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Vida Contemplativa e Vida Activa em Hannah Arendt. Por: Juliano Gustavo Ozga. A Vida Activa em Hannah Arendt pode ser dividida em: a) Labor: assegura não apenas a vida do indivíduo, mas ávida da espécie. Correspende ao processo biológico do corpo humano, envolvendo o crescimento espontâneo, metabolismo e declínio da vida biológica; b) Trabalho: “artefato humano”, empresta certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do tempo humano. Corresponde ao artificialismo, porém não está contida no eterno ciclo vital da espécie. Engloba cada vida individual; c) Ação: empenha a fundação e preservação do corpo político, criando a condição para a lembrança, ou seja, para a história. È a única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria. Corresponde à humanidade, ou à pluralidade humana. A Vida Comtemplativa sobre a Vida Activa baseia-se na convicção de que nenhum trabalho de mãos pode igualar em beleza e verdade o kosmos físico. A Vida Contemplativa antecede a Vida Activa , que uma vida de necessidade, sendo a Vida Contemplativa uma elaboração racional e intelectual que norteia o indivíduo para buscar sua liberdade. A contemplação está ligada ao conceito de teoria (theoria), acrescentando os filósofos a liberdade e a cessação de toda a vida política. A ocupação está relacionada à Vida Activa e a quietude à Vida Contemplativa. Diante desse esclarecimento proposto por Hannah Arendt, a política engloba esses dois conceitos, tanto Vida Contemplativa como Vida Activa. A Vida Activa com o caráter de ação/atividade das necessidades humanas e a Vida Contemplativa com o caráter teórico, que antecede a Vida Activa. Portanto, a política pode ser entendida como uma relação entre a teoria (theoria), ou seja, a Vida Contemplativa, aplicada ao mundo físico e ao homem através da ocupação da Vida Activa.

Vida Contemplativa e Vida Activa Em Hannah Arendt

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Page 1: Vida Contemplativa e Vida Activa Em Hannah Arendt

Vida Contemplativa e Vida Activa em Hannah Arendt.

Por: Juliano Gustavo Ozga.

A Vida Activa em Hannah Arendt pode ser dividida em:a) Labor: assegura não apenas a vida do indivíduo, mas ávida da espécie.

Correspende ao processo biológico do corpo humano, envolvendo o crescimento espontâneo, metabolismo e declínio da vida biológica;

b) Trabalho: “artefato humano”, empresta certa permanência e durabilidade à futilidade da vida mortal e ao caráter efêmero do tempo humano. Corresponde ao artificialismo, porém não está contida no eterno ciclo vital da espécie. Engloba cada vida individual;

c) Ação: empenha a fundação e preservação do corpo político, criando a condição para a lembrança, ou seja, para a história. È a única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria. Corresponde à humanidade, ou à pluralidade humana.

A Vida Comtemplativa sobre a Vida Activa baseia-se na convicção de que nenhum trabalho de mãos pode igualar em beleza e verdade o kosmos físico.

A Vida Contemplativa antecede a Vida Activa , que uma vida de necessidade, sendo a Vida Contemplativa uma elaboração racional e intelectual que norteia o indivíduo para buscar sua liberdade.

A contemplação está ligada ao conceito de teoria (theoria), acrescentando os filósofos a liberdade e a cessação de toda a vida política. A ocupação está relacionada à Vida Activa e a quietude à Vida Contemplativa.

Diante desse esclarecimento proposto por Hannah Arendt, a política engloba esses dois conceitos, tanto Vida Contemplativa como Vida Activa. A Vida Activa com o caráter de ação/atividade das necessidades humanas e a Vida Contemplativa com o caráter teórico, que antecede a Vida Activa.

Portanto, a política pode ser entendida como uma relação entre a teoria (theoria), ou seja, a Vida Contemplativa, aplicada ao mundo físico e ao homem através da ocupação da Vida Activa.