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ABR/MAI2010 vista.art.br

Vista 29

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Vista skateboard art magazine number 29.

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ABR/MAI2010vista.art.br

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Gustavo 'Black Alien'S SadplantM Acervo Black AlienFCAPA

Assim como nossa capa, os entrevistados desta edição

da Vista foram trazidos dos anos 80, começo dos anos 90

diretamente para o século XXI. Andre Genovesi, Gustavo

Black Alien e os produtores do documentário sobre o Clube

12 e o skate em Floripa criaram suas raízes num passado

distante, nem tão distante no quesito espaço-tempo, mas

milhares de anos luz na questão de tecnologia, globalização

e tudo mais que a internet e uma economia estável podem

proporcionar.

Mas, e por que eles estão aqui nas páginas da Vista em

pleno 2010? A resposta simples, porém longe de ser

simplória, é porque eles são foda naquilo que eles fazem

e/ou representam. Simples assim. Faça uma pesquisa rápida

entre seus amigos e pergunte quem não quer saber quais

as manobras o Genovesi está dando ou quando sai um

disco novo do Black Alien. E a nossa parte nisso é buscar as

raízes deles, para que você além de ver, possa perceber o

porque deles fazerem parte do nosso imaginário. Coisa que

o Google ainda não é capaz.

Podem acreditar que o maior combustível para continuar

fazendo a Vista é sonhar que no ano 2100 algum desavisado

possa pegar uma edição qualquer da revista e ao

folheá-la descubra o porque de amar tanto o skate,

a música, a arte e passe adiante este sentimento.

Ed. Tobias SklarT

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EDITOR CHEFE: Alexandre Marten [email protected]

PRODUÇÃO, DIREÇÃO & EDIÇÃO DE CONTEÚDO: Tobias Sklar [email protected]

PROJETO GRÁFICO, ARTE & DIAGRAMAÇÃO: Frederico Antunes [email protected]

EDITOR FOTOGRAFIA:Flavio Samelo [email protected]

COLABORADORES TEXTO: Ana Ferraz, Daniel Tamenpi, Flavio Samelo, João Periquito Sem Asa, Lucas Pexão & Ricardo Tibiu

COLABORADORES FOTOGRAFIA:Allan Carvalho, Eduardo Gabriel, Fabiano Lokinho, Flavio Samelo, Jr Lemos, Pablo Vaz, Raul Passos, Robson Sakamoto & Renê Júnior

FOTO-COMPOSIÇÕES/COLAGEM ARTE MUDA:Silvana Melo

AGRADECIMENTOS:Leo Lopes, Vagner do Nascimento, Pedro Gutierres

Comercial :Alexandre Marten RS: 0 (xx) 51 8413.6898 SP: 0 (xx) 11 6152.2013Administrativo: Gustavo Tesch [email protected]

Periodicidade: bimestral

Distribuição: distribuiçã[email protected]ção gratuita realizada em boardshops, galerias de arte, blitz & cadastro.

Impressão: Gráfica Coan

Para anunciar: [email protected] ou 0 (xx) 51 3012.7078

Fale conosco: leitores e lojistas, comuniquem-se com a Vista através do e-mail [email protected] ou através do telefone 0 (xx) 51 3012.7078

Confira os canais da Vista no site:

www.vista.art.br

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Parede

Bloguigrafia

Tony Hank

Só Pedrada

Too drunk to Surf

Visita

Genovesi

Arte Muda

Black Alien

Clube 12

Sum.Exp.

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Tobias SklarT

Parede

16

1 2Nesta página você confere algumas ações que englobam skate, arte e atitude. No site da Vista você confere muito mais.

Follow the ArtFollow the Queen é a primeira exposição

criada especialmente para Iphone do

mundo. Trata-se de um aplicativo, que

pode ser baixado gratuitamente, e que

tem a participação de diversos artistas

que você já viu aqui pela Vista, como

Phil Guimarães, Lidia Brancher e Pedro

Gutierres. Além do aplicativo também

está rolando a ação Follow the Art, onde

qualquer pessoa pode passar em uma das

galerias participantes e retirar um pôster

em branco para ser customizado e depois

enviado, gratuitamente, para a curadoria

do projeto, a cargo da Pomba Arts. Esses

pôsteres serão posteriormente trocados por

de outras pessoas e enviados junto com um

adesivo especial, criando assim uma rede

de comunicação real entre os participantes.

É arte invadindo todos os espaços.

Para saber mais sobre o projeto acesse:

www.followthequeen.cc/desk

O ProcessoParece que o calor do Rio de Janeiro ao

invés de fritar cérebros os aquece ao

ponto certo da ebulição que os neurônios

precisam para ter boas idéias. Prova disso

é o vídeo realizado por Vagner Donasc

e Wilbor Domingues, artistas e skatistas

cariocas, chamado “O Processo”. Uma bela

interação entre skate, arte e diversão.

“A parada era simples, fazer um vídeo

andando de skate e pintando ao mesmo

tempo, a experimentação foi foda, várias

ideias novas, vários freestyle, amigos,

cerveja e Praça XV daquele jeito” é o resumo

de Vagner sobre a ação.

Para assistir: www.youtube.com/user/wilborcobPara ver fotos: www.flickr.com/vagnerdonasc

Mais conteúdo sobre o universo Vista em:www.vista.art.br

Pedro GutierresF Vagner DonascF

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3 4Tarda mas não falhaImagine o dia-a-dia de cinco skatistas,

entre manobras, baladas e curtição.

Acrescente um film maker distraído, que

atrasa e falta às gravações, demorando

um ano para realizar o que estava previsto

para quatro meses. O resultado dessa

fórmula divertida é o vídeo “Tarda Mas

Não Falha”, criado pela...Lost. Com cenas

realizadas no interior de São Paulo - e na

capital, em alguns bares do “Baixo Augusta”

- Minas Gerais e Estados Unidos, o curta,

protagonizado pelo intrépido skate team

da ...Lost, era para ser inicialmente um

viral, com circulação apena na web. Mas

acabou se transformando em um vídeo com

oitos minutos. Laurence Reali, Luiz Apelão,

Rodrigo Maizena, Marco Cruz e JP Frank

são os protagonistas do curta, que está

disponível para download no site da ...Lost.

