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Fotografia Prática
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Prioridadeà AberturaPrioridadeà AberturaDESCUBRA TODAS AS POTENCIALIDADESDO MAIS VERSÁTIL MODO DE EXPOSIÇÃO
As fotos imperdíveis dePaulo “Santa Cruz” Dias
e Matilde Berk
Inspire-se com os nossos guiaspasso a passo
N.º 1DEZ./JAN./FEV. 2010
€3.00Portugal [Cont.]
PRÁTICA
Cross-processing digitalno Photoshop
À LA MINUTE
As fotografiasdos nossos leitores
EXPOSIÇÃO
TALENTOS
DOMINE A SUA MÁQUINA DIGITALDOMINE A SUA MÁQUINA DIGITAL
zOOm | 3
CLICKO QUE VAI ENCONTRAR NA zOOm
EDITORIAL
Antes de mais, bem-vindo ao primeiro número da ZOOM – Fotografia Prática.Um projecto destes, em clima de crise e num pequeno país como o nosso, é sempre arriscado,
como vaticinarão alguns. Contudo, a paixão pela fotografia e o gosto de partilhar falaram mais alto.Quando pusemos mãos à obra, ficou logo definido que seríamos uma revista essencialmente práti-ca. Obviamente, não deixaremos de explicar o básico da fotografia e de todos os seus “intérpretes”. Pretendemos que os nossos artigos sejam inspiradores. Que levem o leitor a acreditar que é capazde fazer igual ou melhor. Que aprenda a praticar. E se o leitor sentir uma vontade enorme de levar acabo os nossos exemplos práticos, então já valeu a pena todo o nosso esforço.Ao mesmo tempo vamos dar a conhecer fotógrafos amadores – cuja qualidade dos seus trabalhoscompete muitas vezes com a de profissionais -, bem como quem trabalha diariamente, de formaúnica e exemplar, em fotografia, adoptando-a como modo de vida e de viver.Para além do que verá nas próximas páginas, prometemos algumas novidades para as próximasedições, sempre com o objectivo máximo de mostrar que a fotografia, embora complexa, tambémnão é um bicho-de-sete-cabeças.Por fim gostaríamos de contar com a colaboração de todos, seja no envio de fotografias, de artigos,opiniões, críticas.Inspire-se e… boas fotografias.
A direcção
Estatuto Editorial
1 – "ZOOM – FOTOGRAFIA PRÁTICA" é um órgão de informaçãonacional, sobre a temática da fotografia, que se orienta pelos princí-pios da liberdade, do pluralismo e da independência, procurandoassegurar a todos o direito à informação.
2 – " ZOOM – FOTOGRAFIA PRÁTICA " respeita os direitos, liber-dades e garantias consignadas na Constituição da República.
3 – " ZOOM – FOTOGRAFIA PRÁTICA " assume-se como indepen-dente de todos os poderes políticos e económicos, bem como dequalquer credo, de qualquer doutrina ou ideologia, respeitando todasas opiniões ou crenças.
4 – " ZOOM – FOTOGRAFIA PRÁTICA " privilegia, no seu conteú-do, a informação isenta, rigorosa e objectiva, distinguindo claramen-te os espaços de opinião livre e assegurando nestes o confronto dasdiversas correntes ideológicas.
5 – " ZOOM – FOTOGRAFIA PRÁTICA " considera a sua actividadecomo um serviço de interesse público, com respeito total pelos seusleitores, em prol do desenvolvimento da identidade e da culturalocal, regional e nacional, da promoção do progresso económico,social e cultural das populações e do reforço da independêncianacional e da paz.
6 – " ZOOM – FOTOGRAFIA PRÁTICA " subordina-se à deontologiada Comunicação Social, cumpre a Lei de Imprensa, respeita as nor-mas do Estatuto do Jornalista e observa as orientações definidasneste Estatuto Editorial.
Foto da capa: PAULO DIAS
FICHA TÉCNICA zOOM n.º 1 [Dez./Jan./Fev. 2010]
DIRECTOR Maurício Reis REDACÇÃO Paulo Jorge Dias, Cláudio Silva MARKETING Sandra Mendes ARTE/GRAFISMO +ideias design IMPRESSÃO SocTip
DISTRIBUIÇÃO Vasp, Lda PROPRIEDADE MR Edições e Publicações, de Maurício José da Silva Reis | Contribuinte 175282609 | REDACÇÃO|PUBLICIDADE
Rua da Escola, 35 - Coselhas, Apartado 97, 3001-902 Coimbra | Tel.: 239081925 | E-mail: [email protected]
DEPÓSITO LEGAL
Registado na E.R.C. n.º 125761 Periodicidade: Trimestral | Tiragem: 12.500 exemplares
[ Está interdita a reprodução de textos e imagens por quaisquer meios, a não ser com a autorização por escrito da empresa editora ]
5 LIVROS
Understanding Exposure de Bryan Peterson
6 EXPOSIÇÃO
As fotos dos nossos leitores
11 CONHECER
Fotógrafos de cá e de lá
Clark Little e Andrzej Dragan
12 INICIADOS
Segure correctamente a máquina fotográfica
14 À LA MINUTE
Cross-Processing digital
17 PRÁTICA
Inspire-se com os nossos guias passo a passo:
- Movimento Abstracto
- Juntar exposições
- Splash! - Explosão líquida
- Criações à janela
30 TÉCNICA
Modo Prioridade à Abertura
36 PELA OBJECTIVA DE...
Paulo "Santa Cruz" Dias
e Matilde Berk
48 DESAFIO
Amanhecer
51 CÂMARA ESCURA
Lightroom
‘Snapshots’ – guardar diversas versões da mesma foto
30 TÉCNICA
36 PELA OBJECTIVA DE...
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FIQUE ATENTON O T Í C I A S D O M U N D O F O TO G R Á F I CO
DSC-W300 a aposta da Sonyno mercado das “compactas”A Sony lançou recentemente a nova câmara fotográfica DSC-W300, um modelo destinado ao segmento das máqui-
nas compactas. Com revestimento resistente em titânio e resolução elevada, a Sony DSC-W300 permite que sejam
captadas fotografias com até 13,6 Megapixels, utilizando uma lente Carl Zeiss. O novo modelo do fabricante japonês
inclui entre as suas funções, um zoom óptico 3x, sensibilidade até 6400 de ISO, monitor LCD de 2,7 polegadas, obtu-
ração por sorriso, detecção de faces e estabilizador de imagens. O processador BIONZ, a dupla tecnologia anti-des-
focagem com imagem Super SteadyShot e o optimizador de gama dinâmica para ajuste da exposição em cenários
de elevado contraste e cenas “retroiluminadas” são outras funcionalidades da Sony DSC-W300.
Lentes Cosina 40mm f/2 e20mm f/3.5 para CanonEstá para breve a chegada ao mercado das novas lentes
Cosina para a Canon EF. Disponíveis nas distâncias focais
40mm f/2 e 20mm f/3.5, as lentes serão comercializadas
com a marca Voigtländer. Os novos modelos incluem as len-
tes esféricas para grande angular Color Skopar 20mm F3.5
SL II e as lentes para objectiva esférica tipo “pancake”
Ultron 40mm F2 SL II. Com apenas 24.5mm de espessura,
as Ultron são provavelmente as lentes para EF mais com-
pactas de sempre, reforçando a posição no mercado deste
fabricante japonês.
Viagens de comboio em exposição“The Train leaves at 7h08 p.m.” é o título da exposição de fotografia que reúne uma selecção de obras do fotógrafo
Pedro Noel da Luz. Os trabalhos expostos resultam de um conjunto de viagens efectuadas de comboio, entre Lisboa
e Lagos, ao longo das quais a câmara fotográfica do artista captou imagens de grande beleza. A exposição estará
patente até dia 28 de Novembro de 2009, na galeria de arte contemporânea “Zem Arte – Armazéns de Artes” em
São Brás de Alportel. Se quiser saber mais sobre “The Train leaves at 7h08p.m” recomendamos uma visita à página
do autor, em http://www.kameraeskura.blogspot.com.
Flickr lidera lista dos melhores sites de 2009A popular comunidade online de partilha de fotos Flickr (www.flickr.com) foi classificada em primeiro lugar no ranking de melhores sites do ano 2009. Elaborada
pela revista Time, a lista distingue o trabalho do Flickr pela inovação do chamado “collaborative tagging”. Ou seja, a possibilidade de todos os utilizadores inseri-
rem “tags” nas fotografias uns dos outros. Segundo a Time, este processo torna a categorização mais eficaz, uma vez que a classificação das imagens é feita a
partir da “sabedoria das multidões”. Aliás, o sucesso desta forma de classificar e categorizar fotos já levou a que instituições credíveis, como a Biblioteca do
Congresso americano, adoptassem o modelo do Flickr, durante a catalogação das suas fotografias.
{
Pedro Noel da Luz
DR
DR
UNDERSTANDING EXPOSUREBRYAN PETERSON
Um livro muito útil para quem gosta e quer perceber mais sobre fotografia ecomo obter a melhor exposição. Este ‘Understanding Exposure’, de BryanPeterson (tem outros livros igualmente interessantes), vem com várias dicas,
sempre com uma linguagem simples. Deixamos-lhe um pequeno excerto do que poderáencontrar neste livro. No caso, como calibrar a sua mão para medir a luz.“Depois de ter comprado o seu cartão cinza [nr.: o ideal é ver se algum amigo tem um,
ou então tente encontrar uma tampa cinzenta de uma caixa de rolo fotográfico], apenasprecisará dele uma vez, já que há algo no seu corpo que funciona tão bem quanto ele –mas necessita sempre do cartão cinza para ajudá-lo inicialmente.Se em alguma situação tiver dúvidas quanto à exposição correcta, meça a luz na palma
da mão. Sei que a sua palma não é cinzenta, mas use o cartão para “calibrá-la” – uma vezfeito isto, poderá deixar o seu cartão em casa.Para calibrar a mão, leve o cartão cinza e a câmara para o sol e coloque a abertura em
f8. Preencha todo o quadro da imagem com o cartão (não precisa estar em foco), ajustan-do a velocidade de disparo até que a exposição correcta (zero) seja indicada pelo fotóme-tro da máquina. A seguir, coloque a palma da mão em frente à lente. O fotómetro dacâmara deverá indicar que a imagem (da mão) estará como uma sobrexposição de +2/3 a1 stop. Anote isso.Leve agora o cartão cinza para a sombra e meça-o novamente com abertura f8, ajustan-
do a velocidade até indicar a exposição correcta. Novamente, faça uma medição à palmada mão e deverá ver que o fotómetro indicará, da mesma forma, uma sobrexposição de+2/3 a 1 stop, da leitura feita no cartão. Não importa em que situação de luz esteja a foto-grafar, a sua palma informará sempre os mesmos +2/3 a 1 stop de sobrexposição da leitu-ra do cartão cinza (importante: essa variação decorre da cor da palma de cada um, ouseja, a sua palma terá apenas uma leitura. Para isso serve a “calibração” aqui explicada,para ver o número fixo exacto da variação da sua palma para o cartão cinza).
