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Questão 01 - (UNICAMP SP) Tanto que se viu a abundância do ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo o que lá ia, logo se fizeram estalagens e logo começaram os mercadores a mandar às Minas Gerais o melhor que chega nos navios do Reino e de outras partes. De todas as partes do Brasil, se começou a enviar tudo o que dá a terra, com lucro não somente grande, mas excessivo. Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas Gerais as boiadas de Paranaguá, e às do rio das Velhas, as boiadas dos campos da Bahia, e tudo o mais que os moradores imaginaram poderia apetecer-se de qualquer gênero de cousas naturais e industriais, adventícias e próprias. (Adaptado de André Antonil, Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizon- te: Itatiaia-Edusp, 1982, p. 169-171.) Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazidas de metais e pedras preciosas no interior da América portuguesa na formação histórica do centro-sul do Brasil, é correto afirmar que: a) A demanda do mercado consumidor criado na zona mineradora permitiu a conexão entre diferentes partes da Colônia que até então eram pouco integradas. b) A partir da criação de rotas de comércio entre os campos do sul da Colônia e a região mineradora, Sorocaba e suas feiras perderam a relevância econômica adquirida no século XVII. c) O desenvolvimento socioeconômico da região das minas e do centro-sul levou a Coroa a deslocar a capital da Colônia de Salvador para Ouro Preto em 1763. d) Como o solo da região mineradora era infértil, durante todo o século XVIII sua população importava os produtos alimentares de Portugal ou de outras capitanias.

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Questão 01 - (UNICAMP SP)

Tanto que se viu a abundância do ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo o que lá ia, logo se fizeram estalagens e logo começaram os mercadores a mandar às Minas Gerais o melhor que chega nos navios do Reino e de outras partes. De todas as partes do Brasil, se começou a enviar tudo o que dá a terra, com lucro não somente grande, mas excessivo. Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas Gerais as boiadas de Paranaguá, e às do rio das Velhas, as boiadas dos campos da Bahia, e tudo o mais que os moradores imaginaram poderia apetecer-se de qualquer gênero de cousas naturais e industriais, adventícias e próprias.

(Adaptado de André Antonil, Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizon-te: Itatiaia-Edusp, 1982, p. 169-171.)

Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazidas de metais e pedras preciosas no interior da América portuguesa na formação histórica do centro-sul do Brasil, é correto afirmar que:

a) A demanda do mercado consumidor criado na zona mineradora permitiu a conexão entre diferentes partes da Colônia que até então eram pouco integradas.

b) A partir da criação de rotas de comércio entre os campos do sul da Colônia e a região mineradora, Sorocaba e suas feiras perderam a relevância econômica adquirida no século XVII.

c) O desenvolvimento socioeconômico da região das minas e do centro-sul levou a Coroa a deslocar a capital da Colônia de Salvador para Ouro Preto em 1763.

d) Como o solo da região mineradora era infértil, durante todo o século XVIII sua população importava os produtos alimentares de Portugal ou de outras capitanias.

Questão 02 - (UFGD MS)

Muitos historiadores explicam os processos de ocupação do território, expansão populacional e organização político-econômica do Brasil colonial e imperial por meio da dinâmica dos chamados ciclos econômicos do Brasil. Assinale a alternativa correta que indica o ciclo caracterizado pelo auge da economia colonial, com aumento considerável da população brasileira, exploração de jazidas com trabalho escravo nas regiões de Goiás, Mato Grosso e, sobretudo, de Minas Gerais, nos séculos XVII e XVIII, cujo boom econômico com exigência de envio da maior parte das riquezas para a metrópole resultou na Inconfidência Mineira, como tentativa de emancipação da colônia em 1792.

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a) Ciclo da Borracha.

b) Ciclo do Ouro.

c) Ciclo da Cana-de-Açúcar.

d) Ciclo do Café.

e) Ciclo do Pau-Brasil.

