Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
WELLINGTON DA SILVA
ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NA CIDADE DE NATAL,
UTILIZANDO O MÉTODO DE KERNEL.
NATAL-RN 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Wellington da Silva
Análise da distribuição geográfica dos acidentes de trânsito na cidade de Natal, utilizando o método de Kernel.
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Moacir Guilhermino da
Silva
Coorientadora: Dra. Maria de Fátima Alves de
Matos
Natal-RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Silva, Wellington da. Análise da distribuição geográfica dos acidentes de trânsito na cidade de Natal, utilizando o método de Kernel / Wellington da Silva. - 2017. 61 f.: il. Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Graduação em Engenharia Civil. Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Moacir Guilhermino da Silva. Coorientadora: Drª. Maria de Fátima Alves de Matos. 1. Acidentes de trânsito - Monografia. 2. Distribuição geográfica - Monografia. 3. Método de Kernel - Monografia. I. Silva, Moacir Guilhermino da. II. Matos, Maria de Fátima Alves de. III. Título. RN/UF/BCZM CDU 614.86
Wellington da Silva
Análise da distribuição geográfica dos acidentes de trânsito na cidade de Natal, utilizando o método de Kernel.
Trabalho de conclusão de curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.
Aprovado em 13 de Junho de 2017:
___________________________________________________
Prof. Dr. Moacir Guilhermino da Silva – Orientador
___________________________________________________
Dra. Maria de Fatima Alves de Matos – Coorientadora
___________________________________________________
Profa. Me. Lucia Rejane De Almeida Xavier – Examinador interno
___________________________________________________
Prof. Dr. Walter Santa Cruz – UFCG - – Examinador externo
Natal-RN
2017
DEDICATÓRIA
A Deus, o autor da minha vida, e a meus
pais, Maria de Fátima e Mardoqueu
Firmino, que não mediram esforços para
que eu pudesse alcançar meus objetivos
pessoais e profissionais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aqui a todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para o
desenvolvimento deste trabalho: Aos meus pais, Mardoqueu e Maria de Fátima, que
entenderam a minha renúncia a um bom emprego e meu retorno a Natal para término do
curso; a minha namorada Maryjane por sempre me ajudar em todos os momentos.
A minha tia Maria Daguia e seu esposo Anselmo, que me atenderam em muitas
das minhas necessidades e a meus avós Maria José (Dona Dedé) e Batista Vieira.
Ao engenheiro Waldenicio Mathias e sua família, pela confiança depositada em
mim.
Ao meu pastor Arijan Tony e seu ministério, verdadeiro ajudador e
conselheiro.
Aos meus amigos Klebson Alves, Jader Junior, Petrus Rafael, Reinaldo
Fernandes, Gabriel Fidelis e Sandro Gomes, sempre presentes independente da situação.
Aos amigos que me ladearam no curso de Engenharia Civil: Jan Erik, hoje na
Suécia; Ewerton Weynemi; João Arthur; João Vinicius; Tiago Rodrigues; Fábio Lisboa;
Rayanderson Saraiva; Erick Garcia, Felipe Augusto, Koutoumi e Paulo de Tarso.
Aos meus companheiros do Exército Brasileiro: Major Rodrigo, Subtenente
Medeiros, Subtenente Gomes, Soldado Cleuson, Cabo Sales, Sargento Jorge Miguel, Sargento
Wilson, Sargento Cleilton e Sargento Raposo.
Ao senhor Vicente Rêgo, chefe do setor de Estatística da STTU, por
disponibilizar os dados necessários à realização desse trabalho.
Ao meu orientador, professor Moacir Guilhermino, pela paciência e
preocupação em ver esse trabalho concluído da melhor maneira, e por toda a ajuda não só
nesse momento, mas ao longo de todo o curso.
A minha coorientadora, Maria de Fátima, que prontamente aceitou o convite e
não mediu esforços na ajuda para realização deste trabalho, sobretudo na manipulação do
software.
Enfim, agradeço a todos que colaboraram com a realização desse trabalho.
RESUMO
Análise da distribuição geográfica dos acidentes de trânsito na cidade de Natal, utilizando o método de Kernel.
Considerado um problema de saúde pública os acidentes de trânsito causam um
grande prejuízo econômico, além de afetar a sociedade chegando até mesmo a incapacitar
fisicamente alguns dos envolvidos nesses episódios. Para análise desses tipos de ocorrências é
comumente utilizado o SIG (Sistema de Informação Geográfica) através do qual é possível
visualizar a distribuição espacial das mais distintas ocorrências. Esse trabalho apresenta o
método de densidade Kernel, ferramenta do SIG, aplicado ao município de Natal-RN,
utilizando para isso os dados estatísticos de acidentes de trânsito ocorridos em algumas das
principais vias da cidade no ano de 2014, com o objetivo de identificar os lugares da cidade
onde ocorreu o maior número de acidentes, os quais são considerados pontos críticos. Foram
elaborados no SIG mapas temáticos para todas as ocorrências e para cada tipologia de
acidente, de acordo com os dados na Secretária de Mobilidade Urbana de Natal, disponíveis
em planilhas apropriadas. Dessa maneira foi possível visualizar a distribuição dos acidentes
no município de Natal e identificar os locais de maior concentração, atingindo assim a
proposta desse trabalho e gerando um produto que contribuirá para a política de planejamento
e para intervenções na segurança do trânsito da capital.
Palavras-Chave: Acidentes de Trânsito, Kernel, Natal-RN.
ABSTRACT
Analysis of the geographical distribution of traffic accidents in the city of Natal, using the Kernel method.
Being a public health problem, traffic accidents have caused several economic
losses, moreover it affects the society once some people present on accident can be injured
and even turns physically disabled. To evaluate these occurrences is usually used the SIG
(Geographic Information System) which it is possible to view the space distribution of many
different occurrences. This study uses the methodology Kernel’s density, a SIG tool, applied
to the city of Natal/RN, using for its statistic data about traffic accidents on main roads during
the year 2014, in order to identify places in the city where it happened most numbers of
accidents, which is considered critical points. SIG thematic maps were created for all
occurrences and for each typology of accident, according to the data collected in the
competent organ and limitation of the proposed places in the study. Thus, it was possible
visualize the distribution of accidents in the city of Natal and also identify where the majority
of accidents is focused, reaching the proposal of this work and creating a product that will
contribute to the planning and security policy in the capital's transit.
Key words: Traffic accidents, Kernel, Natal-RN.
