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notícias REVISTA TRIMESTRAL INFORMAçãO GERAL DISTRIBUIçãO GRATUITA DEZEMBRO 2012 28 DESTAQUE REFINARIA DO LOBITO VICE-PRESIDENTE, MANUEL VICENTE, LANçA PRIMEIRA PEDRA NA CONSTRUçãO DO MEGA-EMPREENDIMENTO NACIONAL SONANGOL PREPARA O FUTURO Programa de bolsas de estudo atrai jovens angolanos CULTURA KILUANJI KIA HENDA Retrato do artista Prémio Nacional de Cultura e Artes 2012

VICE-PRESIDENTE, ANUEL ICENTE, - sonangol.co.aoªs/Documents/RS_dec2012_n28.pdf · Retrospectiva de um jovem artista consagrado. nacionaL reFinaria do loBito Lançada a primeira

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notíciasRevista tRimestRal • infoRmação GeRal • DistRibuição GRatuita • DeZembRo 2012 • nº28

Destaque

RefinaRia Do Lobito

Vice-Presidente, Manuel Vicente, lança PriMeira Pedra na construção do Mega-eMPreendiMento

nacionaLsonangoL pRepaRa o futuRo

Programa de bolsas de estudo atrai jovens angolanos

cuLtuRaKiLuanji Kia HenDa

Retrato do artista Prémio Nacional de Cultura e Artes 2012

34 cuLtuRaKiluanji Kia henda

Retrospectiva de um jovem artista consagrado.

nacionaLreFinaria do loBitoLançada a primeira pedra na construção do mega-empreendimento.

06 nacionaLBreVes da actualidade

DespoRtodesPortoAngola orgulha-se com conquista do título africano de clubes.

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petRÓLeo caracteriZação da indÚstria do PetrÓleo e do gÁs

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nacionaL sonangol PrePara o FuturoPrograma das bolsas de estudo atrai novos quadros qualificados.

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Colabore Com a revista sonangol notíCias, mande os seus textos para [email protected]

eDição• gabinete de Comunicação e imagem – [email protected] • director – João Rosa Santos • redacção – Hélder Sirgado (Coordenador), Paula Almeida, José Augusto, Kimesso Kissoca e Edvaldo Nelumba • Colaboradores permanentes – José Mota, Beatriz Silva, Sandra Teixeira, Nadiejda Santos, Carlos Guerreiro, Lúcio Santos e Sarissari Diniz • interlocutores nas subsidiárias – Andresa Silva, Ângela Feijó, Ariel Escórcio, Estêvão Félix, Gil Miguens, José Oliveira, Lúcia Anapaz, Luís Alexandre, Marta Sousa, Miguel Mendonça, Mondlane Boa Morte, Nelson Silva, Pedro Lima, Rosa Menezes e Sónia Santos • Fotografia – José Quarenta e Henrique Artur • secretariado – Helena Tavares e Yolanda Carvalho • distribuição – Mateus Tavares, Carvalho Neto, Diogo Lino e Ana Victor • impressão – Damer Gráficas, S. A. • tiragem – 5000 exemplares • design gráfico, apoio editorial e produção –

conseLHo De aDministRação • presidente – Francisco de Lemos José Maria • administradores executivos – Anabela Fonseca, Fernando Roberto, Mateus de Brito, Baptista Muhongo Sumbe, Sebastião Gaspar Martins e Raquel Vunge. • administradores não executivos – Albina Assis Africano, José Guime, André Lelo e José Paiva

revista disponivel nos voos da:

nota: Os textos assinados não vinculam necessariamente a Sonangol ou a revista, sendo de inteira responsabilidade dos seus autores.

pRopRieDaDe Sonangol, E.P.

• sede Rua Rainha Ginga, 29/31 Caixa Postal 1316 LuandaTel.: 226 643 342 / 226 643 343Fax: 226 643 996www.sonangol.co.ao

• Dezembro 2012 - Nº284

op

iniã

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paLavRa Do DiRectoRJoão Rosa Santos

o início do FiM

O dia 10 de Dezembro de 2012 certamente já faz parte da his-tória da cidade por-tuária do Lobito e,

consequentemente, de todos os angolanos, uma vez que registou o início das obras de construção da Refinaria do Lobito, um dos maio-res e mais importantes projectos de Angola independente.Com o arranque desta imponente obra vaticina-se o início do fim das importações de combustíveis no país, um cancro que durante largos anos vem corroendo a economia nacional e desviando recursos que bem poderiam ser mais úteis a ou-tros sectores da vida social.Paralelamente, a construção da Refinaria do Lobito irá agregar valor ao petróleo bruto produzi-do em Angola, contribuir para a criação de mais de dez mil em-pregos directos e indirectos, bem como para várias oportunidades de negócio, factores que poderão

ser decisivos e vitais para o de-senvolvimento da região.Ao referir-se à importância e pertinência do projecto, Manuel Vicente, vice-presidente da Re-pública, considerou tratar-se de um momento ímpar na indústria petrolífera angolana, cujos ganhos vão alavancar o tecido económico nacional e acelerar o crescimento multifacético da nação.Estamos de facto perante uma obra de vulto, assente em pa-drões de qualidade e ambiente nacionais e internacionais, que vai permitir, talvez a partir de 2018, o processamento diário de cerca de 200mil barris de petróleo.O desafio é enorme, sendo maior a expectativa ao seu redor pois, como é mister em projectos desta envergadura, ninguém quer seguir no último vagão desta viagem em direcção ao futuro.Outrossim, a localização cen-tralizada do projecto permite a facilidade de acesso a todas as

províncias de Angola e a países vizinhos, constituindo também um passo de gigante no desenvolvi-mento dos Caminhos de Ferro de Benguela no âmbito do transporte quer doméstico quer regional de produtos refinados.A primeira pedra já foi lancada. Espera-se proximamente o início da colheita dos frutos. A gasolina regular Ron 93 e 91, o jetA1, o gasóleo regular e de marinha constam do cardápio sugestivo de futuro da Refinaria do Lobito.O caminho ainda é longo mas, com certeza, mora no fundo do coração de todos os angolanos envolvidos na obra a firme deter-minação de trabalhar com amor e profissionalismo, porque há consciência e convicção de que cada gota de suor é uma semente de progresso e desenvolvimento em Angola.

Até breve!

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O ministro das Relações Exteriores do Reino de Espanha, José Manuel Garcia Margallo, que efectuou uma visita oficial de alguns dias a Angola, manteve, no Edifício Sede da Sonan-gol E.P., no dia 12 de Dezembro de 2012, um breve encontro de trabalho com o Presidente do Conselho de Administração da petrolífera estatal angolana, Francisco de Lemos José Maria.Por outro lado, o PCA esteve muito recentemente no Brasil, onde visitou a empresa do ramo petrolífero Sonangol Starfish. Durante a visita, Francisco Maria recebeu informações sobre o funcionamento das diversas áreas da Sonangol Starfish, ao que se seguiu uma reunião cuja agenda de trabalho incluiu os seguintes temas: Estrutura Societária, Organograma, Con-cessões, Aporte de Capital, Necessidade de Capitalização e a Implementação SAP.O Plano de Negócio 2013-2017 e o Risco de Exploração no “Offshore” Versus Outras Estratégias de Sustentabilidade constituíram igualmente assuntos abordados no decurso do encontro que decorreu sob orientação do Presidente do Con-selho de Administração da concessionária nacional.

Participaram igualmente da reunião as Administradoras da Sonangol E.P., Anabela Fonseca e Raquel Vunge, enquanto a Sonangol Starfish esteve representada pelo seu Presidente, Joaquim Leite da Costa, e pelos Vice-Presidentes, Nazaré Monteiro e José Castro.No final da sessão, Francisco Maria deixou importantes orien-tações visando a sustentabilidade daquele Negócio que tem a sua sede no Rio de Janeiro (Brasil).Ainda em Dezembro, o PCA conferiu posse aos Directores Geral e Adjunto da empresa Luxerviza, respectivamente, João Simão Manuel da Silva e Rui Pereira do Amaral Gourgel.Assistiram ao acto, que decorreu no Edifício Sede da Sonan-gol E.P., Administradores da petrolífera estatal angolana, membros da Comissão Executiva da Sonangol Gás Natural – Sonagás, bem como responsáveis da Empresa Nacional de Electricidade (ENE).Recorde-se que a Luxerviza é uma sociedade entre a Sonan-gol Gás Natural e a ENE que tem como finalidade produzir, distribuir e comercializar energia eléctrica.

Victor Manuel Flora Amorim, com a obra “Do Céu e da Terra”, é o grande vencedor da 3ª edi-ção do Prémio Sonangol de Lite-ratura, na categoria Revelação. O facto foi dado a conhecer pelo júri do referido concurso, em sessão realizada no dia 28 de Novembro de 2012, na capi-tal angolana.Assim, para além da publica-ção da sua obra, Victor Amorim receberá, no dia 25 de Fevereiro de 2013, data do 37º aniversá-rio da petrolífera estatal ango-lana, um cheque no valor de 10 mil dólares norte americanos.O Prémio, ao qual concorreram na presente edição um total de 49 obras, é uma organiza-ção da Sonangol em parceria com a União dos Escritores Angolanos.

O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, visitou recentemente no Rio de Janeiro, Brasil, a Sonangol Starfish, empresa adstrita a Sonangol Hidrocarbonetos Internacional. Francisco Maria, depois de visitar as instalações da Sonangol Starfish, manteve um encontro de tra-balho com o corpo directivo desta empresa durante o qual rece-beu informações pertinentes sobre o seu funcionamento, tendo igualmente baixado orientações visando a sustentabilidade do negócio. Ainda no decurso da reunião em que participaram as Administradoras da Sonangol E.P., Anabela Fonseca e Raquel Vunge, analisou-se o Risco de Exploração no “Offshore” Versus Outras Estratégias de Sustentabilidade bem como o Plano cor-porativo de Negócio para o período 2013-2017. De recordar que a Sonangol Starfish tem como Presidente Joaquim Leite da Costa e como Vices-Presidente Nazaré Monteiro e José Castro.

Ministro esPanhol das relações exteriores reÚne coM Pca da sonangol e.P.

Vencedor do PréMio sonangol de literatura-categoria reVelação

Francisco Maria Visita eMPresa sonangol starFish

• Dezembro 2012 - Nº286

Sob o lema “O Legado Continua”, a Sonangol USA (SONUSA) celebrou, no passado dia 12 de Novembro, o seu 15° aniver-sário, tendo cumprido, a propósito, um programa de acti-vidades que culminou com a realização, naquele país do continente americano, de um jantar comemorativo do qual participaram colaboradores, clientes e parceiros da referida Subsidiária da Sonangol E.P.O programa, bastante participativo, incluiu ainda um jogo de Futsal entre mistos da Sonangol USA e da Sonangol Marine Services.Ao discursar durante o jantar, a Presidente da SONUSA, Elma Almeida, enalteceu o empenho de todos os trabalhadores

nas suas actividades e responsabilidades diárias e reforçou a necessidade de se dar continuidade ao fortalecimento da presença do Grupo Sonangol no mercado americano.

