o essenCiAl QuepreCisA sAber |38
SaúdeJornalAno 4 - Nº 38 Abril 2013 - Mensal Director Editorial: Rui Moreira de Sá
Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro Preço:150 KZ
da
A saúde nas suas mãos
A MaiorRiqueza é a Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDEGOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
...mas a expansão da rede sanitária obriga a corrigir desigualdade na distribuição dos médicos no país
A doença é mortal. Leia a entrevista
ao chefe dos serviços de veterinária
de Luanda. E previna-se |4 e 6
rAivACoberturA vACinAl dosAnimAis não tem sido efiCAz
Autoridades sanitárias do Huambo protegem a população
ensinando-a a prevenir-se |29
CÓLERA
estimule o seu bebéSaiba como eStimular o deSenvolvimento lin-
guíStico, cognitivo, motor e SenSorial
do Seu filho durante o primeiro ano de vida |18
CorAção sAudável Tudo o que precisa
saber sobre o colesterol|20
A dificuldade em controlar a vontade
súbita de urinar constitui um verdadei-
ro tormento diário para quem sofre de
incontinência urinária |24
QuAndo A bexigAnão párA
Até 2025 serão construídos, ou ampliados, e apetrechados66 hospitais, 74 centros de saúde e 4.344 postos de saúde...
2ll ediToRiaL
O QUE PROMETEMOS AO LEITOR
Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano daFaculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Car-valho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Con-ceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isa-bel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Jo-seth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuelade Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.Director Editorial: Rui Moreira de Sá [email protected]; Directora-adjunta: Maria Odete Manso Pinheiro [email protected];
Redacção: Andreia Pereira; Esmeralda Miza; Luís Óscar; Maria Ri-beiro; Patrícia Van-Dúnem.Correspondente provincial: Elsa Inakulo(Huambo) Publicidade: Maria Odete Pinheiro Tel.: 935 432415 [email protected] Revisão:Marta Olias;Fotografia: António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor: Marke-ting For You, Lda - Rua Dr. Alves da Cunha, nº 3, 1º andar - Ingom-bota, Luanda, Angola, Tel.: +(244) 935 432 415 / 914 780 462, [email protected]. Conservatória Registo Comercial deLuanda nº 872-10/100505, NIF 5417089028, Registo no Ministé-rio da Comunicação Social nº 141/A/2011, Folha nº 143.
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mente responsáveis que contribuem para o bem-estar dosangolanos e o desenvolvimento sustentável do país.
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A saúde é um estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não simplesmente a ausência de doen-
ça ou enfermidade. Trata-se de um direito humano fun-
damental. A conquista de um elevado nível de saúde é
a mais importante meta social.
A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimento
pessoal e social, através da melhoria da informação,
educação e reforço das competências que habilitem pa-
ra uma vida saudável. Deste modo, o leitor fica mais ha-
bilitado a controlar a sua saúde, o ambiente, e fazer op-
ções conducentes à sua saúde.
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– Melhorar e prolongar a vida do leitor, através da edu-
cação, informação e prevenção da saúde;
– Contribuir para se atingirem os objectivos e metas da
política nacional de saúde e os Objectivos do Milénio,
através da obtenção de ganhos em saúde nas diferentes
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Queremos estreitar a relação consigo, incentivando a
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2 Módulo - Gestão de Operações e Logística na Saúde 17 a 21 de Junho de 2013
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OPlano Nacional de Desenvolvimento Sa-nitário 2012-2025 (PNDS) – apresenta-do publicamente no Conselho Consultivo
no final do mês passado – constitui um instru-mento estratégico-operacional destinado à ma-terialização das orientações fixadas na Estraté-gia de Desenvolvimento a Longo Prazo "Angola2025" e na Política Nacional de Saúde, no âm-bito da reforma do Sistema Nacional de Saúde.
A visão expressa no PNDS configura a saúdecomo um factor incontornável do desenvolvi-mento global do país e da justiça social e traçaestratégias e metas no sentido de promover oacesso universal aos cuidados de saúde, asse-gurar a equidade na atenção, melhor os meca-nismos de gestão e de financiamento do SistemaNacional de Saúde e oferecer serviços de quali-dade, oportunos e humanizados.
O PNDS apresenta objectivos ambiciosos emtodos os domínios do Sistema Nacional de Saú-de, incluindo o reforço da luta contra as doençasprioritárias, que englobam actualmente asdoenças transmissíveis e as crónicas não trans-missíveis, a atenção à mãe e à criança e a me-lhoria da proximidade dos serviços, bem comodas capacidades de referência dos casos com-plicados.
Nesta edição destacamos duas das áreas de-cisivas para aquele desiderato: a ampliação eapetrechamento da rede sanitária e uma, ape-nas uma, das vertentes do factor crítico essencialpara acompanhar e garantir o sucesso da ex-pansão prevista – a distribuição geográfica dosprofissionais de saúde.
Rui MoReiRa de SáDirector [email protected]
A expansão da rede sanitária e os profissionais de saúde
As inscrições no X CongressoMundial dos Farmacêuticosde Língua Portuguesa, queLuanda acolhe a 30 e 31 deMaio próximo, estão a supe-rar as expectativas. Paraalém das comitivas que vêmdo exterior e dos profissio-nais de farmácia de Luandajá inscritos, também as pro-víncias estão a preparar de-legações. O mesmo aconte-ce com a EXPO FARMA quedecorre em simultâneo, aqual recebeu a confirmaçãoda participação, como expo-sitores, das principais em-presas da indústria farma-cêutica e seus distribuidores.O evento é promovido pelaAssociação de Farmacêuti-cos de Língua Portuguesa(AFPLP), em conjunto com aDirecção Nacional de Medi-camentos e Equipamentosdo Ministério da Saúde deAngola e da Associação dosProfissionais de Farmácia deAngola (Assofarma).
De acordo com o DirectorNacional de Medicamentose Equipamentos BoaventuraMoura “o Congresso consti-tui um grande fórum deaproximação entre a comu-nidade farmacêutica lusófo-na, para troca de experiên-cias profissionais, culturais ecientíficas”. Este ano, oevento celebrará os 20 anosde trabalho e cooperaçãoda AFPLP que realizará, tam-bém, no dia 29, a sua 13ªAssembleia Geral.
Angola tem 216 farma-cêuticos e 631 técnicos mé-dios de farmácia, dos quais597 são auxiliares.
Programa científicoO programa do Con-
gresso inclui sessões dedi-
cadas à produção e ao cir-cuito de medicamentos, àregulamentação do sectorfarmacêutico, à interven-ção dos farmacêuticos nossistemas de saúde e à for-mação pré e pós-gradua-da. Entre os temas em foco,destaca-se a sessão sobre“Produção de medicamen-
tos como potenciador dedesenvolvimento local”.
Estarão presentes repre-sentantes da OMS África,do Ministério da Saúde deAngola, dos governos e dasinstituições dos sectores dasaúde e do medicamentode todos os países lusófo-nos.
ll 3Abril 2013 lJSAll acTuaLidade
Angola dispõe de 1242 farmácias co-
munitárias, 196 farmácias hospitalares,
dois armazéns de medicamentos cen-
trais estatais, três depósitos regionais
estatais, 18 depósitos provinciais es-
tatais e 189 importadores e dis-
tribuidores.
A Chevron-Cabinda Gulf Oil Company Limi-ted (CABGOC), em parceria com o GovernoProvincial de Cabinda, promoveu uma cam-panha de prevenção da malária, na cidade deCabinda, junto à Maternidade 1º de Maio, nodia 25 de Abril, para assinalar o dia mundial deluta contra esta doença endémica.A iniciativa incluiu a doação de 700 mosqui-teiros e diverso material promocional."A malária em Angola ainda é a primeira cau-sa de morte. De acordo com o Programa Na-cional de Controlo da Malária, a doença re-presenta cerca de 35% da demanda de cuida-dos curativos, 20% de internamentos hospita-lares, 40% das mortes perinatais e 25% de mor-talidade materna. Prevenir, sensibilizar e edu-car as pessoas no sentido de tomarem as me-didas certas de prevenção são passos funda-mentais para se reduzir os efeitos letais dadoença", disse a directora geral de Políticas, Re-lações Públicas e Governamentais, RecursosHumanos e Serviços Médicos da Chevron,Vanda Andrade. A educação é uma componente fundamentalpara a erradicação da malária que é causadapor parasitas transmitidos através da picada deum mosquito infectado.
Em simultâneo, decorre a EXPO FARMA2013, onde os participantes têm a opor-tunidade de conhecer as inovações apre-sentadas pelas empresas farmacêuticas edistribuidores que procuram contribuirpara a melhoria do sector da saúde emAngola.
O certame contribui também para atransparência do mercado e combate àcontravenção de medicamentos. “As em-presas presentes como expositoras são asque cumprem a legislação e dão garan-tias de qualidade”, rematou BoaventuraMoura.
EXPO FARMA apresenta inovações
Ângela Pizarro, uma investi-gadora da Faculdade de Far-mácia da Universidade deCoimbra, reuniu informaçãocientífica sobre várias plantasque podem ser usadas nocombate à dengue, dado oseu poder insecticida e repe-lente do mosquito que trans-mite a doença.No âmbito da tese final da
graduação em Medicamen-tos e Produtos à Base de Plan-tas, Ângela Pizarro defendeu que estas plantaspodem fazer parte de formulações de produtosde acção insecticida ou repelente do mosquito
vector que transmite o vírusda dengue. Para Ângela Pizarro, a parti-cularidade destas plantas é ofacto de serem aromáticas ede possuírem poderososóleos essenciais, tais como asespécies de Mentha, Eucalyp-tus e Glycirrhiza glabra (alca-çuz), que perturbam o pro-cesso normal da transmissãoda doença, actuando desdea eliminação do mosquito
(insecticida) até à prevenção da picada (repe-lente). Saiba mais sobre a dengue na página 38.
Plantas com poder insecticida podem ajudar a combater dengue
BOAveNTurA MOurA “entre os temas em foco, destaca-se a sessão sobre a produção de medicamentos como potenciador de desenvolvimento local”
a sessão de apresentação do evento aos responsáveis das empresasdo sector – que encheram a sala – decorreu este mês em luanda
O Dia Mundial da Saúde foi celebrado em Luanda, na manhã do domingo 7 de Abril, com uma mar-cha a favor de uma melhor saúde, medição da tensão arterial, promoção de exercícios físicos e deuma alimentação saudável.Estiveram presentes o Secretário de Estado da Saúde, Carlos Masseca, a Directora Nacional de Saú-de Pública, Adelaide de Carvalho, a Directora Provincial de Saúde de Luanda, Rosa Bessa, directo-res nacionais de saúde, directores de hospitais de Luanda, profissionais de saúde, representantes deONGs, do sector privado e outros parceiros da sociedade civil, assim como oficiais das agênciasdas Nações Unidas, com destaque para o representante da OMS. O Jornal da Saúde acompanhou.
Cabinda
Chevron promoveu campanha de prevenção contra a malária A iniciativa incluiu a doação de mosquiteiros à população
Farmacêuticos lusófonos em peso no X Congresso
4ll RAIVA Abril 2013 lJSA
- Que avaliação faz do traba-
lho realizado até ao momen-
to na luta contra raiva?
- A raiva é uma doença endé-mica em Angola. Há quatroanos, notámos um aumentoconsiderável no número deóbitos nos humanos. Fruto dis-so, foi criada uma comissão in-terministerial de combate àraiva. Esta comissão estende-se aos governos das provín-cias. É composta por vários ór-gãos, todos com a finalidadede combater a raiva. Fazemparte da comissão o Ministérioda Agricultura, da Saúde, daComunicação Social, da Ad-ministração do Território, doInterior, das Finanças e da De-fesa. Ao nível dos governosprovinciais são os órgãos lo-cais destes ministérios quecompõem a comissão. Existeuma comissão técnica que in-clui os Serviços de Veterinária,a Direcção Nacional de SaúdePública, o Serviço de Protec-ção Física e Bombeiros. Delafaz parte o director do Ministé-rio da Administração do Terri-tório para os Assuntos Locaise da Comunicação Social e es-tende-se aos governos provin-ciais, que é onde nós estamos.Nos governos provinciais tam-bém há uma comissão com-posta pelos chefes, no caso osgovernadores provinciais, queé apoiada por uma comissãotécnica, onde nós fazemos par-te. Tratam do assunto da raivaos Serviços de Veterinária (quedevem cuidar dos animais quetêm proprietário), os ServiçosComunitários (que tratam dosanimais que circulam pelasruas), os Serviços de Saúde(que tratam as pessoas que, por
qualquer motivo, tenham tidoum incidente com animais), osórgãos de comunicação social(para levar à população a men-sagem sobre como proceder eprevenir a raiva) e os outros,como o Ministério do Interiore o da Defesa, funcionam co-mo suporte às acções necessá-
rias para o controlo da doença.- Desde a criação da comis-
são, o que foi feito dentro das
competências dos Serviços
de Veterinária?
- As nossas acções têm incidi-do na sensibilização das pes-soas para a necessidade de cui-dar dos cães, vaciná-los contra
a raiva, de maneira a que elespossam estar imunizados enão representem risco para oshumanos. É assim que, todosos anos, realizamos campa-nhas de vacinação e, todos osanos, de 1 de Janeiro a 31 deDezembro, vacinamos os ani-mais contra a raiva. A vacina-ção é gratuita, não se paga. Pornorma, realizamos uma cam-panha e vacinamos nos nossospostos espalhados pela cidadedurante todo ano. No ano pas-sado, vacinámos cerca de 55mil animais, na maioria cães,e, este ano, estamos a prepararuma campanha. Mas, mesmoassim, já estamos a vacinar nosnossos postos fixos desde Ja-neiro.- Com o trabalho realizado,
qual é a situação?
- O número de óbitos nos hu-manos reduziu-se mas, tendo
em conta as características daprópria doença, o nosso lemaé: enquanto houver uma pes-soa vítima de raiva o nosso tra-balho não está concluído.- Os hospitais continuam a
receber casos de crianças
mordidas por animais...
- Mordidas… É preciso escla-recer que os animais mordemas pessoas por diferentes mo-tivos e, infelizmente, um delesé quando está contaminadocom a raiva. Eles podem mor-der por competição de comidaou de espaço, por violação deespaço ou por agressão. Osanimais reagem de diferentesmaneiras, em função das situa-ções. Quando estão afectadospela doença, a primeira altera-ção é no sistema nervoso cen-tral. Ficam agressivos e mor-dem as pessoas. Mas o facto deter sido mordida não quer di-zer que a pessoa contraiu a rai-va. Nem todas as pessoas mor-didas contraem a doença, poispodem ser mordidas por umanimal que não esteja conta-minado.- Mas, ainda assim, como in-
terpreta o facto de haver ain-
da muitas crianças a serem
mordidas por animais afec-
tados pela raiva?
- O que se pode dizer é que sehá doença nos humanos é por-que a cobertura vacinal dosanimais não tem sido a maiseficaz. Há uma margem deanimais que fica por vacinarporque nós não vacinamos osanimais de rua. Pode ser queestas crianças estejam a sermordidas por animais vadios.
Não temos como vacinar estesanimais.- Mas, se a ideia é combater a
raiva, não deveriam tam-
bém incluir estes animais
nos vossos Serviços?
- Por isso é que eu disse que ocombate à raiva não é feito so-mente pelos Serviços de Vete-rinária. O combate a raiva éfeito pelos Serviços de Veteri-nária, que devem vacinar osanimais com dono, e os Servi-ços Comunitários que devemrecolher os animais na via pú-blica.- E têm recolhido esses ani-
mais vadios?
- Essa informação poderá ser-lhe fornecida, com maior pro-priedade, pelos colegas dosServiços Comunitários. O quetemos conhecimento é queeles, de facto, têm recolhido.Mas olhemos para a concen-tração de humanos na provín-cia de Luanda. Normalmente,quanto mais pessoas houvermais cães haverá também. En-tão, a probabilidade de haveranimais na rua também émaior porque mais pessoas sedesfazem dos seus animais.Quer dizer que o trabalho derecolha tem de acompanhar adensidade populacional huma-na existente na província, demaneira a reduzir ao máximo– e, se possível, até extinguir –os cães vadios. A provínciatem em funcionamento umCanil/Gatil no município deCacuaco. Construiu-se outrono município de Viana, queem breve estará em funciona-mento, para acondicionamen-to destes animais que são reco-lhidos na via pública.- Nos casos dos cães com do-
no, quando se constata que
estão com raiva, qual tem si-
do o procedimento?