ÍNDICE GERAL
RESUMO.............................................................................................................................................6
ABSTRACT........................................................................................................................................7
ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................................................10
ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS ..........................................................................................12
ÍNDICE DE GRÁFICOS.................................................................................................................13
SIGLAS............................................................................................................................................. 14
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................15
2. ÁREA DE ESTUDO.............................................................................................................16
3. OBJETIVOS.........................................................................................................................18
3.1 Objetivo geral..............................................................................................................18 3.2 Objetivos específicos..................................................................................................18
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................19
4.1 Trânsito.......................................................................................................................19
4.1.1 Acidentes de trânsito no Brasil...................................................................................20 4.1.2 Acidentes de trânsito no Rio Grande do Norte e em Natal.........................................21 4.1.3 Gravidade do Acidente de Trânsito............................................................................22 4.1.4 Tipos de acidentes de Trânsito....................................................................................23 4.1.5 Causas dos Acidentes..................................................................................................23 4.1.6 Custos dos acidentes de trânsito.................................................................................25
4.2 Sistema de informação geográfica (SIG) ...................................................................27
5. MATERIAISE MÉTODOS.................................................................................................30
5.1 Materiais.....................................................................................................................30
5.1.1 Programas computacionais........................................................................................ 30 5.1.2 Base cartográfica........................................................................................................ 30 5.1.3 Base de ocorrências.................................................................................................... 30 5.1.4 Procedimento utilizado no trabalho........................................................................ 30
5.2 Método....................................................................................................................... 35
5.2.1 Estimador de densidade Kernel..................................................................................38
6. RESULTADOS.....................................................................................................................40
6.1 Análise de acordo com a tipologia............................................................................. 40
6.1.1 Ocorrências de Colisão Trasnversal............................................................................41 6.1.2 Ocorrências de Colisão Posterior................................................................................43
6.1.3 Ocorrências de Colisão Lateral...................................................................................45 6.1.4 Ocorrências de Choque...............................................................................................47 6.1.5 Ocorrências de Colisão Frontal...................................................................................49 6.1.6 Ocorrências de Atropelamento...................................................................................51 6.1.7 Outros Tipos de Ocorrência........................................................................................53
7. CONCLUSÕES.....................................................................................................................56
7.1 Sugestões para trabalhos futuros.................................................................................57
REFERÊNCIAS........................................................................................................................58
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de Localização da cidade de Natal-RN.....................................................................17
Figura 2: Diversas aplicações de SIG.................................................................................................28
Figura 3: Componentes de um SIG....................................................................................................29
Figura 4: Imagem da planilha com todas as ocorrências....................................................................32
Figura 5: Planilha para apenas um logradouro...................................................................................32
Figura 6: Destaque de uma ocorrência de acidente no logradouro.....................................................32
Figura 7: Inserção de ponto de ocorrência de acidente......................................................................33
Figura 8: Busca de ponto de referência no Google Maps...................................................................33
Figura 9: Todos os pontos inseridos...................................................................................................33
Figura 10: Aplicação do método Kernel Density no Arcgis..............................................................34
Figura 11: Escolha da tipologia de acidente.......................................................................................34
Figura 12: Configuração do método...................................................................................................34
Figura 13: Resultado da aplicação do método....................................................................................35
Figura 14: Distribuição dos acidentes por tipologia nas principais vias da cidade............................37
Figura 15: Estimador de densidade na distribuição de pontos...........................................................38
Figura 16: Mapa de densidade Kernel para colisão transversal.........................................................41
Figura 17: Banco do Brasil na Av. Roberto Freire.............................................................................42
Figura 18: Cruzamento da Av. Lima e Silva com Av. Jaguarari........................................................42
Figura 19: Mapa de densidade Kernel para colisão posterior............................................................43
Figura 20: Nordestão na Av. Eng. Roberto Freire..............................................................................44
Figura 21: Cruzamento da Av. Salgado Filho com a Av. Antônio Basílio........................................44
Figura 22: Mapa de densidade Kernel para colisão lateral.................................................................45
Figura 23: Cruzamento da Av. Salgado Filho com a Av. Amintas Barros........................................46
Figura 24: Cruzamento da Av. Prudente de Morais com a Av. Amintas Barros...............................46
Figura 25: Mapa de densidade Kernel para colisão tipo choque........................................................47
Figura 26: Acesso a Via Costeira Próximo ao Restaurante Abade....................................................48
Figura 27: Cruzamento da Av. Jaguarari com Av. Mor-Gouveia......................................................48
Figura 28: Mapa de densidade Kernel para colisão frontal................................................................49
Figura 29: Cruzamento da Av. Alexandrino de Alencar com Av. Cel. Estevam...............................50
Figura 30: Cruzamento da Av. Alexandrino de Alencar com Av. Lima e Silva................................50
Figura 31: Mapa de densidade Kernel para ocorrência de atropelamento.........................................51
Figura 32: Av. Bernardo Vieira próximo a Av. Cel. Estevam...........................................................52
Figura 33: Atropelamento na Av. Salgado Filho................................................................................52
Figura 34: Mapa de densidade Kernel para outros tipos de ocorrências............................................53
Figura 35: Viaduto da Urbana............................................................................................................54
Figura 36: Capotamento na Av. Roberto Freire.................................................................................54
Figura 37: Mapa de densidade Kernel para todas as ocorrências.......................................................55
ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS
Quadro1: Evolução da população de Natal........................................................................................16
Tabela 1: Custo de Acidentes nas rodovias federais (2014)...............................................................27
Tabela 2: Custo total e médio por gravidade de acidente – rodovias federais brasileiras (2014)......27
Quadro 2: Totais de acidentes de trânsito segundo o tipo da ocorrência...........................................40
Quadro 3: Totais de acidentes de trânsitos segundo o tipo de ocorrência nas vias consideradas......40
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Número de Acidentes de Trânsito em Natal por mês de ocorrência em 2014..................21
Gráfico 2: Índice de Vítimas Fatais por 10.000 Veículos nas Capitais no ano de 2008....................22
Gráfico 3: Mortes nas Rodovias Federais relacionadas ao uso de Álcool..........................................24
Gráfico 4: Evolução da frota de veiculo na cidade de Natal de 2005 a 2016.....................................25
Gráfico 5: Distribuição dos custos de acidentes de trânsito...............................................................26
Gráfico 6: Número de acidentes por logradouro no ano de 2014.......................................................36
SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos
CPRE – Companhia de Policiamento Rodoviário Estadual
DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito
DETRAN-RN – Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte
DPVAT - Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores
HWG – Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor
OMS – Organização Mundial da Saúde
PMV – Prefeitura Municipal de Vitória
PRF – Polícia Rodoviária Federal
STTU – Secretária Municipal de Mobilidade Urbana de Natal
SIG – Sistema de Informação Geográfica
SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo
SIG – Sistema de Informação Geográfica
SBOT - Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
SETRAN – Secretaria Municipal de Transportes (Vitória – ES)
SUS – Sistema Único de Saúde
PMV – Prefeitura Municipal de Vitória
IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
APFC – Associação de Produtores Florestais do Cocelho de Coruche e Limítrofes
15
1 – INTRODUÇÃO
Tem-se observado que nos últimos anos os acidentes de trânsito têm sido
responsáveis por um grande número de mortes, fazendo com que isto seja uma das principais
preocupações inerentes ao convívio urbano. A maioria dos envolvidos são jovens e adultos
jovens, levando as autoridades a adotarem medidas com o objetivo de diminuir o número de
acidentes (BOTTESINI 2010).
O acelerado processo de urbanização, o crescimento populacional expressivo
e o aumento do número de veículos são fatores que contribuem para o alto índice de
acidentes de trânsito. Isto gera um efeito negativo na qualidade das vias públicas das áreas
urbanas, principalmente para os pedestres.
Para o médico Ramon Teixeira, ortopedista e traumatologista do pronto
socorro Clóvis Sarinho/HWG, é necessário se promover melhorias no transporte público.
Afirma também que o crescimento da indústria automobilística está diretamente relacionado
ao aumento dos custos que os acidentes geram para toda a sociedade (MAZDA, 2016). No
Rio Grande do Norte, no ano de 2015, os acidentes de trânsito custaram o equivalente a R$
2,65 bilhões, dados do DPVAT, valor gerado pelos 16.799 casos de invalidez permanente e a
morte de 646 pessoas, resultantes de colisões e atropelamentos (SILVA, 2012).
Desta forma, uma das maiores preocupações dos órgãos responsáveis pelo
planejamento de trânsito é encontrar soluções que possam reduzir o número de acidentes.
Procurar entender esses eventos é uma maneira de tentar preveni-los reduzindo assim, os
impactos gerados por eles (SANTOS, 2006).
Esse trabalho se apresenta como uma referência para que o poder público
municipal, principalmente a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Natal (STTU)
possa, através da metodologia adotada, identificar e analisar as principais áreas de ocorrência
de acidentes de trânsito a partir das vias identificadas em mapas temáticos, inclusive por
tipologia de acidentes.
16
2 – ÁREA DE ESTUDO
Natal é a capital do estado do Rio Grande do Norte e o principal município dos
catorze que compõem a Região Metropolitana de Natal (RMN), também conhecida como
grande Natal. A Região Metropolitana é formada pelos munícipios de Natal, Parnamirim,
Macaíba, São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Ceará-Mirim, São José de Mipibu, Nísia
Floresta, Monte Alegre, Vera Cruz, Maxaranguape, Ielmo Marinho, Arês e Goianinha (Lei
Complementar 559/2015). Com uma população de 803.739 habitantes segundo o censo do
IBGE de 2010, conforme apresentado na Tabela de evolução populacional, e estimativa de
877.662 para o ano de 2016 é o município mais populoso do estado.