A Operação Houston Express, um serviço de transporte aéreo directo de passageiros e carga entre Luanda e Hous-ton (Estados Unidos da América) e no sentido inverso, ofe-recido pela SonAir, Subsidiária da Sonangol E.P., completou no passado dia 06 de Novembro, doze anos de existência.Na sua primeira década de actividade, a Houston Express funcionou com uma aeronave do tipo MD11, então operada pela companhia WorldAirways. Porém, a partir de 2010, o referido serviço passou a ter como operador a Atlas Air, desta feita com um Boeing 747-400, facto que fez aumentar sig-nificativamente a respectiva taxa de ocupação. Recorde-se, a esse propósito, que o MD11 tinha uma capaci-

dade para 113 lugares, sendo que o Boeing 747-400 actual-mente ao serviço da Houston Express transporta um total de 189 passageiros, dos quais 10 em 1ª Classe, 108 em Exe-cutiva, 35 em Económica Plus e 36 em Classe Económica.

sonusa celeBra 15º aniVersÁrio

oPeração houston exPress coMPletou 12 anos de actiVidade

O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, defendeu que o Exe-cutivo continua a promover o desenvolvimento do sector do petróleo e gás, por se afigurar como catalizador para a diversificação da econo-mia nacional, na perspectiva de contribuir para a redução da pobreza no país. A aposta no sector prende-se também com a vontade de pro-porcionar melhor qualidade de vida à população, através do maior acesso a formas de utilização de energia moderna, mais acessível e eficiente, disponível em abundância no país. O governante sublinhou que “O sector do petróleo e gás, no âmbito das suas atribuições ema-nadas do Executivo, está a desenvolver um conjunto de acções, visando melhor prestação do serviço público, com total respeito às normas de funcionamento necessárias ao desempenho das atribuições económi-cas e sociais de interesse público”. Segundo o governante, o Executivo Angolano traçou, como objectivos principais a médio prazo, intensi-ficar as actividades de prospecção, pesquisa de petróleo bruto e gás natural; licitar novas concessões petrolíferas e desenvolver a indús-tria de gás natural e da petroquímica.

ProMoção do gÁs e PetrÓleo na agenda Política

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O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kus-sumua, acompanhado da Secretária de Estado e de Directores do referido sector governamental, visitou recentemente a Zona Económica Especial Luanda-Bengo (ZEE), nomeadamente as Unidades Industriais VEDATELA, PIPELINE, NINHOFLEX, INDU-CABOS, MANGOTAL, PIVANGOLA, INDUTIVE, MATELECTRICA, ANGOLACABOS, INDUTUBO, TRANSPLAS, TELHAFAL, MT/BT, BOMBAGUA, INDUPLASTIC, INFER e GALVANOPLASTIA. A visita teve como objectivo constatar os níveis de produção das várias unidades industriais localizadas na ZEE e analisar até que ponto os seus produtos podem satisfazer as necessida-des do ministério da Assistência e Reinserção Social, no âmbito das suas responsabilidades relacionadas com o programa de investimentos públicos, muito particularmente a construção

de estruturas de carácter social.O presidente da Associação dos Deficientes de Angola, Silva Etiambulo, também esteve na ZEE, desta feita para tratar, com a empresa Sonangol Investimentos Industriais (SIIND), de questões relacionadas com o cumprimento do Decreto Nº 21/82, de 22 de Abril, que determina medidas para a protecção dos deficientes. De acordo com o referido Decreto, todos os organismos do Estado, empresas estatais, mistas, privadas e cooperativas, bem como organizações de massas e sociais, devem man-ter uma reserva de pelo menos 2% dos seus postos de traba-lho para pessoas deficientes. Refira-se que a MATELECTRICA é uma das unidades industriais da ZEE que já emprega porta-dores de deficiência.

A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – Sonan-gol E.P., e a Maersk Oil Angola A/S, anunciaram mais uma descoberta de petróleo no Bloco 16, com perfuração do poço Caporolo-1, em águas profundas do offshore Angolano. Trata-se da segunda descoberta feita neste bloco depois do Chissonga-1. O poço Caporolo-1, foi perfurado numa lâmina de água de 1 235 metros e atingiu uma profundidade total de 5 508 metros. Os resultados do teste deste poço indica-ram um fluxo máximo de 3.000 barris de petróleo por dia, através de um estrangulador de fluxo de 36/64 polegadas.A Sonangol E.P. é a Concessionária Nacional e a Maersk Oil Angola A/S é o Operador do Bloco16 com 65% de participa-ção, tendo como parceiros a Sonangol P&P (20%) e a Ode-brecht Oil & Gas Angola Ltd (15%).

Ministro da assistÊncia e reinserção social Visita Zona econÓMica esPecial

noVa descoBerta de PetrÓleo no Bloco 16

• Dezembro 2012 - Nº288

O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, defendeu recente-mente que é preciso mudar permanentemente para melho-rar a empresa e o desempenho dos colaboradores, sendo que mudar significa ajustar continuamente a organiza-ção, melhorar comportamentos e cumprir e fazer cumprir as orientações superiormente emanadas pelo executivo angolano. Recentemente, numa cerimónia, assistida por membros dos Conselhos de Administração e de Direcção da Sonangol E.P., foram empossados Josina Marília N’gongo Mendes Baião Magalhães para o cargo de Presidente da Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Ruben Mon-teiro da Costa para o cargo de Presidente da Comissão Executiva da Sonagás, Diogo da Silva Manuel para o cargo de Presidente da Comissão Executiva da MSTelcom e João António Ramos para o cargo de Presidente da Comissão Executiva da SONAREF. Foram igualmente empossados, Ana Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa, nos cargos de Vogal da SONAREF, Gerente Único e Directora Geral da SONAREL, Ana Maria dos Reis Fançony, Vogal da Comissão Executiva da SONAREF, Augusto dos Anjos e Costa Pereira Bravo, Vogal da Comissão Executiva da SONAREF, Vicente Sebastião Inácio, Vogal da Comissão Executiva da Sonan-gol Holdings, Jacinto Estêvão, Vogal da Comissão Execu-tiva da Sonangol Holdings, Joaquim da Conceição Mayer, Vogal da Comissão Executiva da Sonagás, Jaime Cam-pos, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Distribui-dora, José Pedro Benge, Vogal da Comissão Executiva da MSTelcom e Tomás Faria, no cargo de Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Logística.Tomaram ainda posse Julião Milagre de Assis Bárber no cargo de Secretário do Conselho de Administração da Sonangol E.P., Belarmino Emílio Chitangueleca no cargo de Director de Produção, Jacinto Manuel Veloso no cargo de Director de Finanças, Natacha Alexandra Ferreira Mon-teiro Massano no cargo de Directora de Economia de Con-cessões, Suzel Cardoso Alves Daniel no cargo de Directora de Negociações, Daniela Baptista Matos no cargo de Directora do Gabinete de Qualidade, Saúde, Segurança e Ambiente, André Pitra no cargo de Director do Projecto Sinco e Rodolfo Aguiar no cargo de Director do Projecto de Fertilizantes da Sonangol E.P.Para além destas nomeações, realizou-se no seio da empresa uma nova distribuição dos pelouros. Assim, em

Despacho datado de 5 de Outubro de 2012, o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, procedeu a um ajustamento na super-visão das Unidades Organizacionais da Sonangol E.P. e suas Subsidiárias pelos membros do Conselho de Admi-nistração. Consequentemente, a referida supervisão ficou assim definida: Presidente do Conselho de Administração: Direcção de Planeamento, Direcção de Auditoria e Con-trolo Interno, Direcção de Serviços Jurídicos, Gabinete para as Relações com o Estado e Fiscalidade, SONIP-Sonan-gol Imobiliária e Propriedade, Sonangol Finance Limited, Fundo Social, Banco de Poupança e Promoção Habitacio-nal, Projectos Institucionais “Bónus Petrolíferos”, Fundos de Abandono e Fundo de Pensões da Sonangol. Admi-nistradora Anabela Soares de Brito da Fonseca: Direcção de Tecnologias de Informação, Gabinete de Qualidade, Saúde, Segurança e Ambiente, Sonangol Pesquisa e Pro-dução, Sonangol Hidrocarbonetos Internacional, SONACI--Sonangol Comercialização Internacional, SSHL-Sonangol Shipping Holding Limited e SONILS.Administrador Baptista Muhongo Sumbe: Direcção de Manutenção e Infraestruturas, Direcção de Serviços Sociais, Sonangol Distribuidora, Sonagás-Sonangol Gás Natural, Projecto de Produção de Fertilizantes e Luxerviza-Gera-ção de Energia Eléctrica.Administrador Fernando Joaquim Roberto: Direcção de Recursos Humanos, Clínica Girassol, MSTelcom, Puaça--Administração e Gestão, UCS-Universidade Corporativa da Sonangol e Unidades de Gestão dos Bolseiros da Sonangol.Administrador Mateus Morais de Brito: Direcção de Segu-rança Empresarial, Gabinete de Comunicação e Imagem, Sonangol Logística, SIIND -Sonangol Investimentos Indus-triais, Comissão de Projectos Sociais do Soyo, Coopera-tiva Cajueiro e Centro Recreativo Paz Flor.Administradora Raquel Rute da Costa Vunge: Direcção de Finanças, Direcção de Gestão de Riscos, Direcção Central de Compras, Sonangol Holdings, SonAir e Projecto Sinco--Sistema de Informação Corporativa.Administrador Sebastião Pai Querido Gaspar Martins: Direcção de Exploração, Direcção de Produção, Direcção de Negociações, Direcção de Economia de Concessões, Gabinete de Arquivo e Base de Dados, Laboratório Cen-tral, Direcção do Comité de Controlo das Concessões e SONAREF-Sonangol Refinação.

sonangol ajusta estrutura organiZacional

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• Dezembro 2012 - Nº2810

a hora do arranQue

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reFinaria do loBito

Foi lançada a primeira pedra na construção do mega-empreendimento da refinaria do lobito, cujo objectivo a longo prazo é contribuir para a independência energética nacional.

José Ramos (texto) Editora Visão (Fotos)

cerimónia, o lançamento da primeira pedra para a construção da refinaria local constitui um momento singular para o sector. O governante afirmou que o projecto é estruturante e faz falta ao país, “uma vez que somos deficitários em termos de derivados de petróleo” e vem dar o sinal que “todos nós esperámos durante al-gum tempo, para que possamos ser auto-suficientes e com capacidade de exportação para os países vizinhos”.O projecto, que criará 10 mil postos de trabalho directos e indirectos, ainda durante a fase de construção, está lo-calizado no morro da Quileva, ao longo da linha costeira, a 10 quilómetros da cidade do Lobito. Situado a 150 metros acima do nível do mar, numa área de 3.805 hectares, no eixo norte-sul do país, este empreendimento permiti-rá o abastecimento em derivados do "ouro" negro a todas as províncias e países vizinhos.

A Sonangol anunciou o início for-mal das obras para a constru-ção da refinaria do Lobito, com

capacidade de processamento diário de 200 mil barris de petróleo por dia. O anúncio foi feito pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Francisco de Lemos, na cidade do Lobito, Benguela, durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra para a construção da refinaria, pelo vice-presidente da República, Manuel Vicente.Durante a cerimónia, Francisco de Lemos lembrou que o projecto é o resultado de empenho de centenas de quadros e responsáveis da empresa, desde 2000, quando foi proclamada a visão e a estratégia corporativa do projecto, cuja conclusão das obras poderá ocorrer dentro de cinco anos. Trata-se de um substancial investi-mento da Sonangol que representa o princípio do fim de uma longa cami-

nhada que culminará, gradualmente, com a redução e eliminação completa das importações de combustíveis e lubrificantes, visando a independência energética nacional.“A construção da refinaria do Lobito também é resultado do esforço ab-negado de uma grande paciência e paixão do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que com a sua visão de orientação estratégica sempre acreditou na capacidade do país em fornecer combustíveis em abundância com a qualidade dese-jada, e principalmente com preços baixos”, afirmou.Segundo o gestor, o empreendimento proporcionará uma unidade industrial adicional à estrutura económica e produtiva mais moderna e ambien-talmente compatível aos padrões de qualidade. Para o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, também presente na

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as noVas tendÊncias da energia

o mapa mundial da energia está a mudar, tanto pelos novos métodos de produção, o abandono da energia nuclear em alguns países, a adopção das fontes renováveis, como pela expansão dos recursos não convencionais. o “World energy outlook 2012” avaliou o impacto que estes novos desenvolvimentos poderão ter no futuro da energia no mundo.

