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PLANO DIRETOR MUNICIPAL PARTICIPATIVO DE MARATAÍZES
_____________________________________________________________________ Av. Fernando Ferrari, nº 514 - Campus Universitário de Goiabeiras - Vitória - ES, CEP 29060-973
Tel.: 27 3335-7900 - www.fcaa.com.br
RELATÓRIO DE ENTREGA DE PRODUTOS (Relatório Conjunto dos Produtos Previstos no Termo de Referência)
Produto nº. 01 da Etapa II – 3. Diagnóstico Técnico – Aspectos Regionais e Econômicos Produto nº. 01 da Etapa II – 4. Diagnóstico Técnico – Mobilidade e Acessibilidade Programa APOIO À IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE E À ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL Identificação do Proponente PREFEITURA MUNICIPAL DE MARATAÍZES/ES
Endereço: AVENIDA RUBENS RANGEL Nº 1604/ES
Consultoria Contratada FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA
Dezembro de 2006
PLANO DIRETOR MUNICIPAL PARTICIPATIVO DE MARATAÍZES
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PREFEITURA MUNICIPAL DE MARATAÍZES
Prefeito Municipal
ANTONIO BITENCOURT
Vice-Prefeito Municipal JANILSON NUNES MACHADO
Equipe Coordenadora do Processo de Elaboração do Plano Diretor Municipal de Marataízes-ES Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável Fabiano Elias Vieira Secretária Executiva Karoline Costa Machado Equipe de Secretários Municipais de Marataízes - ES Secretário de Administração João Batista Filho Secretário de Finanças José Ildo Goulart Secretário de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente Luciano Teixeira Sansão Secretário de Ação Social Gildo Da Silva Gomes Secretária de Educação Marcia Leonardo Ribeiro De Carvalho Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável Fabiano Elias Vieira Secretário de Obras e Serviços Urbanos Rodrigo Lugão Secretário de Saúde Dr. Paulo rezende Secretário de Turismo Esporte e Lazer Roberto Ferreira Malta Procurador Geral Dr° Marco César Nunes De Mendonça
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COMISSÃO EXECUTIVA PODER PÚBLICO Secretaria Municipal De Saúde Rosemarie Pereira Ramos Paulo César de Azevedo Rezende Secretaria De Ação Social Maria da Glória de Souza Gildo da Silva Gomes
Secretaria Municipal De Agricultura Luciano Sansão Teixeira Luiz Cláudio Sibeira Murta
Secretaria Municipal De Educação Elizabeth da Rocha Barbosa Patrícia Costa Rocha
Chefia De Gabinete E Comunicação Lenilce Pontini Miranda Luzineti Maria Rosseto Mendonça
Secretaria Municipal De Obras E Serviços Urbanos
Secretaria Municipal De Planejamento E Desenvolvimento Sustentável Fabiano Elias Vieira Marcos Roberto Ramos Ferreira
Secretaria Municipal De Turismo, Cultura, Esporte E Lazer Roberto Ferreira Malta Robson Seyr
Procuradoria Municipal Zélia Monteiro B. Oliveira Fernanda Pinteiro da Silva
Secretaria De Finanças José Mesquita Gleice Martins dos Santos
Antonio Chesman Martins Carvalho Lenilson de Souza pinheiro
SOCIEDADE CIVIL Colônia De Pescadores Z8 Sérgio Cláudio Marangoni Rody Valdinei Silva
Paróquia Santíssima Trindade Deuzi Souza Vieira Marlúcia de Souza Brandão
Câmara Municipal De Marataízes Daiana Araújo de Carvalho Ieda silva Mendes Fernandes
Associação Comercial, Industrial E De Serviços De Marataízes Abel Alaor Ferreira de Souza Rubens Bellinelli
Associação De Desenvolvimento Da Comunidade De Jaboti José Ribeiro de Souza Jacques Mathias
Associação De Pais E Amigos Dos Excepcionais De Marataízes – Apae Dilcéa Marvila de Oliveira Rita de Cássia Cardoso Castro Associação De Moradores Da Cidade Nova – Asmocin Rubens Rodrigues Vargas Francisco Benício Leite Associação Cristã Beneficente – Acb Lygia Maria Daibert Furtado Adelmo Silva Furtado Sindicato Dos Trabalhadores Rurais De Marataízes Rogério Domingos da Fonseca Silvani Ferreira Nunes da Fonseca Associação De Hotéis E Pousadas De Marataízes Sandra Vaz Braga Ana Maria Meleipe
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FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA
Diretor Executivo SEBASTIÃO PIMENTEL FRANCO
Gerente Geral
MÁRCIO HENRIQUE PEDRADA MERLO
Gerente Operacional LUCIANO FORRECHI
COORDENAÇÃO Coordenador Geral Gilton Luis Ferreira Coordenadora Técnica Eneida Maria Souza Mendonça Coordenador Técnico Adjunto Giovanilton André Carretta Ferreira EQUIPE TÉCNICA Arquitetos Alexandre Ricardo Nicolau Letícia Dalvi de Albuquerque Gabriela Leandro Pereira Consultores Aminthas Loureiro Júnior – Aspectos Regionais e Economia Bruna marina Zamprogno Madeira – Aspectos Jurídicos e Redação Legislativa André Luiz Nascentes Coelho – Patrimônio Ambiental Patricia Stelzer da Cruz – Mobilidade Urbana Luciene Pessotti – Patrimônio Arquitetônico Estagiários Ingrid Herzog Holz Grasiele Luisa Ribeiro Gewehr Diogo Medici Poloni Equipe de Apoio Ana Rosa Varanda Marcos Balestrassi Marcos Aurélio Pimentel Franco de Lima Oldemar José Gustavo Relatores dos Seminários Regionais Ana Rosa Varanda Bruna Marina Zamprgno Madeira Alexandre Ricardo Nicolau
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Produto nº. 01 da Etapa II – 3. Diagnóstico Técnico – Aspectos Regionais e Econômicos
PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE MARATAÍZES
ECONOMIA
DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DO SETOR PRODUTIVO: CARACTERÍSTICAS, TENDÊNCIAS E POTENCIAIS
AUTOR
Economista AMINTHAS LOUREIRO JR
Setembro/2006
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PDM MARATAÍZES - ECONOMIA INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo principal subsidiar a elaboração da revisão
do Plano Diretor Municipal de Marataízes, no que tange à economia em sua
relação com o espaço urbano e rural. Está estruturado em: formação econômica,
caracterização da economia local (considerando a economia regional), tendências,
perspectivas. Foram utilizados dados e informações de fontes secundárias e
primárias.
As fontes primárias foram compostas pelas Leituras Comunitárias, Reuniões
Informativas e Visitas Técnicas de Campo. As fontes secundárias foram, entre
outras: INCAPER, IPES, IBGE, ES 2025.
As Leituras Comunitárias foram realizadas dividindo-se os participantes em três
núcleos: Barra do Itapemirim, Marataízes e Zona Rural. As Reuniões Informativas
foram realizadas com Secretários Municipais e Técnicos da Prefeitura, Prefeito
Municipal, Empresários, Presidentes de Associações. As Visitas Técnicas de
Campo permitiram a coleta de informações junto ao setor produtivo local,
registrando um pouco de sua história, suas perspectivas e algumas projeções para
seus empreendimentos e para a economia local.
Deve ser observado que Marataízes teve emancipação recente, desmembrando-
se de Itapemirim em 1992 e instalando-se em 1997. Sendo assim, as informações
e dados utilizados neste trabalho não permitem a construção de séries históricas
mais longas. Portanto, a análise, na maioria das situações, utilizará dados mais
recentes.
Na abordagem histórica, a história de Itapemirim teve grande influência na
apresentação da história de Marataízes. Também as determinações da
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dinamicidade econômica, bem como as potencialidades e problemas do Município,
apresentam forte vinculação com a economia de Itapemirim. Portanto, muitas
observações têm que ser consideradas à luz desta relação. Vale ressaltar que
esta relação não se trata de situação específica de Marataízes, mas característica
predominante nestes casos.
ECONOMIA LOCAL: CARACTERÍSTICAS, TENDÊNCIAS E POTENCIAIS. CARACTERÍSTICAS
FORMAÇÃO O principal eixo inicial de estabelecimento econômico na região foi composto pelo
binômio hidrovia - ferrovia, utilizado para o transporte do café proveniente de
Minas Gerais e da Região Serrana do Espírito Santo. Desta forma, havia certa
integração entre a ferrovia e a hidrovia, visto que a região funcionava como
entreposto para o comércio de café e outras mercadorias. Também havia,
segundo relato de moradores em Leitura Comunitária realizada no dia 02 de
setembro de 2006, o comércio de escravos registrado na região, em especial na
Barra do Itapemirim.
As possibilidades de deslocamento e a localização junto à foz do Rio foram
definidoras das iniciativas econômicas na região. Portanto, pode-se constatar que
o Município estruturou-se a partir de uma economia predominantemente rural.
Contudo, a geografia local e a proximidade com as vias de deslocamento
permitiram uma conformação dividida entre a orla e o interior (espaço rural). O
turismo, a pesca e a agricultura apresentam-se com grande importância para a
economia local.
Esta característica, trouxe à tona a vocação de “cidade turística” para Marataízes.
Tal movimento tem forte influência na demanda pela instalação de serviços como:
pousadas, hotéis, lanchonetes, bares, lojas de souvenirs, material de construção,
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e outros atividades comerciais e de prestação de serviços ligados ao turismo de
litoral.
Este quadro, juntamente com a disponibilidade de áreas urbanas e rurais, bem
como o acesso rodoviário, permite apontar uma vocação de Marataízes para o
desenvolvimento econômico no médio prazo.
CARACTERIZAÇÃO
O município apresenta forte atividade agrícola concentrada na produção, mas sem
presença significativa de beneficiamento dos produtos que represente agregação
de valor. Poucas iniciativas são detectadas no Município, cabendo destacar: Q-
POLPA e SIRIANE. Contudo, é grande a potencialidade de beneficiamento da
produção local, em função de fatores como: proximidade relativa com a Capital;
conformação geográfica do espaço rural (predominância de terrenos planos);
proximidade com a Rodovia do Sol.
Também o turismo destaca-se como atividade nuclear do Município, envolvendo a
prestação de serviços e toda a cadeia da atividade, com restrição em alguns de
seus componentes, como transporte aéreo, visto que o Município não conta com
tal atividade. Porém, a Cidade conta com estabelecimentos de alojamento e
alimentação que podem atender a demanda dos turistas, que concentra-se no
verão.
A terceira atividade de fundamental importância para Marataízes é a pesca. Trata-
se de atividade exercida de forma artesanal que, tal como a agricultura, apresenta
baixo grau de beneficiamento da produção, sendo o pescado vendido, em sua
maioria, para intermediários.
A análise do número de estabelecimentos produtivos denota maior participação da
atividade comercial na estrutura produtiva de Marataízes. Deve ser destacado o
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potencial de empregabilidade que as atividades “Comércio; reparação de veículos
automotores, objetos pessoais e domésticos” e “Alojamento e alimentação”
apresentam. Observa-se elevado grau de informalidade, comparando-se o
“pessoal ocupado total” com o “pessoal assalariado”.
Tabela 01: Empresas, pessoal e salários - 2003
Atividade Unidades
locais
Pessoal
ocupado
total
Pessoal
ocupado
assalariado
Salários
(R$mil)
Agricultura, pecuária,
silvicultura e exploração
florestal
3 5 2 10
Pesca 2 nd nd nd
Indústrias de
transformação
48 137 75 276
Construção 27 51 2 15
Comércio; reparação de
veículos automotores,
objetos pessoais e
domésticos
534 1.425 777 2.688
Alojamento e
alimentação
77 248 151 452
Transporte,
armazenagem e
comunicações
20 192 169 1.299
Intermediação financeira 11 20 16 498
Atividades imobiliárias,
aluguéis e serviços
prestados às empresas
56 135 64 316
Educação 17 98 76 464
Saúde e serviços
sociais
14 33 9 29
Outros serviços
coletivos, sociais e
pessoais
76 83 28 99
Fonte: IBGE
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Se for tomado o Produto Interno Bruto do Município, a situação nos anos recentes
(2001-2002), está exposta abaixo.
Tabela 02 : PIB Municipal agregado por setor produtivo 2001-2002 (em R$ mil)
COM. E SERV. Setor /
ano
AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA, CONSTR.,SIUP* ADM.
PÚBLICA DEMAIS ATIV
TOTAL
2001 4.081 14.810 - 76.425 95.316
2002 4.919 13.860 - 82.613 101.392
Fonte: IPES
* SIUP: Serviços Industriais de Utilidade Pública (Eletricidade, Gás e Água).
Nos anos considerados, constata-se a preponderância de Comércio e Serviços na
composição do Produto Interno Bruto de Marataízes. É crescente a participação
das atividades vinculadas ao setor terciário, incluindo-se o Comércio e os Serviços
ligados ao turismo. Por outro lado, a participação da Agricultura vem mantendo
pouca expressividade no período. Contudo, observa-se que somente dois
empreendimentos revestem-se de importância em Marataízes, em função da
complementaridade com as atividades agrícolas do Município. São eles um
fabricante de polpa de frutas e um fabricante de farinha de mandioca.
Analisando-se o valor adicionado, destaca-se o setor “Serviço”. Desta forma,
mostra-se a preponderância atual das atividades vinculadas ao comércio e à
prestação de serviços. Embora Marataízes não apresente grandes empresas
industriais, sendo que a participação da indústria é justificada pela composição da
categoria que agrega desde pequenas oficinas, fábricas de gelo até grandes
empreendimentos. Não representa, assim, uma dinâmica industrial presente no
Município.
