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Processo Seletivo Prova 2 - Língua Portuguesa Instruções Marque as alternativas escolhidas em cada página e clique em Salvar sem enviar. 1. Terminada as provas clique em Enviar tudo e terminar. 2. A duração destas provas é de 3 horas, incluindo a redação. 3. O fechamento da prova somente será possível após uma hora do seu início. 4. Vestibular: Prova 2 - Língua Portuguesa

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Page 1: Vestibular: Prova 2 - Língua Portuguesa

Processo Seletivo

Prova 2 - Língua Portuguesa

Instruções

Marque as alternativas escolhidas em cada página eclique em Salvar sem enviar.

1.

Terminada as provas clique em Enviar tudo eterminar.

2.

A duração destas provas é de 3 horas, incluindo aredação.

3.

O fechamento da prova somente será possível apósuma hora do seu início.

4.

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Processo Seletivo

1 Notas: 1

GRAMÁTICA

A. Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta nas questões 1 a6.

NOSTALGIAS

Há tempos escrevi este decassílabo nostálgico:“Acabaram-se os bondes amarelos!”Tão nostálgico que até hoje ficou sozinho esperando o resto doscompanheiros.Também, não faz muito, escrevi este outro decassílabo:“Acabaram-se as tias solteironas...”Talvez esses dois solitários se venham um dia a reunir num mesmopoema.Têm ambos o mesmo ritmo. Causam ambos o mesmo nó na gargantaque me impede de os continuar.Talvez o poema já esteja pronto... e ninguém notou. Nem eu!Porque ele próprio se completou, cada verso chorando no ombro do

outro... E sem mesmo notar que eram decassílabos!1

________________1 QUINTANA, Mário. Porta giratória (São Paulo: Globo, 1988), pág. 26.

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Escolherumaresposta.

a. recorda-se de seus versos nostálgicos, queeventualmente figurariam juntos em um poema.

b. afirma que quando os bondes amarelosdesapareceram, as tias ficaram solitárias e tristes.

c. pensa que há muito tempo deveriam ter acabado comos bondes amarelos por causa das tias solteironas.

d. acha que as tias solteironas, por serem nostálgicas,nos causam um nó na garganta.

e. recorda-se com nostalgia do tempo em que esperavasozinho o resto do poema.

No texto acima, o autor: 2 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. “têm ambos o mesmo ritmo”

b. “talvez o poema já esteja pronto”

c. “porque ele próprio se completou”

d. “... e ninguém notou. Nem eu!”

e. “causam ambos o mesmo nó na garganta”

A palavra nostálgico (“Há tempos escrevi este decassílabo nostálgico”) temrelação de sentido com a seguinte frase:

3 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. os decassílabos citados no texto

b. as tias solteironas e o resto dos companheiros

c. os bondes e as tias solteironas

d. os ritmos dos decassílabos nostálgicos

e. os bondes e o resto dos companheiros

“Talvez esses dois solitários se venham um dia reunir.”

Nessa sentença, esses dois solitários são:

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Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. o autor não notou que eram decassílabos

b. além do ritmo idêntico, expressam a mesma emoção

c. ambos contêm doze sílabas

d. são solitários

e. têm ritmo idêntico, além de serem decassílabos

Segundo o autor, os versos Acabaram-se os bondes amarelos eAcabaram-se as tias solteironas poderiam por si só formar um poemacompleto porque:

5 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. hipérbole

b. metonímia

c. personificação

d. comparação

e. metáfora

“Porque ele próprio se completou, cada verso chorando no ombro dooutro...”

Na parte em itálico da frase acima, o autor emprega um recurso estilísticoque se classifica como:

6 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. pronome relativo – artigo definido

b. pronome indefinido – pronome pessoal do caso reto

c. conjunção integrante – pronome pessoal do casooblíquo

d. pronome relativo – pronome pessoal do caso oblíquo

“Causam ambos o mesmo nó na garganta que me impede de oscontinuar.”

No texto, as palavras grifadas são, respectivamente:

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e. conjunção integrante – artigo definido

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7 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. “Deve-se procurar, antes, as qualidades morais daspessoas.”

b. “Todo pecado foi antes um ato religioso.”

c. “Não é fácil como pensei; é, antes, bem difícil.”

d. “Antes, os filhos não tinham liberdade de abrir-se comos pais.”

e. “O medo é lançado fora antes do amor.”

