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1 Muro MURO

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Webzine sobre a sociedade, cultura, musica, cinema, poemas, prosa, tudo o que gostes e em português webzine about society, culture, music, movies, poems, prose, everything you like, in Portuguese

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MURO

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Capahttp://www.flickr.com/photos/txzeiss/

página 3http://www.flickr.com/photos/teotwawki/2603165449/sizes/l/

página 9http://www.flickr.com/photos/movimente/

página 10http://www.flickr.com/photos/wheatfields/

página11http://www.flickr.com/photos/chaibrother/

Página16, 17http://www.flickr.com/photos/face_it/

Bullying .................... 6

Porquê a droga?....... 8

P .............................. 12

Simbolismos ........... 16

Panarquia ............... 18

Fallout 3 .................. 24

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Bem vindos à primeira edição da webzine MURO, espero que seja de vosso agrado, ficou decidido criar uma revista que abrangesse vários temas da actualidade e porque não também do passado?

Queremos, mostrar opiniões, dizer o que se passa lá fora, o que se passa cá dentro, falar sobre festas, falar sobre acontecimentos graves, contar anedotas, contar contos, falar de tristezas, falar de verdades. Também servirá de plataforma para a arte, para a fotografia, para o cinema, queremos que seja um local forte para inspiração, para nos rirmos e para nos apercebermos das coisas que nos rodeiam.

Nesta edição podem contar com um artigo sobre o bUllying e o que podem fazer para detectar, e para evitar que aconteça.

Temos também um texto sobre os MalefíciOs da dROga,

porque é que as pessoas as tomam, de quem

será a culpa?

Falamos também de um caso que abalou a sociedade na Grã-Bretanha sobre uma criança, conhecida apenas por baby P que foi maltratada pelos próprios pais sem ninguém se aperceber da triste verdade, até à sua morte.

Depois falaremos da PanaRqUia, um conceito para vos fazer parar para pensar e talvez abrir os olhos para reflectir.

Fala-se também nesta edição do novo jogo fallOUt, para vocês aficionados do virtual

Por fim, temos o nosso cantinho da POesia cOnteMPORânea

Mais uma vez, esperamos que vos agrade, e já sabem que podem mandar um mail dando sugestões, críticas, textos ou fotos que queiram ver publicados e nós de bom-grado as iremos meter.

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O termo Bullying abrange todas as formas de atitudes agressivas, inten-cionais e assumidas por um ou mais jovens contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, em que pre-valece a intimidação da vítima.

As raparigas são as principais autoras do bullying social, caracterizado pelas ofensas, pela humilhação, disseminação de boatos maldosos e exclusão do grupo de amigos.

BullyingOs rapazes são os principais

praticantes do bullying directo, ameaçando fisicamente, empurrando ou batendo em colegas mais fracos.

A vítima apresenta:Falta de vontade de ir à escola;Pede para trocar de escola;Apresenta baixo rendimento escolar;Regressa da escola, com roupa ou material estragado;Chega muitas vezes a casa com nódoas negras, ou sinais de agressão física;

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Parece angustiado, deprimido e ansioso;Tem pesadelos constantes com pedidos

de ajuda;Perde muitas vezes, dinheiro e perten-

ces.

O agressor apresenta:Baixa auto-estima,

Reduzida capacidade de empatia, Não têm acompanhamento e apoio famí-

liar,

BullyingOs rapazes são os principais

praticantes do bullying directo, ameaçando fisicamente, empurrando ou batendo em colegas mais fracos.

A vítima apresenta:Falta de vontade de ir à escola;Pede para trocar de escola;Apresenta baixo rendimento escolar;Regressa da escola, com roupa ou material estragado;Chega muitas vezes a casa com nódoas negras, ou sinais de agressão física;

Desconhecem outro modelo de resolu-ção de conflitos, que não seja a agressivi-

dade,Decidem perseguir a vítima e tornar a sua

vida escolar numa tortura constante.Manter postura firme e olhar directa-

mente o agressor. Ser educado, mas firme. Dizer “Pára” ou

“Deixa-me em paz”.Não chorar ou mostrar-se preocupado.

Recorrer a alguém de confiança, que possa ajudar

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Digamos que existe uma ditadura na nossa sociedade e ela toma a forma da necessidade de depender… De per-tença… Seja a uma empresa, a uma facção partidária, a um grupo de amigos, a uma família. Venha o diabo e escolha. O ser não o é, sem o ser em sociedade. Estar em sociedade, é pertencer.

