Técnico Auxiliar de Saúde Módulo 1
Prevenção e controlo da infeção: princípios básicos na prestação de cuidados de saúde I
Prevenção e controlo da infeção: princípios
básicos a considerar na prestação de
cuidados de saúde
Formador: Diamantino veríssimo
Pessoal
Subjetivo
SAÚDE ✓ Deriva da raiz latina sanus são.
✓ Estado daquele que está bem.
✓ Estado positivo no que respeita à
Saúde física, ao equilíbrio mental e à vida
social.
Noção de bem estar e de
desenvolvimento pessoal, bem como
valores de identidade, liberdade,
participação e utilidade.
SAÚDE CONCEITOS
✓Estado de bem estar físico, mental e social e
não consiste apenas na ausência de doença ou
enfermidade. (OMS)
✓Estado que permite a uma pessoa funcionar
com o seu potencial máximo, num
determinado aspecto específico - Permanente
adaptação (Dunn)
SAÚDE Todos temos uma determinada reserva
de saúde que utilizamos sem que disso
nos apercebamos.
Só na sua ausência é que tomamos
consciência dela.
Para certas pessoas, estar com saúde
significa sentir-se bem, estar em forma
e feliz.
SAÚDE É um estado dinâmico e um processo que se desenrola ao longo da vida, durante o qual cada um espera e interpreta efeitos diferentes.
As noções mais correntemente expressas são:
A ausência de doença e de incapacidade;
Possibilidade de trabalhar para assegurar a sobrevivência;
Certa paz e segurança conjugadas para o desenvolvimento do indivíduo;
Todos estes diferentes entendimentos da noção de saúde, e todas as variáveis ligadas às etapas do ciclo de vida, fazem com que este conceito seja muito relativo.
SAÚDE Quando se associa saúde e envelhecimento, o
conceito ainda se torna mais difícil de definir.
É impossível ligar saúde à idade cronológica.
O ciclo de vida está dividido em diferentes etapas
correspondentes a momentos particulares do
desenrolar da vida.
A idade é um elemento estatístico interessante,
mas não representa uma medida adequada para
determinar o estado de saúde de uma pessoa.
SAÚDE As experiências da vida conduzem-nos
progressivamente à morte, embora para cada um de
nós por caminhos diferentes, não coincidindo
necessariamente com a idade cronológica.
Ter saúde é:
Sentir-se bem na sua “pele”, seja qual
for a idade ou as limitações.
SAÚDE
Conceito de Pessoa
A pessoa é um ser social e agente intencional de
comportamentos baseados em valores, nas
crenças e nos desejos da natureza individual,
o que torna cada pessoa num ser único, com
dignidade própria e direito a auto determinar-
se.
“…pessoas vivem e se desenvolvem, é
constituído por elementos: humanos, físicos,
políticos, económicos, culturais e
organizacionais, que condicionam e
influenciam os estilos de vida e que se
repercutem no conceito de saúde.”
Ordem dos enfermeiros
Ambiente
Qualidade de Vida
“a perceção, por parte de indivíduos ou grupos,
da satisfação das suas necessidades e daquilo que
não lhes é recusado nas ocasiões propícias à sua
realização e à sua felicidade. “
OMS
Modelo Teórico de Nancy Roper
Prevenção Primária
Tem por objetivo atuar sobre os fatores
de risco;
Evita a doença.
Prevenção Secundária
Identifica sinais de deterioração precoce;
A intervenção pode atrasar a evolução.
Prevenção Terciária
Atrasa o desenvolvimento de uma incapacidade
existente;
Melhora a função residual.
Prevenção e Controlo de Infeção
•CUIDADO:
•BACTÉRIAS
•TRABALHANDO
MICRORGANISMOS
Seres vivos muito
pequenos
Invisíveis à vista
desarmada
Só visíveis ao
microscópio
MICRORGANISMOS
Cultura de
microrganismos
em laboratório
MICRORGANISMOS
Habitantes do pó
MICRORGANISMOS
Estão por todo o
lado…
Bactérias
Organismo unicelular
procariótico,
evidenciando a sua
atividade em
importantes reações
químicas e na
produção de doenças.