- As pessoas têm que ser edu-cadas no sentido de que, quan-do um animal ataca alguém eeste animal tem dono, o pro-prietário deve apresentá-lo nosServiços de Veterinária para oanimal ser observado duranteum período de 10 dias. Nesteperíodo, desde o 1.º dia, ava-lia-se o comportamento doanimal. Se haver alguma alte-ração no comportamento ou oanimal morrer, a pessoa temque fazer o esquema pós-ex-posição completo. Desde o diaem que aparece nos Serviçosde Veterinária até ao 10.º dia,terá de apanhar três vacinas:uma no dia zero, outra no 3.º
Maria ribeiro
n as unidades de saúde de
Luanda continuam a rece-
ber vários casos de crian-
ças mordidas por animais
com raiva. a propósito da si-
tuação, o Jornal da Saúde
ouviu o chefe dos Serviços
de Veterinária de Luanda,
edgar Dombolo, que, das
várias situações enumera-
das como eventuais causas
da persistência destes ca-
sos, realça a necessidade
da extensão dos serviços às
comunas e a informação à
população sobre os cuida-
dos a ter com os animais
domésticos
“O combate àraiva é feitopelos Serviçosde Veterinária,que devemvacinar osanimais comdono, e osServiçosComunitáriosque devemrecolher osanimais na viapública”
Edgar dombolo, chEfE dos sErviços dE vEtErinária dE luanda
«Se há raiva nos humanos é porque a cobertura vacinal dos animais não tem sido a mais eficaz»
- Pelas características epidemiológicas da doença, todas asmedidas deveriam ser intensificadas. E isso começa pela pró-pria informação da população. Esta é a nossa base para o su-cesso. A população precisa de saber como tratar um animal, in-dependentemente de ter mordido ou não. Ele tem que ter saú-de, ser desparasitado, ter boa alimentação, ir periodicamenteao veterinário para ser vacinado. Entre as várias vacinas quedeve apanhar, para nós, a mais importante é a da raiva, pelascaracterísticas da doença. O Governo vacina os animais contraa raiva gratuitamente. Deve-se saber tratar bem dos animais.
Conselhos a quemtem animais domésticos
publicidade ll 5Abril 2013 l JSA
6ll RAIVA Abril 2013 lJSA
dia e uma terceira no 7.º dia. E espera-se pela observação do veterinário ao10.º dia. Em função do resultado daobservação do animal, continua ounão a fazer as vacinações. Por isso éque digo que o nosso serviço trabalhaem estreita colaboração com os Ser-viços de Saúde porque quem vacinaas pessoas são os Serviços de Saúde.O que acontece é que, muitas vezes,as pessoas são mordidas e não vão nodevido momento solicitar os serviçosadequados. Vão para os postos médi-cos particulares, apanham a vacinacontra o tétano e pensam que o pro-blema está resolvido. Isto acontecepor falta de informação. A mensagemsobre o que as pessoas devem fazerquando são atacadas por animais de-ve passar sempre. Nestes casos, ex-ceptuando animais venenosos comoa cobra, em primeiro lugar, deve-selavar a ferida com bastante sabão, de-sinfectar a ferida com álcool e dirigir-se, de preferência, a uma unidade sa-nitária estatal, porque muitos postosprivados, infelizmente, têm dificulda-de em tratar destes casos de raiva.Eles aplicam a vacina contra o tétanoe pensam que o problema está resol-vido.- Os Serviços de Veterinária têm, de
facto, o controlo dos cães com dono,
mas, na maior parte das vezes, os
cães vadios são cães que foram
abandonados…
- A tarefa do registo dos animais é dacompetência das administrações mu-nicipais. São elas que devem fazer oregisto dos proprietários dos animaisde tal maneira que, quando um animalaparecer na via pública, se consigachegar ao seu proprietário. Abando-nar o animal na via pública não é oprocedimento mais correcto. Nós te-mos um Canil/Gatil. Se a pessoa jánão quiser ter o animal pode ligar parao número 922389617 e uma equipafará a recolha do animal. Porque umanimal posto na via pública, se estiverjá contaminado, representa não só umperigo para as pessoasmas também paraos outros animais.Para as pessoasporque, infe-lizmente, seele mor-der al-guém
e se essa pessoa não for atendidaoportunamente pode perecer e o cãotambém vai morrer. Se este cão mor-rer acaba o problema. O pior é se ocão lutar com outros animais, propa-gando o vírus.- Com isso quer dizer que os Servi-
ços de Veterinária limitam-se ao
trabalho da vacinação?
- Nós, enquanto Serviço de Veteriná-ria, tratamos de vários problemas.Muitas vezes formamos equipas comos colegas da Saúde e dos Serviços
Comunitários e fazemosbuscas activas de
casos. Geral-mente,
quando acontece morte de pessoaspor raiva nos hospitais, vamos até aolocal de residência da vítima e per-guntamos por mais pessoas atacadaspelo animal. Na área, num raio de trêsquilómetros, vacinamos os animaisque, por qualquer razão, não tenhamsido vacinados. Recolhemos os ani-mais naquele perímetro. Os colegas
da Saúde vacinam todas as pessoasque dizem que foram mordidas. Nósfuncionamos assim, em resposta aoscasos. Esta é uma resposta conjunta.O que temos apelado, já na base daprevenção, é para que as pessoasocorram aos nossos postos de vacina-ção espalhados pelos diferentes mu-nicípios.
O que é?a raiva é uma doença infecciosa agudacausada por um vírus que acomete ma-míferos, inclusive o homem.
Qual o
microrganismo
envolvido?vírus do género lyssavirus, famíliarabhdoviridae.
Quais
os sintomas?os sinais duram de dois a quatro dias esão inespecíficos. o paciente apresentamal-estar, pequeno aumento de tempe-ratura, anorexia, cefaleia, náuseas, dorde garganta, entorpecimento, irritabili-dade, inquietude e sensação de angús-tia. Podem ocorrer hiperestesiae parestesia no trajeto de nervos perifé-ricos, próximos ao local da mordedura ealterações de comportamento. a infec-ção progride, surgindo manifestaçõesde ansiedade e hiperexcitabilidadecrescentes, febre, delírios, espasmosmusculares involuntários, generaliza-dos e/ou convulsões. Espasmos dosmúsculos da laringe, faringe e línguaocorrem quando o paciente vê ou tentaingerir líquido, apresentando sialorreiaintensa. os espasmos musculares evo-luem para paralisia, levando a altera-ções cardiorrespiratórias, retenção uri-nária e obstipação intestinal. o pacientemantém-se consciente, com período dealucinações, até à instalação de quadrocomatoso e evolução para óbito. obser-va-se presença de disfagia, aerofobia,hiperacusia, fotofobia. o período deevolução após instalados os sinais esintomas até o óbito, é em geral de cin-co a sete dias.
Como se transmite?a doença é transmitida ao homem prin-cipalmente através da mordedura deanimais infectados.
Como prevenir?vacinando anualmente cães e gatos,não se aproximar de cães e gatos semdonos, não mexer ou tocar quando esti-verem a alimentar-se ou a dormir. nun-ca tocar em morcegos ou outros ani-mais silvestres diretamente, principal-mente quando estiverem caídos nochão ou encontrados em situações nãohabituais.
O que se deve
fazer quando
agredido?a assistência médica deve ser procura-da o mais rápido possível após a agres-são. Quanto ao ferimento: deve-se lavarabundantemente com água e sabão eaplicar algum produto antisséptico. oesquema de profilaxia da raiva humanadeve ser prescrito pelo médico, ou, ca-so não tenha acesso, por um enfermei-ro, que avaliará o caso. se possívelmanter o animal (cão ou gato) em ob-servação por 10 dias para ver se o ani-mal manifesta doença ou morre. caso oanimal adoeça nesse período, informaro serviço de saúde imediatamente.
O essencialsobre a raiva
- Estamos a melhorar no tratamento. Se fomos a ver, há cinco ou dez anoshavia poucos consultórios de veterinária. Nós temos na cidade de Luandamais de dez. Se está a aumentar é porque há solicitação deste serviço e éporque as pessoas estão a ganhar consciência de como tratar os seus ani-mais. É preciso que a informação chegue a localidades como Maria Teresa,na Muxima, Cabo Ledo, e que os serviços para tratar bem dos animais che-guem a estes sítios, para que todas as pessoas saibam como tratar correcta-mente os seus animais. É importante que os serviços estejam mais próxi-mos do cidadão. Infelizmente, há uma área deste serviço que vem com o
sector privado. O sector estatal, neste momento, está representado ape-nas nos municípios e não nas comunas. Como temos suprido esta
lacuna? De quando em vez, conversamos com os coordenadoresdos bairros e com os Sobas e realizamos programas nas aldeias,seja para desparasitação, seja para vacinação dos cães. Nestes
contactos com a população elevamos o nível de conhecimentosobre como se deve tratar os animais e o nosso nível de conheci-
mento sobre como a população trata dos cães. Precisamos de es-tender os serviços a todos os pontos da província. Fizemos isso com
as campanhas de vacinação mas é uma actividade que acontece duas ve-zes por ano. Para este ano, estamos a preparar uma campanha para os me-
ses de Junho/Julho e, em função desta, vamos ver se será necessário maisuma ou não. Mas os nossos postos continuarão a vacinar. Chamamos àatenção dos pais para quando as crianças aparecerem feridas em casa. Oque acontece normalmente é baterem, mas isso leva a uma situação em
que, depois de 45 dia 50, a criança fica doente e já não há nada a fazer. Ospais e encarregados não devem bater as crianças feridas mas sim cuidar daferida. Aconselhamos lavar bem a ferida, com bastante sabão, e passar tin-tura de iodo ou álcool e, depois, ir a uma unidade sanitária para a criança serseguida.
Temos tratado bem dos animais?
publicidade ll 7Abril 2013 lJSA
8ll CLÍNICAS Abril 2013 lJSA
Quando o servi-ço de oftal-mologia daClínica Giras-sol iniciou, as suas activi-
dades resumiam-se às consul-tas de oftalmologia e optome-tria. «Não havia exames, nãotinha um bloco diferenciadode oftalmologia», lembrou omédico Pedro Albuquerque.
No entanto, apesar da limi-tação dos serviços, a equipamédica era frequentementeconfrontada com uma deman-da de pacientes que exigia umtratamento mais diferenciado.Vivia-se um dilema: do pontode vista clínico, o serviço dis-punha de pessoal médico qua-lificado para dar resposta à de-manda. Mas, do ponto de téc-nico, faltavam os equipamen-tos para dar suporte à activida-de médica. Por esta razão, eracom certa insatisfação que aequipa médica via muitos pa-cientes partirem para o exte-rior do país para darem conti-nuidade ao tratamento de pato-logias que internamente po-diam ser solucionadas.
A equipa médica, em 2011,sensibilizou a direcção da clí-nica Girassol no sentido derealizar um investimento devulto no serviço de oftalmolo-gia que o deixou apto para aabsorção dos mais variados ti-pos de serviços da especialida-de.
Em termos médicos, a of-talmologia é uma especialida-de da medicina que estuda etrata as doenças relacionadas àvisão e distúrbios de refracção,entre outras. Dentre as váriassub-especialidades, encontra-mos a oftalmologia pediátricae estrabismo, a plástica ocular,doenças do segmento anterior,doenças das vias lacrimais,
glaucoma, a cirurgia refracti-va, retina e neuroftalmologia.
Pedro Albuquerque lem-bra que, fruto do investimentoefectuado, o serviço, que hojefunciona 24 horas ao dia, con-ta com uma área para atendi-mento de urgência, consultasexternas, área para realizaçãode exames de check-up e pos-sui bloco operatório onde ho-je são realizadas muitas dasoperações que anteriormenteeram feitas no exterior dopaís.
«Conseguirmos subdividiro serviço de oftalmologia em
vários ramos e ter um localonde fazemos as consultas deoftalmologias e optometria.Dispomos de uma área ondefazemos os atendimentos deurgência, os check-up, os exa-mes complementares e umbloco operatório onde realiza-mos, quer a cirurgia ambula-tória, como as de urgência»,reforçou o médico.
Cirurgias da retina
e as refractivas
Hoje, o serviço de oftal-mologia tem capacidade parafazer ecografia ocular, con-sultas de optometria, paqui-metrias, retinografias semmedríase, tomografia do ner-vo óptico, angiografias, mi-croscopia endotelial, topogra-fia corneal e electrofisiologia.
Com vista à melhoria dosserviços, está previsto paraeste ano o arranque das cirur-gias da retina e as refractivas,onde irão tratar os casos comoas ametropias. «Estamos atratar da vinda dos professo-res que irão ministrar o cursoque, em princípio, irá abran-ger todos os médicos angola-nos. A formação será gratuita.Para 2014, estuda-se a possi-bilidade de iniciarmos a for-mação de especialistas em of-talmologia na sua totalidadeem território angolano», reve-lou o médico.
O glaucoma e outras
doenças tratáveis
Para dar suporte à deman-da, o serviço de oftalmologiada clínica Girassol conta como suporte de 15 médicos, doistécnicos, três optometristas,duas enfermeiras e quatro re-cepcionistas. A unidade hos-pitalar conta ainda no seuquadro médico com a únicaespecialista de retina em An-gola.
Dados avançados pelochefe dos serviços oftalmoló-gicos indicam que só no mêsde Março foram atendidos692 pacientes, somatório dasconsultas externas e serviçosde urgência. No mesmo pe-ríodo, foram realizadas 38 in-tervenções cirúrgicas, onde odestaque foi o tratamento dascataratas. Note-se que a Clíni-ca Girassol é privada e, comotal, o afluxo de doentes não écomparável ao dos hospitaispúblicos.
Nos serviços de oftalmo-logia as patologias mais co-mum são as de refracção, ouseja, pessoas que procuram osserviços porque têm algumasdificuldades em ver. «Pode-mos corrigir este problema,ou com lentes de contacto, oucom prescrição de uso de ócu-los».
A segunda causa da ida asconsultas está relacionadacom processos inflamatóriosnormais e as cataratas «quesão a base das nossas cirur-gias», acrescentou médico.
O serviço tem tambémcriadas as condições para de-tectar e tratar precocementeos casos de glaucoma, umadoença que tem causado ce-gueira a muitos angolanos. «Éuma doença crónica, umadoença que em princípio é pa-ra toda vida, pelo que precisa-
mos diagnosticar o mais pre-cocemente possível e medicarpara não evoluir», aconse-lhou.
Exames disponíveis
Para o tratamento recor-rem aos vários exames quetêm disponíveis. Através dosexames de tonometria, porexemplo, é possível fazer amedição da tensão intra-ocu-lar. Já os exames de paquime-tria ajudam a determinar a es-pessura da córnea. Com a re-tinografia pode-se tirar umafotografia do fundo do olho ecom a OCT ver as lesões dasfibras do nervo óptico. «Sãoexames que permitem fazerum seguimento do glaucoma.Muitas das vezes o pacientenão vem à consulta porque éuma doença que não provocador. O indivíduo segue a suavida normalmente porquepermanece com a visão cen-tral durante muitos anos, mas,aos poucos, vai perdendo a vi-são periférica até que chegaum dia em que fica cego.Aqui, sim, vem a correr aomédico, mas, nesta condiçãoo nervo está atrofiado e já nãose pode fazer nada». Por estarazão, o médico recomendaque sempre que possível deveir-se a uma consulta de oftal-mologia, ao invés de consultade optometria, principalmen-te a partir dos 40 anos.
MARiA RibEiRo
n Após a decisão da direc-
ção da Clínica Girassol em
realizar um investimento no
serviço de oftalmologia pa-
ra reduzir o envio de pacien-
tes para o exterior do país, a
equipa médica dos serviços
de oftalmologia desta uni-
dade já tem em vista dois
novos desafios. Segundo o
chefe dos serviços, Pedro
Albuquerque, este ano a
meta é iniciar as cirurgias
refractivas e da retina.
“O serviço deoftalmologia temcapacidade parafazer ecografiaocular,consultas deoptometria,paquimetrias,retinografiassem medríase,tomografia donervo óptico,angiografias,microscopiaendotelial,topografiacorneal eelectrofisiologia”
NA ClíNiCA GirASSol
Atenção
às crianças
Sobre os cuidados a ter pa-ra assegurar a visão, PedroAlbuquerque recomendaque, logo a nascença, ascrianças devem ser obser-vadas por um oftalmologis-ta para se detectar precoce-mente eventuais anomaliasque podem condicionar avisão futuramente.reconhecendo a dificulda-de do acesso a estes servi-ços, o especialista aconse-lha, nestes casos, a realiza-ção de exames às criançasna altura em que entrampara o sistema de ensino.«As crianças antes de entra-rem para escola devem serobservadas. Frequente-mente o desinteresse podeser causado pela dificulda-de visual», disse. Para os adultos a recomen-dação do médico é de, apartir dos 40 anos, consul-tarem regularmente um es-pecialista para realizar exa-mes e saberem se têmglaucoma, ou outra patolo-gia crónica que muitas dasvezes está relacionada comdiabetes, hipertensão arte-rial, etc.