Questão 03 - (UECE)

Segundo nos informa Darcy Ribeiro (1995, p.194), em fins do século XVI, a colônia possuía 3 cidades, a maior delas, Salvador, então sede do Governo Geral, contava com aproximadamente 15 mil habitantes; no final do século XVII, salvador tinha em torno de 30 mil habitantes e Recife tinha 20 mil. Ao final do século XVIII, enquanto cidades centenárias como Salvador e Recife tinham por volta de 40 mil e 25 mil habitantes, respectivamente, a jovem cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, elevada à categoria de Vila somente em 1711, já possuía cerca de 30 mil habitantes.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 194. O fenômeno demográfico do rápido crescimento

populacional de Vila rica (Ouro Preto) no século XVIII é atribuído

a) ao processo de interiorização da colonização portuguesa no Brasil a partir da expansão da atividade pecuarista, por meio das correntes do sertão de dentro, oriunda da Bahia, e do sertão de fora originária de Pernambuco.

b) à grande migração de colonos e de pessoas oriundas de Portugal para a região que hoje é Minas Gerais, em função das descobertas de jazidas de ouro e pedras preciosas, o que fez surgirem vários centros urbanos na área.

c) ao estímulo ao desenvolvimento da colônia, promovido por Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal, secretário de Estado do Reino, sob o reinado de D. José I, que incentivou a indústria e a educação no Brasil.

d) à ocupação de vastos espaços do território da colônia por colonos espanhóis das regiões do Potosi e do Rio da Prata, quando ocorreu a União Ibérica (1580-1640), época em que reis hispânicos governaram o reino de Portugal.

TEXTO: 1 - Comum à questão: 4

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Em vez de se falar com reservas de manifestações tardias do Barroco, pode-se afirmar abertamente a ocorrência de uma idade barroca mineira, identificável tanto na escultura de Antonio Francisco Lisboa quanto na pintura de Ataíde, na música de José Emerico Lobo de Mesquita ou mesmo na poesia de Cláudio Manuel da Costa.

(Adaptado de: ÁVILA, Affonso. O lúdico e as projeções do mundo barroco. p. 110. Apud CAMPOS, Flávio de. Oficina de História: história do Brasil. São Paulo: Moderna, 1999, p.

119)

Questão 04 - (PUCCamp SP)

Uma das características do barroco mineiro, em termos artísticos e arquitetônicos, é a rica ornamentação das igrejas. A riqueza propiciada pela extração de minérios nessa região, no século XVIII, além desse emprego,

a) foi usada fundamentalmente na fundação de povoados, na urbanização e atendimento à população das principais cidades mineiras e em obras públicas executadas pelo governo de Dom João VI, ali e no Rio de Janeiro, para o combate às condições insalubres de vida e moradia.

b) acabou sendo lentamente apropriada pelos bandeirantes paulistas, por meio de sua atuação em diversas rotas de contrabando, e usada para financiamento do plantio do café, em todo o Sudeste.

c) sofreu recorrentes confiscos por parte da Coroa Portuguesa, que, por meio de apreensões, cobranças de impostos e de estratégias como a “derrama”, se apoderou dessas riquezas e as usou para promover a instalação da Família Real no Brasil.

d) foi desviada ilegalmente para a Inglaterra, por meio da atuação de comerciantes ingleses que se fixaram na capital do reino e fizeram acordos escusos com contratadores e grandes proprietários de minas de ouro e diamantes.

e) foi absorvida principalmente pela burocracia e pela nobreza portuguesa instalada no Rio de Janeiro, significou o enriquecimento da elite local e financiou o Estado português até o declínio dessa atividade, ainda naquele século.

Questão 05 - (FUVEST SP)

A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, é correto afirmar:

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a) A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às demandas de transporte da economia mineradora.

b) A produção açucareira estimulou a formação de uma rede urbana mais ampla do que a atividade aurífera.

c) O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a interiorização da colonização portuguesa.

d) A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na exploração do ouro do que na produção de açúcar.

e) Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a formação de um mercado interno colonial.

Questão 06 - (UNIFOR CE)

(Modo como se extrai o ouro do Rio das Velhas e nas mais partes dos Rios, 1780, autor desconhecido)

“A descoberta do ouro no fim do século XVII foi fruto das inúmeras bandeiras que partiam da vila de São Paulo de Piratininga para o interior do país. As Minas passaram, então, a representar o sonho do enriquecimento fácil: estradas, vilas e fazendas surgiram em ritmo vertiginoso com a chegada de cada vez mais colonos e europeus. A organização social e econômica que se estabeleceu era inédita na colônia, e os mapas começavam a demarcar com cuidado a rica região.” (SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloísa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 128-129).

