32
Como Criar Unidades de Conservação Guia Prático para Pernambuco

Versao pdf guia

Embed Size (px)

Citation preview

Como CriarUnidades de Conservação

Guia Prático para Pernambuco

Marcelo Sobral LeiteSabine Geiseler

Severino Rodrigo Ribeiro Pinto

Como CriarUnidades de Conservação

Guia Prático para Pernambuco

Recife, 2011

L533c Leite, Marcelo Sobral, 1978- Como criar unidades de conservação : guia prático para Pernambuco / Marcelo Sobral Leite, Sabine Geiseler, Severino Rodrigo Ribeiro Pinto. – Recife : Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2011. 64p.

Inclui referências. Inclui anexos. Inclui apêndice.

1. RECURSOS NATURAIS – PERNAMBUCO – CONSERVAÇÃO. 2. ÁREAS DE CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS – PERNAM- BUCO – ADMINISTRAÇÃO. 3. MATA ATLÂNTICA – PERNAMBUCO – PROTEÇÃO. 4. ECOSSISTEMAS. 5. BIODIVERSIDADE. 6. MEIO AMBIENTE – PERNAMBUCO. I. Geiseler, Sabine, 1984-. II. Pinto, Seve- rino Rodrigo Ribeiro, 1981-. III. Título. CDU 553.3/.9 CDD 333.72PeR – BPE 11-0299

P372e Pedrosa, Arli Melo, 1956- Entendendo e Participando do tratamento do câncer infantil : Um Livro de orientação para pais e paciente / Arli melo Pedrosa. – Recife : NACC, 2000. 35p. : il. -- (Coleção Tornando o Câncer Infantil menos doloroso ; v.3)

1.CÂNCER - QUIMEOTERAPIA . 2.CATETER. 3.CRIAN-ÇAS - DOENÇAS. 4.CÂNCER - PACIENTES. I.Título II.Se-rie : Tornando o Câncer Infantil menos doloroso ; v.3.

PeR - BPEPCB CDU 616-006.6

Ficha Técnica do Projeto

Realização: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN)Parceria técnico-financeira: Subprograma Projetos Demonstrativos / Ministério do Meio Ambiente (PDA/MMA)Coordenador Geral: Felipe Pimentel Lopes de MeloCoordenadora Técnica: Maria das Dores de V. C. Melo (AMANE)Coordenadora Administrativo-Financeira: Cristiane LucenaSecretária Executiva: Sabine GeiselerEstagiária: Diana Nobre

Equipe de Sistematização:

Sistematização e Organização do livro: Sabine Geiseler e Severino Rodrigo Ribeiro PintoAutores: Marcelo Sobral Leite, Sabine Geiseler e Severino Rodrigo Ribeiro Pinto

Fotos da Capa: Haroldo Palo Júnior e Adriano Gambarini (www.gambarini.com.br)Projeto Gráfico e Capa: Isabela FreireImpressão: JLV Gráfica e Editora

Parceiros

Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (Amane)Conservação Internacional do Brasil (CI-Brasil)MonsantoSecretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco (SEMAS Pernambuco) Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH)Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

ISBN: 978-85-64352-01-8

Sumário

Agradecimentos 7

Lista de siglas e abreviaturas 9

Apresentação 11

Prefácio 13

Introdução 15

1. Fatos sobre a necessidade de conservação da natureza 15

2. Breve histórico atual sobre o surgimento da legislação ambiental 16

3. Destacando a necessidade de conservação do Centro de Endemismo

Pernambuco 16

Dúvidas frequentes sobre UCs 19

1. O que são UCs? 19

2. Para que servem as UCs? 19

3. Como podem ser criadas as UCs? 19

4. Que tipos de áreas naturais podem ser UCs? 20

5. Como identificar se em uma área pode ser criada uma UC? 20

6. Quais as vantagens de se criar UCs? 21

7. Quais são os tipos de UCs que existem? 23

Passo a passo para a criação de UCs públicas 27

Passo a passo para a criação de UCs privadas: RPPN 31

Glossário 34

Outras fontes de informações 38

Referências bibliográficas 41

7

AgrAdecimentoS

Somos gratos ao Subprograma Projetos Demonstrativos do Ministé-rio do Meio Ambiente (PDA/MMA) pelo apoio financeiro ao projeto ‘Apoio a Criação de Unidades de Conservação da Mata Atlântica de Per-nambuco’.

A toda a equipe do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) pelo constante apoio às atividades desenvolvidas pelo projeto.

À Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco (SEMAS - PE), ao Complexo Industrial Portuário de Suape e à Rede de Gestores de Unidades de Conservação de Pernambuco, pelas contribuições prestadas para este Guia.

À Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste (AMANE), à Conservação Internacional do Brasil (CI - Brasil) e à Monsanto pelo apoio e parceria no desenvolvimento deste projeto.

Agradecemos também à Universidade Federal de Pernambuco, aos consultores e aos proprietários de terra das áreas envolvidas pelo projeto.

E a todos aqueles que ajudaram de alguma forma na elaboração desse Guia Prático.

Apêndices 47

Anexos 56

9

LiStA de SigLAS e AbreviAturAS

AMANE – Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste

APA – Área de Proteção Ambiental

APP – Área de Proteção Permanente

CBNE – Corredor de Biodiversidade do Nordeste

CDB – Convenção sobre Diversidade Biológica

CEP – Centro de Endemismo Pernambuco

CEPAN – Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste

CPRH – Agência Estadual de Meio Ambiente

DIRMAN – Diretoria do Meio Ambiente da Prefeitura de Recife

ESEC – Estação Ecológica

FLOE – Floresta Estadual

FNMA – Fundo Nacional do Meio Ambiente

FURB – Reserva de Floresta Urbana

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano

ITR – Imposto sobre Propriedade Territorial Rural

MMA – Ministério do Meio Ambiente

1110 11

ApreSentAção

Diante da crise ambiental em que vivemos, fica clara que a necessi-dade de conservar os recursos naturais (ex. água, minerais, madeira, combustíveis e organismos vivos) é uma tarefa que precisa da co-laboração de todos os setores da sociedade. A extinção em massa da nossa flora e fauna, as alterações das nascentes e rios pelo desmata-mento e a perda de produtividade agrícola por falta de animais po-linizadores, entre outros efeitos negativos dessa crise, podem e devem ser amenizados pelo envolvimento daqueles que serão dire-tamente afetados: todos nós. A partir de inúmeras discussões e fóruns globais, o conceito atual de conservação da biodiversidade assumiu abrangência e importância inegáveis, tendo seu reconheci-mento formalizado pela Convenção sobre Diversidade Biológica. Entre as estratégias para proteção e conservação da biodiversidade e demais recursos naturais in situ, ficou evidente que a criação de Unidades de Conservação está entre as medidas mais efetivas e sustentáveis, garantindo a continuidade de existência destes recursos para a presente e as futuras gerações. Nesse sentido, esse Guia Práti-co visa fornecer informações básicas, através de uma linguagem de fácil entendimento, sobre a criação de Unidades de Conservação para pessoas físicas, proprietários rurais, associações de moradores, cooperativas extrativistas, ONGs, governos ou empresas preocupadas com a defesa e preservação ambiental em âmbito local e regional. Em seu conteúdo os interessados encontrarão justificativas sobre as ne-cessidades atuais de conservação da natureza, os passos necessários para a criação de Áreas Protegidas, assim como definições, caminhos e fontes de informação pertinentes.

MN – Monumento Natural

ONG – Organização Não Governamental

PDA – Subprograma Projeto Demonstrativos

PE – Parque Estadual

PM – Plano de Manejo

RBMA – Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO – Reserva Biológica

REF – Reserva Estadual de Fauna

RESEX – Reserva Extrativista

RL – Reserva Legal

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural

RVS – Refúgio de Vida Silvestre

SEMAS PE – Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco

SEUC PE – Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza de Pernambuco

SIG – Sistema de informação geográfica

SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

UC – Unidade de Conservação

13 13

prefácio

O projeto ‘Apoio à Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco’, elaborado pelo CEPAN e parceiros, foi aprovado pelo Subprograma Projetos Demonstrativo (PDA), em 2007, com o objetivo de ampliar a representatividade do bioma Mata Atlân-tica, identificando também alternativas para a melhoria da qualidade de vida das populações locais.

No Estado de Pernambuco, a Mata Atlântica chegou a cobrir 18% do território, fazendo parte de uma área contínua que se estendia desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Atualmente, os remanescentes florestais estão reduzidos a pequenos fragmentos iso-lados na paisagem, proporcionando uma grande ameaça de extinção de espécies.

O esforço de reverter o quadro de destruição da Mata Atlântica, bem como os seus ecossistemas associados, vem se dando por meio da estratégia de criar e implementar áreas protegidas, prioritariamente as Unidades de Conservação. Em 2009, foi publicada a Lei nº 13.787, que institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza – SEUC, no âmbito do Estado de Pernambuco, e com ela inaugura um novo momento de retomada no processo de gestão das áreas protegidas. O SEUC PE traz inovações, como a inclusão do tema de espécies exóticas invasoras, pela primeira vez no Brasil; institui o Cadastro Estadual de Unidades de Conservação; cria o Programa de Conservação da Biodiversidade de Pernambuco, instrumentos de gestão participativa e continuada; e cria a categoria Reserva de Flo-resta Urbana, no grupo de uso sustentável.

14 1514 Introdução 15

Pernambuco conta hoje com 72 Unidades de Conservação inseri-das no Domínio da Mata Atlântica, sendo 36 na categoria de Proteção Integral e 36 na categoria de uso sustentável. Dentre as categorias de uso sustentável estão 12 Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN, que representa significativa proteção, com usos semelhantes aos da categoria de proteção integral, e 17 Áreas de Proteção Ambien-tal - APAs, que incluem no seu perímetro até cidades, estradas e sítios industriais. Apesar do número de Unidades ser expressivo, a área efe-tivamente protegida é reduzida considerando o tamanho dos fragmen-tos nela inserido.