“A dependência é a busca pela independência absoluta.”

O que nos põe em cheque é o facto de ao pertencermos, estamos em relação. E é facto que estar em relação tanto pode levar ao céu como ao inferno. As primeiras relações provam isso. É com os nossos pais que aprendemos como podem ser essas relações, no carinho de um lar. Aqui todo o caos vem ao de cima, e coloca-se uma questão; e quando essas primeiras rela-ções nos “imprimem” na insegurança, nos reprimem a uma extensão de alguém dife-rente do que gostaríamos de ser? E quando o estar em relação dói mais? E quando aprendemos em casa o pior caos que existe? E quando dói fisicamente, a não pertença a essa primeira relação?

Cada personalidade aprende a lidar com essas frustações do “ninho”, gera rotinas de abrigo, encontra grupos de suporte fora da família, ocupa-se com todo e mais algum trabalho que permita a alienação

do que o espera em casa. E quando não se encontra mais nada? E quando a única coisa que se têm são os amigos de escola, que oferecem saídas ilusórias da reali-dade? E quando o que se aprende a fazer é fugir? Cá dentro, o que se passa?

“Assim é tão fácil.”

Segundo Sylvie Wieviorka a dependên-cia que advém da adicção é mais uma busca pela independência absoluta, em relação ao outro e independência tma-bém em relação às solicitações do mundo. (Sequeira, 1996)

A busca de prazer é a caracterização mais fiel da toxicodependência, sendo esta por definição um estado psíquico e por vezes também físico que resulta de uma interacção entre um organismo vivo e um medicamento, caracteriza-se por modificações do comportamento e outras reacções que compreendem sempre um impulso que leva a tomar um medica-mento de um modo contínuo ou perió-dico, para provocar efeitos psíquicos e às vezes evitar o mal-estar da sua privação.

“Evitar o mal-estar…”

É denominado de “impulsão para a fuga”, cuja incapacidade de pôr em pala-vras as necessidades interiores, de comu-nicar o que dói, coloca em ênfase a impor-tância da fuga. “Não consigo passar sem isto” é apenas uma maneira de dizer não consigo lidar com isto. E é isto o que de

Porquê

a droga?

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“A dependência

é a busca pela

independência

absoluta.”

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bom tenho na minha vida. “Já estou jul-gado e arrumado.”

“A única forma encontrada de fugir ao tédio é o acto , e neste sentido acting out, pois trata-se de uma actuação cuja princi-pal função é o alívio da tensão.” (Sequeira, 1996).

Só queria deixar esta idéia de não virar a cara, não julgar quem não têm um substi-

tuto na realidade para o sentimento de extâse que advém da um medicamento. Visto que nós (não consumidores) devería-mos saber que todas as sensações de uma substância psicoactiva, podem ser expe-rienciadas num estado sóbrio. Existe quem não têm essa oportunidade…

AnA FerreirA

Para consulta:Sequeira, J. P. (1996). As Origens Psicológicas da Toxicomania. Lisboa: Climepsi Editores.

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Quando essa criança, conhecida por “Baby P” nos tribunais, foi trazida para casa depois do seu nascimento em Março de 2006, era um bébé de olhos azuis e cabelo loiro aos caracóis, com um brilho nos olhos, mas ao final de 17 meses de uma crueldade terrível e inimaginável, “P” estava coberto de nódoas negras, crostas de feridas, o cabelo rapado até ao couro, infecções, e o brilho nos olhos per-dido.

Alguns dos ferimentos incluíam, 8 cos-telas partidas, coluna partida e uma cabeca do dedo cortado, sem contar com os feri-mentos psicológicos, mas apesar de tudo isto as pessoas referiam que ainda tentava esgaçar um sorriso ténue.

O júri, não estava preparado para ouvir os detalhes mais macabros sobre as con-dições em que esta criança foi tratada, sendo este um dos casos mais brutais de

“P” - Apenas se sabe a primeira letra do seu nome, mas essa letra corre por todas

as bocas no Reino Unido.

