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Vitória No Deserto - John Bevere

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E-books Evanglicos

Vitria

no Deserto

John Bevere

Traduzido do original em ingls

Victory in the Wilderness Growing Strong in Dry Times

Copyright 1992 by John P. BevereTraduo: Joo A. de Souza Filho

Reviso: Rita Leite

Capa: Pedro Mesquita Pereira Jnior3a Edio: Novembro de 2002

Todos os direitos reservados Editora Atos Ltda. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida por qualquer meio - eletrnico, mecnico, fotocpias, etc. - sem a devida permisso dos editores, podendo ser usada apenas para citaes breves.

Publicado com a devida autorizao e com todos os direitos reservados pela EDITORA ATOS LTDA.

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30161-970 Belo Horizonte - MG

Televendas: 0800-315580www.editoraatos.com.brAGRADECIMENTOSAgradeo de todo corao a todos que batalharam comigo em orao em funo deste projecto editorial, e a todos que colaboraram financeiramente para que este livro fosse publicado.

Agradeo a Steve e Sam pelo encorajamento e sustentao tcnica. A Scott, pelas dicas que me dava e a Amy e Annette, que ajudaram com os manuscritos.

A Lisa, minha esposa, que suportou com amor e carinho todo especial o tempo gasto na execuo do projecto. E claro, a meus filhos que, de vez em quando, tiveram de abrir mo da companhia do papai.

Acima de tudo, agradeo ao Senhor Jesus Cristo pela graa que foi concedida, pelo companheirismo durante o projecto do livro e pela presena sbia e edificante do Santo Esprito de Deus, cuja mo pde ser sentida da primeira ltima pgina!

SUMRIO

Prefcio

Introduo

Primeira Parte O deserto

Captulo 1 Temporada no deserto

Captulo 2 Definindo o que deserto

Segunda Parte Tempo de provaes

Captulo 3 Tempo de provaes

Captulo 4 Nosso exemplo

Terceira Parte Tempo de purificao

Captulo 5 Os caminhos de Deus

Captulo 6 A verdadeira uno proftica

Captulo 7 O Senhor vem ao seu templo

Captulo 8 O fogo purificador

Captulo 9 Purificando ou devorando

Captulo 10 Julgamento do inquo

Captulo 11 Elementos utilizados no refinamento

Quarta Parte Tempo de preparao

Captulo 12 Preparando o caminho do Senhor

Captulo 13 Preparando-se para o novo que vir

Captulo 14 Resistindo s mudanas

Quinta Parte Vitria no deserto

Captulo 15 Lugar de revelao

Captulo 16 Desentulhando o poo

Captulo 17 Vitria no deserto

PrefcioJohn Bevere um servo de Deus que tem uma mensagem proftica para os nossos dias, e tudo o que fala est calcado nas Escrituras. Depois de passar sete anos no "deserto", buscando a Deus e estudando sua Palavra, preocupa-me, nestes dias em que o ensino da filosofia da prosperidade se alastra no meio evanglico, se as pessoas crero quando eu lhes falar o que Deus me disse, pois o que ele falou contrasta totalmente com a teologia da prosperidade que afirma que "temos de ficar ricos a qualquer custo". Durante esse tempo de deserto, chegou s minhas mos o livro Vitria no Deserto, de John Bevere. Ao l-lo, na cela da penitenciria onde estou preso, meu corao vibrou. que encontrei no livro o mesmo assunto que o Esprito Santo vem falando comigo nos ltimos tempos. John proclama que hora de buscarmos a Deus por aquilo que Ele ; conhec-lo intimamente, e no apenas reivindicar suas promessas.

Algum tempo depois de ter lido Vitria no Deserto, recebi outro de seus livros, A Uno Proftica. Depois de ler este livro de cunho proftico, achei que era hora de falar com o autor. Queria conferir, ao lado dele, tudo o que escreveu. Houve urgncia da parte de Deus em entregar esta mensagem preparatria do fim dos tempos ao seu servo? Sei quais as convices teolgicas de John Bevere e, por isso, queria conferir de perto se ele acreditava no que escrevera. (J entrevistei milhares de autores, muitas das quais escrevem sem convico, outros nem mesmo sabem o que escreveram... apenas o fizeram porque so escritores e esta a profisso deles: escrever). Convidei-o a visitar-me na priso. Ao entrar na minha cela, vi nele um homem enviado de Deus, "a voz do que clama" dos tempos modernos. Juntos, choramos. Posso afirmar: ele cr no que escreve!

Vitria no Deserto um dos mais importantes livros para estes dias, pois contm as chaves para a sobrevivncia da Igreja. Enviei os dois livros a centenas de amigos que so lderes de igrejas. Eles so leitura obrigatria para os que desejam servir e obedecer a Cristo, e daqueles que querem ser participantes da grande colheita do final dos tempos. Eis a resposta s indagaes do porqu de tantos crentes e lderes estarem comendo as bolotas dos porcos como na parbola do filho prdigo. O filho prdigo disse ao pai: "D-me", e acabou tendo de viver longe de casa, no deserto, dentro de um chiqueiro. John Bevere leva-nos a encontrar o caminho de retorno Casa do Pai!

Jim Bakker

IntroduoEste livro trata da vida no deserto que, na realidade, um perodo ou lugar que todo crente tem de passar se quiser viver em ntima comunho com Deus. O deserto no um lugar onde devemos buscar sinais e maravilhas, e sim, uma ntima comunho com Deus que inculcar em ns o carcter e a fora do Senhor. um tempo de aprendizagem que poder trazer grande desconforto se no tivermos uma viso das promessas de Deus. Espero que este livro traga o encorajamento necessrio a sua jornada de busca daquele que a tudo e a todos satisfaz: Deus!

Sei que o assunto no se esgota neste livro, e que muito mais poderia ser escrito a respeito do tema, mas o que aqui apresento emana do mais profundo de meu corao. Quero que voc conhea o assunto a fim de permitir que o Esprito Santo fale pessoalmente ao seu corao. Na medida do possvel, evito contar minhas experincias pessoais para que voc no aplique uma experincia particular que aconteceu comigo a sua prpria vida. Cada pessoa tem um deserto diferente, sob circunstncias tambm diferentes.

Logo que cheguei ao deserto, fui tomado de confuso, frustrao, medo, suspeita, solido, falta de nimo e raiva. Como vim parar aqui? Este no era o lugar do meu destino! No entanto, eu vivia clamando a Deus, rasgando diante dele o meu corao, pedindo-lhe que me purificasse dos pecados ocultos, que limpasse o vaso, removendo tudo que impedisse sua glria em minha vida. Desconhecia, no entanto, o processo que Deus usaria para que tudo isso acontecesse comigo. Este livro descreve minha jornada, mas tambm retrata a de muitos outros no deserto. Ainda no alcancei tudo o que Deus tem para mim, porm, nestas pginas, voc encontrar a fora e a coragem necessrias a fim de avanar para o alvo, que Deus! Esta minha orao.

Quando voc tem a compreenso do lugar em que est, sua vida passa a ser vista sob outra perspectiva. Voc ver a mo de Deus, ainda que no sinta o seu toque. O deserto um perodo de amadurecimento no qual no nos preocupamos com o que Deus nos dar, e sim em fazer apenas a sua vontade.

1

PARTE

O DESERTO

CAPITULO 1

TEMPORADA NO DESERTO

Voc se lembra de quando, em completa frustrao, apenas balbuciava o seu nome, e sua presena imediatamente se manifestava. Mas agora, no deserto, voc quer gritar: "Deus! Onde ests?"

"Eis que, se me adianto, ali no est; se torno para trs, no o percebo. Se opera esquerda, no o vejo; esconde-se direita, e no o diviso" (J 23:8, 9).

No assim que voc chora? Voc almeja ouvir a Deus e tudo o que consegue ouvir apenas um grande silncio! Voc ora, e sua orao no passa do teto. Completamente frustrado, voc se lembra de quando, em completa frustrao, apenas balbuciava o nome de Deus, e sua presena imediatamente se manifestava. Mas, agora, no deserto voc grita: "Deus! Onde ests?" E, como J, olha para todos os lados procurando Deus e no o percebe. Voc nem enxerga o que Deus tem feito a seu favor.

Bem-vindo ao deserto! Fique sabendo, no entanto, que voc no est sozinho, mas em boa companhia.

Voc anda por onde andou Moiss... o mesmo Moiss criado como prncipe no palcio de Fara. O Moiss que tinha uma viso de libertao do seu povo da escravido do Egipto. Aquele Moiss que pastoreou umas poucas ovelhas num canto isolado do deserto durante quarenta anos.

Voc tem a companhia de Jos... Jos, o preferido do papai... Jos, com sonhos de liderana e conquistas. Jos, ainda jovem, jogado numa cisterna e depois vendido como escravo por seus irmos. Jos, apodrecendo na ftida priso de Fara...

Voc est sentado ao lado de J... o homem descrito pelas Escrituras como "o maior de todos os do Oriente" (J 1:3). J, que perdeu tudo: bens, filhos, sade e o apoio da esposa.

Contudo, o mais importante que voc estar acompanhado do Filho de Deus, Jesus, que depois de receber do Pai o testemunho de que era seu Filho, aps receber o Esprito Santo, foi para o deserto enfrentar as foras das trevas.

A lista de viajantes do deserto extensa, pois o deserto o lugar por onde passa todo filho de Deus. Gostaramos de evit-lo; procuramos um atalho ou desvio, mas eles no existem. A rota da terra prometida passa, inevitavelmente, pelo deserto, e a terra no poder ser conquistada se no o atravessarmos. Se quisermos entrar na terra prometida, precisamos entender o tempo em que vivemos.

Conhecendo os Tempos

"Dos filhos de Issacar, conhecedores da poca, para saberem o que Israel devia fazer..." (1 Cr 12:32).

Por conhecerem o tempo de Deus, os filhos de Issacar sabiam o que deviam fazer, o passo a seguir. Aqueles que entendem os tempos e as pocas do Esprito de Deus por certo conhecero o que Deus quer fazer, e lhe obedecero. Por outro lado, aqueles que desconhecem os tempos e as pocas de Deus, no sabero o que Deus est tentando realizar na vida deles e, consequentemente, no agiro correctamente. Jesus fala desse tema em Lucas 12:54-56:

"Disse tambm s multides: Quando vedes aparecer uma nuvem no poente, logo dizeis que vem chuva, e assim acontece; e, quando vedes soprar o vento sul, dizeis que haver calor, e assim acontece. Hipcritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do cu e, entretanto, no sabeis discernir esta poca?" (Lucas 12:54-56).

Voc sabe que o agricultor no colhe na poca do plantio. bvio que ele tem de semear na poca do plantio para poder colher na poca da sega. O plantio na poca certa crucial para se obter uma boa colheita. Se o agricultor plantar antes ou depois do tempo, no ter uma boa colheita, pois as sementes lanadas na terra precisam adequar-se ao solo e ao clima para se desenvolverem. A humidade e o calor, a geada e o frio viro antes da poca da colheita. Para usufruir tudo o que o Criador coloca a seu dispor, o agricultor precisa entender os tempos e as pocas. Ele sabe a hora de semear, quando arar e o momento certo de colher. O mesmo acontece com a Igreja: estamos nos preparando para uma grande colheita, e para recebermos os benefcios dos cuidados de nosso Supremo Agricultor, Jesus, temos de conhecer os tempos e as pocas. Queremos colher, mas a poca da sega no chegou; o agricultor ainda est limpando a terra e podando os ramos.