A respeito deste momento histórico no Brasil, avalie as assertivas abaixo.

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I. No auge da exploração aurífera, os contrabandistas encontraram artifícios para escapar da vigilância da Coroa portuguesa. Desse modo, utilizaram, por exemplo, a técnica do “santo do pau oco”, figuras religiosas para esconder e transportar ouro, driblando o controle do fisco. Apesar da ilegalidade da conduta, tal contrabando contribuiu para o requinte e o rebuscamento do estilo Barroco mineiro.

II. A maior parte do trabalho, na época, era realizada por escravos advindos, principalmente, da África, que trouxeram inúmeras tradições e crenças religiosas que não se misturaram com o catolicismo dos brancos.

III. A violência, na época, era recorrente não só nas relações entre senhores e escravos. Houve revolta dos colonos em relação à distância e ao isolamento e em relação aos desmandos da elite, que agia com ampla liberdade diante da displicência da Coroa em legislar e controlar a colônia.

É correto apenas o que se afirma em

a) I e III.

b) I, II e III.

c) II e III.

d) I.

e) III.

Questão 07 - (IFGO)

No começo do século XIX, os bandeirantes foram considerados, pelos pensadores ligados às elites paulistas, uma espécie de heróis nacionais que representavam modelos de conduta, de moralidade, de abnegação e de luta contra as adversidades.

No século XVIII, bandeirante e o bandeirantismo estão associados

a) à necessidade de encontrar outras regiões que oferecessem o pau-brasil que, no século XVIII, teve sua demanda aumentada na Europa.

b) à ampliação das áreas de comercialização no interior da colônia portuguesa como claro objetivo de criar um mercado interno desenvolvido.

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c) ao processo de interiorização da ocupação da colônia portuguesa na América e à busca por metais preciosos.

d) à busca por regiões que pudesse oferecer melhores condições de plantio para a cultura de café que se expandia em São Paulo.

Questão 08 - (UEFS BA)

Integralmente devotada à mineração, pelo menos em seus primórdios, a economia aurífera introduziu dois fenômenos novos e profundamente renovadores no quadro colonial.

(Antônio Barros de Castro. “Sete ensaios sobre a economia brasileira”, 1971. Apud Dea Ribeiro Fenelon (org). 50 textos de história do Brasil, 1986.)

Os “dois fenômenos” mencionados no texto foram:

a) a autonomia plena perante a metrópole e o desenvolvimento de uma agricultura de subsistência.

b) o equilíbrio social entre os grupos presentes na região e o estímulo ao desenvolvimento de novas formas de expressão artística.

c) a vida econômica voltada para o mercado e a população predominantemente distribuída por centros urbanos.

d) o predomínio da mão de obra assalariada sobre a escrava e a fácil obtenção de alforria pelos escravizados.

e) a comunicação fácil com as demais regiões da colônia e o surgimento de uma economia monetarizada.

Questão 09 - (ESPM SP)

O ouro saiu com fartura da terra até por volta de 1750. Durante esse tempo, o trânsito de pessoas e mercadorias foi intenso no caminho novo. Por ele chegavam a Vila Rica açúcar, cachaça, gado, pólvora, fumo, azeites, arroz, sal do reino, marmelada e vinhos. Com a multiplicação das vilas e dos arraiais, as minas, passaram a ser abastecidas de toda a sorte de bugigangas: vidro, espelhos, arma de fogo, facas flamengas, louças, chumbo, veludos, fivelas, pelúcia, calções de damasco carmesim, chapéus com fitas debruadas de fios de ouro e prata, botinas de couro amarradas por cordões, casacos forrados de seda ou de lã felpuda.

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(Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Brasil: uma biografia)

A partir do texto é possível concluir que uma das consequências da mineração foi:

a) a ruralização, pois a população buscava oportunidades de sobrevivência em áreas afastadas de núcleos urbanos;

b) um desenvolvimento comercial associado ao surgimento de uma urbanização e a maiores oportunidades no mercado interno;

c) uma retração dos movimentos culturais e intelectuais locais em razão da influência cada vez maior da cultura estrangeira;

d) um decréscimo demográfico em função da emigração produzida pela falta de oportunidades, na colônia;

e) um deslocamento do centro de gravidade econômica da região central para o nordeste do Brasil.