Pedro Albuquerque Este ano a meta é iniciar as cirurgias refractivas e da retina
Equipamento e tecnologia de última geração apetrecham os serviços
de oftalmologia da Clínica Girassol
A oftalmologista retinóloga, Eva, observa a jornalista Maria Ribeiro que
testou a eficiência e humanização dos serviços
Investimento nos serviços de oftalmologiareduziu envio de pacientes para o estrangeiro
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Luanda passou a
contar com uma
unidade de exce-
lência dedicada
exclusivamente
ao diagnóstico clínico, congre-
gando todas as modalidades
de imagens médicas no domí-
nio do radiodiagnóstico e da
radiologia de intervenção não
vascular.
Dispondo da mais avança-
da tecnologia, o Centro de
Diagnóstico por Imagem de
Luanda (CDIL), inaugurado
pelo Ministro da Saúde, José
Van-Dúnem, com uma capaci-
dade de atendimento de mais
de 50 pacientes por dia, está
localizado na Rua Rei Katya-
vala, no cruzamento com a
Rua da Liga Africana.
Valências e inovação
Com valências instaladas
nas áreas de radiologia con-
vencional, ecografia, TAC es-
piral multicorte (128 slices),
ressonância magnética de alto
campo (1,5 Tesla) e mamogra-
fia digital com estereotaxia, o
CDIL está diferenciado para a
realização de estudos de pato-
logia músculo-esquelético, em
medicina desportiva, estudos
do fígado, vias biliares e do
pâncreas. E, ainda, colangio-
ressonância, angio-TAC e an-
gio¬-ressonância em neuro-
radiologia, cardiologia, corpo
e periférico. Dispõe de méto-
dos inovadores de estudo do
tracto urogenital e do tracto
gastrointestinal (como, por
exemplo, a colonoscopia vir-
tual), investigação gineco-
obstétrica, radiopediatria e
também de estudos da mandí-
bula e maxilar superior, com
dental scan, para planificação
de implantes dentários. De sa-
lientar que todos os exames
que utilizam radiação X são
realizados com técnica de bai-
xa dose.
O CDIL está também voca-
cionado para os estudos na
área da oncologia, realçando-
se a possibilidade de efectuar
estudos de ressonância ma-
gnética com difusão, uma
mais valia na pesquisa de neo-
plasias, localizações secundá-
rias e recidivas.
O Centro dispõe igualmen-
te de capacidade técnica e
competências para a realiza-
ção de manobras de radiologia
de intervenção não vascular,
como biópsias percutâneas,
incluindo as biópsias estereo-
táxicas da mama e drenagens
de colecções intra-abdomi-
nais, pulmonares e outras.
Ambiente agradável
e confortável
Com um ambiente agradá-
vel e confortável – nada que se
assemelhe à habitual frieza e
impessoalidade de uma unida-
de de saúde convencional – e
uma equipa de profissionais
altamente qualificada, lidera-
da pela médica especialista em
radiodiagnóstico Teresa Car-
valho, o CDIL realiza os diver-
sos exames com segurança e
eficácia, com relatórios rápi-
dos, assertivos e confidenciais.
10ll clínicas Abril 2013 lJSA
A área de diagnóstico por imagem, em cons-
tante desenvolvimento e evolução, é essencial
para uma correcta avaliação e consequentes
tratamentos e "follow-up" dos pacientes.
Este centro vem dinamizar a cidade de Luan-
da nesta área e é, seguramente, uma mais valia
na conjuntura actual da medicina no país.
Num futuro próximo, o CDIL vai ainda incor-
porar as valências de cardiologia e oncologia,
com consultas e exames clínicos específicos
dessas especialidades.
Uma consulta especializada em doenças on-
cológicas, que inclui o cancro da mama – con-
gregando o conhecimento e a experiência das
várias especialidades médicas – será um con-
tributo fundamental para que o diagnóstico e o
tratamento sejam realizados adequadamente.
O objectivo da consulta de oncologia é ofere-
cer um serviço especializado, em que, para
além do diagnóstico, o doente é informado e
aconselhado sobre o tratamento mais indica-
do. Por outro lado, os doentes com patologia
oncológica podem ser seguidos regularmente
nesta consulta.
O futuro: cardiologia e oncologia
MARIA RIbEIRO
n A realização de diagnós-
ticos clínicos com seguran-
ça, a disponibilidade de
uma equipa qualificada,
aliado a um atendimento
personalizado, são, à parti-
da, as referências do Centro
de Diagnóstico por Imagem
de Luanda (CDIL), recente-
mente inaugurado.
inAuguRAdo CenTRo de diAgnóSTiCo poR imAgem
Os equipamentosde última geraçãoe sua utilização
para garantir a segurança e aeficácia dos exames, assimcomo produzir relatórios se-guros, o CdiL dispõe, entreoutros, dos seguintes equipa-mentos:Mamógrafo de Aquisição
Digital com monitores de al-
ta resolução - Com este apa-relho a equipa chefiada porTeresa Carvalho tem a possi-bilidade de fazer biopsias porestereotaxia nas lesões nãopalpáveis e sem traduçãoecográfica. Com recurso a es-te equipamento é possível,por computador, marcar o lo-cal das microcalcificações ede outras lesões, efectuando-se assim biópsias de alta pre-cisão.Ecógrafo de última geração
- Com este equipamento fa-zem-se todo o tipo de ecogra-fias, nomeadamente as eco-grafias doppler. possui soft-ware próprio para alguns exa-mes, como por exemplo naárea da obstetrícia.Radiologia Convencional -Com baixa dose de radiação,este aparelho realiza diferen-tes tipos de exames no tórax eoutras partes do corpo huma-no. Ressonância Magnética - Al-to Campo – 1,5T – este equi-pamento permite, sem recor-rer a qualquer tipo de radia-ção, realizar estudos com ex-celente caracterização teci-dual. os estudos com difu-são, mesmo sem recorrer àadministração de contrasteendo-venoso, auxiliam a iden-tificação de patologia malig-na. Tomografia Espiral Multi-
corte (128 sl) - o equipamen-to, com aquisições de 0,5mm, permite reconstruçõesvolumétricas optimizando aacuidade diagnóstica, comrecurso à estação de trabalho- Vitrea. Realçamos estudosendo-luminais (colonoscopiavirtual e broncoscopia virtual),estudos vasculares (angio-grafias, coronariografias), es-tudos de nódulos pulmona-res, entre outros. está equipa-do com módulo de escopiadirecta para guiar as mano-bras de intervenção.Todos os exames são entre-gues ao paciente sob a formade Cd e de imagens impres-sas em papel fotográfico (A4). Se necessário, para assegu-rar o diagnóstico, existe aindaa possibilidade de recurso àtelemedicina com especialis-tas portugueses para duplaleitura dos exames.
A equipA do CdiL Ale-
xandra (responsável pela
área de recursos huma-
nos e stocks), Loyde (au-
xiliar da acção médico-
técnica), Magda (recep-
cionista), Etiandro (dacti-
lógrafo), Adalgisa (auxi-
liar da acção médico-téc-
nica), Mário Celestino
(administrador), Teresa
Carvalho (directora clíni-
ca), Helena Soares e Hél-
der Oliveira (técnicos).
Não ficaram na foto a res-
ponsável pela área técni-
ca, Dulce, angolana for-
mada em Portugal, a ad-
ministrativa Iria e a Tatia-
na e Goreti responsáveis
pela higiene e limpeza.
O ministro da saúde, José Van-Dúnem, no acto de inauguração do CDIL
A técnica de radiologia Helena Soares mostra o equipamento de Tomogra-fia Espiral Multi-corte
O técnico de radiologia Hélder Oliveira na Vítrea e Teresa Carvalho (direc-tora clínica) a relatar exames no PACS (picturais arquiving computer sys-tem) – Osirix
Luanda já tem centro de diagnóstico clínico de alto nível
Rua Eça de Queiroz, nº 62, Alvalade (em frente às bombas de combustível da RNA), Luanda
Tel: 939 771 633 E-mail: [email protected] WEB: www.bsenso.com
12ll plano sanitário Abril 2013 lJSA
Omapa sanitário na-
cional, realizado de
2007 a 2011, ca-
dastrou 2.356 uni-
dades, das quais só
1.854 eram funcionais, sendo 22%
de construção não definitiva. Por
outro lado, apenas 712 unidades
têm casa de banho, 245 têm acesso
à rede de água potável, 278 utilizam
água dos furos/poços, 93 compram
água e 955 (51%) não dispõem de
água. Cerca de 1.200 não têm ener-
gia elétrica, o que inviabiliza a uti-
lização dos equipamentos instala-
dos bem como os serviços no perío-
do noturno. Em geral, a rede de in-
tra-estruturas do nível primário tem
estruturas antigas, em mau estado
de conservação e pouco apetrecha-
das em termos de equipamentos e
de pessoal. Muitas unidades care-
cem ainda de condições básicas de
funcionamento, tais como água,
energia, saneamento e material di-
verso.
Em Angola, o maior número de
unidades sanitárias pertence ao Sis-
tema Nacional de Saúde (SNS). A
rede de prestação de cuidados de
saúde do SNS, em estado funcio-
nal, é constituída por 1.305 postos
de saúde, 291 centros de saúde, 34
centros materno-infantis, 146 hos-
pitais municipais, 22 hospitais ge-
rais, 20 hospitais centrais e 36 uni-
dades diversas entre sanatórios sem
tipificação. A maioria destas unida-
des sanitárias beneficiou de obras
de reabilitação e outras foram cons-
truídas de raiz. Os postos de saúde
são o tipo de unidade sanitária em
maior número e presença territorial,
e constituem a principal porta de
entrada do Sistema Nacional de
Saúde. Todavia, a sua omnipresen-
ça tem um impacto muito limitado
na melhoria da saúde das comuni-
dades, tanto pela quantidade e com-
petência dos seus profissionais, co-
mo pela reduzida oferta e qualidade
de serviços que prestam, resultando
numa relação custo-efectiva muito
baixa.
Expansão da rede
sanitária
O PNDS estabelece critérios para
a expansão da rede sanitária até
2025. Prevê que os postos de saúde
disponham, logo de início, de espa-
ço suficiente que permita a sua am-
pliação e progressiva transformação
em centros de saúde, capazes de ofe-
recer um pacote de serviços mais di-
ferenciados à população. Estabelece
igualmente, normas para a padroni-
zação e manutenção dos diferentes
tipos de unidades sanitárias, de for-
ma a garantirem condições para ofe-
recerem cuidados e serviços.
O PNDS prevê a revisão da tipo-
logia e a dotação de tecnologias de
saúde previstas para cada nível de
atenção, para adequar a oferta de
exames complementares de diag-
nóstico e terapêutica.
A manutenção preventiva ou de
reparação dos equipamentos e edifí-
cios constitui, também, uma preocu-
pação no sector, tendo em conta que
o crescimento do parque de estrutu-
ras de saúde e de equipamentos, não
tem sido acompanhado de uma cul-
tura neste domínio.
O elevado número de unidades
sanitárias em determinados municí-
pios, nem sempre traduz uma maior
disponibilidade de serviços, devido
à carência em equipamentos e em
recursos humanos. Nem todas as
unidades oferecem serviços compa-
tíveis com a sua tipologia, por causa
dessas insuficiências. Pode deduzir-
se que existe uma enorme escassez
de serviços de saúde para atender às
necessidades básicas das popula-
ções. As unidades das províncias da
Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico,
Cuando Cubango e Namibe estão si-
tuadas a uma distância média de
mais de 75 quilómetros da sua uni-
dade de referência. A província do
Cuando Cubango tem a maior dis-
tância média, com 122 quilómetros,
comparativamente à distância mé-
dia nacional que é de 48 km. O raio
teórico, isto é, a distância que um
doente percorre para chegar a uma
unidade, é de 14,8 quilómetros, ex-
pressão de uma rede excessivamen-
te dispersa e da sua falta de proximi-
dade dos utilizadores. Estes factores
combinados comprometem, sobre-
maneira, o acesso das populações às
unidades de saúde, bem como a re-
ferência de casos graves.
Consequentemente, e segundo
dados do último levantamento feito
em Fevereiro de 2012 pelo GEPE
do MINSA, cerca de 94% das uni-
dades sanitárias oferecem o serviço
de consultas, apenas 18% oferecem
o serviço de Planeamento Familiar
e 31% o serviço de Puericultura.
Apenas 160 unidades oferecem
uma assistência básica de serviços
obstétricos. Faltam equipamentos
básicos: cerca de 60 % das unida-
des não dispõem de estetoscópio,
53 % não têm balança de bebé e 57
% não dispõem de esfigmomanó-
metro.
n Entre 2013 e 2015 serão cons-truídos três hospitais centrais,três hospitais gerais, nove hos-pitais municipais, 17 centros desaúde e 1002 postos de saúdeno país, de acordo com as metasfixadas no Plano de Desenvolvi-mento Sanitário (PNDS).
“O PNDS prevêque os postos desaúde disponham,logo de início, deespaço suficienteque permita a suaampliação eprogressivatransformação emcentros de saúde”
ATÉ 2015
AO TODO, ATÉ 2025, SERÃO CONSTRUÍDOS, OU AMPLIADOS, E APETRECHADOS 66 HOSPITAIS, 74 CENTROS DE SAÚDE E 4.344 POSTOS DE SAÚDE
Metas a atingir
1. A partir de 2013, garantir apoio meto-dológico e normativo do MINSA aoshospitais centrais, Direcções Provinciaisde Saúde e Repartições Municipais deSaúde;2. A partir de 2013, acautelar a área deexpansão para todos os postos de saú-de, com vista à sua evolução para cen-tros de saúde.3. Até 2014, adequar e publicar o regula-mento geral das unidades sanitárias pú-blicas do SNS e instrumentos normati-vos e metodológicos para a melhoria degestão e do desempenho da rede sani-tária;4. A partir de 2014, mais de 95 % das uni-dades de saúde funcionais disporem deum programa de avaliação e manuten-ção;5. Até 2015, utilizar o sistema de informa-ção e gestão do sector, com indicadoresestatísticos essenciais, assegurando umfluxo de informação permanente entretodos os actores, permitindo a melhoriada tomada de decisão a todos os níveis.6. Entre 2013 e 2015, a totalidade dasunidades de saúde disporem de abaste-cimento de água, energia e de um siste-ma seguro de tratamento de lixo hospita-lar;7. Até 2025, melhorar os rácios relativosà população por unidade sanitária, parase atingirem as seguintes metas: (i) Hos-pital central: 1/1.000.000; (ii) Hospital ge-ral: 1/750.000; (iii) Hospital municipal:1/150.000; (iv) Centro de saúde mater-no-infantil: 1/150.000; Centro de saúde:1/75.000; (vi) Posto de saúde: 1/15.000;8. Melhorar a satisfação dos utentes dasunidades de saúde para cerca de 60%em 2017 e 90% em 2025;9. Entre 2013 e 2015 construir 3 hospitaiscentrais, 3 hospitais gerais, 9 hospitaismunicipais, 17 centros de saúde, e 1002postos de saúde (na perspectiva da suafutura adequação para centro de saú-de);10. Entre 2015 e 2023, construir e apetre-char 2 hospitais centrais, 2 hospitais ge-rais, 6 hospitais municipais, 11 centrosde saúde, e 668 postos de saúde (naperspectiva da sua futura adequaçãopara centro de saúde), a cada dois anos;11. Entre 2023 e 2025, construir e apetre-char 4 hospitais gerais, 7 hospitais muni-cipais, 13 centros de saúde, e 670 pos-tos de saúde (na perspectiva da sua futu-ra adequação para centro de saúde);12. Até 2015 construir e apetrechar umacentral logística, 3 armazéns de medica-mentos regionais e 3 provinciais; e até2017 construir e apetrechar 3 armazénsprovinciais e reabilitar 6 armazéns pro-vinciais.13. Até 2017 e 2025, respectivamente60% e 100% das unidades sanitárias dis-porem de funcionários e equipamentosque correspondam às suas necessida-des e serviços, segundo o nível de aten-ção sanitária,;14. Até 2025, cerca de 99% das unida-des reabilitadas não precisarem de in-vestimentos para uma nova reabilitaçãodurante um período de cinco anos.
Angola terá mais 15 hospitais e 1.019 centros e postos de saúde
publicidade ll13Abril 2013 l JSA
14ll plano sanitário Abril 2013 lJSA
Opanorama dos
recursos hu-
manos em
saúde, em An-
gola, contro-
lados pelo Ministério da Saúde
(Minsa), indica avanços signi-
ficativos no número total de
efectivos globais nos últimos
cinco anos nas carreiras médi-
cas, de enfermagem, de técni-
cos de diagnóstico e de apoio
hospitalar, de acordo com o
Plano Nacional de Desenvol-
vimento Sanitário (PNDS)
2012-2025 (Figura 1).