Jesus repreendeu os judeus por procurarem as coisas erradas na hora errada. A Escritura diz:

"Tudo tem o seu tempo determinado, e h tempo para todo propsito debaixo do cu" (Ec 3:1).

Nosso objectivo com este livro compartilhar o entendimento de que existe um tempo especial, com um propsito crucial... em que vivemos em tempos de deserto, em que trabalhamos duro e podamos as plantas, para que os frutos apaream. O propsito do deserto na vida do crente o de prepar-lo para algo importante que vir.

O deserto tem o seu lado bom, especialmente para aqueles que obedecem a Deus! H um propsito com o deserto: treinar-nos e preparar-nos para um novo mover do Esprito Santo. Se essa verdade no estiver impregnada em ns, ao entrarmos no deserto, poderemos nos comportar indevidamente. Sem perceber, as pessoas comeam a fazer coisas erradas. Se voc tentar achar uma rota de escape antes de perceber a razo de Deus o haver colocado naquela situao, isto , o porqu do deserto em sua vida, voc poder ficar durante longo tempo nos lugares ermos. O resultado que voc passar a enfrentar dificuldades, frustraes e derrotas, a menos que entenda que foi Deus quem o levou ao deserto e que ele quem est cuidando de voc. Foi isto o que aconteceu com o povo de Israel. Por no entenderem a razo de serem levados para o deserto, toda uma gerao morreu antes de entrar na terra prometida. Deus queria prov-los, prepar-los e trein-los no deserto, mas o povo no entendeu dessa maneira, achando que Deus os estava punindo. Por isso o povo murmurou, reclamou e constantemente pecou.

Quando chegou o momento de deixarem para trs o deserto, entrando definitivamente na terra prometida, deram ouvidos ao relatrio dos espias medrosos. Levados a escolher entre as promessas de Deus a seu favor, acompanhadas da capacitao divina, e a viso humana, acompanhada da incapacidade humana, escolheram a ltima, desprezando o prprio Deus. Achavam que no poderiam herdar a terra que manava leite e mel, como Deus prometera, por isso Deus lhes disse: "Vou dar o que vocs merecem".

"Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertncia nossa, de ns outros sobre quem os fins dos sculos tm chegado" (1 Co 10:11).

Agiram erroneamente por desconhecerem a natureza e o carcter de Deus. E o que parecia ser uma jornada curta no deserto, prolongou-se por "toda a vida".

Aqueles que sabem que para entrar na terra prometida precisam atravessar o deserto, enfrentam as dificuldades com alegria, sabendo que, mais alm desse lugar seco e inspito, a "terra prometida" os aguarda. Essa viso da glria futura os capacita a terminar a jornada, d-lhes coragem para enfrentar os obstculos, a fim de serem "perfeitos e ntegros, em nada deficientes" (Tg 1:4).

Deus est preparando vasos teis para seu servio, aptos a receberem o novo mover do Esprito Santo.

O Deserto No Lugar de Punio e de Reprovao

Neste livro, trataremos do que e o que no o deserto. Falaremos do propsito, benefcios e juzos que da advm. Oro a Deus a fim de que os exemplos, ilustraes e as palavras instrutivas que o Esprito Santo me levou a compartilhar com voc o ajudem a caminhar sabiamente nesta terra, durante o tempo de deserto pelo qual voc ter de passar.

Tomemos como exemplo a nosso Senhor Jesus, que enfrentou com sucesso os dias de seu treinamento no deserto.

Em Lucas 3:22, o Esprito Santo desce sobre Jesus na forma visvel de uma pomba, e ouve-se o Pai proclamando: "Tu s o meu Filho amado, em ti me comprazo" (grifo do autor). Ele no apenas proclamou para que todos soubessem que Jesus era seu Filho; Deus fez questo de anunciar que tinha prazer nele. Mesmo assim, em Lucas 4:1, "Jesus, cheio do Esprito Santo, voltou do Jordo e foi guiado pelo mesmo Esprito, no deserto". S esse fato deveria lembrar-nos que a razo de sermos levados para o deserto no porque fomos desaprovados ou porque estamos sendo punidos por Deus. Jesus foi aprovado por Deus e levado ao deserto! Precisamos deixar isso bem claro logo no incio deste livro. Esse um assunto que precisa ser compreendido antes de prosseguirmos adiante!

Outro ponto que tem de ser entendido que Deus no trouxe voc para o deserto deixando-o sozinho e tornando-o alvo fcil para a aco de Satans. A segunda gerao dos filhos de Israel que viveu no deserto recebeu de Deus a seguinte promessa: "Recordar-te-s de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos..." (Dt 8:2 - grifo do autor). Entenda bem: o Senhor no pra de agir em nossa vida s porque estamos no deserto. Ele nos conduz por ele, e sem ele nunca chegaramos ao outro lado! Alm do mais, o deserto no um lugar onde somos deixados, "como numa prateleira", at que ele volte a nos usar. No assim que Deus age connosco. Ao contrrio, o deserto um perodo de tempo no qual ele age em ns constantemente. Voc conhece a expresso "no se v a floresta atravs das rvores"? Da mesma forma se d com o deserto: difcil ver a mo de Deus agir em ns quando estamos nele.

O Terceiro ponto que deve ficar bem claro este: o deserto no lugar de derrota, pelo menos para aqueles que obedecem a Deus! Jesus, fraco e faminto, sem ningum a quem recorrer e sem ningum que o encorajasse; sem nenhum conforto ou manifestao sobrenatural, durante quarenta dias, foi atacado pelo Diabo no deserto. Jesus derrotou o Diabo usando a Palavra de Deus.

O deserto no o lugar de onde os filhos de Deus saem derrotados; lugar de vitria. Como diz a Escritura: "Graas, porm, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo..." (2 o 2:14 - grifo do autor).Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas naes ao redor. A ordem era: lutem! OS israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21:21-25), os midianitas (Nm 31:1-11) e o povo de Bas (Nm 21:33-35).Se o propsito de Deus para com eles fosse a derrota, no ordenaria que defendessem sua posio. No entanto, muitos no conseguiram entrar na terra prometida, morreram antes. No era isso o que Deus pretendia; as mortes ocorreram por causa da desobedincia do povo.

. Espero Que esta breve dissertao sirva para deixar bem claro que a razo do deserto em nossa vida no porque fomos desaprovados, ou porque estamos sendo punidos por Deus. O deserto tampouco o local onde Deus nos leva e nos deixa vagando sozinhos. um lugar de vitria, se apenas obedecermos e crermos em Deus!CAPITULO 2

DEFININDO O QUE DESERTOChegou o momento de aperfeioar o carcter, e o deserto o melhor lugar para que isso seja feito.No captulo anterior, definimos o que no deserto. Agora esclareceremos do que se trata. Existem pessoas que se culpam ao chegar ao deserto, achando que Deus as desprezou ou que no est satisfeito com elas. Ainda no compreenderam o sentido ou propsito do deserto na vida delas. Na Bblia e em toda a histria, homens e mulheres passaram pelo deserto como forma de serem capacitados por Deus, para cumprir o seu propsito. Portanto, o deserto no significa rejeio, mas preparo divino.

Quero lembr-lo, desde j, que os eventos do Antigo Testamento so sombra da aliana feita por Jesus Cristo no Novo Testamento. Usarei os eventos e as profecias do Antigo Testamento para ilustrar o que o deserto. Incorporando alguns aspectos da lei e dos profetas em nosso estudo, poderemos entender amplamente a maneira de Deus agir e tratar com a Igreja. Jesus disse em Mateus 5:17: "No penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas: no vim para revogar, vim para cumprir". O Esprito Santo lana luz sobre as Escrituras revelando os mistrios do Antigo Testamento, ocultos em Cristo. Ao ler o Antigo Testamento, voc ver exemplificadas as verdades do Novo Testamento. 1 Corntios 10:11 diz:"Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertncia nossa, de ns outros sobre quem os fins dos sculos tm chegado".

Em outras palavras, Deus quer que nos beneficiemos das experincias dos patriarcas e profetas. Muitas profecias do Antigo Testamento cumpriram-se ao longo da histria, mas isso no tira delas o mrito de nos servirem de exemplo nos dias de hoje. Uma coisa no invalida a outra.

Percebendo o Deserto

"Eis que, se me adianto, ali no est; se torno para trs, no o percebo. Se opera esquerda, no o vejo; esconde-se direita, e no o diviso. Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro" (J 23:8-10).

Eis a uma descrio clssica do deserto. J procura pela presena e o mover de Deus em sua vida, mas quanto mais o busca, menos o sente. Deus, no entanto, est trabalhando a seu favor e sabe tudo o que est acontecendo com ele. O fato da presena de Deus no ser perceptvel no quer dizer que ele no esteja ali, operando em nossa vida.

Quando voc aceitou o Senhor Jesus, e Ele o encheu do seu Esprito, a presena de Deus era maravilhosa e real. Voc apenas sussurrava o seu nome e Ele se manifestava. Semelhante a uma criana recm-nascida, voc recebia dele toda ateno.

Podemos comparar voc s crianas recm-nascidas. Elas necessitam de constantes cuidados. Precisam ser alimentadas, trocadas, banhadas e dependem da ajuda dos maiores para sobreviver. A medida que crescem, no entanto, aprendem as actividades necessrias a cada passo de seu desenvolvimento. Quando nosso filho mais velho comeou a se alimentar sozinho, sentia-se frustrado por no ter a mesma agilidade da me em levar a colher boca. Ele lutava, procurando fazer o que a me antes fazia por ele. Seria muito mais fcil para ele que continussemos a aliment-lo; isso lhe pouparia trabalho. Contudo, se assim procedssemos, tiraramos dele a oportunidade de aprender e de crescer. O nvel de assistncia e cuidado que um beb recebe tem de ser mudado medida que ele cresce. Isso o encoraja a crescer e a amadurecer. assim que Deus faz connosco a fim de amadurecermos espiritualmente. Quando nos convertemos e somos cheios do Esprito Santo, ao menor gemido nosso, Deus se manifesta, vindo em nosso socorro. No entanto, para podermos amadurecer, ele permite que passemos por perodos em que j no nos responde a qualquer instante.

Chegou a hora do aperfeioamento do carcter, e no deserto que isso ocorre... No deserto, parece que Deus est a milhares de quilmetros de ns e que suas promessas so inatingveis. Na realidade ele est ali, bem junto de ns, pois prometeu que jamais nos abandonaria (Hb 13:5).

O deserto um perodo em que voc tem a impresso de que est andando na direco contrria a tudo que sonhou, distanciando-se cada vez mais da promessa divina. uma fase em que voc percebe que no cresce nem amadurece. De fato, parece que voc est retrocedendo. A presena de Deus parece diminuir. Sente que no amado e acha que ningum olha para voc. Mas no bem assim.