Questão 10 - (UNESP SP)

Em meados do século o negócio dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, da população. O grosso dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais dos mais variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taberneiros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, mestres-escolas, tropeiros, soldados da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo total, segundo os documentos da época, ascendia a mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria lavoura ganhava alento novo.

(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”.História geral da civilização brasileira, vol 2, 1960. Adaptado.)

De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de metais preciosos em Minas Gerais no século XVIII

a) impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de extração e favoreceu a independência colonial.

b) bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração.

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c) provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da mineração.

d) extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a população litorânea economicamente ativa.

e) restringiu a divisão da sociedade em senhores e escravos e limitou a diversidade cultural da colônia.

Questão 11 - (FAMEMA SP)

No Brasil Colonial, uma determinada atividade gerou maior articulação entre regiões distantes, ampliou a intervenção regulamentadora da metrópole e deu origem a uma sociedade diferenciada, caracterizada pela vida urbana, pelo aumento da mestiçagem e do número de alforrias e por uma notável produção cultural. Trata-se

a) da pecuária no sertão nordestino.

b) das plantations de tabaco e algodão no Nordeste.

c) da coleta de drogas do sertão na região amazônica.

d) das missões jesuíticas no Sul.

e) da extração de ouro nas Minas Gerais.

Questão 12 - (PUC RS)

Sobre o processo de exploração colonial do Brasil por Portugal, é correto afirmar:

a) Foi dividido em três ciclos de exploração econômica: produção açucareira, no litoral da região Nordeste; mineração, no Sudeste e Centro- Oeste; e extrativismo da borracha, no Norte.

b) Caracterizou-se por relativa estabilidade política, na medida em que, durante a colonização, não ocorreram movimentos revolucionários de contestação ao Pacto Colonial.

c) Levou ao desenvolvimento das manufaturas locais, como consequência da exploração de ouro durante o período da mineração (século XVIII), o que permitiu o acúmulo de capital e a criação de um mercado interno na colônia.

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d) Em 1709, foi criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, em decorrência da descoberta de ouro e do início da extração aurífera na região de Minas Gerais.

e) Teve como base do trabalho a mão de obra escrava, que era trazida da África, tendo em vista que, por receio de rebelião das populações originais da colônia, não houve escravidão indígena.

Questão 13 - (UNIFOR CE)

Em fins do século XVII e ao longo do século XVIII, desenvolveu-se, nas regiões sudeste e centro oeste do Brasil, a mineração. O ouro e os diamantes promoveram vasta transformação no cenário social e econômico da colônia. Sobre este período da história econômica do Brasil pode-se afirmar que:

a) Do ponto de vista demográfico, a economia mineira pouco contribuiu para a transformação da colônia, por causa da alta taxa de mortalidade.

b) O sucesso da empresa mineradora se deu, dentre outros aspectos, pelo conhecimento técnico dos portugueses e do conhecimento que os “paulistas” possuíam da região.

c) O grau de investimento era bastante elevado na empresa mineradora, o que limitou a atividade aos grandes mineradores com recursos suficientes para comprar muitos escravos.

d) O auge da economia mineira manteve-se até meados do século XIX, quando enfrentou a concorrência da corrida do ouro na Califórnia.

e) Devido a uma geografia de fácil acesso e a fortes divergências políticas, a economia mineira não criou relações comerciais com o sul do Brasil.

Questão 14 - (PUC GO)

É com certa sabedoria que se diz: pelos olhos se conhece uma pessoa. Bem, há olhares de todos os tipos — dos dissimulados aos da cobiça, seja pelo vil metal ou pelo sexo.

Garimpeiro se conhece pelos olhos. Olhos de febre, que flamejam e reluzem. Há, em suas pupilas, o ouro. O brilho dourado tatua a íris. Trata-se apenas de um reflexo de sua alma e daquilo que corre em suas veias. É um vírus. A princípio, um sonho distante, mas, ao correr dos dias, torna-se uma angustiante busca. Na primeira vez que o ouro fagulha na sua frente, na bateia, toda a alma se contamina e o vírus se transforma em doença incurável.