Para baixar: http://www.lost.com.br

ConcretaConcreta é um sonho sobre o visual

arquitetônico das cidades. Ou, mais uma

obra de colecionador criada por Flavio

Samelo. O livro, lançado via Blurb (você

deve encomendá-lo via internet), conta

com fotografias sob a perspectiva do olhar

concretíssimo de Samelo.

Para comprar: http://www.blurb.comPara ver os trabalhos de Samelo: www.flaviosamelo.com

DivulgaçãoF Flavio SameloF

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Bloguigrafia

A estética das capas do final da década

de 60 e começo dos 70, é a minha

favorita. Uma coisa psicodélica, colorida,

alegre, estranha, gráfica e com muita coisa

de fotografia no meio. Um dos blogs que eu

sempre visito e sempre me surpreende pelas

capas dessa época, é o Telhados do Mundo.

Ele tem muita coisa de rock progressivo

americano e muita coisa de rock dessa

época, onde várias capas com essas idéias

foram usadas.

Se você gosta de rock de verdade, como

Black Sabbath, Beatles, Bo Diddley, entre

outros, o blog tem vários desses clássicos.

Porém, uma das coisas mais legais ali é que

ele tem muita coisa de sobras das gravações,

que é das coisas mais legais de se poder

ouvir, o processo de gravação dos discos

clássicos.

Boa sorte e dá-lhe back-up em DVD.

Flavio Samelowww.flaviosamelo.com www.flourishestudio.com

T http://telhadosdomundo.blogspot.comDivulgaçãoF18

Vários discos que vieram para minhas prateleiras eu comprei por causa da capa. Nunca tinha ouvido a banda, nem sabia do que se tratava, mas a capa era tão colorida, ou misteriosa, tão gráfica, ou psicodélica que me chamava a atenção e eu não podia resistir. Hoje com os blogs é a mesma coisa, vários discos que eu baixo, eu vou direto pela capa, na verdade a grande maioria deles, dos quais não conheço o som, é claro.

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Lucas PexãoT DivulgaçãoF20

A imagem que vi na internet do jogo

Cheap Skate (Skate Barato), para o

obsoleto computador Commodore 64, foi

uma das principais motivações para iniciar

essa coluna infame aqui na Vista. Um ska-

tista com cabelo estilo He-Man, blusão azul

e calça marrom, em posição fecal sobre um

skate pontudo em rota de colisão com uma

bola verde. Era bizarro demais, eu precisava

jogar aquilo. Mas pra experimentar Cheap

Skate era necessário revirar os sites mais

nerds da internet, emular o Commodore 64

em um PC atual e depois rodar o jogo nessa

coisa. Como meu amigo Tobias já queria

minha caveira por não cumprir o deadline

da revista, optei por um jogo mais acessível.

Agora, finalmente encarei a missãozinha de

testar esse estranho jogo de 1989. Usando o

emulador Vice (nada a ver com a revista de

mesmo nome), um arquivo do jogo encon-

trado no site gb64.com e depois de perder

um bom tempo acertando a configuração

do teclado, consegui me dedicar ao desafio

de entrar para a gangue Street Hawks (sim,

esse é o objetivo do game).

Para tanto, você tem que embalar pela

calçada desviando de obstáculos como

bolas, montinhos de tijolos amarelos

(barras de ouro?), diversas tranqueiras e

projéteis (adagas, bolas de fogo, etc) que

vem da direção oposta, do além. Também

é fundamental acocar cada vez que

aparece uma barra de flexão, para passar

por baixo. Se você encostar em qualquer

uma dessas coisas, por mais devagar que

esteja, vai desintegrar no ar. Tudo ao som

de uma musiquinha eletrizantemente

divertida, pelo menos nos primeiros cinco

minutos de jogo. Em seguida o som passa

a colaborar para uma experiência infernal

onde a única maneira de progredir é

decorar a ordem dos obstáculos. De

volta para o presente, vale notar que no

jogo EA Skate 2, provavelmente o título

mais sofisticado do mercado de games

da atualidade, uma das novidades é a

manobra hippie jump, ou seja, quando

o skatista pula e retorna para o skate,

que segue andando no chão. Em Cheap

Skate, já dava pra mandar hippie jumps.

Na verdade, essa era a única manobra

possível e serve para pular sobre buracos

(!?). Infelizmente skate barato não presta

mesmo.

Tony Hank: Cheap Skate

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Só Pedrada:

A coluna dessa edição é voltada para o Dubstep. Uma das vertentes mais novas da música eletrônica que vem fazendo a cabeça das pessoas no mundo todo e a minha também. Com menos de uma década de existência, o Dubstep é um som basicamente instrumental que tem nas frequências baixas (graves) o seu cartão de visitas, o tornando também uma das vertentes mais obscuras e anti-pop’s da cena eletrônica. Mas engana-se quem limita o estilo a apenas isso.

Daniel Tamenpi DivulgaçãoT F22 www.sopedradamusical.com

A pesar de o colocarem como evolução do Jungle e Drum

n’ Bass, o Dubstep possui raízes bem mais amplas. Tem

influência direta do Dub jamaicano, com enxurradas de efeitos,

reverbs e delays e seguiu como evolução do 2-step, estilo que-

brado que retirava a segunda e a quarta marcação dos bumbos

do House e distribuia timbres como pratos de condução no

espaço em branco, criando uma batida diferente do esquema

4x4 original.

De todos esses estilos surgiu o Dubstep, citado com essa no-

menclatura pela primeira vez em 2001 e eternizado na revista

XLR8R. Batidas lentas, com levadas irregulares, mas tão frenéti-

cas que chacoalham mais que as lenhas pesadas do techno.

O grave é a frequência que mais se acentua gerando um impac-

to físico e mental grande, resultando até em sensações claustro-

fóbicas. Por essa característica, é uma vertente que necessita de

sons potentes e subs poderosos, se adequando muito bem aos

sound systems e clubes com sistema de som decentes.