O Po Nosso de Cada Dia

No deserto, voc recebe o "po de cada dia", e no a "abundncia de riquezas". um tempo em que nada lhe falta para o suprimento fsico e material, mas voc no ganha tudo o que quer. Deus sabe do que voc precisa para o suprimento espiritual, e nem sempre ele d o que voc acha que precisa!Na Amrica, quando temos falta de alguma coisa, dizemos: "o Diabo atravessou o meu caminho". O problema que nossa definio de necessidades e desejos difere da realidade. Achamos que o que queremos uma "necessidade", quando a realidade bem outra!

A Igreja americana tem de aprender o sentido das palavras de Paulo em Filipenses 4:11-13:

"Digo isto, no por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situao. Tanto sei estar humilhado como tambm ser honrado; de tudo e em todas as circunstncias, j tenho experincia, tanto de fartura como de fome; assim de abundncia como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece " (Grifo do autor).

Paulo aprendeu que, na fora de Cristo, poderia viver alegre na pobreza e na abundncia. Entretanto, aqui na Amrica, os crentes pensam diferente! Os que vivem na fartura sentem-se mais infelizes do que aqueles que sofrem necessidades dirias.

Se no possumos algo do qual podemos nos gabar de que nosso, achamos que alguma coisa nos "falta". Julgamos a f de uma pessoa e mensuramos sua espiritualidade por aquilo que ela possui, quando deveramos atentar para o carcter dela, e no para suas posses. Os israelitas fugiram do Egipto com muita riqueza; ouro, prata e tecidos finssimos. Contudo, usaram o precioso metal para fazer dolos no deserto, e os tecidos e jias, como adorno, para danar diante deles.

Na realidade, o bem que possuam no era sinal de santidade! Somente duas pessoas, dentre as milhares que saram do Egipto com idade acima de 20 anos, tinham o carcter necessrio para entrar na terra prometida. Josu e Calebe entraram na terra porque tinham "esprito diferente". Seguiam a Deus de verdade (Nm 14:24)! Erramos em nossos sistemas de valores quando julgamos as pessoas pelas riquezas e posses, e no por aquilo que so.

Por outro lado, quando um crente tem abundncia de recursos ou galga uma posio de influncia e de liderana, ele acha que Deus lhe deu tudo isso para usar como quiser! Compra o que quer, gasta o dinheiro no que bem entende e no que lhe satisfaz, ou usa sua posio de influncia para benefcio prprio.

Na realidade, a abundncia de recursos e a posio de autoridade deveriam levar a pessoa a depender cada vez mais de Deus e a fazer a sua vontade.

Tem gente que ocupa a posio de autoridade que Deus lhe concede apenas para realizar seus sonhos pessoais. Paulo, mesmo tendo autoridade para receber ajuda financeira daquelas igrejas que ele mesmo comeara, disse: "Se ns vos semeamos as coisas espirituais, ser muito recolhermos de vs bens materiais? Se outros participam desse direito sobre vs, no o temos ns em maior medida? Entretanto, no usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para no criarmos qualquer obstculo ao evangelho de Cristo" (1 Co 9:11, 12 - grifo do autor). Para Paulo, era mais importante no criar obstculo pregao do evangelho do que receber bens materiais que por direito eram dele!

Escrevendo a respeito da ajuda financeira que os filipenses lhe deram, Paulo disse: "No que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa o fruto que aumente o vosso crdito" (Fp 4:17). Ele se preocupava com o bem-estar dos que ofertaram, e no com os benefcios pessoais que poderia obter com a oferta, tampouco com o sucesso ministerial.

Existem pessoas que no aprenderam a viver com a uno; usam-na para ajuntar multides e para terem fama. A motivao de alguns pregadores ficarem conhecidos em todo o pas e levantar grandes somas de dinheiro. Toda motivao cujo foco seja outra coisa, que no o carcter de Deus, redundar em destruio. Deus deseja o bem-estar do seu povo, e no apoia os motivos pessoais de seus obreiros.

Esta a admoestao que se encontra em Filipenses 2:3-5:

"Nada faais por partidarismo ou vanglria, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. No tenha cada um em vista o que propriamente seu, seno tambm cada qual o que dos outros. Tende em vs o mesmo sentimento que houve tambm em Cristo Jesus".

Jesus agia em seu ministrio despojado de toda motivao pessoal. Ele tomou sobre si os nossos pecados, e a pena de morte que nos estava reservada (portanto, levando em conta que o nosso bem-estar era mais importante do que o dele), mesmo sendo inocente. Seu alvo na vida era servir e dar a vida em nosso favor. Negando-se a si mesmo, deu-nos o maior de todos os dons: a vida eterna!

esse tipo de carcter que Deus aperfeioa em ns no deserto. no deserto que o fruto do Esprito cultivado e irrigado. O intenso desejo de conhecer o Senhor nos leva a caminhar seguindo os seus passos. Paulo no tinha como objectivo de vida edificar um grande ministrio; tudo o que almejava era conhecer a Jesus de forma mais ntima e, acima de tudo, agradar-lhe!

O deserto um lugar de secura. Pode ser secura espiritual, financeira, social ou fsica. no deserto que recebemos de Deus o "po de cada dia", no a "abundncia de riquezas". Ele supre nossas necessidades, porm no nos d aquilo que desejamos. Afinal, o objectivo do deserto o nosso aperfeioamento. Nosso alvo deve ser conhecer melhor o Senhor, e no apenas viver em busca de suas provises. Assim, quando tivermos em abundncia, reconheceremos que foi o Senhor quem nos deu. Ele nos concede abundncia de sua graa, para confirmar a sua alianai (Dt 8:12-18)

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PARTETEMPO DE PROVAES

CAPITULO 3

TEMPO DE PROVAESFrequentemente, sem nos dar conta, buscamos a Jesus por motivos errados. Sem querer, o usamos como a "lmpada de Aladim". Ns o reduzimos a uma fonte de suprimentos para os momentos de crise.

O Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu corao... " (Dt 8:2).

Imagine-se numa situao assim: voc um judeu recm liberto da escravido e acabou de ter uma experincia terrvel e impressionante, passando por dentro do mar, em meio a duas enormes paredes de gua. Voc correu com todas as foras tentando alcanar o outro lado, salvo e liberto. Olhando para trs, voc viu o momento em que aquelas enormes paredes de gua desabaram sobre os inimigos, afogando-os nas profundezas do mar. Salvo e seguro na outra margem, voc se juntou ao bloco dos que danaram e se alegraram por to grande libertao diante do Senhor. Com Deus ao seu lado, voc se imaginou invencvel! Um pensamento lhe ocorre: nunca, jamais, abandonarei o Senhor nem duvidarei de sua Palavra!Mas agora o cenrio mudou. Vrios dias se passaram desde o grande milagre do mar se abrindo, e voc j est cansado, com sede, faminto e enfrentando um calor insuportvel. Ainda nem chegou aos limites da terra "prometida"; ao contrrio, anda errante pelo deserto em meio a serpentes e escorpies.Voc agora no est danando, cantando e jubilando diante do Senhor, proclamando que Ele "lanou no mar o cavalo e os seus cavaleiros". Veja bem, voc est xingando seu lder e gritando a todo pulmo: "Por que nos trouxeste do Egipto para este deserto? Queres matar-nos a ns e a nossos filhos de sede e fome?"Reflicta comigo. Voc acha que Deus o tiraria poderosamente do Egipto para deixar voc errante, confuso, sedento, doente, faminto e sujeito a morrer no escaldante deserto? Que propsito Deus tinha em mente?Assim como o Senhor conduziu o povo de Israel, do Egipto para o deserto, da mesma forma ele o guia. Foi Deus quem o conduziu, e no o Diabo. E existe um propsito para este tempo de secura. Deus quer humilh-lo e prov-lo para ver se seu corao perfeito diante dele. Ele quer nos conhecer melhor.O que Deus faz para nos humilhar? "Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o man... " (Dt 8:3 - grifo do autor). Deus humilhou o povo, deixando-o passar fome. No entanto, a declarao seguinte parece um contra-senso: Deus sustentou aquele povo com o man. Como fez o povo passar fome, se este mesmo povo era alimentado com o man?Analise comigo. O man o melhor dos alimentos; a comida dos anjos. Elias recebeu foras para caminhar quarenta dias e quarenta noites, depois de comer dois bolos feitos pelos anjos. E havia man em abundncia no deserto. Um carregamento chegava do cu todas as manhs. Nunca ningum perdeu a hora do almoo...e isso, durante quarenta anos, comeando com a jornada no deserto at a divisa da terra prometida.Ento, por que Deus disse que deixou o povo "passar fome"? De que tipo de fome Deus est falando? Precisamos entender o assunto, examinando a maneira como o povo vivia no deserto. Faamos uma comparao com o nosso dia-a-dia. Suponhamos que todos os dias no caf da manh voc tenha apenas um pedao de po. No almoo, po, e po de novo para o jantar. Sem manteiga, geleia, mortadela, presunto, queijo, maionese, sardinha... apenas po.

Mas veja bem. No estamos falando de dias, semanas ou meses. Estamos falando de quarenta anos tendo, como dieta alimentar, o po.Certa ocasio levei um grupo de cinquenta e seis jovens, membros da igreja, numa misso de oito dias a Trinidade, no Caribe. A igreja que nos hospedou em Trinidade forneceu as refeies. Trataram-nos como a prncipes, apesar de nos darem frango para comer todos os dias. Preparavam-no de diversas maneiras - ensopado, com arroz, ao molho, frito, milanesa, assado, recheado - mas era sempre frango!Depois de comer frango durante oito dias, no conseguamos nem ouvir mais nada sobre a galinha. Queramos comer alguma coisa diferente. Tnhamos fome de outro tipo de comida. Um dos jovens, logo que chegou em casa, perguntou me o que ela havia preparado para o almoo. "Frango", respondeu a me. Ele preferiu comprar um hambrguer do vendedor da esquina.Depois de oito dias comendo duas refeies dirias base de frango, estvamos desfalecendo. Imagine comer a mesma coisa durante quarenta anos! No foram quatro anos; foram quarenta anos! Foi assim que Deus os fez ter fome. Deus no deu o que o povo desejava, deu-lhe, no entanto, o que precisava.Tiveram fome de outras coisas. Quais? Empolgamo-nos ao saber que suas roupas e calados nunca se gastaram. Mas, imagine-se usando a mesma roupa durante quarenta anos! Voc estaria sempre fora de moda! Sem roupas novas, sem lojas, sem shopping... as mesmas roupas e calados todos os dias... Nada novo em quarenta anos!Tinham o que precisavam: casa e comida, proteco contra o frio e o calor, mas no o que desejavam!

Tinham fome de ver novas paisagens. Durante quarenta anos, viam todos os dias o mesmo cenrio - areia, pedras, cactos, terra seca. Nenhuma palmeira, ribeiros de guas transparentes, florestas, rvores, lagos adornados de pinheiros e flores... apenas deserto!

A luz do que falei, vejamos novamente o texto:

"Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o man, que tu no conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que no s de po viver o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viver o homem" (Dt 8:3).

O que Deus fez? Deixou-os famintos de tudo o que pudesse satisfazer os desejos da carne, e jamais privou o povo do "arroz com feijo", do sustento fundamental.

Seu objectivo? Prov-los. Em que consistia a prova? Deus queria test-los para saber se o amavam mais do que tudo que deixaram para trs; se o desejavam mais do que s coisas do inundo; se teriam fome e sede de sua presena, e no dos prazeres e conforto do mundo!