“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora,o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado noamor” (1Jo 4.18).

B. As questões 7, 8, 9 e 10 referem-se ao texto bíblico acima. Escolhaa alternativa correta em cada uma:

“antes, o perfeito amor lança fora o medo.” A palavra antes tem o mesmosignificado em:

8 Notas: 1

Escolheruma

a. numas vezes – portanto

Sem que haja alteração do sentido do texto, as palavras ora e logo podemser substituídas, respectivamente, por:

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resposta.b. note-se que – por conseguinte

c. assim sendo – em seguida

d. agora – em seguida

e. por enquanto – assim sendo

9 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. a presença do medo denota falta de aperfeiçoamentono amor.

b. o fato de nos atormentarmos demonstra que nãosomos suficientemente aperfeiçoados no amor.

c. não haverá punição enquanto houver medo.

d. o medo é gradualmente afastado enquanto o amor éaperfeiçoado em nós.

e. à medida que somos aperfeiçoados, o medo ésuplantado pelo amor.

A partir da leitura do texto, não se pode concluir que:

10 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. uma exclusão

b. uma concessão

c. uma conclusão

d. uma condição

e. uma conseqüência

“...logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” Logo introduz umaoração que expressa:

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11 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. estão no imperativo, com propósito de denunciar

b. estão no imperativo, com propósito de exortar

c. estão no subjuntivo, com propósito de doutrinar

“Tendo ... irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelosangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagroupelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre acasa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plenacerteza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavadoo corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança,sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Consideremo-nostambém uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boasobras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns;antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Diase aproxima” (Hb 10.19-25).

C. Considerando o texto acima, responda às questões 11, 12 e 13.

Sobre as formas verbais aproximemo-nos / guardemos / consideremo-nos /não deixemos de congregar-nos / façamos, podemos dizer que:

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d. estão no imperativo, com propósito de proclamar

e. estão no subjuntivo, com propósito de edificar12 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. o acesso dos crentes à presença de Deus

b. o sacerdócio de Cristo e a confissão da esperança nacomunhão dos crentes

c. a intrepidez dos crentes por meio do sangue de Jesuse a necessidade de participar das reuniões

d. o que o crente deve fazer agora que tem intrepidezpara entrar no Santo dos Santos e tendo grandesacerdote sobre a casa de Deus

e. a intrepidez dos crentes como princípio para a vida decomunhão da igreja

O tema do texto é:

13 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. aproximais-vos / guardeis / considerais-vos / nãodeixeis de congregar-vos / fazeis

b. aproximais-vos / guardais / considerai-vos / nãodeixais de congregar-vos / façais

c. aproximai-vos / guardai / considereis-vos / não deixeisde congregarem-vos / fazeis

d. aproximai-vos / guardeis / considerai-vos / não deixeisde congregar-nos / façais

e. aproximai-vos / guardai / considerai-vos / não deixeisde congregar-vos / fazei

Considerando ainda as formas aproximemo-nos / guardemos /consideremo-nos / não deixemos de congregar-nos / façamos , assinale aalternativa em que todas as formas estão corretamente flexionadas na 2ªpessoa do plural:

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14 Notas: 1

D. Compreensão e organização

Após cada período abaixo (letras A, B, C, D, E), há dois textos. Decida qualdeles (X ou Y) inicia o período de forma coerente e coesa e assinale aseqüência correta de respostas.

A) ____________________________________. É muito comumacontecer que tal visão seja estreita e deformada. Se a pessoa lê aBíblia com a convicção de que a igreja é aquilo que ela pensa que é,então projeta na Bíblia, com grande prejuízo, tal convicção. E o pior éque muitas vezes junta dados bíblicos para defender suadenominação e atacar correntes eclesiásticas, sem proveito para

ninguém.2

(X) Quase sempre a palavra igreja sugere no espírito do leitor as idéias,que, a respeito, lhe são familiares.

(Y) Daí a necessidade de examinarmos, antes de mais nada, o ensinobíblico sobre o Reino de Deus e a Comunidade da Fé, em qualquer dassuas formas.