Tuberculose Pulmonar
Bacilo de Kock
Vírus O vírus é um organismo
biológico com grande
capacidade de replicação,
utilizando para isso a
estrutura de uma célula
sadia (hospedeira). É um
agente capaz de causar
doenças em animais e
vegetais.
Fungos
Os fungos são microrganismos
formados por uma única célula
(leveduras) ou por grupos de
células (bolores) que
necessitam da incorporação
de compostos orgânicos do
meio externo para obterem a
energia de que necessitam
para realizarem as suas
funções. Candida Albicans
Parasitas
Parasitas são organismos
que vivem em associação
com outros dos quais
retiram os meios para a sua
sobrevivência, normalmente
prejudicando o organismo
hospedeiro.
Ascaris lumbricoides
História natural da doença
Programa Nacional de
Controlo da Infeção (PNCI) - Criado em 14 de Maio de 1999;
- Sedeado na Direcção-Geral da Saúde, no
Departamento da Qualidade na Saúde e na Divisão
de Segurança do Doente;
- Tem como principal objetivo reduzir
as infeções associadas aos cuidados de saúde,
evitáveis, através da implementação de práticas
basadas na evidência;
Programa Nacional de
Controlo da Infeção (PNCI)
O Grupo Coordenador do PNCI é constituído por
microbiologistas, médicos e enfermeiros.
O Grupo Coordenador do PNCI, trabalha em estreita
articulação com os Grupos Coordenadores regionais
de Controlo de Infeção, sedeados nas
Administrações regionais de Saúde.
Programa Nacional de
Controlo da Infeção (PNCI) Missão:
O PNCI tem por missão melhorar a qualidade dos cuidados prestados nas unidades de saúde, através de
uma abordagem integrada e multidisciplinar para a vigilância, a prevenção e o controlo das infeções
associadas aos cuidados de saúde.
Os projetos em desenvolvimento estão dirigidos às seguintes áreas:
Vigilância epidemiológica
Desenvolvimento de normas de boas práticas
Consultadoria e apoio
Comissões de Controlo de Infeção
(CCI)
Em todas as unidades prestadoras de cuidados de
saúde públicas e privadas deve ser constituída e/ou
operacionalizada uma Comissão de Controlo de
Infecção (CCI) – Circular normativa 15/10/2007.
Comissões de Controlo de Infeção (CCI)
Coordenador
O Coordenador, preferencialmente da Carreira Médica ou de Enfermagem. Para o
exercício das suas funções, deve ser-lhe atribuída uma carga horária ajustável à
dimensão e especificidades da unidade de saúde.
Enfermeiro (s) de Controlo de Infecção (ECI)
A afetação de ECI às Unidades de Internamento e Unidades de Ambulatório deve
contemplar os recursos e especificidades de cada Unidade de Saúde.
Apoio Administrativo
Deve ser assegurado à CCI apoio administrativo a tempo completo. A escolha deste
profissional deve contemplar conhecimentos de informática, tratamento estatístico de
dados e de arquivo.
Comissões de Controlo de Infeção
(CCI)
Funções
• Vigilância epidemiológica;
• Elaboração e monitorização do cumprimento de
normas e recomendações de boas práticas;
• Formação e informação a profissionais de saúde,
utentes e visitantes;
• Consultadoria e apoio.
Epidemiologia
Estudo da ocorrência, da distribuição e do controlo
das doenças.
Epidemiologia estuda os fatores que determinam a
frequência e a distribuição das doenças em grupos
de pessoas.
Cadeia Epidemiológica
Agente patogénico (vírus ou bactéria, …);
Reservatório ;
Via de transmissão / Porta de Entrada;
Recetor (sintomático ou assintomático);
Porta de saída.
Infeção cruzada
Transferência de microrganismos de uma pessoa
(ou objeto) para outra pessoa, resultando
necessariamente em uma infeção.
As mãos são habitualmente os principais responsáveis.
Nas mãos existe:
Flora Transitória: formada por microrganismos que
adquirimos no contacto com o ambiente quer seja
animado ou inanimado.
