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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.725
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"Não estrague seu dia: a sua irritação não solucionará problema algum."
André Luiz
ÍNDICE DE CONSTRUÇÃO CIVIL SOBE 3,82% EM 2017, SEGUNDO IBGE .......................................................................... 2
IPC-FIPE ATINGE 0,55% ATÉ 1ª SEMANA DE JANEIRO .................................................................................................... 2
VEJA CARTA DE ILAN GOLDFAJN SOBRE O DESCUMPRIMENTO DA META DE INFLAÇÃO ................................................ 2
PAGAMENTO DE DÉBITOS DE VEÍCULOS COM CARTÃO DE CRÉDITO E PARCELAMENTO ENTRA EM VIGOR ................... 3
DOENÇAS QUE DÃO DIREITO A DESCONTO NA COMPRA DE VEÍCULO 0KM ................................................................... 4
TURMA DECIDE QUE CONTRATO DE ESTÁGIO ATRAI INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO TRABALHISTA ................................. 6
POR ACORDO EXTRAJUDICIAL PREVISTO NA LEI 13.467, EMPREGADA DA UNIMED PODERÁ REDUZIR SUA JORNADA
DE TRABALHO ................................................................................................................................................................ 7
NEGADA EXECUÇÃO DE CONSÓRCIO CONSTITUÍDO APÓS FIM DE CONTRATO .............................................................. 7
TRABALHADORA COM FILHO AUTISTA TEM DIREITO A JORNADA REDUZIDA ................................................................ 8
O ALCANCE DA TESE DA RESTITUIÇÃO DO ICMSST PAGO A MAIOR ............................................................................... 9
UNIÃO PODERÁ BLOQUEAR BENS SEM ORDEM JUDICIAL ............................................................................................ 11
VENDAS DE MATERIAIS CRESCERÃO ATÉ 2% EM 2018 ................................................................................................. 12
TERRAS SOBEM MAIS NA 'VELHA FRONTEIRA' AGRÍCOLA DO BRASIL .......................................................................... 13
JURO NEUTRO NO BRASIL: A HORA DA VERDADE ........................................................................................................ 15
TRIBUNAL DECIDIU SETE PROCESSOS VINCULANTES NO ANO PASSADO ..................................................................... 17
TST JULGARÁ RECURSOS REPETITIVOS COM TEMAS DA REFORMA ............................................................................. 18
TETO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS SOBE PARA R$ 5.645,80 NESTE ANO .......................................................... 20
RENDA FIXA SEM IR: CONHEÇA A MODALIDADE QUE CHAMA A ATENÇÃO DO MERCADO COM GANHOS ELEVADOS . 21
PEDIDO DE DEMISSÃO DE GESTANTE ANTES DO FIM DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA AFASTOU ESTABILIDADE ........ 21
COMPORTAMENTO DESIDIOSO INVALIDA ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE GESTANTE ................................................ 23
AUTORIZADA A PENHORA ONLINE DE APLICAÇÕES EM RENDAS FIXA E VARIÁVEIS ..................................................... 23
Sumário
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ÍNDICE DE CONSTRUÇÃO CIVIL SOBE 3,82% EM 2017, SEGUNDO IBGE
Fonte: Valor Econômico. A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi)
subiu 0,18% em dezembro, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Com o resultado, o indicador acumulou alta de 3,82% em 2017, abaixo da taxa 6,64%
acumulada ao longo do ano anterior.
O custo nacional da construção por metro quadrado foi de R$ 1.066,68 em dezembro, dos quais
R$ 544,97 relativos aos materiais e R$ 521,71, à mão de obra. Em novembro, esse custo
totalizava R$ 1.064,76.
Em 2017, os materiais tiveram variação de 2,61%, enquanto a parcela do custo referente aos
gastos com mão de obra atingiu 5,17%. Em 2016, a parcela dos materiais fechou em 2,92% e a
mão de obra, em 10,89%
IPC-FIPE ATINGE 0,55% ATÉ 1ª SEMANA DE JANEIRO
Fonte: Valor Econômico. A inflação na cidade de São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ficou em 0,55% na
primeira quadrissemana encerrada em 2018. O percentual é o mesmo registrado no último
levantamento de preços de 2017, correspondente ao mês de dezembro, e inferior a 0,75%
registrado em período semelhante acumulado até a primeira semana do ano passado.
Das sete classes de despesas analisadas pelo indicador, quatro tiveram inflação mais forte do
que no período anterior: alimentação (de 0,31% para 0,57%), transporte (0,76% para 0,84%),
saúde (0,45% para 0,58%) e educação (0,08% para 0,64%). Por outro lado, tiveram pressão
menor: habitação (de 0,73% para 0,59%), despesas pessoais (0,70% para 0,37%) e vestuário
(0,11% para 0,03%).
A tomada de preços para esse levantamento foi realizada entre os dias 8 de dezembro e 7 de
janeiro, e comparada ao período de 8 de novembro a 7 de dezembro. A próxima divulgação do
IPC da Fipe, relativa ao período de 16 de dezembro a 15 de janeiro, ocorrerá em 17 de janeiro.
VEJA CARTA DE ILAN GOLDFAJN SOBRE O DESCUMPRIMENTO DA META DE
INFLAÇÃO
Fonte: Valor Econômico. O Banco Central divulgou carta do presidente Ilan Goldfajn enviada
ao Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre o descumprimento da meta de inflação em 2017.
Leia aqui a íntegra do documento.
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Num ano de comportamento atipicamente benigno dos preços dos alimentos, a inflação oficial
brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 2,95%
em 2017, abaixo dos 6,29% registrados no ano anterior.
Ilan aponta a deflação no preço dos alimentos e o aumento da produção agrícola.
Segundo o presidente do BC, excluindo alimentação no domicílio, a inflação passaria a 4,54%,
valor muito próximo à meta.
PAGAMENTO DE DÉBITOS DE VEÍCULOS COM CARTÃO DE CRÉDITO E PARCELAMENTO ENTRA EM VIGOR
Fonte: Agência Minas. Multas e impostos podem ser quitados com cartão de débito e crédito
em mais de 100 postos de atendimento do Detran espalhados pelo estado
A partir desta quarta-feira (10/1), o cidadão poderá pagar multas, impostos e outros débitos
incidentes sobre veículos por meio de cartão de débito e crédito, inclusive com a possibilidade
de parcelamento, em mais de 100 postos de atendimento credenciados pelo Departamento de
Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) em todo o estado.
Em Belo Horizonte, são 12 postos de atendimento aptos para operar o sistema. Os demais estão
espalhados por todas as regiões do estado. O Detran-MG orienta que o cidadão interessado
procure os postos de atendimento mais próximos à sua residência ou local de trabalho.
Clique aqui para conferir a localização dos postos de atendimento mais próximo da sua casa.
Como funciona
Antes de se dirigir ao posto de atendimento, o cidadão deve emitir as guias de pagamento
(multas, IPVA, taxa de licenciamento e seguro Dpvat) normalmente e ter em mãos os
documentos de identificação (carteira de identidade atualizada e CPF) para um atendimento
mais rápido.
No posto de atendimento, ele será orientado sobre o parcelamento, fará a simulação dos valores
e, em seguida, será encaminhado para a efetivação do serviço caso esteja de acordo com a
proposta.
O Detran-MG ressalta que os custos da operação estão sujeitos aos juros praticados pelo
mercado e variam conforme a opção de parcelamento escolhida pelo cidadão, que será
informado no momento da transação sobre os valores.
A opção de parcelamento é uma operação de crédito a ser contratada pelo cidadão junto às
empresas credenciadas – escolhidas após edital publicado no Diário Oficial. A empresa
credenciada realizará o pagamento dos débitos à vista para os cofres públicos, possibilitando ao
cidadão regularizar a situação do veículo.
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O Detran-MG ainda informa que o parcelamento pode ser feito em até 12 vezes e são aceitas
todas as bandeiras de cartões, podendo ser usados até três cartões diferentes para efetuar o
pagamento.