Tabela 03: Dados de produção
Produto Interno Bruto 2000-2001Valor adicionado na agropecuária - 2001 4 081 MilValor adicionado na Industria - 2001 14 810 Mil
V l di i d S i 2001 76 425Mil
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Impostos - 2001 1 314 Mil
PIB a Preço de mercado corrente - 2001 94 661 Mil
Valor adicionado na agropecuária - 2002 4 919 Mil
Valor adicionado na Industria - 2002 13 860 Mil
Valor adicionado no Serviço - 2002 82 613 Mil
Impostos - 2002 1 208 Mil
PIB a Preço de mercado corrente - 2002 99 645 Mil
Fonte: IBGE
Com relação à “população ocupada” por atividade econômica, Marataízes
apresentou o seguinte quadro na comparação em 2000. Pode-se observar a
preponderância de geração de emprego pelas atividades vinculadas à
agropecuária (incluindo a pesca), a prestação de serviços e ao comércio, com
destaque para a primeira. É relevante, também, a pequena participação da
atividade industrial, incluindo indústria de transformação e construção civil.
Tabela 04: Composição setorial da população ocupada: 2000
Atividades Compatibilizadas %
Atividades agropecuárias, de extração vegetal e pesca 27,3
Indústria de Transformação 5,9
Indústria de Construção Civil 8,4
Outras atividades industriais (extração mineral e serviços industriais de
utilidade pública)
0,7
Comércio de mercadorias 19,6
Prestação de serviços (alojamento e alimentação, reparação e
conservação, pessoais, domiciliares e diversões)
16,0
Transporte e Comunicação 3,1
Outras atividades (instituições de crédito, seguros e capitalização,
comércio e administração de imóveis e valores mobiliários,
organizações internacionais e representações estrangeiras, atividades
não compreendidas nos demais ramos e atividades mal definidas ou
não declaradas)
1,6
Administração Pública (Administração Pública, Defesa Nacional e
Segurança Pública)
6,1
Social (comunitárias, médicas, odontológicas, ensino) 7,2
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Serviços auxiliares da atividade econômica (técnicos-profissionais e
auxiliares das atividades econômicas).
4,1
Total 100,0
Fonte: IPES. Fontes dos dados: IBGE. Microdados do Censo 1991/2000
A análise agregada permite comparar a distribuição setorial da população
ocupada, com registro da preponderância de comércio e serviços que, somados,
atingem 57,3%, em 2000.Atividades Agrupadas %
Tabela 05: Distribuição setorial da população ocupada - 2000
Atividades agropecuárias 27,4
Atividades industriais 15,0
Comércio e reparação 21,5
Atividades de prestação de serviço 35,8
Atividades mal especificadas 0,3
Total 100,0
Fonte: IBGE
Em termos de localização as atividades urbanas, as vias ao longo dos principais
eixos viários aglutinam Empresas dedicadas à prestação de serviços, comércio e
infra-estrutura turística, transporte coletivo, possibilitando visualizar uma vocação
econômica definida para a atividade terciária na zona urbana. Vale citar empresas
de transporte coletivo como Sudeste, São Geraldo e Costa Azul, além de
empreendimentos ligados ao setor automotivo (oficinas mecânicas, lojas de
pneus, lojas de autopeças e revendas de veículos). Assim, é importante a
concentração da localização dos estabelecimentos ao longo da Avenida Rubens
Rangel (denominada Avenida Lacerda de Aguiar e, em seguida, Avenida
Atlântica).
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Foto 01: Avenida Rubens Rangel
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
As vias laterais, paralelas à Avenida Rubens Rangel, apresentam pouca ou
nenhuma presença de estabelecimentos de porte significativos.
Foto 02: Avenida Capitão Miguel Sad – Barra do Itapemirim
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
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Também na Barra do Itapemirim a concentração ocorre em via central, no caso a
Avenida Christiano Dias Lopes Filho, que abriga atividades de maior importância
para o comércio local e regional.
Foto 03: Barra do Itapemirim - Avenida Christiano Dias Lopes Filho
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
A atividade “Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e
domésticos” contou com 534 estabelecimentos que empregaram 1.425 pessoas
de “pessoal ocupado total” e 777 pessoas de “pessoal assalariado”, em 2003,
segundo o IBGE.
Percentualmente, em 2000, o “Comércio” e a “Prestação de Serviços (alojamento
e alimentação, reparação e conservação, pessoais, domiciliares e diversões)”
somados, foram responsáveis por 25,6% da população ocupada (IBGE, 2000). Tal
percentual será elevado para 57,3% se forem consideradas outras categorias
pertinentes ao setor terciário.
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Em termos de “Valor adicionado” a atividade “Serviço” gerou R$ 76,425 milhões,
em 2001, elevando-se este valor para R$ 82,613 milhões, em 2002, segundo o
IBGE.
Na atividade comercial existente pode ser observada a predominância de
comércio com abrangência local e regional, quando é considerada a capacidade e
a possibilidade de atendimento às demandas da localidade na qual a Empresa
está geo-economicamente instalada. Assim, são encontrados farmácias, lojas de
material de construção, padarias, pequenas mercearias, bares, lanchonetes,
locadoras, oficinas mecânicas de pequeno porte, dentre outros que caracterizam a
vida urbana.
Foto 04: Comércio e serviços - Avenida Rubens Rangel
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
Saliente-se que não são encontrados estabelecimentos de grande porte se
considerados a marca e a projeção. Também outros Bairros apresentam áreas,
geralmente trechos ao longo de suas vias “centrais”, com atividades comerciais
relevantes para o Bairro e, em alguns casos, para a Região, como é o caso de
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Barra do Itapemirim. Algum comércio local e regional é encontrado nas localidades
rurais, como em Brejo dos Patos.
Na prestação de serviços o panorama é muito vinculado à atividade turística e ao
apoio às atividades agropecuárias e pesca. Estão presentes: advocacia,
odontologia, saúde, estética, financeiro, transporte, mecânica e muitos. Deve ser
destacada a concentração dos estabelecimentos ao longo da Avenida Rubens
Rangel e Lacerda de Aguiar, em Marataízes, e Avenida Christiano Dias Lopes
Filho, em Barra do Itapemirim. As localidades apresentam alguns serviços como
barbearias, oficinas mecânicas dentre outros que atendem aos moradores do
entorno imediato. O movimento de atratibilidade natural que o Município apresenta
para tais atividades é função da mobilidade, da existência de vazios urbanos e da
mão-de-obra disponível.
Também, a prestação de serviços ligados às “Atividades imobiliárias, aluguéis e
serviços prestados às empresas” mostram significância com 56 unidades locais
que empregaram 135 pessoas em 2003, segundo o IBGE.
Ao ser incluída a atividade de turismo, Marataízes apresenta, também, grande
leque de oportunidades. Dispõe de área rural, com produção e instalações rurais
que permitem a implementação do agroturismo. A isto somam-se as
manifestações culturais, algumas únicas no Estado, que atraem milhares de
pessoas, como o MOTOFEST, Festa do Abacaxi, Festival do Peroá, Carnaval
dentre outros.
A atividade ligada ao esporte mostra potencial na área de esportes naúticos, pois
Marataízes conta com extensa faixa de praia e com o Rio Itapemirim, além de
fácil acesso e boa capacidade de hospedagem, podendo abrigar eventos de porte
estadual e até nacional. embora haja dificuldade de estacionamento. O esporte de
aventura pode ser implementado aproveitando-se as formações naturais do
Município, como rios, na área rural e nas falésias.
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O setor secundário, como um todo, mostra-se com pouca representatividade no
Município. Segundo dados do IBGE, em 2003, Marataízes contava com 48
unidades da Indústria de Transformação, empregando 137 pessoas. Ligadas a
esta atividade e ao setor agrícola, não existem significativos empreendimentos de
beneficiamento de frutas, indicando, também, baixo grau de dinamicidade
existente .
Em Brejo dos Patos pode ser encontrada unidade de processamento de resíduo
sólido, que trabalha com separação e compactação de papel, papelão e plástico.
Foto 05: Unidade de compactação de resíduos sólidos – Brejo dos Patos
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
No sub-setor de Alimentares, destacam-se os empreendimentos de
beneficiamento de mandioca, para a produção de farinha, e de abacaxi, para a
produção de polpa. Observa-se pouca complementaridade no setor, seja como
fornecedor ou utilizando os produtos da principal empresa (Q-POLPA) do setor.
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Foto 06: Fábrica de polpas Q-Polpa - Brejo dos Patos
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
A estrutura fundiária em Marataízes é caracterizada por pequenas propriedades,
sendo que 53 % dos imóveis rurais possuem área de até 10ha.
Tabela 06: Estrutura fundiária
Classe de área Nº de imóveis Área total (ha)
0 a 10 456 2.252,20
10 a 50 310 6.979,50
50 a 100 67 4.547,70
100 a 200 29 4.029,30
Acima de 200 6 1.670,10
Total 862 19.478,80
Fonte: INCAPER
Podem ser observadas plantações até nos quintais de pequenas propriedades,
como uma forma de aproveitar todas as áreas disponíveis.
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Foto 07: Plantação de abacaxi em quintais
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
Segundo o INCAPER, existem 862 propriedades e 3.192 produtores rurais em
Marataízes, com produção concentrada em três lavouras temporárias. Verifica-se
a preponderância da lavoura temporária sobre a lavoura permanente, tanto em
termos de produção, como de área plantada e valor de produção.
Tabela 07: Valor da Produção Agrícola em moeda corrente
2000 2003 ATIVIDADE
Mil Reais % Mil Reais % Lavoura Permanente 104 0,9 169 1,0
Lavoura Temporária 11.099 99,0 16.711 99,0
Extração Vegetal 0 0,0 - -
Silvicultura 3 0,0 4 0,0
Total 11.206 100,0 16.884 100,0
Fonte: IPES (dados: IBGE/PAM/PEVS)
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Tabela 04: Resultados da atividade agrícola – 2005 (ano agrícola)
CULTURA QUANTIDADE PRODUZIDA
ÁREA PLANTADA (ha)
NÚMERO DE PRODUTORES
VALOR DA PRODUÇÃO (R$mil)
Abacaxi 28 milhões de
frutos
2,6 mil 800 16.800
Cana-de-açúcar 180 mil toneladas 2,5 mil hectares 220 9.000
Mandioca 9 mil toneladas 500 hectares 110 900
Fonte: INCAPER/Marataízes
O abacaxi é a principal cultura, tendo produzido, em 2005, 28 milhões de frutos
gerando, sua produção, o rendimento de R$ 16,8 milhões para o setor. Contudo,
existe pouco beneficiamento do produto, deixando de agregar valor e aumentar a
renda do setor.
A cana-de-açúcar, primeira grande cultura do Município, aparece nas estatísticas
do INCAPER, em 2005, com 180 mil toneladas, gerando R$ 9 milhões, com 2,5
mil ha de área plantada. A maior parcela da produção é destinada à Usina
Paineiras, localizada no Município de Itapemirim.
Por sua vez, a lavoura temporária, em Marataízes, tem pouca participação e está
concentrada em côco, maracujá, laranja e borracha, como mostra a tabela abaixo.
Tabela 05: Quantidade produzida da lavoura permanente: 2000-2003Pr2000 2003
PRODUTO UNIDADE 2000 2003 Borracha (látex coagulado) Tonelada 59 59
Côco-da-bahia Mil frutos 40 150
Laranja Mil frutos 490 50
Maracujá Mil frutos 45 60
Fonte: IPES (IBGE/PAM)
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A pesca é predominantemente artesanal, sendo os principais pescados: pargo,
peroá, lagosta, camarão, robalo, tainha. Os principais mercados são: Espírito
Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, observando-se, também, a exportação através
de fornecimento para uma empresa localizada em Itapemirim. São cerca de 2.100
pescadores, contabilizando-se muitos que se deslocam de outros Municípios.
Como atividade complementar mais próxima existem 06 estaleiros e cerca de 05
fábricas de gelo.
Na atividade pesqueira, pode ser observada uma defasagem em tecnologia e,
também, organizacional. A frota conta com cerca de 600 embarcações movidas à
vela, remo ou motor, sendo utilizados baleeiras, canoas, botes. Apresenta idade
média de 15 anos, os motorizados e de 05 anos, os de remos e velas. Para a
atracação, existe uma pequena faixa de cais na Barra do Itapemirim. Contudo, são
utilizados os abrigos naturais em Pontal, Barra do Itapemirim, Marataízes e Praia
dos Cações.
As maiores dificuldades descritas são: dificuldades: cais; custo (diesel);
assoreamento da foz do Rio Itapemirim. Contudo, Marataízes pode ser colocada
com alternativa para a criação de Centro de Vocação Tecnológica para pesca, em
função das dimensões da atividade e da proximidade com outros Municípios
pesqueiros.
Embora existam culturas em crescimento, o comportamento do PIB do setor
revela falta de dinâmica da atividade, além da baixa participação na geração de
riqueza do Município. Em casos como este, a mudança de panorama indica a
necessidade de intervenção de atores importantes em um cenário de integração
entre o setor público e o privado.
A predominância de pequenas propriedades traz consigo as dificuldades de
comercialização, por falta de estrutura mínima que se mostra onerosa em função
da escala de produção. Neste caso, um fator de grande positividade é a
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localização de Marataízes, com proximidade com a Grande Vitória e com
mobilidade através da Rodovia do Sol. Outro fator é a possibilidade de
envolvimento do setor público municipal, no caso de utilização da produção local
para a merenda escolar, por exemplo.
A Receita pública de Marataízes, é composta predominantemente por repasses,
principalmente pelas “Transferências de ICMS” e “Transferências de FPM”,
revelando pouca autonomia tributária. Tal quadro é agravado pela baixa relação
receita tributária per capita do Município.
Marataízes não conta com Instituições de Ensino Superior (IES) que possam
contribuir para a maior qualificação dos profissionais da região. A isto soma-se a
falta de previsão de instalação de uma IES para os próximos anos, no Município.
