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Orgam da Maçonaria no ParanáDirector : Dario Vellozo

Redacção :Or. Emiliano Pernètta—Dr. Sebastião Paraná—Dr. Niepce da Silva.

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Anno II Coritiba, Junho 1909W%"

N.o 8

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Oração fúnebrepronunciada pelo Sap/. Ir/. Dario Vellozo, 33

Deleg/. do Gr/. Mestr/. da Ord/.. ••'

Aug:. e Ben/. Loj/. Lwz Invizively 24—Junho—1908

Ha sido inconsutil dever desta Instituição an-cestral,—atravez das epochas e atravez dos povos, •homenagear da Humanidade os mais dignos Obreiros;

Ha sido das Lojas de Hiram, erguidas, marco(pilliario, á Justiça, á Razão e á Liberdade,—incorru-;#

iti vel principio recordar aos homens de bons sentimentos, — exemplo a seguir nas fluctuações da exis-tencia^o perfil, sem jaca, de maçons sinceros que,da vida á morte, palmilharam a Terra, sem tibiez,sem pavores, sem villanagens,—immaculas guafcdan-do as luvas brancas recebidas no Templo, e virente oramo de Acácia,—symbolo da renascença e da espeVrança. "éfM^i^M-Ê^ik

i; fii tpÊSSêí,i*¦/ E mais fulgem taes perfis, e mais se ficam 6ummaior destaque, quando se vêem de berços floreçídospara lá de meio século,—atravez de ingentes liictas,de acerbas decepções, de pujantes combates, de bata-lhas audazes, de reacções sublimes,—a romperem asveias, a consumirem o corpo, a exhaurirem a alma,—

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446 Ramo de Acácia*

pela Familia que instituíram, pela Pátria que defen-deram, pela Humanidade que honraram ;

perfis de sacrifício, de meiguice, de bondade, decordura,—que se vieram fanando as esperanças pul-chras, desfolhando illusões do próprio espirito, apa-gando íntimos almejos, acrisolados com carinho, es-tancando amargas lagrimas a lhes betarem o rosto,sempre bons, sempre suaves, sempre castos, sempregenerosos; •

sim ! perfis de sacrifício, a abafarem as própriasdores, assim estancando prantos; a calarem as pro-prias angustias, assim poupando gemidos; a suffoca-rem o próprio coração, assim não compungindo cora-ções amigos ;

perfis de sacrifício,—sim! a reunirem nos 'ulti-

mos dias, nas ultimas horas, no momento supremo,os derradeiros haustos das energias gastas,—afim de #não conturbarem o apprehensivo coração da familiae dos íntimos, guardando o sorriso nos lábios, serenaa fronte, calmo o semblante, intangivel até o túmulo oestoicismo dos que souberam cumprir com to-dos os deveres.—Foi assim' Albino Silva.

. Sinto, senhores, atentos faleçam-me para vitali-zar este ambiente ; para deixar-vos o peito que seconfrange na saudade, impregnado de força e de es-

perança !Quizera, as creaturas sempre podessem as urnas

funerárias cingir de coroa de myrtos,—arbusto aVe-nus consagrado, symbolo de amor alem campa!

Quizera, todos os seres, quando batidos pelosdesalentos; quando zurzidos por desenganos; quandoperdidos nos vórtices das angustias ; quando precipi-tados no pelago das ingratidões; quando exiladosdos edens do sonho; quando sós; quando tristes:—

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Ramo de Acácia ¦117

podessem levar ás mãos a flor ineffavel do Ganges,o lotusimmortal da Natureza indiana, para a sublimesagração das finalidades supremas !

Quizera que a alma das creanças e das virgens,dos sensitivos e dos meigos, dos que se fenecem deamor e se exhaurem de tristura, dos que dão a esmolae seccam as lagrimas, dos que se doem das penas deoutrem, dos que alcandoram a Verdade e a Justiça,dos que cultuam a solidariedade na dor e na alegria ;—se perpetuasse indefinidamente, flor de larangeiraaberta á vida, pulvinario aberto á luz, caule de mag-nolia aberto ao sol, emanação, effluvio que a tudo ea todos impregnasse, para o Bem, para a Paz, para aconcórdia da familia humana !