DOENÇAS QUE DÃO DIREITO A DESCONTO NA COMPRA DE VEÍCULO 0KM
Fonte: iCarros. Isenção de impostos pode representar um desconto de até 30% sobre o valor
total do veículo
O iCarros recebe constantemente dúvidas de leitores sobre doenças e deficiências que dão
direito à isenção de impostos na hora de comprar um carro 0km. Infelizmente, não existe uma
lista pronta com todas as patologias. É preciso avaliar caso a caso. Quem vai determinar se o
paciente tem direito ou não à isenção para PCD será o médico credenciado, que deverá emitir
um atestado avaliando não só a doença que o paciente tem (ou teve), mas também suas
sequelas.
E lembre-se de que cada isenção deve ser solicitada ao órgão específico que regulamenta cada
tributo. Vamos explicar melhor a seguir. Apesar da longa burocracia, vale a pena se informar
sobre o processo, já que o desconto pode chegar a 30% do valor total do carro, conforme afirma
a Gerente de Vendas Diretas do Grupo Carrera, Sueli Sanches.
IPI e IOF: Receita Federal
A isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e IOF (Imposto sobre Operações de
Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários) deve ser pedida junto à
Receita Federal. As regras constam no site da Receita. Entre elas estão: o veículo deve ser da
fabricação nacional, deve ter até 127 cv de potência para isenção do IOF e o desconto não se
aplica a acessórios ou dispositivos que não façam parte do modelo padrão de fábrica.
O abatimento do IPI pode ser solicitado uma vez a cada dois anos contados da data de emissão
da nota fiscal e, do IOF, somente uma única vez. O regimento não especifica nenhuma doença
ou condição, dizendo apenas que tem direito ao benefício “pessoas com deficiência física, visual,
mental severa ou profunda, ou autistas”.
ICMS e IPVA: Secretaria da Fazenda
Já o abatimento do ICMS (Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre prestações de Serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) e
do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) deve ser pedido junto à
Secretaria da Fazenda de seu Estado.
No site da Secretaria da Fazenda de São Paulo, por exemplo, constam as regras estipuladas
no Decreto nº 58.897/2013. Nesse caso, o veículo deve ter valor de nota fiscal não superior a
R$ 70 mil.
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Simule aqui quanto gastará com as parcelas
Descrição das patologias
No decreto citado acima, considera-se pessoa com deficiência física “aquela que apresenta
alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo, acarretando o
comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia,
monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia,
amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou
adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzem dificuldades para o
desempenho de funções”
Para deficiência visual, considera-se “aquela que apresenta acuidade visual igual ou menor que
20/200 (tabela de Snellen) no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a
20º, ou ocorrência simultânea de ambas as situações”. Para deficiência mental, considera-se
“aquela que apresenta o funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com
manifestação anterior aos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de
habilidades adaptativas”. Por fim, também tem direito à isenção quem apresenta autismo.
As descrições acima são bastante abrangentes e vale sempre ressaltar que para ter direito ao
benefício é preciso ter um atestado médico assinado por um médico credenciado
ao Departamento de Trânsito de seu Estado ou que integre o Sistema Único de Saúde (SUS).
E na hora de vender?
É importante destacar também que, pelas normas da Receita Federal, caso o deficiente venda
o veículo adaptado em menos de dois anos (no caso do IPI) ou em menos de três anos (no caso
de ICMS), ele terá que pagar todos os impostos descontados na compra do carro, além de juros
e demais acréscimos legais calculados a partir da data de emissão da nota fiscal.
Principais doenças
Como não existe uma lista definitiva, relacionamos a seguir as principais condições que dão
direito à isenção de impostos na compra de um veículo 0km. Lembre-se de que serão avaliadas
as sequelas, de modo que apenas casos com certa gravidade têm direito à isenção.
A lista abaixo foi divulgada pela Folha de S.Paulo com informações da Abridef (Associação
Brasileira das Indústrias e Revendedores de Produtos e Serviços para Pessoas com Deficiência).
Ausência ou má formação de membro: nanismo, mastectomia, quadrantectomia, amputação e
encurtamento de membros.
Problemas de coluna (graves ou crônicos): escoliose acentuada, espondilite anquilosante e
hérnia de disco.
Doença que afete braços e ombros: túnel do carpo, bursites, tendinite e manguito do rotador.
Doença neurológica ou degenerativa: mal de Parkinson, síndrome de Down, AVC, paralisia
cerebral, AVE, esclerose múltipla, usuário de talidomida e ostomia.
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Portadores de patologias: diabetes, hepatite C, HIV+, renais crônicos (com fístula), hemofílicos,
alguns tipos de câncer, cardiopatia e linfomas.
Paralisias: triplegia, triparesia, monoplegia, monoparesia, paraplegia, tetraplegia, tetraparesia,
hemiplegia.
Nervos e ossos: artrite, artrose, artrodese, lesões por esforços repetitivos (LER), próteses
internas e externas (joelho, quadril, coluna etc.) e poliomielite.
Visual: acuidade visual menor que 20/200 (índice de Snellen) no melhor olho, campo visual
menor que 20 graus ou ambos.
TURMA DECIDE QUE CONTRATO DE ESTÁGIO ATRAI INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO TRABALHISTA
Fonte: TST – Tribunal Superior do Trabalho. Para a Primeira Turma do Tribunal Superior do
Trabalho, o contrato de estágio atrai a incidência da prescrição trabalhista prevista no inciso
XXIX do artigo 7º da Constituição da República, pois o comando desse dispositivo
constitucional refere-se, expressamente, a contrato de trabalho de trabalhadores urbanos e
rurais, e não apenas a empregados.
No exame de um recurso de revista do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. (Banrisul), a
Primeira Turma entendeu que o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), ao aplicar ao
processo movido por uma ex-estagiária a regra prescricional prevista no artigo 205 do Código
Civil, negou vigência ao dispositivo constitucional.
Segundo o ministro Walmir Oliveira da Costa, relator do recurso, o contrato de estágio, apesar
de não resultar, por si só, em relação de emprego, configura relação de trabalho, portanto atrai
a incidência da prescrição trabalhista prevista na Constituição. A reclamação trabalhista foi
proposta em 9/7/2012, mais de dois anos após a extinção do contrato de trabalho (estágio), em
16/11/2009. “Assim, considerado o teor do artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição, estão
prescritas as pretensões relativas ao contrato de estágio”, afirmou o ministro.
Com essa fundamentação, a Primeira Turma reformou o acórdão regional, pronunciando a
prescrição bienal e extinguindo o processo, com resolução de mérito, conforme o artigo 487,
inciso II, do Código de Processo Civil (CPC).
Processo: RR – 10322-74.2012.5.04.0664
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POR ACORDO EXTRAJUDICIAL PREVISTO NA LEI 13.467, EMPREGADA DA UNIMED PODERÁ REDUZIR SUA JORNADA DE TRABALHO
Fonte: TRT – 4ª Região. O juiz Max Carrion Brueckner, da 5ª Vara do Trabalho de Porto Alegre,
homologou acordo extrajudicial ajustado entre uma trabalhadora e a operadora de planos de
saúde Unimed. O procedimento foi baseado na recente aprovada lei 13.467/2017, a chamada
Reforma Trabalhista. O juiz analisou se o ajuste foi realizado de acordo com os critérios
estabelecidos pela nova lei e homologou o acordo sem designação de audiência.
As partes acordaram a redução da jornada da trabalhadora, sem redução do valor da hora
trabalhada, por necessidades particulares da empregada. Após o ajuste, levaram o acordo à
homologação da Justiça do Trabalho.
Conforme as novas regras, expostas no artigo 588-B da CLT, o início do processo de
homologação de acordo extrajudicial ocorrerá por petição conjunta das partes, sendo que cada
parte deve, obrigatoriamente, ser representada por advogado. Já o artigo 855-D prevê que o
juiz terá prazo de quinze dias, contados a partir da distribuição da petição, para analisar o acordo,
designar audiência caso entenda necessário e proferir a sentença.