Nádia Morais (texto)

• Dezembro 2012 - Nº2812

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• Dezembro 2012 - Nº2814

Prevê-se também que os desafios dos responsáveis políticos se tornem cada vez mais complexos, um resultado da intensificação das relações entre os combustíveis, os mercados e os preços, enquanto o gás natural liquefeito (GNL) assume uma presença mais forte e as energias renováveis, um maior prota-gonismo na matriz energética.

a resPosta estÁ na eFiciÊncia

Segundo o estudo, o elemento fulcral do desenvolvimento do sector é o inves-timento na eficiência energética. Este poderá beneficiar a segurança energé-tica, o crescimento económico e o pró-prio meio ambiente, com a eliminação das barreiras que impedem a implemen-tação de medidas de eficiência energé-tica economicamente viáveis.Para que estas medidas se tornem reais, o estudo propõe um conjunto de etapas. Em primeiro lugar, tornar a eficiência energética mais visível através da ava-liação e divulgação dos seus benefícios económicos. Em segundo lugar, salien-

O estudo publicado pela Agên-cia Internacional de Energia (AIE) examinou o impacto des-

tes desenvolvimentos nos desafios enfrentados pelo sector energético a nível mundial: satisfazer a crescente procura, abrir o acesso e cumprir os objectivos mundiais relativos às alte-rações climáticas. Segundo o relatório, estes desenvolvimentos não foram o suficiente para que o sistema global de energia se encontre numa trajec-tória sustentável, pois os combustíveis fósseis continuam a dominar a matriz energética.Foi nos Estados Unidos que ocorreram as mudanças mais profundas, com novas tecnologias que dão acesso aos chamados recursos não convencionais, como o gás de xisto ou o petróleo com-primido. Prevê-se que, em 2020, os Esta-dos Unidos se tornem o maior produtor mundial de petróleo e um exportador líquido dez anos mais tarde.

tar o tema da eficiência energética de forma a este poder ser integrado nas decisões dos governos, das indústrias e da sociedade. Em seguida, os respon-sáveis políticos deverão tornar esta efi-ciência mais acessível, criando modelos de negócio, financiando veículos e incen-tivos que garantam aos investidores a retribuição do seu investimento. Por fim, devem desencorajar-se as abordagens menos eficientes através da aplicação de regulamentações e da promoção de medidas mais eficientes.Numericamente falando, o relatório prevê que a procura de energia primá-ria seja reduzida para metade a partir de 2035 e que a procura de petróleo atinja um pico antes de 2020. Entre as duas datas, espera-se um declínio na pro-dução correspondente à actual produ-ção conjunta da Rússia e da Noruega.

gÁs natural ganha ProtagonisMo

O gás natural será o único combustí-vel fóssil cuja procura de prevê crescer a todos os níveis. Aqui, o gás não con-

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• Dezembro 2012 - Nº2816

vencional deverá representar quase metade do aumento da produção mun-dial em 2035, com a China, os Estados Unidos e a Austrália como os maiores produtores. No entanto, o negócio do gás não convencional ainda se encon-tra nos seus primórdios e as incertezas relativas à extensão e qualidade dos recursos poderão travar o desenvolvi-mento destes novos recursos.Segundo o estudo, a confiança nos recursos não convencionais poderá ser reforçada com quadros legais sólidos e um desempenho exemplar da indús-tria. Além disso, o gás não convencional poderá acelerar o movimento de fluxos comerciais e pressionar os fornecedo-res a alterar os mecanismos de defini-ção dos preços de gás, actualmente vinculados ao preço do petróleo. No entanto, isto apenas poderá aconte-cer com o fortalecimento e a diversi-ficação das fontes de abastecimento,

assim como a mitigação da procura de importações e a emergência de novos exportadores de gás.Já nas energias tradicionais, espera-se um declínio. A procura do carvão – que satisfez quase metade do aumento da procura mundial de energia durante as últimas décadas – poderá cres-cer ou diminuir consoante as medidas políticas direcionadas para a promo-ção de fontes de energia com menos emissões nocivas ao meio ambiente, assim como para a implementação de tecnologias de combustão de carvão mais eficientes.No caso da energia nuclear, temos uma situação ambígua. Apesar de haver um gradual abandono em alguns paí-ses, como é o caso da França e do Japão, na sequência do acidente de Fukushima em 2011, no Japão, espera--se que a produção nuclear continue a crescer em termos absolutos devido à

sua expansão na China, Coreia, Índia e Rússia. Isto porque à medida que a pro-cura mundial de electricidade cresce – duas vezes mais rápido que o consumo total de energia – será necessário um aumento da capacidade para substi-tuir estas centrais nucleares em pro-cesso de desactivação.

renoVÁVeis assuMeM PaPel central

As energias renováveis registaram uma expansão rápida que levou à consolida-ção da sua posição na matriz energé-tica global. Calcula-se que representem um terço da produção total de electrici-dade em 2035, tornando-se a segunda fonte mundial de geração de electri-cidade em 2015 e aproximando-se do carvão enquanto principal fonte de elec-tricidade em 2035.O consumo de biomassa e biocombus-tíveisdeverá quadruplicar, com recursos

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mundiais para a bioenergia suficientes para satisfazer os níveis de aprovisiona-mento de biocombustíveis e biomassa projectados.Este aumento nas fontes de energia-renováveis deve-se à baixa dos custos da tecnologia e ao aumento dos preços dos combustíveis fósseis e do carbono, mas deve-se sobretudo aos subsídios que continuam a ser concedidos. Estes subsídios, atribuídos com o objectivo de apoiar novos projectos de energias reno-váveis, deverão ser ajustados à medida que a capacidade aumentar e os custos

da tecnologia diminuírem, para evitar a sobrecarga dos governos e dos con-sumidores.

energia Para todos

O principal objectivo do sector ener-gético global continuará a ser o acesso universal à energia. Segundo o estudo, apesar dos avanços constatados em 2011, cerca de 1300 milhões de pessoas ainda não têm acesso à electricidade e 2600 milhões não têm acesso a meios adequados para cozinhar.

Apesar da Cimeira do Rio+20 não ter resultado num compromisso para o acesso universal à energia em 2030, o ano das Nações Unidas da Energia Sus-tentável para Todos gerou novos com-promissos para atingir esse objectivo. No entanto, o estudo afirma que esses compromissos não bastam. É preciso uma acção mais ampla para evitar que, em 2030, quase mil milhões de pessoas não tenham electricidade e 2600 milhões continuem sem meios higiénicos para cozinhar, segundo as estimativas.

os recursos não conVencionais

noVos Métodos e tecnologias estão a ser adoPtados Para aProVeitar uMa noVa

era de recursos, encontrados a grandes ProFundidades e coM altos riscos de Produção.

as Fontes não conVencionais encontraM-se suBMersas eM rochas iMPerMeÁVeis, coMo

carVão, arenito e xisto. existeM trÊs tiPos de gÁs não conVencional: o gÁs de xisto,

encontrado eM dePÓsitos de xisto, o Metano eM caMadas de carVão (cBM, coal Bed Methane),

extraído de dePÓsitos de carVão e o gÁs coMPriMido, encontrado suBMerso

eM ForMações rochosas iMPerMeÁVeis.o gÁs de xisto teM tido o Maior ProtagonisMo

nos ÚltiMos anos, tanto Pelo seu Potencial coMo Pela PoléMica associada à sua Produção, noMeadaMente ao uso da

Fraturação hidrÁulica. atraVés deste Método, é Feita a PerFuração hidrÁulica de uM Poço

e são injectados grandes VoluMes de Água, Misturada coM areia e QuíMicos, Para criar

Fendas na rocha e liBertar o gÁs. alguns esPecialistas coMProVaraM Que este Método

PoderÁ ter uM iMPacto negatiVo no Meio aMBiente, PrinciPalMente no Que diZ resPeito à utiliZação de terrenos, Água e a Potencial

contaMinação da Água PotÁVel e das eMissões de gases nociVos ao Meio aMBiente.

• Dezembro 2012 - Nº2818

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sonangol PrePara o Futuro

os grandes desafios que a sonangol enfrenta no seu futuro exigem quadros devidamente qualificados. Com o programa de bolsas de estudo, a petrolífera nacional prepara antecipadamente colaboradores para dar resposta às novas necessidades da empresa.

Ângela Correia (entrevista) Malocha (Fotos)

PrograMa de Bolsas de estudo

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Des

po

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orientadas para os cursos de Geoci-ências e Engenharias e Tecnologias. No entanto, achou-se por bem esten-der-se também para algumas áreas das Ciências Sociais.

explique-nos um pouco como se de-senrola exactamente o processo de candidatura e atribuição da bolsa?

Este ano, o Conselho de Administração da Sonangol E.P. aprovou um Programa de Formação, consubstanciado na atri-buição de 500 bolsas de estudo anuais para o exterior do país no período 2012-2015. O processo de candidatura é um concurso público composto, em pri-meiro lugar, por uma fase de inscrição dos candidatos ao concurso público. A fase seguinte, a dos testes, que é eliminatória, começa com testes psi-cotécnicos. Os candidatos aprovados são submetidos a posterior a testes de conhecimentos. Os apurados nestes testes serão submetidos a testes vo-

O capital humano é unanime-mente considerado o bem mais valioso de qualquer organiza-

ção. Tendo em conta esta realidade, faz parte da estratégia de actuação da Sonangol incentivar a formação dos seus recursos humanos. O programa de atribuição de bolsas de estudo para estudantes angolanos é uma das faces visíveis do trabalho que a companhia tem desenvolvido com o objectivo duplo de encontrar quadros competentes para integrar a empre-sa, ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento académico dos jovens mais talentosos do país. Bastante procurado, o processo das candidaturas às bolsas de estudo para o próximo ano está a decorrer a bom ritmo. A Sonangol Notícias esteve à conversa com Luísa Gameiro, coor-denadora do programa de bolsas de estudo, que nos deu conta do ponto da situação. Durante a entrevista,

a responsável apontou as Engenharias e as Geociências como as áreas onde existe um maior défice de quadros, não só ao nível nacional mas também glo-bal. Na expectativa “de atenuar este défice foi criado este Programa com o objectivo de formar dois mil quadros”, explicou-nos a coordenadora.

a quem se destina o programa de bol-sas de estudo da sonangol?

O Programa de Bolsas de Estudo da Sonangol destina-se a todos os cida-dãos angolanos com idade compreen-dida entre os 16 e os 19 anos de idade que já tenham concluído o Ensino Mé-dio/Pré-Universitário ou que estejam a frequentar o último ano deste nível académico.

Quais são as áreas de estudo contem-pladas no programa?

