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  FACULDADE ASSIS GURGACZ  FAG CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO MARIELI LÚCIA WROBEL BIBLIOTECA PÚBLICA SUSTENTÁVEL CASCAVEL 2009

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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAGCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MARIELI LÚCIA WROBEL

BIBLIOTECA PÚBLICA SUSTENTÁVEL

CASCAVEL2009

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MARIELI LÚCIA WROBEL

BIBLIOTECA PÚBLICA SUSTENTÁVEL

Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura eUrbanismo, da FAG, apresentado na modalidade

Projetual, como requisito parcial para a conclusãoda disciplina TCC, à FAG  – Faculdade AssisGurgacz.

Orientador: Arquiteto Guilherme Marcon

CASCAVEL2009

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MARIELI LÚCIA WROBEL

BIBLIOTECA PÚBLICA SUSTENTÁVEL

DECLARAÇÃO

Declaro, de acordo com item II do Artigo 18 do Manual de TCC do Curso deArquitetura e Urbanismo  – FAG, que realizei em novembro de 2009 a revisãolingüistico-textual, ortográfica e gramatical da monografia de Trabalho deConclusão de Curso denominado: Biblioteca Pública Sustentável, de autoriade Marieli Lúcia Wrobel, discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo -FAG.

Tal declaração contará das encadernações e arquivo magnético da versão finaldo TCC acima identificado.

Toledo, 05 de novembro de 2009.

 ______________________________ Simone Silvia Bedin Coelho

Licenciada em Letras/FAFIJAN/1990

RG n 50080455 – SSP – PR

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FACULDADE ASSIS GURGACZCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MARIELI LÚCIA WROBEL 

BIBLIOTECA PÚBLICA SUSTENTÁVEL

Trabalho apresentado no Curso de Arquitetura e Urbanismo da FAG, comorequisito básico para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura eUrbanismo, sob a orientação do arquiteto professor Biblioteca PúblicaSustentável.

BANCA EXAMINADORA

Arquiteto OrientadorFAG – Faculdade Assis Gurgacz

Guilherme MarconGraduadoCREA – PR 94574/D

Arquiteto AvaliadorBanca Externa

Roberto Luiz de CarliEspecialista

Arquiteto AvaliadorFaculdade Assis Gurgacz

Roni Marcos FrantioziGraduado

Cascavel, 11 de novembro de 2009.

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DEDICATÓRIA

Dedico a meus pais, por todo apoio,incentivo e amor que sempre tiveram por

mim, nesses anos.

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AGRADECIMENTOS 

Todas as pessoas que convivem e que passaram pela minha vida durante esta

etapa, agradeço com todo carinho, por todo apoio e incentivo. Todos aqueles

que de certa forma contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional,

para os momentos difíceis, digo “muito obrigada”, pela compreensão e afeto. 

Agradeço a meus pais por toda dedicação e credibilidade que depositaram em

mim desde o início.

A todos meus amigos por toda força, ajuda e companheirismo, por todos os

momentos maravilhosos que passo ao lado deles. Pelas amizades que

nasceram durante este período, e se Deus quiser cultivada por longos anos.

Um agradecimento a orientadora Michele Sedrez, que nos assessorou durante

um longo período, nos dando a oportunidade de ter um aprendizado maior

relacionado ao tema.

Enfim, todos aqueles que participaram dessa caminhada, direta ouindiretamente.

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"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela,mas há também aquelas que fazem de uma simples

mancha amarela o próprio sol"

(Pablo Picasso) 

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RESUMO

Esse trabalho oferece parâmetros e diretrizes para o desenvolvimento de umprojeto de arquitetura, no qual será uma biblioteca pública, onde serãoapresentados meios para a elaboração da edificação. Será fundamentada aimportância que a leitura acarreta na sociedade, diminuindo a desigualdadesocial e proporcionando ao cidadão o conhecimento de seus direitos e deveres.Relatar-se-á sobre seu contexto histórico, como esse órgão público dissipou-see como será futuramente. Trata-se de um trabalho destinado ao processoambiental, apresentando diretrizes funcionais e meios que possam tornar aobra um ambiente confortável. O objetivo foi de unir informações para criar-seuma biblioteca acessível a todos estimulando a prática da leitura e que seja

uma obra convidativa despertando a curiosidade dos cidadãos através do seuaspecto formal e organizacional. Uma análise de correlatos foi realizada parareferenciar o desenvolvimento do projeto em seus aspectos formais,contextuais, projetuais, ambientais e funcionais, oferecendo por meio deste oembasamento para criar um programa de necessidade adequado. Seu partidoprojetual designou-se da mesma forma através do embasamento dado aoscorrelatos, utilizando meios para o aproveitamento de recursos naturais,explorando sua iluminação natural, ventilação e o jogo de luz e sombra dadoatravés de seus volumes.

Palavras-chave: Biblioteca pública; Sustentabilidade; Leitura.

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ABSTRACT

This work offers parameters and directions to the development of an

architecture project, in which it will be a public library, where there will bepresented ways for the elaboration of the building. It will be based theimportance that the reading causes in the society, diminishing the socialinequality and providing the citizen the knowledge of its rights and duties. It willbe told on its historical context, how this public agency wasted itself and how itwill be on the future. It´s a work destined to the environment process,presenting functional direction and ways that can make the building acomfortable environment. The objective was to join information to create anaccessible library to all stimulating the reading practice and to be a invitatingbuilding causing curiosity of the citizens through its formal and organizationalaspect. An analysis of correlated ones was carried through to reference the

development of the project in its formal, contextual, projectual, environmentaland functional aspects, offering by this the basement to create an adequateprogram of necessity. Its projectual party assigned itself in the same waythrough the basement given to the correlated ones, using ways to exploit thenatural resources, exploring its natural illumination, ventilation and the game oflight and shade given through its volumes.

Key words: Public library; Environmental; Reading.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pg.FIGURA 01: Zona de conforto térmico (adaptado). 39

FIGURA 02: Zona de ventilação (adaptado 43

FIGURA 03: Vista da cobertura 45

FIGURA 04: Entrada principal 45

FIGURA 05: Área interna 46

FIGURA 06: Relação com entorno 47

FIGURA 07: Planta inferior 49

FIGURA 08: Planta superior 49

FIGURA 09: Interior da Biblioteca Viana do Castelo 50

FIGURA 10: Vazio central 50

FIGURA 11: Biblioteca Viana do Castelo 51

FIGURA 12: Biblioteca Viipuri – Alvar Aalto 52

FIGURA 13: Planta da biblioteca principal e da sala de leitura com aseção de controle e o balcão de empréstimos; administração

54

FIGURA 14: Planta com a sala de conferências, sala de leitura ebiblioteca infantil

54

FIGURA 15: Planta do térreo com o arquivo e a entrada da bibliotecainfantil. 

54

FIGURA 16: Ondulação para acústica. 55

FIGURA 17: Imagem adaptada, 2008 55

FIGURA 18: Disposição dos lanternins, iluminação natural e artificial  56FIGURA 19: Imagem adaptada, 2008 57

FIGURA 20: Mapa do Estado do Paraná; localização de Toledo na regiãoOeste 

58

FIGURA 21: Principais avenidas de acesso 59

FIGURA 22: Ruas de acesso 60

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01: Programa de necessidades 61

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LISTA DE ABREVIATURAS

CO2  – Dióxido de Carbono

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INL – Instituto Nacional do Livro