Assim, da próxima vez que estiver a fotografar e tiver dúvidas sobre a medição de luz deuma cena, faça a leitura da luz na sua palma. Se o fotómetro indicar de +2/3 a 1 a maisstops (conforme a leitura fixa que a sua mão obtiver), então saberá que a exposição estarácorrecta.Nota: Se por alguma razão a sua palma medir -2, -3, -4 stops de diferença das duas uma:
a) ou fez a leitura da mão ao sol, enquanto a imagem está na sombra; b) esqueceu-se detirar as suas luvas brancas.” nZ
“SE EM ALGUMA SITUAÇÃO TIVER DÚVIDASQUANTO À EXPOSIÇÃO CORRECTA, MEÇA A LUZ
NA PALMA DA MÃO.”
€17,84 | Idioma: InglêsOnde comprar: www.bookdepository.co.uk/book/9780817463007/Understanding-Exposure
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LIVROSQUE DEVE TER NA SUA ESTANTE
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NOME: Siebe WarmoeskerkenPAÍS: HolandaIDADE: 21OCUPAÇÃO: CarpinteiroCÂMARA: Nikon D700WEBSITE: http://devetpan.com
CIMA: VROOOOOOM! JUST LOVE TO CRUISEOVER BROADWAY“Mhhh certo, ok? Toca a pegar numa cadeira eficar a ver aqueles carrões a passarem pelaBroadway.”Nikon D700 . 50mm. f/1.4 . 1/250 . ISO 200
DIREITA: PHOTOGRAPHERS SET THE STREETSON FIRE WITH THEIR BOKEHLOVE“As ruas de Nova Iorque parecem feitas à medidapara os amantes do Bokeh... à noite vêm-seBokehs por todo o lado.”Nikon D700 . 50mm. f/1.4 . 1/60 . ISO 800
Envie as suas imagens num CD (ou por e-mail, [email protected]), acompanhadas deuma pequena descrição e, caso pretenda, pode contar asua história de vida ligada à fotografia: como ganhougosto pela mesma, como foi a aprendizagem, qual oequipamento que teve/tem; enfim, fale um pouco dassuas fotos e da sua paixão pela fotografia.
zOOm - Fotografia PráticaApartado 97 . 3001-902 Coimbra
Gostaria de veras suas fotosnesta secção?
EXPOSIÇÃODOS LE ITORES . INTERNACIONAL
DES
TAQ
UE
DO
MÊS
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“Este sou eu.Sou um carpinteiro, de 21 anos, de Bergen op Zoom[nr: é pura coincidência o nome da localidade],
Holanda.A paixão da minha vida é a fotografia. Aos fins-de-semana e
depois do trabalho estou sempre ocupado com algo relacionado àfotografia.
Muitas pessoas tiram fotos durante um feriado ou evento, maspara mim uma foto deve ser mais do que algo para passar otempo.
Para mim, os lugares turísticos nem sempre importam, sãomais os pequenos detalhes que tornam esses lugares tão espe-ciais.
DE VETPAN STUDIOSA razão de eu optar por publicar as minhas fotografias sob o
nome de De Vetpan Studios é muito simples. u
CIMA ESQUERDA: ARE YOU FEELING LIKEYOU HAVE NO PLACE TO RUN?“Fotografar à chuva é um problema? Não coma Nikon D700! Com ela podem fazer-se ópti-mas fotografias à chuva, como comprovoaqui.”Nikon D700 . 50mm. f/1.4 . 1/200 . ISO 200
CIMA DIREITA: MHHHH THE SWEETESTCANDY CUPCAKE FROM CRUMBS“Encontrei os melhores queques de sempre emNova Iorque. Ninguém consegue resistir a umqueque com um aspecto tão doce como este.”Nikon D700 . 50mm. f/1.4 . 1/640 . ISO 640
ESQUERDA: SHOPPING AT THE GROCERYWITH MY RED POLKA DOTTED BAGS“Uma das muitas bicicletas fixes que podemver nas ruas de Antuérpia.”Nikon D700 . 50mm. f/1.4 . 1/8000 . ISO 800
BAIXO: FEEL THE COSINESS OF THE SUM-MER IN THE STREETS OF MECHELEN“Verão na Bélgica… nenhum outro país me fazsentir tão bem durante os dias quentes deVerão.”Nikon D700 . 50mm. f/1.4 . 1/1250 . ISO 200
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“O meu avô foi proprietário de um centro de artes com o nome“De Vetpan”, nos anos cinquenta. Neste edifício as pessoaspodiam assistir a espectáculos teatrais, filmes de domingo, ou auma performance da orquestra local.
Nessa época, era um dos edifícios com maior entretenimentona cidade de Bergen op Zoom e todos os membros da famíliaeram conhecidos como as crianças de “De Vetpan”. O centro deartes fechou em 1963 e, lentamente, a fama dos “De Vetpan” desa-pareceu.
Desde o dia em que nasci, sabia o que “De Vetpan” significavapara a minha família, pelo que a minha ideia foi dar uma segun-da vida, publicando as minhas fotografias com o nome “DeVetpan Studios”. nZ
CIMA: A DREAMY SATURDAY MORNING IN THESTREETS OF ANTWERP“Comprei recentemente uma Nikkor 85mm 1.4D. Esta éuma das melhores fotos de teste que tirei assim queacabei de receber a lente.”Nikon D700 . 85mm. f/1.6 . 1/2000 . ISO 200
ESQUERDA: THE VERY FEW LAST DAYS FOR THETERRACES IN THE SUMMER OF 2009“Tirada no terraço, mesmo antes de desaparecer nova-mente das ruas da cidade... mal posso esperar pelo iní-cio do Verão de 2010.”Nikon D700 . 85mm. f/1.4 . 1/2000 . ISO 200
BAIXO: MY TENDER PASSION FOR WHITE SANDYDUNES“A primeira de uma série de fotos do meu Flickr…Explorem esta sequência e descubram parte daHolanda desconhecida.”Nikon D700 . 85mm. f/1.4 . 1/8000 . ISO 200
EXPOSIÇÃO
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EXPOSIÇÃODOS LE ITORES . NACIONAL
SÉRGIO LUÍS SILVA
CIMA ESQUERDA: AMANHECERES“A Ponte Vasco da Gama ao nascer do dia. Aluz e os reflexos combinadas num momentode rara beleza.”Canon 50D . 10mm . f/11 . 86" . ISO 100
CIMA DIREITA: CORES DO ALENTEJO“Um daqueles dias em que tudo se conjuga,As cores do campo combinada com um céuque anunciava tempestade.”Canon 50D . 10mm . f/14 . 1/60" . ISO 200
ESQUERDA: AVIEIROS“A comunidade avieira na Póvoa de SantaIria ao raiar do dia. Homens e mulheres quevivem em harmonia com o rio Tejo.”Canon 50D . 10mm . f/16 . 1/2" . ISO 125
BAIXO: SEGREDOS DO ALENTEJO“Um conjunto de pequenas cascatas em VilaNova de Mifontes descobertas pelo meuamigo Tiago Canhoto. Pequenas em tama-nho mas de uma beleza ímpar.”Canon 400D . 10mm . f/14 . 25" . ISO 100
O Sérgio enviou-nos quatro fotogra-fias muito interessantes, quasetodas retratando a natureza.Inspire-se com as imagens nesta ena página seguinte.
www.flickr.com/photos/sergioluissilva/
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EXPOSIÇÃO
CIMA ESQUERDA: PÉROLA DO ATLÂNTICO“Fotografia captada em Santa Cruz, na minha terra, a Pérola do Atlântico, ilha da Madeira. Usei dois filtros nd8para poder realizar o efeito de longa exposição. A câmara com que tirei esta foto foi uma Sony a200 com alente DT 18-70mm.”Sony a200 . 18mm . f/22 . 20" . ISO 100
CIMA DIREITA: RABAÇAL“Fotografia captada na levada das 25 Fontes, no Rabaçal, na Madeira. Transitei-a para p&b para dar um efeitomais dramático. Nesta foto usei novamente a Sony a200 mais a DT 18-70mm.”Sony a200 . 18mm . f/4 . 1/40" . ISO 100
ESQUERDA: JARDIM BOTÂNICO“Fotografia captada no Jardim Botânico. Usei a minha objectiva MF, a bela Carl Zeiss Jena Pancolar 50 f/1.8,para ficar com um bom bokeh. Utilizei a Sony a200.”Sony a200 . 50mm . f/1.8 . 1/400" . ISO 100
TIAGO VIEIRA PERESTRELOTem 18 anos, é natural da ilha daMadeira, mas reside agora emLisboa, por motivos universitários.Como é óbvio, gosta de fotografia.
www.flickr.com/photos/tiagoperestrelo
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CONHECERFOTÓGRAFOS DE CÁ E DE LÁ
FOTÓGRAFOSNa zOOm vai ficar a conhecer alguns dos melhores fotógrafos do mundo, sejameles nacionais ou internacionais. As suas fotografias são, na grande maioria,autênticas fontes de inspiração. É que, felizmente, também se aprende (emuito) sobre fotografia... a ver.