As áreas de estudo do Programa de Bolsas de Estudo são essencialmente

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os quadros da Sonangol.

Qual a importância destes bolseiros para a empresa? Que mais-valias pos-suem e de que forma serão aprovei-tados para a empresa?

A Sonangol tem grandes desafios para o futuro, no que respeita a exploração petrolífera, e só terá capacidade de resposta se tiver quadros devidamen-te qualificados. Com este Programa, a empresa está a preparar antecipa-damente quadros para dar resposta a estes desafios futuros. A mais-valia é que a maioria destes bolseiros vai estudar em países com forte pendor na indústria petrolífera e de expres-são inglesa, que é a língua usada na indústria petrolífera. Esta conjugação de factores permitirá aos bolseiros desenvolverem competências duran-te os estudos e o período de estágio.

o número de licenciados que a sonan-gol tem recrutado tem aumentado nos últimos anos?

Anualmente a Empresa aprova um plano de necessidades de pessoal que é preenchido por recrutamento local de pessoal. Estes licenciados têm sido uma das principais fontes para a empresa como resultado do desenvolvimento do Ensino Superior no país. Outra fonte são as bolsas de estudo externas e internas que a

Sonangol atribui.

para que áreas a sonangol mais está a recrutar e quais as áreas em que se sente uma maior falta de licenciados nacionais?

Sem dúvida que são as de Engenharias e Geociências. É por esta razão que o Programa de Bolsas de Estudo incide essencialmente nestas duas áreas. Mas realçamos que a falta de qua-dros nestas áreas não é só nacional. Existe um défice de quadros nestas áreas a nível global. É na expectativa de atenuar este défice que foi criado este Programa com o objectivo de formar dois mil quadros.

Quais as perspectivas actuais para um jovem construir uma carreira na sonangol?

Foi aprovado recentemente o modelo de carreira no âmbito do Projecto de Desenvolvimento do Capital Humano (HCM) que está a ser divulgado a to-dos colaboradores começando pelos gestores. Com a implementação deste modelo vamos melhorar a gestão de carreira dos nossos quadros e satisfazer as expectativas destes, contribuir para a retenção dos melhores e remunerá-los de acordo com o desempenho já será possível fazer carreira na Sonangol.

cacionais e entrevista. Finalmente, os candidatos são submetidos a exames médicos. Aos candidatos apurados são então atribuídas as bolsas de estudo mediante assinatura de um contrato de usufruto de uma bolsa de estudo.

os bolseiros têm direito a um subsídio ou remuneração?

Considerando a sua responsabilida-de pela permanência dos bolseiros no exterior do país, todos os custos com a formação, saúde, viagens e estadia serão assumidos directamente pela Sonangol. Ao bolseiro será atribuído um subsídio de bolsa mensalmente para a sua subsistência.

onde vão estudar estes bolseiros?A Sonangol tradicionalmente envia bolseiros para estudar em Portugal, Reino Unido, Brasil e Estados Unidos da América. Mas neste Programa futuramente prevê-se também enviar bolseiros para China, Malásia, Índia, Itália, França, Noruega, Suécia e África do Sul.

o objectivo é a sonangol integrar estes recursos depois de formados no quadro da empresa?

Sim. Todos aqueles com bom apro-veitamento académico e na fase de estágios de integração na empresa, serão potenciais candidatos a integrar

• Dezembro 2012 - Nº2822

nvunda ribeiroA experiência de Nvunda Ribeiro no processo de atribuição de bolsas de estudo começou quando o jovem já estudava no exterior. Concorrer para a bolsa da Sonangol foi, nas palavras do jovem, uma excelente opção. “Na altura eu estudava no exterior, e estava a terminar o primeiro ano quando me foi dada a oportunidade de beneficiar de uma Bolsa de Es-tudo. Conseguir a bolsa foi a melhor coisa que me aconteceu. Com a bolsa de estudo, as minhas condições sociais melhoraram muito. E conse-quentemente os meus resultados académicos também.” Nvunda Ribeiro estudou na Escócia, em Glasgow, e licenciou-se em Gestão de Empresas (Business Management). Quanto à experiência de viver fora do País, Nvunda aponta os seus altos e baixos. Se estudar numa Universidade de boa qualidade, com um bom ambiente de estudo é algo muito gratificante, não deixa de ser “doloroso do ponto vista pessoal, ter sido o único bolseiro angolano nessa cidade. Contudo, sei que de certa forma esta situação ajudou a concentrar-me nos estudos para atingir o objectivo com mais rapidez”, confessa.Neste momento Nvunda mostra-se satisfeito por poder corresponder às expectativas da empresa que um dia resolveu apostar nele. “De momen-to estou alocado à Universidade Corporativa da Sonangol. Estou empenhado no recrutamento de bolseiros para este Programa de Bolsas de Estudo que formará outros cidadãos, que no seu regresso

ajudarão no engrandecimento da empresa e do país com o conhecimento adquirido, e é bastante satisfatório poder corresponder às expectativas da empresa que nos garantiu a formação”.Nvunda está confiante no seu futuro como par-te do capital humano da Sonangol. “A empresa tem tido um contínuo progresso, e com as novas descobertas e novos planos de negócios, os de-safios serão ainda maiores. Felizmente existem oportunidades de capacitação e potencialização para os quadros recém-admitidos. A experiência de trabalhar no maior grupo empresarial angolano tem sido positiva pelo facto de estar exposto a um ambiente de trabalho muito competitivo com técnicas de trabalho inovadoras, geralmente en-contrado em empresas petrolíferas”.

Bons exeMPlosComo é trabalhar na maior empresa

nacional? dois ex-bolseiros que hoje fazem parte da sonangol

mostram-se bastante satisfeitos com os resultados obtidos depois de

muitos anos a estudar fora do país e a aprender a viver em realidades

completamente diferentes. À oportunidade concedida pela

sonangol, responderam com muito esforço e determinação e, hoje em dia, os dois formados estão gratos

ao programa de bolsas de estudo da sonangol. Fomos conhecer as

experiências de suzeth Moate e nvunda ribeiro.

na

cio

na

L

23

suzeth moatePara Suzeth Moate, conseguir a bolsa atribuída pelo programa da Sonangol foi uma grande conquista, e estudar longe dos familiares e amigos um sacrifício que valeu a pena. “Fa-zer parte do grupo de bolseiros apurados no concurso de 2006 para a bolsa de estudo no exterior do país foi uma grande conquista para mim. Éramos muitos candidatos para poucas vagas. Ter sido apurada no final, considero até hoje ter sido uma das maiores conquistas da minha vida”. A estudante lembra que estudar em um país distante e formar-se não foi fácil, mas hoje agradece à empresa e às pessoas que acreditaram em si. A jovem estudou no Reino Unido, na Escócia, e formou-se em Geologia de Petróleos pela Universidade de Aberdeen. “Estar distante da família, ter de aprender o inglês para sobreviver numa terra bastante fria, foi uma experiência muito marcante. Era preciso atender às expectativas da empresa em manter uma boa performance académica, não importando as circunstâncias, e isso é uma tarefa complicada. Confesso que houve alturas em que tive vontade de desistir. Mas, apesar de tudo, e da saudade da família, o objectivo final foi cumprido. Hoje com muito orgulho e com o diploma na mão posso dizer que valeu a pena o sacrifício desses cinco anos”.

Actualmente, Suzeth faz parte da equipa e da família Sonangol e garante que é gratificante poder ajudar também os novos candidatos. “Estou na Sonangol e faço parte da Universi-dade Corporativa da Sonangol (UCS), estan-do encarregue da Coordenação do Programa de Bolsas de Estudo, que tem como um dos objectivos definir critérios e estratégias para o bom andamento do Programa de Bolsas de Estudo. Um dia fui bolseira e hoje estou a fazer o trabalho de cuidar dos bolseiros da Sonangol, o que para mim se traduz num mo-tivo de grande orgulho, poder fazer o mesmo pelos outros”.À Sonangol Notícias, Suzeth acrescentou que corresponder às expectativas da empresa não foi fácil mais valeu os cinco anos de esforço e dedicação. “Uma das minhas grandes expecta-tivas como ex-bolseira era poder ser admitida para trabalhar na Sonangol no final da minha formação. A outra é poder fazer carreira dentro da Sonangol. Quando isso acontecer, aí sim, as minhas expectativas serão correspondidas. Neste aspecto, já se vê uma luz no fundo do túnel com a criação do novo modelo de carrei-ras a ser implementado pelo Projecto HCM.”

• Dezembro 2012 - Nº2824

op

iniã

o o conheciMento coMo FerraMenta iMPrescíndiVel

Hoje em dia, temos uma economia baseada na era do conhecimento e o único factor de competitivi-

dade das empresas chama-se inovação. Cada vez mais, observa-se um movi-mento crescente das empresas na busca de métodos e ferramentas que possibilitem o florescer de boas ideias e a criação de grandes inovações. Para atender esta necessidade, o profissio-nal do século 21 precisa de ter acesso rápido a informação, interagir por meio de diversos canais de comunicação e estabelecer redes de interacção.A retenção de talentos e a sua capa-citação nas empresas são factores importantes pelo facto do retorno ser extremamente vantajoso para o sucesso das companhias. A gestão do conheci-mento é necessária e deve-se mesmo considerar o conhecimento como um capital intelectual, que é, na verdade, um activo intangível das empresas, que

precisa de ser preservado e formatado.Assim, quando se fala da gestão do conhecimento nas empresas, falamos de capital intelectual e de recursos, que são importantes para as empre-sas e para os seus funcionários, de modo a que haja pessoas mais capa-citadas, com trabalho diferenciado, melhorando os processos do seu dia--dia e percebendo também os da peri-feria, ou seja, aquelas áreas que fazem parte da mesma empresa, para que os produtos e serviços cheguem ao mer-cado como inovação.Já dizia o grande guru Peter Drucker, que os grandes ganhos de produtivi-dade, daqui para a frente, advirão das melhorias na gestão do conhecimento. Hoje, mais de 55% daquilo que é gerado no mundo já é produto da gestão do conhecimento.Na gestão do conhecimento encon-tramos aquilo a que chamamos de

mudança, que é a criatividade e que se pode traduzir na geração de novas ideias para se criar um plano inovador como factor estratégico. A capacidade de gerar e absorver inova-ções é, portanto, vista como elemento chave da competitividade dinâmica e sustentável. Neste contexto, incre-mentar o processo de inovação requer o acesso aos conhecimentos e a capa-cidade de apreendê-los, acumulá-los e utilizá-los.No processo da gestão do conheci-mento, os funcionários já reconhe-cem a importância da capacitação de estarem melhor preparados para um mercado extremamente dinâmico, em que as empresas se unem em grandes redes geradoras de valor, e em que as mudanças organizacionais se tornam cada vez mais frequentes. A adaptação a este novo contexto é imprescindível, e isso requer transformações que envol-

Carlos Guerreiro (texto) DR (Fotos)

25

vem pessoas, locais e mesmo a maneira como se lida com o próprio trabalho.As empresas que hoje desejam estar à frente da concorrência precisam de enfrentar questões que vão além da redução dos custos e da melhoria de produtos e serviços. A sua competiti-vidade passou a ser determinada por factores como a capacidade de disse-minar e compartilhar conhecimento, inovar e reter equipas altamente quali-ficadas, de cujos profissionais se exige flexibilidade, mobilidade e colaboração.Actualmente, as empresas são pres-sionadas para responder de maneira rápida a mudanças imprevisíveis que afectam constantemente o seu negó-cio e, para isto, é necessário que os seus colaboradores assumam valores que são tidos em conta pelo mercado e pelo

segmento cada vez maior de consumi-dores que acompanham as novas ten-dências e se interessam por inovações.Neste início de século XXI o próprio trabalhador do conhecimento prefere estar ao lado das organizações que res-peitam a liderança, o conhecimento, a metodologia e a rentabilidade. Quando estes quatro conceitos são prejudica-dos o resultado nas empresas é prati-camente zero.Existem duas maneiras para se atingir resultados, através da pressão e atra-vés da adesão. Sempre que se utiliza a pressão existe o problema do retro-cesso, quando aquela passa da dose. E quando existe a adesão, as conquistas são mais duradouras e mais significati-vas porque a adesão vem de dentro e as pessoas compreendem, se encantam

com as propostas e a visão dos grandes líderes, quer seja nas empresas ou não.Como disse e muito bem o nosso Presi-dente, “a grandeza de uma Nação não se mede apenas pelas potencialidades dos seus recursos naturais, mas também pela nobreza de carácter, pela atitude e pelas competências dos seus cidadãos que se são, de facto, a base dinamiza-dora desses recursos. Para enfrentar-mos os desafios que se prendem com o desenvolvimento do nosso País no contexto da globalização, precisamos de contar com quadros nacionais alta-mente qualificados e de possuir uma classe de trabalhadores bem formada tecnicamente, capaz de se adaptar rapi-damente ao ambiente de mudanças e às necessidades impostas pelos novos sistemas de produção”.