Veja o que disseram:

E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande desejo das comidas dos egpcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e tambm disseram: "Quem nos dar carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que, no Egipto, comamos de graa; dos pepinos, dos meles, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porm, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos seno este man " (Nm 11:4-6 - grifo do autor).

Tinham saudades do Egipto e das coisas que ali possuam (o Egipto representa o sistema mundano). A escravido do Egipto, com todo o sofrimento, era lhes prefervel a essa situao que viviam no deserto.

Comearam a reclamar e a murmurar, pedindo carne. Deus os ouviu:

"Concedeu-lhes o que pediram (carne, perdizes)... Ento, comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez. o que desejavam. Porm no reprimiram o apetite. Tinham ainda na boca o alimento... mas fez definhar-lhes a alma" (SI 106:15; 78:29, 30).

Receberam o que queriam, mas pagaram um preo muito alto! Com a carne, veio-lhes o definhamento de alma. Esse "definhamento" deixou-os incapacitados. No passaram no teste de Deus; consequentemente, nunca entraram na terra prometida! No havia problema nem pecado em pedir carne. O problema era a motivao do pedido que revelava a insatisfao do povo para com Deus; seu pedido trazia tona o intenso desejo pelas coisas antigas. Sempre que se lembravam das comidas do Egipto, sentiam gua na boca!

Creio que, nestes dias, Deus levou sua Igreja para o deserto. Espiritualmente, a Amrica uma terra rida e sedenta. Chegou o momento de sermos provados. Uma vez mais Deus quer ver se seu povo quer buscar sua face ou sua mo. A face representa a natureza de Deus e seu carcter; corresponde ao relacionamento. Sua mo representa proviso e poder. Se voc buscar apenas sua mo, certamente no ver sua face. Agora, se buscar sua face, por certo conhecer sua mo!

Os fariseus no reconheceram a face de Deus na pessoa de Jesus. Almejavam o sonho de serem libertados do domnio romano e esperavam isso de Jesus. Para eles, nas mos de Jesus estava a libertao do jugo poltico. Temos de ser diferentes deles.

Se tivermos o corao em Deus, se o amarmos, se o obedecermos, e buscarmos sua face, no meio do deserto ele levantar os precursores que, como Josu, levaro o povo para a terra prometida, participando da colheita das naes.

Deus est erguendo a "gerao Josu" e, como naqueles dias, o lugar do treinamento o deserto. O deserto, com toda sua aridez, elimina os murmuradores, os rebeldes e os contendores; a purificao feita da mesma forma como se separa a palha do gro.

Aqueles que buscam apenas os benefcios da promessa, e no buscam o "dono das promessas", por certo morrero no deserto. Uma coisa buscar o Senhor por aquilo que Ele pode nos dar; outra bem diferente busc-lo por aquilo que Ele ! No primeiro caso, busca-se o benefcio, e o motivo o egosmo. Um relacionamento fraco e imaturo tudo o que se espera como fruto dessa motivao. Agora, quando se busca o Senhor por aquilo que Ele , constri-se um relacionamento slido, forte c durvel!

A Motivao da Busca

"Quando, pois, viu a multido que Jesus no estava ali nem os seus discpulos, tomaram os barcos e partiram para Cafarnaum sua procura. E, tendo-o encontrado no outro lado do mar, lhe perguntaram: Mestre, quando chegaste aqui? Respondeu-lhes Jesus... vs me procurais, no porque vistes sinais, mas porque comestes dos pes e vos fartastes" (Jo 6:24-26 - grifos do autor).

As multides saram procura de Jesus e o encontraram no outro lado do mar da Galileia. Jesus, olhando a multido que contornara o lago para encontr-lo, repreendeu o povo porque este o buscava no por causa dos sinais que fizera, e sim porque havia se fartado de po e peixe.

Temos de nos perguntar: "Para que servem os sinais?" Eles do a orientao do rumo a ser seguido. Um sinal nunca aponta para si mesmo, mas indica algum lugar ou coisa. Jesus sabia que o povo o buscava, no porque havia visto sinais e milagres, que indicavam a presena do Messias, mas porque queria encher o estmago.Em nossos dias, acontece a mesma coisa: as pessoas buscam a Jesus por motivos errados. Buscamos a Deus por causa das bnos, e no porque o amamos. Aos olhos do povo, Jesus apenas um produto com "mil e uma utilidades". Ns o reduzimos a um produto de mercado!

Voc deve ter tido amigos que o procuraram apenas quando precisavam de alguma coisa, no mesmo? Pior ainda; voc conhece algum que procurou sua amizade apenas por interesses pessoais? Quem sabe ele queria viver sob o teto de sua influncia, dinheiro, bens materiais ou posio? No havia amor verdadeiro ou carinho especial por voc, era s por interesse. Se voc j experimentou uma amizade assim, sabe o que se sentir usado! E essa atitude egosta permeia a sociedade c a prpria Igreja. O egosmo est por trs da grande quantidade de divrcios em todo mundo. At mesmo na igreja os jovens se casam com fins egostas. Falham por no reconhecerem que o casamento uma aliana de amor, e no um contrato. Casam-se pensando nos benefcios que o cnjuge poder trazer sua vida. Se o cnjuge no corresponder a essa expectativa, casam-se novamente com outra pessoa, ignorando que, aos olhos de Deus, a aliana muito mais importante e muito mais forte que um contrato.

Existem muitas pessoas descontentes na igreja; so pessoas que perderam o primeiro amor. Muitos membros de nossas igrejas esto desviando-se e abandonando a f. Querem o Senhor apenas por aquilo que Ele pode fazer por eles e no pelo que Ele . Enquanto Deus lhes d o que querem, sentem-se felizes e animados, mas na hora da provao os motivos de seu corao vm tona. Sempre que o foco for o indivduo, vem a murmurao.

Isso foi o que aconteceu com o povo de Israel. No momento em que foi libertado das garras de Fara, o povo se regozijou sobremaneira e fez uma grande celebrao!

"A profetisa Miri, irm de Aro, tomou um tamborim, e todas as mulheres saram atrs dela com tamborins e com danas. E Miri lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro" (x 15:20, 21).

O povo ficou impressionado com a grandeza do poder de Deus. O corao deles vibrava de alegria por haverem sido libertados do Egipto. Entretanto, apenas trs dias depois, no deserto de Sur, encontraram guas amargas e comearam a murmurar.

"E o povo murmurou contra Moiss, dizendo: Que havemos de beber?" (x 15:24). O povo logo se esqueceu de que Deus, que dividiu o mar Vermelho, poderia tornar as guas amargas em gua potvel! Esqueceu-se tambm de que Moiss era o mesmo lder de trs dias atrs. No obstante, Deus purificou aquelas guas e o povo saciou sua sede. Alguns dias depois, murmuraram por no terem o que comer e lamentaram: "No Egipto era bem melhor"!

"Toda a congregao dos filhos de Israel murmurou contra Moiss e Aro no deserto; disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivssemos morrido pela mo do Senhor, na terra do Egipto, quando estvamos sentados junto s panelas de carne e comamos po a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multido" (x 16:2, 3).

Agora murmuravam contra Moiss e Aro. No versculo oito, Moiss mostra o erro do povo: "As vossas murmuraes no so contra ns, e sim contra o Senhor" (grifo do autor).E a histria sempre a mesma: na hora em que enfrentamos as dificuldades do deserto, achamos algum em quem colocar a culpa. Geralmente acusa-se a liderana, a famlia e os amigos. Muitos de ns, por temor, nunca falaramos contra Deus directamente. Por que ento murmuraram contra Aro e Moiss (e, portanto, ao Senhor)? No modo de pensar deles, Deus os havia desapontado.

Deus est colocando o prumo e medindo com seu cordel o corao da Igreja na Amrica. tempo de buscarmos o Senhor para que sejamos encontrados fiis!CAPTULO 4

NOSSO EXEMPLO

Sofremos sob o jugo de promessas no cumpridas, at que o fardo fica to pesado que mal conseguimos erguer a voz em orao.

"Ora, irmos, no quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos baptizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moiss. Todos eles comeram de um s manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo" (1 Co 10:1-4 - grifos do autor).

Paulo afirma que todos os israelitas eram filhos da aliana, descendentes de Abrao. Todos peregrinaram sob a proteco da nuvem de Deus, foram balizados em Moiss, um tipo de Cristo, nosso Redentor, e todos participaram do alimento e da gua que era Cristo. Claro est, portanto, que a nao de Israel era um tipo da igreja do Novo Testamento. Vrias vezes Paulo utiliza a palavra "todos", como a dizer: "No estamos falando dos mpios, irmos, estamos falando do povo de Deus". E ele a seguir afirma: "Entretanto, Deus no se agradou da maioria deles, razo por que ficaram prostrados no deserto. Ora, estas coisas se tornaram exemplos." (1 Co 10:5, 6 - grifos do autor).Eis as cinco principais razes que levaram o povo a desagradar a Deus:

1. O povo era ambicioso e inclinado ao mal.2. O povo tambm era inclinado idolatria.3. Povo imoral que se prostitua constantemente.4. Viviam tentando o Senhor e,5. Murmuravam contra o Senhor.

Depois, Paulo continua dizendo: "Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertncia nossa, de ns outros sobre quem os fins dos sculos tm chegado" (1 Co 10:11 - grifo do autor). '

Se tais exemplos foram deixados na Bblia como forma de instruo para ns, precisamos entend-los. Essas cinco reas de pecado mostram que havia um problema, ou uma raiz profunda a ser tratada na vida do povo. O autor do livro de Hebreus descreve as mesmas coisas, apontando para a causa do pecado do povo.

"Por isso, me indignei contra essa gerao e disse: Estes sempre erram no corao; eles tambm no conheceram os meus caminhos " (Hb 3:10- grifo do autor).

A fonte do erro estava no corao deles, razo por que suas obras eram ms! Se a pessoa tem o corao recto diante de Deus, tudo o que fizer se alinhar com a vontade dele. Se o corao no for recto, a pessoa fica aqum do chamamento divino. Seu alvo deve ser o de alcanar o prmio da soberana vocao de Deus, conhecendo-o melhor. Com um foco errado, acertaremos o alvo errado.

Paulo disse em Filipenses 3:13, 14:

"Irmos, quanto a mim, no julgo hav-lo alcanado; mas uma coisa fao: esquecendo-me das coisas que para trs ficam e avanando para as que diante de mim esto, prossigo para o alvo, para o prmio da soberana vocao de Deus em Cristo Jesus" (grifo do autor).

Para alcanarmos a soberana vocao de Deus em nossa vida, primeiramente precisamos nos conscientizar de que ainda no o alcanamos; que no chegamos perfeio e que precisamos continuar nos esforando, transformando-nos e crescendo em Deus.

comum pessoas alcanarem uma posio cmoda na qual se acomodam, e no fazem o menor esforo para "prosseguir". Firmam seus padres pessoais comparando-se aos demais ou se acomodam numa posio de conforto. aqui que deixam de procurar a Deus pelo que Ele , buscando-o apenas para conseguir ajuda c favor. Perdem o objectivo, o alvo fica "fora de foco" e comeam a errar no corao. As vezes, essas pessoas buscam galgar posies na Igreja, pensando na fama e na popularidade. Perdem a nfase cm Deus e colocam-na em si mesmas.