Em 2006, ocorreu o boom em cima do estilo. Nomes como

Burial, Benga, Kode9, MRK1, Skream e o trio Horsepower

Productions fazem parte da primeira geração do Dubstep. Cada

um impondo sua característica e injetando doses sombrias na

sempre alegre e colorida cena eletrônica. Afinal, o Dubstep

cravou raízes no experimentalismo e no “Do It Yourself” (Faça

Você Mesmo). As primeiras músicas de Benga e Skream foram

produzidas usando em conjunto um Playstation e os softwares

Fruity Loops e Logic no PC.

Com isso, o estilo acabou se tornando o patinho feio das pistas

de dança. Já que faltava groove na panela. A partir de 2008, nomes

como Headhunter, TRG e Martyn tentam aproximar cada vez mais

o estilo com os clubes e as pistas, incorporando referências do

soul, jazz e r&b, tornando-os mais acessíveis aos ouvidos sensíveis.

No Brasil, o estilo ainda está sendo descoberto. São poucas as

festas e os produtores na area. Podemos destacar o DJ Bruno

Belluomini, considerado o embaixador do dubstep no país, com

o site e a festa Tranquera, em São Paulo.

Introdução sonora ao estilo:

VA – The Roots Of DubstepVA – Dubstep Allstars Vol.1 (Mixed by Hatcha)VA – Dubstep Allstars Vol. 2 (Mixed by DJ Youngsta)VA – Dubstep Allstars Vol. 3 (Mixed by Kode9)VA – Dubstep Allstars Vol. 4 (Mixed by Hatcha & Youngsta)VA – Dubstep Allstars Vol. 5 (Mixed by N-Type)VA – Dubstep Allstars Vol. 6 (Mixed by Appleblin)VA – Dubstep Allstars Vol. 7 (Mixed by Chef & Rama-danman)

Kode9 – Memories Of The FutureBurial – BurialBurial – Untrue MRK1 – Copyright LawsSkream – Skream!Horsepower Production – To The RescueBenga – NewstepBenga – Diary Of An Afro WarriorHeadhunter – NomadTRG – Missed Calls2562 – AerialMartyn – Great LenghtsBreakage – Foundation

Selos essenciais:TempaHyperdub Records

Leia mais:www.tranquera.orgwww.dubstepforum.com

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Too Drunk to Surf

Ricardo TibiuT Rafael PassosF24

Em 2007, depois de sair de Vila Velha (ES), onde tocava em bandas como Hillbilly The Kid e Morto Pela Escola, Rogério Japa encontrou na capital paulista dois aliados para sua nova empreitada. Do grind Attack Bastard chegou o baterista Gustavo FYP e trazendo o punch metal do Macabra veio o guitarrista Mauricio Matel. Das jams enfumaçadas regadas à cerveja nasceu o The Barfly Surfers e, agora, baseado nelas o álbum “Surf Trash Attack”. Disponibilizado para download gratuito ele agrega referências a surf music, literatura, garage rock e punk. O baixista Japa é quem nos explica um pouco mais sobre o TBS.

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O nome The Barfly Surfers faz uma analogia ao universo que circunda a

banda: surf music, Bukowski e o próprio ambiente de bar, certo? Na verdade o nome foi meio que a junção

de duas coisas. “Bar”, de boteco mesmo,

e “fly” que é uma gíria usada no Espírito

Santo para se dizer que vai dar uma volta

“fumando um”. Somou-se a isso o filme

baseado no Bukowski.

Qual você acha que é a importância do nome em uma banda?Não sei realmente, nunca fui muito bom

nessas coisas, mas acho que no Barfly

Surfers o nome resume bem o que é a

banda.

O quê o TBS, que é uma banda nova, já te proporcionou que nas outras que você tocou ainda não tinha rolado?Agora, fica mais a meu cargo esses lances

de divulgação, marcar show, o que é um

saco fazer... Ah, e também tem o fato

de ser uma banda nova em uma cidade

nova, né?! Em Vila Velha, eu conhecia todo

mundo, sabia os lugares que tinham para

tocar e aqui estamos começando realmente

do zero.

Você já tocou no skate-punk Morto Pela Escola e agora o TBS segue para o lado da surf music. E aí, você se dá melhor praticando esporte ou fazendo música?

Me dou melhor bebendo cerveja. O skate

foi bem importante na minha juventude,

ainda gosto de ver vídeos, estou até

pensando em comprar um longboard. O

surf nunca foi a minha, definitivamente esse

lance de acordar cedo para pegar onda não

é pra mim.

Separadamente vocês já tocaram nos mais diferentes estilos, do ska ao grind, passando por metal e country. Como foi que juntos chegaram a essa sonoridade do TBS?Tudo começou no violão tocado em casa!

Eu tinha umas bases que não cabiam nas

minhas outras bandas e como começamos

como um duo e não sei tocar guitarra e

muito menos tocar e cantar, começamos

com o surf, o garage e o punk. O Matel

entrou quando a gente já tinha quase um

ano de ensaios e trouxe muitas outras

referências. E no final é tudo rock! (risos).

Faixas como “O Buk, o Dick e o Pereio” e “Tristessa” entregam que literatura e cinema estão entre as preferências de vocês. Além destes, quais “ingredientes” não podem faltar para compor o TBS?O cinema e a literatura são grandes

referências e preferências. E todo esse

universo que envolve bar, fumaça, cidade

e caos também nos atrai. De uma forma

ou de outra acaba também influenciando

o som.

Com toda essa mistura de referências, quem você diria que é o público de vocês?Essa é uma resposta que não sei te dar!

Apesar de nossas referências surf, não

tocamos ainda pra um público mais

ligado a esse tipo de som e nem sei se o

pessoal da surf music entenderia. Temos

tocado principalmente nuns shows mais

ligados a punk/hardcore e uns lances

mais rock´n´roll. Na verdade, ainda nem

sei dizer se temos um público, estamos

começando agora. Acabamos de lançar

material, ainda tem muito chão.

