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    UNIDADES INTEGRADAS DE PESQUISA E PS-GRADUAO - UNIPS

    DALVA LUZ NASCIMENTO

    ESCALAS PARA AVALIAO DA DOR NAS UNIDADES DE TERAPIAINTENSIVA NEONATAL: UMA REVISO INTEGRATIVA

    PS-GRADUAO EM ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA

    TERESINA2014

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    ESCALAS PARA AVALIAO DA DOR NAS UNIDADES DE TERAPIAINTENSIVA NEONATAL: UMA REVISO INTEGRATIVA

    Dalva Luz Nascimento1

    Shirlei Marly Alves2

    RESUMO

    As escalas de dor so instrumentos que facilitam a interao e comunicao entreos membros da equipe de sade, permitindo avaliar a evoluo da dor em cadapaciente. Este estudo teve como objetivos descrever e analisar o conhecimento dosprofissionais de enfermagem sobre as escalas de avaliao da dor neonatal na UTIneonatal. A pesquisa foi realizada por meio de uma reviso integrativa, na qual

    utilizou-se o levantamento bibliogrfico nas bases de dados do Scielo e BVS, noperodo de 2003 a 2013. Com os resultados do estudo, foi possvel perceber que hpouco conhecimento a respeito da avaliao a ser realizada para a deteco da dorna UTIN e que, apesar de a maior parte dos profissionais de enfermagem considerara dor como um sinal a ser avaliado e poucos conhecessem as escalas especificaspara avaliao do processo doloroso, em geral, no as utilizavam no seu dia-a-diaprofissional. Portanto, a avaliao da dor deve ser preocupao dos profissionais deenfermagem, considerando que a identificao de sinais dolorosos e suacaracterizao, so fundamentais para o cuidado do recm-nascido e seriadesejvel que nas unidades de terapia neonatal dispusessem de escalas de dor nasua prtica, educao permanente e ate mesmo protocolos.

    Palavras-chave: Enfermagem neonatal. Terapia intensiva neonatal. Dor. Medioda dor.

    1 INTRODUO

    A dor uma experincia sensitiva e emocional desagradvel, e sempresubjetiva, associada a uma leso tecidual real, potencial ou descrita nos termos

    dessa leso. Segundo Guinsburg e Cuenca (2010), estudos revelam que a dor

    neonatal era um tema pouco pesquisado, pois se acreditava que o recm-nascido

    (RN) no sentia dor, sendo que tal conceito tem sua raiz em pressupostos tericos

    de que as fibras neurais no eram suficientemente mielinizadas para que pudessem

    realizar a transmisso dos impulsos de dor. No entanto, recentemente, pesquisas

    1Enfermeira, bacharelada pela UFPI. Ps-graduanda em Enfermagem em Terapia Intensiva -UNIPS.2Professora Orientadora

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    tm documentado que o neonato possui todos os componentes funcionais e

    neuroqumicos necessrios para a recepo e transmisso desses estmulos

    dolorosos.

    A avaliao da dor no perodo neonatal baseia-se em modificaes de

    parmetros fisiolgicos ou comportamentais, observados antes ou depois de um

    estmulo doloroso. Fisiologicamente avaliam-se, na prtica clnica, frequncia

    cardaca, frequncia respiratria, presso arterial sistlica. Dentre os parmetros

    comportamentais utilizados na avaliao esto mudanas na expresso facial,

    estado de sono, choro e viglia, e os movimentos corporais associados aos

    parmetros fisiolgicos (CHERMONT et al., 2003).

    A dificuldade de avaliao e mensurao da dor no lactente pr-verbalconstitui-se no maior obstculo ao tratamento adequado da dor nas unidades de

    terapia intensiva neonatais. A deciso a respeito da necessidade de interveno

    teraputica nos recm-nascidos varia de acordo com o mtodo escolhido para a

    observao da dor e das diferentes interpretaes pessoais dos profissionais

    envolvidos na avaliao clnica da presena e da intensidade da dor em um

    determinado paciente (GASPARDO; LINHARES; MARTINEZ, 2005).

    Para que se possa atuar de forma teraputica diante de situaespossivelmente dolorosas e estressoras no basta saber que o recm-nascido pode

    exprimir a dor. preciso, tambm, dispor de instrumentos que "decodifiquem" essa

    linguagem. As escalas de dor so instrumentos que facilitam a interao e

    comunicao entre os membros da equipe de sade, permitindo avaliar a evoluo

    da dor em cada paciente e a verificar a resposta frente terapia analgsica

    (CRESCNIO; ZANELATO; LEVENTHAL, 2009).

