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VITIMOLOGIA VITIMOLOGIA A VITIMOLOGIA É A CIÊNCIA QUE SE OCUPA DA VÍTIMA E DA VITIMIZAÇÃO, CUJO OBJETO É A EXISTENCIA DE MENOS VÍTIMAS NA SOCIEDADE, QUANDO ESTA TIVER REAL INTERSSE NISSO. (BENJAMIM MENDELSOHN 1

VITIMOLOGIA

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VITIMOLOGIA. A VITIMOLOGIA É A CIÊNCIA QUE SE OCUPA DA VÍTIMA E DA VITIMIZAÇÃO, CUJO OBJETO É A EXISTENCIA DE MENOS VÍTIMAS NA SOCIEDADE, QUANDO ESTA TIVER REAL INTERSSE NISSO . (BENJAMIM MENDELSOHN. CONCEITO DE VITIMOLOGIA. É o terceiro componente da antiga tríade criminológica:. Vítima. - PowerPoint PPT Presentation

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VITIMOLOGIAVITIMOLOGIAA VITIMOLOGIA É A CIÊNCIA QUE SE OCUPA

DA VÍTIMA E DA VITIMIZAÇÃO, CUJO

OBJETO É A EXISTENCIA DE MENOS

VÍTIMAS NA SOCIEDADE, QUANDO ESTA

TIVER REAL INTERSSE NISSO. (BENJAMIM MENDELSOHN

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CONCEITO DE CONCEITO DE VITIMOLOGIAVITIMOLOGIAÉ o terceiro componente da antiga tríade criminológica:

Crime criminoso Vítima

VITIMOLOGIA

É UM CONCEITO EVOLUTIVO, PASSANDO DO ASPECTO

RELIGIOSO (IMOLADO OU SACRIFICADO; EVITAR A IRA

DOS deuses) PARA O JURÍDICO

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A Vitimologia não deve ser definida em

termos de direito penal, mas de direitos

humanos. Assim, a vitimologia deveria

ser o estudo das consequências dos

abusos contra os direitos humanos,

cometidos por cidadãos ou agentes do

governo. As violações a direitos

humanos são hoje consideradas questão

central na vitimologia.

A criminologia tem como característica a progressiva ampliação e problematização de seu objeto.

Fala-se em ampliação porque a Criminologia tradicional não contemplava a vitimologia em seus estudos, concentravam suas observações e pesquisa na pessoa do delinquente e do delito.

Em razão da postura das Escolas Clássica e Positiva, naquela época ao direito penal só importava o delito, o delinquente e a pena.

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VITIMOLOGIAVITIMOLOGIA

É a ciência que estuda a vítima sob os pontos de vista psicológico e social, na busca do diagnóstico e da terapêutica do crime, bem como a proteção individual e geral da vítima.

Objetivo: estabelecer o nexo existente na dupla penal, o que determinou a aproximação entre vítima e o vitimizador, a permanência e a evolução desse estado.

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INTERESSES DA VITIMOLOGIAINTERESSES DA VITIMOLOGIA

Prevenção do delito, por meio da identificação de medidas de natureza preventiva (policiamento, iluminação, identificação e neutralização de pontos de vulnerabilidade etc.):◦ do comportamento do vitimizador em relação a

vítima;◦ do comportamento da vítima em relação ao

vitimizador;◦ da influência do comportamento da vítima para a

ocorrência do evento criminoso;◦ dos fatores que levam a vítima a reagir ou não

contra aquele ou aqueles que a vitimizam ou, até mesmo, a acentuar essa relação de desequilíbrio.

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Desenvolvimento metodológico-instrumental, que inclui a obtenção e o desenvolvimento de informações destinadas a análise técnico-científicas dos fatores que envolvem os delitos (ex. local de residência, sexo, idade, nível econômico e cultural da vítima e do autor do ato infracional, propiciando estudos de correlação e projetos de atuação sobre elementos causais).

Formulação de propostas de criação e reformulação de políticas sociais, condizentes com a atenção e reparação devida a vítima pelos múltiplos danos que sofre (econômicos, sociais, psicológicos). Podem incluir ações destinadas a restabelecer a tranquilidade e eliminar o medo, restaurando condições de vida ajustadas ao comportamento solidário e a confiança no sistema de justiça.

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Desenvolvimento continuado do modelo de Justiça

Penal, imprimindo-lhe atualidade e consistência do

ponto de vista social, cultural, tecnológico e econômico,

sem perder de vista os aspectos humanos e conjugando

o respeito a individualidade com a preservação dos

direitos da coletividade.