Processo Nº 0021904-35.2017.5.04.0005
NEGADA EXECUÇÃO DE CONSÓRCIO CONSTITUÍDO APÓS FIM DE CONTRATO
Fonte: TRT – 6ª Região. A 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ)
negou provimento ao agravo de petição interposto por um trabalhador que, após várias
tentativas malsucedidas de execução, requereu a inclusão no polo passivo do Consórcio Intersul
Transportes, o que foi negado em primeira instância. Isso porque o consórcio em questão foi
constituído após o fim do contrato laboral. O colegiado acompanhou, por unanimidade, o voto
do relator do acórdão, desembargador Marcelo Antero de Carvalho.
O trabalhador ajuizou reclamação trabalhista em face da Viação Oeste Ocidental S.A. e
Transportes Unidos S.A., que foram condenadas solidariamente ao pagamento das verbas
deferidas pela sentença. Diante do insucesso da execução, o primeiro grau determinou a
inclusão de outras seis empresas no polo passivo, declarando a formação de grupo econômico.
Em julgamento de agravo de petição interposto pela Viação Oeste Ocidental S.A., a 10ª Turma
manteve o redirecionamento da execução em face das constituintes do grupo.
Após várias outras tentativas infrutíferas de execução, o trabalhador requereu a inclusão do
Consórcio Intersul Transportes no polo passivo, o que foi indeferido em primeiro grau. A
justificativa foi que o contrato de trabalho do empregado vigorou entre 1º de junho de 2007 e
11 de março de 2010, sendo que o consórcio foi constituído posteriormente, em 25 de agosto
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de 2010. Assim, não teria ocorrido identidade entre o período de prestação laboral e de
operação do consórcio.
Inconformado, o trabalhador interpôs agravo de petição, alegando que a responsabilidade
solidária decorreu da figura do “grupo econômico por coordenação”. O relator do acórdão
acompanhou o entendimento da juíza Adriana Paula Domingues Teixeira, em exercício na 66ª
Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. “Não restam dúvidas de que à época da prestação dos
serviços do autor (trabalhador), que originou as parcelas ora executadas, aquele (Consórcio
Intersul Transportes) sequer existia, não sendo, portanto, possível a sua responsabilização pelos
créditos decorrentes do contrato de emprego do agravante”, assinalou o desembargador
Marcelo Antero em seu voto.
Nas decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, são admissíveis os recursos enumerados no
art. 893 da CLT.
Acesse aqui (link externo) o acórdão na íntegra.
TRABALHADORA COM FILHO AUTISTA TEM DIREITO A JORNADA REDUZIDA
Fonte: TRT – 2ª Região. A Caixa Econômica Federal recorreu de sentença (decisão de 1º grau)
que tinha garantido o direito de uma empregada celetista, mãe de uma criança de três anos
diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA), ter sua jornada de trabalho reduzida
de 8 para 4 horas diárias (e 20 horas semanais) sem diminuição do salário, para poder cuidar do
filho, que necessita de tratamentos especiais para seu desenvolvimento. A decisão vale por um
ano, sob pena de multa de R$ 150,00 por dia ao empregador, limitada a R$ 50.000,00,
reversíveis à trabalhadora.
Em sua defesa, a Caixa alegou a existência de normas próprias da empresa previstas em
instrumento coletivo, como: ausências do empregado por até 16 horas ao ano (para jornada de
8 horas diárias) e a extensão de mais 8 horas ao ano em caso de filho com deficiência; licença
por doença em pessoa da família pelo prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado até o máximo
de 90 dias em caso de doença grave após avaliação por órgão específico; e licença não
remunerada para tratar de interesses pessoais, por até 2 anos.
No acórdão da 8ª Turma do TRT-2, de relatoria da juíza convocada Liane Martins Casarin, os
magistrados decidiram, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso do empregador,
mantendo integralmente a decisão de origem. Sobre as alternativas apontadas pela Caixa, o
colegiado afirmou: “Nota-se que dentre as possibilidades oferecidas pela reclamada, as duas
primeiras são demasiadamente curtas e a última é sem remuneração, o que inviabilizaria a
pretensão da reclamante ante os custos com o tratamento de seu filho”.
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Fundamentando sua decisão, a turma citou trechos da Constituição Federal, da Convenção
Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, da Lei Brasileira de Inclusão, da
Convenção sobre os Direitos da Criança e da Lei nº 12.764/2012, que instituiu a Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, entre outras
legislações.
Há que se destacar mais dois argumentos dos magistrados no acórdão. O primeiro, de que “todo
artigo, alínea ou inciso de lei que puder conferir expressamente direitos a crianças e
adolescentes com deficiência será muito bem-vindo pela comunidade jurídica nacional” e o
segundo, de que “impedir a redução da jornada de trabalho de empregada cujo filho tem
deficiência comprovada é negar uma forma de adaptação razoável de que tais indivíduos
dependem para serem inseridos na sociedade em igualdade de oportunidade”.
(Processo 10009605020175020037)
O ALCANCE DA TESE DA RESTITUIÇÃO DO ICMSST PAGO A MAIOR
Fonte: Valor Econômico. No dia 19 de outubro de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF)
definiu que é devida a restituição de ICMS pago a maior no regime de substituição tributária
(ST) para frente, se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.
Os efeitos jurídicos da referida decisão, proferida no recurso extraordinário (RE) nº 593.849-
2/MG em regime de repercussão geral, ocorrem, como expressamente assentado nos segundos
embargos de declaração opostos em face do respectivo acórdão, a partir da publicação da ata
com a súmula da decisão sobre a repercussão geral. Ela vale como acórdão na acepção do
parágrafo 11º do artigo 1035 do Código de Processo Civil (CPC). E esta ata foi publicada no
Diário de Justiça Eletrônico nº 225, divulgado em 20 d e outubro de 2016.
Os efeitos da decisão foram modulados pelo STF, alterando-se parcialmente o precedente
firmado na ação direta de inconstitucionalidade (Adin) nº 1.851, de relatoria do ministro Ilmar
Galvão. Orientam apenas os litígios judiciais futuros e os pendentes submetidos à sistemática
da repercussão geral. Em outras palavras, parece que a restituição do ICMS no caso
contemplado neste julgamento ocorrerá em relação aos fatos geradores futuros e naqueles em
que o contribuinte já tenha demandado judicialmente o seu direito.
O ponto que destaco neste artigo diz respeito à modulação de efeitos, no que diz respeito aos
casos em que a base presumida é menor do que a base efetiva, autorizando a exigência do
chamado complemento de ICMS.
A este respeito e após provocação aclaratória, o STF disse que o enfrentamento deste tema
seria “inovação processual posterior ao julgamento, não requerida ou aventada no curso deste
processo”. Ao mesmo tempo, aduziu o Supremo que nos debates em sede plenária, reiterou-se
“razão simétrica na interpretação constitucional do art. 150, parágrafo 7º da Constituição
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Federal”, embora “os fatos carreados aos autos não tivessem convergido ao elastecimento da
súmula de julgamento”.
Ouso interpretar a “clarificação” da questão. Ao declarar expressamente a “razão simétrica na
interpretação constitucional do art. 150, parágrafo 7º da Constituição Federal de 1988”, disse
o STF que a base de cálculo é presumida e não definitiva, seja para efeitos de ressarcimento ou
de complemento. E disse, ainda, que tal aspecto não constou na súmula do julgamento pela
simples razão de que os fatos debatidos naqueles autos não abordaram a perspectiva do
complemento. Aplicam-se, a ambas as situações e por decorrência lógica da alegada simetria
interpretativa, os efeitos prospectivos.
Em conjunto com o RE nº 593.849-2/MG, o STF julgou a Adin nº 2.777. Nela, o Estado de São
Paulo buscava a declaração de inconstitucionalidade da lei paulista que deferia a restituição da
diferença de ICMS recolhido por substituição, com base presumida superior à efetiva.