.. Quando estas phrases meditava eescrevia, vi passar, na manhan gélida, flebil contra aslufadas, indefeza borboleta branca,—idyllio de pollenno ephemero das formas fugitivas .... Deixei o ca-lamo, a contemplar o niveo insecto que fluctuava ameos olhos, pétala eburnea de bogari aromatico. umadeos de pureza arrastado nos irremediáveis da mor-te .... E, por fim, perdeo-se na distancia, apagou-sena abobada de saphyra pallida, lavada pelas bategasda noite ....

Perdeo-se e apagou-se Também se apagame perdem os sonhos da infância, as esperanças da ju-ventude, os haustos da mocidade ....

Perdeo-se e apagou-se.,.. Também se apagame perdem as crystalizações da vida, o minereo e aplanta, os cicios da aragem e os deliquios da onda, osplanetas no espaço e as estrellas no infinito ....

Perdeo-se e apagou-se ....Que somos nós, de resto Átomos de átomos

nos turbilhões do Kosmos, formas ephemeras no ephe-mero das existências Almas que se dispersam ouse imponderabilizam, na alkimia secreta das energias

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118 Ramo de Acácia

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ignotas.... Matéria que se faz corpo, corpo que se faz

pensamento, ideasque vibram, propagam-see voam,ao rhythmo wagneriano das forças latentes do orga-nismo.... . - ¦

Mas, como da nivea borboleta flebil a piedosarecordação ficou-me a palpitar na alma; como dossonhos e das esperanças mortas fica a suavissima fra-

grancia a inebriar-nos o espirito; como do minereo eda planta guarda a Terra as espécies e os resíduos ;

*e da ara gem os cicios e da onda os deliquios se pro-pagam nas vibrações do ether, e dos planetas e dossoes se alongam indefinidamente os raios luminosos:—também daquelles que por palavras e actos impre-ssionaram e retina e os ouvidos dos homens, o exem-

pio se perpetua, se perpetuam as recordações, se per-petuam as lembranças, e monodia a saudade. Asideas que expargiram, germinam em promissoras me-sses; as acções que praticaram, fixam normas irre- >prehensiveis; e os perfis austeros, sobre pedestaesde bençans e de applausos, erguem-se na memóriada Humanidade,—flammulas de luz indicando as ge-rações as rotas amplas, reunindo os dignos em gene-roso surto, á conquista do Bem,—pela Justiça e pelaVerdade !

Seres ephemeros, a se perpetuarem em obrasmagnânimas; homens ephemeros, a se perpetuaremem instituições magníficas! ,. , f.

Sim ! porque só as boas palavras ficam, p so ri-cam as boas acções: a Vida tem horror ao crime, avillanagem, á perfídia, á hypocrisia, ao egoísmo, amentira ; porque a mentira, o egoísmo, a hypocrisia,a perfídia, a villanagem, o crime são dissolventeS, saodespersivos, são factores de anniquilamento: rompemos elos da cohesão humana, esmagam vitalidades pu-ras, abrem soluções de continuidade no evolver das

gentâs e das ideas, extinguem soes, apagam estre-Ml

7ir.:

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Ramo os Acácia 149

lias, levam a toda a parte a desolação, a dor e amorte !

• E' do alto desse belvedere helleno, onde fulge oamor, de onde sobe a fragrancia da fraternidade, queo philosopho observa e contempla ditosamente a ca-dea de união que liga os homens do passado aos ho-mens do futuro, perpetuando a espécie, perpetuando aIdea, tecendo azas ao Pensamento, quintessenciandosonhos;—a cadea de união que, uma vez rompidaimpiedosamente, é para logo com rapidez ajustada,presa em novo elo, soldada em ratilos cadinhos; por-que a Vida é impossível sem a solidariedade, e é co-hesiva a Matéria, immortal a Energia, nos athanoresdo Infinito, em a alkimia dos átomos, das moléculas,das cellulas e dos corpos.

E respeito maior, e veneração mais commovida,e sympathia mais intensa veio-me, então, pelo sublimeInstituto-maçonico, impávido e grave, nobillimo, ainsculpir, num destaque de homenagens gratas, onome dos bons obreiros de todas as edades, de todasas epochas.

Magna Instituição! Bellissimo e suggestivoexemplo!

