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FUNAI Fundação Nacional do índio
MINISTÉRIO DO INTERIOR
DATA: 19 ABR 90
ASSUNTO: ATIVIDADES DO LÍDER INDÍGENA PAULINHO KAYAPó
1. PAULINHO PAIAKAN, filho de TIKIRI KAYAKI e IREKROTI KAYAPó, nascido aos 19
ABR 53 na Aldeia Gorotire, faz parte da liderança do grupo indígena Kayapó,
habitante do sul do PARA.
Atualmente, PAIAKAN, que é Monitor de Saúde desta Fundação e exerceu a funçao
de Assessor para Assuntos Indígenas da 4'2 Superintendencia Regional da FUNAI,
encontra-se em licença sem vencimentos, solicitada por ele com o objetivo de
dedicar-se às atividades da Aldeia Aukre, da qual é Cacique e fundador.
Acrescente-se que a Area Indígena Kayapó possui uma população de 2.421 ín-
dias, sendo que 236 habitam a aldeia Aukre, esta localizada na região central
da reserva.
2. O líder PAULINHO PAIAKAN vem se destacando como defensor dos direitos dos
índios; inclusive já realizou várias viagens ao exterior, oportunidades em que
externou suas ideias com vistas à preservação das terras e cultura indígenas.
No ambito de sua comunidade e em toda a regia° onde vive, PAIAKAN tem presta-
do apoio considerável aos grupos indígenas.
Dentre as suas açOes vale ressaltar que PAULINHO PAIAKAN colocou a disposição
da 4'2 SUER/FUNAI e dos índios uma aeronave CESSNA 206 que recebera como doa- ,
ção, ano passado, da indústria de cosmeticos BODY SHOP.
3. Outrossim, PAIAKAN foi um dos principais Coordenadores do I ENCONTRO DOS POVOS
INDÍGENAS DO XINGU, realizado em FEV 89, na cidade de ALTAMIRA/PA, ao qual
compareceram várias personalidades nacionais e internacionais, ligadas à cau-
sa indígena e à preservação ecológica, o que trouxe reflexos positivos para
estes setores.
SEP Quadra 702 Sul Edifício 1.cx, 3!' andar
CEP 70.330 Brasília D.E
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X 30 SITIO BAC.ABEIRA 3/ SITIO DOS PACAS
32 1 ILHA DOS SERES Xi 32A.32B 2 TERRA FIRME
33 1 ILHA DA BOA VISTA
51,0 O SEBASTIÁO SITIO DAS MONTANHAS
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36 1 SITIO 5 MIGUEL XIII 37 SITIO 5 JOAQUIM
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Índio protesta em Londres contra uma nova hidrelétrica na Amazônia
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Uma moção parlamentar inter-partidária pedindo aos grandes ban-cos britânicos para pararem de financiar os projetos hidrelétricos que poderiam causar um desmata-mento de uma área da floresta amazônica do tamanho do Reino Unido, apresentada ontem em Lon-dres pelo deputado conservador, Sir Richard Body, foi o primeiro resul-tado da viagem por sete países industrializados do cacique kayapó, Paulinho Paiakan. A viagem de Paiakan tem o objetivo de denunciar a "negligência do governo brasilei-ro" na conservação da ecologia e vida indígena na floresta amazônica.
O cacique Paiakan, cuja viagem à Europa e Estados Unidos está sendo patrocinada pela organização inter-
nacional de defesa do meio ambien-te, Friends of the Earth, durante entrevista coletiva na Câmara dos Comuns, disse que "em nome dos índios kayapó e de 28 nações indíge-nas da bacia do Xingu, quero aproveitar a oportunidade dessa viagem para dizer algumas palavras antes de acabarmos".
O cacique kayapó disse aos seus interlocutores britânicos que o pro-jeto hidrelétrico na bacia do Xingu vai destruir vida natural insubstituí-vel e privar os índios de seu meio ambiente natural. "Os índios estão enloquecendo, porque eles não en-tendem o que é uma represa e para eles a inundação de suas terras significa o fim do mundo", disse Paiakan. Ele pediu ao governo britânico para não apoiar um em-préstimo de soo milhões de dólares do Banco Mundial ao governo brasi-
leiro para financiar a construção de represas na bacia do rio Amazonas.