A alternativa pode ser a de implementar um Centro de Vocação Tecnológica
(CVT), na área de pesca, ampliando as possibilidade de desenvolver a atividade,
com a melhoria da formação de mão-de-obra.
CONSIDERAÇÕES
As informações levantadas permitem algumas considerações que podem ser
representativas para os setores.
Agricultura: pouca diversificação, concentrada em três lavouras temporárias
realizadas em pequenas propriedades.
Indústria: predominância de pequenos investimentos sem direcionamento, não
aproveitando as vantagens comparativas de Marataízes, na área de alimentares.
Comércio: predominância do comércio local e regional (interno), com forte
participação de investidores de outras localidades e Estados.
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Serviços: podem sofrer expansão e diversificação, mas com forte vinculação com
as atividades centrais (turismo e agricultura). Deve buscar a diversificação e a
maior complementaridade com os demais setores, possibilitando maior
sustentabilidade.
TENDÊNCIAS & POTENCIAIS
Algumas tendências pesadas podem ser constatadas em Marataízes. Para a
definição das tendências pesadas são consideradas as forças estruturais contidas
no momento atual (dificuldade em romper/modificar a situação verificada em
2006), bem como os conceitos de “vocação econômica definida” e “vocação
econômica induzida”, que consideram as atividades, em função de seus atributos,
derivados das características naturais e construídas. Deste modo, as tendências
pesadas dos investimentos são:
• destinação do espaço geo-econômico para comércio e serviços vinculados ao
turismo e ao apoio à atividade agropecuária;
• integração com Municípios do entorno e os integrantes da Rota dos Vales e do
Café (Cachoeiro de Itapemirim, Muqui, Marataízes, Vargem Alta e Mimoso do Sul )
e da Região da Costa e da Imigração (Alfredo Chaves, Anchieta, Iconha,
Itapemirim, Marataízes, Piúma, Presidente Kennedy e Rio Novo do Sul);
• possibilidade de impacto dos investimentos em petróleo e gás;
• fortalecimento da presença da fruticultura e da pesca na composição do
Produto e do emprego.
Há um potencial de rebatimento dos investimentos em petróleo e gás que podem
ocorrer em Marataízes, através da instalação de condomínios de luxo. Esta
possibilidade poderá amenizar a sazonalidade da ocupação dos empreendimentos
de alimentação e lazer, que apresentam grande ociosidade no período de baixa
temporada.
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Assim, podem ser apontadas as macro-diretrizes/eixos econômicos para
Marataízes, em função da estrutura produtiva existente e da infra-estrutura já
implantada e a ser executada nos próximos anos:
• turismo (ecoturismo, rural, cultural, aventura, esportes náuticos, ...);
• agricultura familiar;
• geração de empregos (enfatizando, também, os de alta qualificação);
• pequenos negócios;
• eventos e esporte;
• condomínios de luxo;
• fruticultura.
Não basta identificar os potenciais econômicos. Devem ser verificadas as
demandas quando da efetivação das potenciais iniciativas a serem incrementadas,
verificando-se suas externalidades positivas e negativas. Para a efetiva
consecução das macro-diretrizes apontadas acima são necessários caminhos estratégicos a serem implementados pelo conjunto da sociedade (Poder público,
Empresariado, Sociedade organizada e demais atores):
• integração com a economia regional;
• construção/recuperação da identidade econômica local;
• captação de recursos e investimentos públicos ou privados, nacionais e
estrangeiros;
• elaboração e implementação de marketing público;
• incentivo ao empreendedorismo, fortalecendo os pequenos negócios, e
preparação gerencial do empresariado;
• aumento da capacidade de investimento do setor público (incremento da
arrecadação tributária e eficientização da administração pública);
• formação e qualificação de mão-de-obra;
• articulação regional para a mediação e resolução dos problemas de natureza
supra municipal e ações de cooperação para o desenvolvimento econômico;
• articulação entre as políticas econômica, ambiental, urbana e social;
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• orientação das ações econômicas municipais a partir de um planejamento
articulado e sistêmico;
• ampliação de parcerias e convênios de interesse da Cidade e viabilização de
financiamentos e programas de assistência técnica nacional e internacional;
• estímulo e apoio ao acesso e ao desenvolvimento do conhecimento científico e
tecnológico, pelos micros e pequenos empreendimentos, cooperativas e empresas
autogestionárias;
• compatibilização do crescimento econômico com justiça social,
desenvolvimento social, cultural e equilíbrio ambiental;
• investimento em infra-estrutura urbana de forma a potencializar o
aproveitamento do espaço e evitar as deseconomias de aglomeração no
Município;
• investimento em infra-estrutura para o desenvolvimento econômico,
principalmente nos setores: viário; sinalização turística; melhorias e urbanização
da orla.
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INSERÇÃO DO MUNICÍPIO NO CONTEXTO DA ECONOMIA REGIONAL: IDENTIFICAÇÃO DE POTENCIAIS IMPACTOS QUANTO AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO A SER PROPOSTO.
As atividades econômicas características do Município exigem atenção para a
ocupação do espaço. Assim, é urgente que sejam discutidos e definidos os eixos
estratégicos do desenvolvimento econômico de Marataízes, considerando-se, não
somente os aspectos ligados ao crescimento econômico, mas, também e
principalmente, os rebatimentos e as interferências no uso e ocupação do solo no
futuro.
As possibilidades de cooperação com os Municípios vizinhos mostram-se
grandemente presentes, não somente em termos da Rota dos Vales e do Café,
quanto da Região da Costa e da Imigração. Este movimento de inserção deve ser
realizado em conjunto com as forças produtivas, não devendo parecer uma tarefa
de um único ator. O incremento desta inserção ocorrerá considerando as macro-
diretrizes apontadas anteriormente.
Como estratégias para o turismo podem ser implementadas: disseminação da
cultura capixaba na educação; preservação das manifestações culturais
tradicionais; criação de rede de espaços culturais; desenvolvimento do esporte;
inserção da cultura em transformação; valorização e divulgação da imagem local.
É importante a integração da atividade turística com a atividade cultural através da
constituição de museus (ferroviário, Palácio das Águias, Trapiche) e da visitação
ao patrimônio arquitetônico do Município. Deve ser buscada a utilização, quando
possível, dos imóveis históricos para atividades comerciais e culturais que
possibilitem o incremento da renda local, em especial, com artesanato, culinária,
beneficiamento da fruticultura local e demais atividades compatíveis com a
preservação proposta. Exemplo: antiga Oficina da Estrada Leopoldina; Mercado
de peixes; galpão ao lado do Mercado de peixes (fotos abaixo).
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Foto 08: Mercado de peixes – Barra do Itapemirim
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
Foto 09: Galpão ao lado do Mercado de peixes – Barra do Itapemirim
Foto: Aminthas Loureiro Jr. - 2006
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Contudo, há que ser observada a relação com a ocupação e o uso do solo, pois,
considerando-se as possibilidades econômicas, os investimentos a serem atraídos
(turismo, agronegócio, pesca) exigem a ocupação ordenada das áreas
disponíveis, bem como a preservação dos recursos ambientais e do patrimônio
arquitetônico e paisagístico. Assim, quando houver a necessidade de ocupação
dos vazios urbanos existentes em Marataízes, deverá ocorrer de acordo com
legislação que garanta a sustentabilidade das atividades instaladas e a instalar.
No caso de Marataízes, o movimento de polarização deve servir para aproveitar
as economias de escala resultantes da presença ou da possibilidade de atração
de empreendimentos econômicos que apresentem similaridades. Podem ser
diercionados os empreendimentos para os vazios urbanos existentes, utilizando-
se os espaços urbanos para micro-empresas de atividades compatíveis com a
localização. A polarização, ou qualquer tipo de aglomeração produtiva, que possa
ser proposta para Marataízes, deve estar centrada nas quatro grandes atividades centrais:
• turismo;
• pesca;
• condomínios de luxo; e
• fruticultura.
Com isto serão aproveitadas as potencialidades naturais e construídas do
Município. Contudo, estas atividades, enquanto (mas, não somente) polarizadoras,
devem ser planejadas de forma a não gerar passivos ambientais, sociais ou
mesmo econômicos.
Os principais impactos que podem ocorrer com a intensificação destas atividades
podem ser: intensificação no uso do sistema viário, em especial por veículos de
transporte coletivo e utilitários; possibilidade de valorização da terra com
dificuldades para o uso habitacional; ocupação inadequada da orla; aumento na
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demanda por equipamentos sociais e urbanos; conflito de uso; adensamento
desordenado.
As Regiões mais afetadas podem ser: Marataízes e Barra do Itapemirim. Contudo,
a região do entorno da Lagoa do Siri, deve merecer atenção para continuar
exercendo atratibilidade para o turismo, sua importante ocupação econômica.
Também, a Zona Rural deve receber atenção pela possibilidade de instalação de
empreendimentos para beneficiar a produção da fruticultura local.
CONSIDERAÇÕES A inserção econômica de Marataízes ocorrerá fundamentalmente através de
empreendimentos na área de turismo e pesca.
O turismo poderá exigir a ocupação de vazios urbanos próximos à orla para a
instalação de hotéis e pousadas e as áreas um pouco mais recuadas (ao longo da
Avenida Rubens Rangel) para a instalação de infra-estrutura de apoio à atividade
turística. Portanto, quando considerada a inserção na economia regional, através
do turismo, a Região de Marataízes deverá ser a mais impactada, próximo às
praias, seguindo ao longo de toda a costa do Município de Marataízes.
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ATIVIDADES ECONÔMICAS EXISTENTES E PREVISTAS NO QUE DIZ RESPEITO AOS RESPECTIVOS IMPACTOS QUANTO AO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.
Para evitar a concorrência ou o agravamento dos passivos infra-estruturais,
sociais e ambientais e econômicos tais atividades precisam ser planejadas de
forma sistêmica e integrada com os atores das diferentes áreas envolvidas. Assim,
os Empreendimentos a serem implementados não podem perder de vista a busca
da sustentabilidade, o que, vale dizer, devem apresentar abordagens econômicas,
sociais e ambientais.
Do ponto de vista econômico, devem trazer sustentabilidade interna, garantindo a
produtividade e a lucratividade. As empresas devem efetuar seu planejamento,
conhecendo o mercado fornecedor e consumidor, evitando a falência nos
primeiros anos de funcionamento, causando desemprego e desarticulação da
cadeia produtiva a montante e a jusante. Ao mesmo tempo devem gerar receita
tributária para permitir ao Poder Público a realização das ações e obras de apoio
ao crescimento e na busca do desenvolvimento do Município. Quanto à tipologia
da atividade deve, preferencialmente, apresentar elevado fator multiplicador
possibilitando uma cadeia produtiva mais extensa. Devem, ainda, otimizar as
políticas públicas, proporcionando economias de escala e capilaridade aos
investimentos em infra-estrutura.
Do ponto de vista social, os empreendimentos devem propiciar a geração de
emprego, seja direto ou indireto. Deste modo, haverá renda para a população num
círculo que possibilitará e incentivará o consumo e o crescimento econômico.
Do ponto de vista ambiental, é fundamental a preservação dos recursos naturais e
a otimização na utilização dos meios de produção. Assim, ao mesmo tempo em
que se utiliza de menos recursos para funcionar, a Empresa deve evitar que os
ativos ambientais sejam degradados ou tenham seu esgotamento antecipado.
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Assim, as atividades previstas devem ser analisadas quanto ao seu impacto sobre
o meio em que se encontram, verificando-se as externalidades negativas que
podem causar.
Desta forma, algumas atividades centrais resultantes das informações dos atores
da economia do Município puderam ser constatadas como fundamentais: turismo,
pesca, condomínios de luxo e fruticultura.
Para a consecução destas atividades centrais é essencial buscar a sintonia entre
o desenvolvimento econômico de Marataízes e a possibilidade de consolidar sua
economia baseando-se nestas atividades. Tais atividades exigem o
desenvolvimento humano, social e cultural, a preservação e proteção ao meio
ambiente e a conformação dos espaços urbano e rural pautados pelo interesse da
coletividade. Tudo isto deve ser articulado para a diminuição das desigualdades
econômicas, sociais e regionais do Município.
Para a utilização dos vazios urbanos existentes em Marataízes visando a
implementação de projetos que contemplem as idéias-força devem ser lembradas
as dificuldades existentes com a infra-estrutura: mobilidade, energia, água,
esgotamento sanitário, comunicação, dentre outras.
A preocupação ambiental é fundamental para as três atividades centrais
propostas. Deve ser incluída a sustentabilidade dos projetos no curto e médio
prazos, pois do contrário, a ampliação das atividades econômicas pode acarretar a
degradação dos recursos naturais, ameaçando sua continuidade.
FRUTICULTURA A atividade encontra-se fragmentada na produção, com pequenas propriedades e
baixa agregação de valor. Portanto, deve ser buscado o aumento do valor
agregado dos produtos de Marataízes. O abacaxi pode e deve sofrer maior
beneficiamento, tornando a cadeia produtiva mais completa, que inclua o
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beneficiamento do fruto, a embalagem, a distribuição e demais componentes.
Pode-se partir da produção do fruto até um produto final beneficiado, agregando
valor e gerando mais renda para a atividade.
A cana-de-açúcar deve buscar maior produtividade e organização, objetivando
conseguir melhores retornos.
Empreendimentos beneficiamento na fruticultura (cana, abacaxi, maracujá,
coco) – olericultura.
Impactos Possíveis estão relacionados aos danos ambientais que as
atividades podem provocar, como: ocupação das áreas ribeirinhas; ocupação de
áreas próximas às nascentes e/ou com matas ciliares; destinação inadequada de
resíduos; alteração dos cursos d’água; poluição dos recursos hídricos – alteração
da mobilidade no escoamento da produção; utilização inadequada de agrotóxicos.