Nas edades remotas, quando o livre-pensamentoera terror e herezia, as arcadas dos templos maçoni-ças abrigavam as victimas do fanatismo, arautos doprogresso; no*periodo medievo, á sombra destas co-lumnas symbolicas, os costumes se amenizaram, sur-gio a cavallaria, na defensão dos opprimidos, abran-dando a ferocidade para com os servos, cultuando naintimo das famílias a delicadeza e a meiguice, o res-peito á propriedade, a graça e a gentileza para coma infância, o carinho para corn as donzell.as, a consi-deração para com as damas, a honorabilidade paracom as esposas, o commovente cuidado para com as

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velhinhas, a amizade, a fraternidade, a jovialidadeentre os homens....

As antesalas destes sereníssimos templos rece-bem a viuvez e a orphandade, acolhidas com amor,levadas ao solio, sem compromissos para os que soh-citam, qualquer que seja a pátria, a edade, o sexo acrença —em o superno dever de solidariedade na dore no infortúnio, que a Maçonaria a si mesmo se nn-

poz, misericordiosamente, em toda a superfície do ria-neta. Sob estasabobadas resoam convicções nobres;ensinam-se a adoptam-se moralissimos princípios ; e

permittida a crença digna e sincera; ha o respeitomutuo e a absoluta liberdade de consciência. Keaii-zou o Instituto-maçonico a incomparavel aspiração deapproximar, em trabalho collectivo, os homens livrese de bons costumes, exparsos por todos os pontos daTerra; resolveo o problema, insoluvel as religiõessectaristàs. de reunir, em mesmo surto affectivo, ascreaturas mais distanciadas pelas raças, pelas cren-

ças, pelas ideas, pelas convicções políticas, pelas posi-ções sociaes,-sem offender melindres, sem calcarconvicções, sem violentar consciências,—persuasivo,dignificante, apenas de seos iniciados exigindo a leal-dade, a franqueza, as virtudes moraes e civicasina-lienaveis aos homens de bem, aos que cultuam a Hon-ra, o dever, a familia.

De suas Lojas, de suas Officinas, de seos lnan-gulos, Capítulos, Areopagos e Orientes, hão sanidoabnegados obreiros, ou sejam rutilos templanos oumodestos artífices, piedosos therapeutas ou magmti-

*cos artistas, oradores e poetas, políticos e sociólogos,sábios e philosophos, sacerdotes e guerreiros, a com-bater todas as tyrannias, todas as sordicias, o mame-tar das consciências, o fanatismo, o erro, a supersti-

ção, a hypocrisia,—seja açoitada á sombra da thiara,seja envolta na purpura da realeza.

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Ramo de Acácia 421*M#

Tem fundado escolas populares que não mysti-ficam a Sciencia nem deturpam e Verdade; tem er-guido azylos á indigencia e á orphandade; pela im-prensa e pelo livro, da tribuna e da cathedra expargeo saber e orienta os povos; recolhe os feridos noscampos de batalha e abriga sob mesma tenda os ad-versados exhaustos; procura extinguir a guerra,lembrando a arbitragem entre os belligerantes e f un-dando tribunaes da Paz; apagou as fogueiras da in-quizição, pelos dominicanos ateadas; divulgou asobras primas do passado helleno; applaudio a Re-nascença; protegeo Luthero, quando perseguido;rompeo cárceres e proclamou os direito do Homem,na grande revolução franceza; fez a independêncianorte-americana e concorreo poderosamente para oestabelecimento das nações do sul da America; em1822, proclamou a independência da pátria brazileira ;em 1888, triumphou vendo abolida a escravatura, porcuja extincção se batia desde o termino da guerracom o Paraguai; alentou as tentativas republicanas,dignificando Tiradentes, vencendo, a 15 de Novem-bro de 1889, com a prcclamação da Republica, a se-paraçcào entre a egreja e o Estado, o casamento civil eo registro civil de baptisterio e óbitos, a secularizaçàodos cemitérios, — conquistas liberáes, todas de seoprogramma, e pelas quaes pugnou da tribuna e daimprensa, no fórum e no parlamento, opusculos e li-vros publicando

Para dizer-vos o labor sem tregoas da Instituiçãomaçonica,—em prol da familia, agindo por fazer daescola o fulcro da Humanidade,—fora mister seguira rota das sociedades que se vêem evolvendo do ori-ente aziatico ao occidente europeo, acompanhando-asá America e á Austrália, no que aprezentam de maisnobre, de mais culto e mais grandioso. Está ligada a