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Todos, no garimpo, têm histórias semelhantes. Têm família, filhos, empregos em suas cidades, nos distantes estados, mas, de repente, espalha-se a notícia do ouro. Então, largam tudo, vendem a roupa do corpo e lá se vão. Caçar o rastro do ouro é a sina. Nos olhos, a febre — um brilho dourado doentio. Sim, é fácil conhecer um garimpeiro.

Todos sabem que, no garimpo, não é lugar para se viver. Mas ninguém abandona o seu posto. Suor, lama, pedregulhos, pepitas douradas, cansaço — é a vida que até o diabo rejeita.

Por onde passam, o rastro da destruição. A Amazônia é nossa. Tratores e retroescavadeiras derrubam e limpam a floresta; as dragas chegam, os rios se contaminam rapidamente de mercúrio. Quem pode mais chora menos. Na trilha do brilho dourado, nada se preserva. Ai daqueles que levantarem alguma voz... No dia seguinte, o corpo é encontrado no meio da selva, um bom prato aos bichos.

(GONÇALVES, David. Sangue verde. Joinville: Sucesso Pocket, 2014. p. 5-6. Adaptado.)

O texto faz menção a garimpos. Durante o século XVIII, o território goiano experimentou uma notável ascensão econômica em decorrência do encontro e da extração de ouro. Acerca dos condicionantes da ocorrência de ouro em Goiás, bem como de seus desdobramentos, analise as afirmativas a seguir:

I. Ao longo do Século XVIII, os locais de maior probabilidade de se encontrar ouro eram as áreas de nascentes dos principais rios.

II. A historiografia de Goiás registra que muitos dos aglomerados urbanos surgiram próximos aos rios, em decorrência da associação com o ouro.

III. Após o declínio na produção de ouro, a tendência observada foi o surgimento de aglomerados urbanos nas margens das rodovias que passavam por Goiás.

IV. As cidades que surgiram em decorrência da economia aurífera experimentam franca ascensão até os dias atuais.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

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d) II e IV.

TEXTO: 2 - Comum à questão: 15

Em 1499 retornavam a Lisboa, em momentos diferentes, as duas naus restantes da armada que, dois anos antes, partira rumo ao Índico em viagem de descoberta do caminho que levasse à Índia, local desejado por Portugal há quase meio século. (...) Definitivamente, as coisas nunca mais foram as mesmas, tanto para aquele pequeno reino português, na franja atlântica da Europa, quanto, em outras medidas, para o resto do continente europeu. Desta viagem, mas sobretudo do que se esperou dela e do que efetivamente se encontrou, restaram-nos alguns documentos epistolares, mas restou-nos também o Roteiro de uma viagem que levou os sonhos portugueses por “mares nunca dantes navegados”, e complementando o poeta Camões, “por terras nunca dantes palmilhadas”.

(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem. Expectativas, projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume, 2010. p. 27)

Questão 15 - (PUCCamp SP)

Dentre os sonhos portugueses relacionados à descoberta de novas terras, certamente figurava o desejo de encontrar ouro em abundância. Ao longo da colonização do território brasileiro, o período em que Portugal mais lucrou com a exploração de minérios

a) foi o século XVII, quando da descoberta de metais preciosos na região de Minas Gerais e da criação da Estrada Real para o controle do escoamento da produção pelo Porto de Paraty.

b) estendeu-se por cerca de um século entre 1710 e 1810, fase em que vigorou o Sistema da Real Extração, por meio do qual a coroa portuguesa se apossou das minas e controlava integralmente a extração, a fundição e a exportação aurífera.

c) limitou-se aos dez anos de intensa exploração do Arraial do Tijuco (atual Diamantina), área que foi isolada como Distrito e mantida sob o controle da Intendência dos Diamantes, no final do século XVII.

d) iniciou-se com a descoberta de esmeraldas pelo bandeirante Fernão Dias Paes, em 1681, e se encerrou com a execução da derrama, por falta da arrecadação mínima de minérios, em 1776.

e) ocorreu ao longo do século XVIII, principalmente após a instituição de impostos como o quinto, perdurando até o declínio da extração do ouro de aluvião, nas últimas décadas desse mesmo século.