De acordo com dados do IBGE, houve um aumento de 88% da população entre
os censos de 1940 e 1960. O quadro 1 abaixo apresenta a evolução da população de Natal.
Quadro1: Evolução da população de Natal ANO POPULAÇÃO 1991 606.887 1996 652.902 2000 712.317 2007 774.230 2010 803.739
Fonte: IBGE, Censos Demográficos (1991, 2000 e 2010) e Contagem
Populacional (1996 e 2007).
O município de Natal possui uma área com cerca de 167,2 km² (IBGE, 2015) e
se situa entra a latitude 5º 47’ 42” Sul e longitude 35º 12’ 34” Oeste. Limita-se ao norte com o
município de Extremoz, ao sul com o município de Parnamirim, ao leste com o Oceano
Atlântico e ao oeste com as cidades de São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Parnamirim.
No que se refere às atividades econômicas, Natal tem se destacado
como uma cidade eminentemente terciária, com funções administrativas, comerciais e
turísticas (COSTA, 2014). Segundo o mesmo autor, a maioria das empresas concentradas na
cidade é do ramo de alimentação, transporte e comércio varejista. Outras estão ligadas a
administração pública e militar, ao comércio de combustível, comércio atacadista e
comunicações.
Em relação à infraestrutura de mobilidade urbana, de acordo com o Plano
Diretor de Natal (2007), o sistema viário do município é composto por vias arteriais, coletoras
17
e locais. A Localização da cidade em relação ao Brasil e ao rio Grande do Norte, pode ser
observada na Figura 1.
Figura 1: Mapa de Localização da cidade de Natal-RN
Fonte: Alves, 2017
18
3 – OBJETIVOS
3.1 – Objetivo Geral
Mapear a distribuição dos acidentes de trânsito nas principais vias da cidade de Natal
utilizando o método Kernel.
3.2 – Objetivos Específicos
• Criar mapas temáticos apresentando as diversas tipologias de acidentes de trânsitos
ocorridos na cidade
• Identificar os pontos críticos de ocorrência de acidentes de trânsito nas principais vias
da cidade.
• Apresentar uma análise do produto gerado para cada tipologia de acidente.
19
4 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 - Trânsito
O Código de Trânsito Brasileiro em seus artigos 1° e 2° considera que trânsito
é a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, sejam estes isolados ou em grupos,
conduzidos ou não, com a finalidade de circulação, parada, estacionamento e operações que
envolvem carga e descarga, e que condições seguras no trânsito são um direito pertencente a
todos os indivíduos e dever dos órgãos competentes pertencentes ao sistema nacional de
trânsito.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conceitua trânsito como
sendo a ação da passagem de pedestres, animais e veículos de qualquer natureza por vias
terrestres, aquáticas, e aéreas, que são abertas a circulação pública (NBR 7032/1983).
Considerando o acidente de trânsito como aspecto principal deste trabalho é
importante apresentar o seu conceito de maneira clara. Segundo a NBR 10.697 de 1989 da
ABNT, acidente de trânsito é todo evento não premeditado o qual resulta dano ao veículo ou a
sua carga e/ou lesões em pessoas e/ou animais, sendo que pelo menos uma das partes está
envolvida nas vias abertas ao público.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), acidente
de trânsito é definido como sendo uma ação não intencional que envolve pelo menos um
veículo, motorizado ou não, que está circulando em uma via para trânsito de veículos.
Para a STTU, segundo seu anuário estatístico 2015, acidente de trânsito é o
evento não intencional envolvendo pelo menos um veículo, motorizado ou não, que circula
por uma via para trânsito de veículos, do qual tenha resultado em ferimento, dano, estrago,
avaria, ruína etc.
Assim, o acidente de trânsito pode se definir como um evento não premeditado
que acontece em vias abertas a circulação, envolvendo pessoas e veículos,
resultando em perda material e ou física (BERGAMASCHI, 2010). Quando pesquisamos
sobre as perdas físicas, devido às proporções alcançadas, o evento torna-se um problema na
saúde pública mundial, tendo status de epidemia, como podemos constatar tendo como base a
Organização Mundial da Saúde (OMS, S/D), que consideram os acidentes de trânsito “um
problema mundial de saúde pública de suma gravidade”.
20
4.1.1 - Os acidentes de trânsito no Brasil
De acordo com dados do ano de 2007 da Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia (SBOT) morrem todos os anos cerca 1.200.000 pessoas no mundo vítimas de
acidentes de trânsito. Mais de 1000 jovens morrem por dia. Aproximadamente 90% dessas
vítimas são pedestres, ciclistas, motociclistas e usuários do transporte coletivo e são de países
de renda baixa e média, mais de 80% da parcela da população mundial, porém proprietárias
de apenas 20% da frota mundial de veículos. “Estimativas da Organização Pan-Americana de
Saúde (MARIN E QUEIROZ, 2000) apontam que 6% das deficiências físicas são causadas
por acidentes de trânsito no mundo”.
No Brasil em média são registrados cerca de 4 mil atropelamentos ao ano,
equivalendo à cerca de um atropelamento a cada duas horas. Para se ter uma ideia em relação
a outros países, no Brasil constata-se uma taxa de 23,4 vítimas para cada 100.000 habitantes
(OMS,2015), enquanto que nos Estados Unidos são aproximadamente 15 vítimas para cada
100.000 habitantes, com um detalhe fundamental, a frota de veículos dos EUA é 6,5% maior
que a brasileira (GOMES, 2007).
O consumo de álcool está associado a 21% dos acidentes de trânsito que
geraram vítimas atendidas pela rede pública de saúde em 2011. Uma em cada cinco vítimas
de trânsito atendidas nas emergências de hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde)
ingeriram bebida alcoólica (SUS, 2013).
Foi criada no Brasil em 2008 a lei 11.705, conhecida como “lei seca”, que
modificou o Código de Trânsito Brasileiro. Essa lei proíbe o consumo de quantidade de
bebida alcoólica superior a 0,1 mg de álcool por litro de ar expelido no exame do bafômetro
(ou 2 dg de álcool por litro de sangue) por condutores de veículos, ficando o condutor
transgressor sujeito a pena de multa, a suspensão da carteira de habilitação por 12 meses e até
a pena de detenção, dependendo da concentração de álcool por litro de sangue.
Outro hábito dos motoristas que tem contribuído para o aumento do número de
acidentes de trânsito é o uso do celular enquanto se dirige. Segundo a Polícia Rodoviária
Federal, no primeiro semestre de 2015, foram aplicadas mais de 10.500 multas em todo o país
pelo uso de celular ao volante. Dados de uma pesquisa realizada pelo Observatório Nacional
de Segurança Viária (2015) apontam que 98% dos acidentes de trânsito são causados por erro
ou negligência humana. Em primeiro lugar no ranking está a prática de fazer ligações ou
mandar mensagens enquanto dirige. Quem digita uma mensagem de texto ao volante tem 23
vezes mais chances de sofrer um acidente. Uma ligação aumenta o risco em seis vezes, de
21
acordo com um estudo, realizado em 2015 pelo NHTSA (National Highway Traffic Safety
Administration), órgão que regula a segurança viária nos Estados Unidos (CZERWONKA,
2015).
4.1.2 - Acidentes de trânsito no Rio Grande do Norte e em Natal
De acordo com a STTU no ano de 2014 ocorreram 7763 acidentes de
trânsito na cidade de Natal, conforme ilustra o quadro abaixo, um aumento de cerca de 5% se
comparado ao ano anterior. Segundo dados do Comando Rodoviário Estadual (CPRE) dez
vias da capital concentram cerca de 30% dos acidentes com vítimas. Para Porpino e Santos
(2015) as avenidas Engenheiro Roberto Freire, Prudente de Morais e Bernardo Vieira estão
entre as líderes nas estatísticas do número de acidentes ocorridos.