O povo de Israel no buscava a Deus, por isso no conheceu os seus caminhos. Ficava empolgado vendo Deus operar maravilhas - e quem no se empolgaria? Vibrava a cada milagre realizado, porque os milagres traziam-lhe benefcios pessoais.

O alvo para as pessoas eram elas mesmas, e no Deus! E se Deus no se manifestasse com poder, se desviavam. Se Moiss estava no cume do monte, faziam festa; ficavam contentes com os benefcios da salvao.

O povo no tinha desejo ardente de conhecer mais de Deus. No havia interesse em "prosseguir" e fortalecer um relacionamento mais ntimo com Ele.

Certa ocasio, Deus ordenou que Moiss descesse do monte e consagrasse o povo, porque Ele haveria de se manifestar no Sinai diante de todo o povo, e falaria com eles como falara com Moiss. No dia combinado, quando Deus se manifestou em meio a troves e relmpagos, o povo fugiu.

"Todo o povo presenciou os troves, e os relmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe. Disseram a Moiss: Fala-nos tu, e te ouviremos; porm no fale Deus connosco, para que no morramos" (x 20:18, 19 - grifo do autor).

Intercederam diante de Moiss: "Por favor, fale voc com Deus e ns obedeceremos a tudo o que Ele lhe disser" (parfrase). Isso indica que queriam apenas receber a Deus, deixando de lado qualquer relacionamento com ele. O povo no era mal intencionado, entretanto, optou por querer obedecer aos mandamentos de Deus, sem se relacionar com Ele.

Como manter-se fiel a algum que voc no conhece, com quem nunca se encontrou? As pessoas buscavam uma frmula e no um relacionamento, razo por que Deus lhes deu os dez mandamentos. No entanto, ano aps ano, e sculo aps sculo, foram incapazes de guardar os mandamentos de Deus. Deus avisou de antemo que elas no obedeceriam as suas leis gravadas em tbua de pedra, e por isso planejou escrev-las no corao delas.

Com isso em mente, precisamos analisar a Igreja nos dias de hoje. Quantos, por melhor intencionados que sejam, procuram obedecer aos mandamentos de Deus? Sofremos sob o jugo de promessas no cumpridas, at que o fardo fica to pesado que mal conseguimos erguer a voz em orao. Corremos atrs de nossos pastores, de amigos, de colegas de trabalho, esperando que intercedam a Deus em nosso favor, trazendo uma palavra de Deus para ns. Somos como o povo de Israel que quer obedecer s leis sem um bom relacionamento com o Senhor. Erramos em nosso corao! Jesus disse em Joo 14:21:

"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse o que me ama; e aquele que me ama ser amado por meu Pai, e eu tambm o amarei e me manifestarei a ele"(grifo do autor).

Eu sempre lia esse texto bblico achando que o Senhor estava dizendo: "John, se voc obedecer aos meus mandamentos, estar provando que me ama". Ento, certo dia, senti de Deus que deveria ler o texto novamente. Ao l-lo, o Senhor me disse: "Voc no entendeu o sentido do texto. Leia-o de novo". Li outra vez o texto. Li o mesmo texto umas dez vezes e tive de confessar ao Senhor, dizendo: "Perdoa-me, Senhor, perdoa-me a ignorncia e mostra-me o sentido do texto". Deus me disse: "John, no estou afirmando que guardando os meus mandamentos voc estar provando que me ama. Sei quando uma pessoa me ama ou no. O que eu quero dizer que, se uma pessoa me ama de todo corao, estar capacitada a cumprir os meus mandamentos". Obedecer aos mandamentos fruto de um relacionamento, e no do cumprimento da lei! Eu via os mandamentos como uma lei c Deus mostrou-me a importncia do relacionamento. O relacionamento vem antes da lei!

Deus no se revela atravs de leis e mandamentos. No se encontra Deus cm mtodos; o Deus Todo-Poderoso no pode ser achado numa frmula! E, contudo, essa a percepo que muitos tm do Senhor. Substituem o relacionamento com Deus criando frmulas, como os sete passos para a cura, os quatro passos da salvao ou os cinco passos para a prosperidade e para o batismo no Esprito Santo. A imagem que as pessoas tm de Deus aquela adquirida na caixinha de promessas, de onde se tira uma promessa sempre que se precisa de uma resposta divina. No de admirar que os membros de nossas igrejas tenham tantos problemas com o pecado! Por que os mandamentos so to difceis de serem obedecidos? Porque o erro est nos coraes!

Vamos comparar da seguinte maneira. Voc alguma vez sentiu que estava apaixonado? Quando me apaixonei por Lisa, minha esposa, pensava nela noite e dia. Ela nunca saa de meus pensamentos. Fazia das tripas corao para poder v-la todos os dias. Ela dava um suspiro e eu imaginava que ela queria alguma coisa. Eu parava o carro, e entrava na primeira loja pensando em agradar-lhe com o que ela desejasse. Eu no precisava me esforar para falar aos meus amigos sobre ela... eu a elogiava em todos os lugares. Todo mundo sabia que eu estava apaixonado por ela!

O intenso amor que sentia por ela impelia-me a fazer o que ela desejasse. Eu no fazia aquelas coisas para provar que a amava; fazia porque estava apaixonado por ela. Alguns anos depois de casado, comecei a dar maior ateno a outras coisas, como o ministrio, e era-me difcil fazer qualquer coisa por ela. Confesso que j no pensava nela como antes. Comecei a dar presentes para ela apenas no Natal, no aniversrio de casamento e no dia de seu aniversrio... e precisava fazer um esforo tremendo! Nosso casamento entrou em crise. Nosso primeiro amor estava morrendo! E, devido ao fato de que a intensidade do primeiro amor no mais existia, tudo se tornava mais difcil para mim. Deus, em sua misericrdia, permitiu-me ver a que ponto havia chegado e graciosamente reacendeu a chama de nosso amor, curando nosso casamento.

luz desse fato podemos entender o que disse Jesus:

"Tenho, porm, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caste, arrepende-te e volta prtica das primeiras obras; e, se no, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso no te arrependas" (Ap 2:4, 5 - grifo do autor).

O comportamento de Moiss era bem diferente do povo de Israel. Ele no se contentava em adorar a Deus de longe. Ao ver a manifestao da presena de Deus, aproximou-se ainda mais. "O povo estava de longe, em p; Moiss, porm, se chegou nuvem escura onde Deus estava" (x 20:21 - grifo do autor).

Moiss exercia uma grande liderana entre o povo e conseguia manter sua autoridade sobre uma congregao de quase trs milhes de pessoas. Apesar de ter visto tantos milagres, Moiss no se dava por satisfeito apenas com os milagres, ele queria conhecer melhor o Senhor. Preste ateno ao tipo de orao de Moiss depois de ter presenciado tantos milagres:

"Agora, pois, se achei graa aos teus olhos, rogo-te que me faas saber neste momento o teu caminho, para que eu te conhea... se a tua presena no vai comigo, no nos faas subir deste lugar... Ento, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glria" (x 33:13-18- grifos do autor).

Eis o clamor de Moiss! Ele est dizendo: "Senhor, no ficarei satisfeito at que te conhea melhor!" Para conhec-lo intimamente precisamos conhecer seus caminhos. queles que o buscam, Deus revela os seus caminhos, no apenas seu poder. Obviamente, aquelas pessoas que conhecem o corao de Deus, caminharo sob o manto do poder. "... Mas o povo que conhece ao seu Deus se tornar forte e activo" (Dn 11:32 -grifos do autor).

Logo no incio do meu ministrio, cu costumava gastar uma ou duas horas em orao todas as manhs. Orava mais ou menos assim: "Deus, usa-me para a salvao de almas, d-me poder para curar os enfermos, expulsar os demnios..." Dia aps dia repetia a mesma orao, apenas com palavras diferentes. Sentia-me impotente c clamava a Deus, dizendo-lhe que queria ter um grande ministrio. Certo dia, no entanto, Deus falou comigo, dizendo: "Filho, suas oraes so egostas". Levei um susto. "Por que voc quer fazer tudo isso?", perguntou-me. "Sempre ouo a mesma orao repetitiva: usa-me, usa-me; voc o centro de suas prprias oraes". E ele continuou: "No criei voc para curar enfermos e expulsar demnios. Meu propsito ter comunho com voc". A seguir, mostrou-me coisas que jamais esquecerei... Judas expulsou demnios e curou enfermos! isso mesmo! Quando Jesus enviou seus discpulos, Judas estava no meio deles; no entanto, traiu a Jesus. Meus objectivos estavam fora de foco, errados. O alvo da soberana vocao de Deus conhecer o Senhor Jesus Cristo" (Fp 3:10).

Alguns anos atrs, minha esposa teve a mesma experincia enquanto orava, preparando-se para uma reunio. O Senhor lhe disse: "Lisa, Eu no uso as pessoas; Eu derramo sobre elas a minha uno, Eu as curo, transformo-as e levo-as a serem a minha imagem, mas nunca as uso". Deus lhe perguntou: "Lisa, voc j se sentiu usada por algum?" Ela respondeu: "Sim". O Senhor continuou: "E como se sentiu?" Ela lhe respondeu: "Senti-me trada!"

O Senhor continuou a falar com ela: "Muitos obreiros choram diante de mim, pedindo que eu os use; usa-me para curar; usa-me para salvar as pessoas...' e eu fao o que me pedem, mas depois eles se tornam to ocupados com o ministrio, que me esquecem, me tiram do corao. Nunca se esforam em conhecer os meus caminhos, e edificam reinos para si mesmos. Quando comeam a enfrentar problemas, clamam a mim, mas sentem-se ofendidos quando no respondo suas oraes. Acontece, Lisa, que tais pessoas jamais mostraram interesse em conhecer-me. Depois de algum tempo, notam que estavam apenas sendo usadas por mim, ficam zangadas comigo e me abandonam, por no me conhecerem".

Imagine uma mulher cujo nico interesse o de produzir filhos para o seu marido, sem nenhum interesse de conhec-lo intimamente. Os nicos momentos de intimidade aconteceriam na hora de fazer filhos. Parece absurdo, mas em nada difere do tipo de relacionamento que temos com Deus, clamando "usa-me, usa-me" quando nem relacionamento com Ele temos. Quando temos intimidade com Deus, os filhos vm de forma natural, tal qual no relacionamento homem e mulher. E por isso que Deus diz em Daniel 11:32: "... mas o povo que conhece ao seu Deus se tornar forte e activo" (grifo do autor).

O povo judeu tinha um corao voltado para o mal, era inclinado para a idolatria, vivia uma vida de imoralidade sexual, murmurava e provocava a Deus. Essa era a raiz de seus pecados. O povo no buscava nem almejava o que era correto. Buscava a criatura, em vez do Criador.

Um bom exemplo de algum que, em pleno deserto tinha o corao para com Deus, era Josu. Quando Moiss subiu o monte Sinai, Josu ficou ao p do monte, pois queria ficar o mais perto possvel da presena do Senhor. Quando Deus se encontrava com Moiss no tabernculo, Josu ficava nas proximidades para poder ver a presena do Senhor, e mesmo depois de Moiss deixar o lugar, Josu permanecia junto tenda. "Falava o Senhor a Moiss face a face, como qualquer fala a seu amigo; ento, voltava Moiss para o arraial, porm o moo Josu, seu servidor, filho de Num, no se apartava da tenda " (x 33:11 - grifo do autor).