ISO – Organização Internacional para Padronização

ONU – Organização das Nações Unidas

UNESCO – Organização das Nações Unidas, para a

Educação, a Ciência e a Cultura

ZL – Zona do Lago

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SUMÁRIO

Pg.1. INTRODUÇÃO 15

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 16

1.2 OBJETIVOS 17

1.2.1 Objetivo Geral 17

1.2.2 Objetivos Específicos 17

1.3 MÉTODO DE PESQUISA 18

2 CAPÍTULO I: ARQUITETURA E BIBLIOTECA 20

2.1 JUSTIFICATIVA 20

2.2 RESGATE HISTÓRICO 22

2.2.1 A Biblioteca no Século XX 23

2.2.2 A Biblioteca no Século XXI 24

2.3 A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA PÚBLICA NA SOCIEDADE 26

2.4 EDIFÍCIOS PÚBLICOS 28

2.5 ANÁLISE DA ARQUITETURA DE BIBLIOTECAS 29

2.6 ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA 31

3 CAPÍTULO II: ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 33

3.1 SUSTENTABILIDADE NO AMBIENTE CONSTRUÍDO 33

3.2 VARIÁVEIS INTERVENIENTES NO PROJETO 363.2.1 Estratégias de composição da forma e do espaço 36

3.2.2 O uso das cores 36

3.2.3 Conforto Térmico 38

3.2.4 Acústica 39

3.2.5 Iluminação Natural e Artificial 41

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3.2.6 Ventilação 42

4 CAPÍTULO III: ANÁLISE DE CORRELATOS 44

4.1 BIBLIOTECA ALEXANDRINA 44

4.1.1 Contextualização 44

4.1.2 Aspectos funcionais 45

4.1.3 Aspectos construtivos 46

4.1.4 Aspectos ambientais 46

4.1.5 Aspectos formais 47

4.2 BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO 48

4.2.1 Contextualização 48

4.2.2 Aspectos funcionais 48

4.2.3 Aspectos construtivos 50

4.2.4 Aspectos ambientais 50

4.2.5 Aspectos formais 51

4.3 BIBLIOTECA VIIPURI 52

4.3.1 Contextualização 52

4.3.2 Aspectos funcionais 53

4.3.3 Aspectos construtivos 55

4.3.4 Aspectos ambientais 56

4.3.5 Aspectos formais 56

5 CAPÍTULO IV: DIRETRIZES PROJETUAIS 58

5.1 LOCAL DE ESTUDO: TOLEDO – PARANÁ 58

5.2 DIRETRIZES PARA A DEFINIÇÃO DO TERRENO 59

5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES 61

5.4DIRETRIZES PROJETUAIS 61

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 64

REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS 65

APÊNDICES 68

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho tem como objetivo desenvolver fundamentos para o projeto

arquitetônico de uma Biblioteca Pública Sustentável, considerando a

importância de tal instituição na sociedade. No desenvolver do tema

abordamos a importância que a leitura tem em nosso cotidiano.

A formação da sociedade através da leitura é um processo contínuo e

necessário que evita o isolamento social e promove o desenvolvimento. A

leitura possibilita a formação de uma sociedade consciente, facilitando sua

visão global do mundo.

A biblioteca, enquanto equipamento urbano valorizado no cenário,

promove a conscientização do indivíduo quanto à necessidade de procurar

informação, intensificando o incentivo à leitura, e possibilita a formação de

cidadãos mais intelectuais e críticos. Assim, fica explícita a necessidade de se

criar um ambiente agradável e convidativo aos usuários do equipamento.

Delimitação do tema assim como os objetivos e a metodologia serão

tratados no início do trabalho, para introduzir  onde se quer chegar com o

desenvolvimento dessa obra, apresentando os métodos usados para

elaboração do mesmo.

No primeiro capítulo será abordado o referencial teórico para

elaboração da Biblioteca na cidade de Toledo  – PR, a sua justificativa,

introduzindo o porquê é tão importante a construção desse órgão público, o

quanto ele contribui para a formação intelectual da população e para seu

crescimento cultural, analisando a linguagem de sua arquitetura dando

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diretrizes para como elaborar uma biblioteca de boa qualidade visando suas

questões ecológicas, ou seja, um ambiente sustentável.

Para o segundo capítulo trará definições das variáveis intervenientes

no projeto, com vários seguimentos, sendo explicados cada um deles em suas

questões de conforto térmico, ventilação, iluminação natural e artificial e o uso

das cores que também influenciam no resultado final do projeto.

Esses aspectos ajudarão na elaboração do projeto, tendo como

princípio esses parâmetros para se chegar a um resultado de edificação

sustentável, criando sensações e estímulos de conforto e satisfação aos

usuários.

No quarto capítulo serão apresentados correlatos, ou seja, obras com

aspectos a fim de solucionar o problema projetual, referenciando o seu aspecto

formal entre outras questões.

Suas diretrizes projetuais serão sanadas como resultado e análise dos

capítulos anteriores, que relatarão sobre o local de estudo, diretrizes para a

definição do terreno, juntamente com sua mobilidade urbana sustentável e seu

programa de necessidades.

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O presente trabalho trata da elaboração de uma biblioteca pública

fornecendo subsídios e diretrizes para o desenvolvimento de um projeto de

arquitetura com princípios sustentáveis, tendo como finalidade oferecer à

população um ambiente confortável e adequado para pesquisas e estudos.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Fundamentar o desenvolvimento de um projeto arquitetônico para uma

biblioteca pública, buscando a proposição de um equipamento mais

sustentável.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

definir diretrizes para a escolha do terreno, considerando a

acessibilidade e as características do ambiente natural;

pesquisar estratégias eficazes de armazenamento do acervo;

pesquisar as necessidades dos usuários para a obtenção do conforto

ambiental;

buscar estratégias para oferecer o conforto ambiental de forma passiva;

buscar soluções sustentáveis para o desenvolvimento do projeto;

pesquisar soluções construtivas sustentáveis para sua estrutura física;

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1.3 MÉTODO DE PESQUISA

Segundo Ander-Egg1  (1978, apud Marconi e Lakatos, 2006, p.15), a

pesquisa, é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo,

que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer

a realidade ou para descobrir verdades parciais.

Toda pesquisa parte de um problema de maneira que ela responda às

necessidades do conhecimento. Várias hipóteses são levantadas e a pesquisa

pode validá-las ou confirmá-las (Marconi e Lakatos, 2006, p.16).

Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se pela técnica de

Pesquisa Aplicada que se caracteriza por seu interesse prático, isto é, que os

resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de

problemas que ocorrem na realidade, conforme Ander-Egg (1978, apud

Marconi e Lakatos, 2006, p.20).

Para a Pesquisa Bibliográfica, que segundo (Rummel apud  Lakatos,

2006, p. 23) são utilizados materiais já escritos.

Ressalta Manzo (1971, apud Marconi e Lakatos, 2006, p. 71), que a

bibliografia “oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já

conhecidos, como também explorar novas áreas onde os problemas não se

cristalizaram suficientemente”, tendo o objetivo de permitir ao cientista “o

reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas

informações” (Trujillo, 1974, apud Marconi e Lakatos, p. 71).

Usou-se também formulários para complementar a pesquisa, que

segundo Marconi e Lakatos (1991) é a técnica que compõe a observação direta

1  ANDER-EGG, E. Introducción a las técnicas de investigación social: para trabajadores sociales.

7.ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978.

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extensiva. “Formulário: é um roteiro de perguntas enunciadas pelo

entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado”. 

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2 CAPÍTULO I: ARQUITETURA E BIBLIOTECA

2.1 JUSTIFICATIVA

A escolha do tema é devido a várias carências que se apresentam

atualmente na biblioteca de Toledo, como: falta de espaço físico, falta de

ambientes individualizados como sala de estudos, espaço para multimídia,

ambiente separado para crianças e literatura infantil, organização do setor

administrativo, entre outros; por isso a idéia de criar um ambiente novo para

atender as necessidades que essa edificação carece.

A realização de uma obra de biblioteca pública sustentável tem uma

importante significância em seu aspecto social, tendo como partido principal a

importância da leitura, proporcionando com isso uma melhoria da condição

social e humana, ampliando seus conhecimentos e gradativamente

aumentando sua cultura e melhoria da qualidade de vida.

Segundo Souza (2007) a leitura é um dos meios mais importantes para

a consecução de novas aprendizagens; possibilita a construção e o

fortalecimento de idéias e ações.

Para Suaiden (2000) a biblioteca pode se tornar o grande disseminador

da informação, atuando principalmente para diminuir as desigualdades

existentes na injusta sociedade brasileira.

O que acontece, conforme o autor, é que o preço do livro associado à

falta de tempo, à motivação para a leitura e, obviamente, à carência de

bibliotecas públicas e escolares conduzem ao processo de desinformação.

Uma justificativa a essa falta de leitura é que parte expressiva da população

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brasileira não tem noção de cidadania, ou mesmo direitos e deveres, o que faz

aumentar o desemprego e os problemas sociais.

Com a globalização, de novos paradigmas tecnológicos, e sociais e do

modelo de desenvolvimento sustentável, caberá à biblioteca pública trabalhar

no sentido de corrigir as deficiências do passado, como criar uma interação

adequada com a comunidade e implantar produtos que de fato facilitam o

acesso a sociedade da informação (Suaiden, 2000).

Contudo, à medida que a biblioteca pública se vincular com a

comunidade, ela passará a ser o caminho que possibilitará a participação

efetiva na sociedade da informação, sendo de extrema importância em um país

cuja desinformação atinge altas proporções, e, sem essa oportunidade,

milhares de pessoas jamais terão condições de entender e saber sobre seus

direitos e deveres em uma sociedade globalizada (Suaiden, 2000).

Busca-se criar um equipamento mais sustentável por esta razão

acredita-se que o projeto além das questões de conforto ambiental, deva ser

um espaço agradável e que seja estimulante a leitura suprindo também suas

necessidades.