Gráfico 1: Número de Acidentes de Trânsito em Natal por mês de ocorrência em 2014.
Fonte: Anuário estatístico 2015, STTU (Adaptado) .
No ano de 2016 o Hospital Walfredo Gurgel atendeu 10.821 pessoas
vítimas de acidentes de trânsito, sendo 8.729 motociclistas, o que representa cerca de 84,9%
dos atendimentos. Segundo Fátima Pereira, diretora geral do Hospital, a maioria dos
motociclistas que dão entrada na unidade estão sob o efeito de álcool. Ainda segundo ela 70%
das cirurgias ortopédicas no estado são em decorrência desse tipo de acidente (SILVA, 2017).
22
O Índice de Vítimas Fatais por 10.000 Veículos nas Capitais Brasileiras em
2006, segundo o DENATRAN, apresentou Natal com um índice de fatalidade de 3,3 vítimas
fatais para cada 10.000 Veículos (Gráfico 2), maior que o de São Paulo, por exemplo, com
3,0.
Gráfico 2: Índice de Vítimas Fatais por 10.000 Veículos nas Capitais no ano de 2008
Fonte: Relatório anual de acidentes - SETRAN / PMV – 2008 4.1.3 - Gravidade do acidente de trânsito
De acordo com a STTU (2015) os acidentes de trânsito podem apresentar três
características distintas de gravidade:
• Acidente com óbito – é o acidente no qual tenha ocorrido, pelo menos, uma morte no
local do acidente, independentemente da quantidade de pessoas e de veículos
envolvidos.
• Acidente com ferido – é o acidente no qual tenha ocorrido, pelo menos, um ferido
independentemente da quantidade de pessoas e de veículos envolvidos.
• Acidente sem vítima – é o acidente do qual todas as pessoas envolvidas tenham saído
com ausência de lesões.
23
4.1.4 - Tipos de acidentes de trânsito
O critério de classificação do tipo de acidente de trânsito adota o primeiro
evento relacionado com o veículo precursor da ocorrência como base para sua interpretação
(STTU, 2015). Desta maneira os acidentes de trânsito na cidade de Natal apresenta a seguinte
tipologia:
• Choque – colisão de veículo motorizado com objeto estacionário ou fixo, tais como:
poste, meio-fio, mureta, barranco, veículo estacionado etc.
• Atropelamento – colisão de veículo motorizado com pessoa a pé, conduzindo animal
ou veículo não motorizado.
• Colisão Posterior – colisão de veículo motorizado com outro veículo motorizado que
trafegue à sua frente, quando o impacto se dá com a parte traseira do veículo.
• Colisão Frontal – colisão de veículo motorizado com outro veículo motorizado que
trafegue em sentido contrário, quando o impacto se dá com a parte frontal de ambos os
veículos.
• Colisão Transversal – colisão de veículo motorizado com outro veículo motorizado
que trafegue em sentido perpendicular, quando o impacto se dá com a parte frente de
um com a lateral do outro.
• Colisão Lateral – colisão de veículo motorizado com outro veículo motorizado que
trafegue no mesmo sentido ou contrário, quando o impacto se dá entre as laterais dos
veículos envolvidos.
• Outros – Situações que não se enquadram nas classes descritas.
4.1.5 - Causas dos acidentes
Segundo Bergamaschi (2010), apesar de sua imprevisibilidade quanto ao local
de ocorrência, os acidentes de trânsito não são fenômenos totalmente aleatórios, sendo
inclusive passíveis de prevenção, devido ao fato de ocorrerem relacionados a uma ou mais
variáveis contribuintes que estão sempre relacionadas ao pedestre, à via e aos veículos, sendo
estas chamadas de variáveis do sistema de trânsito. Os acidentes no trânsito podem estar
associados a diversos fatores, como deficiência na conservação de veículos e estradas, falhas
humanas ou consumo de substâncias psicoativas (NUNES, 2012).
24
Pesquisas desenvolvidas como a de Okumura (1992), confirmam as afirmações
acima, ao constatar que a falha humana é a responsável entre 85% e 95%, a falha do veículo
entre 5% e 10% e a deficiência da via entre 0% e 5%, dentre os acidentes com vítimas nos
grandes centros urbanos brasileiros, destacando ainda que os acidentes causados por falha
humana devem-se principalmente pela imprudência, negligência e imperícia do condutor.
Outro fator que influencia as ocorrências de acidentes de trânsito é o consumo
de bebidas alcoólicas. O álcool é a principal substância psicoativa consumida em todo o
mundo e, na sociedade contemporânea, seu uso tem conotação distinta das demais drogas,
pois, sendo lícita, de baixo custo e de fácil acesso, tem maior aceitação social, o que dificulta
seu enfrentamento. Além disso, seu consumo é estimulado pela indústria do álcool,
dificultando sua compreensão como problema de saúde pública (ARAÚJO, 2015). Os
problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas por motoristas são estudados
internacionalmente de forma ampla e considerados um importante problema de saúde pública,
sobretudo em países em desenvolvimento. O gráfico 3, apresenta dados de mortes causadas
por esse problema nas rodovias brasileiras.
Gráfico 3: Mortes nas Rodovias Federais relacionadas ao uso de Álcool
Fonte: Polícia Rodoviária Federal (2015).
25
O aumento da frota de veículo tem contribuído também para o aumento do
número de acidentes. Segundo dados do “Relatório estatístico da frota de veículos até
dezembro de 2016” do DETRAN-RN houve um incremento de cerca de 53% na frota de
veículos da capital entre os anos de 2005 e 2016, como pode ser visto no gráfico 3 abaixo.
Gráfico 4: Evolução da frota de veiculo na cidade de Natal de 2005 a 2016.
Fonte: Relatório Estatístico Da Frota de Veículos até Dezembro de 2016 –
DETRAN-RN
4.1.6 - Custos dos acidentes de trânsito
Por meio da nota técnica publicada em 2015 intitulada “Estimativa dos Custos
dos Acidentes de Trânsito no Brasil com Base na Atualização Simplificada das Pesquisas
Anteriores do IPEA” pode-se calcular o custo dos acidentes de trânsito no Brasil. Foram
utilizadas para isso as informações recentes (ano-base 2014) de acidentes de trânsito nas
rodovias federais brasileiras, obtidas da base de dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF),
além de procedimentos de atualização monetária dos custos unitários utilizados nas pesquisas
originais.
Para o cálculo dos custos dos acidentes nas rodovias brasileiras, trabalhou-se
com procedimentos diferentes para as rodovias federais, estaduais e municipais, em função da
disponibilidade dos dados. Os custos dos acidentes nas rodovias federais foram estimados
com base na metodologia adotada na pesquisa realizada pelo IPEA, ANTP e Denatran em
2006, intitulada Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas rodovias
26
brasileiras, considerando a base de dados de acidentes de 2014 da PRF, aplicada sobre os
valores médios dos componentes de custos dos acidentes, calculados em pesquisa amostral à
época e atualizados monetariamente no trabalho pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo
(IPCA), do IBGE (IPEA 2015).
Como resultados desse estudo, chegou-se a conclusão que o maior custo,
atingindo 41,2% em relação aos outros, é referente ao de perda de produção humana, que se
atribui por meio da interrupção temporária ou permanente de atividades produtivas, devido ao
envolvimento em acidentes de trânsito. O segundo maior custo é o hospitalar, representando
cerca de 19 % do total, como pode ser observado no gráfico 5.
Gráfico 5: Distribuição dos custos de acidentes de trânsito
Fonte: Adaptado pelo Autor. Dados do IPEA, 2015.
Segundo os dados da PRF, no ano de 2014, houve 167.247 acidentes de
trânsito nas rodovias federais brasileiras, com 8.233 mortes e 26.182 feridos graves. Esses
acidentes geraram um custo para a sociedade de R$ 12,8 bilhões, sendo que 62% desses
custos estavam associados às vitimas dos acidentes, como cuidados com a saúde e perda de
produção devido às lesões ou morte, 37,4% associados aos veículos, como danos materiais e
perda de cargas e 0,6% relacionados a atendimento e processos e danos à propriedade pública
e privada, conforme apresentado nas Tabelas 1 e 2.