"Estou aqui para falar sobre o desmatamento, a queimada, a polui-ção e as barragens, problemas que o homem branco levou para a Amazô-nia e que nós sentimos na carne e precisamos do apoio de grupos de pressão nos países desenvolvidos, porque no Brasil o governo ignora nossos problemas e o povo não sabe o que está acontecendo na Amazo-nia", disse o cacique Paiakan em Londres.
O cacique kayapó não conseguiu se avistar com representantes dos bancos Lloyds e Midland, os princi-pais credores britânicos do Brasil, que participam do financiamento de projetos do plano hidrelétrico. Os porta-vozes dos bancos disseram que a visita não é "oportuna".
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Família real inglesa dança pela Amazônia
JOSE CARLOS SANTANA correspondente
LONDRES — A organização Friends of the Earth, líder do movimento internacional pela preservação do que ainda resta da floresta amazônica, deu on-tem uma prova do seu presti-gio e popularidade na Inglater-ra, reunindo para um "samba de protesto", em Londres, repre-sentantes da ala jovem da famí-lia real e o que há de mais "cin-tilante" na sociedade britânica. O resultado do baile, realizado no já não tão exclusivo Hippodro-me, discoteca onde hoje entra quem quer e como quiser, foi um cheque de quase USS 200 mil (CzS 106 milhões) a serem usados no financiamento da campanha barulhenta de combate à des-truição das selvas tropicais na América do Sul, África e Ásia.
Foi, realmente, uma "festa de arromba", com mais de duas mil pessoas circulando pelos corredores, restaurantes e sa-lões da discoteca de Leicester Square, que os Amigos da Terra tentaram fantasiar de floresta
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tropical. Faltou o cacique caia-pó Paulinho Paiacãue passou ii-Or-TroT-ffres no princípio da se-mana, para dar um pouco mais de vida e autenticidade à deco-ração.
*I A presença dos dois filhos
da princesa Margaret, lady Sa-
ra e o visconde Linley, da filha do duque de Kent e prima em se-gundo grau da rainha Elizabeth II, lady Helen Windsor, e de mais algumas dezenas de nobres não foi surpresa, já que a famí-lia real inteira está envolvida no movimento ecológico. A pró-pria rainha é patrona de uma sé-rie de entidades preocupadas com a natureza. Ao contrário da soberana, que apóia calada o movimento, o marido dela, príncipe Philip, protesta sem-pre que pode. "Se não traba-lharmos para prevenir futuros desastres ecológicos estaremos condenando futuras gerações a viver em desertos e na pobre-za", disse recentemente.
O Baile Tropical foi organi-zado pela marquesa de Worces-ter, a ex-atriz Tracy Ward, com a ajuda do jogador de cricket paquistanês, Imran Khan, "o solteiro mais cobiçado da Ingla-terra, depois do príncipe Ed-ward e seu primo, visconde Lin-ley". Pelo menos é o que dizem os colunistas sociais. E como até a primeira-ministra Marga-ret Thatcher aderiu à campa-nha do verde, toda a sociedade fez questão de prestigiar. De Koo Stark — ex-namorada do príncipe Andrew — à herdeira Sabrina Guinness, ou à atriz Natasha Richardson, filha de Vanessa Redgrave, todo o grand monde esteve presente.
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Ecologistas alemies não querem represas
FRANKFURT — A organi-zação Fundo de Proteção á Vida Selvagem 4WWF) manifes-tou-se ontem em Frankfurt contra o projeto de construção da barragem de Altamira no rio Xingu, obra que teria rectirsos do Banco Mundial. A entidade pediu ao governo da Alemanha Ocidental que impeça a destrui-cão da região, onde vivem cerca de 60 mil Indica, alegando que o plano "vai prejudicar o homem e o meio ambiente".
Com a Campanha para á Selva, a divisão alemã da orga-nização planeja investigar, se-gundo informou., qual a respon-sabilidade desse pais na destrui-ção da região amazónica e de seus recursos naturais. A Ale-manha Ocidental tem no Banco Mundial. depois-dos Estados Unidos e do Japão, a maior par-ticipação. Por isso. a WWF acredita que a Alemanha deva fazer valer sua influência para conseguir mudar o projeto.
O lago artificial que surgi-ria com a construção da barra-gem inundaria cerca de cinco mil quilómetros quadrados de selva acabando assim com as condições de vida de quase nove mil indígenas que vivem na re-gião, de acordo com a organiza-ção.