Andrzej DraganEste fotógrafo, polaco, colecciona diversos prémios internacionais. Mas só a partir de2003 é que se envolveu mais a sério com a fotografia e, acredite, tem vindo a realizar umtrabalho espectacular. Antes andou pela física quântica e música, sempre com sucessoe… prémios. O que impressiona nas fotos de Andrzej Dragan são os detalhes que fazquestão de deixar bem visíveis: rugas, linhas de expressão, cicatrizes, marcas. Se houverinteresse em visitar, pode ver o espaço do fotógrafo no MySpace, em http://profile.mys-pace.com/Findex.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=89658168.Site: www.andrzejdragan.com
Clark LittleTem trinta e nove anos e começou a sua aventura de fotografar dentro de água, depoisda sua mulher manifestar o desejo de ter uma fotografia original para decorar a casa docasal, no Havai. Como surfista tem não só o à vontade para encarar as ondas – quepodem variar entre os noventa centímetros e os quatro metros e meio –, como tambéma experiência. Mesmo assim, já chegou a ser atirado a mais de dez metros do local ondese encontrava. Para Clark Little o mar é a sua segunda casa e ele adora o que faz. Paraalém do mais, é da venda deste género de fotografias que ele vive. O fotógrafo afirmaque para obter as melhores imagens recorre a uma câmara capaz de obter até dez fotospor segundo.Site: www.clarklittlephotography.com
12 | zOOm
Segure correctamentea máquina fotográficaPODE PARECER UM POR-MENOR COM POUCAIMPORTÂNCIA MAS,ACREDITE, QUE NÃO O É.SEGURAR BEM NAMÁQUINA, SEJA QUALFOR A POSIÇÃO EM QUESE ENCONTRE, É MEIOCAMINHO ANDADOPARA MINIMIZARPROBLEMAS NA HORADE CARREGAR NOBOTÃO DE DISPARO.
Muitas vezes para se conseguiruma boa fotografia não bastacolocar a máquina em auto-
mático, ou definir bem parâmetros comoa abertura, velocidade, ou ISO. Se o supor-te (mãos ou tripé) não for eficaz, o quepoderia ser uma excelente foto transfor-mar-se-á em algo para deitar fora.As fotografias tremidas estão, na sua
grande maioria das vezes, relacionadascom o mau suporte da máquina. Mesmocom boas condições de luz, pode bastarum ligeiro movimento da câmara paradestruir o seu trabalho. Ao contrário do
que muitos podem pensar, o nosso corpo,se devidamente usado, conseguirá forne-cer uma estabilidade à máquina impres-sionante. Se a pessoa não for de muitas“tremedeiras” conseguirá obter óptimosresultados mesmo em condições compouca luz.Nesta edição mostramos-lhe as posições
que deve adoptar para segurar correcta-mente a sua máquina. Com o passar dotempo tornar-se-ão movimentos automá-ticos. nZ
Fotografiaao nível dos olhosAgora que já consegue segurar convenientemente a
sua digital, mostramos-lhe que pode posicionar o seu
corpo de forma a conseguir captar imagens doutros
pontos de vista. De pé, vai chegar à conclusão que lhe
é mais confortável ter um pé ligeiramente à frente do
outro e com as pernas afastadas ao nível da largura
dos ombros. Os braços devem ficar descaídos, suporta-
dos pelo tronco. No momento de tirar a foto, suspenda
a respiração para minimizar qualquer movimento, prin-
cipalmente se tiver uma velocidade de obturação relati-
vamente baixa.
INICIADOSA FOTOGRAFIA DE UMA FORMA S IMPLES
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Segure bemCom a cabeça direita, coloque o ocular do visor bem
“encaixado” no olho direito. A mão direita agarra firme-
mente no punho, com dois dos dedos – polegar e indi-
cador – a exercerem funções primordiais. O polegar
servirá para mudar eventuais configurações na parte de
trás da máquina, ao passo que o indicador, para além
de carregar no botão de disparo, também servirá para
alterar parâmetros da exposição. A palma mão esquer-
da suportará praticamente o peso da câmara. Encoste
bem este braço ao corpo de forma a garantir uma boa
estabilidade. Já os dedos (da mão esquerda) servirão
para rodar o anel de distância ou, em algumas situa-
ções, no de focagem.
Assim não…Aumentar e diminuir a distância e a focagem desta
forma é meio caminho andado para fotos tremidas, já
que grande parte do peso da máquina recairá para a
mão direita. Esta dificuldade será ainda maior se recor-
rer a uma lente com grande distância focal que, por
norma, é mais pesada e comprida que uma lente gran-
de angular.
Outros suportesMuitas vezes pode ser obrigado a improvisar. Olhe
bem à sua volta e procura formas de suportar o corpo,
os braços e consequentemente a máquina.
Particularmente útil quando usar tele-objectivas, já que
a grandes distâncias qualquer pequeno tremor significa
imagem a eliminar.
E assim também não!Quem transita de uma máquina compacta para uma
SLR (mais evoluída e maior, portanto) terá tendência a
segurar desta forma. Desta forma deixará de conseguir
aceder rapidamente aos comandos da máquina, bem
como aos anéis de ‘zoom’ (aumento/diminuição da dis-
tância) e focagem. Isto para além da dificuldade em ter
a máquina estabilizada.
Obter imagens tremidasaumenta proporcionalmentecom o aumento da distânciafocal a usar. Para combater isto,use sempre que possível omáximo de velocidade aconse-lhada. Se segurar à mão a suamáquina deve usar uma veloci-dade que esteja 1 stop para alémda distância focal, ou aindamais rápido. Com a lente a50mm, por exemplo, uma velo-cidade de pelo menos 1/50”deverá ser usada. A 300mmnecessitará de algo como 1/300”.Existem lentes com estabiliza-dores de imagem, que permi-tem usar velocidades ligeira-mente mais baixas - mas nãofazem… milagres.
Dica
AjoelhadoQuando as fotos ao nível dos olhos ficarem demasiado
altas, dobre os joelhos colocando um deles no chão. O
braço esquerdo repousará sobre a mesma perna como
que a servir de suporte. É uma das posições a adoptar
quando se pretendem fotografias de paisagens com
detalhes do primeiro plano, ou para uma melhor pers-
pectiva quando se fotografam crianças.
14 | zOOm
Cross-Processing digitalParece que foi de forma acidental,
mas o certo é que a revelação de sli-des em químico destinado a negati-
vos e vice-versa, ofereceu aos fotógrafosaquilo a que se chama processamentocruzado, ou cross-processing. Depois tor-nou-se numa técnica popular entre osfotógrafos de moda nos anos noventa. Osresultados obtidos com esta troca de quí-
micos são bastante imprevisíveis evariam de acordo com a marca e tipo defilme. O efeito mais popular é criado colo-cando um negativo em químico para reve-lação de slide, oferecendo imagens comalto contraste, tom de pele amarelo-esver-deado, sombras azuladas e vermelhosmais vivos.E é exactamente isto que vamos (tentar)
imitar com a ajuda de um programa infor-mático, como o Photoshop (preferencial-mente uma versão CS).Para além de retratos, obviamente que
pode (e deve) experimentar esta técnicacom imagens de paisagens, por exemplo.
nZ
1Inicie o Photoshop e seleccione a imagem a processar. Vá ao menu‘Windows’ > ‘Layers’ para ter acesso à pequena janela Layers, ou cama-das. Clique no ícone circular metade branco/metade preto e no menu
seleccione o item ‘Curves’. Repare agora que existe uma nova camada com adesignação Curves 1.
2Na janela Curves terá acesso ao histograma da imagem, com uma linhadiagonal da parte inferior esquerda até à parte superior direita. No topodo histograma existe o botão ‘Channel’ com a opção RGB predefinida. É a
partir deste botão que vamos dar início ao processamento da imagem.
Para o nosso exemplo escolhemosum retrato, embora possa aplicaresta técnica a qualquer outro tipode imagem. Algumas fotografiasde paisagem saem beneficiadascom estes ajustes
ORIGINAL
À LA MINUTE
zOOm | 15
3Comece por seleccionar a opção ‘Red’ e arraste o topo da linha preta umpouco para a esquerda. Depois clique em dois pontos na linha e desenheuma curva em forma de S, como mostrado na imagem (isto é, mova o
ponto superior um pouco para a esquerda e o inferior um pouco para a direita).4Seleccione agora o item ‘Blue’, no botão ‘Channel’. Puxe um pouco para
baixo o ponto superior da linha preta, e faça o inverso ao ponto do cantoinferior esquerdo (isto é, mova um pouco para cima) – ver figura. Ao fazer
isto removerá algum azul das zonas mais claras e tornará as sombras, no canalazul, mais sólidas.
5Pode agora ir novamente ao botão ‘Channel’ e seleccionar o item‘Green’.Aqui deverá mover dois pontos, como fez no canal Red (passo 3) edesenhar novamente um suave S. Feito isto, pode ajustar novamente
todos os canais a gosto. Uma vez satisfeito com o resultado, clique em ‘Ok’.6Neste momento terá uma imagem que recorda o efeito cross-processing.
Contudo, pode criar outras camadas de ajuste de forma a melhorar oresultado – em particular as opções ‘Hue/Saturation’ e
‘Brightness/Contrast’. Faça como no passo 1, só que em vez de seleccionar‘Curves’, clica numa destas opções.
Experimenteoutros ajustes
Os resultados obtidos atravésdesta técnica são imprevisí-veis. Faça o mesmo digital-mente. Assim, quando esti-ver a trabalhar nos canais decor, no Photoshop, não receieajustar as cores de outraforma, redesenhando a linhadiagonal, por exemplo.
IMAGEM FINALComparando com a original,
conseguiu-se uma imagem com mais impacto
2 » INFORMÁTICA FÁCIL
Nº 1€11,,8800
Portugal [Cont.]
5607727
085102
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Nº 2€11,,8800
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Nº 3€11,,8800
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Nº 4€11,,8800
Portugal [Cont.]
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085102
40
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EDIÇÕES EXTRAINFORMÁTICA FÁCIL
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Sim, desejo receber a(s) edição(ões) a seguir assinaladas:
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PODE ENVIAR FOTOCÓPIA
PRÁTICAInspire-se com os nossos guias passo a passo
M ov i m e n t o a b s t ra c t oNem sempre é preciso captar o que se está a ver aolho nu, pois existem várias formas de se conseguiruma imagem original. Neste guia mostramos-lhecomo é possível – e fácil – chegar a um resultado,digamos, singular.
