveita e inclui como mais uma técnica.

Na produção de Vera Fonseka, o acaso é permanente no decurso da realização de cada desenho, de cada pintura. Vera não realiza estudos nem traça planos antes de lançar a tinta na superfície. Em dripping, pintura, desenho, risco, stencil, colagem, recorte e outras técnicas, é possível reconhecer formas de Lisboa (até mesmo a sardinha que para Vera representa a alegria de Junho, mês da sua chegada à cidade), bombas de amor, máscaras anti-gás, pistolas pop, guitarras, tudo e mais uns etceteras. Elementos

autobiográficos de medo e amor, desde a Rússia até Portugal.

s/ títulotécnica mista s/ tela95 x 152 cm, 2014

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«Mask Shake»técnica mista s/ tela103 x 69,5 cm, 2014

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s/ títulotécnica mista s/ tela100 x 73 cm, 2015

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s/ títulotécnica mista s/ tela158 x 124 cm, 2014

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s/ títulotécnica mista s/ tela119,5 x 100 cm, 2014

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s/ títulotécnica mista s/ tela72 x 100 cm, 2014

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«Awaited Messiah»técnica mista s/ tela76 x 47 cm, 2015

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«Take your hands off her»técnica mista s/ tela119 x 128 cm, 2015

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s/ títulotécnica mista s/ tela119 x 128 cm, 2015

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s/ títulotécnica mista s/ papel100 x 70 cm, 2014

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s/ títulotécnica mista s/ papel70,5 x 60 cm, 2014

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s/ títuloacrílico e tinta permanente s/ papel100 x 70 cm, 2014

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«Poker Face»acrílico e tinta permanente s/ papel100 x 70 cm, 2014

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2014 - Salão de Primavera/Prémio Rainha Isabel de Bragança, Casino do Estoril

2014 - Arte e Cultura, Eka Unity Palace

2014 - FABLAB, Protocolo Experimental, Museu Nacional de Portalegre

2014 - GABA, Faculdade de Belas artes de Lisboa

2014 - C de…Cores/”Revoluções” – Coletiva de alunos da Fbaul

2014 - 11º aniversário “Amplexo a Mário Elias”, Câmara Municipal de Mértola

2013 - XVIII Bienal Artes Plásticas – Festa do “Avante”, Quinta da Atalaia-Amora-Seixal

2012 - GABA, Faculdade de Belas Artes deUniversidade de Lisboa

2012 - Bologna Children´s Book Fair, Piazza Costituzione, 6 Bologna

2011 - XVII Galeria Aberta, Galeria dos Escu-deiros, Câmara Municipal de Beja

2011 - Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas Novas, Auditório Municipal Centro Cultural de Vendas Novas

Natural da Estónia, Vera Fonseka reside em Portugal há mais de dez anos. Licenciada em Artes Plásticas - Pintura, pela Fac-uldade de Belas Artes de Lisboa, em 2014, é atual-mente mestranda em Desenho, ilustradora, e artista representada pela Galeria António Prates. Inspirada pela teoria da sociedade espectáculo de Guy Debord, que transpõe para a tela como espaço de “espectáculo da cor e da condição humana”, e pelo conceito de mapeamento do cérebro, de António Damásio, a artista baseia o seu trabalho em estruturas, com relevo para as mandalas, em busca de uma perfeição que a vida distorce, misturando técnicas, tecidos, papéis, recortes, no que considera ser um trabalho de arqueologia aplicado à tela.

VERA FONSEKA

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

2015 - Galeria António Prates - “Semi-Automatic Sweet“

EXPOSIÇÕES COLECTIVAS

2015 - ARTLAB – Protocolo Simbólico, Galeria FBAUL

2015 - Finalistas de Pintura Fbaul 2014, Sociedade Nacional de Belas Artes

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Av. António Augusto de Aguiar, 58D 1050-012 Lisboatel. +351 213 571 167 [email protected] www.galeriaantonioprates.com