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todos os bellos tentamens, a todas as assignaladasemprezas '

Mas, nâoé meo intuito, no momento, retraçar ohistórico da civilização hodierna, que tantp fora pre-cizo para assignalar a orbita da Maçonaria em os ul-timos séculos; e, apenas, imperfeita, mas sinceramen-te, render lidimo preito á memória de impávido obrei-ro que guardou intactas até a morte as convicções delivre-pensador, bem alcandorados e bem íntimos os

princípios e as normas dos architectos de Hiram.Hontem, estas mesmas abobadas resoavam o

nome de joven luctador que a Morte ceifara e reco-lhera ao silencio do túmulo: —Roberto Faria,Companheiro heróico, a reunir os últimos haustos devida nas formidáveis paginas dos Abutres; discípuloque me ouvio as licções de Historia, como alumno doGymnasio Paranaense, e um dia amplexei carinhosoe commovido, em o recinto deste mesmo Templo, nasolennidade edificante de sua iniciação maçonica. *,

Hoje, aqui nos congregamos para recordar o per-fil de outro Irmão digníssimo, intemerato Mestre,adorável chefe de familia, ardoroso e convicto repu-blicano que so a morte venceo :—Albino Silva.

Singelo preito, siml mas, muito eloqüente, a-ccentuando que a Ordem não esquece os bons archi-tectos, enos estreita em fraternal amplexo, aquéme alem campa,—a cadea de união, de elos imponde-raveis, a luzir como um astro de saudade em a noitede nossas reminiscencias.

, Albino Silva 1-; Sua vida, de apóstolo e de martyr, é toda uma

vibração pela familia, pelos desprotegidos, pela pa-tria ; é todo um exemplo de estoicismo, tenacidade,animo, em a lueta ingente que sustentou contra osdestinos, contra a superstição, contra os preconceitos,

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contra o fanatismo, contra as tyrannias, contra a pre-potência dos déspotas, ou seja porque tenham cofrestiltntes de ouro e pensem esmagar sob seo peso aconsciência e o caracter dos puros; ou seja que tenhamnas mãos o governo dos povos que suppõem servos, ede cujos interesses e felicidade não cogitam! Insubmis-so com os nababos e.os potentados, possuindo a alti-vez característica de nossos patrícios, ameigava-se an-te os pequeninos, os desherdados, os humildes e ostristes, o coração n'um rythmo de perennè bondade.

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Ahi estào gerações de discípulos cuja intelligen-cia elucidou, cujo caracter insculpio ; ahi estào os pe-riodicos que derramava por todo o Paraná, phrases daIdea, norteando o espirito. Polemista sagaz, tinha porvezesasatyra fina de Juvenal, por vezes a ironia in-vulnerável e casquilha de Voltaire; professor affe-ctuoso, comprehendia que a escola é, e so pode ser,prolongamento do lar, sem soluções de continuidade,sem o estiolante rigor dos estabelecimentos de regi-men Jor te, em flagrante contraste com a missão doensino, persuasiva e educadora.

Atravez das vicissitudes da fortuna, ora no des-empenho de funeções publicas, ora em conflicto coma adversidade, fazia da escola e da imprensa os sus-tentáculos de sua vida e de seos ideaes, ou fosse nascidades do littoral paranaense ou nas regiões do oes-te, em sua passagem expargindo sempre as rosas deouro de seo saber e os sazonados fruetos de sua inte-lligencia. /

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Ser honesto, é ser puro ; ser honesto no infortu-nio, é ser estoico:—assim o foi Albino Silva!

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Propagandista republicano, vinha, desde muito,entretecendo virentes louros á Liberdade; tomou ar-mas, em 1893, acompanhado dos filhos que educaracom civismo, batendo-se, ao lado do Marechal de Fe-

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124 Ramo de Acácia

rro, pelos princípios, pelo Ideal que alcandorara comamor e defendia com denodo.

Era da phalange dos martyres e dos heroes quesabem traduzir as palavras em actos.