O pedido da WWF foi feito um dia antes da chegada do ca-cique caiapó Paulinho Paiacã a Frankfurt. Para o cacique, sem a selva seu povo não terá condi-ções de sobrevivência e "sem a floresta não haverá indigenas". Junto com o antropólogo nor-te-americano Darrell Posey e Cube-I. outro cacique caiapó. Paulinho Paiacã está sendo processado no Brasil. Os três são acusados de ter viajado para Washington para tentar con-vencer o Banco Mundial a não financiar a construção de hidre-létricas no Xingu.
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ROMA — O cacique caiapó £4511inhoy_alacit acaba de cum-
/ prir mais uma etapa de seu ro-teiro internacional, batizado de "10w europeu da esperança" pe-lo grupo ecológico Amigos da Terra, que patrocina a viagem do indio, processado pela Lei dos Estrangeiros. A viagem co-meçou em Londres há dez dias: a parada seguinte foi em Ams-Wrdi- Em Roma desde quin-ta-feira. Pataca concedeu en-trevistas-a emissoras de televi-são e jornais italianos. Foi rece-bido oficialmente pela senadora Suzanna Agnelli._subsecretária do Ministério do Exterior, e conseguiu audiências com vá-rios diplomatas do Ministério do Ambiente. "Defender a Ama-zónia do homem branco" é o te-ma de seus discursos.
Na sede da associação Amici della Terra, em Roma, a secretá-ria nacional da entidade disse estar "orgulhosa" da visita de Paiacã á cidade e anunciou mais duas importantes escalas
européias da viagem do índio brasileiro: Alemanha e Bélgica, antes de partir para os Estados Unidos e para o Canadá. Hoje, ele estará em Frankfurt e Bru-xelas, onde será recebido por re-presentantes da Comunidade Económica Européia.
"O objetivo desta viagem é convencer os governos europeus a pronunciar-se contra o novo crédito de USS- 500 milhões (Czs 270 bilhões) que o Banco Mun-dial deverá conceder ao governo brasileiro até o final do mês". conforme foi publicado pelos jornais Italianos, segundo Os quais Paiacà "está em campa-nha para ajudar seu povo a res-pirar melhor, para o prazer de todos os povos do mundo".
A embaixada brasileira na capital italiana garantiu que não tomou conhecimento da vi-sita do "ilustre representante dos caiapos". E. segundo altas fontes da embaixada, a audiên-cia com políticos e diplomatas italianos foi considerada corno "algo pouco diplomático em re-lação ao governo brasileiro-.
Cacique processado pede auxilio à Itália
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611344FNAI BR Recebido CS I 1L 1 '
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ZCZC ACD777 QD LOCNMRE
ASSINATURA
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PRESIDENTE DA FUNDACAO NACIONAL DO
.BRAZEXT 032016 O001 89Z
DO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES BSB EM SHUM-LOO
ILMO. SR. IRIS PEDRO DE OLIVEIRA,
INDIO (FUNAI), BRASILIA,DF.
MEIO AMBIENTE. INDIOS. SETOR ELETRICO. DARRELL POSEY E KUBE-I.
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3/12/8NeS)
189- DNU/DPF/DCS - INFORMO VOSSA EXCELENCIA DE QUE O BOLETIM DA "AMERICAN ANTHROPOLIGICAL SOCIETY" DE OUTUBRO ULTIMO PUBLICOU ARTIGO, DE AUTORIA DE BRENT BERLIN, REFERENTE AO PROCESSO INSTAU-RADO CONTRA DARRELL POSEY E OS INDIGENAS PAIAKAN E KUBE-I. ALEN DE RELATAR ELEMENTOS DA ACAO JURIDICA, O TEXTO AFIRMAVA QUE OS ANTROPO-LOGOS E ETNOBIOLOGOS QUE TRABALHAVAM COM O CIENTISTA NORTE-AMERICA-NO FORAM CONVIDADOS A ABANDONAR A AREA E SUGERIA UMA POSSIVEL VIN-CULACAO ENTRE O PROCESSO E O RETARDAMENTO NA APROVACAO DO EMPRESTI-MO DO BANCO MUNDIAL PARA O SETOR ELETRICO. 2. O ARTIGO ANUNCIAVA AINDA A CONSTITUICAO DE UM FUNDO DE DEFESA DE POSEY E DOS CAIAPOS, MEDIANTE CONTRIBUICOES VOLUNTÁRIAS A SEREM ENCAMINHADAS AO PAI DO ANTROPOLOGO OU AO AUTOR DO ARTIGO. INDICAVA, FINALMENTE, QUE EVENTUAIS MANIFESTACOES DE APOIO AOS ENVOLVIDOS DE-VERIAM SER ENVIADAS DIRETAMENTE AO PRESIDENTE JOSE SARNEY.