Flora Residente: existe normalmente na epiderme
onde se multiplica, tendo funções importantes de
prevenção da colonização com a flora transitória.
Colonização microbiana
Crescimento de determinados
microrganismos no hospedeiro
sem existirem manifestações
clínicas
INFEÇÃO
Entrada e multiplicação
de microrganismos
nocivos ao organismo
provocando doença.
INFEÇÃO
Nº de microrganismos;
Capacidade de “provocar”
doença;
“Veículos transportadores”
Local de entrada;
Defesas da pessoa;
…
INFEÇÃO
Aumento das Defesas da pessoa
(contributo muito importante):
Alimentação;
Apoio;
Boa disposição; …
Resistência Microbiana
Um problema ainda
sem solução à vista…
INFECÇÃO (HOSPITALAR) (associada aos cuidados de saúde)
É uma infeção que surge em
consequência da prestação de
cuidados de saúde,
independentemente do local onde
são prestados. (CS, Hospital, Lar,
Domicilio…)
Pode também afetar os profissionais de saúde e outras pessoas
INFEÇÃO
O modo mais frequente de transmissão
de infeções é por contacto direto.
A transmissão de infeção por contacto
pode ser efetuada diretamente entre
pessoas ou através de equipamentos ou
de produtos orgânicos.
INFEÇÃO
Vias de transmissão:
Via aérea
Gotículas
Contacto
Indireto
Direto
Veículo (água, sangue, soro, alimentos)
Vectores (pulga, mosquito)
INFEÇÃO
Fontes/reservatório de microrganismos:
Doentes
Profissionais
Visitas
Ambiente hospitalar
Exemplos de Reservatórios para microrganismos
De natureza Inanimada:
Solo, animais e plantas mortas podem ser fontes
de tétano, gangrena gasosa, botulismo.
A água pode ser reservatório de Pseudomonas,
entre outros microrganismos.
Exemplos de Reservatórios para microrganismos
De Natureza Animal:
•Intestino dos animais domésticos - Toxoplasma
•Gado e porcos - Pseudomonas e Proteus (infeções
de feridas)
•Aves de capoeira - Salmonelas
•Ovos – Salmonelas, Campylobacter
•Leite – Brucela (Brucelose ou febre de Malta)
•Ratos - Peste, Leptospiroses.
•Papagaios, pombos, piriquitos – Psitacose.
•Mosquitos (picada) - Febre amarela, Malária.
•Cão (mordedura) - Raiva.
Exemplos de Reservatórios para microrganismos
O próprio Homem:
Tuberculose;
Gripe;
Febre tifóide;
Portadores transitórios - por contacto (profissionais de
saúde, familiares) – Clostridium difficile / SAMR
•HIGIENE das
MÃOS
AS MÃOS
SÃO UM HOTEL DE 5
PARA OS MICRORGANISMOS
Higiene das Mãos
Lavagem com água e
sabão;
Fricção com solução
alcoólica;
Hidratação da pele.
Muito importante:
Retirar/não usar anéis,
pulseiras e relógios
de pulso
Higiene das Mãos
Como lavar as Mãos
•Lavagem das mãos
• Antes da Lavagem Depois da Lavagem
Higiene das Mãos!
Para Quê?
Quando Lavar as Mãos
1. Antes do contacto com o doente”;
2. Antes de procedimentos limpos ou assépticos
3. Após risco de exposição a fluidos orgânicos”;
4. Após contacto com o doente”;
5. Após contacto com o ambiente envolvente do doente”.
Estabelecimento de barreiras físicas, de níveis variáveis de modo a limitar ou mesmo a suprimir, a transmissão de agentes infeciosos:
De um doente para outro;
Dos doentes para os prestadores de cuidados;
Dos prestadores de cuidados para os doentes.
Prevenir a transmissão de infeções em meio hospitalar
INFEÇÃO
Para não ser mais um fator de agressão para as pessoas doentes é necessário ter alguns cuidados básicos:
Lavar as mãos;
Não utilizar anéis, pulseiras e relógio de pulso no local de trabalho;
Quando constipado evitar o contacto muito próximo com os doentes e outras pessoas;
Cumprir as normas definidas.