Regiões Área rural.
TURISMO A atividade apresenta possibilidade de incremento, em particular, como já foi
citado, através da articulação com seu “entorno turístico”. Mais opções devem ser
buscadas no futuro próximo, como o turismo de eventos, por exemplo.
Empreendimentos incremento no comércio local para atendimento às
demandas dos turistas - incremento no comércio para atendimento ao aumento
das atividades econômicas vinculadas ao setor - pesque-pague – turismo de
aventura – turismo cultural - turismo de lazer – esportes radicais – turismo náutico.
Impactos possíveis especulação imobiliária – ocupação de áreas
predominantemente residenciais – problemas de trânsito (circulação,
estacionamento, transporte coletivo), em especial nas regiões com áreas mais
densamente ocupadas e residenciais - intensificação da utilização das estradas
vicinais - problemas de destinação de resíduos – depredação de patrimônio
histórico, paisagístico e cultural.
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Regiões Barra do Itapemirim, toda a orla, parte central de Marataízes Sede e
trecho da Lagoa do Siri.
PESCA A pesca oceânica deve aproveitar as condições de crescimento e ampliar sua
atividade. A agregação de valor pode e deve ser buscada através do
beneficiamento do pescado e da estruturação da comercialização. A estrutura
gerencial é frágil, o que limita as possibilidades de crescimento e desenvolvimento
da atividade.
Complementarmente à pesca oceânica, a piscicultura apresenta condições
naturais e funcionais para ser incentivada, podendo gerar renda e emprego, sendo
uma atividade rentável mesmo em pequenas propriedades. Assim poderá ser
gerada economia de escala, aproveitando-se a infra-estrutura existente para a
atividade. Por outro lado, também deverá ser buscada a sustentabilidade
ambiental e econômica, preocupando-se com o retorno e com os passivos
ambientais.
Empreendimentos serviços de manutenção, como oficinas, estaleiros e outros
– formação de mão-de-obra – transporte de pescado – armazéns para
distribuição.
Impactos Possíveis problemas de trânsito (circulação, estacionamento), em
especial nas regiões de Marataízes e Barra do Itapemirim - problemas de
destinação de resíduos, em especial, óleo proveniente das embarcações.
Regiões região da Barra e Pontal (cais e atividades vinculadas); Marataízes
(cais e atividades vinculadas); Praia dos Cações (cais).
CONDOMÍNIOS DE LUXO Empreendimentos construção civil - serviços domésticos – transporte coletivo
– serviços de saúde – serviços de educação – lazer.
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Impactos Possíveis problemas de trânsito (circulação, estacionamento), em
especial nas regiões de Marataízes e Barra do Itapemirim - problemas de
destinação de resíduos, em especial, esgotamento sanitário.
Regiões região da Barra e Marataízes; Nova Marataízes e Cidade Nova.
EMPREENDIMENTOS EM POTENCIAL PARA OCUPAÇÃO DOS VAZIOS TERRITORIAIS
Com o objetivo de consolidar as atividades principais e aproveitar as
potencialidades do Município, devem ser articuladas ações de localização
territorial dos empreendimentos a serem realizados, bem como dos já existentes,
de forma a evitar a desagregação do espaço geo-econômico e a favorecer a
atração de investimentos para Marataízes. Deve ser buscado o aprendizado
conjunto e a busca da melhoria contínua, gerando positividade geo-econômica
pela instalação de empreendimentos em Marataízes. Assim, poderão ser geradas
externalidades que atraiam empreendimentos, aproveitando a existência de vazios
urbanos e demais vantagens comparativas que Marataízes apresenta, com
condições de efetivamente contribuir para o desenvolvimento local em sintonia
com a economia regional.
Simultaneamente, deve ser buscada alternativa para mesclar competição com
cooperação, merecendo atenção especial a relação com os demais Municípios do
entorno, no que tange à pesca, ao turismo e a própria fruticultura. Na definição dos
empreendimentos a serem implementados esta dicotomia deve ser levada em
consideração, pois, assim, como Marataízes quer atrair investimentos, os demais
Municípios do entorno também o querem. Ressaltando a participação de
Marataízes em divisões turísticas de diferentes escopos, o que lhe confere uma
espécie de diversificação com ampliação do espaço geo-econômico desta
atividade.
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Enfim, Marataízes necessita, no curto prazo, definir dois elementos fundamentais
em um processo de especialização: identidade e competitividade. A identidade
deve nortear os caminhos da concentração dos investimentos: tipo, dimensão,
grau de complementaridade e outros componentes. A competitividade definirá as
variáveis a serem implementadas para garantir o sucesso dos empreendimentos:
diferenciação, preço ou padronização dentre outros.
Agregando estes elementos, podem ser indicados como empreendimentos com
potencial para ocupar os vazios territoriais:
• fruticultura produção de frutos; unidades de beneficiamento toda a Área
Rural.
• turismo alojamento; alimentação; lazer; cultura Marataízes, Barra do
Itapemirim; Lagoa do Siri; Lagoa do Caculucagem;
• pesca piscicultura; armazenamento; apoio; unidades de beneficiamento do
pescado Marataízes; Lagoa do Siri; Barra do Itapemirim; Área Rural.
• condomínios de luxo Cidade Nova; Nova Marataízes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Município de Marataízes apresenta grande potencial de desenvolvimento das
atividades principais.
Para alcançar o desenvolvimento econômico, Marataízes precisa: buscar a sua
identidade econômica; estruturar seu espaço; e apresentar maior articulação entre
os Atores.
PLANO DIRETOR MUNICIPAL PARTICIPATIVO DE MARATAÍZES
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Produto nº. 01 da Etapa II – 4. Diagnóstico Técnico – Mobilidade e Acessibilidade
FCAA – Fundação Ceciliano Abel de Almeida
PATRICIA STELZER DA CRUZ
Foto aérea - google earth 2006
MOBILIDADE URBANA EM MARATAÍZES
DIAGNÓSTICO
VITÓRIA
Setembro de 2006
FCAA – Fundação Ceciliano Abel de Almeida
Foto aérea - google earth 2006
MOBILIDADE URBANA NO MUNICIPIO DE MARATAÍZES
Desenvolvido por PATRICIA STELZER DA CRUZ Arquiteta
Vitória Setembro de 2006
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MOBILIDADE URBANA
SUMÁRIO
1. Introdução/metodologia 1
2. Principios de Mobilidade Urbana 3
3. Diretrizes para a Política de Mobilidade e Acessibilidade em Marataizes 4
4. Contexto Regional 5
5. Características gerais de Marataízes 9
6. Estrutura Viária 14
6.1 Rede de ligação viária 14
6.2 Hierarquia viária 14
6.3 Diagnóstico da infra-estrutura 15
6.4 Condições gerais da estrutura viária 17
7. Características da circulação intermunicipal e local 22
7.1 Deslocamentos da população 23
7.2 Circulação de caminhões de carga e descarga 24
7.3 Pólos de Comércio 25
8. Transporte Coletivo 27
9. Outros sistemas de transporte 30
9.1 Automóvel 30
9.2 Bicicleta 30
9.3 Aquaviário 32
9.4 A pé 33
9.5 Táxi 35
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10. Comparação entre modais 36
11. Projetos 37
12. Conclusões e sugestões 41
13. Sugestão para projeto de Lei 43
POLITICA DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE 43
SISTEMA VIÁRIO BÁSICO 44
SISTEMA CICLOVIÁRIO 48
DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO URBANO 50
VIAS RURAIS 50
Anexos
Bibliografia
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1 - Introdução / metodologia Tema corrente em debates sobre planejamento urbano, o estudo da mobilidade
aparece como um importante aliado no desenvolvimento urbano sustentável,
abrindo uma discussão sobre a facilidade de deslocamento de bens e pessoas
na área urbana, englobando, entre outros temas, os meios de transporte nas
cidades e o planejamento do uso e ocupação do solo, aliados deste processo
de melhoria na circulação e no acesso das pessoas à cidade.
Quando analisamos a mobilidade, os indivíduos podem ser: pedestres,
ciclistas, usuários de transporte coletivo e motoristas, pode utilizar-se de meios
de deslocamento por esforço próprio (deslocamentos a pé); por meio de
transporte não motorizado (bicicletas, animais ou carroças) e motorizados
(individuais e coletivos).
A mobilidade vai além das condições de deslocamento e de uso de meios de
transporte, é uma relação do individuo com o espaço, reflete relações culturais
de uma sociedade. Visto que as cidades constituem um cenário onde
diferentes atores e interesses disputam espaço, o sistema viário é palco dessas
disputas, onde pedestres, condutores, ciclistas, usuários de transporte coletivo
e individual disputam por vezes o mesmo espaço.
A política de mobilidade busca proporcionar acesso amplo e democrático ao
espaço urbano, incluindo todos os cidadãos à dinâmica da cidade, priorizando
o coletivo ao individual, visando a sustentabilidade da cidade também nos seus
meios de deslocamentos. O acesso excludente impacta sobre os recursos
naturais e sobre o espaço urbano de forma geral, gerando uma degradação da
cidade.
Para mudar este cenário, busca-se a mobilidade urbana sustentável, que pode
ser definida como o resultado de um conjunto de políticas de transporte e
circulação que visam a priorização dos modos não-motorizados e coletivos de
transporte, de forma efetiva, que não gere segregações espaciais, socialmente
inclusiva e ecologicamente sustentável.
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O traçado atual de muitas cidades são resultados da desarticulação entre os
projetos urbanos, que refletem a má distribuição dos usos, a criação de
corredores e investimentos em infra-estrutura para os grandes deslocamentos.
O deslocamento e a circulação da população poderiam ser otimizados com
melhor planejamento urbano, econômico e social dos bairros e das regiões da
cidade.
Buscando informações para definir as características da mobilidade em
Marataízes foi realizada visita em campo para reconhecimento da dinâmica da
cidade, e foram consultados os seguintes documentos: Lei 305/2000 que
dispõe sobre o Desenvolvimento Urbano e institui o Plano Diretor Urbano;
relatórios de Leituras Comunitárias realizadas no município no mês de
setembro de 2006; dados do Governo do Estado do Espírito Santo, dados do
IBGE como a população e a frota do município; projeto de urbanização das
avenidas Simão Soares, Rubens Rangel, Cristiano Dias Lopes, Francisco
Lacerda de Aguiar, Domingos Martins, rua Santos Neves, rua Oliveira
Sobrinho, trecho da Rodovia Marataízes-Safra; também foram realizadas
entrevistas com moradores e Secretários da Prefeitura de Marataízes.
Como base cartográfica, foi utilizado o mapa do Plano Diretor Urbano,
chamado MUTIRÕES 2005. Nele constam o traçado viário e limites do
município e a delimitação atual do perímetro urbano do município. Também
foram utilizadas fotos aéreas encontradas no site www.googleearth.com.
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2 - Princípios de Mobilidade Urbana O estudo da Mobilidade Urbana analisa as características da circulação e do
transporte urbano, visando identificar os deslocamentos na cidade e o grau de
atendimento das necessidades da população, através da rede destinada ao
“deslocamento” dentro do perímetro urbano.
O aumento da frota de veículos nas grandes cidades e regiões metropolitanas
em todo o mundo e a conseqüente saturação das vias de circulação, causando
retenções dentro das cidades, é uma das origens deste estudo. Percebeu-se o
impacto da mobilidade na qualidade de vida da população e na economia dos
municípios.
Através do entendimento da organização do espaço, o estudo da mobilidade
urbana busca formas para redução das distâncias a percorrer, dos tempos de
viagem, dos custos operacionais, do consumo energético e do impacto
ambiental. Para isso prioriza os deslocamentos não motorizados e o transporte
coletivo em diferentes modalidades, a inserção dos pedestres e das bicicletas
como importantes meios de deslocamento.
Para garantir a mobilidade urbana, todos os meios de locomoção e transporte
devem ser dimensionados, não se restringindo ao transporte coletivo, embora
este seja um importante recurso utilizado nas cidades.
As relações entre os meios de deslocamento e o uso e ocupação do solo
impactam diretamente na morfologia das cidades e na configuração da rede
viária urbana.
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3. Diretrizes para a Politica de Mobilidade e Acessibilidade em Marataízes
• Priorizar, no uso do espaço urbano destinado à circulação, os pedestres,
pessoas com deficiências, portadoras de necessidades especiais, idosos,
crianças, ciclistas e passageiros do transporte coletivo;
• Otimizar o transporte coletivo para que as tarifas sejam compatíveis com
a realidade local;
• Participar do processo de desenvolvimento sustentável do município,
através de investimentos em meios eficazes de mobilidade urbana;
• Estimular o adensamento nos interstícios vazios em áreas infra-
estruturadas, através de melhorias viárias;
• Promover eixos de dinamização urbana, através do reconhecimento de
necessidades locais;
• Nas intervenções que promovam eixos de dinamização, centros e
subcentros e/ou adensamento urbano, proteger o Patrimônio Arquitetônico,
Cultural, Ambiental e Paisagístico de Marataízes;
• Combater a segregação sócio-espacial, através de projetos que
integrem áreas carentes aos serviços e espaços públicos;
• Promover a implantação de projetos viários acompanhados da
sinalização adequada e de mecanismos que garantam a segurança de
pedestres, ciclistas, passageiros e condutores;
• Integração das vias com os municípios vizinhos;
• Projeto multimodal – promover a integração dos meios de transporte
buscando a otimização dos recursos;
• Possibilitar o uso dos espaços públicos por todos os cidadãos, tornando-
o acessível;
• Garantir pleno acesso a escolas, espaços públicos, locais de trabalho e
residências, e a equipamentos e serviços sociais, culturais e de lazer.