Quando a serpente negra sifflou atirando ao Pa-raná os primeiros, formidandos botes, e o pugillo doCenaculo agitou-se impávido, em protesto vibrante,—Albino Silva, num elance de moço e num reptode libertário, cerrou fileiras com a mocidade, trazen-do-nos a todos que fazemos do livre exame divisa enorma, o apoio moral de sua pessoa, o prestigio de seonome, o seo saber, a sua experiência, a aureola desuas cans, o seo exemplo.

De então, o Cenaculo conservou-lhe a edificantelembrança num relicario de ouro ; hoje, o mais apa-gado de seos fundadores, em nome do Cenaculo, elevaá sua memoria,em lavorada patena de gratidões com-movidas,as magnolias immaculas de seo reconheci-mento.

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Esta homenagem de seos Irmãos, este acto doInstituto Maçonico é sagração sublime, em sua sin-geleza aristica.

O ramo de flores naturaes, de suavissimo aroma,hoje, anniversario de seo passamento, depositado emseo túmulo, symboliza a nossa saudade e symbolizatambém o nosso carinho, o nosso inesquecivel respeito.

Amámol-o, porque era digno; veneramol-o, por-que morreo puro.

O exemplo ficou.Ditosos os filhos que se não pejam ao ouvir o no-

me de seo pae, - antes recebem em suas syllabas ensi-namento e animo! ¦ i

Ditosa a esposa-mãe, ditosa a viuva que ve seosfilhos palmilharem serenamente, sem desfallécimen-

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Ramo de Acácia 125

tos, sem pavores, o tramite que o progenitor lhes tra-'cara atra vez da existência!

Ha nomes que elevam, mais que uma flammulade combate,—um signo de victoria.

Assim o nome, assim o exemplo de AlbinoSilva!

Guarde-o a juventude,—como penhor de liberda-de e civismo!

Guarde-o a Maçonaria,—estigma aos traidores,—obreiro que foi da Consciência livre !

O ensino r*ellCflOSO

Os avanços contínuos da Sciencia incompatibi-lisaram-na a tal ponto com a Religião, que falar actu-almente em sciencia e religião é o mesmo que tocarem dois elementos que se contrariam e que se repellem.

A religião prega o dogma e o dogma é a absolu-ta negação da sciencia. "

A religião estabelece uma fronteira para o campodas investigações e humilha o espirito do homem fa-zendo-o crear a divindade para à explicação dos mys-terios que nos envolvem ou obrigando-o a ficar indif-ferente perante as cousas primarias e da finalidade.*; A sciencia engrandece e estimula o espirito não

levantando barreiras immoraes aos anceios justos parao conhecimento das leis que presidem á manifestaçãode todo este espectaculo admirável e sorprehendente¦do Universo. fMkWm¦^fmMi.77híM;wé'&f0SÍ

i A religião erige princípios que não prova, formu-la hypotheses vagas e dá4hes immediatamente o ca-racter definitivo de axiomas indemonstraveis:- levan-ta o credo sobre o absurdo.

Credo quia absurdum—dizia um dos luminaresda Egreja Romana. ,

A razão indaga o motivo, exige a explicação. A

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fé ordena: crê, porque é preciso crer; crê, porque es-tas cousas que dizem respeito á divindade são tãopalpáveis e tao visíveis por si mesmas, que nao care-cem de demonstração.

A sciencia, desgarrada dos braços da theologia e dametaphysica, braços que a seguraram por largo tem-po, não pode admittir princípios que se demonstrempor si mesmos, estabelecer theses com aspecto dogma-tico, ennunciar proposições que se deixem unicamen-te provadas pelo curioso principio da razão suficiente.

A theologia diz, por exemplo, Christo, estandoem Bethsaida, com 5 pães e 2 peixes deo de comer auma multidão de quasi 5000 indivíduos.

O espirito crente, commandado exclusivamentepela fé, acceita immediatamente essa proposição.comouma verdade profunda.

O espirito scientifico, que não lê pela mesma car-tilha, pergunta á theologia onde se encontra a demons-tração daquelle milagre. A theologia responde purae simplesmente:—o milagre é verdadeiro porque estáconsignado, como todos os outros phenomenos inhe-rentes ao Divino Thaumaturgo, no livro dos livros.