3. SEGUNDO INFORMACAO DA EMBAIXADA EM WASHINGTON, KUBE-I ESTARA I CHEGANDO AQUELA CAPITAL, EM 4 DE SETEMBRO CORRENTE, APOS UMA ESTADA NA EUROPA, COM O OBJETIVO DE EFETUAR CONTATOS NO CONGRESSO AMERICANO. SUAS DESPESAS ESTARIAM SENDO CUSTEADAS POR ENTIDADES AMBIENTALISTAS (NATIONAL WILDLIFE FEDERATION E ENVIRONMENTAL DEFENSE FUND).
CORDIAIS SAUDACOES,
LUIZ AUGUSTO DE ARAUJO CASTRO CHEFE DO DEPARTAMENTO DE ORGANIZACOES INTERNACIONAIS DO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIO E
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N.toi-e, EM / h9-' /
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DO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES EM 06.12.88 //MAGO//
IL.MO. SR. IRIS PEDRO DE OLIVEIRA PRESIDENTE DA FUNDACAO NACIONAL DO INDIO (FUNAI) TELEX: (061) 1344 FNAI BR
(061) 1794 FUNI BR
193/DNU/DPF/DCS — LEVO AO CONHECIMENTO DE VOSSA SENHORIA INFORMACOES RECEBIDAS DA EMBAIXADA EM OTTAUA, REFERENTES AA PRESENCA DO INDIO CA IAPO PAULO PAIAKAN NO CANADA.
2. A VISITA, QUE VEM OBTENDO GRANDE REPERCUSSAO JUNTO AA COMUNIDA—DE CANADENSE, SE INSERE NO CONTEXTO DE CAMPANHA PROMOVIDA PELAS ORGA NIZACOES NAO—GOVERNMENTAIS "PROBE INTERNATIONAL","CANAD—IAN MATU-RE FEDERATION", "UORLD UILDLIFE FUND","OUR COMMON GROUND" E "FRI—ENDS OF THE RAIN FORESTS", COM OS SEGUINTES OBJETIVOS: A) PRESSIONAR O GOVERNO CANADENSE A VOTAR CONTRA, NA PROXIMA REUNIA() DO BANCO MUNDIAL EM DEZEMBRO, A CONCESSAO DE EMPRESTIMO AO BRASIL PA RA A IMPLEMENTACAO DE PROJETOS HIDRELETRICOS NA REGIA() AMAZONICA., 3) ANGARIAR FUNDOS PARA AUXILIAR A CONSTRUCAO DE UMA ALDEIA INDIGENA EM ALTAMIRA, NA REGIA() A SER INUNDADA POR UMA DAS REPRESAS PROJETA—DAS HO XINGU, NO A .;:ITO DA MANIFESTACAO QUE AS COMUNIDADES INDIGENAS LOCAIS PRETENDEM PROMOVER CONTRA A POLITICA GOVERNAMENTAL DE CONSTRU CAO DE BARRAGENS NA AMAZONIA.
3. HAH MUITO QUE AS ORGANIZACOES CANADENSES DE MEIO AMBIENTE E DI—REITOS HUMANOS DESENVOLVEM CAMPANHA A FIM DE PRESSIONAR O GOVERNO A VOTAR CONTRA A CONCESSAO DE EMPRESTIMOS DO BANCO MUNDIAL A PROJETOS POTENCIALMENTE DANOSOS PARA AS FLORESTAS TROPICAIS E POPULACOES IN—DIGENAS. A JULGAR PELA DECLARACAO DO MINISTRO DAS FINANCAS, MICHAEL _UILSON, NA REUNIA() DE SETEMBRO DO BANCO,NO SENTIDO DE QUE OS MEMBROS DAQUELA INSTITUICAO DEVERIAM PRESTAR MAIS ATENCAO AOS IMPACTOS DE SUAS DECISOES SOBRE O MEIO AMBIENTE, A CAMPANHA DAS ONGS VEM DANDO RESULTADOS. SEGUNDO NOTICIAS DA IMPRENSA, O VOTO CANANDENSE EM DEZEM BRO AINDA NAO ESTARIA DEFINIDO.