S p l a s h ! - E x p l o s ã ol í q u i d aA lista para este exercício prático é muito semelhantea uma receita de culinária. Aproveite a nossa dicapara dar cabo das bolachas e do café lá de casa. Ah!e contrate uma empregada de limpeza…
J u n t a r e x p o s i ç õ e sExplicamos como é que pode conseguir uma boaexposição, num cenário de alto contraste, com aajuda de um programa.
C r i a ç õ e s à j a n e l aUma janela afinal tem mais potencial do que aquiloque se pode pensar, fotograficamente falando, claro.
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Movimento abstractoNem sempre é preciso captar o que se está a ver aolho nu, pois existem várias formas de se conseguiruma imagem original. Neste guia mostramos-lhecomo é possível – e fácil – chegar a um resultado,digamos, singular.
Contrariamente àquilo que possa pensar, a imagem que serve de exemplo a esteartigo não tem nada de mágica, nem de difícil, ou qualquer tipo de tratamentoavançado num programa de edição de imagens. É tão simples que quando reve-
larmos a “técnica” ficará espantado.Como material basta a sua máquina fotográfica digital e, quase obrigatório, um tripé.
Dependendo do resultado que quiser obter, ou da hora do dia em que for colocar em prá-tica esta dica, poderá recorrer a filtros, embora não seja indispensável. Quanto à lente,também não necessita de nada extraordinário, mas uma grande angular será preferívela uma teleobjectiva. nZ
DificuldadebaixaEquipamento usadoCanon 50DSigma 10-20mmTripé Slik Pro 330DXFiltro Cokin ND4 GDSuporte filtro
PRÁTICAINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS
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1Importante é escolher bem uma paisagem. De preferência que tenha linhas de cor bem separadas (céu, terra, água, terra, por exemplo), embora qualquercenário sirva para se conseguirem resultados interessantes (um campo de flores, serve como segundo exemplo). Experimente também pôr em prática esteartigo em ambientes nocturnos, de forma a conseguir linhas com as luzes das lâmpadas.
2Para linhas direitas e perfeitas convém que a máquina esteja devidamentealinhada e que se mantém o alinhamento durante a exposição. Por isso,tente colocar o tripé o mais direito possível para que, quando rodar o
manípulo, o movimento seja estável e suave. As linhas são criadas pelo movi-mento que a câmara faz enquanto se processa a exposição, pelo que a veloci-dade de obturação é muito importante. Qualquer coisa entre 1/10” e 1” será oideal. Para o nosso exemplo escolhemos a prioridade à abertura e fechámos alente ao máximo entre f/16 e f/22. Mas, como é óbvio, se já tiver pouca luz,estes valores poderão não ser necessários, ao passo que em condições de luzfortes, poderá ter que recorrer a um filtro de densidade neutra (ND) para cor-tar luz, de forma a conseguir velocidades mais baixas.
PRÁTICA
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3E chegou à fase de praticar um pouco. Posicione a câmara virada para aparte esquerda da cena a registar e depois mova o manípulo do tripé,que guia a máquina na horizontal, para a direita em movimentos contí-
nuos e firmes. Quando se sentir preparado para avançar, clique no botão dedisparo (ou de obturação) e desloque novamente a máquina da esquerda paraa direita durante o tempo de exposição. Inicialmente os resultados poderãoser pouco animadores, mas ao fim de algum tempo conseguirá imagensespectaculares.
4E pronto, agora descarregue as imagens para o computador e escolha asque mais lhe agradarem. Poderá agora editá-las normalmente no seuprograma habitual de forma a ficarem do seu agrado. Níveis, curvas,
contraste, saturação, podem ser alguns itens que vale a pena ajustar para quea imagem ganhe vida. Mas isto já depende do gosto de cada um…
IMAGEM FINALPor fim, um corte (ou ‘crop’) no formato quadrado
pode beneficiar o resultado final
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Juntar exposições
Em cenários urbanos, grande parte dosfotógrafos deparam-se com um proble-ma bastante comum: grande diferença
de luz entre o céu brilhante e a sombra dasruas. Se a leitura da medição é feita no céu,garante-se que a rua – e tudo o que dela façaparte – fique sub exposta, ou escura. Por outrolado, medindo a luz na parte escura do cená-rio, isto é, num prédio por exemplo, então océu ficará queimado, sem detalhe.Actualmente, os fotógrafos de paisagens
contornam o problema de alto contraste como uso de filtros de Densidade Neutra (ND)graduados de forma a “escurecerem” o céu.Mas sobre filtros falaremos numa próximaedição. Adiante…Infelizmente, filtros graduados em cenários
urbanos não são eficazes, já que o horizontedeverá estar tapado por um prédio, uma rua,um carro, pessoas. A vista mais normal numcenário do género é o “V” do céu, com prédiosde um lado e do outro na composição. Aorecorrermos a filtros para escurecer o céu,estes acabariam por escurecer o topo dos pré-dios.Uma solução para este problema é tirar
duas fotos do mesmo cenário – uma exposi-ção para o céu e outra para a cena – e depoisjuntá-las no Photoshop recorrendo a ‘layers’(camadas). Mas esta é uma tarefa que se podetornar complicada para quem não tem mui-tos conhecimentos sobre edição de imagem;ou consumir tempo desnecessário em frenteao computador.Existe um método que nos parece franca-
mente melhor e que foi o seleccionado paraeste artigo: a opção ‘Exposure Fusion’ do pro-grama Photomatix Pro, que é normalmentemais utilizado para criar imagens HDR. nZ
1No cenário a fotografar monte a câmara num tripé, componha a cena e coloque o modo de expo-sição na prioridade à abertura. Defina a compensação da exposição para -2 stops, tire uma foto-grafia, ajuste a compensação da exposição para -1 stop, tire outra foto e repita o procedimento
para 0, +1 e +2 stops. No total ficará com cinco fotos com exposições de -2 stops a +2 stops.Resultado: terá um céu bem exposto num dos extremos e sombras no outro.
Explicamos como é que pode conseguir uma boaexposição, num cenário de alto contraste,
com a ajuda de um programa.
-2 EV -1 EV
0 EV
+1 EV +2 EV
PRÁTICAINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS
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DificuldademédiaEquipamento usadoCanon 400DSigma 10-20mmTripe Slick 330DX Pro
MaisPhotomatix Pro 3.2.5Adobe Photoshop CS3
2Depois de copiar os ficheiros para o computa-dor, quer estejam no formato RAW (a melhoropção), como qualquer outro (JPG ou TIFF),
abra o Photomatix Pro e clique em ‘ExposureFusion’. Na janela que aparece seleccione as cincoimagens, com as diferentes exposições, a misturar.Alternativamente pode arrastar e largar as ima-gens para cima da janela do Photomatix. Cliquefinalmente em ‘OK’ e espere que o programa façagrande parte do trabalho por si.
3Uma vez “misturadas” as imagens, surge umaprevisualização de como ficará a imagemfinal. Neste quadro pode, caso assim deseje,
efectuar algumas alterações se não estiver total-mente satisfeito com o resultado. Tem barras deajuste com opções como ‘Accentuation’, ‘BlendingPoint’, ‘Shadows’, ‘Color Saturation’, White Clip’,‘Black Clip’ e ‘Midtone’ – mova-as para ver comoafectam a imagem. Normalmente, a saturação dacor poderá necessitar de um incremento.
4Quando satisfeito com o resultado, clique nobotão ‘Process’ e aguarde que o programacombine as imagens, processo que pode
demorar entre trinta a sessenta segundos. Por fim,pode dar um nome à foto e guardá-la, de prefe-rência como TIFF 16-bit. Depois poderá abri-la noPhotoshop, ou Lightroom, por exemplo, onde épossível dar os últimos retoques, como níveis(‘Levels’) e curvas (‘Curves’).
Photomatix ProO Photomatix é um dos melhores programas que pode encontrar para juntar exposições e criar HDRs. Infelizmente não é gratuito,
mas também não é nenhum arrombo para a carteira. A partir de 71,47 Euros é seu, podendo adquiri-lo directamente a partir do
endereço web http://www.hdrsoft.com/order.php. Pode, caso pretenda, experimentá-lo, bastando descarregar a versão de demons-
tração. Para este artigo recorremos à última versão do programa, Photomatix Pro 3.2.5, que se revelou muito eficaz.
IMAGEM FINALNo resultado final conseguimos um céu mais apelativo, bem
como descobrir detalhes nas zonas mais escuras.
PRÁTICAINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS
Splash! - Explosão líquidaA lista para este exercício prático é muito seme-lhante a uma receita de culinária. Aproveite anossa dica para dar cabo das bolachas e do café láde casa. Ah! e contrate uma empregada delimpeza…
Neste primeiro número vamosexplicar como pode, facilmente,conseguir imagens como esta,
onde líquido sai em salpicos (estamos asuavizar, claro) de um copo ou caneca.Se quer uma imagem com algum
impacto, convém escolher uma caneca (oucopo) que dê nas vistas. No caso de nãoter nenhuma, está na hora de ir às com-pras. Aproveite a viagem e passe pelosupermercado e compre bolachas –podem ser aquelas bem recheadas comchocolate para que causem uma boaimpressão na foto… e no estômago.Mas atenção que estas servem mais
para compor o cenário, do que terem algu-ma utilidade na execução prática desteartigo.O líquido tanto pode ser café, chocolate,
ou uma qualquer bebida colorida.Qualquer que seja a escolha já sabe queparte irá perder-se.Nas páginas seguintes deixamos-lhe os
passos necessários a dar para conseguiruma explosão líquida. nZ
DificuldadebaixaEquipamento usadoCanon 50DCanon 50mm f1.8IITripé Slik Pro 330DX
MaisBolachasCanecasMesa apoio
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PRÁTICA
1É muito simples conseguir imagens com impacto. Primeiro componha o cenário com as bolachas e acaneca cheia (até ao topo) com o líquido escolhido para o efeito. De preferência que seja uma caneca(ou copo, ou chávena) relativamente engraçada. Como fundo, para a cena, seleccione um que tenha
alguma cor (verdes, vermelhos, azuis, amarelos, etc.).