Hertzberger diz que:

Tudo o que projetamos deve ser adequado a cada situação que surja;em outras palavras, não deve ser apenas confortável, mas tambémestimulante  – e é esta adequação fundamental e ativa que eugostaria de designar como “forma convidativa”: a forma que possuimais afinidade com as pessoas (HERTZBERGER, 1999, p.174).

Busca-se promover uma obra contemporânea onde cada ambiente

remeta a uma percepção diferente, um espaço onde os usuários possam

interagir e aprender.

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2.2 RESGATE HISTÓRICO

Conforme Suaiden (2000), no dia 5 de fevereiro de 1811, Pedro Gomes

Ferrão de Castello Branco encaminhou um projeto ao governador da Capitania

da Bahia, solicitando a aprovação do plano para a fundação da Biblioteca. Esse

documento, que historicamente é o primeiro projeto da história do Brasil, para

facilitar o acesso ao livro, apresenta a grande preocupação na área da

educação. O plano foi aprovado, a Biblioteca foi inaugurada no Colégio dos

Jesuítas em 4 de agosto de 1811. Após isso, as providências para a fundação

de bibliotecas partiram sempre da iniciativa governamental.

Essa instituição era criada legalmente por um decreto estadual, porém

a falta de visão dos administradores era grande, pois geralmente não havia

previsão de infraestrutura necessária. Os locais eram improvisados, acervos

desatualizados e compostos por doações, instalações precárias, carência de

recursos humanos adequados, entre outros. Com esses fatores a imagem

dessas instituições provocou um retraimento do possível público usuário,

passando a ter uma imagem negativa, a população afirmava que se tratava de

um local de castigo ou para uma pequena elite composta de eruditos (Suaiden,

2000).

O Decreto-Lei n 93, de 21 de dezembro de 1937, criou o INL e definiu

como atribuição o incentivo à criação, a organização e manutenção de

bibliotecas públicas em todo o país Oliveira (1994).

Para os autores Porto e Boccato (2008), a falta de planejamento, e os

recursos humanos e financeiros contribuíram para a consolidação durante

muito tempo de uma representação negativa da biblioteca.

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Com isso, o patrimônio literário foi disponibilizado e disseminado à

minoria intelectualizada da população. A instituição biblioteca além de não

incentivadora da leitura, assumiria o papel de instrumento ideológico do Estado

destinado a exercer influência no desenvolvimento cultural de acordo com seus

interesses políticos.

2.2.1 A Biblioteca no Século XX

De acordo com Milanesi (2002), o monopólio do saber no século XX

saiu dos mosteiros e incontrolavelmente chegou a outros segmentos.

Religiosos, vetavam obras tornando possível apenas algumas leituras, sendo

algumas determinadas como atos pecaminosos, levando os leitores

imprudentes ao fogo do inferno. Com a disseminação da leitura, pela imprensa

o acesso à informação provocou receio com a dispersão do mesmo, ou seja,

com o baixo custo dos livros quebrou-se o monopólio do conhecimento que

antes se tinha somente pela classe alta, provocando a mesma insegurança

quando apareceram os jornais no século XVII.

Em menos de duzentos anos passou-se da escassez ao excesso, foi

com essa explosão, entrando em vigor a figura do bibliotecário: aquele que, de

alguma forma, domava os acervos cada vez maiores. Na metade do século XX,

tentou-se criar uma solução para esse “caos” o uso de microformas, um livro

que estaria contido numa ficha, resolvendo assim o problema do espaço

(Milanesi, 2002).

Milanesi, (2002), ainda ressalta que em conseqüência disso nas duas

últimas décadas do século XX, desenvolveu-se a tecnologia permitindo a

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criação de computadores pessoais, porém os que existiam eram usados em

corporações. Com a diminuição do preço e de seu tamanho físico, fez-se então

um amplo instrumento de uso doméstico, substituindo a máquina de escrever.

Essas máquinas eram usadas pelos especialistas, tendo volumosas

listas impressas, mas pouco práticas para substituir seus catálogos, por isso os

bibliotecários não acreditavam, que principalmente nas áreas mais pobres

esses computadores fossem viáveis, pelo seu custo-benefício que era

desfavorável.

2.2.2 A Biblioteca no Século XXI

Para Henshaw (1994) apud Davidow e Malone (1993):

“a biblioteca do futuro’, terá junto: as funções tradicionais de biblioteca maisos serviços de informação em rede. Serão necessários investimentos alongo prazo, nas instituições de ensino superior. A integração dos serviçostradicionais de biblioteca e aqueles serviços que darão suporte às redes deinformação serão um desafio real para o design nas facilidades dabiblioteca.” 

As bibliotecas não foram projetadas para suportar os modelos de

serviços atuais, num futuro previsível, uma grande parte de coleções irá ser

compactada em tamanho reduzido ou armazenamentos remotos. Nesta visão oespaço informacional será para as pessoas e não primariamente para os livros.

Futuramente a biblioteca parece ter uma grande evolução, como um centro de

acesso e de produção de conhecimento (Davidow e Malone, 1993).

O mesmo autor acredita que com o crescimento e aumento de redes

de comunicação e informação, a relação do usuário ao conteúdo é viável na

questão tecnológica, mas no ponto de vista social torna-se negativo.

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Tarapanoff apud  Davidow e Malone (1999) manifesta-se sobre o

paradigma da biblioteca virtual:

“Quanto ao paradigma da biblioteca virtual, a realidade brasileira ainda nãochegou sequer ao mercado da biblioteca eletrônica. Chama a atenção o fatoque dentre as principais mudanças registradas nos últimos três anos, a quefigura em primeiro lugar é a compra de microcomputadores, seguida daautomação de serviços, e acesso em linha à RNP e à internet, o queevidencia a incipiência do processo e os primeiros passos para um sistemaautomatizado.”

(...) A biblioteca digital seria aquela que teria, além de seu catálogo, tambémos textos dos documentos de seu acervo armazenados de forma digital,

permitindo sua leitura na tela do monitor ou sua importação (download) parao disco rígido do computador que funcione como porta de acesso à internet,sem desprezar toda a gama de opções que o sistema de hipertexto poderáoferecer em termos de integração de sítios no universo da Internet. Nomomento, o projeto mais importante de biblioteca digital é o National DigitalLibrary, nos EUA” (Lemos apud Davidow e Malone, 1999).

Neste sentido os benefícios desse contexto é que com essas

tecnologias a atualização e a distribuição de documentos em papéis se tornam

mais rápidas. Lembrando que além de textos, encontraremos sons e imagens,

tornando a aprendizagem mais interessante (Davidow e Malone, 1999).

Conforme Davidow e Malone (1993) apud  Pereira e Rutina (1999),o

conteúdo ou o serviço virtual ideal é aquele produzido instantaneamente e sob

medida, em resposta à demanda do cliente.

Na concepção dos mesmos autores virtual significa possuir poderes ou

capacidade de outra coisa. Na década de 50 foram desenvolvidos os

chamados computadores virtuais, que eram máquinas de trabalhos para vários

usuários, dando a impressão de estarem usando sozinhos.

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2.3 A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA PÚBLICA NA SOCIEDADE

Como foi citada na justificativa, a biblioteca pode se tornar o grande

disseminador da informação, atuando principalmente para diminuir as

desigualdades existentes na injusta sociedade brasileira (Suaiden, 2000).

Por esses fatores é que devemos nos preocupar não só com a estética

da edificação, mas principalmente buscar suas necessidades, juntamente com

a comunidade.

Não basta criar certas condições quanto à leitura; é necessário dedicaresforços à formação do leitor para despertar nele o interesse de ler, estimular

sua atividade positiva e seu gosto pelos livros facilitando o acesso a materiais e

atividades que consolidem seus hábitos de leitura (Suaiden, s/d).

A biblioteca deve focalizar-se nas necessidades informacionais dos

usuários e atendê-los da melhor maneira possível, representando um centro de

informação que exerce influência na formação de usuários-cidadãos (Porto e

Boccato, 2008).

De acordo com CARVALHO E GESTEIRA, (2006) apud SOUZA,

(2007) a biblioteca é considerada:

[...] um dos mais antigos sistemas de informação existentes na história dahumanidade, é considerada pólo de irradiação cultural de grande satisfação.Inerente à sua própria condição tem o papel de motivar o leitor para o livro ea leitura.

Para Souza (2007), uma ação reflexiva da Educação é a importância

da sua leitura, pelo fato de que ela proporciona a melhoria da condição social

humana.