Mas, a philosophia applicada á Biblia nada provaem relação á legitimidade dos phenomenos consagra-dos nessa obra cujos defeitos faz, de resto, resaltarcom muita intensidade. (1)

O milagre era um dos meios da prova que pudes-se, na opinião dos contemporâneos do Divino Mestre,estabelecer-lhe uma missão sobrenatural ou messiani-ca; era como diz Renan, um signal indispensável dodivino e das vocações propheticas. ,- ¦ Jesus tinha que se fazer thaumaturgo se é quequeria ser acreditado pelas turbas inconscientes e sug-gestionaveis perante quem pretendia fazer valer asua autoridade.

(I) Ver as obras de E. Renan, autoridade insuspeita.

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Aliás não era para admirar que naquelles temposa farça absurda do milagre fosse tomada como umelemento necessário para o triumpho em um combate,quando nos dias que correm, dias de luzes e de pro-gresso, a verdade nâo pode ser dita em toda a suanudez e os homens que querem pregar principioS epropagar idéias ainda não podem fazel-o sem o recur-so de subterfúgios e de torcicollamentos que intima-mente nâo são suffragados por uma consciência ex-tremamente pura.

A' luz da philosophia positiva o milagre desfaz-seinevitavelmente em pó, como um phenomeno mera-mente imaginativo cuja necessidade impoz-se para quecriasse raizes a crença na divindade de Jesus, mas eu-ja realisação effectiva nâo pode ser constatada pornenhum facto de ordem natural, de experiência ou deobservação.

A Biblia não é uma fonte de demonstrações, esim um manancial de dogmas. Por conseguinte, quan-do a theologia, para explicar o milagre da multiplica-ção de alimentos, basea-se na própria biblia, nâo poderefutar com vantagem as argumentações do espiritolivre que escudado nas doutrinas scientificas vê-seforçado a impugnar um phenomeno de que só se ouvefalar, mas que ninguém vio, ninguém observou e quenenhuma razão sadia e perfeita se aventura a conceber.

O dogmatismo é uma feição característica de to-das ás religiões e é por isso que ellas repugnam aosespíritos emancipados. A sciencia mesma, quando seinclina ao estabelecimento de juizos a priori, cahe tam-bem no regimem insensato do dogma e torna-se,então,igualmente nociva e repugnante.

A verdadeira sciencia não é aquella que af fir maum facto, sem provas bastantes ou que manifesta asua impotência diante da presupposta impenetrabili-dade de um mysterio. '

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A verdadeira sciencia é aquella que á qualquer ;affirmativa faz succeder a necessária demonstraçãopositiva e que quando se encontra na presença de um

phenomeno complicado e apparentemente inaccessi-vel em suas causas, em vez de recuar frouxamente edizer como a raposa—estào verdes—multiplica os ap-

parelhos de acçào de que dispõe, aperfeiçoa os seosinstrumentos de trabalho, concentra todas as energias

que possue para poder vencer os obstáculos que se vãoapresentando ao seo luminoso caminhar pela estradada lógica e do raciocínio perfeito.

As deducções falsas ou precipitadas.com caracternão transitório, que se fundamentam simplesmente emuma crença ou opinião prefirmada, conduzem não raroum scientista de valor a um máo caminho, reservan-do-lhe verdadeiras sorprezas desagradáveis.

Wallace (i) cita uma passagem succedida com oautor da *«Philosophia Positiva» Augusto Comte, queé característica do que avançamos. i

Comte, justamente impressionado com a. deffici-encia dos instrumentos astronômicos no meio do se-culo XIX para os estudos inherentes á astronomia si-deral, foi levado a declarar que todo o exame futurodas estrellas não representaria sinão urn desperdíciode tempo, incapaz de produzir um resultado utii ouinteressante. E nessa ordem de idéas assim concluíao sábio: «Cest donc en vain que Fon a cherché, pen-dant un demi-siècle à distinguer deux astronòmies,l'une solaire, l'autre sidèrale. Chez ceux pour qui Iascience consiste en lois réelles et non en faits incohe-rants, Ia seconde n'existe que de nom, Ia primière seu-le constitue une veritable astronomie et je ne crains

pas de dire qu'il en será toujours ainsi.»A Entretanto, como diz Wallace, uma admirável

descoberta—a analyse spectral-sobrevinda ires an-"(l)~-LãTplace

de i'homme dans l'univers.