    Com essa viso, foram desenvolvidas escalas, que avaliam a respostacomportamental e fisiolgica dor, so ferramentas unidimensionais e

    multidimensionais, que incluem uma combinao de parmetros objetivos e

    subjetivos relacionados resposta dor exibida pelo recm-nascido (SOUSA et al.,

    2006).

    Deste modo convm ressaltar que o conhecimento sobre a avaliao da dor

    no recm-nascido na terapia intensiva importante, pois contribuir para uma

    melhor assistncia, j que medidas inadequadas para o tratamento da dor tem sido

    uma causa concorrente para o aumento dos ndices de morbidade e mortalidade

    neonatal.

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    De acordo com o aspecto mencionado acima, os profissionais de sade

    precisam de instrumentos que decodifiquem a dor para assim atuar

    terapeuticamente diante de situaes de dor. A neonatologia uma especialidade

    que demanda profissionais competentes e que dominem esse cuidar do recm-

    nascido, e isso tambm me motiva a aprofundar mais nessa temtica.

    Diante do exposto, questiona-se: Quais os conhecimentos dos profissionais

    de enfermagem sobre as escalas de avaliao da dor neonatal na terapia intensiva

    neonatal?

    Nesse sentido o presente estudo tem como objetivos descrever e analisar o

    conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as escalas de avaliao da

    dor neonatal na UTI neonatal.

    2 METODOLOGIA

    Realizou-se uma reviso integrativa, que visa sumarizar os resultados de

    pesquisa e obter concluses a partir do tema investigado. Neste tipo de estudo, aspesquisas j publicadas do suporte para tomada de decises e melhoria nas

    prticas clnicas, ajudando a obter snteses de determinado assunto e um profundo

    entendimento de fenmenos baseado em estudos anteriores (TEIXEIRA, 2009;

    MENDES; SILVEIRA; GALVO, 2008).

    A elaborao da reviso integrativa se d por meio de vrias fases, nas quais

    se podem buscar evidncias temtica escolhida. Suas fases compreenderam seis

    etapas: identificao do tema; estabelecimentos de incluso e excluso de estudos;definio das informaes; avaliao dos estudos e interpretao dos resultados

    (MENDES; SILVEIRA; GALVO, 2008).

    Delimitou-se como critrio de incluso para a seleo dos artigos os estudos

    referentes temtica, artigos publicados na lngua portuguesa, completos no

    perodo de 2003 a 2013, disponveis no Scielo e BVS, utilizando os seguintes

    descritores: terapia intensiva neonatal, dor, medio da dor e enfermagem neonatal.

    Foram excludos os artigos que no constituam em artigos originais, pesquisas

    realizadas anterior ao ano de 2003, lngua estrangeira, os que no tratavam sobre a

    temtica da pesquisa e no respondiam a questo norteadora.

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    A partir disto, foi iniciada a coleta de dados nas bases de dados do Scielo e

    BVS. Por meio dos descritores utilizados, obtivemos um total de artigos disponveis,

    no perodo de 2003 a 2013. Foi realizada uma leitura superficial dos resumos, nos

    quais observamos que muitos no estavam de acordo com a temtica selecionada,

    onde obtivemos 20 artigos que poderiam ser utilizadas na pesquisa. Iniciamos uma

    nova leitura minuciosa, na qual percebemos que mencionados artigos no

    respondiam a questo norteadora, restando assim 13 artigos, que serviam para o

    presente estudo.

    A definio das informaes foi extrada de estudos selecionados, dando-se

    inicio a terceira etapa, na qual foi utilizado um instrumento (Apndice A) para

    sintetizar e reunir as informaes de forma organizada e concisa, formando, assimum banco de dados de fcil acesso, organizados sob a forma de categorias.

    Os dados obtidos foram organizados e surgiram as categorias a partir de

    ncleos temticos identificados, em sntese no item de resultados e submetidos

    discusso pautada nas evidncias dos resultados obtidos dos artigos.

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    3.1 Reconhecendo a dor atravs de sinais dos recm-nascidos

    Embora o avano tecnolgico proporcione a sobrevida dos pacientes atravs

    do incremento de recursos teraputicos disponveis no ambiente da Unidade de

    Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), observa-se o crescente nmero de manuseios eprocedimentos, na maioria das vezes desnecessrios e agressivos, a ponto de

    causarem dor, podendo alterar e desestruturar todo o sistema orgnico do recm-

    nascido.