Contudo, a sua distribuição
pelo país é desigual, o que se
deve, em parte, à falta de in-
centivos para a sua atracção,
motivação e fixação nas loca-
lidades mais longínquas e de
difícil acesso do País. No
Kuando Kubango, por exem-
plo, há menos de um médico
para 20 mil habitantes.
De uma maneira geral, ob-
servam-se fortes variações da
densidade médica não só entre
as províncias (gráfico na 1ª pá-
gina), como também entre os
municípios, em detrimento
das áreas rurais e áreas de difí-
cil acesso. Luanda e as capitais
provinciais acolhem cerca de
85% dos médicos, pois os hos-
pitais centrais e gerais absor-
vem a maioria dos médicos
para especialidades e subespe-
cialidades em detrimento dos
hospitais municipais. Esta dis-
tribuição assimétrica tem, co-
mo consequências principais,
a iniquidade na qualidade
prestada, a sobrecarga dos
hospitais gerais, o atendimen-
to tardio dos doentes (lista de
espera para as intervenções ci-
rúrgicas longas), e, na maior
parte das vezes, o aumento da
mortalidade.
Os Decretos nºs 01/03 e
12/03 aprovados em 2003 es-
tabelecem os subsídios de iso-
lamento e fixação na periferia,
e incentivos atribuídos ao pes-
soal em regime de destaca-
mento e transferência. Toda-
via, razões de âmbito financei-
ro e administrativo foram evo-
cadas, até hoje, para a não im-
plementação destes diplomas.
O que e como vai mudar
A desigualdade na distri-
buição geográfica dos recur-
sos humanos em saúde vai ser
resolvida com medidas e me-
canismos de gestão, correcção
das desigualdades existentes,
e incentivo à mobilidade e fi-
xação de profissionais em
áreas inóspitas e com popula-
ção vulnerável.
De acordo com o PNDS,
irá proceder-se a um levanta-
mento em todos os municípios
para se determinar as qualifi-
cações profissionais, as fun-
ções que cumprem os actuais
recursos humanos, e as carac-
terísticas demográficas, no
sentido de se desenvolver um
programa de formação contí-
nua (incentivo a curto prazo) e
substituição por novos recur-
sos humanos a médio prazo
(formação média inicial), e
longo prazo (formação supe-
rior). Para isso, o PNDS pro-
põe a extensão do observatório
nacional de recursos humanos.
Outro factor de incentivo à
fixação é o desenvolvimento
de cursos de especialização e a
investigação a nível local para
produzir conhecimentos ba-
seados nas evidências locais e
com isso atrair os profissionais
de alta qualificação para as
províncias mais carenciadas.
Prevê-se a expansão dos cur-
sos de especialização a nível
nacional, bem como a investi-
gação em saúde.
O PNDS estipula assim
as seguintes estratégias
operacionais:
1.Promover a actualização
e a implementação dos diplo-
mas legais sobre os subsídios,
ou suplementos remunerató-
rios, a nível local e alargar o re-
forço dos incentivos para faci-
litar a mobilidade dos quadros
técnicos dos serviços centrais
para os serviços locais;
2.Desenvolver pesquisas
para identificar mecanismos
de incentivos e de motivação
dos RHS a nível local;
3.Dotar as unidades de ter-
ceiro nível de meios para in-
centivar a investigação em
saúde como forma de atracção
de recursos humanos especia-
lizados;
4.Advogar junto as admi-
nistrações locais para criarem
condições de habitação e
transporte para incentivar a fi-
xação de quadros;
5.Manter e incrementar a
contratação de força de traba-
lho estrangeira para suprir as
carências de pessoal e ter im-
pacto na formação de homólo-
gos angolanos;
6.Promover progressiva-
mente a contratação de qua-
dros estrangeiros para o refor-
ço da qualidade de ensino e o
reforço da investigação em
saúde;
7.Assegurar vagas, anual-
mente, na função pública para
os recém-formados nas áreas
mais prioritárias do sector da
saúde a nível nacional.
n Incentivos, subsídios e
investigação em saúde se-
rão os meios para atrair re-
cursos humanos especiali-
zados
“Luanda e ascapitaisprovinciaisacolhem cerca de85% dosmédicos”
Até 2017
Metas a atingir
1. Até finais de 2013, ter ad-
vogado para a criação de
instrumentos legais regula-
dores de subsídios aprova-
dos e incentivos para a fixa-
ção de recursos humanos;
2. Até finais de 2014, estu-
dar mecanismos de incenti-
vos e de motivação dos
RHS a nível local;
3. Até finais de 2017, man-
ter a contratação de recur-
sos humanos estrangeiros
nas províncias e especiali-
dades de maior carência
em Angola;
4. Até finais de 2014, ade-
quar os mecanismos de
gestão de recurso huma-
nos da saúde ao ordena-
mento jurídico em vigor, pri-
vilegiando a desconcentra-
ção, descentralização, e
municipalização nos servi-
ços de saúde;
5. Até finais de 2017, dotar
as unidades de terceiro ní-
vel de meios para incentivar
a investigação em saúde,
como forma de atracção de
recursos humanos espe-
cializados;
6. Aumentar, entre 2013 e
2017, cerca de 50%, e, até
2025, cerca de 90% de re-
cursos humanos especiali-
zados nas províncias com
maiores carências;
7. A partir de 2014, assegu-
rar vagas anuais na função
pública para os recém-for-
mados nas áreas mais prio-
ritárias do sector da saúde
a nível nacional.
Os organismos e institui-
ções responsáveis pela
execução são a Direcção
Nacional de Recursos Hu-
manos do Minsa, as Direc-
ções Provinciais e Munici-
pais de Saúde, o Minfin e o
Mapess.
Plano sanitário prevê aumento de 50 % de profissionais de saúde nas províncias
Figura 1: Evolução da força de trabalho da saúde nos últimos cinco anos
Sede: Rua N´Kwamme N´Krumah n.º 11, 1º d, Luanda, Angola. Tlm.:+244 924 602 581
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necessidades do hospital.As plantas são construídas
na dinamarca, e desenvol-vidas para atender as condi-
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A câmara hiperbáricaé o equipamento
destinado as pessoasque se submeterão
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16ll oftalmologia Abril 2013 lJSA
Aforma deapresentaçãomais frequen-te da doençaglaucomatosa
é o glaucoma primário de ân-gulo aberto. É uma neuropatiaóptica progressiva que, asmais das vezes, cursa com ten-sões oculares elevadas, embo-ra haja um número significati-
vo de casos, cerca de 1/3, emque a pressão intra-ocular seencontra dentro dos valoresconsiderados estatisticamentenormais. Contudo, a pressãointra-ocular elevada constituio factor de risco mais relevantepara o aparecimento e progres-são desta doença e a sua redu-ção é ainda o método mais efi-caz para o seu tratamento.Tem uma enorme prevalênciaa nível mundial, sendo umadas principais causas de ce-gueira mesmo nos países de-senvolvidos e a segunda causade cegueira bilateral irreversí-vel.
A maior parte dos casosaparece após os 40 anos deidade e a sua incidência vai au-mentando de forma progressi-va com o avanço da idade. Asua prevalência em Portugal ésemelhante à dos países euro-peus, estimando-se que 1 a 4%dos indivíduos de raça brancacom mais de 40 anos e 7 a 9%de raça negra venham a serafectados por esta doença. Agravidade da progressão desta
doença é também significati-vamente superior nestes últi-mos.
Consequências
da doença
Esta neuropatia óptica pro-gressiva leva a uma perda dasfibras nervosas constituintesdo nervo óptico. São estas fi-bras nervosas que conduzem a
informação visual desde oolho até ao cérebro. Como otecido nervoso não se regeneratudo que for perdido, é-o deforma definitiva. Ou, dito deoutra maneira, se um doentecegar por glaucoma não temosqualquer forma de lhe restituira visão.
Pelo que foi dito se com-preende da necessidade de um
diagnóstico precoce, que nãose resume a uma avaliação dapressão intra-ocular, mas antesna observação atenta por ummédico oftalmologista. E co-mo é impossível rastrear todauma população por total im-possibilidade de recursos hu-manos e financeiros para o fa-zer, recomendamos um exameoftalmológico periódico aos
familiares directos dos doentesque sofrem de glaucoma bemcomo a todos aqueles que commais de 40 anos de idade co-meçam a ter os primeiros si-nais de dificuldade de visãopara perto ou presbiopia. Asimples procura de uns óculospara visão ao perto com osquais se consegue uma boa vi-são, na ausência de sintomasoculares, não constitui garan-tia que o glaucoma não estejapresente já que a sua evoluçãotem um carácter insidioso sósendo perceptível pelo pacien-te em estádios muito avança-dos da doença que correspon-dem a uma destruição de maisde 50% do contingente de fi-bras nervosas do nervo óptico.
Finalmente, a todos aquelesa quem foi identificado adoença, é fundamental o cum-primento rigoroso da medica-ção instituída pelo seu médicooftalmologista, a quem devemser pedidos todos os esclareci-mentos acerca da doença e avigilância periódica por ele in-dicada.
Carlos aguiar | oftalmologista
n a palavra glaucoma re-
fere-se, não a uma única
forma de doença, mas sim
a um grupo de doenças.
Existem pois variadas for-
mas de glaucoma como o
glaucoma primário de ân-
gulo aberto, o glaucoma
de ângulo fechado ou
glaucoma agudo, os glau-
comas congénitos, os
glaucomas secundários,
etc.
Glaucoma:a importância do diagnóstico precoce
EVENTOS ll 17Abril 2013 l JSA
Difundir e aprofundar no seio dos profis-
sionais de saúde e da população em geral
conhecimentos relacionados com a pro-
blemática das doenças infecciosas e de
natureza hereditária passíveis de pre-
venção e discutir estratégias para o aconselhamento
pré-matrimonial, visando a prevenção desse grupo de
patologia e a promoção da saúde são os objectivos das
VII Jornadas Científicas do ISCISA que decorrem a 22
e 23 de Maio, em Luanda, sob o tema "Diagnóstico e
aconselhamento pré-matrimonial: uma abordagem
multidisciplinar".
O evento pretende ainda contribuir para trocar expe-
riências sobre as acções e políticas implementadas em
diferentes países, no âmbito da prevenção das doenças
infecciosas, hereditárias e/ou genéticas.
Experiência única
O nascimento de um filho é uma experiência única.
Faz parte do ciclo de vida de uma família e em muitos
casos, representa a realização social e emocional da
mulher e o símbolo de masculinidade para o homem.
Durante o período gestacional, ansiedades específi-
cas são comuns e esperadas. O medo doparto prematu-
ro, da morte do feto e de deficiência fazem-se presentes.
O filho é visto como fonte de sentimentos, de afetivi-
dade construtiva e gratificante para os pais.
VII Jornadas CIentífICas do IsCIsa
Diagnóstico e aconselhamento pré-matrimonial:uma abordagem multidisciplinar
18ll terapia da fala Abril 2013 lJSA
Como estimular
a Criança no
primeiro ano de vida
Logo ao nascer, a criança iniciao seu comportamento, desen-volvendo seu atos reflexos, nãopercebendo a maioria das coi-sas ao seu redor. Começa a tercontato com as coisas do seumeio, usando os seus sentidos(tato, visão, olfato, audição, pa-ladar).
A linguagem também co-meça com o nascimento, com oprimeiro choro; é a comunica-ção, uma habilidade, e não umasimples questão de pronunciaras palavras.
Envolve os sentidos, o de-senvolvimento de muitos mús-culos (principalmente da bocae da língua), as experiências dacriança com as coisas, pessoase sensações diversas.
Aprenderá que linguagem éuma forma de interagir com omeio ambiente.
A criança usa as mãos paraexplorar o seu mundo. Tocar,pegar e alcançar, ajudam a des-cobrir coisas e pessoas. Sente adiferença de coisas duras, áspe-ras, suaves. É necessário pro-porcionar-lhe uma variedadede objetos coloridos e brinca-deiras que ela possa repetir vá-rias vezes.
À medida que cresce, vai fa-
zendo com que as coisas acon-teçam, necessitando de maisexperiência e estimulação paraincentivar o desenvolvimentodos seus sentidos. Se receber aestimulação necessária nos pri-meiros meses, estará capacita-da a desenvolver uma amplagama de respostas.
Quando começa a coorde-nar suas habilidades motoras,olha para ver o que é que fazruído, volta-se para ver a vozdas pessoas, agarra o biberãoque está a mamar , tenta alcan-çar o chocalho que vê, move oseu corpo, sacode os pés, exa-mina os dedos dos pés, agita osseus braços. Essas aquisiçõesindicam que tanto as pessoasque convivem e cuidam do be-bé, como o meio que a envolvedevem proporcionar-lhe estí-mulos para seu desenvolvi-mento.
estimulação visual
- Oferecer brinquedos simples,coloridos e pendurados comoos que se movem com o vento,ou mesmo luminosos, todosque incidam sobre seu campovisual.- Pendurar móbiles coloridos,de formas diferentes e levesque se movam facilmente nolocal onde a criança está deita-da. À medida que a atenção dacriança for mais precisa, distan-ciar a localização desses estí-mulos, para que ela tente agar-rá-los.
- Movimentar o corpo da crian-ça, de parte em parte, para queela possa identificar e percebera existência das mãos, pés, fa-ce...- Deixar brinquedos (argola deborracha, bonecos, bichos ma-cios, chocalhos) ao alcance desua mão para que ela possaapalpar, segurar, e apertar.- Colocar a criança em frente aoespelho para que ela possaolhar sua imagem e objetos no-vos
estimulação auditiva
- Proporcionar novas experiên-cias à criança com sons e vozesdiferentes - Cantar e conversar com ela
enquanto a está a alimentar oudar banho É importante para elaqualquer tipo de som emitidopela voz humana.- Colocar no berço, sinos, cho-calhos, pompons ou qualquerbrinquedo sonoro para alertá-lados diferentes sons.- Falar com a criança e movi-mentar objetos sonoros fora deseu campo visual, para que elaprocure o som ou a voz.- Oferecer objetos coloridos, di-ferentes e sonoros, deixando-aexplorar, tocar e levar a boca. - Levar a criança a perceber arelação entre causa e efeito, ba-tendo os objetos uns contra osoutros e observar o som causa-do.
estimulação olfativa
e gustativa
- Deixar que a criança cheire otalco, sabonete, loções, perfu-mes, quando ela estiver no ba-nho e durante a troca da fralda,tomando cuidado de não colo-cá-los muito próximos ao nariz- Levá-la sempre à cozinha, demodo que possa sentir o cheiroda comida e de outros alimen-tos.- Utilizar alimentos de diferen-tes sabores (doce e salgado) pa-ra que possa desenvolver o sen-tido do paladar.
estimulação do tato
- Durante as rotinas, de higieneprincipalmente, passar em to-do corpo da criança, esponjas,
cremes, talcos e tecidos de tex-turas diferentes, sempre no-meando-os.- Levar a sua mão até à bordade objetos para que ela possaexaminá-los; até o rosto daspessoas que cuidam dela, paraque ela possa explorar o con-torno, textura e orifícios dorosto; até ao próprio pé, paraque ela possa perceber o limitedo seu corpo e o espaço que ocerca.- Fazer a criança sentar-se , se-gurando as suas mãos, trazen-do a cabeça junto ao corpo,não a deixando cair e manteressa posição por alguns instan-tes, mesmo que o corpo fiquearqueado, curvado para frente.- Colocá-la de bruços, incenti-vando-a a manter-se apoiadanos cotovelos e abdómen. - Segurá-la pelo tronco, colo-cando-a em pé por alguns ins-tantes.- Possibilitar-lhe estímulos tá-teis que incidam sobre a pele,em diferentes partes do corpo,especialmente nas mãos, parapoder sentir o calor (das pes-soas, do biberão), o frio (daágua, do metal), o macio (dosanimais felpudos, esponjas,toalhas) e prazer (cócegas, ca-rícias).- Oferecer brinquedos comorifícios e de diferentes textu-ras, tamanho e peso, para aju-dá-la a discriminar entre duroe mole, suave e áspero, grandee pequeno, pesado e leve.
estimulação motora
- Sacudir chocalhos, chaves,campainhas ou qualquer objetosonoro, movendo-os de um la-do para o outro e fazer com quea criança siga com a cabeça, adireção do som.- Fazer esse mesmo estímuloquando a criança estiver deita-da de bruços, levando-a a le-vantar a cabeça na direção ho-rizontal e vertical.- Amarrar guizos nos pés ounos pulsos e incentivá-la a mo-vimentar os braços e pernas pa-ra que eles façam barulho.- Colocar algum objeto atraenteque lhe chame a atenção paraela gatinhar ou se arrastar atéele.- Colocar a criança sentada, poralguns minutos; a princípio,com o apoio e depois, sem ele,com alguns brinquedos paramanipular, a fim de adquirirmelhor equilíbrio no ato de sen-tar. - Segurá-la pelo tronco, colo-cando-a em pé e deixá-la assimcom apoio.- Levá-la a tentativas de erguer-se apoiando em pessoas e obje-tos.
n Caros leitores, este é o
primeiro artigo que vos es-
crevo já residente em ango-
la, mais propriamente no
Lubango. ao longo destas
três semanas em que tive a
possibilidade de voltar a li-
dar e conviver com o povo
angolano, uma situação
muito comum nas ruas cha-
mou a minha atenção: a for-
ma como as mulheres
transportam, e mantêm, du-
rante grande parte do dia,
os seus filhos: afastados da
estimulação necessária pa-
ra o seu desenvolvimento
linguístico, cognitivo, motor
e sensorial. não querendo
de qualquer forma interferir
com uma cultura tão rica e
enraizada, julgo pertinente
informar e indicar alguns
aspetos que podem ser tra-
balhados para promover o
desenvolvimento da criança
durante o primeiro ano de
vida.