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nos depois da morte do eminente pensador francez,vinha desmintir as suas asserções de uma maneirainconcussa. Applicado ás estrellas, o novo systemade investigação revolucionou a astronomia e veio tra-zer á tona os conhecimentos que Comte dogmática-mente declarara que ficariam indefinidamente forade nosso alcance.

«Par ce moyen, escreve o sábio inglez, nous avonsacquis des notions exactes sur la physique et la chi-mie des etoiles et des nebuleuses, de telle façon qu'ac-tuellement nous connaissons mieux la nature, la cons-titution et ia temperature des soleils enormément éloi-gnés de nous et que nous désignons sous le nomd'etoiles, que nous ne connaissons les planètes de no-tre propre système. Cette decouverte a egalement ré-vélé 1'existence de nombreuses etoiles invisibles etnous a permis de determiner leurs orbites, leur duréede revolution et même, approximativement,leur masserelative.»

Isso quer significar que mesmo emanada dace-rebração de um mestre, de uma autoridade scientificacomo incontestavelmente era o brilhante instituidordas theorias geraes que deram á geometria o caracterde generalidade que ella comporta, o espirito fecundoque até hoje melhor soube comprehender o verdadeiropapel de cada ramo de conhecimentos humanos, cias-sificando-os de uma maneira magistral, mesmo assimtoda asserção erguida sobre fundamentos incertos etransitórios, está sujeita a uma derrota inevitável.

José Niepce.

(Continua).

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Maconaria no Paraná5 Congresso Maçonico—Da Gr/. Secr.\ Ger/. da

Ord.*. recebemos o seguinte:Acerca do próximo Congresso Maçonico publicou

o « Jornal do Commercio,» em a sua edição de 19 docorrente mez, o seguinte telegramma:

«Buenos Aires, 18.A « Argentina _• publica hoje a entrevista que a

' um dos seos redactores concedeo alta personagemmaçonica, a propósito do Congresso da MaconariaBrazileira que se reunirá no Rio de Janeiro a 14 de

;* . Julho deste anno.O « entrevistado » rende calorosos louvores ao

senador Lauro Sodré; e annuncia que no Congressoreferido se estudarão altas questões de interesse po-litico e social.»

Der KompassDo Estado do Paraná transcrevemos o artigo

abaixo, respeito ao incidente entre os estudantes e osfranciscanos, fazendo nossas as palavras do brilhanteorgam vespertino: ¦ '| Estudar a psychologia do Der Kompass e dignoassumpto patriótico.

Esse jornaleco, escripto em allemão, somente pa-ra allemães e rara minoria de brazileiros, fez-se echode'descrédito da hospitaleira terra que o supporta. Eo porta-voz da fradaria em marcha contra a Republica.

Inilludivel sua attitude catedralesca; insophisma-vel sua conducta arrogante e malsan. t,v-,

Com que direito ? Nemhum 1A petulância vem-lhe de um erro: suppõe-se

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em terra conquistada, a ousadia vem-lhe de umahypothese cobarde : suppõe-se incomprehendido, nomenospreço em aque geralmente passa.Certo, a importância que merece, é nulla ; a nu-llidade, porem, não lhe outorga direitos.Extrangeiros,não podem insultar o Brazil; frades,

que reprezentam a superstição e o passado, não podematirar sobre a mocidade, que reprezenta a intelligenciae o futuro, a salsugem odiosa do despeito em que vivem.

# Offender a juventude, é offender a Pátria nomais lidimo de suas esperanças; offender a Pátria, émerecer a repulsa de uma vigorosa nação que não te-me!Para defender a honra nacional, povo e exercitose constituem unidade.A mocidade defende-se a si mesma. A sustentai-a, está a familia, estão o coração e o cérebro de todosos Brazileiros.E' tempo ainda da fradaria, expulsa da Europaou a serviço de senhores tyrannos, desilludir-se daespectaíiva que a obseda: o Brazil nào se conquista,

nem pela força das armas, nem pelo fanatismo dasmassas, nem pelo ignorantismo de más escolas quesâo anrithese da civilização e do civismo.Afora pequeno grupo de hypocritas que trazemsempre uma vela acesa a deos e outra ao diabo;afora resumido numero de degenerados que a su-

ggestão fanática empolgou, e não constituem, e nãocaracterizam um povo; a Nacionalidade, os vinte ecinco milhões de brazileiros, repellem com indepen-dencia tudo que os desdourc,' que os atraze, que ospee, a grandes passos que o Brazil se vae para umporvir magnífico."A reagir pelas armas, tem, mais que um povo,uma grande raça; y

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7 A reagir contra o fanatismo, possue o bom sen-

so e a lucidez nativos; ;A reagir contra a escola abscurantista, dispõe

de formosa intelligencia e viva consciência, já eman-cipadas no século XVIII. „ , .