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negligência e mau trato em crianças no Reino Unido e talvez no mundo

Esta criança, que vivia em casa de seus pais em Haringey (Norte de Londres), começou desde cedo a ser vítima de negli-gência pela parte da mãe, que o deixava por horas esquecido no seu berço, cho-rando com fome e falta de atenção. A mãe estava mais interessada em procurar porno grafia na internet e parceiros sexuais. O pai de “P” abandonou a mãe passado 3 meses de ele ter nascido, precisamente devido a estes acontecimentos, tendo a mãe levado um parceiro para viver com ela na mesma casa.

Quando este se mudou, o sofrimento de P aumentou drasti camente. Em testemu-nhos dados em tribunal, enquanto a mãe se “divertia” em chats online o seu compa-nheiro batia em “P”, rodando-o no ar pelo

pescoço ou pelas pernas ou forçava-o a seguir comandos como um cão.

Este homem de 32 anos, coleccionador de items Nazis, pelas palavras do próprio “só queria fazer com que a criança fosse mais forte”, tinha ratos mortos e pintainhos no seu quarto, com os quais alimentava o seu animal de estimação, uma cobra.

As autoridades desconfiaram pela pri-

meira vez de abusos em Outubro de 2006, numa visita ao pediatra, foram notadas algumas nódoas negras em que a mãe prontamente rejeitou a acusação de abuso dizendo que P caía muito facilmente. Pas-sados 2 meses a criança foi levada ao hos-pital com um ferimento na cabeca, em que mais uma vez a mãe negou qualquer acusação dizendo que ele tinha começado a andar e batia muito com a cabeça, e as marcas de dedos nos braços eram de ela o segurar e mandar ao ar alegremente.

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Os servicos sociais não acreditaram nesta história e visitaram o apartamento depararando-se com cheiro de urina, lixo por toda a casa e 3 cães, incluindo um Rott weiller, um Bull Terrier e um Pastor Alemão, mas sem conhecerem que o par-ceiro da mãe de “P” vivia na mesma casa.

P foi retirado da mãe e posto em cuida-dos de uma amiga de família.

Depois de todos os detalhes reunidos pelas investigações da Polícia, P voltou a casa sem qualquer acusação feita pela polícia a sua mãe.

P não era alimentado e vagueava pela casa comendo restos de comida pelo chão e no jardim. Investigadores, mais tarde

notaram que todas as suas roupas tinham manchas ou vestígios de sangue.

A sua mãe tentava encobrir nódoas negras na cara, cobrindo-as de chocolate, mas as visitas ao hospital eram cada vez mais frequentes, envolvendo olhos negros, hematomas, descargas de pus nos ouvidos, neste último caso os ferimentos em “P” eram tão graves que sua mãe foi

detida novamente, tendo saído sobre caução e porque “P” não tinha com quem ficar.

A assistente social Maria Ward, visitou

a casa de “P” quatro dias antes de sua morte, dizendo que mais uma vez ele estava coberto de chocolate, notou uma infecção nos ouvidos, mas não ficou

“Só qUeRiA FAzeR COm

qUe A CRiAnçA FOSSe

mAiS FORte”

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muito preocupada porque quando se dirigiu a “P” ele pareceu-lhe bem mos-trando um sorriso.

Dois dias depois a criança volta ao hos-pital, seguro no colo pela mãe, e a pedia-tra apesar do choro insistente e esgar de dor, falha em detectar a coluna partida e as 8 costelas partidas.

Mais 2 dias, em casa, “P” recebe o feri-mento final, um soco em cheio na cara, fazendo-o engolir um dente e ferimentos na caixa craneana.

Ao final de 17 meses de tortura, “P” final-mente sucumbe e morre em seu berço durante a noite... sozinho como tinha pas-sado toda a sua vida.

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Quero que sejas a minha capitalQuero que sejas a minha ruaQuero que sejas o meu mundoQuero que sejas a minha lua

Quero que sejas o meu jardimOnde passeio dias a fioQuero que sejas o fogo ardenteQue me protege de ter frio

Quero que sejas um porto seguroOnde possa descansarQuero que sejas rainha a meu ladoPara eu te poder amar

Quero que sejas a minha muralhaQuero que sejas a minha fortalezaQuero que sejas o meu mais valiosoQuero que sejas a minha fraqueza

Quero que sejas a minha estradaQuero que sejas o meu céuQue o nosso amor seja crimeE de te amar eu seja o réu

Quero que sejas a espadaQue este cavaleiro leva para a guerraQuero poder sentir-te no marQuero poder abraçar-te na terra