A preocupação em relação ao que os indivíduos pensam

sobre o sistema é relevante porque a vítima espera que

a justiça seja feita. Entretanto o conceito de justiça

acaba não se tornando absoluto, pois sofre influencias

de locais, costumes, leis vigentes e condições

particulares de cada indivíduo envolvido nas situações

em que existe delito.

EVOLUÇÃO HISTÓRICAEVOLUÇÃO HISTÓRICA Existem apontamentos de sobre Hans Gross (1901)

Benjamim Mendelsohn e Von Hentig a partir de

1940, começou fazer estudos sistemáticos das

vítimas.

Em 1973 1ª Simpósio Internacional de Vitimologia

em Israel, sob a supervisão do criminólogo chileno

Israel Drapkin. Logo, impulsiona-se os estudos e a

atenção comportamental, com a expectativa traçar

perfis de vítimas potenciais, com a interação do

direito penal, psicologia e psiquiatria.

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VITIMAPossui origem no latim victima ou victimae, cujo significado:

“pessoa ou animal sacrificado ou que se destina a um sacrifício”

Com o passar dos séculos, o sentido de vítima mudou desde uma

expressão religiosa até uma designação de “estado” em que se encontra

uma pessoa.

MENDELSOHN define vítima como “a personalidade do indivíduo ou da

coletividade na medida em que está afetada pelas consequências sociais

de seu sofrimento determinado por fatores de origem muito

diversificada”. Tais fatores seriam físico, psíquico, econômico, político ou

social, assim como do ambiente natural ou técnico.

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VITIMOLOGIA

As vítimas de atos ilícitos, especialmente de delitos, passaram por três

fases que, no dizer de Garcia-Pablos de Molina:

1.protagonismo,

2. neutralização,

3.descobrimento.

O PROTAGONISMO correspondeu ao período da vingança privada, em

que os danos produzidos sobre uma pessoa ou seus bens eram reparados

ou punidos pela própria pessoa. Fase conhecida como idade de ouro – a

vítima era muito valorizada.

Antonio García-Pablos de Molina

é doutor e professor catedrático

de Direito Penal na

Universidade Complutense de

Madrid.

2. neutralização da vítima2. neutralização da vítima

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A ideia de que a resposta ao crime deve ser imparcial,

desapaixonada, despersonalizando a rivalidade. É a época de

responsabilização do Estado pelo conflito social.

3.3. O O REDESCOBRIMENTO DA REDESCOBRIMENTO DA VÍTIMA VÍTIMA

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é um fenômeno Pós 2ª. Guerra Mundial – conflito entre

1939 a 1945.

É uma resposta ética e social ao fenômeno

multitudinário; da multidão; da macrovitimização,

que atingiu especialmente judeus, ciganos,

homossexuais, e outros grupos vulneráveis.

Esse redescobrimento não persegue o retorno à

vingança privada; nem quebra das garantias para

os delinquentes:

“a vítima quer justiça.”

CLASSIFICAÇÃO DAS VITIMASCLASSIFICAÇÃO DAS VITIMAS

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Uma primeira classificação das vítimas é atribuída a

Benjamim Mendelsohn, que leva em conta a participação

ou provocação da vítima.

a) Vítima completamente inocente (ideais) : ocorrência de uma fatalidade a qual não teria como se furtar. Ex. vítima de “bala perdida”.

b) Vítimas menos culpadas que os criminosos : atrai o criminoso ao se comportar de maneira diferenciada, chamando a atenção para si. Ex. pessoas que andam exibindo jóias em locais onde há grande fluxo de dependentes químicos em ativa ou na fissura. vítima autentica -o indivíduo se expõe, inconscientemente, para fazer o papel de vítima e com isso atinge o objetivo.

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c) Vítima tão culpada quanto o delinquente: O

cidadão que se submete ao estelionato; indivíduo que

adquire mercadorias contrabandeadas, aborto

consentido, eutanásia.

d) Vítima mais culpada que o delinquente: por

provocação.

e) Vítima unicamente culpada: falsa vítima, que

“esconde” o carro para receber o dinheiro do seguro;

que se machuca para dizer que foi agredida pelo

cônjuge. São agressoras, simuladas e imaginárias.