E como o público costuma reagir? Quem nos conhece de nossas outras

bandas, normalmente leva um susto, rola

um estranhamento. Mas tem sido bom,

estamos tendo uma boa resposta!

E com o disco que acabou de ser lançado? Então, o “Surf Trash Attack” tá novinho pra

baixar. Temos tido um retorno legal, pelo

menos os amigos disseram que gostaram

(risos).

Além do mundo virtual, existe a intenção de um dia lançar algo físico, um CD, quem sabe um vinil?Com certeza vai rolar algo físico numa

próxima oportunidade. Agora faltou tempo,

dinheiro e paciência. Estamos estudando

algumas possibilidades, em vinil seria

perfeito e é um plano nosso, só não sei para

quando.

O Dead Kennedys tem a música “Too Drunk To Fuck”, quando é que vocês farão “Too Drunk To Surf” em resposta a ela? (risos).

Eu tinha te falado disso? (risos).

Não mas, vi no Fotolog de vocês e achei genial o trocadilho...Esses dias fazendo um “fly” pela cidade

tivemos essa ideia, vamos começar a ensaiar

e ver no que vai dar. O Dead Kennedys

é, sem dúvida, uma de nossas maiores

influências. Vai ser instrumental só que com

o novo refrão. O “Fresh Fruit for Rotting

Vegetables” [1980] é surf music até o osso!

Pra encerrar, quais são os próximos planos do TBS?Estamos juntando ideias para fazer um

clipe. E queremos pegar a estrada, fazer

bastante show, tentar tocar no interior e em

outros estados.

[email protected]/thebarflysurferswww.myspace.com/thebarflysurfershttp://www.megaupload.com/?d=HTC8N120 (Link para baixar o álbum “Surf Trash Attack”)

+

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Lucas PexãoT Flavio SameloF26

Busca TriplaVisita...

L uisa Ritter, Luciano Scherer e Carla

Barth são jovens artistas gaúchos que,

desde 2008, dividem um apartamento/

atelier no bairro Pinheiros, em São Paulo.

Um lugar cheio de arte, produzida ou

encontrada, frequentado por amigos

artistas, como os vizinhos Tinico Rosa e

Emerson Pingarilho (que gravou seu

último filme no local), galeristas (da Thomas

Cohn, Choque Cultural e Emma Thomas)

e entidades da arte urbana brasileira, a

exemplo de Carlos Dias e Bruno 9li.

É claro que também existe o caos.

"Já teve vomito da sacada. Em uma festa

veio o Pure Evil (artista inglês) e no final

alguém tinha escrito 'sextime' nas escadas",

conta Luciano. Mas acredite, a energia mais

intensa desse apartamento se concentra

nas obras produzidas por seus habitantes.

Mesmo morando e trabalhando juntos,

cada um consegue mergulhar em sua

própria busca particular na hora de criar.

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Ivan ShupikovF Flavio SameloT

43

ANDRÉgENOvESiANDRÉgENOvESi

Robson SakamotoF Flavio SameloT

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32 Nollie crooked, nollie outM Verona, IT.L Davide BiondaneF

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34Ss bs TailslideM

Verona, IT.L

Davide BiondaneF

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Como era a SON?A Son era a nossa vida, quem a gente era, era a nossa

filosofia de vida, skateboard puro, andar na rua. Era a nossa

família, a gente se ajudava, puxava o nivel do skate entre a

gente. Era mais que uma marca, era uma ideia, e essa ideia

era skateboard. A gente fazia tudo junto, vivíamos juntos,

com certeza foi um dos melhores momentos da minha vida,

um dos mais engraçados, sem dúvida nenhuma. Amizades

foram feitas para sempre. A Son foi minha escola!

O que te fez ir para Califórnia?Eu cresci ouvindo hardcore, punk, hip hop americano, cresci

andando de skate que nasceu aqui na Califórnia. Eu era

totalmente influenciado pelas coisas daqui, então sempre

sonhei em vir para América. Também acho que conquistei

muitas coisas muito jovem no Brasil e parecia que não tinha

mais para aonde ir. Eu nunca tive o desejo de ser campeão

brasileiro de skate, e a 12 anos atrás era isso que estava em

evidência.

Quando cheguei em Los Angeles pela primeira vez, sai do

aeroporto e já sabia que era aqui o lugar, não só pelo skate,

mas por tudo: cultura, lifestyle, skate. Até pelos americanos

serem um pouco mais fechados, eu me senti bem. Para

mim, vir para a Califórnia foi o conjunto de várias coisas e

não só skate. É muito difícil viver aqui se você não gosta, eu

sou brasileiro e amo o Brasil, mas meu coração é listrado,

vermelho e branco. Eu amo a Califórnia.

O que aconteceu na sua vida com essa mudança?Aconteceu tudo, fui abençoado com a oportunidade de

viver meu sonho, de aprender coisas novas e evoluir na

vida. Conheci vários lugares e várias pessoas que hoje fazem

parte da minha vida.

Quais as dificuldades?Dificuldades são as mesmas, o negócio é que para mim

dificuldades são a minha motivação para mudar e evoluir para

melhor.

Quais são seus objetivos hoje?Vou ser pai, estamos esperando um moleque, quero ser o

melhor pai e marido. Continuar andando de skate até meu

corpo não agüentar mais, fazer meu negócio e dominar

Pipeline.

Com quem você anda por ai? Quem vai na sessão contigo?Rodrigo Gerdal, Maurício Bozo, Hosoi, Vina, Jazon Vanzant,

Richard Mulder e Bob B são os mais freqüentes.

Quem mais te inspirou por ai quando você chegou?Na real a minha maior inspiração foi o meu sonho. Quando

cheguei aqui, queria fazer a minha história, era como eu tivesse

um livro novo, com as páginas brancas, pronto para escrever.

Lógico que tive inspirações no skate, mas no geral estava

aberto para descobrir coisas novas ao invés de tentar seguir um

caminho que já estivesse traçado.

Planos para o Brasil?Tenho planos de ir visitar com certeza, e passar mais tempo ai.