Quero que te abras para mimMe mostres o teu lado mais obscuroQuero a felicidade do nosso ladoA tristeza do lado de fora do muro

Quero que o amorAo amanhecer sorria para nosSer acordado pelo teu toque suavePela calma da tua voz

Quero que nunca me deixesComo so fosses parte de mimQuero que sejas sempre o que ésPorque eu gosto de ti assim

Simbolismos

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Tenho uma mulherlonge de mim,Vem à cidade quando quer,boa para mim

Ela diz que me ama,mas que mesmo assimse eu a quiser foder,tenho de lhe dar pilim

As desculpas da senhorajá sao bem poucas,estão a chegar ao fim,Logo eu vou fodê-lao melhor que possofiquem felizes por mim

Vai ser tão bom,mal posso esperar,Tenho os colhões pesados,tenho de os esvaziar

Ela vem aí,ela está quase a chegar,Aquele cheiro a bacalhau,já o sinto no ar

Oiço os seus passos,a pisar no chão molhado,Vou-lhe dar tão bem,que vai para casa a andar de lado,

Tenho uma mulher,perto de mim,Veio à cidade porque queria,boa para mim

Ela disse que me ama,e eu disse logo assim,Vou-te foder,pago com incenso de jasmin

Ela não achou piada,e bateu com a porta,Eu fui a janela gritar,“Anda cá minha porca”

Ela mandou-me à merda,e foi-se embora,e eu à janela,com o bacamarte de fora

Já não tenho mulher,não quer saber de mim,mas aquele cheiro a bacalhau,é pior que o de jasmin

Acho que lhe fazia bem,mas ela disse que não,penso na sua rata,daquela puta barata

E na palma da minha mão...encontro a salvação.

Morte senta-te comigo, mete o braço por cima do meu ombro, esfrega a tua mão na minha perna, mete a tua língua na minha boca e leva-me contigo. Porque raio nós temos de te temer? Tu pareces ser simpática, pareces resolver os problemas, pareces ser o fechar do capítulo!

Pareces ser aquela que está sempre lá, quer queiramos quer não, ela está lá à espreita a olhar para nós, a esperar, esperar, esperar até que a sua campainha toque, e o próximo “cliente” tenha de ser levado.

Vendo bem, a morte é um táxi. Bem me vou...vou de fogareiro.

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“a realidade não existe. a fuga é para lado nenhum. tive uma idéia, tive uma idéia, vamos fugir! tive uma idéia, tive uma idéia, foge comigo!” “a realidade não existe. a fuga é para lado nenhum. tive uma idéia, tive uma idéia, vamos fugir! tive uma idéia, tive uma idéia, foge comigo!”

“ninguém sabe quem dá as ordens. mas elas cumprem-se. A televisão transmite-nos a realidade, transmite-nos as ordens. eu cumpro. A única fuga é a loucura.”

E se a cultura ocidental for um colosso que cresceu e se agigantou, para se atirar no abismo do seu próprio suicídio, à pro-cura do novo homem que se ergue das ruínas, o super-homem, o alienisna dentro do seu ovo à prova de fogo?

E nós que somos homens, escombro, e seguramos lampiões de sapiência para ilu-

minar as tábuas dos mortos e as pálpebras da sabedoria, seremos os porteiros do novo reino.

Até lá ensinaremos aos estupidos a pro-fissão dos sábios actuais, aquela de serem bobos e místicos e bobos místicos.

Uma vez um iniciado bastardo, que acreditava ser a reencarnação do Crowley

Panarquia

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e queria colocar o Governo Oculto no poder, perguntou-me: “Tu não queres sal-var a nossa civilização? Se pudesses esco-lher salvavas ou destruias?” e eu respondi enquanto ouvia os uivos dos homens moribundos e dos homens de lascivia e dos homens sonhadores e dos homens sem esperança e dos homens que nunca aprenderam a largar a esperança e cuja esperança matará “quero salva-la des-truindo-a”

Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião. Sou só um anão com a voz de um ancião.