B) ______________________________________. “Os teóricosrepetem, maquinalmente, as doutrinas e sentenças em moda:

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sistemas rígidos e construções fictícias, umas, condenadas àesterilidade, como espécimens de herbário e coleções de museus –nos anais do pensamento; contrárias, outras, à realidade, e opostas,no combate das idéias (reflexo do embate das tendências antagônicas

dos interesses) aos nossos interesses vitais.”3

(X) Disso resulta que intelectuais e políticos brasileiros se preocupam comos aspectos mais superficiais da vida nos países desenvolvidos, e aquiprocuram imitá-los, mostrando-se indiferentes à situação no interior dopaís.

(Y) Um dos aspectos mais nítidos na teoria da Alberto Torres é a crítica àvida intelectual brasileira, que julgava desligada de nossa realidade social eincapaz de verdadeira formação.

C) _____________________________. Mais de 600 000 obras fazemreferência direta ou indireta a ele. Homem de ambição e vaidadedesmedidas, inversamente proporcionais a sua baixa estatura, de1,67 metro, Napoleão gostava de chamar a si mesmo de “Filho daRevolução”. Era um gênio militar por natureza, mas foi a Revoluçãoque lhe deu a oportunidade de demonstrar seus talentos nos campos

de batalha.4

(X) Era, portanto, o homem certo, no lugar certo e na hora certa.

(Y) Nos últimos duzentos anos, mais livros foram escritos sobre Napoleãodo que sobre qualquer outra pessoa na História, com exceção apenas deJesus Cristo.

D) _________________________________. Ela foi proposta pelaprimeira vez em 1784 pelo físico americano Benjamin Franklin(1709-1790), o inventor do pára-raios, mas acabou rejeitada. Umséculo mais tarde, em 1884, houve uma importante articulaçãomundial para uniformizar os padrões de medição das horas. Foram

estabelecidos os fusos horários.5

(X) A medida foi necessária porque, com a construção de ferroviasextensas unindo regiões muito distantes, ficou evidente a diferença de

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Escolherumaresposta.

a. Y, X, X, Y, X

b. Y, Y, X, X, X

c. Y, X, X, Y, Y

d. Y, Y, X, X, Y

e. X, Y, Y, Y, X

horários entre um ponto e outro.

(Y) Adiantar o relógio para aproveitar melhor a luz natural e economizarenergia não é uma idéia recente.

E) _________________________. Um é o de que o mundo é feito deágua. Na verdade, ele é feito de água salgada, e como o processo dedessalinização ainda é muito caro, na prática ela fica inacessível parao uso humano. O segundo refere-se à crença de que no Brasil nãofalta água. Nós somos realmente uma das maiores reservas de águadoce do mundo, só que é algo extremamente mal distribuído. Osorganismos internacionais dão como um índice razoável 2.500 m³ porhabitante ao ano; abaixo de 1.500 m³ por habitante/ano considera-se

uma situação crítica.6

(X) Em primeiro lugar, temos que vencer dois mitos.

(Y) E nós temos dois estados que estão abaixo desse índice: Pernambucoe Paraíba.

____________2 FERREIRA, Júlio Andrade. Conheça a sua fé (Campinas: Cristã Unida, 1967), pág. 175.

3 LEITE, Dante Moreira. O caráter nacional brasileiro (São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1976), pág. 257.

4 GOMES, Laurentino. 1808 (São Paulo: Editora Planeta, 2007), pág. 41.

5 Revista Cláudia, nov. 1997, citado em Gramática reflexiva. CEREJA, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar

(São Paulo: Editora Atual, 1999), pág. 69.

6 THAME, Antônio O. Revista Planeta, edição 332, ano 28, nº 5, maio de 2000.

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15 Notas: 1

E. Leia o texto a seguir e responda às questões 15 e 16:

Basta, porém, uma só palavra do apóstolo Paulo para fazercalar esses falsos mestres. Sim, porquanto ele declara que a igrejaestá baseada no “fundamento dos apóstolos e profetas”.7 Se adoutrina dos profetas e dos apóstolos é o fundamento da igreja,primeiro importa que haja firme certeza dessa doutrina para que,somente então, a igreja comece a existir. Tampouco é válido que seponham a ironizar alegando que, ainda que a igreja tenha a suaorigem nos escritos proféticos e apostólicos, não se sabe que livrospodem ser atribuídos aos profetas e aos apóstolos, a não ser que aigreja intervenha e determine quais são.