Agora com os meus documentos todos OK tudo é mais fácil.

NOME: ANdre GeNovesi iDADE: 29 PATRO: Hurley iNtl, HoSoi SkateS, royAl truckS, Filmore wheelS, diaMoNd Supply co, val surf SkateShop. ONDE ViVE: NeWport Beach, CA ORiGiNAL DE: Itapecerica da Serra, SP.

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36Bs nollie heelflipM

Inland Impire, CA.L

Sean PetersenF

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40Fs tailslide to fs hellflip out

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Verona, IT.L

Davide BiondaneF

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Compton, LA.L

Joe KrolickF

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44BartolomeuC

Jr.LemosF

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ARTE MUDA

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46Leonardo MaldonadoS

Bs NoseslideM

Ribeirão Preto, SPL

JrLemosF

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48

Vitor SimãoS

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Rio de Janeiro, RJ.L

Rene Jr.F

Silvana MelloA

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50Paulo GaleraS

Fs smithM

Uberaba, MG.L

Fabiano LokinhoF

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52

Letícia BufoniS

WallrideM

São Paulo, Sp.L

Eduardo GabrielF

Klaus BohnsS

Shift ollieM

São Bernardo do Campo, SPL

Allan CarvalhoF

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54Bob BurnquistS

LoopitM

Rio de Janeiro, RJ.L

Pablo VazF

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56

Vi KakinhoS

BoardslideM

Florianópolis, SC.L

Raul PassosF

Silvana MelloA

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58Willian ChouS

NollieM

São Paulo, Sp.L

Flavio SameloF

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Vinicius AquamanS

AirwalkM

Itapecerica da Serra, SP.L

Fernando ArataF

TarobinhaS

MaydayM

Santo André, SP.L

Allan CarvalhoF

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"Dá um cérebro Para um macaco Que ele vai pensar Que é o centro Do universo"Dizem por ai que entrevistar uma pessoa que você conhece é complicado, mas não des-ta vez. Caso você não o conheça, Gustavo “Black Alien” já fez parte de uma das maiores bandas de rap do Brasil, o Planet Hemp, também do Reggae B, dupla formada com o já saudoso Speedy Freaks. A música dele toca na rádio, em novela, trilha de filme, comercial, teatro, dentre outros. Para muitos uma lenda viva, para mim ele é o cara mais chato que eu conheço, porém um dos mais inteligentes, ao mesmo tempo. Acreditem ou não, ele está voltando a andar de skate e é um dos caras que mais me liga para fazer uma sessão. Com um disco novo para chegar ao seus ouvidos, o Mic Master respondeu estas perguntas.

João Periquito com colaboração de Leo LopesT Renê Jr. & acervoF

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J á são muitos anos de skate e de música, uma convivência nas ruas, bares, muitos amigos e mulheres. O que mudou

do início para cá? Estilo, convivência, fama?Olha. Estilo, convivência e fama. O estilo, ele se mantém o

mesmo, quem anda de skate, sempre tá na frente, sinto muito.

Essa parada até rima, quem anda de skate, não bota qualquer

pano no corpo. Quem anda de skate, conhece a rua e o cham-

pagne, conhece todos os tipos de pessoas porque ele lida com

todos os tipos de pessoas. Skatista conhece união porque você

quando tá longe, você tem que tá unido na parada, todo mundo

tem que tá unido na parada. Eu me preocupo mais ainda com o

que eu coloco no corpo, de estilo e de jeito, de gestual até. De

certa forma até agora eu ganhei um pulmão preto e um fígado

ruim dessa época, então quer dizer, eu bebi demais. A fama é

muito perigosa, o dinheiro é muito perigoso, as mulheres são

muito perigosas, o mundo da música é podre, é nojento. Mas

ao mesmo tempo é fascinante, mas é podre, nojento e sinistro.

Você se arrepende ou faria tudo outra vez?Não me arrependo, de maneira nenhuma. Eu agradeço, sabe?

Eu agradeço. Agora, eu não faria de novo, porque se eu fizer

de novo, sabe qual é? O empresário sou eu, eu é que vou fazer.

Você tem que centralizar tudo em você, o que gasta muito mais

energia, é muito mais difícil, você sofre muito mais. Eu to com

trinta e sete anos, eu sai do Planet há dez anos, eu tinha vinte

e sete anos. Então em dez anos eu aprendi muita coisa, nos

cinco anos com o Planet eu já tinha aprendido muita coisa, e

antes do Planet, eu não sabia nada. Tá na foto que eu mostrei

para o Renê Júnior ali, a minha cara de que eu não sei de nada,

primeiro show da minha vida. Então, o que mudou até hoje é

que eu fiquei um cara de certa forma doente, de certa forma

paranóico e pé atrás com coisas que as vezes não tem nada a

ver, de coisas que eu vivi nessa época, que eu vi nessa época.

Mas eu tenho ambições diferentes, acho que agora que eu to

ambicioso, que nessa época eu nem era ambicioso. E a minha

ambição é não dar dinheiro para banqueiro nenhum, não dar

dinheiro para safado nenhum.

Sintetizando mais ou menos, foi por falta de ambição que você não rumou para...Mas para onde que eu quero ir? Eu quero ter dinheiro como

todo mundo, porque eu gosto de mergulhar, eu gosto de mar,

de piscina. Tudo que tem água, por incrível que pareça. Eu gos-

taria de ter, por exemplo, tem uma cobertura ali, se o cara botar

a venda, meu irmão... Se eu souber, eu já to. Sei lá, tem uma

piscina, tem um jardim... Eu conheço ali, meu amigo Raul, que é

o meu professor de guitarra, ele tem o prédio ali

em baixo, o pátio ali embaixo. Eu quero isso para mim, isso não

é barato. Esse é o meu luxo máximo. Quero ter um barquinho,

que eu possa, de vela mesmo ou o que seja, dar um role e as

contas estarem todas pagas e só fazer show quando eu quiser.

Porque eu não gosto de fazer show, é que neguinho não sabe.