Estimulação no primeiro ano de vida do bebé
Vanda Sardinha | Terapeuta da Fala
“O primeiro anode vida do bebé éa fase maisintensa dodesenvolvimentopleno dacriança, sendoneste períodoque se consolidaa base dodesenvolvimentoneuropsicomotore sensorial”
Mamã!
Na próxima edição de Maio
não perca:
A estimulação cognitiva e da
linguagem do seu bebé
Kati, trabalhadora no Jornal da
Saúde, também tem de transportar o
seu filho às costas. Mas aproveita
todos os momentos livres para fazer
uma estimulação motora ao seu bebé,
neste caso com um chocalho.
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20ll coração saudável Abril 2013 lJSA
O que é o Colesterol?O colesterol é uma gorduraessencial existente no nossoorganismo, que tem duas ori-gens: uma parte produzidapelo próprio organismo, emparticular o fígado, e outraparte obtida através da ali-mentação, em particular pelaingestão de produtos animais,como a carne, os ovos, e osprodutos lácteos.
O organismo necessita decolesterol para produzir asmembranas (paredes) celula-res, hormonas, vitamina D eácidos biliares, que ajudam adigerir os alimentos.
No entanto, o nosso orga-nismo necessita de apenasuma pequena quantidade decolesterol para satisfazer assuas necessidades. Quando ocolesterol está em excesso,deposita-se nas paredes arte-riais, constituindo placas quereduzem o calibre dos vasos,dificultando o afluxo de san-gue aos órgãos e tecidos doorganismo.
Quando o sangue oxigena-do não chega em quantidadesuficiente ao músculo cardía-co pode ocorrer uma dor nopeito -a chamada angina. Se aobstrução da artéria coronáriafor completa pode desenca-dear-se um enfarte do miocár-dio.
Que tipos de colesterol existem? O colesterol circula no sangueligado a uma proteína: esteconjunto colesterol-proteínaé, por isso, conhecido por li-poproteína. As lipoproteínassão classificadas em altas,baixas ou muito baixas, emfunção da respectiva propor-ção de proteína e gordura emcada uma, o que determina asua densidade. Lipoproteínas de baixa den-
sidade (LDL): são vulgar-mente conhecidas como"mau" colesterol, por seraquele que se deposita na pa-rede das artérias, provocandoaterosclerose. Quanto maisaltas forem as LDL no san-gue, maior é o risco de doençacardiovascular. Lipoproteínas de alta densi-
dade (HDL): também conhe-cidas por colesterol "bom",que tem como papel a limpe-za das artérias, pelo que quan-to mais altas forem menor ris-co há de surgir doença cardio-vascular. Lipoproteínas de muito bai-
xa densidade (VLDL): sãosemelhantes às LDL, mascontendo mais gordura e me-nos proteínas. Triglicéridos: são um outrotipo de gordura que circula nosangue ligada às VLDL. Umaalimentação excessivamente
rica em calorias, açúca-res ou álcool eleva os tri-glicéridos, aumentando orisco cardiovascular.
Que factores afectamos níveis de colesterol? Um elevado número de facto-res influenciam os níveis decolesterol no sangue.Dieta. O consumo excessivode gordura saturada e de co-lesterol eleva os níveis de co-lesterol. Para os reduzir deve-se evitar o consumo de gordu-ras de origem animal, comoas carnes gordas, o presunto,o queijo, a manteiga, as char-cutarias, a fast food, etc. Peso corporal. Ter excessode peso aumenta o colesterol.Controlar o peso reduz os ní-veis de colesterol das LDL etem ainda a vantagem de ele-var as HDL. Actividade física. O exercí-cio regular baixa o colesteroldas LDL e sobe as HDL.
Aconselha-se a prática de30 minutos diários de activi-dade física, como por exem-plo, a marcha em passo rápi-do. Hereditariedade. Os nossosgenes determinam em parte aquantidade de colesterol quecada organismo produz. Háfamílias em que o colesterol éelevado.
Quando está o colesterol demasiado elevado? Um estudo da Fundação Por-tuguesa de Cardiologia mos-tra que cerca de dois terços dapopulação adulta portuguesatêm o colesterol elevado. Noentanto, o colesterol elevadonão causa sintomas. Quandoestes ocorrem podem surgirsob a forma de dor no peitopor angina ou enfarte do mio-cárdio. Estamos pois, peranteuma patologia grave em que éfundamental fazer prevenção.
Associe-dadescientíficas eu-ropeias reco-mendam, como valo-res normais um colesterolinferior a 190 mg/dl quandose trata da população em ge-ral. No caso dos doentes compatologia coronária, ou outradoença aterosclerótica (aci-dente vascular cerebral, doen-ça vascular periférica, etc.),diabetes ou insuficiência re-nal, que são consideradosdoentes de alto risco, reco-mendam-se valores de coles-terol inferiores a 175 mg/dl.Já para o colesterol das LDLos valores recomendados sãorespectivamente inferiores a115 mg/dl para a populaçãoem geral e a 100 mg/dl nosdoentes de alto risco. Estas re-comendações agora referemmesmo que nos doentes de al-to risco, como é o caso dosdoentes coronários e diabéti-cos, há vantagem em atingirníveis de LDL inferiores a 70mg/dl para assegurar maiorprotecção cardiovascular eaté tornar possível a regressãoda aterosclerose. Por isso, aAmerican Heart Foundation,assim como outras Institui-ções norte-americanas reco-mendaram mais recentemen-te que os doentes de alto riscodevem ter valores de coleste-rol inferiores aos propostospelas Sociedades Europeias.
Um trabalho recente daFundação Portuguesa de Car-diologia, ainda em curso jun-
todos
utentes dosCentros de Saú-
de (Projecto Cora-ção Seguro), mostra que
cerca de 35% dos doentes,apesar de estarem a fazer tera-pêutica para redução do co-lesterol, não estão controla-dos, ou seja não cumprem osobjectivos estabelecidos pe-las Sociedades CientíficasEuropeias.
No que respeita às HDL,níveis inferiores a 40 mg/dl ede trigliceridos superiores a150 mg/dl conferem risco car-diovascular acrescido. Poroutro lado, quanto mais ele-vadas forem as HDL menor éo risco de doença cardiovas-cular.
Como reduzir o colesterol e o risco de doença cardiovascular?Algumas pequenas medidassão muito úteis: Reduzir o consumo de ali-
mentos ricos em gorduras
saturadas e colesterol. Esta-mos a falar em produtos ani-mais, nomeadamente na car-ne vermelha e nos produtoslácteos não desnatados Praticar regularmente exer-
cício. A actividade física au-menta o colesterol das HDL,para além de ajudar a contro-lar o peso, a diabetes e a pres-são arterial, factores de riscoimportantes de doença car-diovascular.
Deixar de fumar. Pa-ra além de toda umasérie de malefícios pa-
ra a saúde, o tabagismodesce o colesterol das
HDL. Felizmente ao dei-xar de fumar as HDL vol-
tam a subir.Tomar a medicação prescritapelo seu médico.
Como tratar o coleste-rol alto?O objectivo do tratamento é ode diminuir o risco de doençacardiovascular, através da re-dução do colesterol das LDLe subida das HDL.
É importante referir que ocontrolo dos níveis de coles-terol deve assentar numa dietasaudável, rica em fibra vege-tal e pobre em gorduras satu-radas, colesterol e ácidos gor-dos trans. Estes são essencial-mente produtos manufactura-dos a partir de óleos vegetais,tais como algumas margari-nas sólidas à temperatura am-biente e óleos utilizados parafritar. O controlo do peso, aactividade física regular e nãofumar são companheiros in-dispensáveis da dieta.
O recurso a medicamen-tos, quando necessários, deveser decidido e acompanhadopelo médico assistente, queleva em conta, não só os valo-res do colesterol, como tam-bém o risco global, determi-nado com base na idade dodoente, no sexo, na pressãoarterial, na HDL e no tabagis-mo.
Que medicamentos são utilizados para tratar o colesterol alto? Os medicamentos disponí-veis são: Estatinas. Bloqueiam umaenzima que regula a quantida-de de colesterol que o organis-mo produz. Reduzem as LDLem 20-55%, consoante a esta-
tina e dose utilizadas. Tam-bém descem moderadamenteos trigliceridos e sobem asHDL, ou seja, actuam de for-ma desejável sobre todo operfil lipidico. Niacina. É essencialmenteuma vitamina B liposolúvel(administrada em doses ele-vadas), que melhora todo operfil lipídico, com destaquepara a elevação das HDL, quepodem subir 25%. É menoseficaz sobre as LDL que des-cem cerca de 5-15%.Fibratos. São os mais poten-tes redutores dos trigliceridose em menor grau sobem asHDL. Porém são menos efi-cazes na descida das LDL. Resinas. Ligam-se, no intes-tino, aos ácidos biliares quecontém colesterol, grandeparte do qual destinado a serreabsorvido no tubo digesti-vo, mas que deste modo é eli-minado pelas fezes. Descemas LDL em cerca de 15%. Esteróis vegetais. Blo-queiam a absorção do coleste-rol pelo intestino. A ingestãode 2 gramas diariamente podedescer o colesterol em cercade 5-15%. Ezetimiba. Reduz selectiva-mente a quantidade de coles-terol absorvido pelo intestinodelgado. Desce as LDL emcerca de 18%. A ezetimiba,associada às estatinas em do-ses baixas, por exemplo: as-sociada a sinvastatina, ofere-ce um melhor e mais segurocontrolo lipídico, com umadescida total média 51% dasLDL, o que permite atingirmais facilmente os níveis decolesterol recomendados pe-las sociedades científicas, oque é particularmente impor-tante nos doentes de maiorrisco (diabéticos e coroná-rios).
Nunca esquecer que osmedicamentos que reduzem ocolesterol são mais eficazesquando combinados comuma dieta pobre em gordurassaturadas e colesterol. A esco-lha do medicamento a utilizardepende de vários factores,mas as estatinas são geral-mente o grupo de fármacosmais adequados, e por isso,mais utilizados para reduzir ocolesterol das LDL e o riscocardiovascular.
Quem consultar? O seu médico de família é oprofissional de saúde melhorcolocado para lhe detectar umexcesso de colesterol, preco-nizar as medidas dietéticasadequadas e, se necessário,prescrever um ou mesmomais que um medicamento.
Ele saberá escolher as me-didas mais apropriadas à suasituação e assegurar a respec-tiva vigilância a longo prazo.
Tudo o que deve saber sobre o
Colesterol
DIA MUNDIAL DA SAÚDE ll21Abril 2013 l JSA
22ll DOENÇAS Abril 2013 lJSA
Numa tentativa
de uniformi-
zar o diagnós-
tico, foram
criados crité-
rios em que se considera obs-
tipado o doente que apresenta
quaisquer dois dos seguintes
em, pelo menos, doze sema-
nas dos últimos doze meses:
menos de três dejecções por
semana, esforço em evacuar,
fezes duras, sensação de defe-
cação incompleta ou sensa-
ção de obstrução do canal
anal, com eventual remoção
de fezes com os dedos.
Mas será a obstipação uma
"doença" ou um "sintoma" re-
flector de uma situação subja-
cente? Para tal, é necessário
discernir entre as múltiplas
causas de obstipação, identi-
ficar as que apresentam co-re-
lação com cada caso e insti-
tuir as terapêuticas adequa-
das, não só com intuito cura-
tivo e de melhoria da qualida-
de de vida, como também
com a finalidade de promover
a educação do doente.
Causas
da obstipação
Podem ser dividi-
das em três grupos
distintos. As cau-
sas sócio-am-
bientais en-
globam
os deficits ali-
mentares em fibras, frutas,
vegetais e água (dado que tan-
to as fibras como a água con-
tribuem para a formação de
um bolo fecal menos consis-
tente, mais volumoso e que
consegue ser eliminado mais
facilmente), o sedentarismo
(nomeadamente, a imobilida-
de em idosos e acamados), as
alterações dos hábitos ali-
mentares (em viagem) ou o
ignorar da necessidade de
evacuar (muitas são as pes-
soas que preferem aguardar
para evacuar em casa ao invés
de recorrer às casas-de-banho
públicas).
As causas funcionais cor -
respondem às que apresen-
tam alterações do funciona-
mento intestinal, como a ci-
rurgia abdominal ou ortopédi-
ca recente, a gravidez, condi-
ções psiquiátricas ou endócri-
nas, o Síndrome do Cólon Ir-
ritável ou o uso de certos me-
dicamentos. Já as causas or-
gânicas apresentam uma pa-
tologia específica a nível in-
testinal que condiciona o seu
funcionamento, como a pre-
sença de problemas ano-rec-
tais como hemorróidas ou
neoplasias, ou condições neu-
rológicas.
ObstIpaçãO
Como resolver
este problema
Na grande maioria das situa-ções, é facilmente identificá-vel uma ou mais causas só-cio-ambientais para o apare-cimento de obstipação, bas-tando nesses casos, abolir acausa respectiva e promovera prevenção de recorrências,nomeadamente através de:- Uma dieta equilibrada, ricaem farelo, cereais integrais,leguminosas, fruta fresca evegetais, evitando gelados,queijo, carne e todo o tipo defast food;- Ingestão de líquidos emquantidade (no mínimo 1,5 li-tros por dia), evitando as be-bidas alcoólicas, com gás oucom cafeína, como o café, acola e o chá preto;- Exercício físico regular;- Não ignorar a necessidadede evacuar.O cumprimento destes pon-tos preventivos é particular-mente importante em ido-sos, acamados, doentes po-limedicados ou recentemen-te submetidos a interven-ções cirúrgicas.
Sintoma ou doença?SónIa ToMáS | Médica
n a obstipação, ou prisãode ventre, é um dos sinto-mas mais frequentes no querespeita a perturbações doaparelho digestivo, definin-do-se como a presença deduas ou menos dejecçõespor semana, constituídaspor fezes duras, em peque-na quantidade e difíceis deeliminar. É internacional-mente aceite como trânsitointestinal "normal", uma fre-quência de dejecções entretrês vezes por dia e três ve-zes por semana, sendo o rit-mo variável de indivíduo pa-ra indivíduo. Há ainda, paracada um, uma oscilaçãodos valores consideradosnormais. ainda assim, prati-camente toda a populaçãosofrerá de obstipação pelomenos uma vez na sua vida.
Apesar da sua
banalização,
a obesidade
não deve ser
considerada
uma variante do normal, mas
sim uma doença. São inúme-
ras as co-morbilidades asso-
ciadas ao excesso de peso,
atingindo vários órgãos e sis-
temas.
A influência
da obesidade
noutras patologias
A obesidade está implica-
da na patogénese da diabetes,
hipertensão e dislipidemia,
sendo pois um factor de risco
cardiovascular relevante.
Convém, no entanto, não re-
duzir a importância da obesi-
dade ao risco cardiovascular
acrescido e salientar que a
gordura também causa doen-
ça noutros órgãos. Um deles é
o fígado. Os hepatócitos são
um dos locais preferenciais
para a acumulação de gordura
em excesso. O armazenamen-
to da gordura no fígado leva
ao desenvolvimento da estea-
tose hepática ou fígado gordo.