• Dezembro 2012 - Nº2826

caracteriZação da indÚstria do PetrÓleo e do gÁsa

Lise

1 desenVolViMento da indÚstria do PetrÓleo

Estruturalmente a industria petrolí-fera emergiu na segunda metade do século XIX, através das iniciativas da Vacuum Oil Co. e da Standard Oil Co. que, entre outras, estiveram na origem da Socony, de Rockefeller. Em 1911 o Supremo Tribunal dos EUA estipulou

legislação antimonopólio, com base na qual a Socony foi obrigada a dis-solver-se em 33 entidades não inte-gradas verticalmente, formando assim empresas com actividades distintas desde a pesquisa até à distribuição. Em resultado, a industria evoluiu para uma industria fragmentada. Contudo, face à relevância económica de fac-tores como as elevadas economias

de escala e a baixa diferenciação do produto, os anos seguintes caracteri-zaram-se pela retoma de uma estru-tura mais concentrada. Este ciclo de concentração culminou no início dos anos 70, com a crise de 1973. Na rea-lidade, a primeira grande crise petrolí-fera surgiu na sequência de um conjunto de acontecimentos interligados que importa compreender:

1972 2006

EmpresaExploração

(MBD)Quota deMercado

EmpresaExploração

(MBD)Quota deMercado

Exxon Corp. 4,968 10,8% Saudi Arabian Oil 8,585 13,8%

British Petroleum 4,664 10,1% National Iranian Oil Co. 3,720 6,0%

Royal Dutch/Shell 4,169 9,0% Petroleos de Venezuela 2,885 4,6%

Texaco Inc. 3,777 8,2% China National Petroleum 2,796 4,5%

Chevron Corp. 3,232 7,0% Petroleos Mexicanos 2,722 4,4%

Gulf Oil 3,214 7,0% Royal Dutch/Shell 2,254 3,6%

Mobil Corp. 2,316 5,0% Kuwait Petroleum Corp. 2,070 3,3%

Communist Bloc 1,301 2,8% Exxon Corp. 1,726 2,8%

CFP (Total France) 977 2,1% Lybia National Oil Corp. 1,345 2,2%

Sonatrach (Algeria) 925 2,0% Abu Dhabi National Oil Co. 1,300 2,1%

TOP 10 TOTAL 29,543 64,0% TOP 10 TOTAL 29,403 47,1%

Total Mundial 46,170 100% Total Mundial 62,446 100%

taBela 1.1 as deZ Maiores eMPresas Produtoras de crude eM 1972 e 2006

Nota: MBD: milhões de barris Fonte: Adaptado de Energy Information Administration (2007), Petroleum 2006 – Issues and Trends

Dr. André Jimbe (texto)

27

• Dezembro 2012 - Nº2828

- A existência do cartel The Seven Sis-ters, Exxon, Texaco, Mobil, Gulf, Socal (as duas últimas fundiram-se na Che-vron), BP e Shell com acordos secre-tos quanto às formas de actuação nos mercados;

- O fecho do Canal do Suez, conse-quência da «Guerra dos 6 Dias» em 1967, que obrigou à criação de novas rotas para o transporte de 3,5 milhões e barris de crude por dia, recorrendo-se à produção de mais e maiores petroleiros;

- A escala de preços por parte dos paí-ses produtores de petróleo: o custo do crude duplicou entre 1970 e 1973;

- O incentivo do Governo americano à utilização de gás natural, impondo pre-

ços muito inferiores aos do petróleo para um valor energético equivalente;

- O embargo por parte dos países pro-dutores de petróleo aos EUA e outras nações Consumidoras.

- A crise petrolífera de 1973 resultou assim numa fragmentação da estru-tura empresarial ao nível da exploração e refinação, surgindo um novo grupo de empresas com capital público perten-cente aos países produtores de petró-leo que nacionalizaram as anteriores concessionárias estrangeiras.

Estas duas fases, concentração até 1973 e posterior fragmentação, são reflec-tidas ao nível da exploração: em 1972, as Seven Sisters detinham uma quota

de 57,15 mas em 1995 possuíam ape-nas uma quota de 12,5% da explora-ção global; por outro lado as 10 maiores empresas produtoras a nível mundial detinham, em 1972, 64% da explora-ção global e em 1995 somente 47,1% (Tabela 1.1).

1.2 atractiVidade da indÚstria do PetrÓleo

A longo prazo, a atractividade da indús-tria do petróleo nos vários segmentos de mercado do downstream, trans-porte, indústria, doméstico e químicos é média-alta conforme se pode obser-var na análise conjunta dos factores que compõem o modelo das cinco for-ças (Tabela 1.2).

Segmentos do Downstream

Transporte Indústria Doméstico Químico

Potencial de

Novasentradas

Elevadas barreiras à entrada devido a economias de escala e de experiência,

Necessidade de capital, elevado volume de operações, acesso aos canais de distribuição, elevados custos e mudança.

Conclusão: Baixo

Pressão de Produtos Substitutos

O substituto de eleição é a energia Eléctrica dado que os Produtores de automóveis estão a desenvolver sistemas

sob essa forma de energia.

Conclusão: Alta

No curto prazo os substitutos incluem o carvão e o gás natural. O carvão porque existem novas

tecnologias em desenvolvimento que farão com que seja economicamente e ambiental-mente competitivo com o gás. O gás natural devido à maior quantidade de reservas nos

países industrializados, relativamente ao petróleo, e à origens. A médio prazo, as energias

renováveis – vento, biomassa e solar – serão competitivas face aos combustíveis fósseis.

Conclusão: Alta

Com o surgir de novas tecno-logias cada vez haverá mais

possibilidade de gerar matérias sintetizadas alternativas.

Conclusão: Alta

Poder negocial dos fornecedores

Médio poder dos fornecedores e crude devido ao nível de reservas de petróleo, por falta de credibilidade nas políticas e informações do Médio

taBela 1.2 aPlicação do Modelo das cinco Forças ao dowstreaM na industria PetrolíFera

an

ÁLi

se

29

Segmentos do Downstream

Transporte Indústria Doméstico Químico

Poder negocial dos clientes

Crescente poder das estações de serviço

(actividade integrada nas empresas petrolíferas)

devido à pressão exercida pelas grandes superfi-

cies em países europeus (França e Reino Unido);

Médio poder dos particu-lares devido aos baixos custos de mudança e à

importância da Qualidade.

Conclusão: Médio

Elevado poder negocial dos clientes industriais devido ao grande peso do bem nas compras

totais de qualquer das indústrias e por o produto ter baixa diferenciação e não existirem custos de

mudança.

Conclusão: Alto

Elevado número de distri-buidores e de particulares,

que provoca um poder negocial.

Conclusão: Alto

Elevado poder negocial dos clientes petroquími-cos uma vez que o sector é dominado por um con-

junto restrito de empresas.

Os produtos tém um elevado peso nas compra se a rentabilidade estru-tural do sector é muito superior à do petróleo.

Conclusão: Alto

Rivalidadeentre

concorrentesactuais

Intensa rivalidade entre as multinacionais que operam à escala mundial dado que utilizam o mesmo tipo de recursos e jogam nos mesmos segmentos. O mercado em geral apresenta crescimentos pouco acentuados.

As grandes empresas têm dimensões semelhantes. Há elevados custos fixos dado ser um sector que necessita de grandes unidades para tirar partido das economias de escala. Elevadas barreiras à saída em consequência

de tecnologias específicas, existência de sinergias com que a indústria química e de dependências vitais de todo o tipo de actividade humana que fazem com que a indústria apresente uma importância estratégia tanto

ao nível da competitividade empresarial como ao nível das trocas entre países.

Conclusão: Alta

Conclusão finalatractividade:

Média-altaatractividade:

Altaatractividade:

Média-altaatractividade:

Média-alta

taBela 1.3 aPlicação do Modelo das cinco Forças ao dowstreaM na indÚstria PetrolíFera (continuação)

1.3 Factores críticos do sucesso

Para a análise dos factores críticos de sucesso do sector petrólifero é conve-niente efectuar o seu enquadramento com outros dois sectores energéticos, o carvão e o gás natural, uma vez que estes três sectores representam as prin-cipais fontes de combustíveis fósseis utilizadas a nível mundial (Tabela 4.3).Para a indústria petrolífera [Adr98] con-sideram, normalmente como principais factores críticos de sucesso à escala global os seguintes elementos:

- Integração vertical: Ambiente, segu-

rança, relações com os parceiros locais e redução de custos são algumas das áreas onde é possível melhorar o desem-penho através da integração ao longo de toda a cadeia operacional. Neste contexto incluem-se, entre outras, as sinergias e economias de escala resul-tantes da integração das operações de refinação e petroquímica, onde a refinação apresenta margens reduzi-das e a petroquímica uma volatilidade reduzida, que conduzem à melhoria dos resultados de ambos os negócios. Por exemplo, a Exxon possui comple-xos integrados concebidos e geridos de forma a optimizar a produção de com-

bustíveis, lubricantes e petroquímicos de elevado valor acrescentado.

- Custos operacionais: Considerando as actuais condições no sector do petró-leo, com margens reduzidas principal-mente nas operações de refinação e uma crescente concorrência a nível mundial, é crucial para as companhias do sec-tor reduzir os custos operacionais. Por exemplo, desde 1992 a Chevron conse-guiu reduzir os seus custos em 1,5 mil milhões de dólares, o que é bastante significativo se considerarmos que os seus resultados operacionais em 1995 se cifraram em 2 mil milhões de dóla-

• Dezembro 2012 - Nº2830

res. Também a BP e a Mobil tomaram a iniciativa inédita de fundir as suas operações de refinação e distribuição na Europa, com vista a obter econo-mias nos custos comuns. Em paralelo, tem-se assistido a numerosos despe-dimentos no sector no intuito de redu-zir os encargos salariais.Estimativas conservadoras apontam para a eliminação de cerca e 20 mil postos de trabalho na indústria petro-lífera apenas nos últimos 2-3 anos. Desta forma, quanto menores forem os custos fixos de estrutura, maior será a capacidade para resistir à inevitável pressão sobre as margens e para sus-tentar ataques nos preços de venda.