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4. Contexto Regional A análise da mobilidade em Marataízes não pode ser dissociada do contexto
em que se encontra, pois o município possui uma relação histórica de formação
e distribuição de funções durante o processo de ocupação e formação de
Itapemirim, da região sul do Estado do Espírito Santo e norte do Rio de
Janeiro, atuando como entreposto no escoamento de produtos agrícolas
através do Rio Itapemirim.
Atualmente, o Espírito Santo passa por um processo de mudanças econômicas
que refletem diretamente no desenvolvimento das cidades e Marataízes,
embora não esteja diretamente incluída neste processo, recebe parte dos
impactos destas transformações, principalmente por ser parte da microregião
metropolitana de expansão sul e da macroregião metropolitana do Estado.
Novos negócios relacionados à exploração do petróleo têm sido implantados
no Estado e embora a RMGV e norte do estado absorvam parte dos
investimentos neste setor, outras cidades passam a constituir áreas
estratégicas no processo. Em Marataízes, atualmente, está sendo construído
trecho da Rodovia do Sol, que atravessa sua área rural e conecta o Rio de
Janeiro à Região Metropolitana da Grande Vitória.
Os investimentos em melhorias portuárias, ferrovias e rodovias, além da
implantação de novos empreendimentos no estado, impulsionam um processo
de reorganização espacial da área urbana e rural das cidades para atender às
novas demandas econômicas que têm desdobramentos na área social, seja
pelo impacto das obras ou pelas demandas geradas pelos novos
empreendimentos. Esta intensificação de investimentos caracteriza uma nova
onda de negócios relacionados à exploração do petróleo e suas atividades, e
na área siderúrgica. Investimentos na região portuária demandam novos
espaços para implantação de áreas de apoio e refletem na alteração dos fluxos
dentro do estado, em áreas urbanas e rurais.
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Vale ressaltar a importância de um estudo que defina a durabilidade destes
projetos e que seus impactos sejam minimizados a fim de evitar o abandono de
instalações e de áreas infra-estruturadas, assim como os problemas de
circulação resultantes. Desta forma, é fundamental e o comprometimento dos
novos projetos com a melhoria da qualidade de vida da população nas áreas
impactadas e em projetos de estruturação destas mesmas áreas.
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Figura 1 – Macroregiões de planejamento do Espírito Santo Fonte: Informações do Governo do Estado - http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado em 09/11/2006
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Figura 2 - Microregiões de planejamento do Espírito Santo Fonte: Informações do Governo do Estado - http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado em 09/11/2006
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5. Características gerais de Marataízes O município de Marataízes, localizado no estado do Espírito Santo, encontra-se
a 124km ao sul da capital Vitória e tem como limites: Itapemirim ao norte,
Oceano Atlântico a leste e Presidente Kennedy a oeste e sul.
Figura 3 – Mapa do Espírito Santo - Localização de Marataízes e inserção no contexto logístico estadual Fonte: IBGE
OCEANO ATLÂNTICO
VITÓRIA
MARATAÍZES
RIO DE JANEIRO
MINAS GERAIS
ITAPEMIRIM
PRESIDENTE KENNEDY
BAHIA
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Marataízes foi criado em 14 de janeiro de 1992, pela Lei nº 4.619,
desmembrado de Itapemirim, e instalado em 1º de janeiro de 1997. Foi parte
do município de Itapemirim e sua história está relacionada à deste município
que teve seu primeiro povoado fixado no ano de 1539 em uma fazenda junto à
foz do Rio Itapemirim.1
Sua população apresentou crescimento de aproximadamente 16% entre os
anos de 2000 e 2005, quando já contava com uma população de 35.596
habitantes.2
A localização estratégica, junto à foz do Rio Itapemirim, foi primordial no
processo de ocupação da região, e sua economia se desenvolveu com base na
cana de açúcar, pesca e atividades portuárias. A região mais antiga, conhecida
como Barra, atualmente conta parte da história da cidade, através de suas
construções e dos moradores e descendentes das primeiras famílias que
habitaram a região.
O município de Marataízes tem importante destaque como área de veraneio da
população da região norte do Rio de Janeiro e do estado do Espírito Santo e,
embora não tenham sido encontrados dados sobre o número de visitantes
durante o período, sabe-se que ocorre um significativo aumento de pessoas na
cidade, com reflexo nos fluxos de veículos e pedestres.
Analisando as ocupações mais recentes, percebe-se que o aumento
populacional ocorrido nos últimos anos resultou na ocupação de algumas áreas
do território de forma desordenada, tendo como conseqüência usos e
ocupações do solo inadequadas, em áreas carentes em infra-estrutura básica e
próximas a rios, córregos e áreas alagadiças, causando danos ambientais.
Ao mesmo tempo, percebe-se a existência de áreas infra-estruturadas
subutilizadas, com grandes vazios e áreas não parceladas ou ocupadas.
1 Informações do Governo do Estado - http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado em 09/11/2006 2 IBGE – 2005
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O perímetro urbano ocupa atualmente uma faixa ao longo da orla, na qual a
maior concentração populacional encontra-se na região norte. Ao sul, projetos
isolados foram implantados, intercalados com áreas de vegetação e
loteamentos não ocupados. Vias de acesso, pavimentadas ou não, garantem o
acesso a essas áreas que não apresentam características urbanas, embora
sejam pontos atrativos e de concentração de pessoas no verão, por estarem
localizados próximos à orla.
O relevo marcante compõe uma barreira física que, aliado à descontinuidade
do traçado de loteamentos e à existência de áreas alagadiças, dificulta a
circulação entre bairros na área a oeste da Avenida Rubens Rangel e Avenida
Domingos Martins. A faixa litorânea norte apresenta o relevo mais plano,
principalmente na área mais densa, atualmente ocupada, com traçado regular
e melhores conexões viárias. A faixa litorânea ao sul apresenta relevo bastante
irregular e trechos com alta declividade junto ao mar.
Na área rural, o relevo acidentado e a existência de áreas alagadiças, também
influenciam no traçados viários que são direcionados principalmente para a
Rodovia Marataízes-Safra ES-490 e novo trecho da rodovia de acesso à
capital, marginal ao litoral - Rodovia do Sol – ES-060 que atravessa a área rural
até encontrar-se com aquela.
Embora grande parte do fluxo se concentre na BR-101, as melhorias na
Rodovia do Sol – ES-060 abrem novas expectativas de investimentos e
desenvolvimento para a região litorânea, entre Anchieta-ES e Macaé - RJ.
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Figura 4 – Mapa viário do Espírito Santo – continuidade das obras de pavimentação no trecho da ES-060 desde o município de Marataízes até o limite do estado. Fonte: Informações do Governo do Estado - http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado em 09/11/2006
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Figura 5 – Trecho da ES-060 em processo de pavimentação – ligação com o Estado do Rio de Janeiro margeando o litoral. Fonte: Informações do Governo do Estado - http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado em 09/11/2006
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6. Estrutura Viária
6.1. Rede de ligação viária
As vias estruturantes e eixos de expansão urbana da malha viária de
Marataízes fazem ligação entre a cidade e os municípios vizinhos de
Itapemirim e Presidente Kennedy. São vias estaduais como a ES-487, ES-490
e ES-060 que assumem um caráter local no trecho interno à cidade.
Os principais acessos à área urbana da cidade são: Ponte sobre o Rio
Itapemirim, Rodovia do Sol ES-060, Rodovia Marataízes – Safra ES-490 e
Avenida Cristiano Dias Lopes.
Também são vias estruturantes da malha urbana de Marataízes – Anexo 1:
• Avenida Cristiano Dias Lopes – ligação entre a área central de
Marataízes e a área central do município vizinho de Itapemirim;
• Rodovia Marataízes–Safra - ES – 490 e Rua Santos Neves – ligação
entre a área central de Marataízes e a BR-101 em Itapemirim;
• Avenida Simão Soares/ Avenida Rubens Rangel/ Avenida Governador
Lacerda de Aguiar – estas vias atravessam a área urbana central do município,
conformando as principais avenidas urbanas que centralizam o tráfego dos
bairros de maior densidade do município;
• Avenida Atlântica/ Rua Beira Mar/ Rua Vitória/ Avenida Beira Mar –
trecho entre a Ponte sobre o Rio Itapemirim e a Rua Mário Resende – vias
coletoras, margeiam a costa urbana;
• Avenida Atlântica – via marginal à costa com inicio na Rua Mário
Resende, segue em direção ao sul do município;
• Rodovia do Sol – ES-060 – se sobrepõe à via marginal em vários
trechos, é uma via potencial para escoamento agrícola e importante via de
ligação entre a área urbana e rural.
6.2. Hierarquia viária
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Hierarquicamente, as vias podem ser classificadas como – Anexo 2:
• Vias arteriais principais3: Avenida Principal I4, Avenida Principal II5 e
Avenida Principal III6;
• Vias arteriais expressas7: Rodovia do Sol, Avenida Atlântica da divisa
com o município de Presidente Kennedy até a Rua Santos Neves;
• Vias Coletoras8: Coletora I9, Rua Domingos Martins no trecho entre a
Avenida Rubens Rangel e a Avenida Beira mar, Rua Cristiano Dias Gomes e
Oliveira Sobrinho, Rua João Correa Querido, Rua Coroaci J. Costa, Avenida
Rosalia Mignone, Rua João Batista, Rua Espinho de Peixe, Rua Domingos P.
Viana, Rua Maranhão, Rua Mato Grosso, Rua Espírito Santo, Avenida Atlântica
no trecho entre a Rua Santos Neves e a Lagoa Funda, Avenida Costa e Silva
até o Bairros Recreio do Atlântico, Rua José Pinheiro, via principal no bairro
próximo à Lagoa da Boa Vista, continuação da Rua Espinho de Peixe até a
Rodovia Marataízes-Safra, Rua Elisa Bernardo e via marginal ao córrego
próximo ao CAIC;
• Vias rurais: vias de acesso à área rural, com finalidade de escoamento
da produção, acesso de veículos, à pé e de bicicleta.
As demais vias são locais urbanas e atendem às áreas residenciais e
direcionam os fluxos às vias coletoras.
6.3. Diagnóstico da infra-estrutura:
3 As vias arteriais principais têm como função promover a ligação entre as vias coletoras, convergindo para si o fluxo principal. Nestas vias se concentram os comércios e serviços de atendimento municipal e intermunicipal. 4 A Avenida Principal engloba um percurso central, formado pelas seguintes vias: trecho da Rua Coronel Luiz Soares entre a Ponte sobre o Rio Itapemirim e a Avenida Simões Soares, Avenida Simões Soares, Avenida Rubens Rangel e Avenida Governador Lacerda de Aguiar até o Posto Policial. 5 A Avenida Principal II engloba um percurso de acesso leste, composto pela Rodovia Marataízes-Safra e Avenida Domingos Martins no trecho entre a Rodovia Marataízes-Safra e a Avenida Rubens Rangel 6 A Avenida Principal III é a Avenida Cristiano Dias Lopes 7 As vias arteriais expressas são vias de ligação de longas distâncias, com velocidade permitida maior que nas vias arteriais principais, poucos cruzamentos ou semáforos; 8 As vias coletoras têm a função de direcionar os fluxos de bairros às vias arteriais. As vias coletoras geralmente apresentam um uso misto, com residências, comércio e serviços de bairro, porém, algumas das vias definidas ainda não apresentam esta característica mas possuem potencial para abrigarem estes usos. 9 Conformam a Coletora I: Avenida Beira mar, a partir da Ponte sobre o Rio Itapemirim, Rua Vitória, Avenida Aguiar Lacerda e Rua Santos Neves.
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• Várias das vias acima citadas apresentam carência na sinalização e são
áreas de risco tanto para pedestres e ciclistas como para condutores de
veículos;
• A configuração da rede e as carências em infra-estrutura viária
concentram os fluxos em poucas vias arteriais10 e vias coletoras11 e resultam
na convergência do tráfego interbairros para as Vias Principais, geralmente
pavimentadas, que embora apresentem melhor localização e melhores
condições de circulação que as demais vias, são carentes em sinalização.
• Mescla de fluxos incompatíveis nas pistas de rolamento: pedestres,
ciclistas, automóveis, motos, ônibus e veículos de carga e descarga;
• Calçadas inacessíveis e não pavimentadas, utilizadas como
estacionamento;
• Orla apresenta melhores condições de calçamento, embora existam
trechos invadidos pelo mar;
10 Vias Arteriais - Conectam o trafego entre os municípios e as vias coletoras ou entre vias coletoras, além de configurar um centro onde se concentram os principais negócios, instituições públicas, comércio e serviços. 11 Vias Coletoras – vias que redistribuem o trafego para corredores arteriais e;ou metropolitanos próximos.
Figura 6 – Calçadas para pedestres pavimentadas na orla Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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• Distribuição irregular ao longo do território, áreas urbanas isoladas como
a área próxima à Lagoa Funda e à Ponte da Lagoa do Siri;
• Todos os trevos localizados no encontro das vias arteriais com as
coletoras do município podem ser classificados como áreas de risco para
pedestres, ciclistas e condutores, pela precariedade na sinalização e mescla
dos fluxos;
• Transporte público precário pela inexistência de linhas municipais.
Foram apontadas pelos moradores como áreas com problemas de trânsito ou
com risco de acidentes – Anexo 3:
• Avenida Atlântica e Rodovia do Sol;
• Avenida Domingos Martins e Rodovia Marataizes-Safra;
• Trecho da Avenida dos Santos Neves e Avenida Aguiar Lacerda até o
Posto Policial;
• Avenida Simão Soares, Rubens Rangel e Cristiano Dias Lopes.