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BENJAMIM MENDELSOHN CLASSFICA EM TRÊS GRUPOS

1. VÍTIMA INOCENTE: Que não

concorre, não colabora de forma

alguma

2. VITIMA PROVOCADORA: voluntária ou

imprudente colabora com o ânimo criminoso

do agente

3. VÍTIMA AGRESSORA, SIMULADA OU

IMAGINÁRIA suposta ou pseudovítima, que

acaba justificando a legitima defesa de seu

agressor

HANS VON HENTIG ELABOROU HANS VON HENTIG ELABOROU A SEGUINTE CLASSIFICAÇÃOA SEGUINTE CLASSIFICAÇÃO

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GRUPO 1. CRIMINOSO – VÍTIMA – CRIMINOSO

(sucessivamente), reincidente que é hostilizado no cárcere,

vindo a delinguir de novo pela repulsa social que encontra fora

presídio.

GRUPO 2. CRIMINOSO – VÍTIMA – CRIMINOSO

(simultaneamente), caso das vítimas de drogas que de usuários

passam a ser traficantes.

GRUPO 3. CRIMINOSO – VÍTIMA – (imprevisível), por exemplo, linchamentos, saques, alcoolismo etc.

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CLASSIFICAÇÃO DE

MENDELSOHN

CLASSIFICAÇÃO DE

VON HENTIG

Ideal ou inocente

Agressora ou Imaginária

Provocadora

criminoso – vítima

– imprevisível.

criminoso – vítima – criminoso -

simultaneamente

criminoso – vítima – criminoso -

sucessivamente

COMPLEXO CRIMINÓGENO COMPLEXO CRIMINÓGENO DELINGUENTE E VÍTIMADELINGUENTE E VÍTIMA

Importante analisar a relação entre criminoso e

vítima (par penal) para aferir o dolo ( Intenção ou

vontade consciente de cometer ato ilícito ou de

violar a lei. ) e a culpa, igualmente, a

responsabilidade da vítima ou sua contribuição

involuntária para o crime.

Isso possui repercussão na adequação típica e na

aplicação da pena.

É inegável, por exemplo, o papel da vítima no

homicídio privilegiado. E nos crimes sexuais que

muitas vezes o autor é “seduzido” pela vítima, que

não é tão vítima no caso.

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POTENCIAL DE POTENCIAL DE RECEPTIVIDADE VITIMALRECEPTIVIDADE VITIMAL

Assim como existem criminosos reincidentes, é

certa a existência de vítimas latentes ou potenciais.

Existem pessoas padecem impulso irresistível para

serem vítimas dos mesmos crimes.

Assim como há criminosos reincidentes, há vítimas

voluntárias tais como os “encrenqueiros,

truculentos, piadistas etc.

Entretanto, vítimas autênticas – nem contribuem

para o evento criminal por ação ou omissão, nem

interagem com o comportamento do autor do crime.

São inocentes na compreensão da cena do crime.

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ESTUDOS DE VITIMOLOGIAESTUDOS DE VITIMOLOGIA

Esses estudos têm dado imensa contribuição para a compreensão do fenômeno da criminalidade, contribui para melhor enfrentar, a partir da introdução do enfoque sobre as vítimas atingidas e os danos produzidos.

Ao lado do conceito mais amplo de vítima, surgiu também o de vitimização, que examina tanto a propensão para ser vítima quanto os vários mecanismos de produção de danos diretos e indiretos sobre a vítima.

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VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA

VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA

VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA

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VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA é normalmente entendida como aquela

provocada pelo cometimento do crime, pela Conduta violadora dos direitos

da vítima. Pode causar danos variados, materiais, físicos, psicológicos, de

acordo com a natureza da infração, personalidade da vítima, relação com o

agente violador, extensão do dano, dentre outros. Aquela que corresponde

aos danos à vítima decorrentes do crime

VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA OU SOBREVITIMIZAÇÃO ,entende-se como o

sofrimento adicional que a Justiça (Poder Judiciário, Ministério Público, polícia

e sistema penitenciário),com suas mazelas, provoca normalmente nas vítimas.

A vitimização secundária está ligada diretamente ao fenômeno que

conhecemos na Criminologia como cifras negras - o conjunto de crimes que

não chegam ao conhecimento do Estado pelos mais variados motivos.

VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA vem da falta de amparo dos órgãos públicos (além

das instâncias de controle) e da ausência de receptividade social em relação à

vítima. Muitas vezes incentiva não denunciar o delito às autoridades.