Por voto de desempate pela improcedência da ação proferido pelo ministro Luiz Roberto
Barroso, consignou-se que deixariam de modular os efeitos da decisão porque a lei paulista
impugnada deferia benefício. Portanto, assegurava posição mais favorável para o contribuinte.
Esta manifestação reforça, a meu ver, que a exigência de complemento em período anterior à
fixação da tese pelo STF, por força da modulação geral prevista no RE nº 593.849-2/MG, é
indevida, patente que não configura benefício ao contribuinte e não compôs o objeto da Adin
2.777.
Assim definido, os recursos extraordinários sobrestados devem ser novamente examinados
pelos Tribunais de origem, por força do artigo 1041, II, do CPC.
Foi em um destes recursos que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em acórdão com dois
parágrafos proferido em dezembro de 2017, autorizou a cobrança de complemento de período
bastante anterior ao julgamento do tema de repercussão geral, sob a pretensa observância da
tese fixada pelo STF. Quis dizer que a base de cálculo do ICMS-ST não é definitiva, mas
provisória, comportando complemento ou restituição, mas, ao mesmo tempo, deixou de aplicar
a mencionada prospecção de efeitos para o futuro. Aliás, sobre a modulação de efeitos sequer
tangenciou.
Este acórdão demonstra que o Judiciário não convergiu sobre o alcance da decisão do STF,
especialmente a modulação prospectiva dos seus efeitos na hipótese de exigência de
complemento. Isso indica que muitas reclamações ou discussões ainda ocorrerão até o perfeito
alinhamento do tema.
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UNIÃO PODERÁ BLOQUEAR BENS SEM ORDEM JUDICIAL
Fonte: Valor Econômico. Publicada ontem, a lei que autoriza o parcelamento do Funrural (Lei nº
13.606) trouxe entre seus artigos uma medida polêmica que permitirá o bloqueio pela União de
bens de devedores, sem a necessidade de autorização judicial.
Dessa forma, no jargão jurídico, imóveis e veículos poderão sofrer constrição logo após a
inscrição do débito tributário em dívida ativa. Bastará à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) localizar uma propriedade, por exemplo, e notificar o devedor, que terá cinco dias para
quitar o débito. Caso contrário, esses bens ficarão indisponíveis para venda.
O mecanismo passa a ser mais uma das possibilidades que a PGFN possui para recuperar
débitos. Hoje o órgão já dispõe da penhora on-line de valores em conta bancária (Bacenjud) e o
protesto de certidão de dívida ativa. A diferença é que no caso do Bacenjud a ordem para
bloquear depósitos em conta corrente vem de um magistrado.
Segundo o coordenador-geral de Estratégias de Recuperação de Créditos da PGFN, Daniel de
Saboia Xavier, além da recuperação de créditos, o bloqueio é uma forma de reduzir litígios e
proteger terceiros. O artigo 20-C permite que a Procuradoria condicione o ajuizamento de
execuções fiscais à verificação de existência de bens, direitos ou atividade econômica dos
devedores ou corresponsáveis. Na inexistência de bens, serão usados mecanismos normais de
cobrança.
O novo procedimento é chamado de "averbação pré-executória". Está no artigo 25 da Lei nº
13.606. A redação do artigo 20-B determina que se o tributo não for pago, a PGFN poderá
averbar a certidão de dívida ativa nos órgãos de registro de bens e direitos sujeitos a arresto ou
penhora. Há mecanismos semelhantes em outros países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo Cristiano Lins de Moraes, procurador-geral
adjunto da Dívida Ativa da União. Para que o bloqueio seja implementado é preciso norma que
o regulamente. A expectativa dos procuradores é que a regulamentação ocorra em cerca de 90
dias.
De acordo com Saboia Xavier, a nova forma de bloqueio é legal, pois os dispositivos são uma
complementação ao que prevê o artigo 185 do Código Tributário, que trata da fraude à
execução (em ações de cobrança de tributos). Para o procurador, portanto, efeitos da inscrição
em dívida ativa podem ser definidos por lei ordinária, como é o caso do novo instrumento.
Na avaliação de tributaristas, porém, o bloqueio é inconstitucional. "É uma medida que veio de
forma célere e sem debate", afirma o advogado Fabio Calcini, do Brasil Salomão & Matthes
Advocacia. Para ele, o bloqueio afeta de forma desproporcional os direitos dos contribuintes e
é arbitrário, além de desrespeitar o devido processo legal. "É uma medida drástica,
desproporcional pela conjuntura tributária que temos e viola o direito do contribuinte de se
defender", diz.
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BELO HORIZONTE, 11 DE JANEIRO DE 2018.
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Para o advogado Breno Dias, presidente da comissão de direito tributário do Conselho Federal
da OAB e advogado do escritório Arquilau de Paula Advogados Associados, a citação é
necessária na execução fiscal judicial para haver constrangimento de bem do contribuinte.
Segundo o advogado, o Fisco já aplica outras "sanções políticas de constitucionalidade
duvidosa", como o protesto de certidões, mas decretar a indisponibilidade de bens do
contribuinte é exagero. "É uma novidade e o Fisco nunca fez isso: decretar indisponibilidade
sem o crivo do Judiciário", afirma.
VENDAS DE MATERIAIS CRESCERÃO ATÉ 2% EM 2018
Fonte: Valor Econômico. A expectativa de alta de 3% a 4% das vendas da indústria de materiais
de construção para o varejo e de estabilidade da comercialização para as incorporadoras farão
com que o faturamento do setor tenha crescimento real de 1% a 2% neste ano, conforme a
primeira projeção oficial feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido da Associação
Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A estimativa foi informada ao Valor
pelo presidente da Abramat, Walter Cover.
No ano passado, o faturamento do setor caiu 4%, para R$ 162 bilhões, nível próximo ao de
2007, se descontada a inflação.
A Abramat trabalhava com a estimativa de 5% de retração em 2017, mas alterou seus números
após revisão de dados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo Cover.
Em 2017, as vendas para o canal construtoras - que inclui edificações e infraestrutura - tiveram
queda de 15%, enquanto as direcionadas ao varejo aumentaram 5%. Cada segmento costuma
responder por metade do total, mas o varejo abocanhou 57%, parcela que pode ser reduzida
para 54% em 2018. A demanda por materiais nas revendas cresceu, de acordo com o presidente
da Abramat, como consequência da liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) e da decisão por parcela de quem deixou de comprar um imóvel pela realização
de reformas nas residências.
No varejo de materiais de construção, houve alta de 6%, no ano passado, de acordo com a
Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), para R$ 114,5
bilhões. A entidade estima crescimento de 8,5% nas vendas dos varejistas neste ano, como
reflexo das quedas de juros e da inflação e da melhora do emprego. Na indústria de materiais,
se confirmada a expansão projetada para 2018, haverá interrupção de três anos consecutivos
de queda do faturamento do setor.
A Abramat esperava, no fim de novembro, que o faturamento dos fabricantes de materiais ficaria
estável ou teria crescimento real de até 2% em 2018. "Estamos um pouco mais confiantes",
afirma Cover, citando a redução do desemprego, o crédito "um pouco mais acessível" e a
perspectiva de avanço das parcerias público-privadas (PPPs). "Há sinais do governo de
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incremento do Minha Casa, Minha Vida, mas isso também tinha sido falado no início de 2017 e
não aconteceu", pondera o dirigente da Abramat. Segundo Cover, é esperado mais equilíbrio no
desempenho das vendas de itens de base e de acabamento neste ano.
Em 2017, a queda das vendas de materiais de acabamento foi de 3,5%, abaixo da redução de
4,4% da comercialização de produtos de base. Cimento e vergalhão foram os itens que puxaram
a queda do faturamento do setor em 2017, de acordo com o mercado. O desempenho dos
materiais de acabamento melhor do que o dos itens de base reflete a demanda dos produtos
para reformas.