Há muitas áreas importantes de Mata Atlântica que ainda não possuem proteção efetiva, como a Mata do Estado, em São Vicente Ferrer; Engenho Água Azul, em Timbaúba; e Fazenda Soberana, em São Benedito do Sul.

Sabe-se que, criar UCs não significa, obrigatoriamente, proteger a biodiversidade, embora seja o primeiro e importante passo para o re-conhecimento público da importância da área por meio de um instru-mento legal. A partir de então, se seguem os passos voltados à sua implementação, como a formação do seu conselho gestor, a elaboração e a implementação de plano de manejo.

Ainda há muito que fazer pela Mata Atlântica do Estado de Per-nambuco e essa publicação vem contribuir com informações objetivas que buscam subsidiar àqueles que queiram criar Unidades de Conser-vação.

Maria das Dores de V. C. Melo Diretora Executiva da AMANE

introdução

1. Fatos sobre a necessidade de conservação da natureza

A conservAção dA nAturezA não se resume apenas em evitar a extinção de plantas e animais de uma região, também está intima-mente associada à manutenção de processos ecológicos e serviços ambientais essenciais a toda humanidade14,17,23. Dentre estes benefí-cios estão: ar puro, água limpa, solo fértil, melhoramento genético e polinização de culturas agrícolas e inúmeros organismos vivos (bac-térias, fungos, algas, plantas e animais) dos quais nós dependemos para alimentação, vestuário, combustível, medicamentos e abri-go10,14,17,29,23. Consequentemente, as perdas destes organismos e de suas comunidades naturais causam a diminuição dos produtos ofe-recidos e serviços ambientais prestados por eles, afetando direta-mente a qualidade de vida e a sobrevivência também das pessoas14.

Atualmente, a maneira mais eficaz de se preservar a biodiver-sidade como um todo (organismos vivos individualmente, sua va-riabilidade genética e suas populações) é através da conservação das comunidades naturais intactas ou pouco alteradas2,29,33. Apesar de todos os avanços da ciência dos dias de hoje, só temos conhecimento para manter em cativeiro uma proporção mínima das espécies do mundo, o que torna a conservação na natureza o único meio de sobrevivência para a maioria delas23,29. As Áreas Protegidas ou Uni-dades de Conservação (UCs) são hoje adotadas pelos países como garantia de acesso, para as atuais e futuras gerações, aos recursos naturais, visto que são ferramentas estratégicas e fundamentais na

16 Introdução Introdução 17

proteção da natureza2,29,31,33. Destaca-se que além dos recursos acima citados, a preservação de áreas naturais também protege sítios de riqueza geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica, histórica, cultural e comunidades tradicionais e indígenas29,36.

2. Breve histórico atual sobre o surgimento da legislação ambiental

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) ocorreu durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-mento, Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, no período de 5 a 14 de junho de 199229,33. Assinada por 168 países e ratificada por 188, a CDB da Eco-92, foi um marco para a conservação mundial, pois a partir dela o tema meio ambiente passou a ser reconhecido formalmente e incluído nas agendas de administração pública de todo o mundo2,29. Em virtude dessa nova visão sobre a necessidade urgente de se conser-var a natureza para a sobrevivência e qualidade de vida das pessoas, a maioria das nações adotou planos em prol da causa ambiental29,33. Den-tre as estratégias de conservação da natureza apontadas na Rio-92, se destacam a criação, implantação e gestão de UCs privadas e públicas2,22.

No Brasil, a CDB foi validada pelo Congresso Nacional através da criação do Decreto Legislativo nº 2, de 3 de fevereiro de 19942,29. Em 18 de julho de 2000, o Ministério do Meio Ambiente a partir da Lei Federal nº 9.985/00 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Con-servação da Natureza (SNUC), que estabeleceu critérios e normas para a criação, implantação e gestão de UCs no Brasil22,33. Para Pernambuco, a lei nº 13.787 de 08 de junho de 2009 instituiu o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), surgindo como demanda pública urgente em decorrência do avançado panorama de destruição da na-tureza em nosso estado9, 36,41.

3. Destacando a necessidade de conservação do Centro de Endemismo Pernambuco

A Floresta Atlântica Brasileira é uma das 34 prioridades mundiais

para a conservação da biodiversidade20. Calcula-se que seus remanes-centes abriguem 20.000 espécies de plantas vasculares, 280 de anfí-bios, 200 de répteis, 620 de aves e 261 de mamíferos, sendo que, deste total, 40% (8.567 spp.) são endêmicas24. Tamanha riqueza biológica distribui-se em centros de endemismo ou unidades bio-geográficas37, nas quais são encontradas espécies exclusivas de cada uma dessas regiões27,28,37.

Dentre estas unidades biogeográficas, destaca-se o Centro de Endemismo Pernambuco (CEP), setor da Floresta Atlântica loca-lizado ao norte do rio São Francisco, compreendendo os estados de Alagoas ao Rio Grande do Norte15,37. Estas matas cobriam original-mente 56.938 km2 ou 5,6 milhões de hectares, distribuídos em cinco tipos vegetacionais: Áreas de Tensão Ecológica (43,8%), Floresta Es-tacional Semidecidual (22,9%), Floresta Ombrófila Aberta (20,5%), Floresta Ombrófila Densa (7,9%), sendo 6,1% constituído por For-mações Pioneiras15. No entanto, apesar de abrigar rica fitofisionomia, espécies endêmicas, 2/3 de toda avifauna32 e 8% das plantas lenhosas da Floresta Atlântica, menos de 3% da cobertura original dessa região está protegida por UCs38. Somados a estes fatos, as UCs deste setor florestal são poucas, pequenas ou não estão devidamente implanta-das30,38.

Para se ter idéia do valor e nível de ameaça sofrido por estas flo-restas, após o mapeamento das 147 Áreas Prioritárias para Conserva-ção na Floresta Atlântica Brasileira, 79 foram consideradas de extrema importância biológica, estando 48% destas últimas localizadas na região Nordeste21. Deste contingente, o CEP abriga 22 sítios priori-tários para a conservação biológica e estudos científicos, sendo 16 categorizados como extremamente importantes3,21.

Com o objetivo de aumentar o número de áreas de preservação nessa região, foi iniciado um plano integrado de ações conservacio-nistas chamado Corredor de Biodiversidade do Nordeste (CBNE). O CBNE inclui projetos de proteção da diversidade biológica que vão desde o apoio a pesquisa científica, até atividades de educação am-

18 Introdução 19Dúvidas frequentes sobre UCs 19

biental e estratégias de repartição de benefícios para comunidades rurais, de forma a mitigar pressões sobre as matas do CEP. O CBNE está ligado a um dos principais desafios da biologia da conservação: propor formas de evitar a extinção em massa e, consequentemente, o empobrecimento das biotas tropicais em larga escala7.

No caso particular de habitats hiper-fragmentados, estudos re-centes advogam pela criação de redes de paisagens sustentáveis, tendo como elementos estruturais centrais as UCs e seu entorno19,34,40. Tais paisagens, conectadas por corredores ecológicos, proporcionam a manutenção de populações e processos ecológicos em diferentes es-calas, reduzindo a probabilidade de extinção e revertendo a drástica situação de isolamento dos fragmentos florestais11.

Logo, iniciativas como o CBNE, que visem ampliar a conservação pelo aumento no número e conectância de UCs em uma das florestas tropicais úmidas mais ameaçadas, são imperativas e devem ser perpe-tuadas.

dúvidAS frequenteS Sobre ucS

1. O que são UCs?

do ponto de vistA jurídico, UCs são áreas do território nacional, incluindo nossas águas, com características naturais de relevante valor, de domínio público ou privado, legalmente instituídas pelo Poder Público para proteção dos microorganismos, flora, fauna, mananciais, solo, clima, paisagens e processos ecológicos in situ2,22,36. Como zonas especiais que são, as UCs têm limites bem definidos e estão sob regimes específicos de administração, aos quais se aplicam garantias adequadas de proteção legal2,22,31.

2. Para que servem as UCs?

Proteger da destruição ambientes naturais como florestas, rios, zonas úmidas e recifes de coral que provêm serviços ambientais, processos ecológicos e valores étnicos e culturais essenciais à qualidade de vida e à sobrevivência das pessoas14,17,22,23. Vale lembrar que, atualmente, sem o respaldo legal de proteção e manejo dispensados às UCs, a maioria das áreas naturais não seria poupada da destruição provo-cada pelo avanço do “desenvolvimento moderno”9,22,24,29.

3. Como podem ser criadas as UCs?

As UCs são criadas apenas por ato do Poder Público, seja no âmbito dos governos federal, estaduais ou municipais, podendo ser públicas ou privadas. No caso de Pernambuco, os órgãos responsáveis pela

20 2120 Dúvidas frequentes sobre UCs Dúvidas frequentes sobre UCs 21

criação de UCs são a CPRH e SEMAS – PE e em âmbito federal, o ICMBio.

A reivindicação ou a demanda pela transformação de uma deter-minada área em UC pode vir de pessoas físicas, proprietários rurais, associações de moradores, cooperativas extrativistas, ONGs e em-presas. No caso das RPPNs, uma categoria de UC privada, a criação é feita por iniciativa do proprietário31,36.

4. Que tipos de áreas naturais podem ser UCs?

Áreas naturais em qualquer ecossistema (ex. florestas, rios, ambien-tes recifais, restingas e manguezais) e em todos os biomas (ex. Caatinga e Mata Atlântica) de Pernambuco. A área a ser proposta como UC deve possuir valor para a proteção da natureza, manutenção dos serviços ambientais, aspectos paisagísticos singulares ou caracte-rísticas ambientais que justifiquem a recuperação de localidades de-gradadas para fins de conservação22, 36.