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Contudo, para observar, analisar, procurar entender o mundo e

interagir, tem através da leitura um caminho para a promoção do

desenvolvimento de competências na medida em que os conhecimentos vão

sendo absorvidos e se amplia gradativamente a produção cultural da

humanidade (Souza, 2007).

Portanto, podemos dizer que o papel da biblioteca pública passa a ser

de vital importância na medida em que pode se tornar o grande centro

disseminador da informação, atuando principalmente para diminuir as

desigualdades existentes na sociedade (Suaiden, 2000).

Para Minuzzo (2004), o planejamento do espaço físico de uma

biblioteca inicia-se a partir de um programa de necessidades, tendo como

finalidade o conforto das pessoas e para isso as qualidades desejáveis para

este edifício são: flexibilidade, acessibilidade, organização, conforto, segurança

e economia. Um planejamento inadequado decorre do crescimento da coleção

(livros), aumento de usuários e o desconhecimento das necessidade de

funcionamento da obra.

O autor salienta que a participação do bibliotecário é fundamental no

projeto arquitetônico, para entender o funcionamento e as missões de cada

ambiente, mas essa consulta geralmente não acontece, por esta razão que

“deve-se fornecer dados que ao serem corretamente interpretados pela equipe

de projetistas, conduzirão à construção de uma estrutura física adequada,,

abrigando usuários e serviços de modo eficaz” (Minuzzo, 2004). 

“Desta forma, deve construir -se em um ambiente verdadeiramente público,onde as pessoas possam, além de buscar informação, se encontrar paraconversar, discutir problemas e participar de atividades culturais e de lazer”

(Minuzzo, 2004).

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2.4 EDIFÍCIOS PÚBLICOS

Conforme Ghirardo (2002, p. 45) no século XIX e XX, o espaço público

tem sido definido como o espaço coletivo, pertencendo não só a um indivíduo,

também uma classe ou uma corporação, mas a toda população.

Para Hertzberger (1999) o conceito de edificação pública se traduz em

“coletivo" e “individual”, sendo uma área acessível a todos em qualquer 

momento, a responsabilidade de sua manutenção é feita pela coletividade.

O autor ressalva que,

O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade sesinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membroda comunidade contribua a sua maneira para um ambiente com o qualpossa se relacionar e se identificar (Hertzberger, p.45).

O mesmo autor fala que no século XIX, havia poucos edifícios públicos

sendo eles: igrejas, templos, mesquitas, spas, bazares, (anfi-) teatros,

universidades, etc. Porém o acesso a essas edificações sofria certas restrições

pelos impostos encarregados de sua manutenção. Ainda lembra que, neste

período esses edifícios formaram blocos de construção na cidade e que com

estes exemplos podemos tornar nossos edifícios convidativos e hospitaleiros.

O projetista deve estar ciente dos fatores para o bom funcionamento

das atividades realizadas, considerando o grau de acesso, as demarcações

territoriais, organização da manutenção e da divisão de responsabilidades de

cada compartimento (Hertzberger, 1999).

Em um manifesto da UNESCO, é ressaltado que os edifícios de

bibliotecas públicas são objeto de uma legislação específica e financiada pelos

governos nacionais e locais. Devem ser essenciais a qualquer estratégica de

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longo prazo para sua cultura, o acesso à informação, à literatura e à educação.

As legislações e planos estratégicos devem definir e promover uma rede

nacional de bibliotecas baseadas em padrões de serviços.

As políticas devem ser claras, definindo seus objetivos, prioridades e

serviços, relacionados com as necessidades da comunidade. Tais serviços

deverão ser acessíveis a todos, tendo edifícios bem situados, boas condições

para leitura e estudo, assim como o acesso a tecnologias.

De acordo com Silva e Amorim, (2006) sobre um artigo que fala dos

Edifícios Públicos de Brasília, o objetivo é caracterizar-se e analisar, o conforto

térmico e luminoso, propondo soluções que podem ser adotadas no tratamento

de fachadas e em elementos para a proteção solar dos mesmos, esperando

que seja contribuído para o entendimento dos problemas de conforto ambiental

nas edificações públicas, oferecendo subsídios para a melhoria do

desempenho térmico e luminoso, evitando ganhos térmicos e melhorar a

qualidade na iluminação natural.

2.5 ANÁLISE DA ARQUITETURA DE BIBLIOTECAS

Conforme Milanesi (1983), a única possibilidade de se concretizar a

ideia de centro de cultura, uma vez que já conta com uma certa infraestrutura,

ainda que geralmente miserável, e com a tradição cultural. O esforço deverá

ser no sentido de incrementar a biblioteca, transformando-a efetivamente num

centro cultural da humanidade, mas onde também se produz cultura.

Segundo Ching (2003) os espaços construídos têm inúmeras

finalidades: acolher as pessoas, suas atividades e haveres protegendo contra

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os elementos naturais, inimigos humanos e animais, assim como forças

sobrenaturais,estabelecer um local, humanizando uma área com segurança em

um mundo profano e potencialmente perigoso, criando uma identidade social e

indicando sua posição social perante a comunidade. Sendo assim é possível

compreender a origem da arquitetura adotando uma perspectiva ampliada e se

considerarmos que os fatores socioculturais, em seu sentido mais abrangente,

são mais importantes que o clima, tecnologia, materiais e a economia. Sendo

qual for a situação, é o intercâmbio de todos esses fatores que explica a melhor

forma desses edifícios.

(...) a arquitetura não é julgada apenas com base no apelo visual. Umaconstrução afeta todos os sentidos humanos  – som, olfato, tato, paladar evisão (Forrest Wilson apud Ching, 2003).

Valci (1987, apud  Miranda, 1998) dá um exemplo de experiência na

construção de prédios de bibliotecas universitárias no Brasil ressaltando

problemas com materiais de construção e a desconsideração à regionalização

climática, que exigem planejamento prévio sobre estruturas sistêmicas para

modelagem do uso do espaço físico. Consequentemente, considera-se que o

prédio do futuro deva ser flexível, compacto, acessível, apto a ampliações,

variado, organizado, confortável, dotado de constância do ambiente, seguro e

econômico, não esquecendo ainda da questão da ecologia e da ergonomia. É

focalizado também no impacto das novas tecnologias no design. O autor

afirma, que ser mais ou menos inteligente não depende apenas de quanto mais

ou menos tecnologias sejam introduzidas nos projetos arquitetônicos, e sim da

capacidade de garantir a renovação dessas mesmas tecnologias sem causar

traumas aos prédios mais antigos. O conceito de biblioteca inteligente

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pressupõe de uma forma sustentável tanto sua modernização tecnológica

quanto sua capacidade contínua de renovação.

Silva e Amorim (2006), citam que Le Corbusier, elaborou várias

considerações para o controle ambiental, sendo absorvidas por um grande

número de profissionais no mundo todo. Para a arquitetura pública de Brasília

observou-se, que apesar de ter havido uma preocupação inicial na elaboração

do projeto urbano com os aspectos climáticos e naturais, de influência

modernista, predominam os meios artificiais de controle ambiental, havendo um

distanciamento na maioria dos casos entre arquitetura e clima.

2.6 ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA

Atualmente temos uma arquitetura abrangente e diversificada com

várias tendências, formas arquitetônicas adotadas, sob o pretexto de serem

atuais, sofrendo várias mudanças, contudo, a falta de reflexão nesse contexto

muitas vezes, faz com que as obras percam sua identidade. Porém a

arquitetura do primeiro mundo parece sofrer o mesmo problema, cujas práticas

afastam dos fundamentos puros da arquitetura (Colin, 2000).

Segundo Ghirardo após 1965 abriu-se caminho para uma abordagem

da arquitetura que veio a ser conhecida como pós-modernismo, de início nos

Estados Unidos e depois em todo o mundo industrializado. O pós-modernismo

é um conceito diverso e instável que aborda estéticas específicas na crítica

literária, na arte, no cinema, no teatro e na arquitetura.

De acordo com esse relato a Biblioteca Pública se insere neste

contexto, tendo como partido arquitetônico a sua arquitetura contemporânea

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com o objetivo de criar uma obra com formas diferenciadas, atraindo a

população ao seu interior.

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3 CAPÍTULO II: ARQUITETURA SUSTENTÁVEL E VARIÁVEIS

INTERVENIENTES NO PROJETO

3.1 SUSTENTABILIDADE NO AMBIENTE CONSTRUÍDO

Sattler (2007) fala sobre o conceito da sustentabilidade, a preocupação

extensiva dos danos causados pelo homem, buscando a consciência da

população para a diminuição dos impactos ambientais. Por essas teorias e

práticas, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, permacultura2,

arquitetura sustentável, construções sustentáveis, entre outros, serem

recentes, o entendimento e os termos não permitem uma clareza quando são

aplicados às intervenções urbanas e arquitetônicas.