O INTERESSE POLITICO QUE QUESTOES AMBIENTAIS E DE PRESERVACAO DE COMUNIDADES INDIGENAS DESPERTAM NO CANADAH EH INEGAVEL., A ABERTURA DA SESSAO DE APRESENTACAO DE PAIAKAN EM OTTPUA CONSTOU DE LEITURA DE MENSAGEM DO PORTA—VOZ DA CAMARA DOS COMUNS, E ESTARIAM PREVISTOS EN—CONTROS DO INDIGENA BRASILEIRO COM REPRESENTANTES DO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES E COM A CIDA. TAMBEM A IMPRENSA EH SIMPATICA AA CAUSA, DANDO AMPLA COBERTURA.
CORDIAIS SAUDACOES,
• LUIZ AUGUSTO DE ARAUJO CASTRO
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS DO MINISTERIOS DAS RELACOES EXTERIORES_
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FUNAI Fundação Nacional do índio
MINISTÉRIO DO INTERIOR
CI. Ng 6/88-SUGE Brasilia/DF, dezembro de 1988
Do: Sr. Superintendente-Geral
Ao: Sr. Superintendente Executivo da 4g SUER
Senhor Superintendente
O Senhor Presidente da FUNAI recebeu informações do Ministério
das Relações Exteriores relativas à viagem realizada pelo índio Kayapó PAULINO
PAIAKÃ a"vários paises da Europa, bem como ao CANADÁ e ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.
Referida "turnée" teria sido patrocinada, por entidades ambienta-
listas e teve por objetivó promover campanha contestatória contra a implementa-
ção de projetos hidrelétricos na região amazônica.
Considerando que PAULINO PAIAKÃ é servidor desta Fundação, soli-
cito de V.Sa. prestar os seguintes esclarecimentos:
a) qual o período de afastamento do país;
b) quem patrocinou a viagem;
c) se o servidor teve permissão dessa 4g SUER para se ausentar
do trabalho;
d) informar se o mesmo se encontrava em gozo de licença ou férias;
e) que medidas administrativas foram adotadas, caso PAIAKÃ tenha
se ausentado em período de trabalho regular;
f) outros dados que contribuam para o esclarecimento do assunto.
Atenciosamente
ton ()VCaflt4 gomes Superintendente Gerei
SEP Quadra 702 Sul Edifício Lex, 3? andar
CEP 70.330 Brasília D.F.
ess Sei p -JO/P
MINISTÉRIO DO INTERIOR
FUND/40 NACIONAL DO INDIO - FUNAI GABINETE DO PRESIDENTE
CI. NQt9c2) /88-SUGE Brasília/Np/3 de dezembro de 1988
Do: Sr. Superintendente-Geral
Ao; Sr. Superintendente Executivo dali' SUER
Senho^ Superintendente
O Senhor Presidente da FUNAI recebeu informações do Ministério
das Relações Exteriores relativas à viagem realizada pelo índio Kayapó PAULINO
PAIAKÃ a vários países da Europa, bem como ao CANADÁ e ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.
Referida "turnée" teria sido patrocinada, por entidades ambienta-
listas e teve por objetivo promover campanha contestatória contra a implementa-
çio de projetos hidrelétricos na região amazônica.
Consideran0 que PAUL(NO MIAU é Lervidor desta Fundação, soli-
cito deVV.Sa. prestar os seguintes esclarecimentos:
a) qual o período de afastamento do país;
h) quem patrocinou a viagem;
c) se o servidor teve permissão dessa 411 SUER para se ausentar
do trabalho;
d) informar se o mesmo se encontrava em gozo de licença ou férias;
e) que medidas administrativas foram adotadas, caso PAIAKÀ tenha
se ausentado em período de trabalho regular;
f) outros dados que contribuam para o .!sclarecimento do assunto.
Atenciosamente
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Supetintendent• Gitul
MOD. 207 - FORM. 2101297
oss .(1z9d i p .ji /i 4-
PAULINHO PAIAKAN NOME
DEPARTAMENTO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DIVISÃO DO PESSOAL - S.C.L.