5. Como identificar se em uma área pode ser criada uma UC?

•  Qualquer área natural, pública ou privada, com as caracte-rísticas relacionadas abaixoa, tem grande potencial para se tornar uma UC:

•  Cobertura vegetal conservada (que há muito tempo ninguém corta árvores ou tira lenha);

•  Presença de mananciais (ex. nascentes, córregos, riachos, rios, cachoeiras, lagos e açudes);

•  Uso para passeios em trilhas, banhos de rio e piqueniques pela

a A prioridade para criação de UCs será dada às áreas apontadas pelo Ministério do Meio Ambiente em estudos, como o de “Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, uti-lização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros”21, disponível em www.mma.gov.br. Para Pernambuco, informações adicionais sobre as áreas prioritárias no estado podem ser encontradas no Atlas da Biodiversidade de Pernambuco (2002).

comunidade local ou por pessoas de fora;

•  Utilização para extração de plantas medicinais e matéria prima para artesanato;

•  Importância histórica e/ou cultural para a comunidade local ou regional (ex. presença de pinturas rupestres, sítios arqueológi-cos ou religiosos);

•  Abundânciab de flora e fauna nativa e/ou espécies raras destes grupos, ou seja, que, atualmente, não são mais vistas com frequên-cia na região.

6. Quais as vantagens de se criar UCs?

Como são inúmeras as vantagens trazidas para as pessoas ao tornar UCs, áreas naturais conservadas ou pouco alteradas, pontua-mos as mais facilmente reconhecidas:

•  As UCs de florestas, como qualquer área com cobertura ve-getal presente, diminuem a poluição do ar, retiram o carbono da atmosfera (principal gás responsável pelo aquecimento global) e tornam o clima mais ameno1,6,29;

•  A beleza cênica das paisagens naturais como florestas, rios, lagos, cavernas, cachoeiras, manguezais e ambientes recifais via-biliza atividades de ecoturismo e visitação com objetivos educa-cionais e/ou recreativos, possibilitando renda para as pessoas em áreas conservadas1,31;

•  O sucesso de UCs em ambientes marinhos (ex. ambientes recifais, arquipélagos e naufrágios) é mostrado pela abundância de peixes e crustáceos que passam a ocorrer nas regiões adjacen-

b É necessária a realização de inventários rápidos da flora e fauna na área em que se pretende criar a UC. Tais levantamentos biológicos podem ser feitos por intermédio de ONGs (como o CEPAN), que contratam consultores ou especialistas autorizados. Entre os grupos biológicos mais importantes que podem ser inventariados, estão: plantas, insetos, peixes, sapos, rãs e pererecas (anfíbios), aves e ma-míferos13,18,26,29.

22 2322 Dúvidas frequentes sobre UCs Dúvidas frequentes sobre UCs 23

tes ao limite da UC8,29. A fartura destas espécies comerciais nos trechos próximos das UCs marinhas beneficia diretamente as comunidades tradicionais de pescadores e a indústria pesqueira dessas regiões8,29,39;

•  As UCs em áreas florestais protegem e mantêm os aquíferos e nascentes que alimentam a massa d’água dos rios utilizados na irrigação de culturas agrícolas, dessedentação de animais de criação e abastecimento das cidades1,6;

•  As áreas de mata nativa também desempenham papel funda-mental para a sobrevivência e manutenção das populações de animais polinizadores (ex. besouros, vespas, abelhas, borboletas, beija-flores e morcegos) responsáveis pela reprodução de nossas culturas agrícolas12,16. Sem o serviço ambiental prestado por estes animais a nós, a produtividade de importantes culturas como laranja, maracujá, manga, acerola, pitanga, mangaba, umbu, graviola, seria baixíssima ou mesmo economicamente inviá-vel12,17,16;

•  Aumento da renda municipal devido à contemplação no crité-rio do ICMS Socioambiental, conhecido também como ICMS Ecológico1,31.

No caso de propriedades rurais privadas, a área de Reserva Legal pode ser transformada em UC sem maiores problemas, bastando apenas a iniciativa do proprietário em fazê-lo. Para o proprietário interessado em criar uma RPPN, vale lembrar a existência de bene-fícios e incentivos relacionados ao esforço de proteção dessas áreas representativas dos ecossistemas regionais e nacionais:

•  Direito de propriedade reservado;

•  Isenção do imposto ITR referente à área criada como RPPN;

•  Preferência na análise do pedido de concessão de crédito agrí-cola, pelas instituições oficiais de crédito;

•  Prioridade de análise nos projetos encaminhados para o FNMAc, através de organizações da sociedade civil, fundações ou outros órgãos públicos, para financiar a manutenção da reserva;

•  Apoio dos órgãos de meio ambiente, assim como das enti-dades ambientalistas, no planejamento do uso, manutenção e proteção da reserva.

7. Quais são os tipos de UCs que existem?

As UCs se dividem em dois grupos: as de Proteção Integral e as de Uso Sustentável que podem ser criadas em áreas públicas ou privadas de acordo com a categoria (ver Apêndice A). No caso da criação de um Parque Nacional (UC pública) incluir nos seus limites territoriais terras privadas, estas serão desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei, sendo pago o valor de mercado pelas terras e ben-feitorias36.

O grupo das UCs de Proteção Integral possui como principal fi-nalidade a preservação da natureza e a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por pessoas. Dessa forma, o uso dos recursos naturais pode ser realizado apenas de forma indireta, ou seja, usos que não envolvam consumo, coleta, dano ou destrui-ção22,33,42. Atividades com fins educativos, científicos e de turismo ecológico são permitidas, devendo ser, este último, operado apenas sob regime especial de controle de impactos ambientais5,22,42.

Seguem os tipos de UCs de Proteção Integral instituídos pelo SEUC PE, com breve descrição das características mais relevantes para cada tipo (ver Apêndices B e C):

•  Reserva Biológica – Área em bom estado de conservação, rica em diversidade biológica, com ocorrência de espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção e com potencial para realização

c Os recursos do FNMA podem ser captados por intermédio de ONGs, fundações ou órgãos públi-cos, com o objetivo de custear projetos que beneficiem a conservação e preservação na RPPN31.

24 2524 Dúvidas frequentes sobre UCs Dúvidas frequentes sobre UCs 25

de pesquisas científicas22,25,33,36.

•  Parque Estadual - Área em bom estado de conservação ou rica em biodiversidade, com beleza cênica e com vários atrativos naturais para o ecoturismo22,25,33,36.

•  Estação Ecológica - Área em bom estado de conservação, rica em diversidade biológica, incluindo espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção e com potencial para realização de pes-quisas científicas22,25,33,36.

•  Monumento Natural - Área pequena, em bom ou médio es-tado de conservação com, no mínimo, um atrativo relevante e com beleza cênica22,25,33,36 (ex. presenças de lajedos, pedras, trecho extenso de rio e formação recifal singular).

•  Refúgio da Vida Silvestre - Área em bom estado de conserva-ção, rica em diversidade biológica ou com espécies ameaçadas de extinção que inclua propriedades particulares sem obrigatorie-dade de desapropriação22,25,33,36.

Já nas UCs de Uso Sustentável, o objetivo é compatibilizar a con-servação da natureza com o uso sustentável de uma parcela dos re-cursos naturais, permitindo diferentes tipos e intensidades de inter-ferências antrópicas22,33. Neste grupo de UCs, a obtenção de benefícios pelas pessoas pode ser feito por consumo direto dos recursos na-turais, sendo que a coleta e uso comercial destes recursos são per-mitidos se forem obedecidos critérios de extração manejada1,22,33,36.

Seguem as categorias de UCs de Uso Sustentável instituídos pelo SEUC PE, com breve descrição das características mais relevantes para cada tipo (ver Apêndices D e E):

•  Área de Proteção Ambiental – Área extensa, em bom estado de conservação, com certo grau de ocupação humana, na qual é preciso disciplinar o processo de ocupação de pessoas já residen-tes no local22,25,33,36.

•  Área de Relevante Interesse Ecológico – Área de pequena ex-tensão, em bom estado de conservação, com pouca ou nenhuma ocupação de pessoas, com características naturais relevantes ou que seja refúgio da flora e fauna regional, sem necessidade de desapropriação22,25,33,36.

•  Floresta Estadual – Área que apresenta um bom estado de conservação, com ocorrência de espécies madeireiras de valor comercial22,25,33,36 (ex. Ipê, Sucupira, Mogno, Maçaranduba e Pau d’arco).

•  Reserva Estadual de Fauna – Área natural, em bom estado de conservação, com ocorrência de populações da fauna nativa, ter-restre ou aquática, residentes ou migratórias com potencial para realização de pesquisas sobre manejo econômico sustentável de recursos faunísticos22,25,33,36 (ex. coleta de peixes ornamentais para comercialização em aquariofilia).

•  Reserva de Desenvolvimento Sustentável – Área em bom estado de conservação, com comunidades tradicionais em seu interior e recursos naturais manejados de forma sustentável por estas22,25,33,36.

•  Reserva de Floresta Urbana – Área remanescente dentro do perímetro urbano com predominância de espécies nativas, for-mada por localidades de domínio privado ou público que, apesar das pressões de entorno, ainda possui atributos ambientais im-portantes22,25,33,36 (ex. área verde dentro da cidade que funciona como amenizadora da poluição do ar e captadora de carbono).

•  Reserva Extrativista – Área em bom estado de conservação, com comunidades tradicionais em seu interior e recursos na-turais manejados de forma sustentável por estas22,25,33,36.

•  Reserva Particular do Patrimônio Natural – Área privada, na qual o proprietário institui o gravame de conservar a biodiver-sidade e demais recursos naturais nela existentes, com vantagens

26 2726 Dúvidas frequentes sobre UCs Passo a passo para a criação de UCs públicas 27

tributárias e de financiamento pela criação da UC22,25,33,36.