Esse é um ponto que eu iria tocar, para isso você teria que fazer três shows por noite, trabalhar para caralho para poder comprar.Claro! Mas isso se você for um escravo do seu empresário,

se você for um escravo da sua gravadora. Se você for o seu

empresário entre aspas sozinho ou com alguém de confiança

se você for a sua gravadora, você faz show quando você quer.

Você também não pode ser escravo do público, você também

não pode ser escravo da indústria.

Reza a lenda que você foi um dos pioneiros a mandar variações de tailslide de back (com flip), aqui em Niterói. É verdade isso? Com quem você andava naquela época? Onde você viu alguém mandando tail de back?Bom, tailslide de back é um barato que quando eu vi, eu me

fascinei. Eu não lembro se foi o Natas, mas eu acho que sim. De

back eu não sei não se foi Natas, mas de front foi Natas.

Streets on Fire? Não, talvez no primeiro, no Wheels On Fire. Streets On Fire é

o segundo da Santa Cruz e o primeiro é o Wheels on fire, e o

segundo Streets on fire, no segundo ele já ta dando aquele ro-

ckslide na quatro por quatro de rampinha. No primeiro ele, com

aquele biquinho pequeninho, aquele tail, ele dá um tailslide,

eu falo “caralho, o que é que é isso“? Não lembro, não lembro

quem foi, agora você me pegou. É tipo coisas de lembrar de

madrugada, te acordar e falar, foi tal cara, sabe qual é?

Desde essa época você era o Black Alien?Não, eu era Gustavo “Negão”, fui promovido e virei Black Alien.

Como foi o processo de parar de andar e por que? Quantos anos andando de skate?Nem foi muito, parece que foi muito mas não foi, porque foi

tão intenso que parece que foi muito tempo. Eu ando desde

moleque, passei a andar diariamente desde os nove anos. Mas

andar todo dia, me interessar pela parada foram cinco

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anos. Que engraçado, foi o mesmo tempo que eu fiquei no

Planet Hemp e tão intenso quanto, mas eu não sinto tanta falta

do período do Planet como sinto falta do período de andar de

skate, sem não ter nem comparação. Parei de andar porque eu

comecei a cantar, comecei a beber demais e perder disciplinas

de ser atleta, até que vendi o meu skate, uma coisa que Simão

falou “pô, você é maluco? Pára de andar mas não se desfaz do

skate, porque um dia bum, você vai dar um role e pronto” e eu

não ouvi que o cara falou e me desfiz do skate. Eu fiquei sem

skate em casa maluco, anos! Sei lá, de 94 a 98.

Mais agora ta voltando?Devagarzinho né? Devagarzinho, até outro dia acertei um flip,

ollie flip. Voltei sem saber subir calçada, hoje em dia já subo

calçada.

Você tem quantas revistas de skate?Tem muita cara, eu devo ter duas mil revista de skate. Mesmo

sem andar, continuei comprando as revistas de skate, ta dro-

gado no aeroporto indo fazer show sei lá aonde, cidades que

eu nem lembro mais, sempre skate, revista de skate. Você viu o

bolo ali, eu nunca dei uma ou joguei uma fora.

O que o skate significa na sua vida e de que forma influencia a sua música?O skate, se eu falasse que é a minha vida, eu seria demagogo,

porque não foi, foi só por um período. Mas influencia na música

direto, não sei como, mas que influencia, influencia!

Nesse disco novo tem música falando sobre skate ou para skatista, explique melhor esse assunto?Acho que skatista entende todos os assuntos, acho que falei

sobre isso antes. Está sempre a frente, entende de muitos

assunto variados, mais do que o super humano sem poderes,

como diria o “Sombra”. Tem mais a ver com skate, porque eu to

nessa de voltar a andar, de ser o que eu era (se corrige), de ser

o que eu sou! Já algum tempo há uns dois anos atrás. De três

anos para cá, então acho que eu to falando, to me comunicado

mais com amigos que andam de skate das antigas, indo mais

na casa deles, me informando sobre skate. Uma vez que você

veio aqui, não tinha tanto filme, né? Tinha uns cinco filmes, uns

quatro?

Quais as diferenças para você entre o rap em São Paulo e Rio? Onde mais tem uma cena de rap forte no Brasil?Definitivamente em São Paulo, forte em São Paulo é o rap, sinto

muito. Todo mundo sabe o que é rap, todo mundo conhece

e até a senhora que é humilde ou não, sabe o que é rap. São

Paulo inspira rap legal.

Você é rapper por causa da política?Não, eu sou rapper por causa do Public Enemy.

Com que perspectivas encara a atual situação política do pais? Você vota?Voto aqui na faculdade de Direito, onde Romeu Dumas se for-

mou. Eu acho que a atual situação política do Brasil é a parada

que mais me incomoda no momento, é a parada que mais tira

o meu sono, que me faz sofrer é o estado do povo, o estado do

mundo. A atual política do Brasil é uma parada que me deprime,

que me dá angústia, se eu não dispersar nas letras eu taco uma

bomba em algum lugar, e eu to falando

sério. Eu acho que Sarney estar lá até agora e dizer que “não

saio”, eu acho um absurdo surreal, absurdo é uma palavra que

já virou absurda de absurda, daqui a pouco ela perde a essência.