2Coloque a câmara em posição e foque acaneca em modo manual. Defina uma grandeabertura e verifique que tem um tempo de
exposição bastante curto (1/1000, ou mais, porexemplo) – elevar o ISO, pode ajudar em algumassituações. Quanto menor o tempo de exposição,mais congelado ficará o assunto (neste caso, ossalpicos do líquido).
3Altere a máquina para disparo contínuo (ourajada), para que seja capaz de capturargrande parte da movimentação do líquido.
4Agora pegue num objecto relativamente pesado (um bola de borracha, por exemplo). Comece porcarregar no botão de disparo da máquina e no momento a seguir largue o objecto para dentro dacaneca. Importa salientar que convém manter pressionado o botão de disparo durante a sequência.
Um comando remoto poderá ajudar nesta situação, embora não seja obrigatório se for capaz de chegar àmáquina e ao copo em simultâneo. E já está. Agora resta-lhe escolher a imagem que mais gosta e editá-lase for caso disso. Experimente outras composições e com outros líquidos.
IMAGEM FINALObter resultados engraçados não é muito difícil.
A limpeza fica por sua conta...
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Criaçõesà janela
Uma janela afinal tem mais poten-cial do que aquilo que se podepensar, fotograficamente falan-
do, claro. Com algu-ma imaginação pode-
rá transformá-la nummini-estúdio, ou usá-la
para criar silhuetas. Estas,por exemplo, são fáceis de
se conseguir e o resultado équase sempre agradável, basta
que o fundo seja muito maisclaro que o sujeito à frente do
mesmo.É claro que existem objectos que
funcionam melhor do que outros, peloque a experimentação é a chave para o
sucesso. Flores, ou outros objectos ricosem detalhes e transparência podem servircomo exemplo.Conseguir um fundo com claridade sufi-
ciente tanto pode ser possível com luz deestúdio – uma softbox permite um ópti-mo fundo branco –, como com a ajuda deuma folha branca com um flash pordetrás, bem como com uma… janela.Uma folha de papel branca e fita-cola
são as únicas coisas que necessita. Empouco mais de quinze minutos conseguiráobter resultados satisfatórios.Para que o trabalho seja mais fácil de
levar a cabo, aconselhamos vivamente ouso de um tripé. nZ
DificuldademédiaEquipamento usadoCanon 50DTamron 17-50mm 2.8Tripe Slick 330DX Pro
MaisFolha papel brancoFita-colaDiversos objectos
PRÁTICAINSP IRE-SE COM OS NOSSOS EXEMPLOS PRÁTICOS
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2Preferencialmente deverá montar a câmara num tripé, de forma a facilitar o trabalho. Colocando amáquina num modo de exposição automático, ou medindo a luz em modo manual directamente dafolha de papel, não obterá os melhores resultados. Isto porque os sensores digitais teimam em tornar
as imagens em tons de cinzento. Neste caso, a folha branca passa a ser um objecto 18 por cento cinzento.Como pretende uma folha mesmo branca, terá que compensar aumentando a exposição. Como? Subindoo EV para +1, por exemplo, ou em modo manual baixando a velocidade. Tire algumas fotos e analise ohistograma, de forma a conseguir ter mais “barras” na parte direita do mesmo. Assumindo que a folhaaparece agora mais branca, deverá bloquear a exposição, usando o modo manual. Isto é, verifique a velo-cidade e abertura que obteve no passo anterior, mude a máquina para o modo manual e defina os mes-mos valores.
1Uma folha A4 ou A3 branca, fita-cola e osobjectos a fotografar é tudo o que precisapara começar a montar o “cenário”. Depois
escolha uma janela que esteja a receber bastanteluz e cole a folha na mesma.
3Coloque agora o objecto ligeiramente afasta-do da folha de papel. Com isto ficará com ofundo desfocado, evitando detalhes que pos-
sam distrair. Tanto pode segurar o objecto com amão, como recorrer a um vaso, ou pinça, tornandoeste passo mais simples.
4Terminada a sessão fotográfica chega a horade analisar no computador os resultados obti-dos. Se não estão como pretendia, ligeiros
ajustes no Photoshop poderão fazer milagres.Uma simples acção nos níveis, por exemplo,(‘Image’ > ‘Adjustments’ > ‘Levels’) pode revelar-se eficaz. Na zona do gráfico, desloque ligeiramen-te para a esquerda o marcador mais à direita, paratornar o fundo mais branco. Arrastando o marca-dor mais à esquerda para a direita aprofundará ospretos.
5Este tipo de imagem presta-se, por exemplo,a ter uma só tonalidade. Existem diversas for-mas de o conseguir. Uma delas, será ir ao
menu ‘Image’ > ‘Adjustments’ > ‘Hue/Saturation’ edepois clicar no item ‘Colorize’. Arraste as barras‘Hue’ e ‘Saturation’ a gosto.
IMAGEM FINALConseguir objectos com fundo totalmente
branco é agora uma brincadeira de crianças
Modo Prioridadeà Abertura
DESCUBRA TODAS AS POTENCIALIDADES
QUANTAS VEZES NÃO PROCUROU, SEM SUCESSO, CAPTARTODA A INTENSIDADE DE UMA PAISAGEM? OU TENTOU,EM VÃO, QUE A SUA FOTO TIVESSE UMA MAIORPROFUNDIDADE DE CAMPO? NESTE NÚMERO ESPREITAMOS O MODO PRIORIDADE ÀABERTURA E EXPLICAMOS PORQUE É CONSIDERADO PORMUITOS COMO O MAIS VERSÁTIL MODO DE EXPOSIÇÃO.
TÉCNICATIRE PARTIDO DA SUA CÂMARA FOTOGRÁFICA
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Como funcionaa prioridade à abertura
Este é um daqueles casos em que onome diz tudo. A Prioridade àAbertura é um modo de exposição
que permite ao fotógrafo assumir o totalcontrolo da abertura do diafragma.Ou seja, cabe ao fotógrafo determinar a
abertura, regulando o chamado númerode F, de acordo com as necessidades espe-cíficas da fotografia.Desse modo, garante uma maior preci-
são de focagem nos diferentes planos dacena, enquanto a câmara assegura o equi-líbrio de todos os outros factores. AVelocidade de disparo é então reguladapela câmara e adequada às característicasespecíficas da luz.Resumindo: é dada prioridade à
selecção de abertura e a velocida-de de disparo é ajustada automa-ticamente pela câmara.Pelas suas características especí-
ficas, o modo de Prioridade àAbertura é o mais indicado parafotografias nas quais seja fundamentaldominar a profundidade de campo.Talvez uma das técnicas mais importan-
tes no domínio da fotografia, a profundi-dade de campo é um factor determinantequando procuramos fotografar uma pai-sagem, onde é fundamental definir aquantidade de espaço nítido na fotografia. Deverá, por isso, ter sempre em conta
que quanto menor for a abertura usada (fmaior), maior será a área de uma cena queficará nítida e menor será a velocidade dedisparo.Por exemplo, poderá encontrar situa-
ções em que numa paisagem seja neces-sária a profundidade de campo máxima,de forma que se mantenham focadas
tanto a imagem de primeiro plano – amais próxima – como a de fundo – a maisa distante. Nesse caso, é recomendável ouso de uma abertura menor, nomeada-mente f/14, só para dar um exemplo.Já em relação aos retratos, aplica-se o
princípio inverso. O objectivo será dimi-nuir a profundidade de campo de modo aque o elemento central da fotografia –uma pessoa, por exemplo – mantenhauma imagem nítida, em contraste com ofundo de aspecto suave e fora de foco.Deverá então regular o selector aberturapara níveis mais alargados (f menor),situados entre f/4 e f/2.8. Como seria deesperar, f menores permitem velocidades
mais altas.Ao contrário do que possa ima-
ginar, a regulação do modoPrioridade à Abertura não é nadado outro mundo.A sua regulação é feita de
forma simples, bastando activaro comando de exposição, ou clicando nobotão de exposição, seleccionado a opçãoA ou Av, consoante a marca da máquina. A partir daqui a sua câmara digital fica-
rá regulada para o modo de Prioridade àAbertura, bastando apenas que rode ocomando de ajuste situado normalmenteno lado superior direito da câmara, paraalterar os valores. nZ
EFEITO DAS ABERTURASComo pode ver, a profundidade de campo afecta o resultado
final das imagens. Aberturas maiores (f menores) desfocam maiso fundo e permitem velocidades mais elevadas, ao passo que
menores aberturas (f maiores) diminuem a velocidade do obtura-dor mas oferecem maior profundidade de campo.
f/2.8
f/4
f/8
f/11
f/16
TÉCNICA
EM RETRATOS, por norma, recorre-se a grandes aber-turas de forma a colocar o fundo fora de foco, isto é,
com pouca profundidade de campo. Nesta imagem foiusada uma lente que permite abertura a f/1.8
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Apesar da sua simplici-dade, o modo dePrioridade à Aberturarequer cuidados específi-cos, principalmente nahora de apertar o botão.Deve, por isso, ter sem-pre em conta as limi-tações impostas pelasoutras funcionalidadesda câmara fotográfica.
Tripé ou ISO
Poderá deparar-se com situações inesperadas ao tentar maximizar a profundidade de campo, recorrendo a aber-
turas menores (f/16 ou f/22). A velocidade definida pela câmara poderá ser demasiado lenta, ao ponto de não
ser capaz de tirar as suas fotografias sem a câmara tremer. Instalar a câmara num tripé resolverá o problema. A
estabilização da imagem dar-lhe-á efectivamente uma boa margem de manobra, permitindo-lhe fotografar a baixas
velocidades de disparo. Com a ajuda de um tripé, mesmo que a velocidade de disparo definida pela câmara seja
inferior a 1/30 segundos os tremores inesperados não irão a afectar a qualidade da foto. É por isso que, se estiver a
pensar em fotografar paisagens, não se esqueça de incluir o tripé no equipamento. Caso não tenha ainda investido
num, ou o tenha deixado esquecido em casa, pode sempre tentar ajustar os níveis de ISO. É uma forma rápida e
simples de evitar as baixas velocidades de disparo e tremor da câmara quando o único suporte são as suas mãos.