Todas as UCs, exceto as categorias Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento. O órgão gestor responsável estabelecerá normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos neste trecho da UC. Os limites, normas de uso e ocupação da zona de amortecimento poderão ser definidos no ato de criação ou poste-riormente, durante a elaboração do plano de manejo da UC22,25.

pAsso A pAsso pArA A criAção de ucs públicAsd

1° pAsso: Reivindicação ou demanda pela Sociedadee civil (ONGs, associações de moradores, cooperativa de produtores rurais, empre-sas privadas, etc.) ou poder público para proteger uma área e torná-la UC.

2° pAsso: Realizaçãof de estudos técnicos (este passo deve ser co-ordenado pelo órgão gestor responsável). Com base nestes estudos, a categoria de UC mais adequada para a área será definida. De ma-neira geral, precisam responder as perguntas das etapas abaixo:

•  Levantamento da flora e fauna [Quais e quantas espécies da flora e fauna são conhecidas na localidade? Quantas destas espé-cies são raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção? Qual o tipo de vegetação predominante? (ex. Floresta Ombrófila, restinga)];

•  Levantamento das características físicas (Qual o clima da região? Quando e quanto chove na região? Quais são os tipos de

d Ver Apêndice F.

e A abertura do processo de criação da UC se inicia com a apresentação de um ofício ou carta proto-colada com indicação da área. Após a formalização da demanda de criação da UC no órgão gestor res-ponsável (ex. diretorias e secretarias de meio ambiente das prefeituras e estados, respectivamente, ou órgão do SISNAMA, dependendo da abrangência territorial da UC), é necessário que um técnico ou equipe do órgão avalie a proposta20.

f Caso a proposta de criação venha acompanhada de estudos técnicos, o órgão gestor deve analisá-los e solicitar estudos complementares quando couber. Para a realização dos estudos poderá ser firmada parceria mediante convênio ou acordo de cooperação com outros órgãos públicos, univer-sidades, instituições de pesquisa, organizações da sociedade civil, membros da comunidade científica e da população local. Os estudos existentes sobre a área onde se planeja criar a unidade de conservação poderão ser aproveitados integral ou parcialmente.

28 2928 Passo a passo para a criação de UCs públicas Passo a passo para a criação de UCs públicas 29

solo encontrados? Existem mananciais como nascentes e rios utilizados no abastecimento público? Está sob algum relevo im-portante? Tem zonas ambientalmente frágeis? Há outras UCs próximas ou conexão com fragmentos?);

•  Levantamento sócio-econômico (Há populações residentes dentro da área ou no entorno? E comunidades tradicionais ou in-dígenas? A área é utilizada para cultivo de lavouras, criação de gado, extração de madeira ou plantas medicinais? É utilizada pra passeio?);

•  Situação fundiária (A área é publica ou privada? Existem as-sentamentos em seu interior e/ou entorno? Quais os confron-tantes? Qual o valor do hectare na região?);

•  Elaboração de mapasg e delimitação da área da UC (A área está localizada em qual(is) município(s)? Existem estradas e rodovias de acesso? Quais as coordenadas geográficas, azimutes, altitudes e limites? O desenho da área é um polígono com muitos lados ou é circular?).

3° pAsso: Encaminhar a proposta para criação da UC ao órgão de meio ambiente: após a conclusão dos estudos técnicos, dos limites e a sugestãoh da categoria para a área, o órgão de meio ambiente dará os pareceres técnicos e jurídicos. É interessante enviar cópias dos estudos técnicos aos demais órgãos municipais, estaduais ou federais (ex. DIRMAN, SEMAS - PE, ICMBio, Secretarias de Agricultura, Planejamento e INCRA), buscando afinidadei de interesses entre os

g A elaboração do mapa é uma etapa muito importante, pois ele conterá informações sobre a locali- A elaboração do mapa é uma etapa muito importante, pois ele conterá informações sobre a locali-zação, o formato (desenho) e o tamanho correto da UC.

h É indicado sugerir a categoria mais apropriada para a área em que se pretende criar a UC de acor- É indicado sugerir a categoria mais apropriada para a área em que se pretende criar a UC de acor-do as características naturais (Apêndice A), mostradas pelos estudos técnicos. É importante lembrar que a escolha da categoria é apenas uma sugestão, não impedindo que o órgão ambiental responsável utilize outros critérios na escolha da categoria de UC.

i Se algum destes órgãos se posicionar contrário à criação da UC (ex. na área proposta para a UC o INCRA pretende implantar um Projeto de Assentamento), os técnicos deverão avaliar se os argumen-tos são procedentes e se cabe uma reformulação da proposta (mudança ou criação de mais de uma ca-tegoria de UC, alteração do tamanho, etc.). Caso os técnicos verifiquem que não existe nenhum outro projeto proposto para a área, não serão necessárias alterações25.

órgãos.

4° pAsso: Realizar consulta pública: A consulta é convocada pelo Poder Público e tem os objetivos de informar e consultar a população local e do entorno para que todos possam saber e opinar sobre a criação da UC. Nesse caso, o Poder Público é obrigado a fornecer as informações adequadas de maneira simples à população do local e outras partes interessadas. Após a consulta pública, é elaborada a proposta final de criação da UC, além de:

•  Emissão de nota técnica pelo órgão ambiental responsável fa-vorável ou não a criação da UC;

•  Confecção do mapaj final da proposta e memorial descritivo.

5° pAsso: Nesta etapa é o órgão ambiental responsável pela pro-posta que envia os seguintes documentos ao chefe do Poder Execu-tivo ou seu representante:

•  Solicitação dos moradores ou comunidade (no caso das catego-rias Reservas Extrativistas e Reserva de Desenvolvimento Susten-tável);

•  Diagnósticos técnicos (realizados no 2° passo);

•  Pareceres técnico e jurídico (expedidos pelo órgão ambiental no 3° passo, quando necessário);

•  Manifestações por escrito de outros órgãos não demonstrando conflitos de interesses na criação da UC (se houver);

•  Ata da consulta pública (aberta à população em geral).

6° pAsso: Criação da Unidade de Conservação por lei ou decreto do Poder Executivo.

j A elaboração do mapa e do memorial descritivo são etapas imprescindíveis no decreto de criação de uma UC, tendo de ser feitos por profissionais experientes em SIG25. De fato, o memorial descritivo só deverá ser elaborado após os técnicos concluírem que o mapa preliminar não precisará de ajustes e que os limites já foram colocados com precisão25.

Passo a passo para a criação de UCs privadas: RPPN 31

pAsso A pAsso pArA A criAção de ucs privAdAs: rppnk

1º pAsso: O proprietário manifesta a vontade de criar uma UC em sua propriedade.

2º pAsso: Preencher o requerimentol: É necessário um requeri-mento assinado pelo proprietário e seu cônjuge ou representante de ambos, reconhecendo parte (ex. a área de Reserva Legal) ou toda a propriedade como RPPN. Para pessoa jurídica, o representante legal da empresa é quem assina o requerimento.

3º pAsso: Justificar a criação da RPPN: A justificativa pode ser feita através de um texto simples, escrito pelo proprietário, no qual ele verbaliza seus motivos para tornar a área em uma reserva de caráter perpétuo.

4º pAsso: Reunir a documentação necessária: Nesta etapa é ne-cessário reunir os seguintes documentos descritos abaixo:

•  Cédula de identificação (pessoa física) ou cópia de contrato social e do ato de designação do representante (pessoa jurídica); para todas as pessoas que assinam o requerimento, como des-crito no 2º passo;

•  Comprovante de quitação ITR (em se tratando de propriedade urbana, comprovante de pagamento do IPTU);

k Ver Apêndice G.

l Ver Anexo A

32 3332 Passo a passo para a criação de UCs privadas: RPPN Passo a passo para a criação de UCs privadas: RPPN 33

•  Comprovantem de que a área não possui débitos (ex. hipotecas);

•  Planta da área total do imóvel (deve ser georreferenciada, in-dicando a área a ser reconhecida, a localização da propriedade no município e o memorial descritivo da área da RPPN - em papel e em meio digital);

•  Descrição das benfeitorias da propriedade (melhoramento feito para atender necessidades, dar mais conforto ou rendimento);

•  Título de domínio (com a certidão atualizada de matrícula e registro do imóvel em nome do proponente, reconhecidos em cartório);

•  Averbação da Reserva Legal (obrigatoriedade imposta pelo Có-digo Florestal - lei n  4.771, Art. 16, inciso 4º).

5º pAsso: Encaminhar a documentação ao órgão ambiental: O re-querimento preenchido (no 2º passo), a justificativa (3º passo) e o restante da documentação (4º passo) devem ser entregues ao órgão ambiental responsável.

6º pAsso: O órgão ambiental analisa a documentação entregue e realiza uma vistoria na área proposta como RPPN, emitindo parecer favorável, ou não, à criação da reserva. Em caso favorável, será ne-cessário apresentar um laudo pericial por parte do particular.

7º pAsso: Avaliação e emissão do título da RPPN: Cabe ao órgão ambiental as seguintes tarefas, em parceria com o proprietário:

•  Emitir parecer técnico e jurídico conclusivo;

•  A assinatura do Termo de Compromisson;

•  Homologação por Portariao (realizada pelo Diretor-Presidente

m Caso a propriedade possua gravames (hipoteca), apresentar comprovação da liberação de ônus ou anuência do órgão hipotecário (Decreto nº 5746/06).

n Ver Anexo B

o Ver Anexo C

do órgão ambiental);

•  Publicação no Diário Oficial do Ato de Reconhecimento da área como RPPN pelo órgão gestor;

•  Averbação no Cartório de Registro de Imóveis (o prazo máximo para registro é de 60 dias);

•  Emissão de Título de Reconhecimento da RPPNp (o imóvel recebe título de reserva em caráter perpétuo).

•  O Proprietário deve, por fim, elaborarq o Plano Básico de Uti-lização da RPPN, em consonância com o objetivo da RPPN e as atividades que possam ser realizadas na área.

p Ver Anexo C

q O Plano Básico de Utilização da RPPN ou Plano de manejo de RPPN, é disponibilizado pela SEMAS-PE , CPRH ou ICMBio.