27
Tabela 1: Custo de Acidentes nas rodovias federais (2014) Custos Descrição Valor (R$) %
Associados às pessoas
Despesas hospitalares; atendimento; tratamento de lesões; remoção de
vítimas; e perda de produção. 7.950.904.442 62,0
Associados aos veículos
Remoção de veículos; danos aos veículos; e perda de carga.
4.800.442.760 37,4
Instit. e danos propriedades
Atendimento; e processos e danos à propriedade pública e privada.
69.995.293 0,6
Total
12.821.342.495 100,00 Fonte: IPEA, 2015.
Tabela 2: Custo total e médio por gravidade de acidente – rodovias federais brasileiras (2014)
Gravidade do acidente
Quantidade de acidentes Custo total
(R$ de dez./2014) Custo médio (R$
de dez./2014)
Com fatalidade 6.743 4.482.891.117 664.821,46 Com vítimas 62.346 6.031.838.004 96.747,79 Sem vítimas 98.158 2.306.592.728 23.498,77
Total 167.247 12.821.321.848 261.689 Fonte: IPEA, 2015.
4.2 - Sistema de informação Geográfica (SIG)
Sistema de Informação Geográfica (SIG) é um "conjunto de programas,
equipamentos, metodologias, dados e pessoas (usuário), perfeitamente integrados, de forma a
tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento e a análise de dados
georreferenciados, bem como a produção de informação derivada de sua aplicação". A
utilização dos SIGs vem crescendo rapidamente em todo o mundo, uma vez que possibilita
um melhor gerenciamento de informações e consequente melhoria nos processos de tomada
de decisões em áreas de grande complexidade como planejamento municipal, estadual e
federal, proteção ambiental, redes de utilidade pública, etc (FILHO e IOCHPE, 1996).
Dependendo do interesse em usar o SIG, pode-se defini-lo de várias formas.
Como um banco de dados uma parte da informação possui componente espacial. Ou, então,
como uma ferramenta capaz de manipular dados geográficos. Podemos interpretar também
28
como um sistema computadorizado para a produção de mapas (KNEIP, 2014). O SIG tem
sido aplicado nas mais diversas situações, a Figura 2 ilustra isso.
Figura 2: Diversas aplicações de SIG
Fonte: http://acgesp.blogspot.com.br/2011/04/pesquisa-sobre- emprego-de-sig.html, acesso em Junho de 2017
De maneira simples, os principais elementos que compõe a estrutura de um
SIG, segundo Kneip (2014), são:
• Interface com o usuário
• Funções para entrada e integração de dados.
• Funções de Consulta e Análise de dados
• Funções de visualização e plotagem de mapas.
• Funções de armazenamento e recuperação de dados.
Quanto aos componentes, o mesmo autor afirma que um SIG deve possuir:
• Hardware: Principalmente o computador utilizado.
• Software: Ferramenta utilizada para manipulação dos dados. Pode ser bastante
especifico ou generalista. Gratuitos ou muito caros.
• Pessoas: Usuários que podem ser especialistas ou leigos.
29
• Dados: Conjunto de informações que são armazenadas, recuperadas, manipuladas e
exibidas pelo SIG.
Figura 3: Componentes de um SIG
Fonte: Página da APFC disponível em http://www.apfc.pt/areas.php?aID=52 >, acesso em Junho de 2017.
30
5 - MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 - Materiais
5.1.1 - Programas computacionais
Para realização desse trabalho utilizou-se o Software ArcGis na versão 10.3 de
propriedade da empresa Esri. Trata-se de uma ferramenta para manipulação de dados de
informação geográfica. Além deste, foram utilizados algumas outras ferramentas
computacionais, tais como: Word, Excel, entre outros.
5.1.2 - Base cartográfica
A base de dados cartográficos digitais utilizados nesse trabalho; logradouros,
limites de bairros, Zonas de proteção ambiental, limites do Município de Natal, foi
disponibilizada pela Secretária Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB, 2013).
5.1.3 - Base de ocorrências
Para composição desse trabalho, utilizou- se os dados levantados em campo e
presentes no Anuário Estatístico 2015 (Acidentes de trânsito no município de Natal) da
STTU, referente aos acidentes de trânsito ocorridos no ano de 2014. Foram fornecidas,
também, pelo setor de estatística desse órgão planilhas com o detalhamento das ocorrências
de acidentes de trânsito para esse referido ano.
Para cada acidente ocorrido são apresentadas na planilha diversas informações,
tais como: data e hora do acidente; local, bairro e referência da ocorrência; natureza do
acidente; luminosidade; entre outros. Para esse trabalho foram utilizadas as informações de
local e Natureza do acidente.
5.1.4 – Procedimento utilizado no trabalho.
Para realização desse trabalho foi seguida uma sequência para facilitar a
inserção e criação do produto final, para posterior análise. De posse de todos os dados obtidos
junto a STTU foi realizado um filtro para separar apenas os logradouros que seriam
31
trabalhados, criando uma planilha para cada um destes. Em seguida foi inserido os dados, de
maneira pontual, das ocorrências de acidentes de trânsito em cada logradouro, aplicado o
método utilizado nesse trabalho se gerou o produto final e posterior análise dos resultados
obtidos. O fluxograma 1 ilustra os passos seguidos na elaboração do trabalho.
Fluxograma 1: Sequência utilizada na realização do trabalho
Fonte: Elaborado pelo autor
Os passos apresentados a seguir ilustram a aplicação do método utilizando o
ArcGis. A Figura 1 apresenta todos os dados disponibilizados, após a filtragem foram criadas
planilhas para cada logradouro conforme pode ser visto na Figura 2, após isso foram inseridos
os pontos de ocorrência de acidentes em cada via de acordo com o ponto de referência
apresentado na planilha, como pode ser visualizados nas Figuras 3 e 4. Quando o ponto de
referência não era conhecido pelo autor do trabalho recorria-se a ferramenta Google Maps
para localização desse ponto, conforme ilustra a Figura 5. Agindo dessa maneira para todos os
logradouros foram inseridos os 1795 pontos de ocorrências de acidentes, Figura 6.
Após a inserção de todos os pontos a serem trabalhados aplicou-se o método a
cada tipologia de acidente, gerando dessa maneira o produto para análise dos locais de
concentração de acidentes na cidade de Natal, como pode ser observado nas Figuras 7,8,9 e
10.
32
Figura 4: Imagem da planilha com todas as ocorrências.
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 5: Planilha para apenas um logradouro.
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 6: Destaque de uma ocorrência de acidente no logradouro
Fonte: Elaborado pelo autor
33
Figura 7: Inserção de ponto de ocorrência de acidente
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 8: Busca de ponto de referência no Google Maps.
Fonte: Google Maps. Figura 9: Todos os pontos inseridos
Fonte: Elaborado pelo autor
34
Figura 10: Aplicação do método Kernel Density no Arcgis
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 11: Escolha da tipologia de acidente
Fonte: Elaborado pelo autor
Figura 12: ConFiguração do método
Fonte: Elaborado pelo autor
35
Figura 13: Resultado da aplicação do método
Fonte: Elaborado pelo autor
5.2 - Método
Segundo Ross (2005), independente do caráter da pesquisa ela deve apoiar-se
em um tripé fundamental, definido pelo domínio do conhecimento específico e conceitual,
domínio da metodologia e domínio das técnicas para operacionalizar o trabalho.
Na elaboração desse trabalho, buscou-se junto aos órgãos competentes dados
numéricos (STTU) e geoespaciais (SEMURB) necessários à sua realização; a partir daí foi
feito um filtro separando os dados que realmente interessavam. Desta forma foram, feitas as
correlações entre as diferentes tipologias de acidentes, apresentadas pela STTU, e sua
distribuição no espaço geográfico.