- Acesso aos mercados: Através de uma eficiente gestão da informação e da logística, é possível fornecer os clientes finais com reduzidos custos de stockagem e de ruptura e eleva-dos níveis de serviços. Por exemplo a Exxon reduziu 19 dos seus pontos de distribuição na Europa, Japão e Amé-rica Latina através de operações de racionalização de custos ou da par-ticipação em joint ventures, melho-rando ainda assim o seu serviço final.

- Gestão das tecnologias: A evolução e crescimento do sector encontra-se cada vez mais interligado à inovação tecno-lógica numa altura em que a redução de custos é um imperativo para todas as companhias. Por exemplo o DeepStar Project, patrocinado por companhias como a Agip, Amoco, Arco, Chevron, Elf, Exxon, Mobil, Petronas, Shell, Sta-toil e Texaco, entre outras, visa promo-ver o desenvolvimento da tecnologia necessária à pesquisa das águas pro-fundas do golfo dos EUA, minimizando assim os custos e riscos associados às iniciativas isoladas de cada parceiro. As tecnologias também têm contri-buído para a resolução das questões ambientais que preocupam o sector, resultando em operações mais limpas e seguras em todo o mundo. Por exem-plo, a gasolina reformulada, introdu-zida em dez dos Estados mais poluídos dos EUA em 1996 por imposição legis-lativa, é actualmente a gasolina mais limpa, com baixos níveis de emissões, encontrando-se por isso já em divul-gação com resultados positivos em alguns países europeus como a Itália.Em contraste com o petróleo, o gás natural é mais caro de transportar e

difícil de armazenar. Consequente-mente os mercados do gás tendem a ser mais regionais do que locais, sendo a distribuição normalmente efectu-ada por pipeline. O gás natural lique-feito (LNG) fornece outra alternativa de transporte, mas actualmente ape-nas satisfaz uma pequena fracção da procura mundial, pois o seu processa-mento e transporte é ainda bastante dispendioso, necessitando de avulta-dos investimentos. Prevê-se que num futuro a médio prazo a tecnologia GTL (Gas to Liquids) possibilite a expansão da comercialização do gás natural. Em particular, esta tecnologia irá permitir a utilização dos actuais pipelines redu-zindo assim substancialmente os cus-tos associados ao desenvolvimento do gás natural. Por exemplo, em breve companhias como a Exxon e a Sasol poderão explorar novas oportunida-des através do gás natural. Embora os custos e a tecnologia existente favo-reçam o petróleo, caso se consigam obter suficientes vantagens econo-micas e técnicas graças à tecnologia GTL, o gás natural poderá passar a ser uma alternativa muito mais forte ao petróleo.

Industria Factores-chave de compra Factores de competição Factores críticos de sucesso

Carvão

Preço

Poder energético

Acessibilidade

Preço

Stocks

Distribuição geográfica

Custos operacionais

Disponibilidade de recursos

Acessibilidade

Petróleo

Preço

Poder energético

Acessibilidade

Economias de escala

Gestão das tecnologias

Acesso aos mercados

Integração vertical

Custos operacionais

Acesso aos mercados

Gestão das tecnologias

Gás natural

Infra-estrutura de transporte e abastecimento

Impacto ambiental

Preço

Rede de distribuiçãoGeográfica

Recursos e tecnologia

Preço

Infra-estrutura de transporte e de abastecimento

Recursos e tecnologia

Custos operacionais

taBela 4.3 Factores críticos de sucesso nas indÚstrias energéticas

31

• Dezembro 2012 - Nº2832

33

1.4 gruPos estratégicos

Em termos de grupos estratégicos, a industria petrolífera é constituída essen-cialmente por três conjuntos de empresas, caracterizados pelos seguintes atributos:

- Empresas privadas, representadas pelas Seven Sisters e pelos independen-tes da Sonatrach, Amoco, Arco Coastal, Valvoline, AstraCaspa, Berry Petroleum ou Schlumberger, operam geralmente à de forma a racionalizar os custos e poder oferecer um serviço completo aos clien-tes. É também de referir que estas com-panhias possuem uma sobre capacidade nas actividades de downstream relati-vamente ao upstream, em consequência das nacionalizações das suas concessio-nárias, ocorridas nos anos 70. Por outro lado, as empresas privadas que funcionam apenas à escala local e regional diferen-ciam-se pelo facto de serem entidades com competências mais específicas e limitadas, nomeadamente as que têm por objectivo determinadas actividades da cadeia de valor, como por exemplo a Valvoline, distribuidora de lubrificantes, ou a Schlumberger, especialista em tec-nologias de prospecção;

- Empresas estatais dos países produ-tores, representadas pela Sonangol,

Saudi Aramco, NIOC (Nacional Iranian Oil Co.), KPC (Kuwait Petroleum Cor-poration), PDVSA (Petróleos de Vene-zuela) ou Pemex (Petróleos Mexicanos), surgiram na sequência da primeira crise do petróleo e das tensões exercidas no início dos anos 80, substituindo as anti-gas entidades concessionárias pela via da nacionalização;

- Estas empresas caracterizam-se por estar essencialmente concentradas no upstream com tendência a evoluir para as restantes actividades do downstream, como forma de balancear os seus negó-cios e garantir o escoamento do petró-leo bruto;

- Empresas estatais dos países consu-midores, representadas pela Agip, ELF, Total, Repsol, Cespa ou Petrogal, cons-tituem um conjunto de entidades que emergiram após a Segunda Guerra Mun-dial e que tinham por objectivo servir os respectivos países e gerir os monopólios nacionais. Estas companhias caracteri-zam-se por estar essencialmente limi-tadas ao douwnstream e a actividades petroquímicas, possuindo uma dimen-são modesta quando comparadas com as principais empresas dos outros gru-pos estratégicos.

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R

AstraCaspa

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Kiluanji Kia Henda foi o artista mais novo a ganhar o Prémio Nacional de Artes e Cultura, na área de artes plás-ticas e sente-se feliz com a congratula-ção, valorizando o meio da fotografia e a internacionalização da sua carreira, “com muitos desafios que reflectem a minha identidade espalhada por vários sítios, mas com base em Luanda, claro, onde tudo começou.” O prémio repre-senta o fechar de um ciclo, serve como motivação mas Kiluanji lembra que “há muito trabalho por fazer a nível cultu-ral em Angola” e se este tipo de reco-nhecimentos contribuírem vale a pena. Nascido em 1979, passou a infância no Bairro Popular. Coisa de família, já o avô fotografava e havia uma polaroid lá em casa. O irmão Cassiano Bamba mon-tou um estúdio de fotografia impro-visado. A admiração pelo trabalho do fotojornalista Carlos Lousada, no que toca à espontaneidade das pessoas retratadas e ao apelo da viagem, tam-bém ajudou a ganhar curiosidade. Mas foi em Joanesburgo, onde passou uns tempos na casa do fotógrafo John Lie-benberg, que comunicou com um uni-verso de imagens fortes e percebeu o poder político da imagem. Ali contac-tou com um grande arquivo de fotogra-fias sobre situações do apartheid e da própria Guerra Civil angolana (que Lie-benberg cobrira para a agência Reu-

ters). Naquela lente, era ver a História a acontecer na captura de momentos emblemáticos para a contar. Regressa a Luanda em 1998, e chega a tocar num grupo pop-rock, ao mesmo tempo que frequenta o Teatro Elinga, epicentro da vida artística na baixa de Luanda. Chegou a envolver-se em produ-ção e luminotecnia para teatro, conhece o Colectivo Nacionalistas e o mestre Paulo Kapela e a sua obra criativa e original. Foi o regresso à fotografia, enturmado, entre outros, com os artistas visuais Marcos Kabenda e Yonamine, e já ins-talado entre eles um espírito de grupo. Havia tudo por experimentar e dali sai-riam carreiras internacionais.

o lugar da FotograFia

No embalo da primeira Trienal de Luanda (2005-7), dirigida pelo artista Fernando Alvim, um acontecimento fundador no contexto artístico angolano, não havia dúvida de que a experimentação artís-tica era o caminho escolhido. Participou na primeira exposição “Angola Comba-tente” (2005); entretanto seguiram-se outras nos diversos espaços restau-rados da cidade. A produção fotográ-fica ganhou um novo ritmo. As viagens pelas províncias angolanas - a ampli-tude do deserto do Namibe, a floresta de Cabinda, a mina da Lunda - seriam

a descoberta do seu país. “Descobrir o deserto, o espaço, as dimensões, a ausência de tudo, foi muito forte”, relem-bra Kiluanji. A carreira começou a abrir-se ao mundo e as solicitações vinham de todos os lados. A sua fotografia vive de uma estreita comunicação com o lugar que lhe com-pete. Em Luanda, a criatividade da vivên-cia urbana e a improvisação na qual as pessoas se foram organizando, reve-lava um pulsar artístico, sendo os edi-fícios os narradores da história do país, no escrito solto de alguém que passou. Apercebia-se a potencialidade foto-génica, em constante “reinvenção na maneira como a cidade se move, circula, cria.” Procurou espaços abandonados como a Feira Popular, as personagens fora do contexto - como um cowboy no musseque do tríptico Ngola Bar. Trabalha sobre diferentes contextos e o seu corpus de imagens pertence ao mundo, que bebe na hibridez cultural de Angola e numa história influenciada por factores externos. “Vivo num cons-tante movimento, a minha identidade é como um puzzle disperso, aquilo de que sou feito e penso, está espalhado por vários lugares a importância da deslo-cação, faz parte da cultura em que fui educado.” Então as viagens para fora do país também foram direccionando a escrita narrativa e um imaginário em

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Ra Kiluanji Kia henda,

uM Percurso internacional e sÓlido

vencedor do prémio nacional de artes e Cultura 2012, Kiluanji Kia Henda é um artista já consagradono panorama das artes ao nível nacional e internacional.