De acordo com Araújo (2009) construção sustentável promove

alterações conscientes no entorno, de forma a atender às necessidades de

edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente

e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e

futuras.

Ainda para essa definição, encontra-se de acordo com o conceito de

sustentabilidade proposto pelo relatório Bruntland3, da ONU (Organizações das

Nações Unidas), lançando as bases da economia sustentável a partir doaxioma: “Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades

2  Para Mollison e Slay (1998), permacultura é um conjunto de conceitos e propostas que buscamcriar ambientes humanos sustentáveis. Conceito baseado na contração das palavras “permanente” e“agricultura” ou “permanente” e “cultura”, tem como objetivo a criação de sistemas, que, sendoecologicamente corretos e economicamente viáveis, se retroalimentem, não explorando ou poluindo,sendo sustentáveis em longo prazo.

3  Relatório da Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, preparatório àConferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiroem 1992 – “Cúpula da Terra” ou ECO’92. 

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do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações em

satisfazer suas próprias necessidades”. 

A discussão sobre o que é construção sustentável vem desde os

primórdios, em 1973, ano da Crise do Petróleo, até os dias de hoje, porém vem

se modificando e aprofundando-se (Araújo, 2009).

A princípio, a discussão era sobre edifícios energeticamente mais

eficientes. Seu desafio era a superação dessa crise através de prédios com

menos energia. Posteriormente o inimigo passou a ser o entulho gerado pela

obra; depois a água, a seguir o lixo dos moradores e usuários e agora o novo

vilão são as emissões de CO2 e os gases responsáveis pelo efeito estufa

(Mascaró, apud Araújo, 2009).

Para o autor trata-se de uma abordagem que busca um novo

paradigma, o de intervir no ambiente, preservando-o, em escala evolutiva,

recuperando-o e gerando harmonia no entorno.

Segundo as normas da ISO, conceito de obra sustentável é:

“Edificação sustentável é aquela que pode manter moderadamente oumelhorar a qualidade de vida e harmonizar-se com o clima, a tradição, acultura e o ambiente na região, ao mesmo tempo em que conserva aenergia e os recursos, recicla materiais e reduz as substâncias perigosasdentro da capacidade dos ecossistemas locais e globais, ao longo do ciclode vida do edifício. (ISO/TC 59/SC3 N 459)” 

Araújo (2009) ressalta que a edificação sustentável deve funcionarcomo uma segunda pele do morador ou usuário, ela deve funcionar como um

ecossistema particular, assim como o planeta Terra, a interação do interior e

entorno da eco-habitação deve reproduzir ao máximo as condições do meio

que são: umidade relativa do ar adequada para o ser humano, temperatura

estável, sensações de conforto, segurança e bem-estar.

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Para Araújo (2009), o conceito de moderna Construção Sustentável é

desenvolvida embasada em um modelo que enfrente e tenham propostas que

encontrem soluções aos principais problemas ambientais de sua época, sem

abandonar a moderna tecnologia e à criação de edificações que atendem às

necessidades de seus usuários.

O mesmo autor salienta que quanto mais sustentável for uma obra,

mais responsável ela será por tudo que consome, gera, processa e elimina. O

fator mais importante deve ser a capacidade de prever e planejar todos

impactos que possam ser provocados, antes, durante e depois de sua vida útil.

Araújo diz que:

A moderna construção sustentável, num ideal de perfeição, deve visar suaauto-suficiência e até sua auto-sustentabilidade, que é o estágio maiselevado da construção sustentável. Auto-sustentabilidade é a capacidadede manter-se a si mesmo, atendendo a suas próprias necessidades,gerando e reciclando seus próprios recursos a partir do seu sítio deimplantação (Araújo, 2009).

Hoje no Brasil as residências, comércios e instituições públicas

consomem cerca de 42% da energia elétrica, isto significa um consumo

equivalente a duas hidrelétricas da usina de Itaipu. Lamberts traz um alerta

para que se nós arquitetos e engenheiros tivéssemos conhecimento sobre

eficiência energética, os materiais e outros equipamentos poderiam ser

reduzidos em seus valores (Lamberts, 2004).

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3.2 VARIÁVEIS INTERVENIENTES NO PROJETO

3.2.1 Estratégias de composição da forma e do espaço

Para a composição da obra buscou-se referências da arquitetura

contemporânea, seu principal objetivo além de atender as necessidades que

este edifício requer, é de que ela seja convidativa aos usuários, que através da

composição e de seus elementos formais atraiam a população, sentindo-se

motivados a buscar mais conhecimento.

Possui formas geométricas simples e puras, com a intenção de

integrar-se à paisagem, resolvendo sua função plástica, promovendo a

qualificação do espaço urbano. Suas aberturas são amplas que o tornam

permeável e favorecem o acesso físico e visual, a utilização de brises, além de

sua função natural, faz com que sua composição se destaque na edificação

como um todo, assim como outros elementos usados para bloquear a

incidência direta do sol.

3.2.2 O uso das cores

Segundo Gurgel (2005) pessoas de diferentes culturas, respondem de

maneiras diversas, física e psicologicamente, às cores, formas e texturas

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empregadas. Devem-se utilizar as cores como ferramentas de projeto, visando

à influência dos usuários em um determinado espaço.

Conforme o autor em primeiro lugar deve-se lembrar que não se pode

falar de cores independentemente da iluminação, pelo fato que elas podem ser

bastante alteradas conforme a incidência da luz, portanto, ao escolher uma cor,

deve-se verificar como será a iluminação.

Em projetos, as cores são em grande parte responsáveis pelo humor

das pessoas que trabalham em um determinado ambiente. Para Gurgel (2005)

as cores atuam no nosso subconsciente, fazendo-nos lembrar de determinadas

sensações e influenciando nosso estado de espírito.

A escolha correta de um esquema de cores pode significar o sucesso de umprojeto, pois ele pode interferir diretamente no espaço  – tanto na concepçãoespacial propriamente, alterando visualmente suas dimensões e formas,quanto nas sensações e nos estímulos (produtividade, conforto, satisfação,entre outros) de seus usuários (Gurgel, 2005).

Algumas características básicas de certas cores e tons podem ser

usadas de forma que nos beneficiam: rebaixando um teto muito alto ou

aproximando uma superfície distante de nós e até alargando o ambiente

(Gurgel, 2005).

Para Gurgel (2005): “Saber optar por uma cor é fundamental para que

ela seja utilizada como ferramenta de projeto e não simplesmente como

elemento decorativo de composição.” 

Na concepção espacial as cores frias afastam as superfícies, utilizando

estas para ampliar ambientes pequenos, já as cores quentes aproximam as

superfícies, ideais para “encurtar”, visualmente corredores longos ou

transformar grandes ambientes em espaços mais acolhedores (Gurgel, 2005).

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O mesmo autor ainda ressalta que as cores ainda podem corrigir

imperfeições da arquitetura, alterando a proporção do ambiente, rebaixando ou

aumentando seu pé-direito.

3.2.3 Conforto térmico

Para um bom projeto de Arquitetura Bioclimática é interessante prover

um ambiente construído com conforto físico, sadio e agradável, adaptado ao

clima local, que minimize o consumo de energia convencional e que se tenha

uma menor instalação de potência elétrica possível, levando a uma produção

mínima de poluição (Lamberts, 2004).

O autor apresenta estratégias de projeto para que se consiga um bom

nível de conforto em clima tropical úmido sendo eles:

1. Controlar os ganhos de calor;

2. Dissipar a energia térmica do interior do edifício;

3. Remover a umidade em excesso e promover o movimento do ar;

4. Promover o uso da iluminação natural;

5. Controlar o ruído.

Portanto, antes de projetar um edifício, deve-se saber como lidar com

estes aspectos, seguindo nesta ordem: primeiro, o controle solar, depois, como

se dissipa a energia; a seguir, os materiais de construção e seu desempenho

térmico. Sendo assim deve-se tratar em conjunto as soluções de conforto,

respondendo e integrando aos problemas apresentados em cada caso.

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Em condições delimitadas conforme a Figura 01 há uma grande

probabilidade de que as pessoas se sintam em conforto térmico em seu

ambiente interior (Lamberts, 2004).

Figura 01: Zona de conforto térmico (adaptado).Fonte: Eficiência Energética na Arquitetura, 2004.

O ganho de calor produzido pela absorção da energia solar é a

principal causa de desconforto térmico no nosso clima tropical, atingido as

superfícies dos ambientes construídos (Corbella, 2003).

Para a dissipação da energia interna do edifício.