Elevando os níveis de ISO proporcionará uma maior velocidade de disparo: se estiver a fotografar a níveis de 100
ISO com a câmara preparada para uma velocidade de disparo de 1/15 segundos basta elevar o nível de ISO para os
400 e a velocidade subirá até aos 1/60 segundos. Bastante mais fácil de manejar sem o risco das fotos saírem tremi-
das.
Modo BULB
Outro problema recorrente: as fotografias captadas
em condições de luminosidade reduzida. As sem-
pre tão apetecíveis imagens do pôr-do-sol e da alvora-
da poderão ficar irremediavelmente comprometidas. A
velocidade de disparo requerida para manter a exposi-
ção correcta, com uma abertura menor, pode ficar para
lá dos limites proporcionados pela própria câmara.
Nesse caso, a fotografia terá uma menor exposição do
que a necessária. O ajuste dos níveis de ISO poderá
igualmente corrigir problemas que surjam quando ten-
tamos fotografar em condições de baixa luminosidade.
Nas situações em que a câmara acende os avisos de
exposição demasiado longa, poderá tentar contornar o
problema aumentando os níveis de ISO de modo a
aumentar igualmente os índices de exposição, aproxi-
mando-os de níveis considerados aceitáveis pela câma-
ra. É óbvio que a qualidade da fotografia será afectada,
isto porque quanto maiores forem os níveis de ISO
menor será a qualidade da imagem. Daí que esta seja
meramente uma solução de recurso. Neste caso, é
recomendável que opte por seleccionar o Modo BULB,
recorrendo então a um comando remoto, de forma
manter o diafragma aberto o tempo que desejar (alguns
comandos mais avançados permitem definir este
tempo). Deste modo, poderá captar as suas fotografias
mantendo a abertura original e os níveis de ISO sufi-
cientemente baixos para assegurar a qualidade de ima-
gem, garantindo ainda a exposição correcta.
ISOSem tripé, ou outro apoio, só subindo ovalor ISO para 1000 se conseguiu estafotografia sem ficar tremida
TÉCNICA
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Pós-processamento
Fotografar com grandes aberturas – por exemplo, f/1.8, f/2.8 ou f/4 – em condições de lumino-
sidade elevada pode revelar-se um problema. Há o risco de, mesmo que a câmara regule a
sua maior velocidade de disparo, continue a ser demasiado lenta, sendo o resultado final uma
foto com excessiva exposição à luz. Neste caso poderá socorrer-se de um filtro ND, por exemplo,
de forma a cortar alguma luz. Em casos extremos há sempre a possibilidade de fazer as suas
fotografias no chamado formato Raw e, posteriormente, corrigir as eventuais falhas, de sub ou
sobrexposição, em pós-processamento. Este formato consegue comportar um maior volume de
informação do que o formato .JPEG – a informação que não chega a ser processada pela câma-
ra, pelo que tolera algum erro na exposição. Mas na maioria dos casos as falhas nunca poderão
ser completamente corrigidas, pelo que esta será sempre uma opção de último recurso.
O que são f-stops?
A escala de f-stops é uma simplificação que,
uma vez percebida, facilita o trabalho do fotó-
grafo. Foi construída de forma a que cada f-
stop (cada paragem no anel de uma lente)
corresponda a uma situação em que o dia-
fragma deixa entrar o dobro (ou metade) da
luz f-stop anterior.
A escala normal é: f1 - f1.4 - f2.0 - f2.8 - f4 -
f5.6 - f8 - f11 - f16 - f22 - f32.
A cada salto, a quantidade de luz que passa
no diafragma é reduzida para metade do
anterior.
A construção desta escala baseia-se em
aproximações à progressão geométrica das
potências da raiz de 2, sendo que nos casos
não inteiros, foi necessário fazer arredonda-
mentos.
E é exactamente por causa desta lógica
“invertida”, que quando falamos de aberturas
maiores (do diafragma) se está a façar de fs
mais pequenos.
DAVID [email protected]
SAIBAMAIS
PAISAGEMA prioridade à abertura permi-te aos fotógrafos de paisagenscontrolar que partes do cená-rio ficarão focados.Normalmente usam-se abertu-ras pequenas (f maiores)
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PELA OBJECTIVA DE...T E X TO : PAU L O J O R G E D I A S . F O TO S : PAU L O “ S A N TA C R U Z ” D I A S
Paulo “Santa Cruz” Dias
Paisagensperfeitas
Começou cedo a paixão pela foto-grafia. Primeiro, deixou-se deslum-brar com o trabalho de outrosartistas, que descobria em livros eexposições.A era digital ainda vinha longe e o
custo das revelações analógicas, bem como a moro-sidade de todo o processo, eram razões mais do quesuficientes para que o sonho fosse sendo adiado.
Até que, um dia, Paulo Alexandre Dias decidiufinalmente passar para o lado de lá, tornando-se nohomem por detrás da câmara fotográfica.
Como tantos outros aficionados pela fotografia,Paulo é um auto-didacta. Ou antes, “um auto-didac-ta compulsivo, aprendendo pelo método da obser-vação e pela experiência daí resultante. Observarcentenas de trabalhos de outros fotógrafos ajudoua melhorar a minha técnica”, explica o fotógrafo.
Nos primeiros tempos era uma espécie de franco-atirador: disparava sobre tudo o que mexia.
“Chegavam a ser às centenas de fotos por semana enem uma aproveitava”. Mas o entusiasmo inicialdeu lugar a algum desalento quando os resultadospositivos tardavam em aparecer. “Houve alturas emque pouco faltou para que desistisse da fotografia”.A vontade acabou por levar a melhor e as boasfotografias começaram a surgir.
“Recomecei calmamente a subir um degrau decada vez, o processo é muito diferente de outrasactividades lúdicas ou desportivas. Na fotografiatemos que aprender a ser exigentes e críticos comnós próprios e isso leva o seu tempo. Criar um estilopróprio acaba por ser a recompensa e o culminarde toda a experiência acumulada”, refere.
Tornar-se profissional é a ambição de boa partedos fotógrafos amadores. No caso de Paulo Dias, aprioridade é o puro prazer de fotografar. Até por-que, na sua opinião o salto para o profissionalismonão será fácil: “o meu género fotográfico é poucocomercial". u
Gostava de ter sido fotógrafo de viagens. E, de certa maneira, atéque é. Todos os fins-de-semana embarca numa nova aventura,em busca dos melhores locais para fotografar. O destino é dife-rente, mas tem sempre algo em comum: a Natureza. PauloAlexandre Dias tem 39 anos e é o fotógrafo amador emdestaque, nesta edição.
CHOCOLATE BRANCO NUM DIANUBLADONikon D90 . 20mm . f/8 . 1/2"
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PAULO “SANTA CRUZ” DIAS
Idade: 39Equipamento:Nikon D90Lente Sigma 10-20mmLente Sigma 17-70mmLente Sigma 105mm f2.8 macroLente Nikon 50mm f1.8Lente Nikon 80-200mm f2.8 AF-sFlash Nikon SB800 e SB80DXTripé Giotto + cabeça ManfrottoSistema de filtros gradientes daFormatt Hitech
www.flickr.com/paulo_dias
TALENTONão Profissional n Profissional
Mas isso não o impediu de juntar uma compo-nente profissional à sua paixão pela fotografia.Actualmente, desenvolve alguns projectos alterna-tivos não relacionados com a venda directa de foto-grafias. “Um deles é a representação exclusiva deuma marca de filtros para paisagem. Acabei por ofazer dado que na altura não havia ninguém a ven-der este produto em Portugal”.
Claro que há sempre o direito de sonhar. E sepudesse escolher uma carreira, estaria nestemomento a viajar pelo mundo, à procura de paisa-gens paradisíacas para fotografar. As viagens nanossa terra são uma boa alternativa, estando, porisso, a considerar alguns projectos na área da for-mação e “tours” fotográficos.
Por agora, Paulo é fotógrafo… mas apenas aosfins-de-semana, altura em que reserva umas 3 a 5horas para " dar uns tiros". O alvo preferencial sãoespaços naturais. A natureza é, aliás, o elemento
dominante nas fotos de Paulo Dias: “Procuroambientes dramáticos que envolvam a natureza,por vezes com alguma ligação à presença doHomem”.
E quando o “caçador” se torna presa? O resultadopode ser um bem-disposto auto-retrato: “Gostotambém de fazer auto-retratos recriando situaçõesdivertidas ou de humor negro”. Até porque, PauloDias adora um bom desafio e o auto-retrato é, nasua opinião, um desafio ainda maior pela dificulda-de dos enquadramentos e focagem.
Todos nós, fotógrafos, temos óptimas históriaspara contar. Algumas delas bem divertidas. Quedasmais ou menos aparatosas, fotos com a objectivatapada, modelos fotográficos que insistem em fugirna hora do clique. E por aí fora…
É caso para dizer, “quem nunca errou, que atire aprimeira pedra”. Ou melhor, que tire a primeirafoto. u
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CIMA ESQUERDA: O CAISNikon D90 . 10mm . f/10 . 13"
CIMA DIREITA: E O PARAÍSO AQUITÃO PERTONikon D90 . 12mm . f/8 . 1/6" . ISO 200
ESQUERDA: UMA VISTA SOBRELISBOANikon D90 . 20mm . f/5,6 . 30"
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A “estória” de Paulo Dias aconteceu num dia deInverno, na praia do Abano, em Cascais. O tempo,bastante ventoso, não convidava a fazer o gosto aodedo. Aliás, não convidava a outra coisa que nãofosse uma tarde bem passada, em frente à lareira.
Mas também é verdade que é nos dias mais tem-pestuosos que se conseguem as melhores fotos.Principalmente à beira-mar. Só que, entre uma ima-gem inesquecível e um gélido banho de mar vaium pequeníssimo passo. Ou antes, um passo emfalso, na rocha escorregadia.
Intrépido caçador de pedaços da natureza, Pauloadmite que tem desafiado a sorte nos locais ondefotografa. Naquele dia, não estava a conseguir oenquadramento pretendido. E, para lhe complicarainda mais a vida, as ondas do mar decidiramentrar na brincadeira, presenteando-o com salpicosde água que o obrigavam a uma constante limpezados filtros gradientes, colocados à frente da lente.