E no meio disto tudo onde é que fica a politica? No lixo! Vamos plantar rosas ver-melhas no quintal e dedicarmo-nos a cul-

tivá-las, e nos crepúsculos vamos acender fogos junto aos rios e nas praias e nos miradouros e nos becos e vamos dançar e vamos todos cultuar o deus Pã, que todos os outros deuses estão e sempre estive-ram mortos. E vamos tocar música e vamos entoar cânticos e pintar poesia e vamos trabalhar nas fábricas e escutar as máqui-nas, alimentar a electrcidade e enviar mui-tos soldados para os novos descobrimen-tos do mundo cibernético e depois vamos-nos despir e tomar banho no calor e na frescura uns dos outros e das águas melancólicas e das águas renovadoras e vamos dizer “Que se foda! Amo-te!” e vamos ficar escondidos e vamos ler muito de todas as coisas e beber vinhos e comer peixe que pescamos e inventar cartazes e novas manifestações de espada na mão só para escrever e bailar.

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Vamos pegar em todo o dinheiro e vamos fazer uma enorme pilha com ele e vamos queimar essa pilha e os deuses todos, os que conhecemos e os que não conhecemos, vão ver esse fogo e vão passar a adorar-nos. Vamos observar o sangue e vamos morrer. Vamos escutar os buracos e vamos tapá-los com carícias, e vamos dizer: “este é o único défice do pais”. Vamos passear os fantasmas, vamos chorar, vamos dormir em tudo o que está partido e destroçado e que já não é uma prisão. Vamos plantar ruínas, e nas ruínas cultivar rosas, e nas ruínas cultivar rosas vermelhas. Vamos destruir os prédios e viver nos prédios destruídos e prosperar campos nas estradas e plantar cromele-ques no centro das cidades e queimar perfumes. Vamos cuspir fogos e montar circos. Vamos observar as donzelas de vestido branco e ser anjos. Vamo-nos lembrar. Vamos ser crianças e água e inundação e lavar tudo o que já foi e guardar tudo o que já foi e vamos ser

fogo que alimenta a treva e abre o cami-nho do paraíso e vamos ser o brilho no OLHO e vamos uivar e rebolar na terra e contorncermo-nos como vultos no céu e vamos suspirar pela nossa AMADA no OLHO DE PRATA. Xiu. Vamos chamar o bicho mau que abre todas as ranhuras e despejar um fluído quente e roxo que apaziguará todas as coisas. Vamos ver um Rei de vez em quando e fazer uma vénia e vamos sentir o palpitar da terra e que a nação é uma alma e uma divindade e vamos rir no seu seio de luz. Vamos nos esquecer que existe essa merda a que chamamos divisão e que pensamos que a carne seriam dois e que a conduta não era nossa mas de um sobre o outro e vamos amar e vamos-nos esquecer “poli-tica”.

Vamos apagar a Lua, e vamos apagar o Sol, que são astros ditadores, entrar no twilight conduzindo os nossos cavalos do apocalipse.

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existem muitos jogos impres-sionantes hoje em dia mas que não passam de uma demons-tração de músculo gráfico, mas

com o Fallout 3 isso não acontece. Este RPG é o descendente espiritual da série Fallout desenvolvida nos anos 90 pela Black Isle Studios, que infelizmente (para eles) faliu e felizmente (para nós) que a Bethesda Softworks pegou na série e desenvolveu uma bomba... lite-ralmente.

O jogo começa exactamente com o nascimento e o crescimento do jogador onde podemos atribuir as característi-cas que queremos. Além das caracterís-ticas básicas como força, agilidade, etc. existem um monte de habilidades em que nos podemos especializar durante o jogo. A única coisa que sabemos no início é que vivemos num bunker em Washington DC especialmente cons-truído para sobreviver à guerra termo-nuclear global de 2077 e entretanto passaram-se 200 anos e a superfície é habitável embora bastante perigosa por causa da constante luta entre os sobreviventes e mutantes.Pedro miranda nov/2008

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A primeira vez que saímos do bunker e vemos a paisagem cá fora é verdadeira-mente impressionante e a área de jogo é gigantesca. Já joguei muitos jogos e vi muita coisa, mas os cenários e a direcção artística do Fallout 3 é possivelmente o que me deixou com os queixos mais caí-dos. Para ser fiel aos títulos anteriores exis-tem no jogo muitos elementos de retro-futurismo, isto é, elementos de ficção científica que se existiam nos anos 50, mas não se deixem enganar, pois a mistura desta velha e obsoleta ficção-científica está tão bem misturada no jogo que se

torna totalmente credível. A liberdade é total, podemos ir a qualquer lado a pé e explorar variadas localidades como peque-nas cidades feitas de destroços ou comu-nidades de pessoas que se instalaram em casas ou prédios velhos, existem locais cheios de Raiders que são pessoas que têm o mau hábito de torturar e desmem-brar as pessoas. Também existem os Super-Mutantes que têm os mesmos maus hábitos, mas devido a experiências têm o dobro do tamanho e da força das pessoas normais. É possível visitar o Capitólio, museus e outras localidades que existem

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mesmo na verdadeira Washington DC de hoje.