A fabricante de duchas, chuveiros elétricos, metais sanitários e purificadores de água Lorenzetti
projeta expansão, em 2018, de 10% em relação ao faturamento de R$ 1,28 bilhão do ano
passado. Em 2017, as vendas da Lorenzetti cresceram 8%, patamar inferior à estimativa de dois
dígitosbaixos. Houve menos encomendas por parte das construtoras do que a empresa
projetava, e as temperaturas médias foram superiores às dos anos anteriores, o que prejudica a
venda de chuveiros.
Segundo o vice-presidente executivo da Lorenzetti, Eduardo Coli, a demanda das construtoras
tende a aumentar, mas as vendas para o varejo continuarão a liderar os pedidos. O executivo
pondera que desempenho, neste ano, pode ser afetado pelos rumos da política e pela Copa do
Mundo. Ainda assim, Coli diz estar otimista devido às projeções para o Produto Interno Bruto
(PIB) e às novas linhas de produtos que serão lançadas.
Estão previstos investimentos de R$ 120 milhões pela Lorenzetti, em 2018, em nova unidade,
incluindo desembolso com terreno e compra de máquinas e equipamentos, além de aumento
da capacidade nas demais fábricas. "Estamos no limite de nossa capacidade, sem conseguir
acompanhar a demanda", afirma o vice-presidente. Aquisições de empresas estão no radar da
Lorenzetti.
A Mexichem Brasil estima elevar as vendas de tubos e conexões de PVC da Amanco em um
dígito neste ano, segundo o presidente, Maurício Harger, com crescimento na comercialização
para o varejo e estabilidade na direcionada às construtoras. "O ano tende a ser mais estável para
o setor", diz Harger. Entre os fatores favoráveis ao aumento da demanda estão inflação e juros
em queda e o programa governamental "Saneamento para todos", de acordo com Harger. Em
2017, o volume dos produtos Amanco comercializado ficou estável, com alta das vendas para o
varejo e redução para as construtoras.
TERRAS SOBEM MAIS NA 'VELHA FRONTEIRA' AGRÍCOLA DO BRASIL
Fonte: Valor Econômico. Uma combinação rara entre instabilidade política e redução da taxa
básica de juros abriu espaço em 2017 para que os investidores começassem a olhar com mais
interesse o mercado de terras, um ativo considerado seguro em épocas de turbulência. Mas o
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interesse, ainda modesto comparado a tempos áureos do setor, concentrou-se em regiões que
já oferecem mais facilidades ao produtor - como acesso à infraestrutura e bons solos.
Foi o que ocorreu nas regiões Sul e Sudeste, onde terras chegaram a ter altas de até 25% em
2017, muito acima do visto no Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país - que embora tenham
terras mais abundantes e baratas, perdem competitividade devido às distâncias e solos de menor
qualidade.
Segundo Marcio Perin, analista da consultoria FNP Informa Economics, os preços das terras do
Sul e Sudeste já vinham subindo desde 2015 como reflexo da busca por ativos "seguros" em
meio à instabilidade política dos últimos anos, além das boas safras nas regiões. Em 2017, as
altas foram mais acentuadas no mercado paulista, após dois anos de elevações mais relevantes
no Sul.
Ele observou que, como os terrenos nessas regiões são bons e escassos, um leve aumento na
demanda já provoca alterações expressivas nos preços. Em Franca, por exemplo, tradicional
região de café no Estado de São Paulo, o preço da terra nua subiu 25,8% em relação a 2016,
para R$ 39 mil o hectare, enquanto em Sorriso, um dos principais polos do cultivo de soja e
milho do país, o valor do terreno ficou estável, permanecendo em média em R$ 23 mil o hectare,
conforme o levantamento da FNP (ver gráfico).
Na última fronteira agrícola do país, o Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí
e Bahia), houve queda nos números de negócios efetivados. A região foi marcada por quebras
de safras de 2014/15 e 2015/16 em decorrência de problemas climáticos. "Nessas regiões, os
preços não caíram tanto, mas diminuiu a liquidez", disse André Guillaumon, presidente da Brasil
Agro, especializada em desenvolvimento de terras.
Levantamento da empresa com dados compilados da FNP indicou que o preço médio real dos
terrenos na região Sul subiu 6,2% nos 12 meses encerrados em agosto do ano passado,
enquanto no Sudeste o aumento foi de 4,1%. Já no Centro-Oeste, o hectare se valorizou apenas
1% no mesmo período, enquanto no Norte a alta média foi de 1,6%.
No geral, o movimento de queda da Selic - hoje, em 7% ao ano, patamar mais baixo da história
- colaborou para que o apetite por terras começasse a reaparecer, já que juros baixos significam
financiamento mais barato, e os investimentos tendem a migrar do mercado financeiro para o
físico. Afora isso, o início da recuperação da economia brasileira também ajudou, segundo
Guillaumon. "De modo geral, mesmo com alguns sobressaltos econômicos, o preço da terra não
cai como em outros setores", disse.
A valorização das terras tem ocorrido em áreas destinadas a culturas variadas no Sudeste e no
Sul. Houve alta tanto nas áreas em que falta cana perto de usinas em boa situação financeira,
como nas voltadas a café, laranja e até mesmo soja. Na região de Ribeirão Preto, o preço
avançou 12,7%, para R$ 42,8 mil o hectare, enquanto nas áreas de grãos de Cascavel, subiu
4,5% para R$ 57,5 mil o hectare.
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A busca por terras em São Paulo para plantar soja - às vezes em consórcio com a cana,
substituindo o amendoim - também tem inflacionado terrenos em algumas regiões, como em
Cândido Motta. "A soja chegou a São Paulo e está na nossa porta, como em Itapetininga. O que
ocorreu ano passado foi a agricultura chegando próximo a grandes cidades", afirmou Aloisio
Barinotti, CEO da corretora NAI Commercial Properties.
A oleaginosa ainda ocupa uma área modesta no Estado, mas há um avanço do cultivo para a
safra 2017/18, sobre algumas áreas antes destinadas ao milho. Segundo a Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), a área de soja cresceu 64,4% desde a safra 2011/12, para 957,1 mil
hectares projetados para o ciclo 2017/18.
"Espaço para crescer [em São Paulo] existe e pode aumentar nos próximos anos em função de
preço [das commodities]", avaliou Aroldo de Oliveira Neto, superintendente de informações do
agronegócio da Conab. A soja tem ganhado espaço inclusive em substituição à cana. "As usinas
estão reduzindo o número de fornecedores e o espaço está sendo aproveitado para soja", disse.
Entretanto, o volume de negociações foi inferior ao de 2014 e 2015, quando o mercado estava
mais aquecido. Após o marasmo de 2016, investidores se voltaram a ativos ofertados a preços
abaixo da média. "Ocorreram muitas negociações em leilões", lembrou Perin.
JURO NEUTRO NO BRASIL: A HORA DA VERDADE
Por Paulo Gala para o Valor Econômico. O ano de 2017 foi marcado pela queda dos prêmios
dos juros futuros brasileiros, que vinham de um excessivo desconto por conta da instabilidade
política do país, do "desrepresamento" dos preços administrados, da deterioração dos preços
das commodities e da consequente desvalorização cambial no biênio 2015 e 2016.
Esses eventos combinados resultaram em uma pressão inflacionária expressiva e impactaram
para cima as projeções de inflação implícita aos títulos públicos locais, além de acrescentar
prêmios acima dos convencionais nos papéis de prazos mais dilatados.
A despeito da manutenção de um ambiente político desafiador, observamos no decorrer do ano
de 2017 um ambiente geral favorável. No cenário externo, a manutenção de uma postura
cautelosa do Federal Reserve [Fed, BC dos EUA] na condução de sua política monetária implicou
em um aumento do apetite a risco para economias emergentes, algo que resultou em uma
reversão da depreciação cambial brasileira.
Internamente, o ajuste do mercado de trabalho provocou uma forte correção dos núcleos da
inflação - normalmente, são esses os principais componentes na condução da política monetária.
Por fim, as super safras agrícolas ampliaram o recuo dos preços internos, possibilitando ao Banco
Central uma postura mais agressiva no ciclo de cortes de juros.