Quase a desistir, decide fazer uma última tentati-va. Bom enquadramento, luz aceitável, dedo prontoa disparar até que, do meio do nada, surge uma
“A TECNOLOGIA MODERNA ACABA AQUI!” “Escolhi esta foto por ter sido uma das mais agradáveis experiências com a natureza. O local, o
cheiro, a brisa, o som e a luz que se consegue obter em cada nascer ou pôr-do-sol é único por
muito que seja repetido. Este local em particular torna-se banal aos olhos da maioria das pessoas.
A mim, bastou-me vê-lo com outros olhos. E aqui a câmara fotográfica é uma poderosa ferra-
menta que permite reproduzir esse testemunho. Apliquei um filtro de densidade neutra (Neutral
Density) gradiente 0.9 de passagem brusca [Hard Edge], inclinado uns 40º para a direita, o que
atenuou a zona superior da imagem em 3 stops. Depois acrescentei um outro filtro igual e com a
mesma inclinação mas com apenas 2 stops (0,6) de passagem suave para suavizar a luz solar,
reflectida na água. Depois, no Photoshop, apenas ajustei os níveis de luz e contraste.”
Nikon D90 . 12mm . f/10 . 8"
vaga maiorzita e… splash”!!!Abalroado pela inesperada e enorme onda, Paulo
já só teve tempo de pegar, instintivamente, no tripée erguê-lo o mais alto que pôde. Resultado final:uma boa foto perdida, as roupas ensopadas até aopeito, mas uns bons milhares de euros em equipa-mento sãos e salvos.
Nem Camões teria feito melhor, quando salvouos Lusíados do naufrágio, na Costa de Camboja.
Como bom apaixonado pela fotografia que sepreze, Paulo Dias tem investido neste seu hobby deforma, digamos, faseada.
Em 2007 gastou os seus primeiros 500€ nummodelo DLSR de entrada de gama, mas cedo a tro-cou por um equipamento de gama superior. Depoisdeste “upgrade”, passou a apostar, essencialmente,na compra de lentes e acessórios.
Ao todo, foram cinco a seis mil euros em mate-rial, no espaço de três anos. Mas para o fotógrafo, oinvestimento compensou, visto estar bem servidopara os tempos mais próximos.
Actualmente, Paulo entrega-se à sua paixão pelafotografia munido com um equipamento que clas-sifica de “gama média”. nZ
CIMA: LAGOS - ALGARVENikon D90 . 20mm . f/13 . 20"
DIREITA: A PONTE DE PEDRANikon D90 . 11mm . f/5 . 13" . ISO 320
PELA OBJECTIVA DE...TEXTO: PAULO JORGE DIAS . FOTOS : MATI LDE BERK
Matilde Berk
“Gosto de coisasbonitas. Assim sou eu
A paixão é uma marca omnipresente em todas as suasfotografias. E o olhar, também. Um olhar que parece estender-separa lá dos limites do corpo humano, fundindo-se com a própriacâmara fotográfica. Conheça Matilde Berk, a nossa primeira con-vidada desta rubrica onde damos a conhecer o trabalho dealguns dos melhores profissionais de fotografia.
Se a câmara de Matilde Berk falasse,quantas histórias ela havia de con-tar? Histórias e seus enredos, que seadivinham em cada fotografia.Como se fossem o fotograma de umalonga-metragem que começou na
juventude de Matilde, altura em que manifestou osprimeiros sinais de uma tendência natural para asartes. “Ainda muito jovem, enchia as paredes do meuquarto com desenhos feitos a carvão e com compo-sições feitas com fotografias, ou parte delas, recor-tadas das revistas que depois colava cuidadosa-mente sobre folhas de papel branco… uma espéciede Photoshop manual”, conta Matilde Berk.Mas, na época, ser artista em Portugal era sinóni-
mo de instabilidade. Só em 1989, altura em querumou aos Estados Unidos, surgiu a oportunidadede voltar a estudar: “Não hesitei e fui fazer o quemais gostava: Comunicação e Design. Foi então quedescobri a fotografia”.
O curso e muitas horas na câmara escura, “a reve-lar as minhas próprias fotografias e a descobrir osmistérios da fotografia analógica” foram a base daaprendizagem, juntamente com a leitura e o desejode saber e fazer sempre mais: “todos os dias apren-do coisas novas”.Dos primeiros tempos na profissão recorda a pri-
meira câmara, uma Pentax K1000, totalmentemanual. “Assim ditavam, na altura, os requisitospara frequentar a cadeira básica de fotografia. Maistarde tive duas Canons mas foi quando decidi levara fotografia a sério que optei pela Nikon. As objecti-vas Nikkor são de uma nitidez assombrosa”, expli-ca.Cada vez mais fundamentais no dia-a-dia de um
fotógrafo, as ferramentas informáticas são umcolaborador indispensável no estúdio de MatildeBerk: “O Photoshop, a versão 1.5 foi a minha primei-ra compra. Desde então sou cliente recorrente daAdobe, o Lightroom e o Photoshop são as minhasferramentas. u
.”
AROMASSessão pré-nupcial, Campos Agricolas,
Abril de 2009
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CIMA: VERMELHOSessão Trash the Dress, Parque Expo,
Janeiro de 2009
BAIXO DIREITA: AMANHECEU ASSIMSessão Trash the Dress, Pinhal de Leiria,
Janeiro 2009
É aí que “revelo” as minhas imagens e agradeçoisso aos seus criadores todos os santos dias daminha vida. Sou absolutamente “viciada” e nenhu-ma fotografia sai das minhas mãos sem por lá pas-sar. As minhas imagens são telas onde pinto diaria-mente, começo no Lightroom e acabo noPhotoshop”.Para uma boa parte dos fotógrafos, a edição e
pós-processamento são males necessários. Umaopinião que não é partilhada por Matilde Berk.“É no processo de edição que as minhas imagens
ganham vida.• A edição e o pós-processamentopermitem-me, também, aferir e• controlar a quali-dade final dessas mesmas imagens. É nesta faseque estão envolvidas um conjunto de tarefas quepermitem melhorar significativamente a sua quali-dade final. Resumindo, dominar o processo de edi-ção e pós-produção é absolutamente imperativo navida de qualquer fotógrafo”, refere a artista.E a inspiração? Onde vai buscá-la, Matilde Berk?
“Inspiram-me todos os que fazem melhor do queeu! A busca de fontes de inspiração é um trabalho
que faço diariamente. Visito centenas de imagensde outros fotógrafos procurando desenvolver aminha sensibilidade artística e capacidade paraobservar através dessas mesmas imagens, disse-cando-as. De seguida complemento esse trabalhocom uma busca constante de assuntos com poten-cial fotográfico que me permitam aplicar e fazeruso do meu sentido estético. E quando vejo asminhas imagens sou uma fotógrafa feliz”.Claro que nada se faz sem paixão, um dos condi-
mentos essenciais para uma boa fotografia: “Paixãoé a palavra certa para referir a intensidade com quecrio as minhas imagens. Uso o verbo ‘criar’ porquese é no momento do registo que as imagens nas-cem, é no processo de edição que elas crescem e serevelam, e que revelam também muito da persona-lidade de quem as cria”. Aquilo que somos, reflecte-se quase sempre no
nosso trabalho. E os fotógrafos não são excepção:“Sou uma pessoa extrovertida, um pouco excêntri-ca até e que facilmente se aborrece com a rotina.Estas características da minha personalidade u
MATILDE BERK
Equipamento:NIKON D700 (segunda câmara coma aquisição da nova Nikon D3s)NIKKOR 14-24mm 2.8NIKKOR 24-70mm 2.8NIKKOR 70-200mm 2.8 VRNIKKOR 50mm 1.4NIKKOR 85mm 1.8Lens BabyFlash SB-900; SB-600Filtros Lee, medidores de luz, difuso-res, cabos, tripés e monopéManfrotto e o resto da parafernália
www.matildeberk.com
TALENTONão Profissional n Profissional
ESQUERDA: A JANELASessão Trash the Dress, Mosteiro de Alcobaça, Junho 2009
CIMA DIREITA: RETRATO DO CORAÇÃOSessão Trash the Dress, Mosteiro da Batalha, Janeiro 2009
PELA OBJECTIVA DE...
notam-se na riqueza cromática das minhas ima-gens. Gosto de cores fortes e vivas e de imagenscontrastadas, nota-se também na facilidade comque fotografo os mais diversos assuntos”.Quanto ao seu estilo, Matilde descreve-o como
criativo, empreendedor, ambicioso na busca daqualidade, requinte e bom gosto. “Gosto de coisasbonitas. Assim sou eu”.Coisas bonitas como um nascer do sol. E um pôr-
do-sol também. Mas qual deles prefere? “Semprefui madrugadora, adoro o amanhecer e toda amagia que envolve o nascer de um novo dia.Levanto-me cedo com frequência para estar ao nas-cer do sol num determinado local que previamenteestudo. A luz é muito doce a essa hora ilumina abeleza dos cenários ou das pessoas fotografadassem ofuscar”. Ou não fosse a luz o elemento predominante das
suas fotografias: “A luz, a luz, a luz. Sempre, a luznatural”. Claro que não menospreza o encanto datarde, não perdendo uma oportunidade de fotogra-
far um grande final de dia. Ah, e o mar, claro, o grande desafio de um fotó-
grafo. “Os registos que fiz de movimentos de águado mar talvez tenham sido as que mais adrenalinaenvolveram. Para fotografar o mar é preciso estarcontinuamente atento às ondas, às correntes, serousado e chegar mais perto, tudo isto enquanto secria e se olha através da objectiva”, explica.À semelhança dos exames do liceu – e dos con-
cursos televisivos – a pergunta mais difícil ficasempre para o final. Talvez até, a pergunta maisdifícil que se pode colocar a um artista.De todas as criação qual a sua preferida? “Não
tenho uma fotografia preferida. As minhas ima-gens têm, na sua maioria, detalhes de que gostomuito, por isso as mostro aos meus pares e às pes-soas que me seguem”. nZ
MATILDE BERK
DIREITA: O SALTOSessão pré-nupcial, Cacilhas, Abril de 2009
BAIXO: HÁ MANHÃS QUE SÃO DIFERENTESSessão pré-nupcial, Mafra, Março de 2009
“DID I SAY SOMETHINGFUNNY?” “Na manhã de domingo em
que depois de voltar da serra
de Sintra encontrei, na paste-
laria onde sempre tomava o
pequeno-almoço, o Florindo,
pastor, 79 anos. Boina preta
ao lado lembrava-me os pin-
tores franceses. Decidi espe-
rar que saísse. Já fora da
pastelaria, e quando ele saiu,
dirigi-me a ele e disse-lhe que era fotógrafa, que estava apaixonada
pelo rosto dele e perguntei-lhe se o podia fotografar. Ainda antes de
responder fechou os olhos e riu-se com prazer do que lhe acabava
de dizer. Provavelmente não acreditou. Nessa altura tirei-lhe a foto-
grafia. Soube mais tarde que as mazelas da idade avançada o man-
tinham preso à cama. Nada fácil para quem estava habituado a pal-
milhar a serra de Sintra. Guardo a imagem do Florindo com grande
carinho.”