Marta Lança (texto) Cedidas (Fotos)

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construção. Um mapa da deslocação do artista vai influenciando a sua obra. “Saber que temas quero questionar, ver de perto novos contextos emer-gentes, não é só uma ideia abstracta. Encontro uma forma horizontal de pen-samento. Há sítios onde me considero muito mais próximo.”Um projecto de ficção científica de astro-nautas navegam no Icarus 13, o Merca-dor de Veneza incorporado no vendedor da recente imigração africana, um pipe-line em Sines e uma central nuclear em Cape Town com barbecue, os monumen-tos históricos de Luanda com um actor extravagante num pedestal (instalação fotográfica com o título Homem Novo) são alguns exemplos de narrativas que recriam a História, receptiva à plurali-dade de perspectivas pela sua mani-pulação que consegue em extravasar a questão temporal, e revestir-se de iro-nia, e leituras mais ou menos politiza-das. Essa a liberdade do artista. “Aquilo

que absorvo da história são momentos levados por aquilo que vivemos hoje”.Por exemplo, ao trabalhar em Veneza sobre um tema ligado a presença afri-cana na europa, foi todo um processo de conhecimento: “Itália vivia uma crise de imigração no sul e ver a representação do mouro nas catedrais, os negros afri-canos que construíram Veneza há 400 anos atrás, com o sofrimento em para-lelo com os telejornais foi sufocante. E também uma espécie de leitura sobre mim próprio, também na questão da história religiosa, o termos vindo de uma educação cristã."Na certeza de que existe um grande desconhecimento sobre o que é a his-tória angolana, contribuir para ampliar a urgente reflexão da História em África, é um dos objectivos do artista, dar a conhecer a complexidade de mudanças de períodos históricos sobre os quais não houve sequer tempo, nem interesse, em pensar a fundo. “Fala-se tanto de pós-

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-colonialismo, mas e quando compara-mos com o que se falou ou criou sobre o pós-escravatura? E depois passá-mos a independência, e ainda há tanto a reflectir. Tudo influenciou o que é o país hoje, nessa linha de continuidade como o ciclo da água.” Episódios como o trá-fico de escravos angolanos, a influência que Angola teve no apartheid, a guerra civil mais longa, têm implicações em processos mundiais. Por exemplo para perceber o que Portugal é hoje é pre-ciso saber mais sobre Angola. Por estes e outros factores os temas da obra de Kiluanji Kia Henda têm despertado o interesse por vários lados, tal como diz “o meu Discurso pretende ser global, não aflige só o meu quintal.” Entretanto está a escrever um livro com textos seus e curatoriais porque lhe interessa pen-sar o processo das obras.

internacionaliZação Na sequência da 1º Trienal, participou no SD Observátorio no Instituto Valen-ciano de Arte Moderna (IVAM), e na 52ª Bienal de Veneza, para a mostra Check List_Luanda Pop. Viveu em Lisboa em

2007, tendo participado no programa de residência artística da ZDB, onde reali-zou o projecto Blood Business Corpora-tion, uma invasão do Iraque simulada na zona de oleodutos em Sines. Começa-ram viagens e mais viagens, residências artísticas em todos os cantos do mundo. Em 2008 criou, na Cidade do Cabo, o projecto Expired Trading Produts rela-cionado com a crise de xenofobia que se vivia por lá e a única estação nuclear em África, numa residência artística de 3 meses com a ProHelvetia – Swiss Art Council, e o colectivo do qual é co-fun-dador, International Assossiation for a Happy Artist. Participa na 3ª Trienal de Guangzhou intitulada Farewell to Post-Colonialism, onde ficou por dois meses, a convite da Fundação Sindika Dokolo para produção de Icarus13, um projecto utópico que retrata a estória da primeira missão espacial em África em direcção ao Sol.Regressa a Angola em 2009, e apre-sentou a sua primeira exposição indi-vidual em Luanda, intitulada Estórias e Diligências, depois nas mostras colecti-vas em São Paulo, na Galeria SOSO e na exposição, Luanda: Smooth and Rave I,

Museu Solar do Ferrão, Bahia, Brasil. No mesmo ano realiza o projeto Trans It que foi apresentado numa exposição indi-vidual em São Paulo e em várias mos-tras coletivas em cidades como Lisboa, Bordéus, Bahia, Luanda e Lumumbashi.Em 2010 reside quatro meses em Veneza no âmbito do programa de residência artística com a Fondazione di Venezia e Fondazione Bevilacqua La Masa, onde realizou o projeto Self Portrait As A White Man, que aborda a diáspora, imigra-ção e identidade, apresentado também na galeria Fonti, Nápoles e na II Trienal de Luanda. Em 2011 passou uma tem-porada em Paris onde criou o projecto para reflector sobre as relações com o Ocidente, O.R.G.A.S.M.(Organização dos Estados Africanos para a Melan-colia na Europa). Actualmente anda em trânsito entre Europa e Angola. Finaliza um projecto para o Próximo Futuro na Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2013 vai par-ticipar na exposição colectiva de artis-tas angolanos No Fly Zone no museu Berardo e terá uma exposição indivi-dual na Áustria com um novo projecto já apresentado na feira de Arte de Basel.

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angola PrePara o can 2013

A Taça do Campeonato Afri-cano das Nações de Futebol (CAN2013), a disputar-se nos próximos meses de Janeiro e

Fevereiro, na África do Sul, esteve em Angola. Desta vez veio apenas para ser observada pelos adeptos angola-nos durante três dias. A questão que ficou no ar é se, ao apito final do último jogo, o destino do troféu será voltar a solo nacional. Para que tal feito acon-teça, ao comando da armada angolana está o seleccionador nacional de futebol, Gustavo Ferrín, que convocou os atle-tas que actuam no Campeonato Nacio-nal (Girabola) para preparar a Taça de África das Nações (CAN2013) na pro-víncia da Huíla. Geraldo, que actua no Paraná do Brasil, é o único “estrangeiro”

que já está em estágio uma vez que a competição naquele país já terminou.A preparação, só com girabolistas, come-çou no dia 4 de Dezembro na província da Huíla e estendeu-se até ao dia 23. A afinação da equipa, completa com os jogadores provenientes dos campeona-tos europeus, começa em Janeiro. Os 24 jogadores, comparativamente aos que jogam na Europa, começaram mais cedo a disputar um lugar entre os eleitos para o africano, a ter lugar na África do Sul de 19 de Janeiro a 10 de Fevereiro. O late-ral do Petro de Luanda, Mabiná, foi um dos destaques da convocatória depois de falhar as últimas quatro. Melhor joga-dor do CAN2010 na sua posição, o fute-bolista passou por maus momentos na carreira, depois de perder a titularidade

na equipa com a entrada de um novo técnico. Depois da brilhante campa-nha que efectuou no final do Girabola, mereceu a confiança de Gustavo Ferrín. Resta-lhe “lutar” para estar entre os 23 para o CAN.

arranQue contra Marrocos

Para defrontar o desafio que se adivinha, Angola foi incluída no grupo A, ao lado da África do Sul (país organizador), Mar-rocos e Cabo Verde. Os Palancas Negras vão jogar nas cidades de Joanesburgo, diante de Marrocos a 19 de Janeiro no estádio Soccer City, com a África do Sul no Moses Mabhiba Stadium, em Durban no dia 23 e no Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, frente ao Cabo Verde,

enquanto a selecção nacional prepara o Can 2013 na província da Huíla, o ambicionado troféu visitou a capital angolana deixando todos a torcer para que o regresso da taça aconteça no final do campeonato.

Amadeu Neto (texto)Cedidas (Fotos)

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no dia 27 de Janeiro.Do calendário para a preparação da equipa nacional constaram vários jogos disputados na cidade do Lubango, pro-víncia da Huila, com as congéneres da Gâmbia (dia 15), Camarões (19) e Rwanda (22). Além destes desafios, e de acordo com uma fonte da Federação Angolana de Futebol (FAF), está ainda agendado mais um encontro, já na África do Sul em Janeiro, com adversário a indicar.

taça eM angola

Entretanto, em Luanda, o ambicionado troféu veio até à capital angolana numa actividade promovida pelo Standard

Bank África. Para a recepção do troféu, estiveram no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o director provincial da Juventude e Desportos, António Rosa, o presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), general Pedro Neto, res-ponsáveis do Standard Bank no país, os três embaixadores eleitos para a activi-dade e representantes do Ministério da Juventude e Desportos. No aeroporto, a taça foi exibida aos presentes durante cerca de 15 minu-tos para ser filmada e fotografada pela imprensa, tendo na ocasião Angie Bur-ton, responsável da instituição bancá-ria, anunciado que apenas o Chefe de Estado pode toca-la antes de ser con-

quistada ou depois de alguma selecção vencer a prova.O programa elaborado reservou um cortejo automóvel, nos principais bair-ros de Luanda, com a participação de Joaquim Dinis, Fabrice Maieco “Akwa” e Love Kabungula, três “embaixadores” escolhidos pelo referido banco e que estiveram igualmente no aeroporto na cerimónia de recepção da taça.A Taça que já esteve no país por altura da realização do CAN-2010, organizado por Angola e ganho pelo Egipto, pas-sará ainda por cidades africanas como Kitwe, Ndola e Lusaka (Zâmbia), Mba-bane e Piggs Pico (Suazilândia), Walvis Bay e Swakopmund (Namíbia).

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“eMBaixadores” acreditaM na VitÓria

A vinda do troféu do CAN-2013 a Angola neste período de preparação da selec-ção nacional, “Palancas negras”, esti-mula os atletas angolanos para obterem um bom resultado na prova a decor-rer na África do Sul, afirmou o antigo futebolista Fabrice Maieco “Akwa”, a aquando da chegada ao país da referida taça, o “embaixador” eleito para acti-vidade da sua apresentação na capi-tal angolana disse que o gesto serve igualmente para incentivar a popula-ção para dar o seu apoio aos jogadores.O ex-atleta referiu ainda que a inicia-tiva do Standard Bank África demonstra que “a taça não pertence apenas aos praticantes de futebol, mas a toda a população e por isso é que se vai fazer

uma passeata com a mesma nas ruas da cidade de Luanda, acrescentou. Por sua vez, Joaquim Dinis, outra “estrela” eleita para a cerimónia, defen-deu a mesma posição, afirmando que “isto demonstra que Angola está na cúpula do futebol africano e não só, porque nós já estivemos num mun-dial”. Neste contexto, disse acreditar que a equipa nacional vai realizar um bom CAN-2013, esperando que o avan-çado Manucho Gonçalves se mante-nha na mesma forma desportiva até a prova, visto que o atleta poderá ser muito importante para a selecção nacional que se encontra a preparar na província da Huíla.Já Love Cabungula afirmou também que a vinda da taça a Angola “é esti-mulante para todos, na medida em

que enquanto praticante de futebol gostaria de ver o troféu em Angola na qualidade de campeão”. Na ocasião, manifestou o desejo de ver regressar a taça a Angola, esperando igualmente que os “Palancas negras” vençam o CAN-2013 a ter lugar na África do Sul.Os três “embaixadores” lamentaram o facto de os atletas se encontrarem na cidade do Lubango (Huíla) em pre-paração o que os impossibilitará de observar a taça neste momento mas aproveitaram para desejar que “os palancas negras” tenham uma pre-paração à altura para poderem tra-zer o troféu de volta ao país. Tal como os “embaixadores”, toda Angola ficou a torcer para que seja assim escrita esta página da história desportiva nacional.

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estrelas angolanas

Angola voltou a marcar pontos na história do Basquetebol em África com a vitória do 1° de Agosto, novo vencedor da

Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol e a consagração do Petro de Luanda como vice-campeão, em Malabo, na capital da Guiné Equatorial. O resultado foi uma vitória por 80 ces-tos do 1°de Agosto contra 69 do Petro de Luanda, que ficou assim com o título de vice-campeão. Angola, levou para a casa, os dois títulos de campeão e vice--campeão da Taça dos Clubes Campe-ões Africanos da modalidade. Para além dos clubes, em destaque esti-veram os jogadores angolanos. O base Armando Costa (1º de Agosto), os extre-mos Carlos Morais (Petro de Luanda) e Olímpio Cipriano (Libolo) fizeram parte do cinco ideal na Taça de África dos Clu-bes Campeões em basquetebol sénior masculino. Carlos Morais foi também premiado como melhor marcador (171 pontos) e triplista (30), além de ter sido o Jogador Mais Valioso (MVP). Wallace Cox (Ettehad do Egipto) e Tarek El-Gha-nem (Al Ahly do Egipto) completaram a equipa ideal da competição. Traçamos agora um perfil de cada um dos talen-tosos jogadores.

o desporto angolano tem razões para estar orgulhoso dos seus valores. na taça de África dos Clubes Campeões em basquetebol, os jogadores angolanos fizeram bonito.no panorama das artes ao nível nacional e internacional.