6.4. Condições gerais da estrutura viária
Figura 7 – Avenida Cristiano Dias Lopes - Vias sem sinalização e mescla de fluxos: bicicletas, motos e ônibus utilizam a mesma via. Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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As vias do município não contam com ciclovias ou ciclofaixas, embora exista a
demanda por parte da população. A extensão da área ocupada da cidade e sua
densidade demográfica justificam a priorização em investimentos em infra-
estrutura para circulação de meios não-motorizados como bicicleta e a pé,
incluindo na área rural, onde o transporte coletivo também apresenta
restrições. Para detectar as principais falhas do transporte coletivo faz-se
necessário o levantamento, junto à população das necessidades não atendidas
pelo mesmo e a verificação dos meios possíveis para atender a essa demanda.
A região do Pontal apresenta um traçado irregular e descontínuo, assim como
a região próxima à Escola CAIC, e outros loteamentos urbano, conforme Anexo
4, necessitam projetos específicos de reestruturação viária. Sob a Ponte do Rio
Itapemirim, ocupações irregulares, também se estabeleceram e a via de
acesso a essa área, próximo ao acesso à ponte, conforma um local com risco
de acidentes.
A extensão do perímetro urbano ao longo do litoral resultou na ocupação de
áreas distantes do núcleo urbano, como o loteamento próximo à lagoa da Boa
Vista e lagoa D’anta e implantação de equipamentos direcionados ao lazer na
Lagoa do Siri. Entre essas áreas, zonas de interesse ambiental caracterizam a
Figura 8 – Via lateral à ponte de acesso a Marataízes – BR-060, falta sinalização e segurança Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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descontinuidade da área urbana. Considerando o volume de áreas infra-
estruturadas ainda desocupadas próximas à malha urbana mais ao norte,
recomenda-se a revisão do limite do perímetro urbano, a fim de evitar a
ocupação em áreas distantes e a conseqüente necessidade de levar infra-
estrutura até estas áreas.
A conformação atual do sistema viário dentro do perímetro urbano, ainda não
consolidado, e o grande número de vazios, ainda que sejam áreas loteadas,
demonstra que medidas para adensamento devem ser tomadas, a fim de
otimizar os recursos públicos disponíveis e definir o traçado e os fluxos
urbanos.
Um estudo dos fluxos durantes os diferentes períodos do ano também é
necessário para reorganizar a estrutura existente de forma a priorizar os
investimentos que reflitam na melhoria da qualidade de vida da população
residente e ao mesmo tempo atenda à população veranista.
A Rodovia do Sol – ES-060 configura um novo eixo e um novo limite, que deve
ser tratado como possível atrativo de investimentos. Portanto o uso para suas
margens deve ser preestabelecido no Plano Diretor, assim como sua faixa de
domínio deve constar no plano viário municipal, tanto na área rural quanto na
área urbana de seu percurso.
Figura 9 – Obras da Rodovia do Sol – ES-060 Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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As maiores dificuldades encontram-se dentro do município: carência de infra-
estrutura viária e os problemas resultantes do processo de ocupação do
território dificultam a circulação, centralizam os fluxos e criam adensamentos
cada vez maiores em áreas desprovidas de infra-estrutura.
A topografia acidentada dificulta a ligação entre bairros e o traçado viário, pois
a declividade acentuada inviabiliza a circulação de bicicletas e dificulta a
circulação de pedestres.
Outro fator a ser considerado no plano viário é a falta de continuidade do
traçado - loteamentos com traçados viários próprios desarticulados da estrutura
viária existente nas áreas vizinhas.
Presença de grandes vazios reflete no traçado viário indefinido, na
descontinuidade entre as áreas ocupadas e desocupadas em toda a área
urbana – Anexo 5.
A falta de controle no processo de ocupação resultou em construções sem
afastamento que não seguem um alinhamento claro e em vias com traçados
irregulares.
Figura 10 – Rua Espinha de Peixe – presença de lotes vazios e carência em infra-estrutura Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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A infra-estrutura viária existente é direcionada para os fluxos motorizados, visto
que as condições dos calçamentos não atendem às condições básicas de
segurança e acessibilidade para circulação de pedestres e ciclistas.
Figura 11 – Área da rua da bacia – ausência de faixa para construção de calçadas para pedestres e restrições físicas da via Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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7. Características da circulação intermunicipal e local As áreas próximas às vias principais contam com o transporte coletivo, porém
os bairros periféricos não são atendidos. O sistema de transporte intermunicipal
direciona os fluxos para os municípios vizinhos que supre parte da carência de
escolas de nível superior e postos de trabalho da população de Marataízes.
Configuram uma boa circulação o baixo tempo das viagens, percursos
pequenos, fluidez do tráfego e facilidades de estacionamento, embora não
sejam delimitadas de forma clara as áreas destinadas a esse fim.
O sistema viário de Marataízes desenvolveu-se a partir da necessidade de
escoamento de produtos através do entreposto junto ao Rio Itapemirim e à
estrada de ferro. Ambos participaram do crescimento da cidade, atendendo a
demandas econômicas para escoamento de produtos e vias locais.
Atualmente, o Rio Itapemirim é importante suporte para as atividades de pesca,
porém as áreas portuárias e de escoamento da produção agrícola concentram-
se em outros municípios.
A estruturação viária de Marataízes beneficia a utilização do transporte
motorizado: não existem ciclovias e as calçadas não atendem aos critérios de
acessibilidade.
A circulação da população se caracteriza por movimentos internos aos bairros,
entre bairros e intermunicipais onde a hierarquia viária, os itinerários do
transporte coletivo e a distribuição espacial de escolas, postos de trabalho,
comércio e serviços configuram trajetos e direcionam a circulação dentro do
município e com o município vizinho. As vias principais concentram o comércio
local, serviços e órgãos públicos.
Entre os fatores que contribuem para os problemas na circulação e fluidez do
tráfego em Marataízes destacam-se:
• Falta de sinalização para pedestres, ciclistas e veículos;
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• A inadequação geométrica das vias e estrangulamentos localizados;
• Carência de áreas para estacionamento de bicicletas;
• Oscilações no volume de veículos e pessoas nos diferentes períodos do
ano;
• Sobreposição de transito de caminhões, automóveis, ônibus, pedestres
e ciclistas nas vias principais;
• Infra-estrutura inadequada;
Para análise das viagens locais ou entre bairros, recomenda-se a realização de
estudo contendo informações básicas como os motivos dos deslocamentos e
os locais e meios mais utilizados para suprir as necessidades de cada bairro,
onde devem ser avaliados:
• Áreas de comércio e serviços de maior diversidade e atratividade em
cada bairro;
• Modo de transporte mais utilizado e as razões da utilização (tempo,
custo, distancia percorrida)
• Existência de escolas, unidades de serviços públicos e postos de
trabalho;
• Condições físicas da infra-estrutura viária – passeios, ciclovias, ruas;
• Condições morfológicas da estrutura viária;
• Existência de referenciais urbanos nos percursos;
• Tratamento paisagístico condizente à escala que atende;
• Segurança na circulação.
7.1 Deslocamentos da população As pessoas se utilizam principalmente dos seguintes meios para deslocamento:
• À pé – para deslocamentos de pequenas distância;
• Bicicleta – para deslocamentos de pequena e média distância, inclusive
intermunicipal;
• Motos e veículos – para deslocamentos de pequena, média e longa
distância;
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• Ônibus – transporte coletivo que percorre as Avenidas Principais I e II e
a Avenida Cristiano Dias Lopes – para deslocamentos de pequena média e
longa distância. Por se tratarem de ônibus intermunicipais para atendimento da
demanda municipal, e pelas restrições de horários, muitas vezes os moradores
preferem utilizar outro meio de transporte para deslocamentos de pequenas
distâncias;
• Automóveis – para deslocamentos de pequena, média e longa distância.
7.2 Circulação de caminhões de carga e descarga Não foi constatado, dentro do município, um fluxo de carga ou veículos de
passagem significativo. Predominam, portanto os fluxos internos de carga e
descarga e entre Marataízes e os municípios vizinhos. Tanto o fluxo de
pessoas quanto de mercadorias sofre um acréscimo no período do verão,
quando o município recebe turistas que dinamizam por conseqüência toda a
área de comércio e serviços de Marataízes ao longo do litoral, o que significa
uma possível insuficiência do sistema viário atual, considerando os problemas
acima mencionados.
A circulação de caminhões de carga e as áreas de carga e descarga estão
concentradas ao longo das vias principais do município, são elas:
• Avenida Atlântica
• Avenida Domingos Martins (trecho crítico: Entre Costa e Silva e Escelsa)
• Afunilamento da Santos Neves no trecho Domingos Martins até o posto
policial
• Avenida Simão Soares, (carga de abastecimento para o comércio)
• Rodovia do Sol – ES-060
Segundo os moradores da área rural, os fluxos de carga na área rural
concentram-se nas vias:
• Nova Canaã - saída de saibro e cana de açúcar
• Imburí - em frente a escola, na Principal
• Boa Vista - Principal, Boa Vista até Nova Canaã
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• São João do Jabuti – Principal
Como a Rodovia do Sol encontra-se em obras, em processo de pavimentação,
ocorre um fluxo representativo de equipamentos pesados e caminhões de terra
em vários trechos.
A pavimentação da ES-060 abre novas expectativas de desenvolvimento em
áreas pouco ocupadas e carentes em infra-estrutura, portanto o uso para o
entorno da via, assim como as faixas de domínio devem ser estabelecidas no
Plano Diretor.
7.3. Pólos de comércio
As operações de carga e descarga e a circulação intensa de pessoas nos pólos
de comercio configuram áreas concentradoras de tráfego.
As avenidas Simão Soares, Rubens Rangel, Cristiano Dias Lopes, Lacerda de
Aguiar, Santos Neves e a Rodovia Marataízes-Safra – ES490, concentram o
principal centro de comercio e serviços de Marataizes que atende à população
Figura 12 – Obras na ES-060 – máquinas, equipamentos e caminhões em vários trechos da via Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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local e significativa parcela da população de Itapemirim. Conformam Eixo de
Dinamização devido às características de centralidade do município – Anexo 6.
A proximidade com a área central do município de Itapemirim promove um
fluxo diário de pessoas entre os municípios. A convergência e concentração de
fluxos nas principais vias da cidade indicam a necessidade de estudo de
impacto urbano para novos empreendimentos que venham a interferir no
trafego da região de Marataízes, Barra e na Rodovia do Sol.
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8. Transporte Coletivo O sistema de transporte coletivo de Marataizes é formado por linhas
intermunicipais. Que atendem aos municípios de Marataízes e Itapemirim.
O percurso do ônibus atende às avenidas principais onde se concentram as
atividades de comércio e serviços. As regiões de Pontal – extremo norte,
Buraca e a orla não são atendidos pelo transporte coletivo.
As garagens das empresas Marapé e Gontijo estão localizadas na Avenida
Rubens Rangel, na área mais dinâmica da cidade com grande potencial para
dinamização.
Os ônibus não são adaptados para atender aos padrões de acessibilidade,
restringindo o uso.
O transporte coletivo poderia ser articulado com outros meios de transporte
como a bicicleta, através de suportes para bicicletas para uso em horários
específicos do dia.
Para tornar o transporte coletivo acessível, uma revisão no desenho dos pontos
de parada, ou alterações nos veículos utilizados poderiam melhorar a
qualidade dos serviços prestados, atendendo a uma parcela maior da
população. Estimularia o uso das áreas litorâneas para lazer, permitindo o
acesso de ciclistas.
Embora exista uma carência de dados sobre o transporte coletivo da região, de
modo geral, podemos afirmar que, aliado a outros meios de transporte, ele
apresenta um grande potencial e fundamental importância no desenvolvimento
do município.
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Faz-se importante o estudo de outras modalidades de transporte coletivo e sua
interligação com o transporte coletivo existente, buscando uma melhoria na
mobilidade urbana com a redução do tempo de deslocamento a pé, maior
flexibilidade e opções de meios de transporte.
O uso e a ocupação do solo também são importantes elementos de
direcionamento dos fluxos visto que, com uma homogeneização dos serviços,
comercio e escolas, ocorre a redistribuição dos postos de trabalho e
conseqüentemente a diminuição das distancias percorridas.
Para avaliação do transporte coletivo, sugere-se a realização de pesquisas
junto a população para:
• Identificar as necessidades de mudanças de itinerários e/ou pontos de
parada;
• Levantar áreas com problemas de acesso ao transporte coletivo;
• Avaliar o transporte noturno e de final de semana;
• Avaliar a acessibilidade ao sistema;
• Levantar melhorias que promovam a troca do automóvel pelo coletivo;
Figura 13 – Modelo de transporte coletivo intermodal utilizado em Portland –OR –EUA Fonte: arquivo pessoal – maio 2004.
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• Avaliar a infra-estrutura de transporte – abrigos, sinalização, terminais
de integração, ônibus, serviços;
• Identificar existência ou não de transporte clandestino.
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9. Outros sistemas de transporte
Aliados ou não ao sistema de transporte coletivo, outros sistemas são capazes
de promover a circulação das pessoas na cidade: automóvel, bicicleta,
aquaviário, a pé e táxi.
9.1 Automóvel O aumento da frota de veículos automotores e as melhorias viárias, que
ajudam na diminuição do tempo dos deslocamentos, principalmente em
viagens curtas, gera um estimulo ao uso de automóveis nas vias urbanas.
Os automóveis conformam a maior frota de veículos automotores do município,
seguido por motos/motonetas, caminhões e caminhonetes.
Tabela 01 - Frota de veículos por tipo em Marataízes e municípios vizinhos – 2004
Município Motociclet
as/moton
etas
Automó
vel
Ônib
us/mi
cro
Caminhon
ete
Caminh
ão
Demai
s tipos
Total
Marataízes 1.685 1.932 30 149 464 - 4.260
Itapemirim 1.297 1.402 39 83 289 - 3.110
Pres.
Kennedy
1.065 1.021 37 147 170 - 2.440
Fonte:Denatran-ES
Não foram detectadas áreas de estacionamento pagas, o que mostra a grande
facilidade de colocar o automóvel gratuitamente em algum lugar da cidade.