Para realização de trabalho com SIG é necessário que os dados sejam
georreferenciados, ou seja, apresentem informações de coordenadas conhecidas (X e Y) em
um dado sistema de referência. Os dados de ocorrências de acidentes da STTU não possuem
informações de coordenadas, desta maneira não poderiam alimentar de maneira direta o
software para manipulação. Devido a esse fato foram escolhidas para análise apenas alguns
dos principais logradouros da cidade para verificação das ocorrências de acidentes de trânsito.
A planilha detalhada apresenta as informações referentes a cada ocorrência.
Esse trabalho limitou-se a observação do logradouro, tipologia e ponto de referência de cada
acidente. De posse do shapefile dos logradouros, disponibilizado pela SEMURB, e
observando a referência aproximada de onde ocorreu o acidente foi criada uma malha de
pontos, inseridos um a um no sistema de informação geográfica, utilizando para isso o
conhecimento prévio de alguns logradouros e busca através do Google Maps, quando não
36
conhecido o local da referência, totalizando a inserção de 1.795 pontos para 17 logradouros
(Gráfico 6), já excluídos os que não apresentavam referência e os locais não encontrados.
A cada ponto inserido foi associada uma dentre as sete tipologias de acidentes
já apresentadas nesse trabalho. Após a inserção de todos os pontos foram criados shapefile
especifico para cada tipo de acidente. Possibilitando assim a análise da distribuição dos
acidentes de maneira total e separada por tipologia, como pode ser visto na Figura 2.
Gráfico 6: Número de acidentes por logradouro no ano de 2014.
Fonte: Elaborado pelo autor
37
Figura 14: Distribuição dos acidentes por tipologia nas principais vias da cidade
Fonte: Elaborado pelo Autor
38
5.2.1 - Estimador de densidade Kernel
O “Kernel Estimation” ou estimador de núcleo, é um método bastante simples
na busca de se representar e analisar o comportamento de padrões de pontos e
estimar a densidade pontual do processo em toda a região de estudo. Este se ajusta por uma
função bidimensional sobre os eventos considerados, compondo uma superfície cujo valor é
proporcional à densidade de amostras por unidade de área. A função Kernel, realiza uma
contagem de todos os pontos dentro de um raio de influência (Figura 15), ponderando-se pela
distância de cada um à localização de interesse (BERGAMASCHI, 2010).
Figura 15: Estimador de densidade na distribuição de pontos.
Fonte: Bergamaschi, 2010
Como apresentado na Figura acima, o maior grau de densidade ocorre quando
existe a sobreposição dos raios de influência de dois ou mais pontos gerando uma superfície
matricial onde o valor para aquele pixel é a soma dos valores Kernel sobrepostos, divididos
pela área de cada raio de pesquisa. O valor de densidade é relatado em unidades específicas,
tais como km² ou m². Para este trabalho os mapas foram gerados utilizando o m² como
unidade.
Portanto, supondo que u1, u2,..., un são localizações de n eventos observados
em uma região A e que u represente uma localização genérica cujo valor se quer estimar. O
estimador de intensidade é calculado considerando os m eventos (u1, u2,..., un-1) contidos num
raio de tamanho τ tem torno de u e da distância d entre a posição e a i-ésima amostra, a partir
de funções cuja forma geral é:
39
Equação 1
O estimador Kernel depende de dois parâmetros, o raio de influência t, e a
função K de estimação com propriedades de suavização do fenômeno.
O raio t: define a vizinhança do ponto a ser interpolado e controla o grau de
alisamento da superfície.
A função K: existem várias funções de interpolação K, que diferem na maneira
como atribui pesos para os pontos dentro do raio t, que serão usados para a estimação da
intensidade na área ui. Tais como:
• Kernel Gaussiano ou normal:
Equação 2
• Kernel Triangular:
Equação 3
• Kernel Uniforme:
Equação 4
A utilização dos estimadores de densidade e em especial a do Kernel é muito
útil para nos fornecer uma visão geral da distribuição de primeira ordem dos eventos,
como representa a Figura 4, o manuseio e interpretação de sua aplicação através de software
de SIG, são relativamente fáceis.
40
6 - RESULTADOS
6.1 - Análise de acordo com a tipologia
De posse das informações detalhadas dos acidentes ocorridos na cidade de
Natal no ano de 2014, foi possível correlacionar cada acidente de trânsito a sua localização
aproximada, já que os dados não possuem referência de coordenadas, e a sua tipologia. As
coordenadas geradas para cada ponto, não representam a coordenada real do acontecimento,
uma vez que os dados foram inseridos por aproximação de acordo com os pontos de
referência presentes nas planilhas.
Para esse trabalho foram gerados produtos para casa tipologia de acidente:
Colisão Transversal, Colisão Posterior, Colisão Lateral, Choque, Colisão Frontal,
atropelamento, e outros tipos de ocorrências.
Quadro 2: Totais de acidentes de trânsito segundo o tipo da ocorrência.
TIPO DE ACIDENTE 2014 Colisão Transversal 2236 28,80% Colisão Posterior 2486 32,02% Colisão Lateral 1901 24,49%
Choque 448 5,77% Colisão Frontal 226 2,91% Atropelamento 191 2,46%
Outros 275 3,54% TOTAL 7763 100%
Fonte: Anuário estatístico 2015, STTU (Adaptado) Quadro 3: Totais de acidentes de trânsito segundo o tipo de ocorrência nas vias consideradas
TIPO DE ACIDENTE 2014 Colisão Transversal 469 26,13% Colisão Posterior 704 39,22% Colisão Lateral 451 25,13%
Choque 72 4,01% Colisão Frontal 19 1,06% Atropelamento 33 1,84%
Outros 47 2,62% TOTAL 1795 100%
Fonte: Elaborado pelo Autor
41
6.1.1 - Colisão Transversal
A Colisão Transversal foi responsável por 26,13% dos acidentes de trânsito
ocorridos na cidade, foram registrados 469 ocorrências para essa tipologia de acidente. A
partir desse registro foi gerado um mapa de Kernel (Figura 16) onde podem ser observados os
pontos de concentração para essa modalidade de ocorrência na capital.
Figura 16: Mapa de densidade Kernel para colisão transversal
Fonte: Elaborado pelo Autor
BANCO DO BRASIL
ROBERTO FREIRE
LIMA E SILVA
JAGUARARI
AMINTAS BARROS
SALGADO FILHO
AVENIDA
AFONSO PENA
LIMA E SILVA
CEL. ESTEVAM
42
Observando o mapa de Kernel para essa tipologia de acidente pode-se
perceber como pontos críticos principais: próximo ao Banco do Brasil (Figura 17) da Avenida
Engenheiro Roberto Freire, cruzamento das Avenidas Lima e Silva com Jaguarari e o
cruzamento das Avenidas Salgado Filho e Amintas Barros (Figura 18).
Figura 17: Banco do Brasil na Av. Roberto Freire
Fonte: Google Earth, acesso em 12/06/2017.
Figura 18: Cruzamento da Av. Lima e Silva com Av. Jaguarari
Fonte: Google Earth, 2017
43
6.1.2 - Colisão Posterior
Esse tipo de acidente de trânsito é o que apresenta o maior número de
ocorrências, representando 39,22% dos acidentes computados. Para os dados utilizados nesse
trabalho, foram contabilizados 704 registros, distribuídos nos logradouros da cidade. Foi
gerado um mapa de Kernel (Figura 19) onde pode se identificar os pontos críticos dessa
tipologia de acidente nas vias da cidade.
Figura 19: Mapa de densidade Kernel para colisão posterior
Fonte: Elaborado pelo Autor
ANTONIO BASILIO
SALGADO FILHO
BANCO DO BRASIL
ROBERTO FREIRE
BERNARDO VIEIRA
SALGADO FILHO
SUPERMERCADO NORDESTAO
ROBERTO FREIRE
44
A partir da observação do mapa anterior, pode-se identificar como pontos
críticos de ocorrência dessa tipologia de acidente os cruzamentos da Avenida Salgado Filho
com Antônio Basílio (Figura 21), Bernardo Vieira e Amintas Barros; além da Avenida
Engenheiro Roberto Freire, próximo ao Nordestão (Figura 20) e ao Banco Do Brasil.