CONTROLE DE FÉRIAS
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"C". EME' EGO Monit.Saude
ADMISSÃO o 2. ,')': -.9 Q LOTAÇÃO 2a • DR •(.5",tLINICIAR FÉRIAS ATÉ:
PERÍODO AQUISITIVO PERÍODO DE FÉRIAS
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Superintendent e e 4 a Região
Portaria, r',.° 215
Atenciosamente,
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SUPERINIENDENCIA SERA N.o Rul)4~piatac)._eg MINISTERIO DO INTERIOR
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO
—FUNAI—
INFORMAÇÃO N 2100 /42SUER/GAB/88. Belem, 23 de dezembro de 1988
Senhor Superintendente Geral,
Em atenção a C.I. n 2 026/88-SUGE, datada de '
15.12.88, prestamos os seguintes esclarecimentos:
a) - O afastamento do índio PAULINHO PAIAKAN,
ocorreu no período de 09.11 a 05.12.88;
b) - Não sabemos informar com precisão a não
ser que, foram entidades ligadas a defesa da Ecologia;
c) - O servidor não teve a permissão desta 4@,
SUER;
d) - O servidor em questão, gozou ferias no '
período de 01/11 a 05/12/88;
e) - Nenhuma, o servidor se apresentou ao tra
balho no dia 06.12.88, apOs o termino de suas ferias;
f) - O principal motivo dessa contestação, e
a falta de informaçoes por parte da ELETRONORTE, com relação as cons-
truçOes de barragens ao longo do Rio Kingú, destinadas a geração de '
energia, dai a preocupação dos índios quanto aos danos que?_as_Comuni
dades Indígenas da região, poderão sofrer com essas barragens.
MOD. 131
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I* UNÇÃO ECOO
• Meio TathikE-29/10/12
Cacique Paulinho Paiacá: para Tribunal,não pode ser enquadrado na Lei dos Estrangeiros
TFR anula processo , • • ,
contra nichos campos BRASÍLIA — O Tribunal
Federal de Recursos (TFR) ar-quivou ontem os processos mo-vidos contra os caciques caia-pós Cube-I e Paulinho Paiacã e o antropólogo norte-americano Darrel Posey, incriminados com base no Estatuto dos Es-trangeiros "por denegrir a ima-gem do Brasil no Exterior". A segunda turma de julgamento do TFR decidiu por unanimida-de conceder o habeas corpus para evitar o enquadramento dos ín-dios na Lei dos Estrangeiros, determinando o trancamento definitivo da ação movida con-tra os caciques e o antropólogo na Justiça Federal do Pará, por iniciativa do juiz Iran Velasco Nascimento. Darrel Posey foi considerado apenas intérprete dos índios.
No inicio de 1988, os caci-ques Cube-I e Paulinho Paiacã e
o antropólogo norte-americano atenderam a um convite da Uni-versidade da Flórida, nos Esta-dos Unidos, para falar sobre o manejo de florestas no Brasil. Na ocasião, eles pediram ao Banco Mundial (Bird) para sus-pender os créditos de USS 250 milhões, que seriam usados pa-ra construir a hidrelétrica de Carara6, no rio Xingu, que inundaria 12 aldeias caiapós e desabrigaria cerca de dez mil índios.
Diante da resposta do Bird, que suspendeu os créditos, o go-verno brasileiro decidiu proces-sar os dois índios e o antropólo-go com base no artigo 107 do Es-tatuto dos Estrangeiros, que prevê pena de reclusão de um a três anos e expulsão do Pais. No julgamento de ontem, o minis-tro Milton Luiz Pereira (que
ocupa a vaga do ministro apo-sentado Sebastião Reis, en-quanto não se instala o Supe-rior Tribunal de Justiça) des-cartou a possibilidade de enqua-dramento dos índios no código dos estrangeiros porque eles são "brasileirso natos reconhecidos pela Constituição Federal". O processo de Posey foi arquiva-do porque ficou comprovada a participação dele exclusiva-mente como intérprete da de-núncia dos caiapós.
Ainda ontem o ministro Jo-sé Cándido, corregedor-geral da Justiça Federal, encaminhou oficio ao Conselho Superior de Defesa da Liberdade de Criação e Expressão do Ministério da Justiça em que informa sua pre-tensão de tomar providências contra o juiz Iran Velasco Nas-cimento.
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Pistoleiro conta ao Comitê Chico Mendes tudo sobre o crime
RIO BRANCO — O Comitê Chico Mendes, que está realizando um inquérito paralelo ao da policia, divulgou ontem uma fita na qual um homem, dizendo-se pistoleiro. acusa diretamente Darci Alves da Silva e Oloci, filhos do fazendeiro Darli, de terem chefiado equipes de assassinos até conseguirem matar o ecologista. No depoimento, o pistoleiro — cujo nome foi preservado — admite ter participado das equipes que se revezaram no acampamento montado nos fundos da casa de Chico Mendes.