Será que a taxa Selic voltará a subir no final de 2018 ou em 2019? A inflação no Brasil voltará
para cima dos 4% se o BC mantiver a Selic em 7% ou abaixo por muito tempo? Será mesmo 5%
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nosso juro real neutro (aquele que não provoca pressões inflacionárias na economia)? Teremos
todas essas respostas ao longo de 2018 e início de 2019.
O BC provavelmente seguirá reduzindo nossa taxa básica abaixo de 7% na próxima reunião do
Copom e, quiçá, mais abaixo ao longo de 2018.
A economia responderá com forte crescimento? Não. O desemprego vai cair rapidamente, indo
abaixo de 10%? Também não.
Nossa recuperação de atividade é muito lenta: talvez em três anos consigamos retomar ao
patamar de produção de 2014. As importações, que despencaram US$ 100 bilhões por ano
desde o estouro da bolha de crédito no Brasil, continuarão neste patamar baixo. Com isso, o
superávit comercial seguirá na casa de US$ 50 bilhões em 2018 e talvez em 2019. Isso, somado
às reservas de US$ 375 bilhões e aos investimentos diretos de US$ 80 bilhões nos dão
tranquilidade externa.
A Selic a 7% ou abaixo não provocará outra bolha como a que se viu em 2012; é muito difícil
inflar duas bolhas na sequência: o estoque de dívidas continua alto e o excesso de oferta criado
durante a bolha demorará a ser absorvido.
Câmbio estável e recuperação lenta vão manter inflação na casa dos 4%. Com juros mais baixos,
a trajetória da dívida pública melhora muito. A sobra de dólares manterá nosso CDS (Credit
Default Swap) abaixo dos 200 pontos. Neste patamar de risco, nossos preços de ativos seguem
atrativos.
Quais são os riscos para esse cenário? A volatilidade das eleições no Brasil, a forte alta de juros
nos EUA e o "hard landing" na China. O Fed provavelmente subirá juros ainda de maneira lenta
até 2%, pois a economiaamericana segue em recuperação branda. Os preços de commodities
estão bem comportados, basta a China ser capaz de manter seu regime de câmbio quase fixo.
E as reformas no Brasil? Pouco foi feito, de fato, no Congresso e, ainda assim, a Selic caiu pela
metade, pois a inflação desabou. A questão da reforma da Previdência continua problemática,
como, aliás, está no mundo todo. O que derrubou os juros foi o derretimento da inflação, mesmo
com déficit primário grande nos últimos três anos. O cenário econômico doméstico parece dado
para 2018, a incógnita está na corrida eleitoral.
No cenário mundial, as sucessivas intervenções dos bancos centrais de países desenvolvidos no
mercado monetário conseguiram reduzir as taxas de juros de curto e longo prazo, contribuindo
para comprimir os prêmios de risco, apesar de crescente dívida pública. Os "bond vigilants", que
previam a disparada dos juros longos nos EUA por conta da dívida pública, ficaram quietos. As
taxas insistem em se manter abaixo dos 3%. Sem inflação não há juros. Aqueles que insistiram
em modelos de previsão convencionais deixaram de embolsar ganhos de capital significativos
no mercado de títulos.
Taxas de juros próximas de zero, ou mesmo negativas, se tornaram o novo normal. Será que
algo parecido pode acontecer no Brasil? A discussão aqui caminha para algo parecido com o
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debate dos "bond vigilants" nos EUA. A dívida pública vai disparar? Os juros longos vão voltar a
patamares vistos em 2015? Se o exemplo mundial servir para o Brasil, a resposta é não. O que
se viu no mundo, inclusive emergente, foi um derretimento de inflação e de taxas de juros nos
últimos anos, apesar de inúmeros problemas domésticos.
TRIBUNAL DECIDIU SETE PROCESSOS VINCULANTES NO ANO PASSADO
Fonte: Valor Econômico. Temas importantes para as empresas e trabalhadores foram definidos
como recurso repetitivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) no ano passado.
Em abril, por exemplo, a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) definiu que a
companhia que exigir antecedentes criminais de candidatos a emprego, salvo exceções, pode
ser condenado a pagar danos morais. Segundo decisão, só não caracteriza dano moral a
exigência de certidão de antecedentes criminais para casos previstos em lei (vigilantes),
situações em que se justifica o pedido pela natureza do ofício ou quando o cargo exige especial
confiança.
A mesma SDI-1 em repetitivo analisado em maio, negou aos operadores de telemarketing
adicional de insalubridade por uso de fones de ouvido. Os ministros entenderam que esse
serviço não poderia ser equiparado a telegrafia e radiotelegrafia, manipulação em aparelhos do
tipo morse e recepção de sinais em fones, descritos no na Norma Regulamentadora 15 do
Ministério do Trabalho. Segundo a decisão do relator, ministro Walmir Oliveira da Costa, o TST
tem reiteradamente adotado o entendimento de que esses profissionais não fazem jus ao
adicional.
Em um julgamento apertado, com 14 votos a 11, o Pleno manteve a jurisprudência do TST de
que não se pode aplicar multa de 10% sobre o valor da condenação trabalhista para quem deixar
de pagar condenação, na fase de liquidação de sentença, em no máximo 15 dias. A penalidade
está prevista no artigo 523 do Código de Processo Civil (CPC). A definição ocorreu em agosto.
Para os ministros, não haveria omissão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ao tratar do
tema, já que o artigo 880 prevê o pagamento da dívida em 48 horas, sob pena da penhora de
bens e contas do devedor, ou seja, já possuiria norma própria.
Ao tratar do caso da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, o Pleno decidiu, em maio que a
empresa não pode ser responsabilizada por dívidas trabalhistas da Varig. Em 2005, a TAP
adquiriu uma filial da companhia aérea, na época em recuperação judicial. O entendimento, da
maioria dos ministros, reafirma determinação da Lei de Falências e Recuperação Judicial - Lei nº
11.101, de 2005 e acompanha entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).
A SDI-1 do TST mudou sua jurisprudência e surpreendeu os contratantes de obras de
construção civil. Em maio decidiram que o dono da obra, exceto ente público da administração
direta e indireta, poderá responder pelas dívidas trabalhistas do empreiteiro - caso a idoneidade
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econômica e financeira não tiver sido averiguada. A responsabilidade será subsidiária, ou seja,
ocorrerá se as verbas não forem pagas pelo empreiteiro. Até então, o tribunal não
responsabilizava o contratante.
Em dezembro, a Corte ainda decidiu que o reflexo das horas extras habituais no repouso
semanal remunerado deve repercutir no cálculo das demais parcelas - como 13º salário, férias,
FGTS e aviso prévio. O tribunal cancelou a orientação jurisprudencial (OJ) nº 394, de 2010, que
estabelecia que esse reflexo não repercute no cálculo, sob pena de caracterização de 'bis in
idem' (repetição do pagamento).
Em novembro de 2016, a SDI-1 do TST julgou pela primeira vez um recurso repetitivo e mudou,
na ocasião, a jurisprudência sobre o pagamento de horas extras aos bancários. O resultado foi
favorável às instituições financeiras. A discussão sobre as horas extras tratava da possibilidade
de incluir sábados e feriados no cálculo do valor do repouso semanal. Se o sábado fosse incluído,
a hora extra ficaria mais cara. Pela conta dos bancários, as 30 horas semanais seriam divididas
por seis e então multiplicadas por 30, resultando em 150, número de horas pelo qual o salário
do bancário seria dividido.
Pela conta dos bancos, que exclui o sábado, o montante seria dividido por 180 e aplicado o
chamado "divisor 180". A maioria dos ministros então decidiu contra a Súmula nº 124, editada
em 2012 pelo TST, que estabelecia o divisor mais favorável ao trabalhador, o 150.