    Para Kopelman e outros (2004), citado por Sousa et al. (2006), devido

    impossibilidade de qualquer tipo de verbalizao, a principal forma de expressar a

    dor em recm-nascido (RN) passa a ser por atitudes comportamentais. Dessa forma,

    fica subentendido que a avaliao da dor em recm-nascido pr-termo (RNPT)

    fundamenta-se na avaliao das respostas destes dor. Essas respostas podem ser

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    analisadas a partir de alteraes das medidas fisiolgicas e comportamentais

    observadas antes, durante e depois de um estmulo potencialmente doloroso.

    Os profissionais de sade reconhecem que os recm-nascidos,

    principalmente os prematuros, esto expostos a mltiplos eventos estressantes ou

    dolorosos, incluindo excesso de luz, rudos fortes e muitas manipulaes. O que

    resulta em desorganizao fisiolgica e comportamental (CRESCNIO; ZANELATO;

    LEVENTHAL, 2009).

    No entanto Santos et al., (2012) notaram em seu estudo que, durante a

    realizao de procedimentos, os trabalhadores da sade no consideravam as

    expresses faciais do recm-nascido, bem como seu comportamento e respostas

    fisiolgicas como sinais sugestivos de ocorrncia da dor, pois a preocupaoimediata era com a assertividade do procedimento ou execuo do mesmo. Desta

    forma, a avaliao e a interveno da dor no era uma constante na pratica clinica

    da equipe de sade.

    O no reconhecimento da dor como uma varivel vital a ser avaliada na

    pratica clinica diria preocupante, pois diante do atual estado do conhecimento

    relativo a dor no perodo neonatal, observa-se profissionais que podero contribuir

    com ocorrncia de iatrogenias no cuidado ao recm-nascido, tendo em vista apossibilidade de realizao de procedimentos invasivos e potencialmente dolorosos

    sem as devidas intervenes para o alivio do processo doloroso.

    Crescnio, Zanelato e Leventhal (2009) confirmam que a presena da dor no

    recm-nascido no seu estudo foi identificada pelos profissionais de sade por meio

    de alteraes nos parmetros fisiolgicos (frequncia respiratria, frequncia

    cardaca, temperatura corprea, saturao de oxignio) e atravs de alteraes de

    parmetros comportamentais como: expresso facial, choro, flexo de membros,agitao, irritabilidade.

    Assim confirmam Oliveira e outros (2010) citados por Santos et al., (2012),

    que a equipe de enfermagem avalia a dor, principalmente, observando mudanas no

    comportamento da criana, incluindo o choro caracterstico, alteraes na mmica

    facial, no humor e nos movimentos corporais.

    Segundo Guinsburg e Cuenca (2010), as alteraes da mimica facial no

    trazem informaes fidedignas no que diz respeito a qualidade ou a intensidade da

    dor. Alm disso, sabe-se que ha alteraes aos estmulos dolorosos agudos, mas

    no se conhece o que ocorre diante de um estimulo prolongado ou repetitivo.

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    Diante disso, as enfermeiras intensivistas reconhecem que o recm-nascido

    sente dor e com intensidade maior do que o adulto. Essa noo de dor avaliada a

    partir do comportamento do RN, principalmente, pelo choro, pistas da mmica facial e

    da atividade motora. Embora, os indicadores fisiolgicos da dor foram pouco citados

    pelas entrevistadas (MARTINS et al., 2013; BARBOSA; VALLE, 2006).

    Segundo Veronez e Corra (2010), muitos profissionais perceberam a dor

    atravs das alteraes fisiolgicas, sendo as alteraes dos sinais vitais os mais

    citados. A nocicepo no RN resulta em respostas fisiolgicas, humorais e

    imunitrias imediatas que podem estar associadas com efeitos prejudiciais.

    No certo, simplesmente, achar que o RN esteja com dor, mas sim fazer um

    julgamento com base em uma anlise, como resposta fisiolgica e comportamental. muito difcil a avaliao da dor no RN, apesar dos vrios parmetros utilizados, h

    uma ampla variao individual fisiolgica e comportamental. E essas alteraes no

    devem ser interpretadas individualmente, mas de forma holstica (GUIMARAES;

    VIEIRA, 2008; LLIS et al., 2011).

    O grande desafio na avaliao da dor em lactentes pr-verbais consiste em

    compreender a diferena do que dor ou desconforto, para estabelecer assim, um

    correto diagnstico de dor (SCOCHI et al., 2006).