Mas é um absurdo, sabe qual é? Várias coisas que eu vejo, que

eu prefiro nem falar, informações eu tenho, que você vê que

neguinho ta se fudendo e ainda ta agradecendo, coisas que me

deixam mal, que eu choro sozinho. Eu não vou ser político, sei

lá também, a gente nunca pode dizer que não vai ser. Meu pai

até diz que eu poderia ser um bom político, mas que provavel-

mente eu não agüentaria a nojeira. Mas eu falei “pai, o mundo

do entretenimento é uma nojeira” e ele respondeu “mas eu sou

político e sei que é uma nojeira”. E eu tento extravasar pelas

letras e é por isso que eu admiro caras como o Marcelo Yuka,

que são assim, vamos dizer, guerrilheiros/políticos, que tentam

clarear ou combater de alguma forma, ele e vários outros, que

desculpa de novo, eu citar. Não vou falar mal de ninguém nem

bem de ninguém, mas esse Sarney aí meu amigo, isso é normal

de falar, mas agora não vou falar de candidatos que podem

entrar ou não, eu não digo nem um nome. Entendeu? Mas

certos candidatos, que antes fêmeas ou não, que eram, dizem

que são de esquerda, que hoje são ultra direita, eles vão acabar

com a parada que já acabou, tava vendo agora um programa

sobre o que Winnipeg fez pelo Canadá, o que que Pequim fez

pela China, ai fiquei analisando, o que o Pan fez pelo Rio? O que

sobrou do Pan? O que vai sobrar das Olimpíadas? O que vai so-

brar da Copa? O que vai sobrar de continuar uma capitania, um

coronelismo no país inteiro? Como é que isso vai, até quando

nego vai continuar sendo manobrado que nem boneco, mané.

Por falta de informação, nessa hora ai , a música e a poesia

fazem o papel que o governo não faz. O papel do governo é ser

o governo, que é fazer nada pelo povo. Governo que eu saiba

que fez algo pelo povo,

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nem em fábula meu amigo. Eu não vivenciei isso, tomara que

tenha existido mesmo, mas ta tudo erradão, e o papel de uma

reportagem, é dar informação para o povo se defender melhor,

que é uma coisa que o governo não faz por interesse próprio.

Porque se o povo se defender melhor, como é que o governo

vai ser o governo, fala para mim?

Da sua coleção de discos, qual é que vai furar de tanto você ouvir?Busta Rhyms, Public Enemy, Erick Bim Rakin, Sizzla, Gueldel

Productions, tem muito mais coisa, dá até tristeza de não

lembrar agora, tudo isso eu tenho comprado o terceiro, quarto

ou o quinto disco do mesmo, ou perder ou gastar, arranhar, do

mesmo. Tem um OutKast, Atliens (Aliens de Atlantis), que eu

vou comprar o quinto disco agora, eu perdi, arranhou.

Babylon by Gus – Volume Dois – A água, o por que desse nome? Você acredita que a próxima guerra será por água?O nome Babylon.... Nem ia colocar Babylon By Gus Vol. 2 mas

como neguinho gostou tanto desse titulo, eu vou deixar. Pode-

ria ser que o disco fosse fora de uma série, mas tem a ver com

o primeiro, então vai ser Vol. 2. Se eu tivesse um alter ego bem

louco, tipo sei lá, “Caramujo Sonolento” de repente iria tirar o

Babylon e iria ser um título normal e talvez voltasse com a série

depois. Mas aí vem essa série Babylon vol. 2 - A água. Porque a

água é a parada mais importante do momento, a água que você

quer que seja água benta, a água de nadar, a água de beber, a

água que passarinho não bebe. Água é a parada mais importan-

te e mais escassa do momento cara. Entendeu? E basicamente

sem água, e para ficar um título simples, é mais para os intelec-

tuais não ficarem enchendo o saco ou fazendo pergunta chatas,

ficando “perguntandinho” com aqueles óculos quadrados, estilo

zapping. Então é a água e pronto, fica cada um com a sua água,

é água, água, água.

Mais iria ter um outro nome? Verso Desconverso.Não! Mistério Instereo.

Por quê?

Porque eu gosto dessa sonoridade desse nome Mistério Inste-

reo., A água.

Você segue alguma religião?(Começa a mostrar a variedade de santos que ele tem) Sou,

sou. Eu não sigo religião nenhuma não brother, eu fui criado no

catolicismo, eu me interesso por todas as crenças e tento ler

sobre todas as crenças, Kardecista, Umbanda, Joherei, sei lá o

que, Luterana, qualquer uma ou qualquer um que me interessa.

Mais eu não sigo nenhuma não, mas eu ainda faço o sinal da

cruz quando eu passo em frente a uma igreja católica. Gosto

muito do islamismo, é muito interessante.

Quando sobe no palco também?Quando subo no palco eu sigo a religião da música, da informa-

ção passada, por isso que eu não gosto de toque. Se eu sair de

casa, eu não gosto de sair de casa. Primeiro, quero ser pago, se-

gundo, eu quero fazer o que eu tenho que fazer, é passar o que

eu gosto para quem eu tenho que passar. Por isso que eu não

gosto de tocar duas horas da manhã, ou eu to bêbado, ou todo

mundo tá bêbado, ou eu e todo mundo tá bêbado. E se fosse

Chitaozinho e Chororó é a mesma merda. Então cara, eu gosto

de tocar até essa hora ai para as pessoas poderem absorverem

aquilo que eu to falando, e eu quero passar aquilo é uma lança

e eu tenho que passar aquilo ali.

Para fechar, é verdade que você é bem calado, bem na tua?Eu só não sou quieto quando eu não bebo, como eu bebo

muito, eu não sou mais quieto. Então, se eu não bebo, eu não

falo nada. Absolutamente nada, por isso que tem uma Skol ai,

sempre me escoltando.

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Força e positividade ao nosso amigo Black Alien, que assim como nós, durante o fechamento dessa edição, perdeu um grande amigo e outro ícone do hip hop nacional, Speed.

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Cuidado Perigo: a história da pista de skate do clube 12

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Pesquisar a história das coisas, seja lá qual for o assunto, é uma das funções mais memoráveis que um ser humano pode se por a fazer. Sabendo o que aconteceu se evitam erros e problemas futuros, mas também se acaba conhecendo o porque de certas coisas, de onde vieram, como vieram, ou, o que estão fazendo ali. Querendo mostrar uma dessas histórias, os skatistas de Florianópolis Rodrigo Jaca, Gabriel Sândalo, Dimitri Sândalo e Júnior Cachorro se juntaram numa missão que parecia impossível: levantar a história da pista do Clube 12 em um documentário independente. O lendário “Snake do 12” foi palco de várias gerações do skate catarinense e brasileiro também. Nomes como César Gyrão, Junae Ludvig, Bob Burnquist, Nilton Urina entre tantos outros já gastaram suas rodas nas curvas perigosas da pista. Com o titulo de Cuidado, Perigo!, o documentário dirigido por Gabriel Sândalo, mostra imagens históricas dos anos 70, 80 e 90 com depoimentos atuais dos personagens dessa verdadeira história do skate brasileiro. O que foi o Clube 12?