Em termos clínicos, os
doentes não apresentam ge-
ralmente sintomas, e o diag-
nóstico é suspeitado na pre-
sença de alterações analíticas
(aumento das transamínases)
ou ecográficas. A ecografia
permite detectar a esteatose
hepática ao revelar um fígado
difusamente mais claro e bri -
lhante do que o rim. Com o
incremento da obesidade ve-
rifica-se um aumento na inci-
dência e prevalência do fíga-
do gordo. Embora um núme-
ro elevado destes indivíduos
nunca venha a desenvolver
doença hepática sig-
nificativa, sabe-se
que al-
guns vão de senvolver doença
mais agressiva, com inflama-
ção hepática marcada (estea-
tohepatite) e progressão para
cirrose e/ou carcinoma hepa-
tocelular. Esta evolução acon-
tece porque a gordura hepáti-
ca não é inofensiva, tornando
o fígado mais vulnerável a
outras agressões e diminuin-
do a sua capacidade de rege-
neração. Os ácidos gordos ar-
mazenados vão desencadear
fenómenos inflamatórios cu-
jo resultado final é a morte
dos hepatócitos, a activação
dos mecanismos fibrogéni-
cos, com a deposição de cola-
géneo e a evolução para fibro-
se e cirrose. Sabe-se que os
doentes com esteatohepatite
apresentam uma doença pro-
gressiva, em que metade de-
senvolve fibrose e um terço
evolui para cirrose. A biopsia
hepática permite fazer o
diagnóstico de esteatose he-
pática, distinguir entre estea-
tose e esteatohepatite, excluir
outras causas de doença hepá-
tica e estabelecer o prognósti-
co com base no grau de fibro-
se existente.
Actualmente, o enfoque
terapêutico centra-se no con-
trolo do excesso de peso (quer
seja por medidas dietéticas,
farmacológicas ou cirúrgi-
cas), já que se demonstrou
uma diminuição da infiltra-
ção gorda hepática e melhoria
das transamínases nos indiví-
duos que conseguiram ema-
grecer. Em termos farmacoló-
gicos, as tiazolidinedionas
são fármacos promissores,
aumentando a sensibilidade
do tecido adiposo e do fígado
à insulina e redistribuindo a
gordura visceral para os de-
pósitos lipídicos subcutâneos.
Têm também uma actividade
anti-inflamatória, e em en-
saios clínicos demonstraram
serem capazes de normalizar
as transamínases e melhora-
rem significativamente as le-
sões histológicas.
Em resumo, a obesidade
produz doença hepática que
hoje se sabe não ser tão benig-
na como inicialmente se pre-
sumia, podendo evoluir para
doença hepática terminal. Em
termos terapêuticos, não exis-
te tratamento específico, e as
principais medidas direccio-
nam-se para a mudança do es-
tilo de vida e tratamento da
obesidade. Farmacologica-
mente, o enfoque dirige-se
para fármacos capazes de au-
mentar a sensibilidade à insu-
lina, embora inú meros agen-
tes de diversas classes já te-
nham sido utilizados com re-
sultados por vezes
contradi-
tórios.
Fígado e obesidadeSuSana LoPeS | Médica gastrenterologista
nna última década, assistiu-se ao desenvolvimento de uma nova epidemia nos eua e eu-ropa, denominada obesidade. Considera-se obesidade quando o índice de massa corporal(IMC) ultrapassa os 30, e excesso de peso quando o IMC se situa entre os 25 e 30. Dadosrelativos à população americana revelaram um acréscimo de obesos de 14-16% em 1995,para 25% em 2005. Também na europa se verifica esta tendência, e os dados referentes àpopulação portuguesa adulta demonstraram que 53% dos portugueses apresentam exces-so de peso, valor superior no sexo masculino, em que 60% apresenta IMC superior a 25.
"Muitas são aspessoas que preferemaguardar para eva -cuar em casa ao invés de recorrer às casas-de-banhopúblicas"
"Em termos terapêuticos,não existetratamentoespecífico, e asprincipaismedidasdireccionam-separa a mudança do estilo de vida e tratamento da obesidade"
Por cortesia do Jornal do Centro de Saúde
publicidade ll23Abril 2013 l JSA
24ll INCONTINÊNCIA URINÁRIA Abril 2013 lJSA
Aincontinência uri-nária pode ser defi-nida como a perdainvoluntária de uri-na. Apesar de não
haver números concretos, estima-seque, em termos gerais, pelo menos3 milhões de pessoas já terão sofri-do, em algum momento da sua vida,pequenos derrames urinários. E porque razão isto acontece?
Segundo o Prof. Paulo Dinis,presidente da Associação Portugue-sa de Neurourologia e Urogineco-logia (APNUG), esta situação deve-se ao enfraquecimento do esfíncter:um mecanismo de contenção daurina. "Quando este músculo de re-tenção se encontra fragilizado, apressão abdominal aumentada podegerar perdas involuntárias de urina,em determinadas circunstâncias: fa-zer esforços, levantar pesos, tossir,subir escadas, espirrar. Esta é a típi-ca situação de incontinência uriná-ria de esforço."
Existe, ainda, um outro fenó-meno de incontinência urinária,que se designa por imperiosidade.Nesta situação, a bexiga (um mús-culo que alarga, quando está vazia,e encolhe quando está cheia) con-trai-se involuntariamente. Um me-ro estímulo, como molhar asmãos, colocar a chave na porta ouem situações de stresse, pode pro-vocar uma vontade súbita e repen-tina de urinar, sem que a pessoa te-nha tempo de se deslocar à casa debanho.
Um estudo de 2005, realizadopela Spirituc, indica que, em Por-tugal, cerca de 650 mil pessoas so-frem deste problema, na sua gran-de maioria mulheres. Contudo, al-guns doentes escondem esta preo-cupação, porque assumem que aincontinência é um problema rela-cionado com o avanço da idade. E,deste modo, não procuram ajudaclínica. "Calcula-se que apenas 10a 15% dos doentes estão adequada-mente tratados", diz Paulo Dinis.
Implicações da IU
A Organização Mundial deSaúde (OMS), para além de defi-nir a incontinência urinária comouma dificuldade em controlar asperdas involuntárias de urina, in-dica, ainda, que se trata de umaquestão de higiene, com impactopessoal e social. "A incontinênciaurinária subtrai qualidade de vidadestes doentes, provocando algu-mas limitações laborais, sociais,no desempenho sexual e no bem-estar psicológico", defende PauloDinis.
O dia-a-dia do doente "passa aser gerido em função das idas à ca-sa de ba nho", acrescenta o urolo-gista. E avança com um exemplo:
"Imagine-se um gestor que sofredeste problema. A dada altura, seestiver numa reunião de trabalho,terá de abandonar a sala porque te-ve um episódio de imperiosidade,que pode conduzir à incontinên-cia."
As situações de imperiosidadepodem ser, na perspectiva do pre-sidente da APNUG, "altamenteperturbadoras", quando compara-das com a incontinência urináriade esforço. "Se a pessoa tosse ouespirra, é esperado que possa terperdas de urina. No outro tipo deincontinência, devido à sua impre-visibilidade, nunca se sabe quandoé o episódio poderá ocorrer."
Deste modo, Paulo Dinis des-mistifica esta doença e garante que"não se trata de uma fatalidade, atéporque, na maior parte dos casos,tem tratamento". No entanto, esteproblema continua a ser encaradocomo um tabu. "É preciso anularalgumas ideias preconcebidas eexplicar à população que existesolução para a incontinência uri-nária e, em determinadas situa-ções, é até possível oferecer a cu-ra. Se não forem encetadas medi-das de controlo, esta patologia po-de empurrar o doente para o isola-mento e depressão", ressalva ourologista.
Os doentes com incontinênciapor imperiosidade "tendem a de-fender-se dos 'ataques surpresa' damicção involuntária e, à custa deepisódios inesperados, aumentama frequências da micção, ou seja,passam a vida a correr para a casade banho. Estes são os doentes,com frequência diurna e nocturna,que, na grande parte das vezes,têm de inter romper o seu sono elevantarem-se para urinar."
Cirurgia
em 10 minutos
A primeira abordagem do trata-mento da incontinência urinária,nos casos ligeiros e moderados "de-ve ser sempre através da fisiotera-pia, tentando o fortalecimento damusculatura pélvica". Não se ob-tendo resultados com esta técnicade reabilitação, "existem possibili-dades cirúrgicas, através das quaisé permitido curar o doente".
Esta cirurgia, como explica ourologista, não obriga a interna-mento, pelo que a pessoa pode obteralta no mesmo dia em que é sujeitaa esta intervenção. A taxa de suces-so desta técnica cirúrgica "ronda os85-90%, nas situações de inconti-nência urinária de esforço" (ver cai-xa). No caso da incontinência uriná-ria por imperiosidade, "existem fár-macos que garantem o controlo de70 a 80% das situações deste tipo",adianta o especialista. Estes medi-camentos ajudam a reduzir a "exci-tabilidade do músculo da bexiga eevitam, assim, a contracção invo-luntária, que provoca as perdas deurina".
A par destas soluções, há, ainda,a possibilidade de aplicar tratamen-tos intra-vesicais, que consistem na"aplicação de fármacos dentro dabexiga". Este líquido injectável vai"acalmar a bexiga e permitir que odoente não tenha uma contracçãovesical súbita, nas situações de in-continência por imperiosidade".Nestes casos, é, ainda, possível"educar a bexiga", através da mic-ção temporizada. "O doente calculaa frequência e o período da micção.Se a pessoa indicar que consegueaguentar cerca de quatro horas, en-tão, pedimos para proceda à micçãomeia hora antes."
AndreiA PereirA
n A dificuldade em controlar a
vontade súbita de urinar constitui
um verdadeiro tormento diário pa-
ra quem sofre de incontinência
urinária. As visitas constantes à
casa de banho e o medo de não
chegar a tempo assolam o quoti-
diano de quem se depara com es-
te problema. Porém, certos casos
são passíveis de cura, através de
uma cirurgia realizada em 10 mi-
nutos.
"A incontinência urinária subtrai qualidade de vidadestes doentes,provocando algumas limitaçõeslaborais, sociais, no desempenho sexual e no bem--estar psicológico"
Quando a bexiga não pára
Diagnóstico
da incontinência
O diagnóstico desta patologia
faz-se por intermédio do historial
clínico do doente. Para além dis-
so, efectua-se um exame físico,
que, "através da na realização de
diferentes manobras, permite
identificar o tipo de incontinência
urinária", refere Paulo Dinis. Os
restantes exa mes clínicos englo-
bam as análises gerais, as análi-
ses de urina e uma ecografia.
Como funciona a
técnica TVT?
Cirurgia "simples", realizada em
ambulatório, com uma taxa de
cura que se situa entre os 85 a
90%. Esta intervenção implica
uma "incisão de um centímetro,
na parede da vagina, por onde se
coloca uma fita [rede feita de ma-
terial sintético], por debaixo da
uretra, que vai reforçar estas es-
truturas de contenção". No entan-
to, ressalva Paulo Dinis, antes da
cirurgia, a primeira opção clínica
deve ser a fisioterapia, para forta-
lecimento dos músculos pélvi-
cos.
publicidade ll 25Abril 2013 l JSA
26ll AlimentAção sAudável Abril 2013 lJSA
Corria o ano de1989, quandose introduziu,pela primeiravez, o conceito
de alimentos funcionais. Estetermo, inventado no Japão,serviu os objectivos do progra-ma FOSHU (sigla, do inglês,que significa alimentação parauso específico da saúde). Osjaponeses preconizavam a uti-lização de alimentos que, paraalém das suas propriedadesnutricionais, pudessem acarre-tar benefícios para a saúde. Atéà data, este foi o único país, anível mundial, a reconhecer le-galmente esta categoria ali-mentar.
"Actualmente, para alémdos aspectos gustativos, osconsumidores procuram casaro sabor com os benefícios queos alimentos acarretam para oorganismo e para a saúde", diza Dr.ª Alexandra Bento, presi-dente da Associação Portugue-sa de Nutricionistas (APN). Aespecialista lembra, ainda, queesta questão é, hoje em dia,uma das grandes preocupa-ções da indústria alimentar,contrariamente ao que se pas-sava há 15 anos atrás.
"Há cerca de uma décadaatrás, a indústria investia, so-bretudo, nos procedimentos dehigiene e segurança alimentar.Mas, neste momento, paraalém destes aspectos, deslocao cerne das suas preocupaçõespara as questões nutricionais.Veja-se, por exemplo, a redu-ção do sal, do açúcar e da gor-dura dos seus produtos. Este é,de facto, o cami nho", adianta.
A nutricionista entende queas empresas alimentares de-vem fixar pactos de entendi-mento, para que, em conjunto,consigam incrementar hábitosde alimentação mais saudá-veis. Como tal, AlexandraBento aconselha a indústria a
fazer "o diagnóstico dos pro-dutos", com o objectivo de re-duzir em quantidade as subs-tâncias que podem ser prejudi-ciais à saúde.
Uma dieta desequilibrada,conjuntamente com a falta deexercício físico, tem vindo aser apontada como um dosfactores directamente relacio-nados com o aparecimento dedeterminadas doenças. Note-se, por exemplo, a obesidade,as patologias de foro cardio-vascular, a diabetes e a hiper-tensão, cujos números dispa-ram a nível mundial. "Todosos actores têm a responsabili-dade de alterar os regimes ali-mentares: desde os profissio-nais de sa úde, que devem pro-cessar alterações e educar odoente e o consumidor, pas-sando pelas empresas de bensalimentares", continua.
A este propósito, a Organi-zação Mundial de Saúde(OMS) indica que o aumentodo consumo de frutas e legu-mes reduz a incidência dedoenças crónicas não trans-missíveis a nível mundial. Aindústria, não alheia a esta re-comendação, aplica os conhe-cimentos da tecnologia ali-mentar ao serviço do consumi-dor, ao colocar produtos quepermitam responder às neces-sidades nutricionais.
Alimentos com
propriedades
medicinais
Uma alimentação cor rectae variada pode ser o ponto departida na redução ou preven-ção de determinadas patolo-gias. Basta ver que, devido àspropriedades medicinais, mui-tos alimentos funcionais fo-ram catalogados de "nutracêu-ticos". Mas este termo em na-da se relaciona com compri-midos ou cápsulas. "A presen-ça de um ou mais compostos
biologicamente activos e deorigem natural beneficia obem-estar físico e psicológi-co", explica Alexandra Bento.
Os alimentos funcionaispodem ainda, conter indica-ções terapêuticas. Tome-se porexemplo o leite: por ser ricoem cálcio ajuda a prevenir ouretardar o aparecimento daosteo porose. Mas a lista de ali-mentos com propriedades be-
néficas para o organismo nãose esgota no leite. Uma laranja,devido aos constituintes em vi-tamina C e fibras, pode, poroutro lado, proteger contra asgripes e constipações. Já paranão falar no ómega 3, presenteno salmão, na sardinha e noatum, com propriedades capa-zes de prevenir as doenças car-diovasculares.
Contudo, como ressalvaAlexandra Bento, apesar dobenefícios nutricionais, "osalimentos devem ser encara-dos no contexto de um estilode vida saudável, consumidoscomo parte integrante de umaalimentação variada, e não co-mo uma solução mágica para asaúde e prevenção das doen-ças".
Existem, ainda, outros ali-mentos, que, apesar de mante-rem as propriedades típicas,são enriquecidos com outrassubstâncias nutricionais, queajudam o organismo a funcio-nar melhor. São os chamadosalimentos enriquecidos, que,como o próprio nome já indi-ca, resultam de um processode manipulação industrial,tendo em vista um benefícioadicional para a saúde. No en-tanto, e muito embora estesprodutos proliferem nas prate-leiras dos supermercados, deacordo com a directiva euro-peia, é expressamente proibi-do publicitar ou veicular "in-formações que induzam emerro o comprador ou que atri-buam propriedades medici-nais" aos géneros alimentícios.
"À semelhança do queacontece com os medicamen-tos, a indústria alimentar temde submeter os seus produtosa estudos científicos, para, apartir daí, poder alegar que osmesmos produzem resultadosfavoráveis na redução ou com-bate de determinada patolo-gia", sublinha a nutricionista.
AndrEiA PErEirA
n Hipócrates, conhecido
como o pai da Medicina,
proclamava os alimentos
como o melhor remédio.
Mas as suas afirmações iam
mais longe, ao dizer que so-
mos aquilo que comemos.
Por este motivo, importa,
pois, saber de que forma os
alimentos podem ser uma
arma a favor - e não contra -
a saúde.
Benefícios
dos
compostos
nutricionais
Probióticos: microrganis-mo vivo que ajuda a resta-belecer o equilíbrio da floraintestinal. São as chama-das "bactérias boas", resul-tantes da fermentação doleite;Prébióticos: são o substra-to dos probióticos. Ajudama activar o sistema imunitá-rio e auxiliam a absorção docálcio pelo organismo. Es-tão presentes nas fibras dopão, dos cereais, nos frutose, em maior quantidade,nos legumes;Antioxidantes: ajudam areduzir o risco cardiovascu-lar e a neutralizar os radi-cais livres, responsáveispelo envelhecimento celu-lar. Estão presentes nas fru-tas e vegetais, tais como otomate e cebola;Esteróis vegetais: estescompostos de origem ve-getal ajudam a diminuir aabsorção intestinal do co-lesterol;Ácidos Gordos polinsatura-dos: os ómega 3, presentesnos peixes gordos, como asardinha, atum e salmão,demonstraram resultadosna redução dos lípidos e naprevenção das doençascardiovasculares.