Observe atentamente as palavras de Paulo: "Entretanto, Deus no se agradou da maioria deles, razo por que ficaram prostrados no deserto" (1 Co 10:5). Por que os israelitas morreram no deserto? Porque tinham a si mesmos como alvo, c no a Deus. Examinando o livro de Josu (a histria da segunda gerao, a que entrou na terra prometida), observamos que as cinco reas de pecado, to fortemente manifestadas na gerao anterior, j no apareciam com frequncia entre eles. Aconteceu uma nica vez com Ac, e a liderana de Israel imediatamente agiu, eliminando o mal de entre o povo. A segunda gerao foi diferente, pois viram seus pais morrerem no deserto pouco antes de chegarem terra prometida. Os filhos daqueles que morreram no deserto agiram diferente: eles queriam a presena de Deus!

O deserto serve para manifestar os motivos do nosso corao, separando o egosmo da generosidade. Pea ao Esprito que separe e pese os motivos de seu corao, separando as coisas que atrapalham sua comunho com Deus daquelas que o impelem a prosseguir. Torne-se um servo prudente, buscando as coisas que beneficiem o relacionamento, sabendo que todas as demais coisas viro como resultado desse relacionamento com Deus.

3

PARTE

TEMPO DE PURIFICAO

CAPITULO 5

OS CAMINHOS

DE DEUS

Deus no est buscando uma forma exterior de santidade; Ele quer ver uma mudana de corao"Voz do que clama no deserto: Preparai o caudilho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus " (Is 40:3 - grifo do autor).

O caminho de Deus passa pelo meio do deserto e no ermo que seu caminho preparado. a estrada ou rodovia que leva vida de exaltao; por esse caminho, descobrimos como Deus vive e pensa.

"Porque os meus pensamentos no so os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os cus so mais altos do que a terra, assim so os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55:8, 9 - grifo do autor).

Poucos andaram por essa estrada, no entanto, muitos esto sendo preparados por Deus para que andem nela. isso o que diz Isaas 35:6, 8:

"... pois guas arrebentaro no deserto, e ribeiros no ermo. E ali haver bom caminho, caminho que se chamar o Caminho Santo... " (grifos do autor).

E no deserto que o caminho do Senhor preparado. Seu nome: Caminho Santo!

Uma das definies de santidade "pureza de vida". Jesus disse: "Bem-aventurados os limpos de corao..." (Mt 5:8 - grifo do autor). O caminho ou mtodo para uma vida de santidade plena o corao puro.

O Senhor no retornar para uma Igreja impura e sem santidade. Ele vir ao encontro de uma Igreja sem manchas, rugas ou qualquer outra impureza. Muitos querem santificar-se observando regras e costumes e fracassam na vida crist. So como os judeus dos dias de Jesus que queriam receber a salvao guardando a lei e os costumes. Muitas pessoas acham que ter santidade viver segundo regras tangveis, tais como: no usar maquilhagem nem este ou aquele tipo de vestimenta, no ver televiso, etc. So tentativas feitas no sentido de obter santidade interior. Mas Deus no est procura de formas exteriores de santidade; Ele quer um corao recto e justo diante dele. Jesus disse em Mateus 23:26: "... limpa primeiro o interior do copo (o corao), para que tambm o seu exterior fique limpo".

Se o seu corao puro, voc no querer se vestir de forma indecente. Uma mulher pode usar vestido longo e mesmo assim mostrar uma atitude sensual; enquanto outra veste calas compridas e tem um corao puro.

Um homem pode gloriar-se de nunca haver se divorciado, mas tem o corao cheio de lascvia e desejos sexuais por outras mulheres. Isso santidade?

Se seu corao puro, um aparelho de Tv. em sua casa no o levar a olhar programas de baixo nvel que no edifiquem sua vida. Alguns afirmam que mundanismo ter um aparelho de Tv. em casa. Um mvel ou um aparelho electrnico no pode determinar se uma pessoa crente ou mundana. Voc pode no ter aparelho de Tv. em casa e continuar pecando em seu corao. Se voc limpo de corao, desejar apenas o que Deus deseja!

O deserto crucial na vida de todo crente, pois ali que Deus purifica os motivos e intenes do corao. Deus est neste momento preparando o nosso corao para o retorno de seu Filho. Os demais captulos desta terceira parte trataro da forma como Deus purifica sua Igreja, preparando-a para o seu retorno. Usaremos o livro de Malaquias como texto principal, por ter sido o ltimo profeta, antes da chegada do Novo Testamento. Ele foi comissionado a profetizar sobre a preparao e sobre os eventos que antecederiam a primeira vinda do Senhor ao seu templo.

Quatrocentos anos depois, suas profecias comearam a se cumprir com a chegada de Joo Batista clamando no deserto: "Preparai o caminho do Senhor".

Vivemos hoje os momentos que antecedem segunda vinda do Senhor ao seu templo. Veremos o paralelo entre a primeira e a segunda vinda, pois ambas comeam com a purificao do seu povo no deserto.

CAPTULO 6

A VERDADEIRA UNO PROFTICA

A verdadeira uno proftica trata com os coraes...

"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, cintes que venha o grande e terrvel Dia do Senhor" (Ml 4:5 - grifo do autor).

O grande dia do Senhor foi sua primeira vinda. E Jesus disse que Joo Batista era "Elias, o profeta", enviado por Deus para preparar o caminho do Senhor. Seu ministrio era a "voz do que clama no deserto" (Is 40:3). Os profetas do Antigo Testamento profetizaram a respeito de Joo, e Jesus o descreve assim:

"Mas para que sastes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que profeta. Este de quem est escrito: Eis a eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparar o teu caminho diante de ti. Em verdade vos digo: entre os nascidos de mulher, ningum apareceu maior do que Joo Batista... e, se o quereis reconhecer, ele mesmo Elias, que estava para vir" (Mt ll:9-14-grifo do autor).

Joo no era a reencarnao do profeta Elias mencionado em 1 e 2 Reis, como supem alguns. O texto no se limita a um homem apenas, mas descreve o verdadeiro sentido de "Elias". Expliquemos. A palavra Elias vem de duas palavras hebraicas El e Yahh. El significa "fora" e Yahh, "Jeov" ou Senhor. Juntas significam "fora do Senhor". O que Jesus afirma sobre Joo Batista que ele veio diante de Jesus, na "fora do Senhor".

O anjo Gabriel descreve a Joo da seguinte maneira:

E converter muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E ir adiante do Senhor no esprito e poder de Elias, para converter o corao dos pais aos filhos, converter os desobedientes prudncia dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado" (Lc 1:16, 17 - grilos do autor).

A misso de Joo Batista era converter o corao do povo de Israel a Deus. Sua mensagem era: "Arrependei-vos, porque est prximo o reino dos cus" (Mt 3:2). Arrependimento significa mudana de corao. O povo vivia apenas a forma da religio, e seu corao estava longe de Deus. Milhares de pessoas frequentavam regularmente as reunies da sinagoga, desconhecendo o verdadeiro estado do prprio corao. Por isso, Deus levantou o profeta Joo para expor a verdadeira condio do corao do povo. Joo dizia s multides: "Raa de vboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento (mudana de corao) e no comeceis a dizer entre vs mesmos: Temos por pai a Abrao... " (Lc 3:7, 8 - grifo do autor).

Joo exps aos judeus da poca o engano do corao deles. Eles achavam que, por serem filhos de Abrao, darem o dzimo e frequentarem a sinagoga, eram justificados. Joo no foi enviado aos gentios, mas casa perdida de Israel, a fim de levar o povo a preparar o corao para receber a Jesus.

Malaquias profetizou que a "uno de Elias" viria antes do grande (primeira vinda do Senhor) e terrvel dia do Senhor.

O terrvel e glorioso dia do Senhor sua segunda vinda. Creio que estamos nestes dias. Confirmando as palavras de Malaquias, afirmou Jesus: "De fato, Elias vir e restaurar todas as coisas. Eu, porm, vos declaro que Elias j veio, e no o reconheceram... Ento, os discpulos entenderam que lhes falara a respeito de Joo Batista" (Mt 17:11-13 - grifo do autor). Jesus falou estas palavras depois que Joo Batista fora decapitado. Veja os dois perodos diferentes a que se refere a uno de Elias: o perodo futuro (vir) e o passado (j veio).

Antes da segunda vinda de Cristo, uma vez mais, Deus derramar uma uno proftica e, nesse tempo, o manto proftico no estar sobre uma pessoa apenas, mas corporativamente sobre muitos profetas. No livro de Actos, Pedro cita o profeta Joel, dizendo:

"... vossos filhos e vossas filhas profetizaro... at sobre os meus servos e sobre as minhas servas derrama rei do meu Esprito naqueles dias, e profetizaro... antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor" (At 2:17-20 - grifo do autor).

A palavra "profetizaro", nesse versculo, tem o sentido de falar sob inspirao, exercitando o ofcio proftico e fazendo previso de acontecimentos futuros.

Semelhantes a Joo Batista, os profetas dos ltimos dias iro s ovelhas perdidas e enganadas; pessoas que fazem da Igreja apenas um lugar de vida social, bem como quelas que se desviaram por causa dos escndalos. Existem pessoas que acham que esto prontas para a volta de Jesus, e igual aos judeus daquela poca, tais pessoas acham que, por suas obras, pela frequncia aos cultos, dzimos ou a boa posio de liderana na Igreja, e por haverem feito a "orao dos pecadores", esto plenamente justificadas.

Podem at crer que esto justificadas, mas a verdade que no esto preparadas para a vinda de Jesus. O corao delas est dividido entre Deus e o mundo. Uma vez mais ouviremos o som da palavra proftica conclamando: "Arrependei-vos (mudem de atitude) porque o reino de Deus est prximo". Vivendo uma vida de integridade e abandonando o engano, tais profetas frutificaro no reino.

Nenhuma nao do mundo gasta tanto com fitas de pregao, literatura, programas missionrios e programas de Tv. como os Estados Unidos. So bilies de dlares todos os anos. Temos mais escolas bblicas, centros de treinamento e igrejas que qualquer outra nao. Examinando superficialmente, somos mais treinados na doutrina bblica e ensino das Escrituras que qualquer outro povo do mundo. No entanto, em toda a nao americana, as igrejas esto secas e ridas, carecendo da verdadeira presena de Deus. Pecadores ouvem nossos sermes domingo aps domingo, sem nunca se converterem! O pecado rola solto nas igrejas, sem que a liderana nada faa para conter a enxurrada do mal. Por qu?

O povo desconhece o sentido do verdadeiro arrependimento. A palavra grega traduzida como arrependimento em Mateus 3:8 metania. Tem o sentido de mudana de mentalidade e de atitude em relao ao pecado e suas causas; e no apenas s suas consequncias. Aprendemos a ficar nos lastimando sobre as consequncias do pecado, sem abandonar sua natureza. Na realidade, no gostamos do pecado pelo fato de que entristece a Deus, e sim porque suas consequncias deixam-nos envergonhados perante as pessoas. No queremos nos expor!