Serviços Hospitalares
- Dias de internamento
- Exames complementares de diagnóstico
- Tratamentos
Serviços da Comunidade
- Consultas Médicas
- Cuidados de Enfermagem
- Exames e tratamentos
€
CUSTOS DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS
CUIDADOS DE SAÚDE
CUSTOS DAS INFEÇÕES ASSOCIADAS AOS
CUIDADOS DE SAÚDE
Despesas pessoais
- Transportes, medicamentos, etc.
- Outras consequências: dor, desconforto, ansiedade, morte
Custos para a sociedade
- Perda da produtividade do doente
- Tempo despendido pelos familiares
•€
Utilização de Luvas
REGRAS BÁSICAS
→Usar sempre que se prevê contacto com produtos
biológicos excepto o suor, e em contacto com pele não
integra e mucosas.
→Escolher o tipo de luvas adequadas ao procedimento e
ao utilizador.
→Lavar as mãos, antes e depois do procedimento.
Utilização de Luvas
Mudar de Luvas:
➦ Entre procedimentos;
➦ Entre o contacto com uma zona contaminada e uma
zona limpa, no mesmo doente;
➦ Sempre que exista rutura das luvas com contaminação
das mãos;
➦ Sempre que no decorrer duma técnica asséptica haja
contaminação das luvas.
Utilização de Luvas
OBJECTIVOS DA UTILIZAÇÃO
Para proteção do doente → Geralmente implica o uso de
luvas esterilizadas.
Para proteção do pessoal → Implica o uso de luvas não
esterilizadas, com o objetivo de cumprir as “Precauções
Básicas”.
Para proteção simultânea do pessoal e do doente → Pode
implicar o uso de luvas esterilizadas ou não, consoante se
trate, de uma técnica asséptica ou de uma técnica limpa.
As luvas esterilizadas (luvas cirúrgicas) são
indicadas para a realização de procedimentos
invasivos ou manipulação de material estéril
Exemplos: cirurgias, suturas, pensos, cateterismo
vesical, etc...
As luvas não esterilizadas (de procedimento) são
limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é
indicado para proteger o profissional durante a
manipulação de material, quando do contato com
superfícies contaminadas ou durante a execução
de procedimentos com risco de exposição a
sangue, fluidos orgânicos e secreções.
As luvas devem ser utilizadas de acordo com as precauções básicas e de contacto;
A utilização de luvas não substitui a necessidade de lavar as mãos;
Deve-se retirar as luvas e lavar as mãos sempre que há indicação para tal;
Deve-se rejeitar as luvas depois de cada tarefa e depois de lavar as mãos;
Usar as luvas apenas quando indicado.
Luvas esterilizadas
Luvas não esterilizadas
Latex
Luvas não esterilizadas
Vinil
Luvas não esterilizadas
Nitrilo
Luvas não esterilizadas
Menage
Cuidados de isolamento
Precauções Básicas
•As precauções universais, atualmente denominadas
precauções básicas, são medidas de prevenção que
devem ser utilizadas nos cuidados prestados a todos os
utentes, nomeadamente na manipulação de sangue,
secreções e excreções e no contato com mucosas e
pele não-íntegra.
•
Precauções Básicas
•Incluem a utilização de equipamentos de proteção
individual (E.P.I.), com a finalidade de reduzir a
exposição do profissional a sangue ou fluidos corporais,
e os cuidados específicos recomendados para
manipulação e descarte de materiais perfurantes e/ou
cortantes, contaminados por material orgânico.
EPI NA SAÚDE
Protector ➫ Tal como o nome
indica, este isolamento é
estabelecido para proteger das
infeções um indivíduo
imunocomprometido;
De contenção ➫ Quando o que se
pretende é a prevenção da
transmissão dos agentes
infeciosos de um indivíduo para
os outros.
Exemplos
Via Aérea Tuberculose Pulmonar
Gotículas Meningite, gripe
Contacto Diarreia