Desilluda-se em tempo a fradana; e, se Preten-de explorar mais algum tempo a proverbial bondadedo povo, e, se por mais algum tempo quer viver em

paz, não se esqueça de que é HOSPEDE não intervin-do jamais e não menoscabando nunca dos interessese convicções de um paiz que sorri do lndcx e não a-

credita no inferno. *Asagrejas que levanta como por encanto, não

significam fanatismo, esó a generosidade de um povoque desconhece a usura; as escolas que consegueencher, na insufficiencia das escolas publicas das es-

colas populares, das escolas leigas, não significam be-

atice ou fé, mas o ardente almejo dos paes de nao

auererem os filhos analphabetos.As escolas já teem sido de muitos abandonadas,

experientes da nullldade do tempo perdido; as egre;

jas também irão ficando vasias, mais freqüentadas japor bisonhos colonos. *

Eo-rejas e escolas ficarão ao desamparo, se não

forem por terra, desde o momento em que o povoperceba que entre a Pátria e a egreja, entre a Pátria

e a escola clerical existem antagonismos, existe o

conflicto que a egreja mantém contra os estados mo-

dernos e contra a Seiencia.No Brazil livre, o Paraná e libernmo. ,,

V A cada insulto, responderá uma represália ; as

violências, de qualquer ordem, serão reprimidas.A mocidade não se curva, esteja nas escolas ou

nas officinas, no exercito ou na imprensa.A fradaria engfana-se j, •Sceptica do poder electrico do dedo de deos, a-

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pella para o braço secular : depois do insulto á Pátria,o Der Kotnpas.i espalhafatosamente, corre á policia apedir garantias, fazendo-se de victima.

, A policia mandou-lhe duas praças, que ficaram,cherubs á porta de um paraizo franciscano, de umparaizo perdido, a impedir a volta da dignidade huma-na. • ,

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Os tempos mudaram : o braço secular já nãoanda ás ordens dos inquisidores ultramontanos.

A mocidade, o povo, todos que prezamos estaterra, saberemos sempre cumprir nosso dever.

Hontem, a insoJencia ás candidaturas presidenci-aes levou a juventude a protestar dignissimamente ;

Amanhan, o insulto soez levará o povo a deixai-os alem das fronteiras.

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Orgam de propaganda maçonicaPublicação mensal /

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Redactor-chefe—Dr. NYLO CÂMARA.Redactor-secretario—CAETANO ANDRADE,

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A'RAMO DE ACÁCIA .Publicação mensal

Redacçâo e Escriptorio,; Praça Zacarias, 3

CORITIBA — PARANÁ' - BRAZIL

ASSIGNATURAS ADIANTADAMENTE :

Anno. . » r . • . • • •. • • • • • 3$000 rs.

As Lojas que concorrerem com a quantia de 5$00O rs. Inensaes,receberão 15exemplares; ou 30 exemplares por lO$000 mensaes.

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ra os ns. 5 e 6. » * • • . •

60$OOO

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Recebido de as.?ignaturas (1) . . ./.,Receita:

Despezas com on. 7 . . . . .

70$0003$000

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Aos PI*od.\ Hrm. . Wen.\ das LLoj. .<$jie ainda nâo enviaram' a quota relativaaos 6 primeiros números, a Kedaeção pedeencareeidainentè o obséquio de autorizar aremessa.

E* intuitiva a necessidade desta publi-cação que bem'-pode ser mantida — seinsa-crificio — pelas LLoj.\ que funecionam noEstado. ¦ '

Na proporção dos auxílios recebidosmelhorará o « Ramo de Acácia ».A },

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Anno II Ramo de Acácia Junho, 1909

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Dr. Affonso Penna

N* 30, Novembro, 1847-f 14, Junho, 1909