Alimentos funcionais:os aliados da saúde
publicidade ll27Abril 2013 l JSA
28ll congressos Abril 2013 lJSA
Jsa l abril 2013 l 29Saúde hUaMbo
Na oportunidade, o chefedo departamento da as-sistência médica da ins-tituição, Cesário Sapalo,pediu a colaboração da
população na aplicação das medidaspreventivas da doença da cólera dada asua fácil contaminação e perigo que re-presenta para as comunidades.
“A cólera é uma doença que rapida-mente pode afectar um elevado númerode indivíduos da nossa comunidade empouco tempo. A enfermidade é fatal emmuitos casos, mas se aplicarmos algu-mas medidas básicas sobretudo de hi-giene podemos evitá-la. A nossa preocu-pação é maior pois existe um surto nal-gumas localidades do país, inclusive navizinha província de Benguela. Daí anossa inquietação ser maior, dada a fácilcirculação de pessoas entre Huambo eBenguela. É essencialmente para issoque, juntos, abordemos os cuidados a terpara não sejamos igualmente assoladospela cólera”, disse.
“Além dos serviços normais que te-mos realizado hoje, queremos alertar esensibilizar a população sobre a preven-ção desta doença, visto que é o municí-pio de entrada na província de Benguelae, uma vez que já estão a ser registadoscasos naquelas paragens, há a necessi-dade de informamos a população sobreos sinais e sintomas da cólera, primeirossocorros e sobre tudo os métodos de pre-venção da doença” afirmou Sapalo.
Munícipes receptivos
Por seu turno os munícipes mostraram-se receptivos à iniciativa. Segundo afirma-ram, demostra preocupação do governoem proteger os populares das enfermidadesatravés destes serviços. Garantiram esta-rem agora mais conscientes da importânciada actividade e prometeram colocar em
prática todas as medidas orientadoras.“A saúde é um bem público e esse ser-
viço é de extrema importância, pois vive-mos em locais distantes, onde ainda temospouco acesso a essas informações. Por ou-tro lado, reconhecemos que o consumo dosalimentos e, sobretudo, da água, não temobedecido às regras de higiene. Se há cóle-ra pelo país, então considero oportunos quetenhamos essas informações. Deste modo,pelo menos nós, pais, vamos ajudar tam-bém os nossos filhos que são a classe maisvulnerável, pois brincam em qualquer lo-cal, muitos deles inapropriados, como emáguas paradas, amontoados de lixo e ouvi-mos que a cólera é uma doença de fácilcontaminação. Por isso, vamos todos tra-balhar para colocar em prática as medidasde precaução como a lavagem das mãosantes das refeições e depois de usar a latri-na, lavar as frutas, ferver a água para beber,entre outras medidas aqui avançadas” re-feriu Jacinto Pindali um dos entrevistados.
Distância das unidades
de saúde é dificuldade
Outros munícipes do Tchinjenje realça-ram que a distância tem constituído a maiordificuldade para chegar as unidades sani-tárias e daí ser necessário reforçar a preven-ção.
“Estas palestras têm muitas vantagens:primeiro conseguimos saber a importânciade aderir aos serviços sanitários, seja paraprevenção ou tratamento. Em segundo lu-gar poupa-se tempo, dinheiro e encurta-sea distância” afirmou outro interlocutor.
Segundo os moradores, a distância temsido o maior constrangimento que os pa-cientes encontram na procura de serviçosde saúde. “Em muitos casos temos mesmode deslocar-nos até ao vizinho municípiodo Ukuma que dista cerca de 30 quilóme-tros”, afirmou um dos munícipes que fala-va à nossa equipa de reportagem.
Para Higino Silume, outro munícipe, oque mais se deseja é que esses serviços se-jam permanentes. “Sofremos muito com adistância o que desincentiva muitos pa-cientes que procuram outras soluções, nor-malmente pouco recomendáveis”, afir-mou.
A actividade foi organizada pela Direc-ção Provincial da Saúde em colaboraçãocom a Administração Municipal do Tchin-jenje no âmbito do combate e prevenção deendemias.
O administrador municipal MateusSanjala afirmou que a grande preocupaçãoneste momento é de impedir que a cóleraafecte a região. A doença ameaça a sua cir-cunscrição visto ter já atingido as localida-des circunvizinhas, havendo assim a neces-sidade de dotar os munícipes de conheci-mentos sobre a prevenção da cólera.
Elsa Inakulo |
CoRReSpondenTe no HuamBo
n a Direcção Provincial da saúde
do Huambo lançou um alerta e re-
dobrou os esforços face ao surto de
cólera instalado nalguns pontos do
país. a preocupação é maior pelo
facto de se terem registado já casos
nas províncias limítrofes de Ben-
guela e Bié. neste âmbito realizou
no sábado 20, uma feira da saúde
no município do Tchinjenje a 118
quilómetros da sede provincial,
desta vez com objectivo específico
de sensibilizar a população a preve-
nir-se da doença.
Autoridades sanitáriasensinam população a prevenir-se
HuamBo pRoTeGe-Se do SuRTo de CóleRa
567Consultas
de pediatria
635Consultas de
medicina
21Consultas de
oftalmologia
115Consultas pré-natais
a gestantes
380medição da
pressão arterial
147Hipertensos
diagnosticados:
203Consultas de
nutrição
29mal nutrição
moderada
identificada
8mal nutrição severa
250Testes de
diagnóstico rápido
da malária
1Casos positivos
de malária
detectados
391Teste de HiV
0Casos positivos
de HiV
detectados
180Testes de glicemia
10Casos de nível alto de
glicemia detectados
43Testes ao sal
de cozinha
3Casos de sal
de cozinha
não ionizado
64palestras
1.169Receitas de
medicamentos
aviadas
Balanço apresenta-do pela responsáveldo departamento de
Saúde pública, Georgina Figueiredo.
A linguagem dos númerosComo se salvam
vidas nas aldeias
longínquas(Projecto Uhayele
Vimbo em Mandi)
A importância do aleitamento mater-no exclusivo até aos seis meses, o sa-neamento básico, as vantagens dasconsultas pré-natais e os métodos de prevenção da malária, foram os temas destacados durante a campa-nha de sensibilização para a preven-ção de doenças nas comunidades que deslocou técnicos sanitários à aldeiade Mandi, no dia 6 de Abril, em maisuma edição do projecto UhayeleVimbo (Saúde na Aldeia). De acordo com o director provincial de saúde,Francisco Juliana, “a iniciativa temcomo objectivo levar o serviço sani-tário ambulante junto da populaçãodas localidades longínquas e sem ins-talações definitivas de unidades sani-tárias”.
Durante várias horas estiveram aber-tos consultórios de pediatria, obste-trícia, ginecologia, clínica geral, of-talmologia e estomatologia. Regis-tou-se igualmente a distribuição deredes mosquiteiras, realização decontrolo da tensão arterial, testes deglicémia, malária e HIV/SIDA, pa-lestras sobre informação e educaçãocomunitária, doação de sangue pla-neamento familiar e pesquisa sobre ocancro da mama. Houve igualmente adisponibilidade de fármacos necessá-rios para as várias situações.Segundo o balanço apresentado pelaresponsável do Departamento deSaúde Pública, Georgina Figueiredo,milhares de pacientes aderiram àsmais variadas consultas, conformebalanço que publicamos.
Uhayele Vimbo chega aos aldeões de Mandi
Comuna do Kuima, muniCípio da Caála
30ll RESPONSABILIDADE SOCIAL Abril 2013 lJSA
Ainstalação, com 12 sa-
las de aula e gabinetes
de apoio, beneficia
cerca de dois mil alu-
nos que estudavam
em condições precárias – a escola exis-
tente datava de 1956 –, ou estavam fora
do sistema de ensino, e ainda os adultos
que frequentam o curso de alfabe-
tização.
O financiamento de USD 450 mil
é da BP Angola e demais parceiros do
Bloco 18, nomeadamente a Sonangol
e a SSI.
De acordo com o Bispo da Dioce-
se de Ndalatando, Dom Almeida
Canda, em declarações ao Jornal da
Saúde, à margem do evento, a “obra
ajuda as nossas famílias a desempe-
nharem a sua função educativa e a hu-
manizar a sociedade angolana”.
PPara o frei Afonso Npeka, minis-
tro vice provincial da Ordem dos Fra-
des Menores Capuchinhos, “o novo
complexo escolar será um local de
transmissão de valores que Angola ho-
je precisa”. Lembrou que os Capuchi-
nhos instalaram-se nesta região em
1948 com uma preocupação essen-
cialmente pastoral e educativa.
Segundo o administrador do mu-
nicípio de Ambaca, José Rank Frank,
trata-se da primeira escola do 2º ciclo
do ensino secundário que permitirá
aos jovens terminarem o curso médio
para professores, os quais, por sua
vez, formarão outros alunos. “O im-
pacto desta obra vai assim abranger
todo o município de uma forma sus-
tentável”, frisou.
Por sua vez, o director provincial da
educação, Velinho de Barros, garantiu
que o Ministério providenciará os do-
centes necessários para “dignificar o
gesto dos que ofereceram este bem”.
A representante dos estudantes
sustentou, por seu turno, que “a nova
escola servirá para educar, ensinar,
instruir e erradicar o analfabetismo”.
Quem corre
por gosto não se cansa
“Para além da BP Angola contri-
buir para o desenvolvimento da eco-
nomia angolana através da sua activi-
dade principal, deixará um legado
ainda maior se investir na formação
dos recursos humanos, com base em
parcerias sólidas”, afirmou o presi-
dente da empresa, Martyn Morris.
Por isso “não nos cansamos de sair
dos nossos gabinetes e galgar quiló-
metros de estrada até chegarmos aqui
e percebermos o quanto
estamos a contribuir para a elevação
do nível escolar das crianças angola-
nas. Na verdade “quem corre por gos-
to não se cansa”, rematou.
Na cerimónia de inauguração par-
ticiparam ainda a presidente da co-
missão de operações do Bloco 18,
Francisca de Lemos, o representante
da SSI, Francisco Gonçalves, o vice-
presidente para a comunicação e as-
suntos governamentais da BP Ango-
la, Paulo Pizarro, o guardião da mis-
são em Camabatela, frei Patrice
Afonso – um dos maiores impulsio-
nadores da obra –, e o soba grande,
entre outros convidados, directores e
assessores da BP Angola, imprensa e
autoridades tradicionais.
RuI MOReIRA De Sá
n O complexo escolar São Fran-cisco de Assis, administrado pelaOrdem dos Frades Menores Capu-chinhos, foi inaugurado em Cama-batela, província do Kwanza Norte,no dia 26 de Abril.
Em CamabatEla, Kwanza nortE
Novo complexoescolar beneficia dois mil alunos
O complexo escolar foi benzidopelo Bispo da Diocese de Ndalatando, Dom Almeida Canda
Corte da fita pelo administrador do município de Ambaca, José Rank Frank, e a presidente da comissão deoperações do Bloco 18, Francisca de Lemos
As criançasmostram o seu
imenso contentamento
pelas12 novas salas
de aula
O presidente daBP Angola, Mar-tyn Morris, e o re-presentante daSSI, FranciscoGonçalves, des-cerram a placacomemorativa
saúde infantil ll 31Abril 2013 l JSA
Aenurese noc-turna define-se como umamicção invo-luntária du-
rante o sono. Tem muitas ve-zes uma natureza familiar (ge-nética) e, na grande maioriados casos, desaparece espon-taneamente com o tempo."Existe história familiar deenurese nocturna em 60-70%
de crianças com enurese", diz-nos o médico João Luís Bar-reira, especialista em enuresee pediatra do Hospital de SãoJoão, no Porto. Ou seja, os fi-lhos dos pais que sofreram deenurese na infância têm umaprobabilidade muito aumen-tada de também vir a ter."Apesar de se tratar de um sin-toma geralmente benigno, éresponsável por problemasemocionais e sociais na crian-ça e na sua família."
Há diversos factores impli-cados no aparecimento daenurese nocturna, "desde aprodução exagerada de urinadurante o sono, a baixa capaci-dade funcional da bexiga en-quanto reservatório e a capaci-dade de despertar ou não coma sensação da bexiga cheia",diz-nos João Luís Barreira. Osespecialistas descrevem aindacasos raros, em que a enuresesurge como "a manifestaçãode infecções urinárias recor-rentes, de disfunção neuroló-gica da bexiga, de uma formade diabetes, quer do tipo dia-betes mellitus , em que há açú-car a mais no sangue que obri-ga a urinar muito, ou diabetesinsipida, em que há uma defi-ciência na produção de umahormona que reduz a perda de
água pelo rim", fundamenta oespecialista. Alguns estudosepidemiológicos demonstramainda a associação de proble-mas psicológicos ou psiquiá-tricos com a enurese.
Está atento aos sintomas do seu filho?Os pais devem estar vigi-
lantes aos sintomas urináriosdiurnos dos seus filhos, poiseles podem fornecer-lhe pis-tas importantes. A criança re-fere dor ao urinar? Tem de uri-nar com muita frequência eem pequenas quantidades decada vez? Urina muito de cadavez e parece estar semprecheio de sede e bebe exagera-damente? Nota alguma ano-malia no jacto urinário ou oseu filho parece ter que fazerforça para iniciar a micção?Estes são alguns dos sinaisque podem indicar uma causaorgânica subjacente à enurese,explica João Luís Barreira,acrescentando: "Há uma asso-ciação frequente entre a obsti-pação e a enurese e nalgunscasos ao tratar a obstipação re-solve-se o problema da enure-se. Por fim, em relação ao so-no propriamente dito, é fre-quente os pais consideraremque estas crianças têm o sono
particularmente pesado. Emalguns casos, as crianças res-sonam muito durante a noite etêm apneias obstrutivas du-rante o sono e isso parece estarassociada à libertação de umahormona que aumenta a pro-dução nocturna de urina, o queleva a ter enurese. Por vezes,estas crianças são operadas àsamígdalas e adenóides e aenurese resolve, ou pelo me-nos, melhora significativa-mente."
Todas as crianças com esteproblema devem, em primei-ro lugar, ser levadas ao seumédico para uma avaliação eorientação individualizada.
É possível resolver o problemaA mensagem mais impor-
tante a dar aos pais é a de que,se o problema for reconhecidoa tempo, "pode ser oferecidaajuda à criança e à família e di-zer-lhes que pode haver solu-ções". A escolha do tratamen-to para cada doente deve feitacaso a caso. As crianças quesofrem deste problema são"psicologicamente normais".No entanto, se o sintoma deenurese nocturna persistir,"podem vir a sofrer um impac-to psicológico muito grande.
Há estudos que revelam con-sequências graves na auto-es-tima e na qualidade da sua vi-da social", comenta João LuísBarreira.
As crianças com enuresesentem-se envergonhadas etristes ao se compararem comos seus pares. "Do ponto devista social, a enurese acabapor ter várias implicações. Acriança não se atreverá a iracampar com os escuteiros,dormir em casas dos primosou amigos ou participar na-quele passeio da escola tão fa-lado por toda a turma, só paracitar alguns exemplos de con-vívio frequentes nestas idadesque implicam dormir fora decasa", fundamenta o pediatra.
Alerta aos paisÉ fundamental que os pais
não culpabilizem os seus fi -lhos nem contribuam para es-te sentimento de inferiorida-de. "Por vezes, a atitude dospais e familiares contribui pa-ra a manutenção da enurese.Os comportamentos e co-mentários que frequentemen-te surgem na sequência des-tes episódios podem dificul-tar a criança a ultrapassar oproblema", chama à atençãoa neuropsicóloga clínica, Mi-riam Gonçalves, especializa-da em enurese nocturna. Re-
comenda-se, portanto, acom-panhamento médico em todoeste processo. "As criançasdescrevem sentimentos co-mo irritados, rabugentos, en-vergonhados e confusos".
Os próprios pais tendem a"evitar falar do assunto comoutras pessoas. Falar semvergonha e encarar a enuresenocturna como um problemaque hoje em dia tem fácil so-lução, é o primeiro passo pa-ra a resolução do mesmo epara um tratamento eficaz",aconse lha Miriam Gonçal-ves. A punição e a ameaçasão, por outro lado, "as pio-res estratégias que se pode-rão adoptar, uma vez que acriança já sofre o suficientepor não conseguir evitar aenurese. Evite ainda o recur-so ao uso da fralda, por mui-to que lhe custe ter de lavar eestender sistematicamenteos lençóis".