A verdadeira uno proftica trata com as intenes dos coraes, e no em dar "profecias individuais " que satisfaam o "eu " das pessoas. O profeta v o corao da pessoa dentro do plano de Deus. Ele conclama mudana, alertando sobre o juzo iminente. Chegando uma congregao, ele no precisar usar o velho chavo de "assim diz o Senhor" e, contudo, poder profetizar durante toda a mensagem! A atmosfera da Igreja muda, pois o profeta trata com os motivos dos coraes, levando as pessoas ao verdadeiro arrependimento. Sua mensagem anuncia uma nova e precisa direco s pessoas. O resumo de sua mensagem, seja igreja ou a uma pessoa : "Volte-se para o Senhor; h um novo mover de Deus sobre a Terra!"

O ofcio do profeta no est limitado a um culto em que as pessoas ficam em p e recebem uma palavra proftica; se bem que isso muitas vezes pode ocorrer. Ele pode dar uma palavra de Deus a uma nica pessoa, como gabo a Paulo em Actos 21:10, 11. Naturalmente que essa no a nfase de seu ministrio.

Silas, companheiro do apstolo Paulo, era um profeta, conforme vemos em Actos 15:32. No o vemos, contudo, andando de igreja em igreja, dando "palavra pessoal"; Silas aparece exortando os irmos a permanecerem fiis ao Senhor.

Alguns intitulam a si mesmos "profetas", e saem por a "entregando uma palavra do Senhor". So pessoas que nem sempre tm o corao reto para com Deus c, em alguns casos, so " auto - enviadas", deixando os irmos frustrados e desapontados. As palavras que falam vm do prprio corao, e em alguns casos, de espritos familiares. Podem at falar "boas palavras", mas Deus no as enviou a pregar nem colocou as palavras na boca.

"No mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; no lhes falei a eles; contudo, profetizaram. Mas, se tivessem estado no meu conselho, ento, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas aces " (Jr 23:21, 22 - grifo do autor).

Eis o que Deus diz a respeito das pessoas que enviam a si mesmas: "... falam as vises do seu corao, no o que vem da boca do Senhor" (Jr 23:16 - grifo do autor).

No mesmo captulo, Deus diz que esses profetas auto - enviados poluem a Terra, e por causa de suas profecias, o povo de Deus desvalorizado (versculos 15 e 16).

Procure ver a motivao por trs do ministrio. O povo est se voltando para Deus? Ou as pessoas esto ficando cada vez mais dependentes dos "profetas" e de seus dons?

Um dos subprodutos dessa onda proftica so pessoas correndo de um lado para o outro, buscando uma "palavra" de Deus. Elas tm como foco a si mesmas. Buscam envaidecer o eu. Em vez de se voltarem para o Senhor, abandonando os seus maus caminhos, elas buscam os "profetas" para terem alguma resposta de Deus.

Jesus nos ensina a reconhecer entre o falso e o verdadeiro profeta. "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7:16). O verdadeiro fruto quando as pessoas manifestam publicamente que mudaram de vida. Precisamos desenvolver o dom de discernir, a fim de perceber a diferena entre a verdadeira e a m motivao... bem como o verdadeiro e o falso profeta!

Lembre-se de uma coisa: o propsito da restaurao do ofcio proftico preparar os coraes para receber este ministrio e os dons ministeriais nele contidos. Esses profetas sero a "voz que clama no deserto", anunciando que hora de preparar o caminho de santidade do Senhor.

CAPTULO 7O SENHOR VEM AO SEU TEMPLO

Estamos no limiar... e o Filho de Deus expe a hipocrisia do nosso corao inundando-nos com sua paixo...

"Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparar o caminho diante de mim; de repente, vir ao seu templo o

Senhor, a quem vs buscais" (Ml 3:1 - grifo do autor).

Vimos, no captulo anterior, que esse mensageiro no apenas um homem, mas a uno proftica que preparar o caminho do Senhor. Malaquias disse que o Senhor, a quem procuramos, de repente vir ao seu templo. Seu templo a Igreja.

Ele no diz que vir para o seu templo, mas ao seu templo. Antes de vir para o seu templo no arrebatamento, ele vir ao seu templo, sua Igreja... para juzo, purificao e avivamento. Osias ilustra isso muito bem.

"Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaou e nos sarar; fez aferida e a ligar" (Os 6:1).

Esta ser a mensagem que os profetas anunciaro, preparando o caminho do Senhor. Sua mensagem ser: "Igreja, voltemos para o Senhor". Qual o sentido de "ele nos despedaou, e nos ligar"? O texto tem o sentido de juzo!

"Porque a ocasio de comear o juzo pela casa de Deus (o seu templo) chegada; ora, se primeiro vem por ns, qual ser o fim daqueles que no obedecem ao evangelho de Deus? E, se com dificuldade que o justo salvo, onde vai comparecer o mpio, sim, o pecador?" (1 Pe4:17, 18 grifo do autor).

Antes de julgar as naes, Deus haver de julgar sua "nao santa" (1 Pe 2:9). Foi assim que Deus fez com o seu povo no deserto, que foi "julgado" por Deus no deserto, antes de possuir a terra prometida. Isso proftico. No basta apontarmos o dedo para o mundo, dizendo: "Arrependam-se e se convertam"; a grande colheita dos ltimos dias no acontecer sem que primeiro Deus purifique a Igreja de seus pecados. Jonas uma figura da Igreja. Estamos dormindo no barco, e nossa desobedincia a causa de toda calamidade.

Deus est usando o mundo para dizer: "Desperta, Igreja, ests em pecado!" Ele usou os marinheiros pagos do navio, onde estava Jonas, para despert-lo de sua inrcia. A mdia, os reprteres, a Receita Federal e o mundo em geral tm visto a ganncia, a cobia, o orgulho e a imoralidade da Igreja. Se voc quer saber como a Igreja deve proceder, pergunte aos pecadores. Lamento informar-lhe que o mundo tem uma viso mais aguada de nossa responsabilidade do que ns mesmos. E so eles que gritam contra nossa hipocrisia.

Chegou o momento de despertarmos, como Paulo nos exorta: "Tornai-vos sobriedade, como justo, e no pequeis; porque alguns ainda no tm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa" (1 Co 15:34 - grifo do autor).

Deus tratou com a desobedincia do profeta, purifican-do-o no ventre do grande peixe. Jonas clamou a Deus arrependido, dizendo: "Lanado estou de diante dos teus olhos; tornarei, porventura, a ver o teu santo temploT' (Jn 2:4 - grifo do autor) Depois de alinhar o seu corao com o de Deus, ele foi novamente capacitado a cumprir o seu chamamento, que era o de pregar o arrependimento ao povo de Nnive.

A Igreja americana anda procura de sinais. A palavra de Deus afirma que os sinais devem ser a marca dos que crem, mas parece que entendemos de outra maneira. As pessoas andam cata de dons e da uno do Esprito, em vez de buscarem o corao de Deus.

Deus diz: "Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais..." (1 Co 14:1 - grifo do autor). Como disse, a Igreja modificou a nfase. Seguimos os dons (sinais) espirituais e procuramos o amor! As pessoas dirigem mais de mil quilmetros para assistir a um culto de milagres. No entanto, no do lugar para que Deus trate com sua ira, amargura, falta de perdo e diviso cm seu corao.

Numa reunio, vi como as pessoas corriam frente para serem ministradas, e o Esprito de Deus falou de tal forma ao meu corao, que corei de vergonha. Ele me disse: "Uma gerao m e adltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe ser dado, seno o de Jonas" (Mt 16:4 - grifo do autor). Vejamos o que significam estas duas condies: "m" e "adltera".

A gerao m busca sinais que satisfaam suas necessidades pessoais e no tem interesse em se achegar para mais perto de Deus. Em Atos 8, temos o episdio de Simo, que queria receber o poder de Deus com intenes perversas. Veja o que diz o texto:

"Ento, lhes impunham as mos, e recebiam estes o Esprito Santo. Vendo, porm, Simo que, pelo fato de imporem os apstolos as mos, era concedido o Esprito [Santo], ofereceu-lhes dinheiro, propondo: Concedei-me tambm a mim este poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mos receba o Esprito Santo. Pedro, porm, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdio, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus. No tens parte nem sorte neste ministrio, porque o teu corao no reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, da tua maldade, e roga ao Senhor; talvez te seja perdoado o intento do corao; pois vejo que ests em fel de amargura e lao de iniqiiidade" (At 8:17-23 - grifos do autor).

Simo queria a uno, mas, no, o carter de Deus. Seu corao era amargurado, e ele vivia prisioneiro dos laos da iniquidade. No havia nele inteno de tratar com as amarras de seu corao. No entanto, empolgou-se com a possibilidade de receber a uno de Deus em sua vida. Era tanta sua empolgao que se disps a pagar o que fosse necessrio para possu-la. Ele tinha boas intenes quanto ao exerccio do ministrio, mas, no fundo de seu corao, queria promoo e reconhecimento. No precisamos sair cata de uno; um dom de Deus, gratuito, que no precisa ser conquistado ou aprendido.

Um dom um presente! E gratuito; do contrrio, no seria dom. No precisamos subornar a Deus com os dons ou com o desempenho deles. Ele nos d por amor e compaixo, em resposta s nossas necessidades. Quando voc se encontra sob a uno de Deus, percebe que ela lhe c dada para benefcio das pessoas ao seu redor, e no em benefcio prprio.

O adltero algum que tem uma aliana com uma pessoa, mas se envolve com outra. Assim a Igreja: ela anda de amizade com o mundo, ao mesmo tempo que se orgulha de pertencer a Deus, e de ter seus pecados lavados no precioso sangue de Jesus Cristo. Ela adltera. "Pedis e no recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes cm vossos prazeres. Infiis (adlteros), no compreendeis que a amizade do mundo inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tg 4:3, 4 - grifo do autor). A amizade com o sistema que governa o inundo adultrio espiritual, que afeta nossa fidelidade ao Senhor Jesus.

Assim como julgou a Jonas, o Senhor est julgando a Igreja, instando-a ao arrependimento e a uma vida de maior comunho com ele:

"Pois quem come e bebe sem discernir o corpo (a ceia do Senhor), come e bebe juzo para si. Eis a razo por que h entre vs muitos fracos e doentes e no poucos que dormem (esto mortos). Porque, se nos julgssemos a ns mesmos, no seramos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para no sermos condenados com o mundo" (\ Co 11:29-32 - grifo do autor).

Precisamos entender que esse assunto vai alm do que apenas beber um pequeno clice de vinho, ou comer um pedao de po, sem haver confessado os pecados. No h poder no vinho e no po, c sim no que estes elementos representam. Jesus disse em Joo 6:56, 57:

"Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, tambm quem de mim se alimenta por mim viver" (grifo do autor).

Precisamos entender que o po e o vinho so apenas sinais externos de uma aliana interna. Permanea cm Cristo e alimente-se dele, pois ele a fonte de vida. No viva alimen-tando-se com os prazeres do mundo, mas com cada palavra que procede da boca do Senhor. A dieta alimentar do crente diferente daquela que o mundo adota. "No podeis beber o clice do Senhor e o clice dos demnios; no podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demnios" (1 Co 10:21).