Pois bem, se a igreja cristã, desde o princípio, esteve fundadanos escritos dos profetas e na pregação dos apóstolos, a aceitaçãodessa doutrina, onde quer que se encontre, é anterior à igreja,mesmo porque, sem ela, a igreja nunca existiria. Portanto, é purafantasia e mentira dizer que a igreja tem autoridade para julgar aEscritura e que é ela que, a seu bel-prazer, determina a certeza quese pode ter ou não ter quanto à Palavra de Deus. A verdade é que,quando a igreja recebe e aprova a Escritura, não é a igreja que atorna autêntica, como se antes disso ela fosse duvidosa e incerta.Muito ao contrário, porque é a igreja que reconhece que a Escritura é

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Escolherumaresposta.

a. Os que alegam que a Escritura deve ser julgada eaprovada pela igreja ensinam uma falsidade.

b. A autenticidade da Escritura é passível de dúvida, anão ser que haja prévio acolhimento e aprovação pelaigreja.

c. É dever da igreja submeter-se incondicionalmente àEscritura.

d. A igreja não poderia existir sem a doutrina dofundamento dos apóstolos e profetas.

e. Cabe à igreja confessar a veracidade da Escrituracomo Palavra de Deus.

a verdade de Deus, e, conforme o seu dever, a respeita sem

restrições.8

_____________________

7 Efésios 2.2

8 CALVINO, João. As Institutas - Edição Especial para Estudo e Pesquisa (São Paulo:

Cultura Cristã, 2007), I.1.21.

Assinale a alternativa que não corresponde ao que pensa oautor:

16 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. Escritura

b. Igreja

c. Aceitação da doutrina

d. Mentira

e. Autoridade

Assinale a alternativa correta

“... é ela que, a seu bel-prazer, determina a certeza que se pode ter ou nãoter quanto à Palavra de Deus.” No texto, a palavra seu refere-se à:

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17 Notas: 1

F. Leia o seguinte texto e responda às questões 17, 18 e 19:

Ouçamos agora o que diz Agostinho, a fim de que os pelagianosdo nosso tempo, quer dizer, os sofistas da Sorbonne, não noscensurem, como é seu costume, dizendo que todos os mestres dopassado estão contra nós. Nisso eles seguem seu pai Pelágio, queimportunou Agostinho com igual calúnia. Pois bem, ele tratouextensamente deste assunto no livro que intitulou Da Correção e daGraça, do qual vou citar alguns breves trechos empregando as suaspróprias palavras. Diz ele que a graça de persistir no bem foi dada aAdão, bastando que ele a quisesse usar, que ela nos é dada a fimde que nós queiramos usá-la, e que, usando-a, sobrepujemos asconcupiscências. Assim é que Adão tinha o poder, se o quisesse,mas não tinha o querer, para que pudesse; que a nós é dado tanto oquerer como o poder; que a primeira liberdade foi a de poder nãopecar, e que o que temos agora é muito maior, é a liberdade de nãopoder pecar. Os sorbonistas expunham isso quanto à perfeição quehaverá na vida futura, mas isso é tolice, visto que Agostinho semanifesta mais adiante dizendo que a vontade dos crentes éconduzida de tal maneira pelo Espírito Santo que eles podem fazero bem porque o querem, e que o querem porque Deus criou neles oquerer. “Porque”, diz ele, “se em sua grande fraqueza a carne fossedeixada a cargo deles de modo que pudessem fazer o bem com a

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Escolherumaresposta.

a. I, II, V, VI

b. II, III, V, VI

c. I, II, III, VI

d. II, IV, V, VI

e. I, III, V, VI

ajuda de Deus quando bem lhes parecesse, e que Deus não lhesdesse a vontade tão cercada de tentações, a vontade deles, fraca efrágil como é, cederia, e assim eles não poderiam perseverar”.

Por isso Deus veio em socorro da vontade humana em suafraqueza, dirigindo-a sem que ela possa virar-se para lá e para cá, egovernando-a sem que ela possa desviar-se. Porque, dessamaneira, por mais fraca que seja, não pode cair. Pouco depois elemostra como é necessário que o nosso coração siga o movimentode Deus, quando os atrai, dizendo que Deus atrai bem os homenssegundo a vontade deles, e não por constrangimento ou pela força,mas que a vontade é aquilo que ele formou neles.9

________________________

9 Op. Cit. I.2.57

Em relação ao texto acima, julgue as seguintes afirmações:

I – Calvino sentiu-se censurado por Agostinho.II – Os doutores da Sorbonne agiam como Pelágio, segundo Calvino.III – Calvino opõe-se aos sorbonistas fazendo citações de um livro deAgostinho.IV – Os sofistas da Sorbonne também importunaram Agostinho.V – Calvino crê que a perseverança é dom de Deus.VI – Em sua argumentação, Calvino usa o texto de Agostinho.