TST JULGARÁ RECURSOS REPETITIVOS COM TEMAS DA REFORMA
Fonte: Valor Econômico. Alguns pontos da reforma trabalhista devem passar pelo crivo do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) sob o rito de incidente de recurso repetitivo neste ano. O
pagamento de honorários de sucumbência pelos trabalhadores (devido à parte vencedora) é um
exemplo, assim como a discussão sobre o valor devido em caso de redução da pausa para
alimentação ou descanso do trabalhador (intervalo intrajornada).
Para advogados, os temas - escolhidos antes da reforma - serão uma oportunidade para os
ministros reafirmarem a aplicação da nova Lei nº 13.467. A decisão tomada em recurso
repetitivo é vinculante e deve ser seguida por toda Justiça do trabalho.
De acordo com a advogada trabalhista Rosana Muknicka, do L.O. Baptista Advogados, a análise
desses temas pós-reforma seria uma boa chance para o TST confirmar que a nova lei será
aplicada e os ministros poderão até modular os efeitos do julgamento. "A modulação seria
razoável para delimitar a aplicação da nova lei", diz.
Até a entrada em vigor da reforma, não havia a previsão em lei para o pagamento de honorários
de sucumbência na Justiça do Trabalho. E ainda estão válidas as Súmulas nº 219 e nº 329 do
TST que determinam que esse valor não é devido nas causas que tratam de relação de emprego.
Como o TRT do Rio Grande do Sul (TRT-RS) tinha súmula no sentido contrário, a favor do
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pagamento, o tema foi afetado como repetitivo para solucionar a controvérsia em março de
2016.
De acordo com a advogada Caroline Marchi, sócia da área trabalhista do Machado Meyer, a
cobrança dos honorários de sucumbência também está sendo questionada no Supremo Tribunal
Federal (STF) pela ProcuradoriaGeral da República (PGR) e, por isso, como ainda não há
segurança sobre o tema que pode ser julgado no STF e TST, ela tem recomendado às empresas
que provisionem esses valores.
Com relação ao pagamento do intervalo intrajornada, se o empregado tivesse, por exemplo, 45
minutos de pausa, o empregador era obrigado, segundo a jurisprudência, a indenizar pela hora
inteira. A reforma porém, trouxe no parágrafo 4º do artigo 71 que a não concessão ou a
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, implica pagamento de indenização apenas
do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho.
"Agora a lei limita apenas ao período não concedido. Antes havia uma interpretação
jurisprudencial do TST que condenava a empresa a pagar a hora cheia com natureza salarial",
afirma Rosana.
No caso do repetitivo que será analisado no TST os ministros devem definir se quando ocorrer
subtração mínima, de cinco a dez minutos do intervalo, se deve ser levado em consideração
para o pagamento das horas extras. O caso foi selecionado em abril de 2017 e deve ser levado
ao Pleno. Segundo o advogado Luiz Marcelo Góis, do escritório BMA, essas discussões devem
acabar com a entrada em vigor da reforma.
No total, o TST já afetou 17 temas como recurso repetitivo. Desses, dez ainda devem ser
julgados ou finalizados. O uso do instrumento foi regulamentado em 2015 e foi aplicado pela
primeira vez em 2016. Em 2017 foram julgados sete temas. O instrumento é utilizado como
forma de consolidar a jurisprudência do trabalho e ao mesmo tempo diminuir o número de
recursos na Justiça do Trabalho.
Nas alterações do regimento interno da Corte, que aconteceram em novembro para adequar os
procedimentos do tribunal à reforma, houve a reafirmação do uso desse instrumento. A
expectativa é que sejam julgados pelo menos um tema por mês este ano, a depender da
finalização de análise do relator, segundo a assessoria de imprensa do TST.
Outro tema relevante que está afetado como repetitivo é a possibilidade de cumulação dos
adicionais de insalubridade e periculosidade. Essa discussão traz grande impacto financeiro para
alguns setores como de eletricidade, químico, farmacêutico, entre outros, segundo o advogado
Luiz Marcelo Góis.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no parágrafo 2º artigo 193, diz que o empregado
deve optar pelo adicional que preferir, ou seja, não permite a cumulação dos adicionais. Porém
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há decisões nos dois sentidos na Subseção de Dissídios Individuais 1 (SDI-1) do TST. "A mesma
Seção que deve apreciar o recurso repetitivo", diz Góis.
Na opinião do advogado como a CLT proíbe a cumulação e o pagamento de um adicional, já
estaria protegendo o trabalhador, não seria o caso de pagar os dois. "O de periculosidade
protege a vida e o de insalubridade a saúde. Eu entendo que a saúde está contida na vida",
afirma. Além disso, segundo o advogado, se o empregado tiver algum problema de saúde por
descumprimento de normas da empresa, a companhia poderá ser responsabilizada da mesma
forma.
TETO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS SOBE PARA R$ 5.645,80 NESTE ANO
Fonte: Valor Econômico. Os aposentados e pensionistas da Previdência Social que recebem
mais que um salário mínimo terão o benefício reajustado em 2,07% neste ano, equivalente à
alta do INPC em 2017. Com isso, o teto previdenciário vai subir de R$ 5.531,31 para R$
5.645,80. Os valores vão constar de portaria do Ministério da Fazenda que será publicada nesta
quinta-feira (11) no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo informações obtidas pelo Valor PRO, a contribuição dos segurados empregados,
inclusive o doméstico e do trabalhador avulso, relativamente aos fatos geradores que ocorrerem
a partir da competência janeiro, será calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota,
de forma não cumulativa, sobre o salário de contribuição mensal.
Para o salário-contribuição de até R$ 1.693,72, a alíquota é de 8%. Já para quem ganha entre
R$ 1.693,73 e R$ 2.822,90, essa alíquota é 9% e para os que recebem entre R$ 2.822,91 e R$
5.645,80 é de 11%.
A cota do salário-família passa a ser de R$ 45,00 para o segurado com remuneração mensal não
superior a R$ 877,67 e de R$ 31,71 para o segurado com remuneração mensal superior a R$
877,67 e igual ou inferior a R$ 1.319,18.
Salário mínimo
Já o reajuste do salário mínimo ficou abaixo do INPC de 2017 – pela lei Nº 12.382 (cujas regras
foram replicadas pela MP 672/2015 para o período de 2016 a 2019), o reajuste do salário
mínimo é feito a partir da soma do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano
anterior com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes; quando há
retração do PIB, o reajuste é feito apenas pela inflação.
Para mexer no valor do mínimo, que entrou em vigor em 1º de janeiro, o governo utilizou o
percentual de 1,81%, uma estimativa para o índice. Assim, em vez de subir de R$ 937 para R$
956, conforme o INPC divulgado nesta quarta pelo IBGE, o salário mínimo válido, hoje, é de R$
954. O governo diz que pretende compensar o valor de R$ 1,78, que ficou faltando ao mínimo,
em 2019.
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RENDA FIXA SEM IR: CONHEÇA A MODALIDADE QUE CHAMA A ATENÇÃO DO MERCADO COM GANHOS ELEVADOS
Fonte: InfoMoney. O ciclo de queda nas taxas de juros diminuiu os ganhos nominais na renda
fixa, mas ainda é possível encontrar boas oportunidades que podem gerar rentabilidade líquida
de dois dígitos. Especialistas em investimentos têm recomendado aos investidores analisarem
com mais atenção a possibilidade de aplicar nas debêntures incentivadas, também conhecidas
como debêntures de infraestrutura. “Hoje é difícil falar em maior rentabilidade em renda fixa
sem falar de debentures incentivadas”, afirma Célson Plácido, estrategista-chefe da XP
Investimentos.
Essas debêntures são uma modalidade de renda fixa com alíquota zero do Imposto de Renda –
ou seja, o investidor recebe toda a rentabilidade acumulada, sem descontos de impostos, o que
não acontece na maioria dos investimentos em renda fixa. Criada pela Lei 12.431, essas
debêntures são um mecanismo para incentivar as empresas a investirem em projetos de
infraestrutura, permitindo que elas captem recursos em condições mais atrativas.