O ambiente construído, quando ocupado, terá maior temperatura e umidadeque no exterior, devido à perda de calor e dos aparelhos em funcionamento.Tudo isso contribui ao desconforto térmico das pessoas e a renovação do arinterno diminuirá a temperatura e a umidade. (Corbella, 2003)

3.2.4 Acústica

Para se ter um conforto acústico em um ambiente construído as

pessoas que ali se encontram devem escutar bem, ou seja, que a arquitetura

não influencia negativamente sobre a capacidade de escutar bem. O nível

correto é não estar alterado por elementos que o absorvam demais, ou que as

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superfícies que o refletem não absorvam algumas freqüências mais que outras,

causando deformações. O ruído produzido é outro fator que não deve interferir

com o som que se deseja escutar, para isso o ambiente projetado deve

considerar as possíveis fontes de ruídos dentro de um prédio, evitando a

transmissão para o ambiente onde se deseja ter conforto acústico (Corbella,

2003).

O autor aponta que se deve considerar o ruído urbano analisando se o

mesmo afetará o ambiente projetado, portanto é importante que se tenha

conhecimento destes ruídos, obtendo meios para controlar essa problemática

dificultando sua propagação.

Para Levi (s/d) os pavorosos ruídos que nos atormentam é

conseqüência da mecanização da vida moderna, com o progresso do material,

infelizmente, a tendência é para um agravamento sempre maior do problema.

Soluções para problemas de acústica só podem ser conseguidas mediante um

planejamento orgânico, implicando assim na transformação radical da cidade.

Ele apresenta exemplos como as pistas para transporte rápido que

seriam destinados exclusivamente para os veículos motorizados. Não teriam

cruzamento de nível, de modo a permitir o trânsito desembaraçado e contínuo.

A solução que ele traz é que essas pistas serão afastadas da habitação, da

escola, do hospital e do local de trabalho. A proposta para o espaço que ficará

entre elas e os edifícios, é a destinação de jardins e a circulação de pedestres,

sem cruzamentos de nível com as pistas de veículos.

Igualmente, nestes casos, será possível reduzir a gravidade do problemamediante a escolha cuidadosa dos processos e materiais de construção(Levi, s/d).

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O controle do ruído se realiza dispondo de elementos que dificultem

sua transmissão, tanto para ruídos que venham de fontes localizadas no

próprio edifício quanto os gerados fora dele (Corbella, 2003).

3.2.5 Iluminação Natural e Artificial

Segundo Scarazzato (s/d) a insolação interfere sobre a iluminação

natural dos edifícios, porém em determinados casos o sol não seja desejável

em ambientes internos. Sendo assim o projeto deve buscar soluções para

controlar essa insolação sendo afetadas pelas fenestras, tanto laterais quanto

zenitais.

Conforme Sattler et alli  (2001) é fundamental a iluminação em um

edifício buscando o conforto visual, definido como “a existência de um conjunto

de condições, num determinado ambiente, no qual o ser humano pode

desenvolver suas tarefas visuais com maior intensidade e precisão visual, com

o menor esforço, com o menor risco de prejuízos à vista e com reduzidos riscos

de acidentes”. 

É preciso que não haja ofuscamento, nem grandes contrastes que

levam ao desconforto ou ao cansaço visual, por isso uma boa distribuição da

luz no ambiente é conveniente, contando que as cores no local também

influenciam (Corbella, 2003).

Segundo Sedrez (2005) a luz é um elemento importante para se ter

uma boa percepção do interior e exterior, o jogo de luz e sombra evidencia a

composição formal, podendo criar volumes em fachadas.

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Enfatiza que nos dias de hoje a iluminação é essencial como elemento

de produção, seja elas em indústria, escritórios ou nas vias das cidades. Por

outro lado, o arquiteto se afastou desse elemento definidor de percepção

espacial que é a utilização da luz, tanto da iluminação artificial quanto natural.

A “racionalização” de materiais e o incremento da transparência estão

causando uma monotonia no tratamento do mesmo

Para promover o uso da iluminação natural deve-se estudar aberturas

que deixarão entrar a luz natural, sem permitir a entrada da radiação solar

direta. Isto se interliga com a necessidade de controlar a carga térmica vinda

da energia solar (Corbella, 2003).

3.2.6 Ventilação

Lamberts (2004) explica que a ventilação cruzada é a estratégia mais

simples para se obter um bom conforto térmico, dependendo de qual clima que

a região apresenta e a velocidade do ar. Ressalta que os espaços exteriores

devem ser amplos, sem barreiras de edificação para favorecer a distribuição do

ar.

Apresenta algumas soluções arquitetônicas como a ventilação da

cobertura, ventilação cruzada, ventilação sob a casa e o uso de captadores de

vento.

Um exemplo de fácil entendimento como na Figura 02 é que se a

temperatura interior ultrapassar os 29 C ou a umidade for superior a 80%, a

ventilação pode melhorar a sensação térmica (Lamberts, 2004).

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Figura 02: Zona de ventilação (adaptado).Fonte: Eficiência Energética na Arquitetura, 2004.

Em certas regiões a ventilação não é suficiente para o conforto, sendo

empregado outro sistema de resfriamento, como o ar condicionado,

resfriamento evaporativo ou massa térmica (Lamberts, 2004).

Para remover a umidade em excesso e movimentar o ar, o qual

aumentará o conforto térmico das pessoas, deve-se gerar um movimento do ar

e sua renovação no período em que as pessoas estejam usando esse

ambiente (Corbella, 2003).

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4 CAPÍTULO III: ANÁLISE DE CORRELATOS

Neste capítulo serão apresentados modelos da modernidade

contemporânea de bibliotecas, dando o embasamento necessário para uma

boa elaboração no projeto, contendo suas questões e soluções formais,

  juntamente com seu programa de necessidades e demonstrando sua

preocupação com o entorno.

4.1 BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA

4.1.1 Contextualização

Considerada umas das maiores bibliotecas do mundo, a maior coleção

da antiguidade é situada na cidade egípcia de Alexandria, a primeira biblioteca

foi fundada aproximadamente no início do século III a.C., contudo foi destruída

por um incêndio acidental, perdendo-se uma grande parte de sua coleção.

Em 1989, o Estado Egípcio anunciou um concurso de arquitetura para

o design de uma nova e extensa Biblioteca de Alexandria. Cerca de 650

equipes de arquitetos apresentaram projetos. Foi uma verdadeira surpresa

quando uma pequena empresa norueguesa – Snohetta que nunca tinha ganho

um concurso ou construído edifícios em grande escala  – ganhou o primeiro

prêmio. A nova Biblioteca de Alexandria, ou Biblioteca Alexandrina, abriu em

2002 e é amplamente encarada como uma das obras arquitetônicas mais

importantes das últimas décadas (Museu Norueguês de Arquitetura).

A reconstrução desta obra resultou em uma forma incomum, um

grande cilindro inclinado Figura 03.

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Figura 03: Vista da cobertura

Fonte: Wikipédia, 2009.

4.1.2 Aspectos funcionais

Desenho geométrico puro e simples. Há uma ponte ao lado norte que

atravessa a rua e alcança o segundo pavimento, continuando para uma praça

pública em direção ao mar.

A oeste desta ponte, a maior parte do cilindro é recuada, criando um

vazio que constitui o lado da entrada principal da biblioteca como na Figura 04.

A entrada fica situada à frente de uma sala de conferência.

Figura 04: Entrada principalFonte: http://images.google.com.br

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4.1.3 Aspectos construtivos

Possui telhado de vidro com alumínio e clarabóias que iluminam a sala

de leitura principal, uniformizando a luz solar direta.

A parede curva é feita de concreto com dobradiças abertas na vertical,

sendo revestida com pedra negra polida do Zimbabué, o chão está dividido em

sete níveis conforme figura 05, em plataformas que descem para norte, na

direção do Mediterrâneo (Museu Norueguês).

Figura 05: Área internaFonte: http://images.google.com.br

4.1.4 Aspectos ambientais

Um dos aspectos que se pensou foi na integração da obra com o

ambiente, podemos observar a preocupação do autor nesta questão, exemplo

evidente disso é seu espelho d’água que se integra com o mar que há na frente

(Figura 06).

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Figura 06: Relação com entornoFonte: http://images.google.com.br

4.1.5 Aspectos formais

O edifício é um cilindro vertical talhado na diagonal cuja clareza

geométrica tem muito em comum com os grandes edifícios da antiguidade

egípcia. Uma linha reta que perfura a forma cilíndrica da biblioteca é, na

verdade, uma ponte, que fornece acesso à Universidade de Alexandria,

Podemos observar que é uma forma pura e simples com apenas uma

subtração na obra, sendo retirada uma fatia oblíqua. É um cilindro elíptico que

é inclinado verticalmente, embora seja uma forma estática, as irregularidades

da biblioteca proporcionam-lhe movimento, uma impressão que é reforçada

pelo alcance vertical exposto do edifício de 10 andares, desde 10m debaixo do

chão a 32m acima do mesmo.