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Questão 16 - (UniRV GO)

Ao final do domínio espanhol (1640), Portugal estava mergulhado em grave crise econômica. Os preços do açúcar haviam caído no mercado internacional, devido, sobretudo, à concorrência do açúcar antilhano. O governo português buscava exaustivamente novas fontes de riqueza, revigorando o antigo sonho de encontrar ouro no Brasil. Levando em consideração a História do Brasil, em especial, o Período Minerador, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.

a) Foi somente no final do século XVIII que os bandeirantes encontraram as primeiras jazidas em Minas Gerais. A data e o local exato dos primeiros achados não são conhecidos, mas se sabe que a descoberta do ouro de aluvião nos vales dos rios Araguaia e Cuiabá ocorreu entre os anos de 1693 e 1695.

b) Com a descoberta das jazidas, muitos portugueses, vindos da metrópole ou da própria colônia, correram para Minas Gerais, provocando violentas disputas entre paulistas e portugueses. Esses conflitos ficaram conhecidos como Guerra dos Balaios, desfavorável aos portugueses, que foram obrigados a procurar novas jazidas no interior do Brasil, como no Paraná e Mato Grosso do Sul.

c) Todas as minas pertenciam a Portugal, que concedia lotes (datas) aos mineradores que explorassem o ouro. O trabalho, entretanto, era realizado por escravos negros, em locais denominados lavras. O principal órgão do esquema administrativo português era a Intendência das Minas, criado em 1702.

d) O imposto cobrado pela exploração das jazidas correspondia a um quinto de qualquer quantidade de metal extraído. Cobrar o quinto era a principal função da Intendência das Minas. Diversos mineiros revoltaram-se contra a criação das Casas de Fundição, que dificultavam o comércio do ouro dentro da capitania, facilitando apenas a cobrança de impostos. Assim, em 1720, eclodiu a Revolta de Vila Rica.

Questão 17 - (UNITAU SP)

“A sede insaciável do ouro estimulou a tantos deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como são os das minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão. Contudo, os que assistiram nela nestes últimos anos por largo tempo, e as correram todas, dizem que mais de trinta mil almas se ocupam, umas a catar, e outras a mandar catar nos ribeiros do ouro, e outras a negociar, vendendo e comprando o que se há mister não só para a vida, mas para o regalo [...]”.

ANTONIL, André João, 1711, Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. Lisboa: CNCDP, 2001, p. 242.

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Sobre o impacto da descoberta das minas no Brasil colonial, é INCORRETO afirmar:

a) Permitiu o desenvolvimento do comércio de outras regiões da colônia, devido à necessidade de abastecimento das minas.

b) Desencadeou uma grande onda migratória de portugueses e de pessoas de outras regiões da colônia que, junto dos escravos, formariam uma nova composição social.

c) Desenvolveu um novo sistema de fiscalização, especialmente para a atividade mineradora, que começava com a distribuição das terras na forma de datas para exploração.

d) Na região aurífera, a liberdade esteve muito mais acessível às escravas, mas também aos escravos de ganho, do que nas regiões açucareiras.

e) Apesar de suas características distintas, a região mineradora desenvolveu um modelo de sociedade semelhante à do Nordeste agrário, em que predominou a imobilidade social.

Questão 18 - (FGV)

Leia o excerto de uma peça teatral, de 1973.

Nassau

Como Governador-Geral do Pernambuco, a minha maior preocupação é fazer felizes os seus moradores. Mesmo porque eles são mais da metade da população do Brasil, e esta região, com a concentração dos seus quase 350 engenhos de açúcar, domina a produção mundial de açúcar. Além do mais, nessa disputa entre a Holanda, Portugal e Espanha, quero provar que a colonização holandesa é a mais benéfica. Minha intenção é fazê-los felizes… sejam portugueses, holandeses ou os da terra, ricos ou pobres, protestantes ou católicos romanos e até mesmo judeus.

Senhores, a Companhia das Índias Ocidentais, que financiou a campanha das Américas, fecha agora o balanço dos últimos quinze anos com um saldo devedor aos seus acionistas da ordem de dezoito milhões de florins.

Moradores

Viva! Já ganhou! (...) Viva ele! Viva!