Figura 20: Nordestão na Av. Eng. Roberto Freire
Fonte: Google Earth, 2017
Figura 21: Cruzamento da Av. Salgado Filho com a Av. Antônio Basílio
Fonte: Google Earth, 2017
45
6.1.3 - Colisão Lateral
Para essa tipologia de acidente foram registradas 451 ocorrências, sendo
responsável por 25,13% de todos os acidentes considerados nesse trabalho. No mapa de
Kernel (Figura 22) é observada a distribuição desse tipo de acidente na cidade de Natal, bem
como identificar os pontos críticos de sua ocorrência.
Figura 22: Mapa de densidade Kernel para colisão lateral.
Fonte: Elaborado pelo Autor
SALGADO FILHO
AMINTAS BARROS
SALGADO FILHO
ANTONIO BASILIO
LIMA E SILVA
SÃO JOSÉ
SALGADO FILHO
BERNARDO VIEIRA
46
A partir da observação do mapa anterior, pode-se identificar como pontos
críticos de ocorrência de colisão lateral os cruzamentos da Avenida Salgado Filho com
Antônio Basílio, Bernardo Vieira e Amintas Barros (Figura 23), sendo mais intenso com a
Amintas Barros; além do cruzamento da Avenida Lima e Silva com a Rua São José e os
cruzamentos da Avenida Prudente de Morais com as avenidas Amintas Barros (Figura 24) e
Avenida Bernardo Vieira.
Figura 23: Cruzamento da Av. Salgado Filho com a Av. Amintas Barros
Fonte: Google Earth, 2017.
Figura 24: Cruzamento da Av. Prudente de Morais com a Av. Amintas Barros
Fonte: Google Earth, 2017.
47
6.1.4 - Ocorrências de Choque
Esse tipo de ocorrência foi responsável por cerca de 4% dos acidentes
registrados. Ocorreram 72 registros para esse tipo de acidente nos logradouros considerados
neste trabalho. De posse desses pontos foi gerado o mapa de Kernel (Figura 25) apresentando
à distribuição dessas ocorrências na cidade, podendo-se, dessa maneira, identificar os pontos
críticos de acontecimento na Figura abaixo.
Figura 25: Mapa de densidade Kernel para colisão tipo choque
Fonte: Elaborado pelo Autor
ACESSO A
VIA COSTEIRA
MOR GOUVEIA
JAGUARARI
48
De acordo com o mapa apresentado na Figura anterior pode-se perceber que os
pontos críticos de ocorrência do tipo choque na cidade de Natal, levando-se em consideração
as vias trabalhadas, são a entrada da Via Costeira a partir de Avenida Engenheiro Roberto
Freire, próximo ao restaurante Abade (Figura 26) e o cruzamento das Avenidas Mor-Gouveia
e Jaguarari (Figura 27).
Figura 26: Acesso a Via Costeira Próximo ao Restaurante Abade
Fonte: Google Earth, 2017
Figura 27: Cruzamento da Av. Jaguarari com Av. Mor-Gouveia
Fonte: Google Earth, 2017
49
6.1.5 - Colisão Frontal
Dentre os acidentes considerados nesse trabalho é a colisão frontal é a que
apresenta o menor número de ocorrências, apenas 19 registros, equivalente a 1,06% do total.
Através do mapa de Kernel (Figura 28), identifica-se os pontos críticos de ocorrência de
colisão frontal na cidade.
Figura 28: Mapa de densidade Kernel para colisão frontal
Fonte: Elaborado pelo Autor
ALEX. DE ALENCAR
CEL. ESTEVAM
LIMA E SILVA
CEL. ESTEVAM
50
Através da observação do mapa acima, pode-se identificar como pontos
críticos para esse tipo de acidente os cruzamentos da Avenida Coronel Estevam com as
Avenidas Alexandrino de Alencar (Figura 29) e Lima e Silva (Figura 30).
Figura 29: Cruzamento da Av. Alexandrino de Alencar com Av. Cel. Estevam
Fonte: Google Earth, 2017
Figura 30: Cruzamento da Av. Alexandrino de Alencar com Av. Lima e Silva
Fonte: Google Earth, 2017
51
6.1.6 - Atropelamento
Com 33 registros, esse tipo de acidente representa 1,84% dos casos
considerados. Foi realizada a distribuição das ocorrências na cidade. No mapa (Figura 31)
pode se observar os pontos críticos de atropelamento, nos logradouros considerados.
Figura 31: Mapa de densidade Kernel para ocorrência de atropelamento
Fonte: Elaborado pelo Autor
BERNARDO VIEIRA
SALGADO FILHO
NORDESTÃO
ENG. ROBERTO FREIRE
AMINTAS BARROS
ROMUALDO GALVÃO
BERNARO VIEIRA
SALGADO FILHO
52
Observa-se através do mapa acima que o maior número de atropelamentos
ocorreu na Avenida Bernardo Vieira próximo ao cruzamento com a Avenida Coronel
Estevam (Figura 32), Cruzamento da Avenida Amintas Barros com Avenida Romualdo
Galvão e Avenida Salgado Filho (Figura 33) próximo a Amintas Barros e no seu cruzamento
com a Avenida Bernardo Vieira.
Figura 32: Av. Bernardo Vieira próximo a Av. Cel. Estevam
Fonte: Google Earth, 2017 Figura 33: Atropelamento na Av. Salgado Filho
Fonte: Araújo, 2015 (Tribuna do Norte).
53
6.1.7 - Outros Tipos de Ocorrências
Dentre todas as ocorrências observadas, existem aquelas que não possuem uma
classificação específica junto a STTU, sendo consideradas como outros tipos de ocorrências,
como exemplos o capotamento e engavetamento. Para esse tipo de acidente foram observados
47 registros na cidade. A Figura 34 a seguir apresenta a distribuição desses acidentes.
Figura 34: Mapa de densidade Kernel para outros tipos de ocorrências
Fonte: Elaborado pelo Autor
BERNARDO VIERA
URBANA
ANTONIO BASILIO
SALGADO FILHO
54
Foram identificados como pontos críticos para esse tipo de ocorrência a
Avenida Bernardo Vieira próximo ao viaduto da Urbana (Figura 35) e o cruzamento da
Avenida Salgado Filho com a Avenida Antônio Basílio.
Figura 35: Viaduto da Urbana
Fonte: Google Earth, 2017
Figura 36: Capotamento na Av. Roberto Freire
Fonte: Abreu, 2012 (Tribuna do Norte)
55
6.1.8 – Todas as ocorrências
Figura 37: Mapa de densidade Kernel para todas as ocorrências
Fonte: Elaborado pelo Autor
AMINTAS BARROS
SALGADO FILHO
ANTONIO BASILIO
SALGADO FILHO
BERNARDO VIEIRA
SALGADO FILHO
SUPERMERCADO NORDESTÃO
ROBERTO FREIRE
ROTATÓRIA/ROTA DO SOL
ROBERTO FREIRE
56
7- CONCLUSÕES
De posse dos mapas produzidos para cada tipologia de acidentes, foi possível
identificar, através do método aplicado no trabalho, as áreas da cidade onde se concentram o
maior número de acidentes, levando em consideração os logradouros trabalhados.
Os acidentes na cidade de Natal ocorrem principalmente nos grandes
corredores da cidade e em áreas de grande concentração comercial, como próximo a
shoppings e supermercados.
Destacam-se como pontos de forte ocorrência de acidentes de trânsito: Os
cruzamentos da Avenida Senador Salgado Filho com as Avenidas Bernardo Vieira ( Shopping
MidWay Mall), Antônio Basílio (Supermercado Nordestão) e Amintas Barros (Fábrica
Sam´s); Avenida Eng°. Roberto Freire, sobretudo próximo ao Supermercado Nordestão,
Restaurante Sal e Brasa e Rotatória de acesso a Rota do Sol, em Ponta Negra. A Av. Eng.