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4.2 BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO

4.2.1 Contextualização

A Biblioteca de Viana do Castelo é de autoria do arquiteto Álvaro Siza

Vieira e está localizado na nova Praça da Liberdade, próximo ao rio Lima. A

obra foi orçada em cerca de 4,5 milhões de euros e foram precisos mais 90 mil

volumes para conter a biblioteca.

O novo edifício começou a ser construído em janeiro de 2004 e foi

inaugurado dia 20 de janeiro de 2008, na comemoração dos 750 anos de

outorga do Floral a Viana do Castelo.

4.2.2 Aspectos funcionais

A Biblioteca possui uma área de 3130m² divididos por dois pavimentos,

seu volume é em cerca de 1850m², com um vazio central, no piso do térreo,

permitindo a vista do rio Lima. Quem se encontra ao norte da estrutura obtida

pela elevação do primeiro andar, contempla sala de trabalho, seção multimídia,

vídeo áudio, várias zonas de leitura, uma área para o centro de informação e

documentação Européia, e outra para autoformação de adultos e

aprendizagem à distância (Julião, 2007).

No piso inferior (Figura 07), ficam instalados serviços técnicos,

gabinetes de trabalho e de consulta de especialidade, áreas de depósito e

atendimento. Para o piso superior (Figura 08) há três salas principais de leitura,

designadamente a sala Luís de Camões e as outras duas salas José

Saramago e Fernando Pessoa, respectivamente. Os mais novos também

possuem seu espaço, que não colidem com o restante da área de leitura

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(Figura 09), tendo uma sala de conto, atelier de expressão e zonas de leitura

própria.

Figura 07: Planta inferior

Fonte: http://biblioteca.cm-viana-castelo.pt/portalWeb/ 

0.1 Recepção

0.2 Cafeteria

0.3 Escadas0.4 Elevador Público0.5 Sala Polivalente / SalaCouto Viana

0.6 Sala deConsulta de Reservados

0.7 Sanitários

1.1.1 Foyer Piso 11.1.2 Atendimento / 

Empréstimo1.1.1 Reprografia1.1.2 Área Infanto-

Juvenil

1.1.1 Sala de Trabalhosde grupo

1.1.2 Multimídia1.1.1 Áudio / Vídeo1.1.2 Áudio / Vídeo1.1.1 Periódicos1.1.2 Sala de Leitura1.1.1 Área de Leitura

Espacial1.1.2 Área de Auto-

Formação / CIDE – Centro deInformação e DocumentaçãoEuropéia

1.3.1 Bebéteca1.3.2 Área de

Expressão1.3.3 Área Infantil1.3.4 Área Juvenil1.3.5 Sala de Conto1.3.6 Áudio / Vídeo

Figura 08: Planta superiorFonte: http://biblioteca.cm-viana-castelo.pt/portalWeb/ 

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Figura 09: Interior da Biblioteca Viana do CasteloFonte: http://biblioteca.cm-viana-castelo.pt/portalWeb/ 

4.2.3 Aspectos construtivos

O edifício foi construído em alvenaria e sua complexa estrutura é em

ferro, tendo como base o granito. Sua fachada é composta com rasgos de vidro

para iluminação e a predominação do concreto.

4.2.4 Aspectos ambientais

A Biblioteca foi projeta próximo ao rio Lima com um grande vazio

(Figura 10) central permitindo sua visão, contem grandes aberturas

proporcionando uma iluminação natural adequada para a edificação.

Figura 10: Vazio centralFonte: http://farm3.static.flickr.com/2376/2334376896_d77272f43f_o.jpg 

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4.2.5 Aspectos formais

O edifício é constituído por um volume de 43x43 metros com um vazio

central de 20x20 metros. Este volume prolonga-se para leste, por um piso de

planta em forma de “L” e por muros no jardim da marginal. A comunicação

entre os dois pisos (Figura 11) é feita por dois grupos, escada e elevador,

sendo um destinado ao serviço do público e outro ao serviço interno (Viana,

2009).

Figura 11: Biblioteca Viana do CasteloFonte: http://images.google.com.br 

A definição volumétrica proposta por Álvaro Siza foi intencionalmente

condicionada ao diálogo jardim/construção, proporcionando visibilidade sobre o

rio numa grande extensão do edifício, por elevação da sua maior superfície,

com apoios a nascente pela área construída e a ponte por dois pilares de

planta em L (Viana, 2009).

Ainda lembra que a ortogonalidade em planta caracteriza o projeto,

concebido com extensas aberturas horizontais, complementadas por

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lanternins4, e onde a superfície exterior foi projetada em alvenaria aparente e

revestida em pedra faceada no embasamento.

Formas simples e puras que contêm subtração de elementos, podemos

dizer que foi retirado um “pedaço” de um grande cubo. 

4.3 BIBLIOTECA VIIPURI

4.3.1 Contextualização

Biblioteca Viipuri (Figura 12) foi projetada por Alvar Aalto e concluída

em 1935, é uma obra-prima do Modernismo internacional e europeu em termos

globais. No momento da sua conclusão, a vila de Viipuri era parte da Finlândia,

mas foi cedida à União Soviética depois da Segunda Guerra Mundial

(Fundação Alvar Aalto).

Figura12: Biblioteca Viipuri – Alvar AaltoFonte: http://www.alvaraalto.fi/viipuri/ 

4  Segundo MICHELENA (2005), os Lanternins são aberturas, dispostas na cobertura de

edificações, para propiciarem ventilação e iluminação naturais dos ambientes. O

funcionamento dos lanternins é devido à diferença de densidade do ar ambiental ao ganharcalor. O ar, ao ser aquecido, fica menos denso e ascende para a cobertura.

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Alvar Aalto ganhou o concurso para Viipuri Biblioteca em 1927 com

uma proposta que foi fortemente marcada pelo classicismo nórdico (Fundação

Alvar Aalto).

No ano de 1995, a biblioteca foi inclusa na lista de valor histórico e

cultural da Federação Russa. Já em 97 foi registrada a comissão para

restauração. Aalto é o responsável pelo planejamento da restauração e pelo

designer da obra (Fundação Alvar Aalto).

4.3.2 Aspectos funcionais

A biblioteca possui salas de leitura em anfiteatro, uma sala de

conferências, uma biblioteca infantil, uma sala de periódicos e escritório.

Considerando as plantas das Figuras 13, 14 e 15, entende-se a sobreposição

dos níveis. No eixo do térreo havia a entrada principal, situada sob o depósito

de livros e as salas de leitura, a vigilância e a expedição encontram-se em um

andar acima deste eixo.

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Figura 13: Planta da biblioteca principal e da sala de leitura com a seção de controle e o balcãode empréstimos; administração.

Fonte: http://www.greatbuildings.com/buildings/Viipuri_Library.html (adaptado)

Figura 14: Planta com a sala de conferencias, sala de leitura e biblioteca infantil.Fonte: http://www.greatbuildings.com/buildings/Viipuri_Library.html 

Figura 15: Planta do térreo com o arquivo e a entrada da biblioteca infantil.Fonte: http://www.greatbuildings.com/buildings/Viipuri_Library.html 

LEGENDA:

Biblioteca Geral Entrada da biblioteca

Sala de Leitura Outros

Sala de conferência

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A sala destina-se a ambientes tanto de discussão quanto de

conferências. O teto ondulado (Figura 16) é constituído por varinhas finas de

madeira, concebidos para que o som das palavras se expanda o máximo

possível, onde quer que esteja o orador.

Figura16: Ondulação para acústica.Fonte: http://www.alvaraalto.fi/viipuri/ 

4.3.3 Aspectos construtivos

Como podemos visualizar na Figura 17 o material predominante

usados na construção desta obra é alvenaria, feito também uma agradável

composição com vidros na sua fachada e as ripas de madeira para acústica

como veremos no próximo item.

Figura 17: Imagem adaptada, 2008.Fonte: http://www.virtuaaliviipuri.tamk.fi

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4.3.4 Aspectos ambientais

O edifício foi pintado de branco para contrastar com as árvores do

parque, com exceção das entradas, em pedra azulada.

O sol não bate diretamente na sala, mas reflete nas superfícies das

aberturas superiores de acordo com a Figura 18, o que dispensa o emprego de

vidros opacos. Essa luz é agradável ao leitor, que pode sentar-se em qualquer

lugar sem se preocupar com sombras ou reflexos. A iluminação artificial foi

concebida de acordo com a luz natural.