A imersão do jogo também é um ponto muito positivo, pois por exemplo, todo o interface do jogo está num aparelho que temos no braço, o Pipboy 3000, onde podemos escolher armas, roupas, comida e saúde e objectos variados, ver a nossa condição de saúde em cada parte do corpo (sim, podem ficar com um braço ou uma perna partida), ver a radiação que temos no corpo, os trabalhos e missões e até ligar o rádio. A música é exclusiva-mente anos 40, 50. A princípio alguns

podem torcer o nariz, mas a certa altura vão perceber que se vão sentir demasiado solitários sem ela, e quando numa noite escura estiverem a viajar pelas ruínas e ligam o rádio para ouvir um boogie dos The Ink Spots, vão ver que mais cedo ou mais tarde vão ficar viciados no estilo e matar Super-Mutantes com esta banda sonora então ainda se torna mais engra-çado.

Entre as nossas capacidades de sobrevi-vência estão usar stimpaks para restaurar energia, ou comer qualquer tipo de carne (inclusive a de suculentas baratas gigan-

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tes) e muitas outras coisas que andam per-didas nos destroços e casas. Também vão poder dormir em camas para restaurar energia. Existem ciclos de dia e noite mas se tiverem sempre acordados não influen-cia a performance do jogador, apenas é mais difícil os inimigos nos verem à noite. Também existe uma panóplia de objectos e lixo que são quase sempre inúteis, mas que adicionam bastante ambiente ao jogo. Existem também esquemas para se fabricarem armas, que são feitas em mesas para o efeito a partir de objectos corriquei-

ros. Por exemplo uma muleta, uma bateria de fissão, uma panela de pressão e um tubo de ferro fazem um Railway Rifle que dispara pregos dos caminhos-de-ferro e que ao apontar bem para a cabeça de algum desgraçado pode mesmo pregar-lhe a cabeça na parede. Se tiverem a habi-lidade de Sneak bem desenvolvida vão poder passar pelos inimigos mais ou menos despercebidos ou se tiverem a habilidade de Melee bem desenvolvida podem ser mestres no soco ou espada. Também podemos contrair vícios a deter-

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minadas drogas e medicamentos, ou bebi-das, tal como whisky e se se quiserem ver livres dos vícios vão ter de ir a um médico.

É importante salientar também que o Fallout 3 não é um FPS real (First Person Shooter), embora se possa disparar nor-malmente como num FPS, vão descobrir

que muitas vezes não conseguem acertar e que o dano é diminuído. Por isso devem fazer uso do VATS que é uma pausa táctica onde podem escolher o alvo e a parte do corpo em que querem disparar e em que ordem. Como não podem usar sempre o VATS porque têm pontos de uso limitados,

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também vão fazer uso da mira normal e em armas como a espingarda sniper nem vão usar o VATS porque não vão conseguir acertar.

De pontos negativos, acho que se pode salientar que a história principal é muito pequena mas como a podem adiar e não estão num contra-relógio, podem sim-plesmente não querer saber e sair, explo-rar e fazer as histórias secundárias. Tam-bém a Inteligência Artificial às vezes pode exibir alguns erros grosseiros, mas está ao nível dos outros jogos da actualidade.

Em resumo, considero o Fallout 3 um dos melhores jogos da actualidade e ape-sar de ser uma aventura completamente offline (e ainda bem), tem material sufi-ciente para ser jogado por cerca de 80 horas (o que é imenso nos tempos que correm) e quando dispararem o Fat Man (um lança mini-nukes) pela primeira vez não vão querer outra coisa.

Requerimentos mínimos:Processador: Pentium 4 2.4GhzRAm: 1GbS. O.: Windows XP / VistaGráfica: com suporte para DirectX 9.0c e com 256Mb de RAM (nVidia Geforce 6800 / ATI x850 ou melhores)

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