Roberto Freire é também a que em 2014 apresentou o maior número de ocorrências de
acidentes de trânsito, quando comparada aos outros logradouros verificados nesse trabalho,
A utilização da metodologia proposta no trabalho possibilitou a verificação da
distribuição geográfica dos acidentes de trânsito na cidade de Natal, embora que de maneira
limitada, pois os dados fornecidos não apresentavam detalhamento suficiente para melhor
localização da ocorrência na via, principalmente devido à ausência de georreferenciamento.
As análises realizadas comprovaram a eficácia do método levando em consideração a
proposta de identificação de áreas que apresentem a maior concentração de acidentes na
cidade de Natal.
O trabalho cumpriu os objetivos propostos, apresentando uma forma de
análise de acidentes de trânsito até agora não utilizada pela STTU, gerando assim um produto
final que poderá ser utilizado pelo órgão como uma referência para planejamento de ações
que visem mitigar o número de acidentes na cidade.
É de fundamental importância a melhoria dos registros de acidentes na cidade
de Natal, o que poderia ser feito com a utilização de GPS de mão para que se tenha a
localização exata do ocorrido, podendo, dessa maneira, gerar produtos cartográficos mais
próximos da realidade.
57
7.1 – Sugestões para trabalhos futuros
• Aplicar o método utilizado a todos os logradouros da cidade de Natal.
• Utilizar dados de ocorrências anteriores e posteriores ao ano estudado, 2014, a
fim de formar uma série histórica que garanta conclusões bem consistentes, quanto aos locais
de ocorrência dos acidentes e que permita à STTU adotar medidas mitigadoras dos acidentes
de trânsito na cidade.
• Gerar mapas para aspectos diferentes dos apresentados nesse trabalho, tais
como: idade, sexo, tipo de veículo, dia da semana, horário de ocorrências, condições das vias,
entre outras possibilidades.
58
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, TA, Oliveira ADS, Souza IBJ de. Acidentes de trânsito e sua relação com o
consumo de álcool:revisão integrativa. Revista de Enfermagem UFPE On line, 2015. Disp.
em:http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/download/6772/12
541.Acesso em Junho de 2017.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7032/83: Engenharia de
tráfego: terminologia. Rio de Janeiro: [S. n.], 1983.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.697/89: Pesquisa de
acidente de trânsito. Rio de Janeiro: [S. n.], 1989.
BOTTESINI, Giovani. (2010) Influência de medidas de segurança de trânsito no
comportamento dos motoristas. Dissertação de mestrado. Programa de Pós - Graduação em
Engenharia de Produção, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre.
BERGAMASCHI, Rodrigo Betim. (2010) SIG APLICADO A SEGURANÇA NO
TRÂNSITO - ESTUDO DECASO NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – ES. Monografia
apresentada ao Departamento de Geografia do Centro de Ciências
Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, como
requisito parcial a obtenção do grau de Bacharel em Geografia.
BRASIL, “Lei Seca” – Lei 11.705 de 2008.
BRASIL, CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO - LEI Nº 9.503 de 1997.
COSTA, Luzimar Pereira (2014). Análise Da Mobilidade Urbana De Natal/RN A Partir
Do Uso De Indicadores De Sustentabilidade, Dissertação apresentada ao Programa
Regional de Pós - Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Mestre.
59
CZERWONKA., Mariana. Celular no trânsito causa 1,3 milhão de acidentes por ano.
Portal do Trânsito, 2015, disponível em: < http://portaldotransito.com.br/noticias/celular-no-
transito-causa-13-milhao-de-acidentes-por-ano/> acesso em Junho de 2017.
DENATRAN, Publicações. Disponível em <
http://www.denatran.gov.br/publicacoes/Instrucao%20Basica%20de%20Estatistica%20de%2
0Transito/1-3.htm> acesso em Junho de 2017.
FILHO, J. L.; IOCHPE, C. Introdução a Sistemas de Informações Geográficas com
Ênfase em Banco de Dados. Apostila. Universidade Federal de Viçosa – UFV. 1996.
GOMES, L. F. Violência no trânsito. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2000000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em Junho de 2017.
IBGE, Panorama da cidade de Natal. Disponível em: <
https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/rn/natal/panorama> acesso em Junho de 2017.
IDEMA, Perfil do seu município Natal, 2013, disponível em
<http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/idema/DOC/DOC000000000016677.PDF> acesso em
Junho de 2017.
IPEA. Estimativa dos Custos dos Acidentes de Trânsito no Brasil com Base
na Atualização Simplificada das Pesquisas Anteriores do IPEA, Relatório de Pesquisa,
2015.
KNEIP. Andreas, Sistema de Informação Geográfica: Uma introdução Prática. Palmas-TO,
2014.
MAZDA, Aura. Custos de acidentes supera R$ 2,65 bi. Tribuna do Norte, 2016, disponível
em: < http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/custo-de-acidentes-supera-r-2-6-
bi/350747?utm_campaign=noticia&utm_source=rel> acesso em Junho de 2017.
60
MARIN, Leticia e QUEIROZ, Marcos S. A atualidade dos acidentes de trânsito na era da
velocidade: uma visão geral. Scielo, 2000, disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2000000100002> acesso
em Junho de 2017.
NUNES, MN e NASCIMENTO, LFC, Análise espacial de óbitos por acidentes de trânsito,
antes e após a Lei Seca, nas microrregiões do estado de São Paulo. Rev Assoc Med Bras
[Internet]. 2012.
NATAL, Plano diretor de Natal. Disponível em:
https://www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/File/InstrOrdSearch/24_Plano_Diretor.pdf.>
acesso em Junho de 2017.
OKUMURA, M., “Trânsito - Urgência”, Revista Roche, 1992, v. 11, n. 2, p. 4 – 29.
ROSS, J.L.S. Geomorfologia: Ambiente e Planejamento, Editora Contexto, São
Paulo, 2005.
PORPINO E SANTOS (2015). Dez vias de Natal concentram 30% dos acidentes com
vítimas. Disponível em: <http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/dez-vias-de-natal-
concentram-30-dos-acidentes-com-va-tima/305086> acesso em Junho 2017.
PRF, Dados de acidentes de trânsito, disponível em: <https://www.prf.gov.br/portal/dados-
abertos/acidente> acesso em Junho de 2017.
RAMOS, Cristiane da Silva. (2008) Caracterização do Acidente de trânsito e gravidade do
Trauma: Um estudo em vítimas de um hospital de urgência em Natal-RN. Dissertação
apresentada ao programa de Pós- Graduação da UFRN com requisito parcial para a obtenção
do título de Mestre. RIO GRANDE DO NORTE, Lei complementar N° 559, 28 de Dezembro
de 2015. Disponível em: <
http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/gac/DOC/DOC000000000101130.PDF> acesso em Junho
de 2017.
61
SANTOS, Luciano. (2006) Análise dos Acidentes de Trânsito do Município de São Carlos
Utilizando Sistema de Informações Geográficas – SIG e Ferramentas de Estatística
Espacial. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana da
Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Urbana.
SBOT. Dia Mundial de lembrança das vítimas de trânsito. Sociedade Brasileira de
Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Disponível em <
http://www.sbot.org.br/portal/Noticia.asp?idNoticia=124> acesso em Junho de 2017.
SILVA, Yuno. Acidentes com motos deixam 24 feridos por dia no RN. Tribuna do Norte
2017, disponível em: < http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/acidentes-com-motos-
deixam-24-feridos-por-dia-no-rn/373405> acesso em Junho 2017.
SILVA, Yuno. Acidentes de moto viram ‘epidemia’. Tribuna do Norte 2012, disponível em:
< http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/acidentes-de-moto-viram-epidemia/235482>
acesso em Junho de 2017.
STTU. Anuário Estatístico 2014, Acidentes de Trânsito no Município de Natal – 2015.
VITÓRIA. Relatório Anual 2008, Estatísticas de Acidentes de Trânsito – 2008.