Segundo o pistoleiro. que chegou a ser preso para interro-gatório depois da morte do ecologista, o ex-prefeito de Xapu-ri, Vanderlei Viana. os fazendeiros Darli e Alvarino Alves da Sil‘a e Benedito Rosas, e o ex-seringalista Gastão Mota seriam os principais mandantes do crime. Eles teriam se reunido várias vezes em Xapuri. Brasiléia e na fazenda de Darli Alves da Silva para acertar o assassinato. Os pistoleiros que participaram da tocaia, além de Darci e Oloci Alves da Silva, teriam sido Vilamar Carneiro (Ceara:inho), Francisco Lourenço (Cearazão), José Candidato de Araújo (Ze.:ão. morto mês passado). Gentil Alves da Silva (Tilinho, filho de Alvarino Alves da Silva. que está foragido), e os irmãos Amadeus Sérgio e Jedeir Pereira. o (Mineirinho, que também estão sumidos).
O informante contou ao 'Comitê Chico Mendes' que o ex-delegado de Policia de Xapuri. António Magalhães, e o escrivão Odilon Alves da Silva, irmão paterno de Darli e Alvarino, foram os responsáveis pelas informações sobre os arredores da casa de Chico Mendes, onde foi montado o acampamento. A delegacia de policia fica a 50 metros da casa do líder sindical assassinado. O homem disse também que no dia do,crime. 22 de dezembro. os irmãos Darei e Oloci Alves da Silva, foram a Brasiléia. a 60 quilómetros de Xapuri, e lá compraram uma grande quantidade de salgadinhos para abastecer o acampamento.
O pistoleiro contou ainda que a intenção do grupo era matar Chico Mendes até o final de 1988, como o próprio ecologista pressentia.
O pistoleiro revelou também que. além de Chico Mendes, estavam marcadas para morrer mais pessoas e citou o bispo da diocesse de Rio Branco, dom Moacyr Grechi, o vigário de Xapuri, padre Luis Ceppi, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, Osmarino Amâncio, o atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e sucessor de Chico Mendes, Júlio Barbosa. e os irmãos Júlio e Valdemir Nicácio, dirigentes do PT de Xapuri.
TFR arquiva acusação contra dois índios e antropólogo americano
BELÉM _ O Tribunal Federal de Recursos arquivou, ''por inépcia da denúncia c falta de justa causa", a ação
penal proposta pela Justiça Federal, em Belém, contra os índios Paulinho Paiacan e Cubei Caipó e o antropólogo norte-americano Darrel Posey. A decisão unânime ganhou parecer favorável inclusive da procuradora da Repúbli-ca. Débora Macedo Duprat Ferreira. Os dois índios e o antropólogo — que é ligado ao Museu Paraense Emilio Goeldi. onde desenvolve o Projeto Caiapó há onze anos — foram enquadrados no Estatuto do Estrangeiro sob a alega-ção de terem denegrido a imagem do pais no exterior.
No inicio de janeiro do ano passado, Paiacan. Cubei e Posey foram aos Estados Unidos, a convite da Universida-de da Flórida. para um congresso de manejo florestal, e acabaram esticando até Wawshington. para denunciar às autoridades do Banco Mundial a desvastação da floresta amazónica. Pediram ainda que o Bird não concedesse ao Brasil os créditos solicitados para a construção do comple-xo hidrelétrico do Xingu. porque inundaria grande parte da reserva Caiapó e arrasaria o ecossistema local.
Pelo enquadramento que sofrerem na Justiça Federal em Belém. os dois índios poderiam ser presos como co-autores de um crime atribuído ao cientista Darrel Posey — intro-missão nos negócios do Brasil no exterior —, enquanto este sena expulso após cumprir prisão de três anos.