Esta facilidade explica o pequeno tempo de acesso a pé até o automóvel e
reforça a conclusão de que o uso do automóvel é atraente sob este aspecto.
9.2 Bicicleta
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Se considerarmos a necessidade de um meio de transporte sustentável para os
centros urbanos, o cicloviário pode ser um importante aliado no processo de
melhorias de transporte e na qualidade de vida. Conhecida a importância deste
meio de transporte que não polui, ocupa pouco espaço nas vias públicas, e
propicia atividades físicas para os adeptos, o transporte por meio de bicicletas
é pouco apoiado em Marataízes Ao contrario do que ocorre em outros paises, o
sistema viário brasileiro de forma geral não oferece segurança aos ciclistas,
que transitam pelas mesmas vias que os automóveis, ônibus e caminhões da
cidade.
A inexistência de ciclofaixas ou ciclovias não impede a utilização deste meio na
cidade.
Durante a visita, ficou claro que as vias mais utilizadas pelos ciclistas são:
• Avenida Simão Soares;
• Avenida Cristiano Dias Lopes;
• Avenida Rubens Rangel;
• ES-060 - Rodovia do Sol;
• ES-490 – Rodovia Marataízes-Safra;
Figura 14 – Avenida Simão Soares – vias não oferecem segurança para ciclistas Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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• Avenida Domingos Martins.
Outras áreas devem ser incluídas como trajeto para bicicletas, principalmente
para o accesso às escolas, comércio e serviços da região e para acessar o
município de Itapemirim – Anexo VII.
Assim como o transporte a pé, a bicicleta aproxima as pessoas da cidade,
ajudando no desenvolvimento de regiões que fazem parte dos percursos, além
de ser suporte para atividades de lazer e para o desenvolvimento do turismo na
região.
9.3 Aquaviário
Embora Marataízes não conte com o modal aquaviário, sua característica física
permite que este sistema seja implementado ao longo do Rio Itapemirim,
principalmente para usos de lazer da população e passeios para divulgação da
história do município, em pequenos barcos.
Figura 15 – Margens do Rio Itapemirim próximo ao antigo entreposto – potencial para lazer Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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Atualmente a travessia do Rio Itapemirim é realizada por veículos, ciclistas e
pedestres através da ponte, sendo o leito do rio mais utilizado por pescadores
da região.
9.4 A pé Embora, não tenham sido encontrado dados sobre os meios de transporte mais
utilizados em Marataízes, percebe-se um fluxo considerável de pedestres na
cidade. Apesar das precárias condições físicas dos passeios, grande parte da
população não utiliza veículos automotores para deslocamentos.
Atualmente, para realização destas viagens são utilizados como vias de
circulação: calçadas, os leitos de rolagem de automóveis, terrenos baldios,
entre outros. A carência de calçadas adequadas, sinalização, faixas de acesso
e travessia, comprometem a segurança dos pedestres.
Ainda que seja conhecido o fato de que toda a população é pedestre, mesmo
que por pequenos deslocamentos, não foram encontradas propostas
satisfatórias para melhorias na infra-estrutura dos passeios públicos.
Em Marataízes, há uma ausência de normalização para construção e utilização
de passeios públicos, que apresentam:
• Descontinuidade no traçado;
• Vias locais de bairros sem calcamento para pedestres;
• Existência de mobiliário urbano incompatível ao uso da calçada;
• Falta de padronização e acessibilidade;
• Instalação de barracas e vendedores ambulantes nas calçadas;
• Áreas impróprias, destinadas ao uso do pedestre;
• Falta de sinalização.
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Marataízes não se diferencia da grande maioria dos municípios brasileiros,
onde a prioridade viária é construção de estradas e ruas para automóveis,
ônibus e veículos de carga.
O número de viagens de curta distância em automóvel, principalmente dentro
dos bairros, pode ser reduzido com a implantação de melhores vias para
pedestres e ciclistas.
Figura 17 – Calçada a beira-mar, pedestres utilizam as áreas destinadas para eles, ainda que existam trechos interrompidos Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
Figura 16 – Via pavimentada próxima à Praia de Marataízes – calçadas inacessíveis e presença de barreiras. Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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9.5 Táxi Por falta de dados, não foi possível analisar o sistema de táxi do município.
Figura 18 – Pedestres utilizam as mesmas vias destinadas ao fluxo de carros em áreas não infra-estruturadas Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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10. Comparação entre modais As características das viagens apontam maiores vantagens para o transporte
individual. Para reduzir o número de automóveis nas vias e a
conseqüentemente melhorar a fluidez do tráfego, é necessário criar
mecanismos que otimizem as viagens em transporte coletivo, reduzindo o
tempo total das viagens, seja por integração com o sistema individual de
bicicletas ou pela revisão dos trajetos.
A identificação dos principais trajetos a pé e bicicleta para investimento em
calçamentos e vias preferenciais também auxiliariam na redução do uso de
automóvel para viagens de pequena distância.
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11 – Projetos
Dentre os projetos existentes, o Governo do Estado, por meio do Departamento
de Edificações, Rodovias e Transportes do Espírito Santo (Dertes), está
realizando a pavimentação da ES-060 no trecho entre a divisa com o município
de Presidente Kennedy e a Rodovia Marataízes-Safra. Parte da pavimentação
da ES-060, que engloba o trecho entre Marataízes e Lagoa do Siri, tem
previsão de entrega para o dia 22 de setembro de 2006.12 Esta primeira etapa
compreende nove quilômetros, onde foram realizados trabalhos de
terraplanagem, drenagem, pavimentação e sinalização.
A previsão de finalização da obra de pavimentação da ES-060 é para inicio do
ano de 2007. Esta obra possibilita a integração das praias de Presidente
Kennedy com o litoral norte, incluindo Marataízes.
As obras em execução não apresentam melhorias para a circulação de
pedestres e ciclistas.
O Dertes também desenvolveu o estudo de recuperação de 2,7 quilômetros da
orla central de Marataízes que tem sido danificada com a ação do mar.
Outro projeto a ser implantado é a sinalização das vias principais do município,
desde o Pontal até a Rodovia Marataízes-Safra – ES490, incluindo a Avenida
Simão Soares, Avenida Cristiano Dias Lopes, Avenida Rubens Rangel,
Avenida Domingos Martins, Avenida Aguiar Lacerda, Rua Espírito Santos e
Rua Santos Neves. Este projeto prevê a demarcação das faixas de rolamento,
sinalização das áreas de travessia de pedestres, conversões permitidas,
indicação do limite de velocidade em vários trechos, quebra-molas e placas
indicativas – Anexo VIII. Não prevê melhorias no calçamento para pedestres ou
delimitação de áreas para ciclistas.
12 http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado em 09/11/2006
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O município deve elaborar seu Plano Viário buscando atender à Política de
Mobilidade Urbana anteriormente citada, visando o desenvolvimento
sustentável da cidade.
O Plano Viário deve passar por uma análise para avaliação dos usos e
ocupações desejáveis para as áreas próximas às novas vias e vias
reestruturadas, a fim de evitar uma ocupação residencial dispersa e usos
impróprios no território.
Os projetos devem respeitar as áreas de preservação ambiental, fundos de
vales, áreas alagadiças, encostas e do patrimônio cultural e arquitetônico da
cidade, estimulando experiências na cidade e promovendo o uso dos espaços
pelos cidadãos.
Analisando as formas de ocupação nos últimos anos, percebe-se que os
instrumentos legais não têm garantido a implementação das propostas de
médio e longo prazo. As faixas de domínio laterais às vias existentes são
ocupadas o que nos leva a concluir que este meio de resguardar áreas para
futuras ampliações do sistema viário não tem funcionado como o esperado.
Para evitar desapropriações futuras por parte do governo, as faixas de domínio
de novos projetos viários devem ser resguardas de forma a evitar a sua
ocupação que implica num aumento de custo ou até mesmo na inviabilidade de
projetos de expansão.
Embora seja reconhecido o grande número de viagens realizadas por
pedestres e ciclistas, os projetos viários existentes apontam a necessidade de
ligações que, quando executadas beneficiam os fluxos de veículos e melhoram
a circulação do transporte coletivo urbano.
A segurança na circulação de pedestres e ciclistas também deveria fazer parte
dos planos e projetos viários. Porém, cabe aos donos de terrenos o calçamento
de vias para pedestres contíguos à sua propriedade, o que muitas vezes
resulta na falta de continuidade dos passeios, além de problemas físicos que
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os torna muitas vezes de difícil acesso. Faz-se necessária a regulamentação
de padrões para construção de calçadas que visem a segurança,
acessibilidade e conforto para os pedestres.
Áreas de estacionamento para bicicletas e motos devem ser criadas próximas
ao comércio, serviços, escolas e repartições públicas.
Para movimentos de longa distância, o ideal é que estes ocorram fora da área
residencial, em áreas com poucos fluxos locais. Para melhorar o sistema e
garantir proteção a pedestres e ciclistas, faixas exclusivas e protegidas
minimizam o risco a acidentes e melhoram a fluidez do tráfego.
O sistema viário e o de transporte podem auxiliar na criação de barreiras que
evitem a expansão urbana para áreas com características próprias de
conservação ambiental como áreas verdes e áreas rurais.
Na área rural, a pavimentação da ES-060, possibilita melhorias no escoamento
da produção agrícola e nos acessos.
Figura 19 – Rua Const. José Bonifácio - calçadas inacessíveis na região da Barra Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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O projeto existente visa melhorias nas vias principais que tornem estas mais
seguras, melhorando desta forma a distribuição dos fluxos, com áreas bem
definidas para travessia de pedestres.
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12 – Conclusões e sugestões As informações obtidas neste diagnóstico têm como origem documentos
publicados e leituras em campo que não traduzem por vezes as necessidades,
desejos e percepções dos usuários.
Durante a apresentação de cada item, foram feitas observações e
direcionamentos de estudos necessários para a complementação de
informações, que muitas vezes não estão registradas em documentos e não
são percebidas durante os levantamentos. Contribuições de moradores e
usuários do sistema de transporte auxiliarão na identificação de elementos
locais e de características especificas de cada área e meio de transporte
apresentados anteriormente.
Elementos como a história e as relações pessoais dos habitantes com a cidade
são muito importantes para a definição do Plano Viário Municipal, pois o
planejamento deve atender às demandas da população, visando também o
desenvolvimento sustentável da cidade.
As vias devem apresentar condições seguras para a circulação de idosos,
crianças e pessoas com dificuldades de locomoção, para que a população
acesse a cidade, conheça seu bairro e possibilite melhorias econômicas,
urbanas e sociais.
Algumas vias, ainda apresentam traçados irregulares, como a Rua Espinho de
Peixe que possui um grande potencial para a ligação dos bairros próximos à
divisa com Itapemirim.
Embora o deslocamento em si seja uma atividade muitas vezes considerada
improdutiva, a aproximação da população com a cidade, por meio de percursos
a pé ou de bicicleta, ajuda na preservação dos elementos públicos e na
formação do sentimento de cidadania.
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A população de Marataízes está basicamente concentrada na região norte e,
embora existam loteamentos e ocupações ao longo da costa, estes não
configuram áreas urbanas plenas, seja pela infra-estrutura apresentada ou pela
relação entre estas áreas e a região norte.
Seguindo as recomendações do Ministério das Cidades, deve-se incentivar os
deslocamentos a pé e de bicicleta, eficientes meios utilizados para percorrer
pequenas distâncias, como as internas ao município.
Nenhum direcionamento na preservação de visuais urbanas tirando partido do
traçado viário foi encontrado nos documentos analisados. Tampouco a
vinculação de traçados viários às referencias urbanísticas ou marcos da
paisagem, embora toda a parte litorânea apresente lindas paisagens.
Cabe ao poder público a proteção de seu patrimônio e das suas belezas
naturais através de um planejamento que preserve a cultura local e valorizem
os elementos singulares de seu território.
Figura 20 – Rodovia do Sol – percurso litorâneo até Vitória Fonte: arquivo pessoal – agosto 2006.
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13. Sugestão para projeto de Lei POLÍTICA DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE Art.......A Política Municipal de Mobilidade e Acessibilidade deve ir ao encontro
da Política Nacional de Mobilidade Urbana, respeitado o direito universal à
acessibilidade urbana, o acesso dos cidadãos ao transporte coletivo, o
desenvolvimento sustentável da cidade, a transparência e equidade no uso do
espaço público.
Art.........Propiciar acesso à habitação, ao trabalho, aos transportes e aos
equipamentos e serviços urbanos e públicos para sua população, através de
projetos que visem melhorias nos sistemas viários.
Art........A Politica Municipal de Mobilidade e Acessibilidade visa prover o
município de condições de mobilidade e acessibilidade, respeitadas as
características sociais, econômicas, políticas e ambientais de Marataízes,
organizar de forma a integrar e racionalizar os elementos e meios de
transporte, visando garantir a inclusão social, a eficiência e segurança dos
meios utilizados, para que todos os cidadãos tenham pleno acesso aos locais
de trabalho, estudo, residência, espaços públicos, equipamentos e serviços
sociais, culturais e de lazer.