O Clube 12 de Agosto é um clube social

tradicional de Florianópolis. Fundado em

1872, conta com três sedes que possuem

uma infra-estrutura de lazer, eventos

sociais e esportes. Na sede de Jurerê,

na praia de Jurerê Internacional, está

localizada a pista de skate do Clube 12, que

foi construída em 1978, acompanhando

a tendência da popularização do skate na

década de 70. A Pista de Skate do Clube 12

(snake) é a pista mais antiga de Florianópolis

e possivelmente a pista mais antiga do

Estado de Santa Catarina. Posteriormente

em 1989 foi construído um half pipe junto

ao snake, acompanhando a popularização

do skate vertical na época.

O que é o Clube 12 hoje?

O Clube 12 ainda mantém suas atividades

de clube social, porém com um foco

diferenciado, se olharmos pelo ponto de

vista do skate. Com a mudança de hábitos

da sociedade, muitos sócios deixaram de

freqüentar o clube e os filhos que eram

skatistas, que freqüentemente utilizaram a

pista nas décadas de 70, 80 e 90, passaram

a praticar o skate em pistas públicas de

fácil acesso. Além disso, os skatistas de

Florianópolis em geral, passaram a não mais

utilizar a pista do Clube 12, andado mais na

rua.

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Qual a importância dos eventos que aconteceram por lá?

Pode-se dizer foi muito importante para

o skate de Florianópolis e também para

o skate nacional, pois ali passaram pelo

menos 3 gerações de atletas. Destaque para

o campeonato brasileiro de 1978, um dos

primeiros eventos de skate realizado no Brasil,

reunindo vários nomes importantes para o

skate na época como: Cesinha Chaves, Jun

Hashimoto, Luis Roberto Formiga, Cesar

Gyrão, entre outros.

Mais tarde em dezembro de 1989 foi

realizado o Invert Skate Rock, campeonato

nacional de vertical, organizado por

Christian Rosa, sendo um marco na história

do skate na cidade, contando com vários

nomes do skate nacional, Junae Ludvig,

Lemoel Dinho, Rogério Mancha, Crisitano

Mateus e Bob Burnquist.

Nos anos 90 a pista desempenhou papel

importante, sendo um espaço para a prática

do skate, já que na época não existiam

pistas públicas na cidade como existe hoje.

Naquele tempo o skate praticado na rua

começou a ser praticado em massa e a pista

do Clube 12 passou a ser a skatepark de

muitos atletas de Florianópolis.

O mais importante na história da pista do

Clube 12 é que ela durou aproximadamente

20 anos, estando ligada diretamente ao

skate da cidade. A pista presenciou toda

a evolução do esporte, justamente nas

décadas que o skate passou pelas maiores

transformações de sua história, em termos

de manobras, equipamentos e conceito.

Além disso, é interessante notar o

fenômeno que aconteceu por volta do

ano de 1998, que com o surgimento de

pistas públicas mais adaptadas às novas

necessidades do skate, os freqüentadores

da pista do Clube 12 migraram para outros

locais para praticar o esporte, o que mostra

que a história da pista teve um início meio

e um fim.

Por que vocês decidiram fazer esse documentário?

O interesse em fazer o documentário

surgiu da vontade valorizar a história do

skate em nossa cidade e do nosso estado.

Achamos justo dar crédito às pessoas que

se dedicaram ao skate antes de nós e que

inspiraram as novas gerações a entrar no

esporte. Além disso, o fato de andarmos de

skate a mais de 20 anos, conhecermos a

história e trabalharmos com vídeo, fez com

que acreditássemos que poderíamos contar

essa história de uma maneira interessante, e

não simplesmente um vídeo de manobras.

Poderíamos facilmente ter feito um

documentário sobre o Mama Cavalo ou

sobre a OitoMilimetros para promover

nossa imagem ou falar de uma pessoa

ou outra. Entretanto, a proposta do

“Cuidado Perigo” é realizar um trabalho

diferenciado, dentro de nossa vivência no

skate, contando parte da história do skate

em Florianópolis, e, em Santa Catarina. Já

tínhamos conversado sobre a possibilidade

de fazer um documentário sobre o skate

em Florianópolis ou em Santa Catarina,

porém se fizéssemos um filme com esta

abrangência alguém poderia dizer "Ah, mas

o skate de Floripa e de Santa Catarina não é

só isso". Por isso decidimos contar a história

do ponto de vista da Pista do Clube 12, ou

seja usando a pista como fio condutor da

história pois ela esteve presente em nossa

trajetória no skate e sem dúvida é um ponto

significativo na história do skate na cidade

e no estado.

O propósito deste documentário é buscar

informações sobre porque a pista foi

construída, quem teve a iniciativa, como foi

a construção. Como foi a evolução da pista

e quais pessoas que passaram por lá e suas

histórias no skate e porque ela parou de ser

utilizada, porque o Clube não investiu mais

nela também. Além disso, procuramos busc

ar respostas para outras questões: Existiram

outros marcos na história da pista que não

conhecemos? Com o movimento old school

(que é um retorno das manobras e estilo de

skate da época da pista do Clube 12) será

que a pista pode ter uma nova vida? Qual

a relação do street skate, modalidade que

teve grande expansão no início dos anos

90, com a história da pista do Clube 12.

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Cuidado Perigo: a história da pista de skate do clube 12Equipe: Gabriel Sândalo direção / ediçãoDimitri Sândalo supervisor de somJunior Cachorro edição / finalizaçãoRodrigo Jaca produção / roteiro / pesquisa

Com lançamento previsto para 2010, você pode acompanhar informações, making of, curiosidades e novidades sobre o andamento do projeto pelo site www.cuidadoperigo.com.br

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