Para esclarecer todas as dúvidas sobre as debêntures incentivadas, como investimento mínimo,
segurança, liquidez, histórico e outras questões, a XP Investimentos produziu um vídeo
explicando todas as caractéristicas do investimento. Confira, abaixo:
Ganhos muito acima do Tesouro Direto
A plataforma da XP Investimentos disponibiliza debêntures incentivadas que pagam taxas
prefixada ao redor de 5% mais a variação do IPCA, de empresas com grau de investimento. O
investimento mínimo costuma ser por volta de mil reais.
Como base de comparação, o Tesouro Direto também oferece títulos públicos que pagam a
mesma taxa, mas se o investidor carregar esses títulos públicos até o vencimento ele pagaria um
Imposto de Renda de 15% sobre os ganhos. Considerando um IPCA teórico dentro da meta
estabelecida pelo governo, de 4,5%, esse investimento pagaria uma rentabilidade próxima a 8%
ao ano no período, descontando os impostos e taxas, contra ganhos próximos a 9,5% nas
debêntures incentivadas com a mesma taxa.
PEDIDO DE DEMISSÃO DE GESTANTE ANTES DO FIM DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA AFASTOU ESTABILIDADE
Fonte: TST – Tribunal Superior do Trabalho. Apesar de alegar nulidade no pedido de demissão
assinado por ela quando estava grávida, afirmando que houve coação, ex-vendedora da Seoy
Corretora de Seguros de Vida Ltda. não conseguiu comprovar seus argumentos, levando a
Justiça do Trabalho a concluir pela não existência de irregularidade e pela validade do
documento. Ao tomar a iniciativa de rescindir o contrato, ela renunciou à garantia provisória de
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emprego decorrente de sua condição de gestante. O processo foi julgado pela Sexta Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, que não conheceu do recurso de revista da trabalhadora.
Segundo a ex-empregada, tão logo ela comunicou a gravidez à empregadora, foi chamada para
assinar os papeis da demissão. Sustenta não ser crível pedir dispensa a 20 dias do encerramento
do contrato de experiência, ainda mais ciente da gravidez e da necessidade de sustentar o filho.
Nesse contexto, alegou ser “claro e notório o vício de vontade” no momento da assinatura do
pedido de demissão, o que conduziria à nulidade.
Documento apresentado pela trabalhadora permitiu o reconhecimento de que ela se encontrava
grávida durante o contrato de trabalho (22/7/2014 a 26/8/2014), pois o parto estava previsto
para 25/4/2015, presumindo-se a concepção no fim de julho de 2014. A empresa, por sua vez,
juntou documento em que a profissional manifestou a intenção de rescindir o contrato. Como
não houve prova que invalidasse o pedido, o juiz de primeiro grau concluiu ser inviável a
presunção a respeito do vício de consentimento, ainda mais pelo fato de a trabalhadora não ter
negado a assinatura.
Também para o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), a quem a profissional recorreu,
ainda que ela estivesse grávida e em vias de completar o período contratual de experiência,
esses fatos, por si só, não justificariam a presunção de fraude ou coação do ato, não dispensando
a prova do vício de vontade alegado. Sem a comprovação, o TRT afirmou não haver razão para
considerar nulo o pedido de demissão.
Além disso, o Regional frisou que o direito à estabilidade é de todas as empregadas gestantes,
mas “não é incondicionado e tampouco de exercício obrigatório”. Assim, como não impede a
dispensa por justa causa pelo empregador, também não impede que a empregada opte por não
exercer o direito, pedindo demissão. A proteção destinada ao nascituro não retira de sua
genitora a liberdade de manifestação de vontade, “e muito menos a obriga a trabalhar não
querendo, como se concluiu no caso”, apontou o TRT.
TST
O ministro Augusto César Leite de Carvalho, relator do recurso da trabalhadora ao TST,
destacou que o artigo 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (ADCT) veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde
a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, não impondo restrição alguma quanto
à modalidade de contrato de trabalho, mesmo porque a garantia visa à tutela do nascituro.
“Porém, o direito à estabilidade não é garantido no caso de pedido de demissão”, frisou.
Augusto César salientou que, nesse sentido, há diversos precedentes da Sexta Turma, e
entendeu estar intacta a norma do ADCT que a trabalhadora alegou ter sido violada. Além disso,
assinalou que os julgados apresentados para configuração de divergência jurisprudencial são
inservíveis, “por não abarcarem a situação fática dos autos, ou seja, o pedido de demissão de
empregada gestante cujo contrato era por tempo determinado”.
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Por unanimidade, a Sexta Turma não conheceu do recurso de revista da vendedora.
COMPORTAMENTO DESIDIOSO INVALIDA ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE GESTANTE
Fonte: TRT – 6ª Região. Uma atendente de call center que sofreu sete sanções disciplinares em
oito meses de contrato foi dispensada por justa causa, mesmo grávida, pela empresa onde
trabalhava. O motivo apresentado pela empresa foi o de que ela praticou várias faltas
injustificadas durante todo o período de contrato, tendo sido advertida e suspensa por esse
motivo. Também alegou-se que a empregada estendia os intervalos previstos em lei, que foi
advertida por omissão em vários atendimentos e suspensa por insubordinação.
Em recurso ordinário ao TRT da 2ª Região, a funcionária pedia a revisão da sentença de origem,
pleiteando a conversão da justa causa em dispensa imotivada, o reconhecimento do período de
estabilidade provisória pela gestação e as verbas rescisórias correlatas.
Os magistrados da 10ª Turma, em acórdão de relatoria da desembargadora Sônia Aparecida
Gindro, votaram unanimemente pela negativa de provimento ao pedido da trabalhadora.
Segundo eles, restou comprovada a desídia, que se apresenta como “falta gravíssima praticada
pelo trabalhador ao longo da contratação, dia a dia, consubstanciada por reiteração que,
somadas ao longo do período, classificam o trabalhador como inapropriado, desleixado e
descumpridor dos seus deveres mínimos”.
No acórdão, os magistrados destacaram, ainda, que “a reclamante confessou sua intenção em
ser dispensada pela ré, permanecendo com esta intenção mesmo após saber que estava
grávida”.
(Processo nº 1000561-11.2016.5.02.0472 (link externo)
AUTORIZADA A PENHORA ONLINE DE APLICAÇÕES EM RENDAS FIXA E VARIÁVEIS
Fonte: Agência CNJ de Notícias. A partir do próximo dia 22 de janeiro os investimentos em
renda fixa e variáveis poderão ser alvo de penhora online por ordem judicial. De acordo com o
Comunicado nº 31.506 do Banco Central, publicado do dia 21/12/2017, as corretoras,
distribuidoras de títulos de valores mobiliários e financeiras foram incluídas no sistema de
penhora on-line (BacenJud 2.0).
A mudança será feita em três etapas e as instituição receberão ordem direta para bloqueio de
valores. No primeiro momento serão incluídos os investimentos em cotas de fundos abertos. A
segunda etapa começará no dia 31 de março, com a inclusão dos ativos de renda fixa pública e
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privada –títulos públicos, tesouro direto, certificados de depósitos bancários (CDBs), Letras de
Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio(LCA) e outros.
Os títulos de renda variáveis (investimentos em ações, por exemplo) deverão ser incluídos a
partir do dia 30 de maio, de acordo com adaptação das instituições recém-integradas ao
Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS).
BacenJud
O Bacenjud é o sistema eletrônico de comunicação entre o Poder Judiciário e as instituições
financeiras, por intermédio do Banco Central. O sistema permite que a autoridade judiciária
encaminhe eletronicamente ao Banco Central requisições de informações e ordens de bloqueio,
desbloqueio e transferência de valores, bem como realizar consultas de clientes mantidas em
instituições financeiras, como existência de saldos nas contas, extratos e endereços.
Na última década o volume de ordens judiciais cresceu muito com a inclusão de mais instituições
financeiras ao CCS. Em 2017 o Banco Central recebeu mais de 3,8 milhões de pedidos de
bloqueios judiciais, que somaram R$ 34 bilhões. Desse total, cerca de R$ 17 bilhões foram para
sanar dívidas com a Justiça.
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