Assinale a opção em que todos os itens estão corretos:

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18 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. verbo na voz passiva – agente da passiva

b. verbo na voz passiva – sujeito agente

c. verbo na voz reflexiva – agente da passiva

d. verbo na voz passiva – sujeito ativo

e. verbo na voz ativa – agente da passiva

“... a vontade dos crentes é conduzida de tal maneira pelo EspíritoSanto...”

Os termos grifados são respectivamente:

19 Notas: 1

Escolherumaresposta.

a. a oração grifada é subordinada e tem função de sujeito

b. a oração grifada é subordinada adverbial

c. a oração grifada inicia-se com uma conjunçãoadverbial

d. a oração grifada é a principal e tem sujeito simples

e. a oração grifada é coordenada e tem função de sujeito

“... é necessário que o nosso coração siga o movimento de Deus...”

Assinale a alternativa correta:

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20 Notas: 1

G. Compreensão e ordenação de períodos:

Os trechos abaixo constituem juntos um texto, mas estão desordenados.Ordene-os e em seguida assinale a seqüência correta correspondente.10

(__) Sem forças para resistir àquele redemoinho imundo, afundei. Umhomem mergulhou, me puxou pelos cabelos e me transportou, a nado, atéa capota de um carro que boiava. Soube depois que se chamava JoséErnesto Galahad. Ao ver que eu já não respirava e punha água pelo nariz,ele me fez três massagens cardíacas e retomei a consciência. Pediu,então, que eu me empenhasse em sobreviver e ficasse quieta para nãocairmos do carro, que balançava muito. Pensei nas minhas duas filhas e nomeu marido e agüentei firme até a chegada dos bombeiros. Eles nosresgataram e me levaram para o hospital.

(__) Graças ao gesto nobre e desinteressado de José Ernesto possoafirmar que meus valores mudaram. Ele e outras pessoas me mostraram,no dia da enchente, o verdadeiro significado da palavra solidariedade.

(__) Por sorte, o homem que me resgatou de um afogamento iminente nãopartilhava dessa estreita visão de mundo. Nunca mais vou esquecer atarde de horror de 1º de março deste ano, quando a chuva transformou oVale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, numa piscina de águasbarrentas. Ilhadas no túnel, eu e dezenas de pessoas lutávamos contra acorrenteza e a violência dos carros que passavam soltos, arrastados pelaenxurrada. Era um turbilhão de gritos, choro e pedidos de socorro.

(__) Sempre acreditei que, se cada um resolvesse os próprios problemas,o mundo seria melhor. Essa maneira de pensar e de agir se baseia numa

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Escolherumaresposta.

a. 3º, 5º, 2º, 1º, 4º

b. 1º, 3º, 4º, 2º, 5º

c. 4º, 2º, 1º, 5º, 3º

d. 2º, 1º, 3º, 5º, 4º

e. 5º, 4º, 1º, 3º, 2º

forma civilizada de egoísmo. Cuido da minha vida sem incomodar ninguém– o que, na prática, quer dizer: – jamais peça ajuda a um vizinho para queele não se sinta no direito de fazer o mesmo.

(__) Dois dias depois reconheci nos jornais meu anjo da guarda.Considerado herói pelo desprendimento e pela coragem ao me salvar, tinhase tornado pai horas após o temporal. Anotei o nome da maternidade e fuiaté lá. Camila, hoje minha afilhada, mamava no peito de Roberta quandoentrei no quarto e me apresentei meio sem jeito: “Sou a Sueli. Vimagradecer por seu marido existir e por ter salvado a minha vida sem sepreocupar com o perigo”. Choramos, nos abraçamos, conversamos muito.Nasceu, assim, nossa amizade.

_________________10 Depoimento de Sueli Dessa de Carvalho in Cláudia, julho 1999, citado em CEREJA,

William Roberto e MAGALHÂES, Thereza Cochar. Texto e interação (São Paulo: Atual,

2000), págs. 67,68.

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