Figura 18: Disposição dos lanternins, iluminação natural e artificial.Fonte: http://www.alvaraalto.fi/viipuri/ 

Sendo assim essas aberturas na parte superior da obra iluminam os

livros sem fazer sombra, mesmo quando alguém fique de pé diante dos

mesmos.

4.3.5 Aspectos formais

Como vemos na Figura 19 a seguir, a edificação apresenta formas

puras e simples, fazendo jogo de volumes que enriquecem a edificação, tendo

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uma composição com vidros na fachada e na parte superior permitindo uma

iluminação natural, longe de reflexos e sombras.

Figura 19: Imagem adaptada, 2008.

Fonte: http://www.virtuaaliviipuri.tamk.fi 

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5 CAPÍTULO IV: DIRETRIZES PROJETUAIS

5.1 LOCAL DE ESTUDO: TOLEDO – PARANÁ

Cidade desmembrada de Foz do Iguaçu e fundada no dia 14 de

dezembro de 1952, Toledo conforme Figura 20 localiza-se na costa oeste do

Paraná, entre a latitude sul de 24° 42' 50'' e longitude oeste de 53° 44' 34'',

possuindo uma altitude de 547 metros acima do nível do mar. (Prefeitura

Municipal de Toledo).

O município possui uma área de 1.197Km², sua população segundo

IBGE5 (2008) é de 115.136 habitantes, e sua densidade de 89,4 hab./Km².

O Clima de Toledo é subtropical úmido mesotérmico, verões quentes com tendência de concentração das

chuvas (temperatura média superior a 22° C), invernos com geadas pouco freqüentes (temperatura média inferior a 18°C),

sem estação seca definida (Soares et alli s/d).

Figura 20: Mapa do Estado do Paraná; localização de Toledo na região Oeste.Fonte: Wikipédia

5IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Censo, 2008.

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5.2 DIRETRIZES PARA A DEFINIÇAO DO TERRENO

Para definir o terreno foram consideradas algumas diretrizes

importantes como, a localização de um terreno central, onde atenderá, por

exemplo, com eficiência sua acessibilidade de infraestrutura viária, como visto

acima em sua mobilidade urbana sustentável. Encontra-se no bairro Centro da

cidade de Toledo, próximo ao Lago Municipal, onde se cruza com a principal

Avenida de acesso para a cidade, Av. Parigot de Souza, conforme mostra a

Figura 21.

Figura 21: Localização do terreno.Fonte: Google Earth, 2009.

O terreno de esquina Q-1349, agrega 05 lotes (14 a 18), possuindo

uma área de 3.000m², pertencente as ruas Almir Gasperim, Haroldo Hamilton e

Av. Parigot de Souza (Figura 22). Segundo o Art. 23 da Lei de Zoneamento de

Toledo, a área urbana da sede do município, configura a Macrozona Urbana

Consolidada, definida pelo Plano Diretor, portanto, são divididas em treze

Zonas, a que iremos estudar para a realização da Biblioteca Pública se

encontra na VI – Zona do Lago – ZL:

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Art. 29  –  À Zona do Lago  – ZL correspondem as áreas limítrofes aoParque Ecológico “Diva Paim Barth”, zona de grande poder polarizador deatividades urbanas e de interesse público.

Figura 22: Ruas de acesso.Fonte: Google Earth, 2009.

Conforme parâmetros de ocupação e uso do solo da cidade de Toledo,

os terrenos apresentam coeficiente de aproveitamento, 3, taxa de ocupação de

90% e taxa de permeabilização de 5%. Nesta área, já se encontra utilidade

pública, por ter uma Usina do Conhecimento, um Aquário Municipal, Shopping,

entre outros, porém, o motivo principal é que está localizada no centro, onde se

encontram escolas Municipais, Estaduais e Particulares, assim como as

principais Faculdades e por ter uma grande e vasta área de lazer.

Por esses motivos se escolheu este terreno, pela grande quantidade de

acesso que o local já possui, e buscando levar para a população Toledense

mais um atrativo cultural e de lazer.

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5.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES

Na elaboração do programa de necessidades foram consideradas as

pesquisas apresentadas nos correlatos. Baseado nisso, distinguimos quais as

atividades necessárias para a obtenção do projeto de uma biblioteca conforme

mostra o quadro 01.

Quadro 01: Programa de Necessidades

Setor Administrativo e Serviço

- depósito - instalação sanitária (funcionários)- administração - sala de reuniões

- área técnica (compra, restauração de

livros e cadastramento)

- direção

- copa/cozinha - D.M.L.

1 Pavimento

- recepção/hall - espaço para exposições

- atendimento/empréstimo - acervo- guarda-volumes - instalações sanitárias (público)

- consulta - gibiteca

- reprografia - biblioteca infantil

- livraria - leitura

2 Pavimento

- acervo periódicos/literatura - área externa

- sala de estudos - leitura- acervo de vídeos - consulta

- multimídia - instalações sanitárias (público)

5.4 DIRETRIZES PROJETUAIS

As diretrizes projetuais têm como objetivo a criação de uma obra que

seja convidativa aos usuários e que a composição de elementos formais atraia

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a população e consequentemente sintam-se interessados em aprimorar sua

cultura através da leitura. Neste sentido, trazemos a importância que a leitura

remete à população, conforme descritos nos capítulos acima.

Nos dias de hoje as bibliotecas em muitos lugares do país são

pequenos espaços com uma pequena quantidade de livros, a maioria feita por

doações, podemos dizer que são condições precárias principalmente em

comunidades carentes ou em cidades de baixo índice de desenvolvimento

humano, portanto pretende-se quebrar esse “tabu”, aproximando as classes

sociais, levando boa educação e conhecimento para todos, sem distinção de

raça ou classe.

Para isso busca-se na volumetria algo imponente, baseados nos

correlatos apresentados e pela sua localização. Portanto a obra pretende ser

mais um marco na cidade de Toledo.

Na concepção de Colin (2004) a forma de um edifício é, pois, sua

silhueta, sua massa, sua cor textura, seu jogo de luzes e sombras, a relação e

disposição de seus cheios e vazios.

A Biblioteca Municipal pretende adotar estratégias bioclimáticas,

obtendo um bom desempenho, desenvolvendo no usuário sensações de

conforto ambiental, das cores da organização dos ambientes e sua composição

volumétrica.

Para os fatores climáticos pretende-se usar ventilação cruzada se

possível, e uma boa parte de iluminação natural, integrando-se assim com

ambiente externo, já que próximo a sua localização os espectadores poderão

observar a pequena mata e o lago municipal que ali se encontram, sendo

assim a intenção é de utilizar uma grande transparência.

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Para tanto buscar-se-á a utilização de materiais que não agridam ao

meio-ambiente, e que proporcione um menor impacto, considerando alguns

itens como: uso de resíduos das edificações, uso de materiais de baixo impacto

(tijolo cerâmico, pedras, madeiras); uso de materiais locais resgatando sua

cultura e diminuindo o custo do transporte, utilização de materiais que não

consomem significativamente a energia elétrica, entre outros.

Quanto ao conforto acústico, pretende-se, através dos materiais

isolantes e de sua forma, adequar também a edificação em relação às

condicionantes que geram ruídos, como as vias de circulação, poluição sonora

e outros, fazendo deste um ambiente agradável e propício para a realização de

uma boa leitura.

Para que o indivíduo sinta-se confortavelmente bem no interior as

edificação, e principalmente desperte sua curiosidade, serão utilizados os

espaços destinados a exposições artísticas e a uma livraria como atrativos para

conhecer o acervo e interagir com o mesmo.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento do trabalho foi possível verificar a importância que

a leitura oferece ao cidadão, proporcionando a ele um crescimento intelectual e

como consequência a diminuição da desigualdade social.

A importância que a biblioteca pública tem na sociedade, vinculando-se

a comunidade, é a de proporcionar aos cidadãos o conhecimento sobre seus

direitos e seus deveres.

Pode-se observar que a edificação da biblioteca deve estar relacionadacom os aspectos ambientais, respondendo seus conceitos de sustentabilidade,

com as devidas sensações que um indivíduo deve ter para sentir-se

confortável. Assim é preciso usar-se de meios que a torne uma obra de

qualidade a fim de que a população use-a frequentemente.

As questões formais e seu programa de necessidades deram-se pelo

embasamento da pesquisa feita pelos correlatos, analisando as e refletindo

sobre seu contexto, funcionalidade, setorização, forma, materiais construtivos e

aspectos ambientais.

Verifica-se também a questão da localização da obra, sua valorização

dá-se a um bom local, interferindo na quantidade de usuários e a permanência

dos mesmos.

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