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DESAFIOTEXTO E FOTOS : MAURÍCIO RE IS
Sábado, 17 de Outubro de 2009. O despertadortoca às 6H30. Desligo-o, mas ele não desiste ecerca de 10 minutos depois volta a tocar. O
sono ainda é algum mas o trabalho (ou será pra-zer?) chama por mim. Apronto-me rapidamente enum ápice estou a sair de casa. Primeira coisa quefaço: olho para o céu. Parece que o nascer do Solnão vai ter as tão pretendidas nuvens a ajudar.Entro no carro e saio à procura da melhor localiza-ção para captar um dos eventos mais bonitos dodia. Nasce lindo, como sempre, mas com pouco dra-
matismo. Aproveito para tirar umas fotografias,mas pouco que mereça ser recordado neste espa-ço… limitado. Há que tentar noutro dia, quem sabeno domingo já a seguir.À noite verifico na Internet que o dia seguinte
estará bom, mas pode vir acompanhado de algu-mas nuvens. Boa, era mesmo disto que estava aprecisar.Domingo, 18 de Outubro de 2009. O despertador
volta a tocar às 6H30. Não quero acreditar. O meucérebro e corpo ainda não se recompuseram do dia
AMANHECERNESTA PRIMEIRA EDIÇÃO O DESAFIO FOI COLOCADO… A NÓS
MESMOS. LEVANTAR CEDO PARA APANHAR OS PRIMEIROSRAIOS DE SOL FOI A PROPOSTA QUE GANHOU ENTRE AS
VÁRIAS SUGERIDAS PELA REDACÇÃO. MAS, ACREDITE, HÁCOISAS QUE VALEM REALMENTE O ESFORÇO.
CIMA: AMANHECERCanon 50D . 65mm . f/8 . 2,5"
anterior. Mas o meu subconsciente lembra-me queo dia poderá nascer ainda mais magnífico.Salto da cama como se tivesse sido alavancado
por uma mola e preparo-me aceleradamente. Nãohá tempo a perder.Saio a correr de casa e, novamente, olho para o
céu. Embora ainda escuro é possível adivinhar queo nascer do Sol vai ser um ESPECTÁCULO!!! Nuvenscolocam-se a postos para posar para a fotografia.Destino: Figueira da Foz, trajecto que me levará
cerca de vinte minutos a meia hora a fazer.Comprovo que não podia ter ficado nem mais
um minuto na cama, já que a nascente se vê a pri-meira claridade do dia.A meio caminho olho para a esquerda e tenho
uma visão deslumbrante. Luzes e escuridão naterra e os raios de Sol a despontarem no céu. Sigocaminho, mas tenho que fazer inversão de marchapara (tentar) registar os que os meus olhos viram.Abro a mala, monto o tripé e a máquina e mal
posso esperar para carregar no botão de disparo.Para me aproximar do que pretendia, opto por umateleobjectiva em vez de uma grande angular. Sóassim conseguiria ir buscar os pormenores maislongínquos. Olho para os resultados obtidos e ficosatisfeito. Óptimo, está na hora de seguir viagem…rapidamente, já que o Sol não espera pelos fotógra-fos. Nós é que temos que esperar por ele.Saio da via rápida da Figueira e tomo a direcção
para Leiria. Entro na ponte e primeira desilusão, outristeza, ou que queiram chamar, mas devia terlevado alguém comigo para me deixar a meio dotabuleiro. A vista cá de cima é deslumbrante. O tomlaranja do céu é bonito demais para se perder. Asluzes, lá em baixo, continuam acesas e acabo porperder uma imagem que merecia ser registada portodos os pixéis da minha máquina. Mas não hánada a fazer e o tempo continua a passar. Sigo via-gem, por mais uns breves (para mim longos) minu-tos.No final da ponte vejo o renovado cais, ou mini-
marina, à esquerda. A vista desse ponto parece-meóptima. Também não posso perder mais tempo àprocura de outro local. Estaciono o carro, abro otripé, selecciono a lente ultra grande angular (UGA)Sigma 10-20mm. Coloco alguns filtros (ND8 FullCokin) e uns graduados também da Cokin no bolso
do casaco.Está um fresquinho agradável, estou sozinho
(chega alguém mais tarde para colocar um peque-no barco na água) embora bem acompanhadopelas gaivotas e outras aves que ainda são maismadrugadoras do que eu. Enfim, o cenário perfeito:nascer do Sol, cheiro a maresia, fresquinho, cantardas gaivotas. Que mais posso pedir?Os meus olhos estão maravilhados com o que
vêem e não consigo parar de compor e disparar. u
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CIMA: ESPELHOCanon 50D . 12mm . f/8 . 1/13"
BAIXO: PONTESCanon 50D . 20mm . f/13 . 8"
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DESAFIO
Reparo que as luzes da ponte principal se man-têm acesas. A ponte mais pequena entra no meucampo de visão de forma fotogénica e não resisto.Activo o LiveView, componho a cena, faço a foca-gem manualmente e bloqueio o foco. Coloco o filtroND Full, fecho o diafragma para reduzir a velocida-de de disparo, de forma a minimizar a entrada deluz e tornar a água mais sedosa. Disparo. Olho parao ecrã da máquina e gosto do resultado. Mais duasou três fotos com uma composição ligeiramentediferente e está feito.Rodo sobre mim próprio e continuo a encontrar
variadíssimos pontos de interesse. Vou registandoao mesmo tempo que o céu está cada vez maisclaro. O nascer do Sol está quase, quase a terminar.Processo que não deverá ter durado mais de 45minutos.O céu azul e as nuvens (e os traços dos aviões)
que o pintalgam merecem ficar igualmente grava-das no cartão de memória da minha câmara foto-gráfica. Um grupo de barcos são o meu alvo do
momento. Parecia que estavam mesmo a chamarpor mim.Arrumo apressadamente o material na mala do
carro e arranco em direcção ao Cabedelo (praia quefica a poucos metros do local onde me encontro) evou até ao porto e estaleiro de barcos de pesca.O “Escolinha” foi o meu modelo, não só porque
era o único virado para o rio, como tinha um ardelicioso. As gaivotas, certamente com a mesmaopinião que eu, não arredavam pé (ou asa) de juntodele. A luz já era suficiente para não necessitar derecorrer ao tripé (embora este seja sempre umapreciosa ajuda), garantindo-me velocidades deobturação suficientemente altas para não saíremimagens tremidas. Registo umas quantas imagense dou a hora e meia, desde que saí de casa, comoterminada. O dia acabava de se pôr e o meu desafiohavia sido concluído. Com êxito? Não sei, mas deixonestas páginas o resultado daquilo que, na realida-de, só os meus sentidos conseguiram absorver natotalidade. nZ
BAIXO: ESCOLINHACanon 50D . 11mm . f/6.3 . 1/160"
DIREITA: GAIVOTASCanon 50D . 250mm . f/5.6 . 1/60"
DIREITA BAIXO: BARCOSCanon 50D . 14mm . f/16 . 1/2"
DESAFIO PARA O LE ITOR | ANOITECERDesafiamos o leitor a enviar as suas imagens de uma sessão ao anoitecer, acompanhadas de uma pequena história sobre a aventura.
Fotografe, reúna as fotografias e o texto e grave tudo num CD e envie para o endereço: zOOm - Fotografia Prática . Apartado 97 . 3001-902 Coimbra.
A melhor história e fotografias serão publicadas na edição n.º 2. Prazo de envio: 15 de Janeiro de 2010.
LIGHTROOM
‘Snapshots’ – guardar diversas versõesda mesma foto
1A ferramenta do Lightroom que o ajudaráneste tarefa chama-se ‘Snapshots’ e encon-tra-se localizado na barra lateral esquerda,
como mostrado na imagem.
2Estando a trabalhar no modo ‘Developer’ epretende uma nova versão da fotografiaque está a editar, com diferentes ajustes,
basta carregar na combinação de teclas [Ctrl +N] (Mac: [Command + N]). As definições do“novo” tratamento são adicionadas ao menu‘Snapshots’, bastando dar-lhes um nome.
3Por exemplo, numa imagem que importou(sem qualquer tratamento) aumenta o azuldo céu, satura um pouco as cores, aumenta
o contrate, etc.. Isto é, edita a foto. Clicando em[Ctrl +N] estas alterações serão guardadas no‘Snapshot’. Como nome indique “Cor”, por exem-plo.
4Agora converta a imagem para preto ebranco (‘Grayscale’) e modifique-a a gosto.Carregando novamente em [Ctrl + N] pode-
rá guardar as alterações no ‘Snapshot’ com onome “P&B”.
5No menu ‘Snapshot’, clicando em cima donome, rapidamente o Lightroom mostra asua fotografia com os ajustes guardados.
6A partir daqui pode exportar a imagem indi-vidualmente com cada um dos tratamentosefectuados. Para isto clique no respectivo
nome no menu ‘Snapshots’ e vá a ‘File’ >‘Export’.
OPhotoshop é, certamente, o programa de edição deimagem mais usado por esse mundo fora. Mas tam-bém não deixa de ser verdade que o Lightroom come-
ça a ganhar muito adeptos, quer pela sua versatilidade, como
facilidade de uso.Nesta edição explicamos como é que pode conseguir múlti-
plas versões de uma fotografia, sem perder os ajustes efectua-dos anteriormente. nZ
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CÂMARA ESCURA
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