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(Chico Buarque de Holanda e Ruy Guerra. Calabar: o elogio da traição, 1976. Adaptado)

Sobre o fato histórico ao qual a obra teatral faz referência, é correto afirmar que

a) as bases religiosas da colonização holandesa no nordeste brasileiro produziram uma organização administrativa que privilegiava a elite luso-brasileira, ao oferecer financiamento com juros subsidiados e parcelas importantes do poder político aos grandes proprietários católicos.

b) a grande distância entre as promessas de tolerância religiosa e a realidade presente no cotidiano dos moradores da capitania de Pernambuco deu-se porque os dirigentes da companhia holandesa impuseram o calvinismo como religião oficial e perseguiram as demais religiões.

c) a presença da Companhia das Índias Ocidentais no nordeste da América portuguesa trouxe benefícios aos proprietários luso-brasileiros, como o financiamento da produção, mas reproduziu a lógica do colonialismo, ao concentrar a riqueza no setor mercantil e não no produtivo.

d) a felicidade prometida pelos invasores holandeses não pôde ser efetivada em função da lógica diplomática presente na relação entre Portugal e Holanda, pois se tratava de nações inimigas desde o século XV, em virtude da disputa pelo comércio oriental.

e) as promessas dos invasores holandeses se confirmaram, e a elite ligada à produção açucareira e ao comércio colonial foi amplamente beneficiada, principal mente pelo livre comércio, o que explica a resistência desses setores sociais ao interesse português em retomar a região invadida pela Holanda.

Questão 19 - (UNIFOR CE)

A Economia Mineira no Brasil, no século XVIII, desenvolveu-se a partir da descoberta de ouro e diamantes nas Gerais. Os homens do Piratininga foram essenciais pelo conhecimento do território e Portugal providenciou ajuda técnica.

Sobre este período da História do Brasil, podemos afirmar que

a) a descoberta de Ouro no Brasil não provocou processo de imigração de Portugal para o Brasil, pois a quantidade de ouro não era significativa.

b) o trabalho escravo não foi importante nesta etapa da economia brasileira, pela natureza da mineração.

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c) a organização da Economia mineira estava baseada na incerteza, mobilidade da empresa, alta lucratividade e especialização.

d) o abastecimento de alimentos e outros foi facilitado pelo transporte fluvial e pela geografia da Região das Minas.

e) o declínio da produção de ouro e a consequente estagnação da economia se deu na segunda metade do século XIX.

TEXTO: 3 - Comum à questão: 20

Também no Brasil o século XVIII é momento da maior importância, fase de transição e preparação para a Independência. Demarcada, povoada, defendida, dilatada a terra, o século vai lhe dar prosperidade econômica, organização política e administrativa, ambiente para a vida cultural, terreno fecundo para a semente da liberdade. (...) A literatura produzida nos fins do século XVIII reflete, de modo geral, esse espírito, podendo- se apontar a obra de Tomás Antônio Gonzaga como a sua expressão máxima.

(COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: EDLE, 1972, 7. Ed. p. 127 e p. 138)

Questão 20 - (PUCCamp SP)

É correto afirmar que, no século a que o texto de Afrânio Coutinho se refere, a mineração, ao atuar como polo de atração econômica,

a) foi responsável pela entrada no país de uma grande quantidade de produtos sofisticados que incentivou a criação de uma estrutura para o desenvolvimento da indústria nacional.

b) reforçou os laços de dependência e monopólio do sistema colonial ao garantir aos comerciantes portugueses o comércio de importação e exportação e impedir a concorrência nacional.

c) promoveu a descentralização administrativa colonial para facilitar o controle da produção pela metrópole e fez surgir o movimento de interiorização conhecido como bandeirismo de contrato.

d) iniciou o processo de integração das várias regiões até então dispersas e desarticuladas e fez surgir um fenômeno antes desconhecido na colônia: a formação de um mercado interno.

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e) alterou qualitativamente o sistema social pois, ao estimular a entrada de imigrantes, promoveu a transformação dos antigos senhores de terras e minas em capitães de indústria brasileira.

GABARITO:

1) Gab: A

2) Gab: B

3) Gab: B

4) Gab: E

5) Gab: C

6) Gab: A

7) Gab: C

8) Gab: C

9) Gab: B

10) Gab: C

11) Gab: E

12) Gab: D

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13) Gab: B

14) Gab: C

15) Gab: E

16) Gab: FFVV

17) Gab: E

18) Gab: C

19) Gab: C

20) Gab: D