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Cifra negra é uma das responsáveis pela

questionável falta de legitimidade do sistema

penal vigente, pois uma quantidade ínfima de

crimes chega ao conhecimento do Poder

Público, e desta, uma grande parte não recebe

resposta adequada do Estado”. Ex: Vítimas da

violência doméstica (alto índice de

impunidade).

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VITIMIZAÇÃO

PRIMÁRIADanos

decorrentesdo crime, atingida

diretamente pela conduta

SECUNDÁRIADecorre do

sistema Criminal. atingida

pela inércia (burocratização) do Estado na busca de

Justiça.

TERCIÁRIADecorre da omissão do

Estado e da Sociedade. atingida pela

estigmatizarão da sociedade .

Compreensão da dinâmica criminal e da Interação delinquente-vítima.

Entender em que medida a vítima interfere para o desencadear da ação do

delito. E como suas ações ou reações condicionam ou direcionam as ações

dos agressores.

Importante análise sobre a vítima para prevenção do delito. Pois a

vítima é fonte de informações.

A introdução da chamada “prevenção vitimaria”, que se contrapõe

à prevenção criminal, realça a importância de se evitar que delitos

aconteçam, a partir da reorientação às vítimas, e aos próprios

órgãos do estado, para que adotem condutas e perspectivas

distintas, que reduzam ou eliminem as situações de risco.

A pesquisas de vitimização fornecem imensos subsídios a respeito de como os delitos

ocorrem, em que circunstâncias de tempo e lugar, e por quais fatores desencadeantes.

A partir da vítima, que é conhecida, e acessível de pronto, é possível identificar

relações existentes ou não com a pessoa do agressor e outros fatores relevantes.

O modo como a política criminal trata a vítima é tema de relevo. O modo tradicional

tenta, quando o faz, uma ressocialização do delinquente.

Raramente se percebe que também a vítima precisa se encontrar, e ser

reintroduzida ao convívio social. Não sendo percebida, torna-se esquecida em todas

as fases das políticas criminais.

A chave para sua inclusão está no respeito a seus direitos para evitar vitimização

secundária.

“O direito penal não pode se

desconectar da realidade criminal

a ponto de não proteger a vítima

tal qual ela merece”.

Fim!!!!!!!!!!

huhuhu30

A História da Vitima se deu A História da Vitima se deu em três fases.em três fases. A primeira foi a fase da vingança privada e da justiça privada,

também conhecida como “idade de ouro” da vítima,.

Tal período marcou profundamente a civilização, pois foi neste momento em

que o vitimizado deteve em suas mãos a garantia de escolher a forma que

seria solucionado o problema decorrente do delito, ou seja, lhe era facultado

o direito de vingança ou de compensação em relação ao seu agressor .

Considerando essa vingança como uma forma de resposta à agressão,

estava baseada em impor ao algoz punições físicas, retirada de seus bens

materiais, podendo chegar até à sua morte. Esses direitos concedidos às

vítimas nos primórdios da existência do direito tinham, além da finalidade de

proporcionar ao ofendido uma satisfação pessoal, o propósito primário de

fazer que voltasse a prevalecer a paz originária da coletividade que fora

conturbada em decorrência da prática do fato criminoso.

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Após o surgimento das organizações sociais através da

evolução social e política, se compreendeu que não era mais

de interesse a vingança ilimitada, havendo, portanto, o

desaparecimento do instituto da vingança privada. Nasce

nesse momento o Direito Penal como matéria de ordem

pública, sendo que a partir de então, o Estado traz para si a

responsabilidade da administração da justiça, passando a ser o

único possuidor da persecutio criminis. Nesta segunda fase da

história da vítima, momento em que a mesma, marginalizada,

passou a ficar em segundo plano decaindo de sua até então

posição central para uma posição periférica, ocorreu a sua

neutralização e inevitável enfraquecimento

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Já a terceira, e atual fase da vítima, denominada como a fase

do redescobrimento, teve seu início com o fim da II Guerra

Mundial, momento em que a nação mundial presenciou

perplexa, um dos maiores atos de atrocidades já praticados

que foi o martírio de seis milhões de judeus em campos de

concentração nazistas sob o comando de Adolf Hitler. Nesta

fase, portanto, surge a Vitimologia, que neste momento estava

encarregada de realizar a referida redescoberta, pois passou a

estudar qual o motivo do esquecimento do sistema penal em

relação à vítima e qual era a razão da mesma não poder se

enquadrar no rol dos sujeitos de direitos, pois tal prerrogativa

era concedida aos acusados.

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