    3.2 (Des)conhecimento das escalas de avaliao da dor neonatal na Unidadede terapia neonatal

    importante o conhecimento pelos profissionais de enfermagem das escalas

    de avaliao de dor neonatal, para assim desenvolver uma assistncia de qualidade,diminuindo assim o manuseio excessivo do recm-nascido e consequentemente os

    ndices de morbimortalidade neonatal.

    Kolpeman e outros (2004) citados por Silva, Chaves e Cardoso (2009), a

    avaliao da dor no recm-nascido torna-se um desafio, para quantificao e

    qualificao da dor, porm tm-se utilizado escalas que levam em conta alteraes

    comportamentais e fisiolgicas no perodo neonatal. Entre as escalas utilizadas para

    avaliao da dor no recm-nascido, citam-se: Neonatal Infant Pain Scale (NIPS),

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    Sistema de Codificao da Atividade Facial Neonatal (NFCS) desenvolvida por

    GRUNAU e CAIG, e Premature Infant Pain Profile (PIPP).

    Santos, Ribeiro e Santana (2012) em seu estudo enfatizam que apesar de

    reconhecerem a importncia de avaliao da dor nos recm-nascidos prematuros

    internados na UTIN, a equipe de enfermagem ainda no utiliza escalas para a

    avaliao deste processo, bem como no ha uma politica setorial, que vislumbre a

    dor como um dos parmetros vitais a serem avaliados segundo o protocolo do

    servio.

    Llis et al., (2010), alertam sobre a necessidade da enfermagem aperfeioar

    seus conhecimentos sobre a dor do RN, tanto para melhorar sua forma de avaliao

    como tambm procurar utilizar instrumentos que potencializem suas avaliaesdiante da intensidade da dor aguda ou crnica sentida pelo RN.

    O que diz respeito ao conhecimento sobre os instrumentos/escalas de

    avaliao da dor no RN, observou-se no estudo de Sousa et al.(2006), que do total

    de enfermeiras, 25,0% delas referiram possuir conhecimento sobre algum tipo de

    escala para avaliao da dor em recm-nascido,no entanto, no souberam

    identificar o nome da mesma.

    De modo semelhante, em outro estudo de Chermont et al., (2003),apenas umtero dos entrevistados referiram conhecer alguma escala para avaliao da dor.

    Esse fato preocupante, visto que, as escalas de avaliao da dor no RN foram

    elaboradas desde o final da dcada de 80, alm de que, desconhecer os

    instrumentos de avaliao da dor pode dificultar a sua identificao assim como o

    emprego de condutas adequadas que a minimizem (FREITAS; PEREIRA;

    OLIVEIRA, 2012).

    De acordo com Sousa et al., (2006) em seu estudo, profissionais atuantes naUTIN ao serem questionados sobre o conhecimento das escalas de avaliao da

    dor, 58,4% afirmaram no ter conhecimento a respeito da existncia destes

    instrumentos, sendo que apenas 41,6% conheciam alguma escala utilizada para

    avaliao deste processo. Num estudo realizado nesta mesma cidade e nas

    unidades neonatais da maternidade municipal, os profissionais reconheceram a

    importncia da avaliao da dor nos recm-nascidos prematuros hospitalizados.

    Entretanto, os entrevistados no utilizavam escalas que subsidiassem esta

    avaliao, alm do fato de no haver uma politica institucional e a discusso da dor

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    a nvel setorial, como um dos parmetros vitais, contemplados em protocolos

    assistenciais.

    Confirma Calasans (2006) citado por Santos et al., (2012), que estes achados

    so reforados, ao ser evidenciado que 70,8% dos profissionais do campo emprico

    em estudo no utilizavam escalas para a avaliao da dor. Apesar de os

    profissionais de sade acreditarem que os recm-nascidos sentem dor, sua

    avaliao e realizada de acordo com valores individuais, sem padronizao.

    Para Martins et al., (2013) no seu estudo observa-se uma inconsistncia entre

    as concepes e a ao desses profissionais de sade em relao dor neonatal

    esta existe, e identificada por indicadores comportamentais do RN, mesmo sem

    conhecimento de escalas de dor neonatal.Chermont et al., (2003), em um de seus estudos relataram em relao

    avaliao da dor, observou-se que menos de 50% dos profissionais dos trs grupos

    referiram conhecer escalas de dor.