34 3534 Glossário Glossário 35

gLoSSário

benfeitoriAs: toda obra ou despesa executada no bem patrimonial, privado ou público, que intenta sua conservação, melhoria ou valo-rização estética.

centro de endemismo: região identificada como sendo uma área que concentra um elevado numero de espécies que só ocorrem naquele local.

confrontAntes: tipos de propriedades (ex. sítio, chácara e fazenda) que limitam o entorno da UC e suas atividades econômicas (ex. aquicul-tura, pecuária bovina ou caprina, monocultura de cana-de-açúcar, agrofloresta, entre outros).

corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou semi- naturais que ligam UCs e permitem o movimento dos organismos vivos e seu fluxo genético. Estes corredores viabilizam a dispersão das espécies e novas colonizações em áreas degradadas, bem como mantêm populações de espécies (ex. carnívoros, como raposa e ja-guatirica) que precisam de territórios com extensão maior do que aquela das UCs individuais para sua sobrevivência4,22.

conservAção in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e a recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou culti-vadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas próprias caracte-rísticas36.

diversidAde biológicA ou biodiversidAde: é a variedade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécie e de ecossistemas36.

ecossistemA: conjunto formado pelos elementos do mundo físico (ex.

solos, montanhas, rochas, rios, temperatura e umidade do ar) e bio-lógico (ex. microorganismos, flora e fauna) que interagem entre si.

espécies endêmicAs: organismos vivos de ocorrência restrita a uma de-terminada região, não ocorrendo em nenhum outro lugar no mundo.

espécie exóticA: são espécies deslocadas e introduzidas, fora de sua área natural de distribuição, por meios de atividades humanas, sejam elas acidentais ou intencionais.36.

espécies exóticAs invAsorAs: são espécies exóticas cuja introdução ou dis-persão ameaça ecossistemas, habitats ou espécies e causam impactos negativos ambientais, econômicos, sociais e culturais.

extrAção mAnejAdA: sistema de exploração de recursos naturais através da coleta na natureza, de modo sustentável para que estes recursos possam continuar existindo para aproveitamento também das futu-ras gerações36. Exemplos de recursos que podem ser extraídos da natureza são: madeiras nobres, castanha de caju, castanha do Pará, palmito, babaçu, peixes, caranguejo, camarão e sururu.

icms socioAmbientAl: criado pela lei nº. 11.899 de 21 de dezembro de 2000 e contempla os municípios que investem em meio ambiente, além de saúde, educação e cultura35.

lAudo periciAl: descrição sucinta feita por profissional habilitado (ex. biólogo e engenheiro florestal) que informa sobre a flora, fauna, geo-logia, geomorfologia, solos, cobertura vegetal, recursos hídricos, histórico do uso do solo, degradação ambiental, uso do espaço geográ-fico, situação locacional e trechos de APP, ou seja, características ambientais importantes da área da UC. Em sua finalização, o laudo conclui sobre a importância de preservação da área de interesse.

memoriAl descritivo: documento técnico que descreve as coordenadas geográficas de cada um dos pontos existentes no mapa e mostra a localização, desenho (formato) e tamanho preciso da UC.

plAno de mAnejo: documento técnico que se fundamenta nos objetivos

36 Glossário Glossário 37

gerais de cada tipo de UC e estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à sua gestão25,29.

plAno de utilizAção dA rppn: documento simples no qual vão estar descritas as atividades já desenvolvidas ou que se pretende desen-volver na RPPN, facilitando a obtenção de apoio técnico e financeiro para gestão da UC, de acordo com os objetivos de sua criação.

reservA legAl: Área com vegetação nativa localizada no interior da propriedade que deve ser mantida para o uso sustentável e conser-vação dos recursos naturais estabelecida pelo Código Florestal (Lei n° 4771/1965).

recursos nAturAis: toda matéria prima que é necessária ao homem e que se encontra na natureza, podendo ser não renováveis e renováveis. Podemos citar: o solo, a água, o oxigênio, energia oriunda do sol, as florestas, dentre outros36.

serviços AmbientAis: são os benefícios obtidos pelo homem a partir do funcionamento dos ecossistemas tais como a formação do solo, a regulação climática, a produção de oxigênio, o sequestro de carbono, o fornecimento de alimentos, a proteção dos recursos hídricos, entre outros. Para que esses serviços permaneçam em equilíbrio é de ex-trema importância que haja a redução dos impactos gerados pelo homem nos ecossistemas.

zonA de Amortecimento: é o entorno da UC, onde as atividades das pes-soas estão sujeitas as normas e restrições específicas com o propósi-to de minimizar os impactos negativos sobre a área protegida25,29.

zonAs AmbientAlmente frágeis: são áreas naturais que se caracterizam por elevada fragilidade, baixíssima resiliência mediante perturbações e/ou estreita dependência da cobertura vegetal para manutenção de sua integridade29. Os exemplos mais comuns são as áreas de APP (Áreas de Proteção Permanente) como encostas e topos de morros,

nascentes, zonas com angulação de mais de 45 graus, assim como lagos, as lagunas, zonas úmidas de rios, restingas e manguezais, en-tre outros.

38 Outras fontes de informações Outras fontes de informações 39

outrAS fonteS de informAçõeS

Aliança para a Conservação da Mata AtlânticaRua Manoel da Nóbrega, 456 Paraíso, CEP 04001-001, São Paulo, SPFax: (11) 3885.1680Email para contato: [email protected] www.aliancamataatlantica.org.br

AMANE – Associação para a Proteção da Mata Atlântica do NordesteRua Aluísio de Azevedo, 200 / 1005 CEP 50100-090, Santo Amaro, Recife, PETel. - Fax: (81) 3223.0317 Email para contato: [email protected] www.amane.org.br/

CEPAN – Centro de Pesquisas Ambientais do NordesteAv. Caxangá, 5775, sala 05, CEP 50740-000, Várzea, Recife, PETel. - Fax: (81) 3453.9102 Email para contato: [email protected]

CI- Brasil - Conservação Internacional do BrasilAv. Getúlio Vargas, 1300, 7º andar, CEP 30112-021, Savassi, Belo Horizonte, MG Tel.: (31) 3261.3889www.conservation.org.br

CPRH – Agência Estadual de Meio Ambiente Rua Santana, 367, CEP 52060-460, Casa Forte, Recife, PE Tel.: (81) 3182.8800Email para contato: [email protected]

DIRMAN – Diretoria de Meio Ambiente da Prefeitura de RecifePrefeitura da Cidade do Recife - 5º andar, sala 13 Av. Cais do Apolo, 925, CEP: 50030-903 Bairro do Recife, Recife, PE Tel.: (81) 3425.8452www.recife.pe.gov.br/meioambiente/dirmam.php

EMANE - Rede de Unidades de Conservação da Mata Atlântica do Nordestewww.emane-uc.blogspot.com/

IBAMA/PE – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisAv. 17 de Agosto, 1.057, CEP 52060-590, Casa Forte, Recife, PETel.: (81) 3441.5033 www.ibama.gov.br/pe/

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da BiodiversidadeEQSW 103/104, Bloco “C”, Complexo Administrativo, Setor Sudoeste CEP 70.670-350, Brasília, DFTel.: (61) 3341.9101www.icmbio.gov.br

INCRA - Instituto de Colonização e Reforma AgráriaSBN Qd. 01 Bloco D, Edifício Palácio do Desenvolvimento, CEP: 70.057-900, Brasília, DF Tel. - Fax: (61) 3411.7474Email para contato: [email protected]/portal/

MMA – Ministério do Meio AmbienteEsplanada dos Ministérios, Bloco B, CEP 70068-900, Brasília, DF Email para contato: [email protected], www.mma.gov.br www.meioambiente.gov.br/

40 Outras fontes de informações Referências Bibliográficas 41

referênciAS bibLiográficAS

1. ADAMS, C. et al. Valoração econômica do Parque do Morro do Diabo (SP). São Paulo: Conservation Strategy Fund/Páginas e Letras Editora e Gráfica, 2003. 28 p.

2. AMARAL, V. Reserva Particular do Patrimônio Natural: iniciativa cidadã para a proteção da natureza. São Paulo: Conservation International do Brasil, The Nature Conservancy, World Wildlife Found do Brasil, 2008. 20 p.

3. ATLAS DA BIODIVERSIDADE DE PERNAMBUCO. Recife: Instituto de Planejamento e Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico e Científico, [2002]. 1 CD-ROM.

4. AYRES, J. M. et al. Os corredores ecológicos das florestas tropicais do Brasil. Belém, Pará: Sociedade Civil Mamirauá, 2005. 256 p.

5. BARRETTO FILHO, L. Notas para uma história social das áreas de proteção integral no Brasil. In: RICARDO, F. (org.). Terras indígenas & unidades de conservação da natureza: o desafio das sobreposições. São Paulo: ISA, 2004. p. 53-63.

6. BELTRÃO, A. L. & MACÊDO, M. M. L. Projeto piloto da Bacia Hidrográfica do Rio Goiana (Macrozoneamento): subsídios ao planejamento integrado da bacia do Rio Goiana: complexo serras do Mascarenhas e Jundiá. Recife: Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos, 2004. 35 p.

7. BIERREGAARD, JR., R. O. et al. Lessons from Amazonia: The ecology and conservation of a fragmented forest. New Haven: Yale University Press, 2001.

8. CARVALHO, D. A. Especificidades da gestão de Unidades de Conservação Marinhas: zoneamento tridimensional.

MMA/PDA – Subprograma Projetos Demonstrativos Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 7º andar - sala 717, CEP 70068-900, Brasília, DF Tel.: (61) 2028.1871/ Fax: (61) 2028.1864www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=51

Rede de Gestores de Unidades de Conservação do Centro de Endemismo Pernambuco (AL, PE, PB e RN)www.redegestoresucdocep.ning.com/

RBMA – Reserva da Biosfera da Mata AtlânticaRua do Horto, 931, Horto Florestal, CEP 02377-000, São Paulo, SP Tel.: (11) 2232.5728 Emails para contato: [email protected] e [email protected] disponíveis em www.rbma.org.br

SEMAS – Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade-PEEmail para contato: [email protected]

TNC – The Nature ConservancyEscritório Regional para a América LatinaRua Lauro Müller, 116, Sala 3405, Ed. Torre do Rio Sul, CEP 22.290-160Botafogo, Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2159.2826Email para contato: [email protected]://www.nature.org/ourinitiatives/regions/southamerica/brasil/index.htm

42 Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas 43

Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1985.