Art. ....... São diretrizes da Política de Mobilidade e Acessibilidade do município
de Marataízes:
I - integrar a Política de Mobilidade e Acessibilidade às políticas de
desenvolvimento territorial e ambiental;
II - buscar maior integração do sistema de mobilidade às redes regionais de
transporte, e melhorar as condições do sistema viário municipal;
III – priorizar vias para pedestres e bicicletas;
IV - apoiar e incentivar os modos não motorizados de transporte;
V - propor a ampliação e adequação dos bens públicos destinados à
mobilidade;
VI - ampliar e adequar o sistema viário às demandas presentes e provisões
futuras;
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VII – garantir a eficiência dos meios de transporte e circulação durante todo o
ano, aos moradores e visitantes do município;
VIII - definir os eixos estruturantes do município, através da consolidação de
eixos de dinamização como zona linear de integração com as demais zonas e
como pólo de atendimento de comércio e serviços;
IX – estimular estudos objetivando otimizar o transporte de passageiros e bens
na área urbana e rural do município;
X - adequar o sistema viário municipal ao atendimento às pessoas portadoras
de deficiência e ou com mobilidade reduzida;
XI - elaborar o Plano de Mobilidade e Acessibilidade com base nas políticas de
desenvolvimento territorial e ambiental, abrangendo as dimensões físicas,
funcionais, econômicas e culturais e garantindo o acesso de todos à cidade,
através de melhorias no transporte coletivo e nas áreas destinadas à circulação
de pedestres e ciclistas;
XII - promover ou exigir estudos de impacto de vizinhança na implantação de
empreendimentos que gerem qualquer tipo de alteração ou impacto no tráfego;
XIII – garantir a efetiva participação da população na política de mobilidade do
município;
XIV – promover a integração entre as atividades urbanas e rurais, evitando a
expansão da área urbana para além do perímetro urbano definido.
SISTEMA VIÁRIO BÁSICO Art....... Entende-se por Sistema Viário Básico a rede destinada ao
deslocamento de pessoas e bens, que abrange:
I – Vias destinadas à circulação de pessoas;
II – Vias destinadas à circulação de ciclistas e outros meios de transporte não
motorizados;
III – Vias destinadas à circulação de veículos automotores para transporte
coletivo;
IV – Vias destinadas à circulação de veículos de carga;
V – Vias destinadas à circulação de veículos automotores para transporte
individual;
VI – Áreas de estacionamento para bicicletas;
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VII – Áreas de estacionamento para veículos automotores;
VIII – Pontos de parada para o transporte coletivo;
IX – Percursos turísticos.
Art...... Planos, programas e projetos viários, de circulação de pedestres,
ciclistas e veículos e observarão às seguintes diretrizes:
I – Respeitar as normas e leis vigentes no município e estado quanto às áreas
de preservação ambiental e ao patrimônio arquitetônico e cultural;
II – Considerar os índices urbanísticos para a região onde serão implantados,
visando o correto dimensionamento do sistema viário;
III - Priorizar a segurança e conforto da população, principalmente pedestres e
os que se utilizam meios não motorizados de transporte, além de preservar o
meio ambiente;
IV – Criar uma hierarquia viária de forma a separar os fluxos de passagem e
locais, considerando os itinerários do transporte coletivo para atender à maior
parte da população, inclusive nos períodos de veraneio;
V – Sinalizar de forma clara, através de padrões universais, todo o sistema
viário e áreas de apoio como pontos de parada, áreas de travessia,
cruzamentos, pontos de interesse turístico, percursos, equipamentos públicos e
instituições públicas, entre outros.
Art.......Toda e qualquer alteração do sistema viário, seja ela: inclusão de vias,
loteamentos ou projetos de revitalização ou reestruturação de espaços
urbanos, deve garantir o acesso da população aos espaços públicos e priorizar
a utilização de meios não motorizados de deslocamento e a inserção do
transporte coletivo.
Art....Loteamentos e parcelamentos de solo devem obedecer às larguras
mínimas das vias a serem definidas no Plano Viário Municipal e ao
comprimento máximo das quadras, quando em vias continuas, deve ser de
200m.
Art.....Os comprimentos máximos de vias terminadas em praças de retorno
deverão ser dimensionados no Plano Viário Municipal.
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Art.....Empreendimentos e atividades que gerem impactos ou alterações no
tráfego ou fluxo de veículos e pessoas devem apresentar soluções para
eliminação dos problemas gerados na vizinhança.
Art.......Qualquer obra de construção ou ampliação das vias arteriais e
coletoras, existentes ou projetadas deve contar com Relatório de Impacto
Urbano, onde deverão constar as soluções para o trânsito local.
Art......As vias Principais: Avenida Simão Soares, Avenida Rubens Rangel,
Avenida Cristiano Dias Lopes, ES-490, ES-060, Avenida Beira-mar, Avenida
Atlântica, Avenida Domingos Martins, Avenida Governador Lacerda de Aguiar,
Rua Santos Neves e Rua Espírito Santo devem fazer parte do itinerário do
transporte coletivo público e conter sinalização adequada nos pontos de parada
dos coletivos.
Art.......Os projetos viários urbanos devem ser acompanhados de projetos
destinados à circulação de pedestres e ciclistas, assim como apresentar
soluções para áreas de estacionamento de veículos e bicicletas nas áreas
públicas como a orla, parques, praças e edifícios públicos administrativos.
Art......Projetos de edifícios multifamiliares, comerciais e de escritórios devem
apresentar soluções quanto à demanda de vagas para estacionamento de
veículos geradas, prevendo também áreas para estacionamento de bicicletas.
Art......O município deverá, dentro do Plano Viário Municipal, regulamentar a
construção de calçadas, áreas de travessias e toda a infra-estrutura destinada
à circulação de pessoas.
Art......Deve constar em todo plano ou projeto viário, a definição da Rede Viária,
com a hierarquização de vias, definição de alinhamentos, definição de faixa de
serviços, através de projeto específico.
Art.....Dentro da hierarquização viária, cada via deve ser classificada como:
I – Arterial;
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II – Coletora;
III – Local;
IV – Ciclovia ou ciclofaixa;
V – Faixa compartilhada;
V – Via para pedestre.
Vias arteriais são vias que têm função de ligação de longas distâncias ou
concentram um numero representativo de atividades dentro da área urbana,
recebendo os fluxos das vias coletoras, abrangem fluxos de bens e pessoas,
podendo apresentar restrições de horários para circulação de veículos de
carga;
Vias coletoras são vias intermediarias que têm a função de coletar os fluxos
dos bairros e direcionar para as vias arteriais, nestas vias podem estar
concentradas atividades de atendimento local ou de bairro, podendo apresentar
restrições de horários para circulação de veículos de carga;
Vias locais são as que atendem às áreas mais internas dos bairros, áreas
totalmente ou parcialmente residenciais, atendendo aos moradores;
Ciclovia ou ciclofaixa são vias destinadas unicamente à circulação de
bicicletas, podendo ser em paralelo à via de automóveis – ciclofaixas, ou vias
totalmente independentes – ciclovias;
Faixas compartilhadas são faixas de utilização mista para meios de transporte
não motorizados, podendo ser compartilhada de forma integral – uso misto
continuo ou por horários pré-determinados;
Vias para pedestres devem atender exclusivamente a pedestres, podendo ser
paralela a vias para veículos ou serem totalmente separada do tráfego de
automóveis como calçadões em áreas comerciais ou percursos turísticos e
históricos.
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Art......Para definição das características físicas, infra-estruturais, geométricas e
paisagísticas das vias acima descritas, o município deverá definir no Plano
Viário Municipal, os padrões aceitáveis para cada tipo de via.
Art......As vias projetadas deverão dar continuidade às vias existentes,
enquadrando-se na hierarquização viária, através de analise do fluxo futuro,
considerando os índices urbanísticos previstos para a região, contando com
faixa de domínio a ser estipulada no Plano Viário Municipal.
Art......As vias projetadas deverão respeitar os limites máximos de inclinação a
serem definidos no Plano Viário Municipal.
SISTEMA CICLOVIÁRIO Art....... O Poder Público Municipal, por vezes em conjunto com o Poder Público
Estadual ou de outros municípios, deverá implantar o Sistema Cicloviário
Básico proposto nesta Lei, quando das realizações de intervenções viárias e de
Planos de Reestruturação Urbana.
Art.......Definição dos tipos de vias destinadas ao uso de ciclistas:
I - Ciclovia - define-se como ciclovia, as vias destinadas exclusivamente à
circulação de bicicletas, protegidas por barreiras físicas rígidas caracterizadas
por desníveis em relação a vias laterais ou separação por meio de outros
elementos;
II – Ciclofaixa – define-se como ciclofaixa, a via destinada exclusivamente à
circulação de bicicletas, contígua a vias de circulação de veículos ou pedestres,
sem mudança de nível ou barreira física rígida. Estas faixas devem ser
claramente sinalizadas e delimitadas;
III – Faixa compartilhada – define-se como faixa compartilhada, as faixas
destinadas à circulação de bicicletas e outro tipo de meio não motorizado. Este
tipo de via deve ser proposta somente quando esgotadas as possibilidades de
implantação de ciclovias e ciclofaixas ou quando o trânsito de bicicletas e
pedestres ocorra em diferentes horários.
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Art........A implantação de ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas devem
contar com a comunicação e sinalização adequadas visando garantir a
segurança aos usuários.
Art........Em áreas de comércio e serviços, escolas, bibliotecas, edifícios
públicos e pontos turísticos devem conter área destinada a estacionamento de
bicicletas.
Art........ São objetivos básicos das ciclovias, ciclofaixas e faixas
compartilhadas:
I – possibilitar o uso de um meio não motorizado para deslocamento da
população, eficaz e mais barato que o motorizado de forma a estimular
atividades físicas e o uso de um meio não poluente de transporte;
II – promover a humanização de espaços de passagem e desenvolver o
comercio e serviços locais;
III - conectar áreas do município ou deste com os municípios vizinhos, visando
atender às necessidades de deslocamento da população;
IV – servir como opção de meio para os deslocamentos diários da população
como escola e trabalho, visando a diminuição do uso do automóvel para
deslocamentos de curta e média distância;
V – atender ao maior número de bairros do Município de Marataízes, sempre
observado as inclinações máximas aceitáveis;
VI – servir como opção de meio de deslocamento para fins de lazer e turismo,
através de um passeio seguro fora das vias de principal fluxo.
Art....... Compõem o Sistema Cicloviário Básico, conforme mapa, anexo:
I – Ciclovia I, inicia-se junto ao antigo galpão de trens, margeando trecho da
Avenida Simão Soares, segue à direita margeando a Rua Coronel Soares até a
Igreja Católica, seguindo pela Avenida Beira Mar até a Rua José Pinheiro, no
município de Marataízes;
II – Ciclovia II, inicia-se na Rua José Pinheiro e segue margeando a Praia da
Barra, Praia das Arraias, Praia de Marataízes se estende até a altura da
Lagoa Funda, no município de Marataízes;
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III – Ciclovia III, inicia-se no bairro Novo Horizonte, margeando a Rodovia
Marataízes-Safra e Avenida Domingos Martins até a Ciclovia II;
IV – Ciclovia IV, inicia-se na interseção da Rodovia Marataízes-Safra com a
Rua João Pires, margeando a Rua Santos Neves até o encontro com a Ciclovia
II;
V – Ciclovia V, inicia-se na Ciclovia II, junto ao Posto Policial e segue
margeando a Avenida Rubens Rangel, Avenida Simão Soares e Avenida
Cristiano Dias Lopes em direção ao limite com o município de Itapemirim;
VI – Ciclovia VI, inicia-se na Ciclovia II, margeando a João Corrêa Querido e a
Rua Domingos P. Viana até a Escola Estadual CAIC;
VII – Ciclofaixa I, esta ciclofaixa deve ser complementada e seu traçado
definido quando ocorrer a urbanização e o parcelamento do solo da área da
Fazenda Queimado. Terá inicio na Ciclovia III, margeando a Rua Espinho de
Peixe até o trevo na Avenida Cristiano Dias Lopes.
DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO URBANO Art...... A demilitação do perímetro urbano deverá auxiliar no adensamento de
áreas infra-estruturadas e no aproveitamento do sistema viário existente.
Art......A faixa litorânea enquadrada no perímetro urbano entre a Lagoa D’anta
e o limite sul do município deverá contar com projetos especiais viários, visto a
restrição infra-estrutural das áreas próximas ao litoral.
VIAS RURAIS Art...... As vias rurais devem permitir o acesso da população residente aos
serviços e bens públicos como escola, saúde e lazer.
Art...... As vias rurais devem permitir o escoamento da produção agrícola e o
acesso de máquinas, equipamentos e insumos às áreas produtivas.
Art.......A definição das principais vias rurais deverá constar no Plano Viário
Municipal, após mapeamento e análise das áreas produtivas, assim como a
identificação de povoados rurais.
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BIBLIOGRAFIA
Lei 305/2000 que dispõe sobre o Desenvolvimento Urbano e institui o Plano
Diretor Urbano.
Relatórios de Leituras Comunitárias realizadas pela FCAA – Fundação
Ceciliano Abel de Almeida e a PMM -Prefeitura Municipal de Marataízes no
mês de setembro de 2006.
Dados do Governo do Estado do Espírito Santo,
http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99661855 acessado
em 09/11/2006.
Dados do IBGE como a população e a frota do município 2004.
Dados do IBGE – Perfil dos municípios brasileiros – Gestão Pública 2001.
Projeto de urbanização das avenidas Simão Soares, Rubens Rangel,
Cristiano Dias Lopes, Francisco Lacerda de Aguiar, Domingos Martins, rua
Santos Neves, rua Oliveira Sobrinho, trecho da Rodovia Marataízes-Safra.
Mapa em arquivo digital - Mutirões 2005 – fornecido pela PMM.
Foto aérea - www.googleearth.com.
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ANEXO I
Vias estruturantes da malha urbana de Marataízes
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ANEXO II
Hierarquia Viária de Marataízes
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ANEXO III
Áreas com riscos de acidente e problemas de trânsito
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ANEXO IV
Áreas com necessidades de reestruturação viária
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ANEXO V
Vazios urbanos – áreas para adensamento
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ANEXO VI
Eixos de Dinamização
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ANEXO VII
Proposta de ciclovias
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ANEXO VIII
Projetos de sinalização das principais vias urbanas do município