Ângela Correia (texto) DR (Fotos)

Carlos moraisCarlos Morais nasceu em Luanda, 16 de Outubro de 1985, veio das escolas do Petro de Luanda, foi considerado o melhor lançador do campeonato africano de 2009. Do seu currículo constam vários anos a jogar pelo Petro de Luanda, e em 2010 assinou pelo Recreativo de Libolo onde jogou por uma temporada. Carlos Morais é tido como sendo um jogador com bom poder de penetra-ção, e um grande poder de lançamento de três pontos. Actualmente joga pelo Petro de Luanda.

perFil Nome: Carlos Edilson de Alcântara Morais Idade: 28 anos Altura: 1,91 m Peso: 96kgCalçado: 48Música: Rap Bebida: Fanta ou qualquer refrigeranteJogador favorito: Kobe Bryant Carreira: Joga desde os 12 anos de idade. Conta com 4 anos a jogar na rua, 2 nos júniores e 5 como profissional no Petro Atlético Jogo da sua vida: Angola vs Nigéria no Campe-onato Africano de 2005, na Argélia

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olímpio CiprianoOlímpio Cipriano nasceu em Luanda aos 9 de Abril de 1982. Ex-atleta do 1º de Agosto em Luanda, na posição de extremo, tem 1,92m de altura . Foi considerado o extremo mais valioso no Afrobasket de 2007. É um jogador de qualidades singulares cujo estilo de jogo é marcado pela simplicidade combinada com movimentos de puro espectá-culo apenas ao alcance dos mais capazes. Foi o melhor marcador, atirador de lances livres, e recuperador no campeonato nacional de 2007. Já testou nos Detroit Pistons da NBA mas não teve a sorte de aprovar. Na temporada do campeo-nato de Basquetebol, em 2012, vestiu a camisola do Recreativo do Libolo e foi o melhor jogador, melhor marcador, melhor nos lances livres e na marcação dos dois pontos.

perFilNome: Olímpio CiprianoData de nascimento: 9 de Abril de 1982Local de nascimento: LuandaAltura: 1,92mPeso: 93kg

armando CostaArmando Costa, actualmente joga no Clube Des-portivo Primeiro de Agosto, e é considerado um atleta dedicado, lutador e muito forte, que acres-centou agora ao seu currículo o título continental. Armando Costa estreou-se na Selecção Nacional em 2005. Nesse ano, o jogador conquistou o seu primeiro Afrobasket, tendo repetido o feito em 2007 e 2009. Em 2010, viveu uma fase menos boa na sua carreira ao ter ficado seis meses lesionado no joelho direito. Após a intervenção cirúrgica e o repouso necessário, o internacional angolano voltou em força para ajudar o seu clube.

perFilData de Nascimento: 03.06.1983Lugar de nascimento: Luanda (Angola)Altura: 192cmPrincipais estatísticas (Fonte: FIBA)Pontos por jogo: 1.5Recuperações por jogo: 0.5Assistências por jogo: 0.5

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Rto angola orgulha-se

coM conQuista do título aFricano de cluBes

A conquista do 16º título da Taça de África dos Clubes Campeões afri-canos em seniores femininos pelo

Petro de Luanda, na prova disputada em Tânger (Marrocos), encheu de "enorme satisfação e emoção" o Ministério da Ju-ventude e Desportos que anunciou em comunicado, o sentimento pelos feitos das vencedoras tricolores.O ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, disse que tal fei-to orgulha o país e é ainda mais realçável, pelo facto de duas equipas angolanas (o Petro e o 1º de Agosto) terem disputado a final, à semelhança da edição anterior.Segundo o governante, a excelente exibi-ção e inquestionável vitória do Petro de Luanda volta a confirmar a hegemonia do andebol angolano, pela grande qua-lidade técnica demonstrada nos jogos disputados com formações campeãs de outros países."O título ora conquistado premeia, à toda dimensão, os atletas, técnicos e a direcção do clube, por tudo que têm feito para dignificar o andebol angolano, em particular, e africano, em geral, pelo que, em nome da direcção do Ministério da Juventude e Desportos, e no meu pró-prio, endereço as nossas mais sinceras felicitações", disse.O Petro de Luanda conservou o título de campeã africana de andebol feminino, ao derrotar na final o 1º de Agosto por 29-23, num torneio que decorreu na lo-calidade marroquina de Tânger. Em 2011, as petrolíferas arrebataram o troféu ao baterem em Kaduma (Nigéria) as mili-tares por 32-30.

Ângela Correia (texto)Cedidas (Fotos)

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Baías do Mundo

a nova baía de luanda é um exemplo mundial da conjunção de infraestruturas e beleza natural, assim como da criação de um espaço público à beira-mar. será esta a baía mais bonita do mundo? visitámos algumas baías mundialmente reconhecidas que ajudam a confirmar o potencial do marco que nasceu em luanda.

Nádia Morais (texto) Malocha e Arquivo (Fotos)

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Foram trinta meses de trabalho inten-sivo para que os habitantes de Luanda pudessem aproveitar a arquitectura e beleza natural deste novo espaço. Mas desde Agosto que a nova marginal tem sido a grande atracção da cidade. Não é por menos: os habitantes de Luanda podem agora desfrutar de uma zona completamente renovada para activi-dades de lazer, eventos culturais, espa-ços verdes e de comércio. O projecto, iniciado em 2009 e desenvolvido pela Sociedade Baía de Luanda, foi aberto ao público em Agosto num acto presidido pelo Presidente José Eduardo dos San-tos, com o objectivo de integrar a inter-venção humana e a beleza natural num só espaço.No total, são 63 mil metros quadrados de espaços verdes, com 147 mil metros quadrados de espaço para pedestres, 3,1 quilómetros de passeio marítimo, cinco campos de basquetebol, três parques de desportos, dez novas praças públi-cas, dois quilómetros de ciclovia, quatro parques infantis, quatro mil palmeiras e acácias rubras e vários parques de esta-cionamento.

Esta grande obra de requalificação repre-senta um investimento de 36 mil milhões de Kwanzas e não se fica pela requalifi-cação da área. A marginal é também o local escolhido para a apresentação dos grupos carnavalescos de Luanda e da edição de 2013 do Carnaval de Luanda.

esPaço urBano

É também aqui que estão a ser criados novos espaços imobiliários urbanos. No total, serão construídos mais de 80 lotes de terreno para responder às necessida-des empresariais e residenciais da capital. Segundo a gestora do empreendimento, as áreas urbanas serão divididas em três parcelas, num total de 39 mil hectares: a parcela A, no extremo norte da Ave-nida 4 de Fevereiro, com uma área de nove hectares para o estabelecimento de um novo centro de negócios, a par-cela B, com três hectares, entre a Ave-nida Dr. Agostinho Neto e a entrada da Ilha do Cabo, para assegurar a continui-dade com o renovado espaço público da marginal, e a zona C, com 27 hecta-res, que deverá ser transformada numa

zona de habitação e serviços.Já o projecto de requalificação da baía foi dividido em duas partes. A primeira intervenção envolveu a área marítima da baía, com a limpeza e o alargamento da drenagem da marginal. A segunda fase teve lugar na área terrestre e incluiu a construção de vias e espaços de lazer. A nova estrada, paralela à marginal pedes-tre, vai contar com seis faixas de rodagem de cada lado, com a actual estrada que liga a entrada da Ilha ao Porto de Luanda transformada em espaço de estaciona-mento, praça, campos de basquetebol, pistas para jogging e espaços infantis.Trata-se de um projecto verdadeiramente internacional, com a colaboração de paí-ses como a África do Sul, Botswana, Por-tugal, Cuba, Líbano, Bélgica, Inglaterra e Holanda. Segundo um dos responsáveis do projecto, “os melhores do mundo”.O projecto ambicioso que se revelou uma obra notável e dignifica uma área de loca-lização e beleza privilegiadas que nada fica a dever a outras baías reconhecidas mundialmente. Poderá a baía de Luanda atingir este patamar? Agora parece que possui tudo para tal.

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guanabaRa, bRasiL

o calçadão de copacabana dispensa apre-sentações. imortalizado na canção “a garota de ipanema”, de tom jobim, é um símbolo indubitável do país, com cerca de 4,15 qui-lómetros que percorrem as praias do leme e de copacabana. o que poucos sabem é que esta infraestrutura, construída em 1906, repete o traçado da Praça do rossio, em lis-boa, e foi construída com pedras importadas de Portugal, assim como uma grande equipa de calceteiros. infelizmente para os bolsos do país, logo após a importação de uma grande quantidade de pedras da calçada para a sua construção, foram descobertas enormes jazidas desta pedra por todo o país.alguns dos eventos mais notáveis que tiveram lugar nesta baía incluem os concertos “live earth”, que levaram ao local cerca de 400 mil pessoas, assim como a celebração do acolhi-mento dos jogos olímpicos de 2016, que levou 100 mil pessoas à praia de copacabana em 2009. é também aqui que são organizadas muitas das taças mundiais de futebol de praia da FiFa.

baía De vitÓRia, Hong Kong

esta é a maior baía da china e a terceira maior do mundo, logo após são Francisco e o rio de janeiro. Famosa pela visão pa-norâmica sobre os arranha-céus da ilha de hong Kong, é um dos pontos de encontro preferidos dos residentes. o seu nome vem da rainha britânica Vitória, a monarca recor-dista da ocupação do trono na história do reino unido. uma das principais atracções desta baía é o Pico Vitória e a avenida das estrelas, construída para honrar as pessoas mais ilustres da indústria cinematográfica de hong Kong.é também aqui que se celebra o ano novo lunar, com um espectáculo de fogo-de-artifício mundialmente reconhecido, com todos os edi-fícios em volta ornamentados com decorações relativas à celebração.

as Baías do MundoFomos descobrir quais as baías mais emblemáticas em todo o mundo, comparáveis à nova baía de luanda pela sua beleza natural, infraestruturas ao longo da Marginal e longa extensão de espaço público à beira-mar.

baía De são fRancisco, estaDos uniDos

o “embarcadero” de são Francisco, na califórnia, é outro dos grandes pontos à beira-mar plantados. a baía, um centro logístico militar durante a segun-da guerra mundial, e também o ponto onde foram “depositados” os últimos prisioneiros de alcatraz por ordem do general robert F. Kennedy, é agora uma avenida repleta de palmeiras, praças, jardins e pontos de entretenimento. uma grande escultura de cupido foi instalada em 2002, inspirada na alcunha de são Francisco – o Porto de eros, o deus grego do amor.esta é a meca dos amantes dos desportos aquáticos, desde vela a windsurf, devido aos fortes ventos que de oeste e noroeste e à proteção da zona de ondulações fortes. uma ciclovia conhecida como a san Francisco Bay trail (percurso da baía de são Francisco) circula a extremidade da baía, que também envolve vários parques naturais e áreas protegidas.

baía De syDney, austRÁLia

a baía de sydney, também chamada de Port jackson, é um porto natural que se estende por 19 quilómetros do mar da tasmânia, em volta do qual se situa a maior cidade do país. é nesta baía que se encontram dois dos símbolos mais famosos da cidade – a Ópera de sydney e a Ponte do Porto de sydney – sempre presentes nos postais da cidade. Foi também esta baía o primeiro local a ser avistado pelo capitão james cook, tendo depois aí atracado os colonizadores britânicos em 1788.

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