As crianças costumamguardar este segredo "a setechaves" com medo de discri-minação por parte dos seusamigos e familiares porque"pensam que só eles é queainda fazem chichi na cama.Mas a realidade é que, porexemplo, numa turma de 30alunos da primária, cinco es-condem este segredo", expli-ca a neuropsicóloga.
Cláudia Pinto
n o problema é comum avárias famílias. Para mui-tas crianças, passa a serum segredo bem guarda-do. Vergonha e inferiorida-de são sentimentos habi-tuais. Por outro lado, ospais nem sempre sabemcomo lidar com a situaçãoe punem os filhos que uri-nam fora de horas. Para li-dar com a enurese noctur-na, são conhecidas for-mas de tratamento efica-zes. a ajuda dos pais étambém essencial para aresolução do problema.apoiar em vez de discrimi-nar, incentivar em vez depunir, parecem ser tru-ques essenciais.
Quando o chichi aparece fora de horas
Por cortesia do Jornal do Centro de Saúde
32ll responsabilidade social Abril 2013 lJSA
A 25 de Abril o mundo comemora o Dia Mundial Contra a Malária. Neste sentido, a Odebrecht Angola tem vindo a promover,
de forma continuada, ações e atividades que objetivam a informação, a prevenção e combate à Malária.
Como membro permanente do Fórum Nacional dos Parceiros Contra a Malária, a Odebrecht Angola contribui de forma direta
participando da Comissão de Elaboração da Política Nacional de Intervenção de Base Comunitária do Programa Nacional Contra
a Malária, de onde saem as diretrizes para a resposta nacional contra a doença que mais vítimas fatais faz no nosso país, que contribui pa-
ra uma diminuição na saúde das populações e que causa um impacto negativo significativo no setor produtivo, colocando em risco
o desenvolvimento sustentável do país.
Para cooperar de forma pró ativa e em consonância com o esforço do governo, a Odebrecht Angola promove palestras regulares
para seus trabalhadores, colabora com a comunidade residente próxima dos seus estaleiros, realizando seminários onde aborda
e orienta os cuidados e medidas de prevenção contra a malária. Desta forma, a Odebrecht Angola reafirma o seu compromisso
com o desenvolvimento do país!
responsabilidade social ll 33Abril 2013 lJSA
Odebrecht une esforços no combate à malária
Accao Comunitaria
do Projeto Honga
proxima ao Sistema
Viário de Luanda
Palestra para
trabalhadores
do Projecto Vias
de Luanda
Palestra para
trabalhadores em
Malanje
Semina rio no Kwanza
Norte para lideres de
cinco aldeias
proximas ao
Projecto Cambambe
34ll SAÚDE MENTAL Abril 2013 lJSA
Dados da Or-ganizaçãoMundial deSaúde, refe-rem que mais
de 77% das pessoas com es-quizofrenia vivem sem recaí-das. Com o tratamento cor-recto, conjugando medica-mentos, nomeadamente osantipsicóticos, e tratamentospsicológicos e psicossociais(cursos de formação profis-sional, terapia para melhoraras rotinas do dia-a-dia, uni-dades de recuperação, etc.), épossível ultrapassar este pro-blema.
A esquizofrenia é umadoença que pertence ao gru-po das psicoses (doençascom períodos em que a pes-soa perde o contacto com arealidade), atinge cerca de1% da população e surgequando uma pessoa durantealgum tempo tem ideias pou-co habituais e sensações es-tranhas. Por exemplo, acharque está a ser perseguida poruma organização secreta,que os outros na rua falam desi ou que está a comunicarpor telepatia. Também é fre-quente ouvir vozes ou vercoisas que não existem. Mui-tas vezes fica-se confuso emuda-se drasticamente as ac-tividades. Este estado é ge-ralmente seguido de umatendência para o isolamento,desinteresse pelas coisas emgeral e a criação de um mun-do próprio à sua volta.
Este problema tem iníciohabitualmente no fim da ado-lescência ou início da idadede jovem adulto e tem doisgrandes tipos de causas: (1) avulnerabilidade (propensão)genética; e (2) os factoresambientais (acontecimentosde vida negativos). Sabe-se
que existem famílias ondeeste problema tem mais ten-dência para acontecer, masisso, por si só, não é determi-nante.
Dos primeiros
sintomas
à detecção precoce
É preciso que haja aconte-cimentos stressantes que fa-çam despoletar a doença. Porexemplo, as pessoas que fo-ram vítimas de abuso ou bul -lying, ou que assistiram a ce-nas violentas ou traumáticas,têm também mais possibili-dade de ter este problema. Aprivação de sono, dificulda-des nas relações e o consumode drogas (cannabis, ácidos emetanfetaminas) tambémsão causas significativas.
No que diz respeito ao
consumo de drogas, serámuito importante ter em con-ta que o consumo da canna-bis é um importante factor derisco para a esquizofrenia. Asociedade em geral, princi-palmente os pais, professo-res, jovens e até mesmo osprofissionais de saúde, deveter em conta que esta droga,que muitas vezes é conside-rada "leve", pode trazer con-sequências graves. Muitosdos novos casos acontecemcom jovens que nunca teriameste problema se não fosse oconsumo de cannabis.
A detecção da doença lo-go no início é fundamental.Alguns sinais de alarme são:desinteresse pelas coisas emgeral; isolamento muito mar-cado e repentino; mudançadrástica das rotinas; indife-
rença às coisas à sua volta;mudança de estilo; tendênciapara se interessar por coisasdo oculto, fenómenos poucohabituais ou organizações se-cretas; medo de sair à rua; edesconfiança. Se existir con-sumo de cannabis, pessoasna família com problemas desaúde mental e se há históriade acontecimentos traumáti-cos na vida, então é necessá-rio começar já um tratamentode prevenção.
Tratar e voltar
a ter uma vida
normal
O tratamento da esquizo-frenia é geralmente prolon-gado. Para pessoas que tive-ram apenas um episódio dadoença será de prever umcontacto com os serviços de
saúde durante três a cincoanos. Estes serviços podempassar por unidades de inter-namento de curta duração,programas de reabilitaçãoem serviços especializados,residências e fóruns sócio-ocupacionais na comunida-de.
Será determinante parauma boa evolução, a inclusãodo utente o mais rapidamentepossível na vida em socieda-de e na família. Ter um em-prego ou regressar aos estu-dos no momento certo é fun-damental. Esta inclusão deveser graduada, e em alguns ca-sos é preciso contar com aprotecção dos intervenientes,por exemplo as entidades pa-tronais. Contudo, muitas ve-zes, é nesta fase que se en-contra um outro obstáculo, o
estigma social. As pessoascom esquizofrenia são com-petentes e podem trabalharou estudar depois de teremrecuperado da fase de crise,ou seja, podem fazer uma vi-da tal como todos os outros.No início do tratamento po-derão ter algumas dificulda-des, mas com a ajuda certados profissionais, família,amigos e da sociedade emgeral, em alguns meses ascoisas começam a melhorar.Por exemplo, existem algu-mas figuras públicas bem-su-cedidas, entre as quais acto-res famosos e músicos, quetêm sintomas desta doença.Existe mesmo o caso de umcientista importante, que ga-nhou um Prémio Nobel, e so-fria de uma esquizofreniagrave.
Jaime Grácio | Psicólogo clínico
n esta é uma mensagemimportante a considerar ac-tualmente. a doença mentalmais temida e mais estig-matizada ao longo dos tem-pos assume agora novoscontornos.
A esquizofrenia tem recuperação
"Serádeterminantepara uma boaevolução, ainclusão doutente o maisrapidamentepossível na vidaem sociedade ena família"
publicidade ll 35Abril 2013 l JSA
36ll SAÚDE DA MULHER Abril 2013 lJSA
Apré-eclâmpsia éuma síndrome ca-racterizada pelosurgimento de hi-pertensão e pro-
teinúria após as 20 semanas degestação em mulher previamentenormotensa. Tem uma incidênciade 2% a 8% de todas as gestações.É uma das três causas principaisde morbilidade e mortalidade emtodo o mundo. Nos últimos 50anos, houve redução significativanas taxas de complicações ligadasa doença nos países desenvolvi-dos. Em contraste, as complica-ções mantêm-se altas nos paísesem desenvolvimento. Essas dife-renças devem-se maioritariamen-te ao acesso universal aos cuida-dos pré-natais, prontidão no aces-
so e adequado manuseamento dapatologia nos países desenvolvi-dos. Paradoxalmente, muitas dasmortes nos países em desenvolvi-mento devem-se a falta de assis-tência pré-natal, falta de acessoaos hospitais, falta de recursos,diagnóstico e manuseamento ina-propriado das pacientes com pré-eclampsia.
Situação em Angola
Duas das principais maternida-des de Angola – a Lucrécia Paím eAugusto Ngangula – assistiram,em 2012, a um total de 51 372 par-tos na cidade de Luanda. Nestasunidades a pré-eclampsia e suascomplicações estão entre as duasprincipais causas de morte. Naprimeira, inclusive, superou a he-morragia que tem sido tradicional-mente a primeira causa de morteem todo o mundo.
A pré-eclampsia cursa com pe-lo menos sete complicações agu-das potencialmente fatais1. Eclampsia2. Edema agudo do pulmão3. Insuficiência renal aguda4. Encefalopatia hipertensiva5. Síndrome HELLP6. Descolamento da placenta/Coagulação intravascular disse-minada7. Hemorragia/ Ruptura hepática
E tantas outras complicações alongo termo:1. Hipertensão crónica2. Diabetes mellitus3. Insuficiência renal crónica4. Coronariopatia 5. Défice neurológico6. Morte prematura
Cuidados a ter
Deve-se entender que, acaute-lando as gravidezes, evitam-se ascomplicações a ela ligadas e asmortes. Neste âmbito, são válidasas seguintes estratégias;1. Prevenir a gestação na puberda-de e adolescência2. Espaçamento adequado dasgestações3. Evitar o excesso de gravidezese/ou partos (menos de 6 em toda avida).
A nível mais amplo as grandeslinhas de acção deverão passarpor:1. Educação contínua da popula-ção e dos prestadores de serviçosnas unidades sanitárias2. Potencializar o planeamento fa-miliar3. Assistência pré-natal adequada4. Parto seguro5. Protocolos claros para a detec-ção precoce e manuseamento dapré-eclampsia a todos os níveis deassistência sanitária.
Pode surgir na segunda metade da gravidez
Pré-eclâmpsia com números alarmantesMário Bundo
n A pré-eclâmpsia é uma com-plicação que emerge na segun-da metade da gravidez, associa-da a uma falha de adaptação cir-culatória entre o útero e a pla-centa. Actualmente mecanismode acção e/ou etiopatogenia co-nhecida, mas causa específicadesconhecida. Prémio nobel deMedicina garantido para quemdescobrir…
“A pré-eclâmpsiaé uma síndromecaracterizada pelosurgimento dehipertensão eproteinúria (perdaexcessiva deproteínas atravésda urina) após as20 semanas degestação emmulherpreviamentenormotensa(tensão arterialnormal)”
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38ll dengue Abril 2013 lJSA
O responsável pelo programa da malária, da
Direcção Nacional de Saúde Pública, Filome-
no Fortes admitiu que apenas uma pequena
parte das pessoas infectadas com dengue no
país está diagnosticada porque os testes de des-
piste são poucos.
Em declarações aos jornalistas à margem do
Congresso Nacional de Medicina Tropical, a
decorrer em Lisboa, Filomeno Fortes disse
que esta é a primeira vez que Angola enfrenta
uma epidemia de dengue e as autoridades es-
tão a tentar ver qual a prevalência da doença.
"Devemos ter muitos casos de dengue a cir-
cular no país, mas só uma pequena parte
tem acesso ao diagnóstico diferen-
cial", explicou, lembrando que só
agora as autoridades estão a in-
troduzir os testes para confir-
mação da doença.
"As síndromas febris em
Angola são muito con-
fundidas. Temos em média, por ano, três mi-
lhões de casos clínicos de malária, desses ape-
nas 60% são submetidos a diagnóstico labora-
torial. De forma geral, tudo o que é febre em
Angola é diagnosticado como malária", expli-
cou.
Desta vez, no entanto, "com a globalização da
dengue e com a chegada a Angola de expatria-
dos saídos de países hiper endémicos de den-
gue", o país tem assistido a um aumento do nú-
mero de casos, acrescentou o especialista,
adiantando que o mosquito que transmite a
doença existe em Angola e está infectado.
Alertadas para a situação do dengue, as auto-
ridades de saúde estão a criar 'sítios sentinela',
para onde os casos suspeitos são encaminha-
dos, explicou ainda.
O ministro da Saúde de Angola disse, entretan-
to, que até meados de Abril tinham sido notifi-
cados 50 casos de dengue, todos em Luanda e
sem registo de mortes.
A situação em Angola
O que
é dengue?É uma doença transmitida por ummosquito (Aedes aegypti) que pica
apenas durante o dia, ao contrá-rio do mosquito comum que
pica de noite.
Período de
incubaçãoVaria de três a quinze diasapós a picada, sendo em
média de cinco aseis dias.
Como é o ciclo
de vida do
mosquito?• De ovo a adulto dura 10 dias;
• Os ovos são colocados próximos à água ea larva desenvolve-se dentro da água;
• A posição da larva do Aedes aegypti évertical. A posição da larva do perni-
longo comum (Culex sp.) éinclinada.
Sintomas
da doença?• Começa com febre alta, dor de cabeça e nos
olhos, muita dor no corpo;• É comum a sensação de intenso cansaço, falta
de apetite e, por vezes, náuseas e vómitos;• Podem aparecer manchas vermelhas na pele,parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e
coceira no corpo;• Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de
sangramento (em geral no narizou nas gengivas).
Como
é o mosquito?• O Aedes aegypti é um mosquito doméstico,
que vive dentro ou nas proximidades dashabitações;
• Além da dengue, este mosquito também podetransmitir a febre-amarela;
• É preto com listras brancas no corpo;• É menor que um pernilongo comum;
• Pica durante o dia;• Desenvolve-se em água para-
da e limpa
Tratamento• Procurar uma unidade de saúde, ou
um médico, logo no começo dos sintomas.Diversas doenças são muito parecidas com a
dengue, e têm outro tipo de tratamento.• Os remédios são usados apenas para aliviar a fe-bre e as dores, e devem ser indicados por médicos,pois todos os medicamentos podem ter efeitos co-
laterais e alguns podem até piorar a doença.• Não tomar nenhum remédio para dor oupara febre que contenha ácido acetil-sa-
licílico, que pode aumentar o ris-co de sangramento.
Como evitar a dengue?A única maneira de evitar a dengue é eliminar o mosquito.
O inseticida pulverizado em ultra baixo volume é útil para matar osmosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empre-
gado apenas em períodos de epidemias, com o objetivo de interromper rapida-mente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos
mosquitos (lugares de nascimento e desenvolvimento das larvas). Adote as seguintesmedidas:
• Não deixe a água, mesmo limpa, ficar parada em qualquer tipo de recipiente;• Lave bem os pratos de plantas, passando um pano ou uma bucha para eliminar completamenteos ovos dos mosquitos. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam aderen-tes às paredes dos recipientes. Uma boa solução é trocar a água por areia molhada nos pratinhos;
• Lave bebedouros de aves e animais com uma escova ou bucha e troque a água pelo menos uma vez por semana;
• Guarde as garrafas vazias de cabeça para baixo;• Jogue no lixo copos descartáveis, tampinhas de garrafas, latas e tudo o que acumula água;
• Utilize água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias;• Não deixe acumular água nas calhas do telhado e lajes;
• Não deixe expostos à chuva pneus velhos, latas, garrafas, cacos de vidro, embalagensvazias, baldes e qualquer outro recipiente que possa acumular água;
• Acondicione o lixo em sacos plásticos fechados ou latões com tampa;• Tampe cuidadosamente caixas de água, filtros, barris, tambores, cisternas,
poços, etc.• As piscinas devem ser tratadas com cloro e limpas frequen-
temente.
O essencial que precisa saber sobre o Dengue
Como
é transmitida?• O causador da dengue é um vírus, mas seus transmisso-
res – denominados vetores - são mosquitos do género Aedes;• A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para ou-tra, ou seja, não há transmissão por contato direto de um doente ou
de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água oualimento;
• Para ocorrer a transmissão é necessário que ocorra a picada da fêmeado mosquito que esteja contaminada com o vírus da dengue. Além
disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquitoque tem o vírus não apresenta qualquer sintoma da doença;• Uma pessoa pode contaminar o mosquito um dia antes do
início da febre até o sexto dia da doença.• O mosquito vive cerca de 45 dias e pode conta-
minar até 300 pessoas, durante sua vida.
publicidade ll 39Abril 2013 l JSA
40 ll publicidade JSA l Abril 2013