16. IMPERATRIZ-FONSECA, V. L. & NUNES-SILVA, P. As abelhas, os serviços ecossistêmicos e o Código Florestal Brasileiro. Biota Neotropica, Campinas, v. 10, n. 4, 2010. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/pt/abstract?article+bn00910042010>. Acesso em: 02 feb. 2011.

17. KERR, W. E. et al. Aspectos pouco mencionados da biodiversidade da Amazônia. In: Biodiversidade, Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia. Parcerias estratégicas. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia 12, 2001. p. 20-41.

18. LUCENA, M. F. A. Flora da Mata do CIMNC, Pernambuco, Brasil. Relatório Técnico. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2009. 34 p.

19. MARGULES, C. R. & PRESSEY, R. L. Systematic conservation planning. Nature, Londres, v. 405, p. 243-253, mai. 2000.

20. MITTERMEIER, R. A. et al. Hotspots Revisited. Cidade do México: Cemex, 2004. 316 p.

21. MMA. Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros. Brasília: Ministério do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas, 2002. 404 p.

22. MMA-SNUC. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2000.

23. MMA. Parentes Silvestres das espécies de plantas cultivadas. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Centro de Informação e Documentação Luis Eduardo Magalhães, 2006, 42 p.

24. MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, Londres, v. 403, p. 853-858, fev. 2000.

Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

9. CAVALCANTI, C. Opulência vegetal, cobiça insaciável e a entronização da entropia: uma visão da história sócio-ambiental da Mata Atlântica. In: SIQUEIRA-FILHO, J. A. & LEME, E. M. C. (eds.). Fragmentos de Mata Atlântica do Nordeste - Biodiversidade, conservação e suas bromélias. Rio de Janeiro: Andréa Jakobsson Estúdio, 2006. p. 12-45.

10. FACETTI, J. F. O aqüífero Guarani: um serviço ambiental regional. In: GALINDO-LEAL, C. & CÂMARA, I. G. (eds.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte: Conservação Internacional, 2005. p. 323-325.

11. FONSECA, G. A. B. et al. Corredores de biodiversidade: o Corredor Central da Mata Atlântica. In: ARRUDA, M. B. & SÁ, L. F. S. N. (eds.). Corredores ecológicos: uma abordagem integradora de ecossistemas no Brasil. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 2004. p. 47-65.

12. FREITAS, A. V. L. Impactos potenciais das mudanças propostas no Código Florestal Brasileiro sobre as borboletas. Biota Neotropica, Campinas, vol. 10, n. 4, oct. 2010. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/pt/abstract?article+bn00810042010>. Acesso em: 02 feb. 2011.

13. GASCON, C. et al. Amphibian Conservation Action Plan. Switzerland and Cambridge: IUCN/SSC Amphibian Specialist Group. Gland, 2007. 57 p.

14. GALINDO-LEAL, C. et al. Estado dos hotspots: a dinâmica da perda de biodiversidade. In: GALINDO-LEAL, C. & CÂMARA, I. G. (eds.). Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte: Conservação Internacional, 2005. p. 12-23.

15. IBGE. Atlas nacional do Brasil: região Nordeste. Rio de

44 Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas 45

34. SANDERSON, J. et al. Biodiversity conservation corridors: planning, implementing, and monitoring suitainable landscapes. Washington: Conservation International, 2003.

35. SECTMA. Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Lei Nº 11.899 - ICMS Sócio Ambiental. Disponível em: www.sectma.gov.br. Acesso em: 02 abr. 2011.

36. SEUC-PE. Sistema Estadual de Unidades de Conservação da Natureza no âmbito de Pernambuco. Recife: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, 2009. 32 p.

37. SILVA, J. M. C. & CASTELETI, C. H. M. Status of the biodiversity of the Atlantic forest of Brazil. In: GALINDO-LEAL, C. & CÂMARA, I. G. (eds.). The Atlantic Forest of South America: biodiversity status, trends, and outlook. Washington: Center for Applied Biodiversity Science and Island Press, 2003. p. 43-59.

38. SILVA, J. M. C. & TABARELLI, M. Tree species impoverishment and the future for a of the Atlantic forest of northeast Brazil. Nature, Londres, v. 404, n. 2 p. 72-74, mar. 2000.

39. SOARES, M. O. et al. Gestão ambiental de ecossistemas insulares: O caso da reserva biológica do atol das Rocas, Atlântico Sul Equatorial. Revista da Gestão Costeira Integrada, Lisboa, v. 10, n. 3, p. 347-360, dez. 2010.

40. SOULÉ, M. E. & TERBORGH, J. Editores. Continental conservation: scientific foundations of regional reserve networks. Washington: Island Press, 1999.

41. TABARELLI, M. et al. 2006. Fragmentação e perda de habitats na Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco. In: SIQUEIRA-FILHO, J. A. & LEME, E. M. C. (eds.). Fragmentos de Mata Atlântica do Nordeste - Biodiversidade, conservação e suas bromélias. Rio de Janeiro: Andréa Jakobsson Estúdio, 2006. p. 81-99.

42. TEIXEIRA, C. O. Desenvolvimento sustentável em Unidades de

25. OLIVEIRA, J. C. C. Roteiro para criação de unidades de conservação municipais. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2010. 68 p.

26. PEREIRA, G. A. Aves da Mata do CIMNC, Pernambuco, Brasil. Relatório Técnico. Recife: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste, 2009. 32 p.

27. PRANCE, G. T. Forest refuges: evidences from woody angiosperms. In: PRANCE, G. T. (ed.). Biological diversifcation in the tropics. New York: Columbia University Press, 1982. p. 137-158.

28. PRANCE, G. T. Biogeography of neotropical plants. In: WHITMORE, T. C. & PRANCE, G. T. (eds.). Biogeography and Quaternary History in Tropical America. Oxford: Clarendon Press, 1987. p. 46-65.

29. PRIMACK, R. B. & RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Paraná, Londrina: Editora Vida, 2001. 328 p.

30. RANTA, P. et al. The fragmented Atlantic rain forest of Brazil: size, shape and distribution of forest fragments. Biodiversity and Conservation, Londres, v. 7, n. 3, p. 385-403, mar. 1998.

31. REPAMS. Guia para criar e implementar Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Associação de Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio Natural do Mato Grosso do Sul. Mato Grosso do Sul, Campo Grande: Editora Gibim, 2006. 80 p.

32. RODA, S. A. Aves do Centro de Endemismo Pernambuco: composição, biogeografia e conservação. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém, 2003.

33. RYLANDS, A. B. & BRANDON, K. Unidades de conservação brasileiras. Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 27-35, jul. 2005.

46 Referências Bibliográficas Apêndices 47

Conservação: a “naturalização” do social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 20, n. 59, p. 51-67, out. 2005.

Apê

nd

ice

A -

Esq

uem

a Ilu

stra

ndo

os o

bjet

ivos

, uso

s e

os d

ois

grup

os d

e U

Cs.

Fon

tes:

MM

A-

SNU

C (2

000)

; SEU

C-P

E (2

009)

.

Cat

egor

ias

de U

nida

des

de C

onse

rvaç

ão s

egun

do S

EUC

/SN

UC

UN

IDA

DE

DE

PR

OTE

ÇÃ

O I

NTE

GR

AL

UN

IDA

DE

DE

US

O S

US

TEN

TÁV

EL

Ape

nas

uso

indi

reto

de r

ecur

sos

natu

rais

Em a

tivid

ades

de

pesq

uisa

cie

ntífi

cae

turis

mo

ecol

ógic

o, p

or e

xem

plo.

Pre

serv

ar a

nat

urez

a

Obj

etiv

o de

qua

lque

rU

nida

de d

e C

onse

rvaç

ão.

Uso

sus

tent

ável

dos

recu

rsos

nat

urai

sO

bjet

iva

tam

bém

a u

tiliz

ação

dire

ta c

omo,

por e

xem

plo,

ext

raçã

o de

pro

duto

s flo

rest

ais.

48 Apêndices Apêndices 49

Unidades de P

roteção Integral - Posse P

úblicaO

bjetiva preservação integral da fauna e da flora e de demais recursos naturais

(Categorias segundo SEU

C/SN

UC

)

Posse Pública

PAR

QU

E ESTAD

UA

L (PE)

Área com

grandebeleza cênica

Visitação proibida(Exceto com

objetivo educacional)

RESER

VA B

IOLÓ

GIC

A (R

EBIO

)ESTA

ÇÃ

O EC

OLÓ

GIC

A (ESEC

)

Objetiva preservação

da natureza epesquisas científicas

Preservação integral,sem

interferência humana,

exceto em m

edidas derecuperação.

Visitação permitida

(Sujeita às normas do Plano de M

anejo)

Apên

dic

e B - Esquem

a ilustrando os tipos de Unidades de C

onservação de Proteção Integral de Posse Pública, seus objetivos principais e norm

as de uso. Fontes: MM

A-SN

UC

(2000); SEU

C-PE (2009).