Jesus deve ser nossa nica fonte de alegria e vida! O mundanismo entrou na Igreja, embotou nosso discernimento espiritual, e passou a ser visto como coisa normal. Eis a razo de haver tantos irmos na Igreja enfrentando situaes desagradveis. So pessoas fracas, doentes, e algumas at morrem prematuramente. Pode ser resultado de uma dieta fraca, por haverem misturado a mesa do Senhor com a do mundo. Um alimento tira o sabor e os nutrientes do outro, at que ambos perdem o sabor.

Deixe-me, no entanto, fazer uma declarao de suma importncia. O fato de um crente enfraquecer, adoecer ou morrer prematuramente no significa, necessariamente, que esteja em pecado. Paulo disse que esse era o caso de muitos, no todos os casos. Alm disso, temos de assumir a responsabilidade de o mundanismo ter entrado na Igreja.

No bom apontar o dedo acusador, o que por si s revelaria um esprito julgador, mas devemos examinar-nos a ns mesmos. Paulo diz: "Porque se nos julgssemos (grego = diakrin) a ns mesmos, no seriamos julgados (grego = krin)". A primeira palavra "julgar" significa separar completamente, como quando separamos ou removemos o vil do precioso. A segunda significa, punir ou condenar. Ele continua: "Mas, quando julgados, (grego = ferino - punidos ou condenados), somos disciplinados pelo Senhor, para no sermos condenados com o mundo ".

Essa a misericrdia de Deus. Ele no quer que sejamos condenados com o mundo, por isso, primeiramente nos julga, a fim de nos levar ao verdadeiro arrependimento, como fez com Jonas. Observe a afirmativa de Paulo de que o Senhor quem nos julga. Preciso repetir que o Senhor Jesus colocou a Igreja numa posio tal, em que ela s se sente confortvel se estiver vivendo em retido.

Jonas sentia-se muito mal no ventre daquele peixe, mas Deus est mais preocupado com nossa condio do que com nosso conforto. s vezes, quando meus filhos no conseguem acordar pela manh, ergo-os da cama e os sacudo, deixando-os numa posio de desconforto, at que fiquem despertos. No estaria Deus tentando nos despertar?

Osias diz: "Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaou e nos sarar; fez a ferida e a ligar. Depois de dois dias, nos revigorar; ao terceiro dia, nos levantar, e viveremos diante dele" (Os 6:1, 2 - grifo do autor).

O que Osias queria dizer com a expresso "depois de dois diasT Seria bom usar a passagem paralela de 2 Pedro 3:8 onde diz: "... para o Senhor, um dia como mil anos..." Osias, portanto, est falando que, depois de dois mil anos (o tempo de existncia atual da Igreja), Ele nos revigorar. Primeiramente ele julga e purifica, depois cura e reaviva.

O terceiro dia (ou mil anos) o reino milenar de Cristo, quando Ele reinar por mil anos sobre a Terra, e ns reinaremos com Ele. Vivemos no exato momento do cumprimento dessa profecia. Continuemos: "Conheamos e prossigamos em conhecer ao Senhor" (Os 6:3).

Prosseguir com qual fim? Sucesso, ministrio, casamento feliz, bnos de Deus, cura e prosperidade? Deus nos perdoe! Prossigamos cm conhecer ao Senhor! Saul buscava um reino; Davi a Deus. Quando voc buscar ao Senhor, no por aquilo que Ele faz ou poder fazer, mas por aquilo que Ele , voc descobrir os segredos escondidos nele. Nesse lugar secreto, os dons so dados gratuitamente, e nunca tomados de volta. Saul perdeu o reino, exatamente porque se esforava demais para mant-lo. No entanto, o reino foi dado a Davi, e mesmo destronado por Absalo, o reino voltou para Davi, porque lhe havia sido entregue por Deus!

Lembre-se de uma coisa: antes do arrebatamento da Igreja, o Senhor levar sua Igreja ajuzo, com o nico objetivo de purific-la e avivar o seu povo.

"Conheamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda certa; e ele descer sobre ns como a chuva, como chuva serdia que rega a terra " (Os 6:3 -grifo do autor).

O Senhor afirma que sua vinda acontecer, queiramos ou no. to certa que comparada ao sol que nasce, todas as manhs, sempre na mesma horal Assim, seu juzo iminente vir para refinar e reavivar. Como a alva, que vem a cada manh, Ele vir! Ele vir, esteja a Igreja preparada ou no. Vir repentinamente como a chuva e como a chuva serdia. A chuva primeira veio nos dias de Joo Batista, pois "todos os Profetas e a Lei profetizaram at Joo" (Mt 11:13 - grifo do autor). Joo Batista alertou sobre o iminente juzo, renovando e avivando. Os que no deram ouvidos ao alerta de Joo, ou continuaram a zombar do povo de Deus, foram julgados. Jesus veio ao seu templo e os expulsou, virando as mesas e derrubando no cho o dinheiro dos cambistas (um smbolo de seu sistema ou estrutura religiosa). Ao confrontar essa organizao religiosa inoperante, Jesus estava pavimentando o caminho de uma nova forma de adorao. Jesus ministrou s necessidades das pessoas, opondo-se ferozmente aos fariseus hipcritas e religio que praticavam. Estamos novamente no limiar de outra separao, quando o Filho de Deus expor a hipocrisia de nossos coraes e implantar em ns sua compaixo pelo povo.

"Sede, pois, irmos, pacientes, at vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com pacincia o precioso fruto da terra, at receber as primeiras e as ltimas chuvas " (Tg 5:7 - grifo do autor).

Estamos perto de receber as ltimas chuvas. Uma vez mais, os profetas de Deus so levantados, alertando o povo do juzo iminente que vir. Depois de purificada e purgada, a Igreja entrar num perodo de grande derramamento do Esprito Santo. Esse derramamento do Esprito ser to grande que os acontecimentos ocorridos e registrados nos Atos dos Apstolos sero pequenos, comparados ao que vir. Deus disse: ' Alegrai-vos, pois, filhos de Sio, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque ele vos dar em justa medida a chuva; far descer, como outrora, a chuva tmpora e a serdia (no primeiro ms)" (Jl 2:23 - grifo do autor).

Deus est dizendo que a primeira chuva ser pouca em relao ltima! Puxa! Em outras palavras, o que vemos no livro de Atos pequeno, quando comparado com o avivamento que estamos prximos a experimentar. Deus sempre reserva o melhor vinho para o fim!

Eclesiastes 7:8 diz: "Melhor o fim das coisas do que o seu princpio..." Atravs do profeta Ageu, o Senhor disse: "A glria desta ltima casa ser maior do que a da primeira... e, neste lugar, darei a paz..." (Ag 2:9 - grifo do autor). Ele se referia ao templo erguido logo aps o cativeiro, mas a profecia tem de ser entendida plenamente. A glria do Senhor na ltima Igreja ser maior do que a que havia na primeira Igreja.

No concordo com aqueles que afirmam que vivemos em pleno avivamento. Creio que vivemos uma confuso. Somos como o vale de ossos secos da viso de Ezequiel. Contudo, h uma esperana, pois Deus pergunta ao profeta: "Filho do homem, acaso, podero reviver estes ossos? Respondi: Senhor Deus, tu o sabes" (Ez 37:3). A resposta foi, sim\ E Deus disse a Ezequiel: "Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor... eis que farei entrar o esprito em vs, e vivereis... Profetizei como ele me ordenara, e o esprito entrou neles, e viveram e se puseram em p, um exrcito sobremodo numeroso" (Ez 37:4, 5, 10 - grifo do autor).

Deus est se preparando para derramar de sua vida e soprar sobre o corpo inerte da Igreja. Sim! Esta Igreja se levantar uma vez mais; seus membros firmar-se-o sobre seus ps qual exrcito vitorioso e glorioso. A Igreja ser tal qual exrcito, quais pessoas que disciplinam as inclinaes da carne, vivendo apenas no poder de Deus!

Somos como aquele vale de ossos secos aguardando a palavra proftica que nos revivificar. Ningum precisar nos dizer que chegamos ao avivamento; ser to evidente, que as pessoas diro: "O que ocorre o que foi dito por intermdio do profeta Joel" (At 2:16).

O Senhor vir ao seu templo. Primeiramente, julgando e purificando e, depois, nos recebendo num abrir e fechar de olhos. Quando entendermos que Deus levar sua Igreja ao deserto para julg-la e purific-la, estaremos atentos ao seu jeito de trabalhar e em como Ele far tudo isso.

CAPTULO 8

O FOGO PURIFICADOR

Deus est levantando uma nova gerao que manifestar sua glria, no a glria dos homens.

"Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparar o caminho diante de mim; de repente, vir ao seu templo o Senhor, a quem vs buscais, o Anjo da Aliana, a quem vs desejais; eis que ele vem, diz o Senhor dos Exrcitos. Mas quem poder suportar o dia da sua vinda? E quem poder subsistir quando ele aparecer? Porque ele como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros. Assentar-se- como derretedor e purificador de prata; purificar os filhos de Levi e os refinar como ouro e como prata; eles traro ao Senhor justas ofertas" (Ml 3:1-3).

Deus est levantando uma nova gerao que manifestar sua glria, no a glria dos homens; um povo que espelhe o carter de Deus, formado sua imagem:

"Ora, numa grande casa no h somente utenslios de ouro e de prata; h tambm de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porm, para desonra. Assim, pois, se algum a si mesmo se purificar destes erros, ser utenslio para honra, santificado e til ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra" (2 Tm 2:20,21 - grifo do autor).

Observe que existem dois tipos de vasos: o vaso para honra e o da desonra. A palavra grega para desonra atimia, significando desonra, repreenso, vergonha, vil. Para a palavra honra temos time, definida como preciosa. Deus diz: "Se apartares o precioso do vil, sers a minha boca" (Jr 15:19- grifo do autor). Como se separa o precioso do vil? Pelo processo do refinamento ou purificao (ver 2 Timteo 2:21). A definio de purificar no texto de Paulo a Timteo limpar completamente, eliminando as impurezas.

"Assentar-se- como derretedor e purificador de prata; purificar os filhos de Levi e os refinar como ouro e como prata; eles traro ao Senhor justas ofertas" (Ml 3:3 - grifo do autor).

Os "filhos de Levi" referidos no Antigo Testamento so sombra do "sacerdcio real" mencionado por Pedro (1 Pedro 2:9), que a Igreja. Sendo que Deus compara a purificao do sacerdcio a um processo de purificao do ouro e da prata, seria importante conhecermos as caractersticas desses metais, e o processo pelo qual so purificados. Falaremos apenas do ouro, j que o processo de purificao do ouro e da prata so praticamente iguais.

O ouro tem aquela cor amarelada, de metal brilhante e encontrado na natureza sempre em pequenas quantidades, mas nunca totalmente puro. Depois de purificado, o ouro se torna mais macio, flexvel, livre dos elementos corrosivos e de outras substncias impuras. Misturado em seu estado natural com outros metais, tais como bronze, ferro e nquel, ele duro, inflexvel e corrosivo. Essa mistura chamada de liga. Quanto maior a percentagem de bronze, ferro e nquel, maior a inflexibilidade do ouro; o contrrio tambm verdadeiro: quanto menor a liga, maior a flexibilidade e a maciez do metal.

Temos aqui um paralelo espiritual: o corao sincero diante de Deus como ouro puro. O corao puro manso