    Nota-se que nos estudos citados acima os profissionais de enfermagem no

    conhecem as escalas de avaliao da dor neonatal e os que relatam conhecer de

    forma superficial at mesmo sem saber identifica-las pelo nome.

    Corroboram Crescnio, Zanelato e Leventhal (2009) que, no seu estudo,realizado num hospital particular, a NIPS era a escala protocolada para ser utilizada

    pelos profissionais da unidade neonatal, por isso foi citado por 29/32 enfermeiro.

    Essa escala de fcil aplicao pelos profissionais considera que a melhor maneira

    de avaliar a dor por dimenses mltiplas. Alguns profissionais citaram

    erroneamente a Escala de Faces e a Escala Numrica como instrumento de

    avaliao da dor em RN, porm essas escalas no so utilizadas em neonatos.

    Do mesmo modo em outro estudo, a dor neonatal foi reconhecida pelosindicadores comportamentais e fisiolgicos da dor e em relao s escalas de

    avaliao apenas uma enfermeira conhecia a Neonatal Infant Pain Scale (NIPS),

    sendo que 4 desconheciam qualquer tipo de escala de dor neonatal; 2 conheciam

    escala de dor para adulto (MARTINS et al., 2013).

    Em contrapartida no estudo de Guimaraes e Vieira (2008), afirmam que a

    maioria dos integrantes do estudo, 76,9%, utiliza a escala de dor para detectar a dor

    no RN, no entanto a escala utilizada a escala de faces que avalia apenas uma

    varivel, a expresso facial, o que pode ser subjetiva, se analisada isoladamente.

    Em outro estudo, a escala de avaliao da dor utilizada no local a NIPS,

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    entretanto, quando as enfermeiras aplicam esta escala no processo de

    Sistematizao da Assistncia de Enfermagem, a mesma no usada

    corretamente, no sendo considerada eficaz e til na prtica clnica pela maioria dos

    profissionais (SCOCHI et al., 2006).

    A Escala de avaliao da dor Neonatal (Neonatal Infant Pain Scale NIPS),

    composta por cinco indicadores comportamentais e um fisiolgico (expresso facial,

    choro, respirao, posio dos braos, posio das pernas e estado de conscincia)

    pode ser utilizada em RN pr-termo e termo. A pontuao varia de zero a sete,

    definindo dor para valores maiores ou iguais a quatro (GASPARDO; LINHARES;

    MARTINEZ, 2005).

    A partir dos estudos citados acima notou-se que em relao ao conhecimentosobre as escalas de dor os profissionais utilizavam na prtica mas sem o seu devido

    conhecimento especfico do modo de realizar e utiliz-las, sendo que em muitas a

    usavam incorretamente.

    4 CONSIDERAES FINAIS

    O estudo tratou de um assunto abrangente e complexo, que delineia a

    assistncia ao RN e para alm da prtica clinica, as escalas de dor so importantes

    na investigao, que tem sido essencial para aprofundar o conhecimento e melhorar

    a pratica assistncia.

    A partir dos resultados obtidos, percebe-se que h pouco conhecimento a

    respeito da avaliao a ser realizada para a deteco da dor na UTIN. Foi observadoque, apesar de a maior parte dos profissionais de enfermagem considerar a dor

    como um sinal a ser avaliado e poucos conhecessem as escalas especificas para

    avaliao do processo doloroso, em geral, no as utilizavam no seu dia-a-dia

    profissional.

    Tendo em vista os resultados do estudo, a avaliao da dor deve ser

    preocupao dos profissionais de enfermagem, considerando que a identificao de

    sinais dolorosos e sua caracterizao, so fundamentais para o cuidado do recm-

    nascido, j que o reconhecimento da dor em neonatos vem ocorrendo de forma

    individualizada e no sistematizada, mas embasada em experincias profissionais.

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    Pois a enfermagem deve estar apta a reconhecer esses sinais emitidos pelo RN, a

    fim de que contribuam para a diminuio ou ausncia da dor de forma a

    proporcionar a recuperao e o desenvolvimento normal do RN.

    Seria desejvel que nas unidades de terapia neonatal os profissionais

    dispusessem de escalas de dor na sua prtica, educao permanente e ate mesmo

    protocolos, tornando assim possvel a adoo de estratgias nacionais no

    tratamento da dor e das medidas de conforto no recm-nascido e com isso diminuir

    as iatrogenias. Dessa forma, esses profissionais cumpririam seu papel de proteo

    ao desenvolvimento infantil.

    REFERNCIAS

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