Poss

e Pú

blic

a e

Priv

ada

(Aco

rdo

entre

o g

esto

r e o

pro

prie

tário

)

Visi

taçã

o pe

rmiti

da(S

ujei

ta à

s no

rmas

do

Plan

o de

Man

ejo)

REF

ÚG

IO D

A V

IDA

SIL

VEST

RE

(RVS

)M

ON

UM

ENTO

NAT

UR

AL

(MN

)

Sítio

s na

tura

is ra

ros,

sing

ular

es o

u de

gra

nde

bele

za c

ênic

a

Sítio

s qu

e as

segu

ram

aex

istê

ncia

ou

repr

oduç

ãode

ser

es v

ivos

do

loca

lou

mig

rató

rios

Uni

dade

s de

Pro

teçã

o In

tegr

al -

Pos

se P

úblic

a e

Priv

ada

Obj

etiv

a pr

eser

vaçã

o in

tegr

al d

a fa

una

e da

flor

a e

de d

emai

s re

curs

os n

atur

ais

(Cat

egor

ias

segu

ndo

SEU

C/S

NU

C)

Apê

nd

ice

C -

Esq

uem

a ilu

stra

ndo

os ti

pos

de U

nida

des

de C

onse

rvaç

ão d

e Pr

oteç

ão In

tegr

al

de P

osse

Púb

lica

e Pr

ivad

a, s

eus

obje

tivos

prin

cipa

is e

nor

mas

de

uso.

Fon

tes:

MM

A-S

NU

C

(200

0); S

EUC

-PE

(200

9).

50 Apêndices Apêndices 51U

nidades de Uso S

ustentável - Posse P

ública ou Privada

Objetiva com

patibilizar a preservação com o uso sustentável dos recursos naturais

(Categorias segundo SEU

C/SN

UC

)

Posse PúblicaPosse Privada

RES

ERVA

EXTRATIVIS

TA (R

ESEX)

RES

ERVA

ESTA

DU

AL

DE FA

UN

A (R

EF)

Área com

populações deespécies nativas de

animais apropriadas para

estudos sobre o manejo

adequado dos recursosfaunísticos.

(Respeitando o plano de

manejo da U

C)

FLOR

ESTA

ESTA

DU

AL (FLO

E)

Floresta compredom

inânciade espécies nativas,

destinada à produçãoeconôm

ica e sustentável.(M

adeira e outros produtos vegetais)

Sítio utilizadotradicionalm

ente paraextrativism

o. Busca

assegurar o uso sustentável dos recursos.G

arante também

o meio

de vida e a cultura daspopulações.

Visitação perm

itida(A

penas para fins turísticos,recreativos e educacionais)

Visitação perm

itida(Sujeita às norm

as do Plano de Manejo)

Visitação perm

itida eincentivada

(Sujeita às normas do Plano de M

anejo)

Área destinada a preservar

a biodiversidade, de modo

perpétuo.

RES

ERVA

DE D

ESEN

VOLVIM

ENTO

SU

STEN

TÁVEL (R

DS

)R

ESER

VA PA

RTIC

ULA

R D

OPATR

IMÔ

NIO

NATU

RA

L (RP

PN

)

Área com

populaçõestradicionais que utilizam

osrecursos naturais de form

asustentável e contribuempara a m

anutenção dascondições ecológicas.

(Respeitando o plano de

manejo da U

C)

Apên

dic

e D - Esquem

a ilustrando os tipos de Unidades de C

onservação de Uso Sustentável

de Posse Pública ou Privada, seus objetivos principais e normas de uso. Fontes: M

MA

-SNU

C

(2000); SEUC

-PE (2009).

Apê

nd

ice

E - E

sque

ma

ilust

rand

o os

tipo

s de

Uni

dade

s de

Con

serv

ação

de

Uso

Sus

tent

ável

de

Poss

e Pú

blic

a e/

ou P

rivad

a, s

eus

obje

tivos

prin

cipa

is e

nor

mas

de

uso.

Fon

tes:

MM

A-S

NU

C

(200

0); S

EUC

-PE

(200

9).

Poss

e Pú

blic

a e/

ou P

rivad

a(A

cord

o en

tre o

ges

tor e

o p

ropr

ietá

rio)

Visi

taçã

o co

ndic

iona

da(N

as á

reas

de

dom

ínio

púb

lico,

esta

bele

cida

pel

o ge

stor

; nas

áre

aspa

rtic

ular

es e

stab

elec

idas

pel

opr

oprie

tário

)

Vis

itaçã

o pe

rmiti

da(S

ujei

ta à

s no

rmas

do

Pla

no d

e M

anej

o)

Visi

taçã

o pe

rmiti

da e

ince

ntiv

ada

(Suj

eita

às

norm

as d

o Pl

ano

de M

anej

o)

ÁR

EA D

E P

RO

TEÇ

ÃO

AM

BIE

NTA

L (A

PA)

RES

ERVA

DE

FLO

RES

TAU

RB

AN

A (F

UR

B)

ÁR

EA D

E R

ELEV

AN

TEIN

TER

ESS

E EC

OLÓ

GIC

O (A

RIE

)

Sítio

com

pro

pósi

to d

epr

oteg

er a

bio

dive

rsid

ade,

disc

iplin

ar a

ocu

paçã

o e

asse

gura

r a s

uste

ntab

ilida

de

Áre

as p

eque

nas,

com

pou

caou

nen

hum

a oc

upaç

ãohu

man

a, d

e na

ture

zaex

traor

diná

ria o

u es

péci

es ra

ras.

Obj

etiv

a pr

esta

r ser

viço

sam

bien

tais

à c

idad

e(P

or e

xem

plo,

pro

teçã

o de

nas

cent

es,

amen

izaç

ão d

o cl

ima)

.

Uni

dade

s de

Uso

Sus

tent

ável

- P

osse

Púb

lica

e/ou

Priv

ada

Obj

etiv

a co

mpa

tibili

zar a

pre

serv

ação

com

o u

so s

uste

ntáv

el d

os re

curs

os n

atur

ais

(Cat

egor

ias

segu

ndo

SEU

C/S

NU

C)

52 Apêndices Apêndices 53

Os seis passos para a criação deUnidade de Conservação Pública

1° PASSO: Identificar a demanda de Criação de UC.

2° PASSO: Realizar estudos técnicos.

4° PASSO: Realizar audiência pública.Nesse passo, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e de

maneira simples à população do local e a outras partes interessadas. Aqui a sociedade é informada sobre os propósitos da unidade e consultada sobre sua

criação. Após a audiência, é elaborada a proposta e o mapa finais. O órgão ambiental emite um parecer favorável ou não a criação da UC.

Essa etapa deve ser coordenada pelo órgão gestor responsável, cumprindo as tarefas:1. Levantamento da fauna e da flora (quais e quantas espécies de animais, plantas e

outros seres vivos existem no local?; alguma delas é rara, endêmica ou está ameaçada de extinção?; qual o tipo de vegetação - por exemplo, mata, caatinga,

afloramento de rocha?);2. Levantamento das características físicas (possue nascentes, rios ou açudes?; está

em algum relevo importante?; quais os tipos de solo?);3. Levantamento sócio-econômico (existem comunidades tradicionais ou indígenas?; a área é utilizada para plantação, extração de madeira e remédios ou para diversão?);4. Diagnóstico fundiário (a área é pública ou particular?; qual o valor do hectare da

região?);5. Elaboração de mapa e memorial descritivo (está localizada em que municípios?;

existem estradas ou ferrovias?; qual(is) a(s) altitude(s)?).

3° PASSO: Encaminhar ao Órgão do Meio Ambiente.Encaminhar a proposta, os estudos técnicos, os limites e uma sugestão de categoria

ao Órgão de Meio Ambiente que vai dar os pareceres técnico e jurídico. Em Pernambuco, o órgão responsável é Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Se for necessário, enviar os mesmos documentos a outros órgãos municipais, estaduais

ou federais que tenham interesse pela criação da unidade, evitando conflito de interesse.

Sociedade civil (como associação de moradores), comunidade científica, poder público, dentre outros, indicam a necessidade de criar uma Unidade de Conservação

(UC) em uma área.

Apêndice F - Esquema ilustrando os seis passos necessários para se criar Unidades de Conservação Públicas. Fontes: MMA-SNUC (2000); SEUC-PE (2009).

5° PASSO: Encaminhar a documentação ao chefe do Poder Executivo.

6° PASSO: Assinatura e publicação dos decretos.Criação da Unidade de Conservação (UC) por lei ou decreto do Poder Executivo.

Nesta etapa o Órgão do Meio Ambiente - a CPRH - envia os seguintes documentos ao chefe do Poder Executivo:

1. Solicitação dos moradores (apenas para Reservas Extrativistas ou de Desenvolvimento Sustentável);

2. Os diagnósticos técnicos (aqueles descritos no 2º passo);3. Os pareceres técnico e judiciário (expedidos pela CPRH no 3º passo);

4. Manifestação por escrito de ausência de conflito de interesses de outros órgãos interessados na área);

5. Ata da audiência pública (4º passo).

54 Apêndices Apêndices 55

Os sete passos para a criação de ReservaParticular do Patrimônio Natural (RPPN)

1° PASSO: Desejo de criar uma Unidade de Conservação (UC).

2° PASSO: Preencher o requerimento.

3° PASSO: Justificar a criação da RPPN.

4° PASSO: Compilar a documentação.

O proprietário manifesta a vontade de criar uma Unidade de Conservação em sua propriedade.

A terceira tarefa é explicar, por escrito, de maneira simples e objetiva, a importância de se criar uma RPPN na propriedade. É interessante destacar atributos relevantes,

como corpos d’água, se são utilizados pela população, se há a existência de espécies pouco vistas fora dos limites do imóvel, dentre outros.

Nesse passo é necessário a assinatura de um requerimento solicitando que parte (Reserva Legal) ou a propriedade inteira seja reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natual. No caso de pessoa física, o requerimento deve ser assinado pelo proprietário e seu cônjuge ou por um procurador. Tratando-se de pessoa jurídica, o

representante legal da empresa assina o requerimento.

1. Cédula de Indentificação (pessoa física) ou cópia de contrato social e do ato de designação do representante (pessoa jurídica) das mesmas pessoas que assinam o

requerimento, descrito no segundo passo.2. Comprovante de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Em

se tratando de propriedade urbana, comprovante de pagamento do Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU).

3. Comprovante que a área não possui débitos (ônus provenientes de agravantes, como hipotecas).

4. Planta da área total do imóvel (deve ser georreferenciada, indicando a área a ser reconhecida, a localização do município, com memorial da RPPN).

5. Descrição das benfeitorias realizadas (melhoramento feito para atender necessidades, dar mais conforto ou rendimento).

6. Título de domínio (com a certidão de matrícula e registro do imóvel em nome do proponente, reconhecidos em cartório).

7. Averbação da Reserva Legal.

5° PASSO: Encaminhar documentação ao Órgão Ambiental responsável.

7° PASSO: Avaliação e emissão de título de RPPN.

O requerimento preenchido (2º passo), a justificativa (3º passo) e o restante da documentação (4º passo), devem ser entregues ao Órgão Ambiental responsável

no estado. Em Pernambuco, essa tarefa é da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

Cabe ao Órgão Ambiental as seguintes tarefas, em parceria com o proprietário:1. Emitir parecer técnico e jurídicos conclusivo;

2. Solicitar ao proprietário a assinatura do termo de compromisso;3. Emitir parecer jurídico conclusivo;

4. Homologação por portaria (realizada pelo Diretor-Presidente do Órgão Ambiental);5. Ato administrativo do órgão gestor reconhecendo a RPPN (publicado no Diário Oficinal);

6. Registrar a RPPN em cartório (o prazo máximo para registro é de 60 dias)7. Emissão de título definitivo (o imóvel recebe título de reserva em caráter perpétuo);8. Elaboração de Plano de Utilização da RPPN (de acordo com o objetivo da RPPN e

com as atividades que podem ser realizadas na área).

6° PASSO: Avaliação pelo Órgão Ambiental.O Órgão Ambiental analisa a documentação entregue e realiza a vistoria na área

proposta como RPPN, emitindo parecer favorável ou não à criação da reserva. Em caso favorável, será necessário apresentar um laudo pericial por parte do proprietário.

Apêndice G - Esquema ilustrando os sete passos necessários para se criar Unidades de Conservação Privadas. Fontes: MMA-SNUC (2000); SEUC-PE (2009).

56 Anexos Anexos 57

reQuerimento pArA reconHecimento de rppn´s – pedecreto nº 19.815, de 02 de junHo de 1997

Ilmo. Sr. Diretor-Presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH,

Eu, , (requerente) - O Título sai no nome do requerente!

- , residente à Rua , (CPF/ CNPJ)

n°. , (bairro)

e-mail: ,telefones: , pelo presente em requerer, nos termos da legislação em vigor, o reconhecimento como de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN/PE, parte da propriedade da , situada no Município de , Estado de Pernambuco, registrado no INCRA sob Nº .e ITR Nº . Nestes termos, pede deferimento,Recife, de de 20 .

ass.:

ass do cônjuge:

Nome da RPPN:

Devem acompanhar o presente requerimento os seguintes documentos e/ou cópia autenticada:

1. Justificativa para criação da RPPN;2. Título de domínio, com certidão atualizada de matrícula no Cartório de Registro de Imóveis competente;3. Cédula de identidade do proprietário e cônjuge, quando se tratar de pessoa física;4. Contrato social e o ato de designação de representante, com os poderes necessários, quando se tratar de pessoa jurídica;5. Comprovante de quitação do imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; ou do ImpostoTerritorial Predial Urbano – IPTU;6. Caso a propriedade possua agravames (hipoteca), apresentar comprovação da liberação de ônus ou, anuência do órgão hipotecário (Decreto nº5746/06);7. Averbação da Reserva Legal (obrigatoriedade imposta pelo Código Florestal - lei nº 4.771, Art. 16, inciso 4º) 8. Planta de locação da Propriedade, georeferenciada, indicando os limites, os confrontantes, a área a ser reconhecida e a localização da propriedade no município ou região, (em Papel e em meio digital), com memorial descritivo da área da RPPN; 9. Descrição das benfeitorias da propriedade.

Anexo A - Requerimento para Reconhecimento de RPPNs em Pernambuco

Anexo B - Minuta do Termo de Compromisso de RPPN

minutA do termo de compromisso nº xxx

processo nº. xxx

Assunto: obrigAções provinientes do reconHecimento de áreA como reservA pArticulAr do pAtrimonio nAturAl.

Pelo presente instrumento particular de Termo de Compromisso, de um lado a AGÊNCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - CPRH, autarquia estadual, inscrita no CNPJ/MF sob o Nº 06.052.204/0001-52, com sede na Rua Santana, nº 367, no bairro de Casa Forte, nesta Cidade do Recife, Estado de Pernambuco, neste ato representado por sue Diretor Presidente XXXXXX, brasileiro, casado, advogado, inscrito no CPF/MF sob o Nº XXXXXX, portador da cédula de identidade Nº XXXXXX, residente e domiciliado na cidade do Recife, Pernambuco, doravante denominado CPRH, e do outro lado os Senhores XXXXXXXX e XXXXXX, brasileiros, agricultores, identidades nº.XXXXX e nº XXXXXXXXXXXX respectivamente, e CPF nº XXXXXXX, e CPF nºXXXXXXXX , respectivamente, residente e domiciliado na cidade de XXXXXXXX, a Rua XXXXXXXXX, Pernambuco, doravante denominado COMPROMISSADO, face ao reconhecimento como RESERVA PARTICULAR DO PATRIMONIO NATURAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO de parte do imóvel caracterizado na CLÁUSULA PRIMEIRA , cuja Portaria conjunta CPRH/SEMAS será elaborada, assinada e publicada no Diário oficial do Estado de Pernambuco, resolvem pactuar as obrigações seguintes, conforme disposto no decreto Estadual nº 19.815 , de 02 de junho de 1997 e Lei Estadual nº 13.787, de 8 de junho de 2009.

clAusulA preimeirA - dA cArActerizAção do imóvel reconHecido como reservA pArticulAr do pAtrimonio nAturAl

Nome Propriedade:Localização:Nome da RPPN:Área Total da Propriedade:Área da RPPN:Matricula do imóvel:

58 Anexos Anexos 59

ITR:Registro no INCRA:

Localizado nas coordenadas geográficas UTM SAD69 25 l e Confrontações: conforme memorial descritivo integrante do presente instrumento

cláusulA segundA – dAs obrigAçôes do compromissAdo

Assumindo a responsabilidade pela preservação da área reconhecida como RPPN, caberá ao proprietário do imóvel, de acordo com os Arts. 8º e 10º do Decreto Estadual nº 19.815/97, cumprir as seguintes obrigações:

1. Promover a averbação deste Termo, no prazo de 60 (sessenta) dias, no cartório de Registro de Imóveis competente, gravando a área reconhecida como Reserva com restrições de uso em caráter perpétuo. O não cumprimento desta obrigação importará na revogação da Portaria de Reconhecimento da RPPN.

2. Assegurar a manutenção dos atributos ambientais da RPPN e promover sua divulgação na região, mediante inclusive, a colocação de placas nas vias de acesso e nos limites da área, advertindo terceiros quanto à proibição de desmatamento, queimadas, caça, pesca, apanha, captura de animais e quaisquer outros atos que afetem ou possam afetar o meio ambiente.

3. Submeter à aprovação da CPRH, o plano de utilização da RPPN, no prazo a ser acordado com os técnicos da CPRH responsáveis pela fiscalização e monitoramento da área.

4. Encaminhar à CPRH, anualmente e sempre que solicitado , relatório de situação da Reserva e das atividades desenvolvidas.

cláusulA terceirA – do AcompAnHAmento dA cprH

Conforme disposto no art.11 do decreto Estadual nº 19.815/97, sempre que julgar necessário poderá realizar vistoria na PRRN com a finalidade de verificar se a área está sendo utilizada de acordo com os objetivos estabelecidos no Plano de Utilização.Os danos ou irregularidades praticadas à RPPN serão objetos de notificação ao proprietário que, deverá manifestar-se no prazo estabelecido.Caso seja constatada a pratica de infração ambiental, o infrator estará sujeito às sanções administrativas previstas na legislação vigente, sem prejuízo da responsabilidade civil e penal.

cláusulA QuArtA-do foro

Fica eleito o foro da comarca do Recife, Estado de Pernambuco , com renúncia a qualquer outro por mais privilegiado que seja , para dirimir quaisquer dúvidas

que se originar deste termo de compromisso e que não possam ser solucionadas amigavelmente.E por estarem inteiramente de acordo com as cláusulas aqui estipuladas, firmam este termo de Compromisso em três vias de igual teor e forma, para os mesmos efeitos.

Recife, xx de xxxxx de 2011.

Diretor Presidente – CPRH

Proprietários:

Testemunhas:

60 Anexos Anexos 61

minutA dA portAriA de reconHecimento

AgenciA estAduAl de meio Ambiente-cprH

portAriA conjuntA cprH/semAs nº / 2011

Portaria conjunta cprH/semAs Nº xx de xx/xx/xxxx, O Diretor Presidente da Agência Estadual do Meio Ambiente - CPRH, juntamente com o Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente – consemA, considerando a relevante importância da área denominada “RPPN XXXXX’’ para conservação da biodiversidade biológica do Bioma XXXX do Estado de Pernambuco bem como o preenchimento dos requisitos legais insculpidos no Decreto Estadual nº19. 815/97.

Resolve:

1. Reconhecer como Reserva Particular do Patrimônio Natural a área equivalente a XXXXX hectares, situada dentro da propriedade XXXXXX, que tem a dimensão total de XXXX hectares, localizada no Município de XXXXXX com localização determinada pelas coordenadas XXXXXXXXX e XXXXXXXXXX .

2. A presente portaria surtirá seus efeitos legais a partir da sua publicação.

Recife, xx de xxxxxxx de xxxx.

Presidente do consemA

Diretor Presidente - cprH

Anexo C - Minuta da Portaria de Reconhecimento de RPPN

An

exo D

- Tí

tulo

de

Rec

onhe

cim

ento

de

RPP

N