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O cacique Pautinho com Jimmy Carter, há uni mês, • empunhando sua fumadora Panasonic no Congresso, em 1987, tc lado dk. Raoni
COMPORTAMENTO
COM O M0f17-3 Super Luxo Espocial modelo 1988: andanças peta c.ap;ta' cio Pará
D epois de votar no seu candidato à Pre-sidência da República — o tucano
Mário Covas —, o cacique Paulo Paiakan, 36 anos, conhecido apenas como "Pauli-nho" entre os índios de sua reserva, a caiapó, no sul do Pará, amimará as malas para mais uma viagem internacional. No próximo dia 18, Paiakan fará uma palestra no 1 Encontro sobre a Amazônia, em Van-couver, no Canadá. Esta será a sétima via-gem ao exterior de Paiakan em 1989. Ele foi três vezes para os Estados Unidos. Duas para o Canadá e urna para o Japão. Há um mês, o cacique recebeu das mãos do ex-presidente americano Jimmy Carter uma medalha de honra na quarta reunião anual da Better World Society (SociedwiP para uni Mundo Melhor), uma honraria que nenhum ecologista profissional brasi-leiro ganhou até hoje. Como no caso de certos instrumentistas eruditos, Paiakan é hoje um brasileiro mais conhecido fora do Brasil. "O problema é que nunca fui con-vidado para um congresso sobre ecologia e índios aqui no Brasil", diz ele. "Os es-trangeiros apóiam nossa luta com muito mais força que os brasileiros."
Encontrar índios brasileiros no ar, de ter-no ou cocar na cabeça, a bordo dos aviões em direção à Europa e à América do Nor-te, é hoje cena bem Menos rara do que foi até pouco tempo atrá... O pioneiro entre os silsicolas de passaporte foi o txucarramãe Raoni, cujo beiço gigantesco contribuiu
decisivamente para sua popularidade no exterior. Levado pelo roqueiro inglês Sting, Raoni girou o planeta como embai-xador dos povos da floresta, numa excur-são durante a qual esteve com o papa, com a primeira-ministra inglesa, Margaret That-cher, e com o presidente francês François Minerrand — urna agenda de fazer inveja ao presidente José Sarney. A novidade em relação a Paulmlio Paiakan é que ele é um
índio com mais futuro nos cenáculos inter-nacionais do que o velho e exótico Raoni. Além de falar a língua jê, do seu povo, Paiakan se exprime com precisão em por-tuguês e, sobretudo, arranha um pouco de
graças à comivéncia com os mis-sionários americanas que freqüentam o sul do Pará. Assim, consegue fazer palestras em encontros internacionais de ecologia. sua principal atividade hoje em dia. Nisso, é ajudado pela atual onda ecológica que varre o planeta, na qual a Amazônia brasi-leira tornou-se urna espécie de terna maior.
Xuxa — Naturalmente, o índio que em-barcou numa viagem ao exterior não pode retomar da mesma forma como partiu. Paia-kan, hoje, vive com urna série de benesses da vida urbana que os brancos costumam chamar de "vida civilizada" Em junho
Programa de índio As modernas aventuras de Pau linho
Paiakan, o cacique dos caiapós que vive entre o Brasil e os encontros no exterior
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Entre os caiapós com o Cessna 206: presente de 50 000 dólares da milionária inglesa
Na fila do caixa eletrônico em Betem
passado, a milionária inglesa Anita Rod-dick, proprietária da cadeia de lojas Body Shop, que só vende produtos naturais e está espalhada por 35 países, com mais de 600 lojas, presenteou Paiakan com um avião monomotor Cessna 206, adquirido nos Es-tados Unidos por 50 000 dólares. O avião é usado para socorrer os índios doentes de sua aldeia, a Aukre, localizada no centro da re-serva caiapó. O piloto da aeronave, nestes tempos em que ecologia é moda, é o cana-dense AI Johnson, 54 anos, ex-presidente do Grupo Ecológico Greenpeace, que já co-mandou DC-10 e Boeings e se apresentou como voluntário na selva.
Paulinho Paiakan, que nas festas indíge-nas gosta de ser chamado de Bepkororoti, ocupa em Belém uma casa de três quartos, dois deles com ar condicionado. Ali, vive com a mulher, lrekian, e as três filhas, de 5, 4 e lano de idade. A farrulia passa a maior parte do tempo assistindo a cenas na televisão de festas indígenas e encontros na floresta que o próprio Paiakan grava com sua filmadora Panasonic adquirida na Zona Franca de Manaus. "Não quero que mi-nhas filhas assistam a Xuxa e esqueçam a nossa cultura", justifica. Foi com essa mesma fumadora Panasonic que Paiakan estes e no Congresso Nacional, em 1987, ao lado de Raoni, para documentar a parti-cipação dos índios na pressão feita junto aos constituintes para a aprovação da de-marcação de suas terras. A luta de Paiakan, repetitiva quando se acompanha o cacique nas reuniões em que os discursos não mu-dam, toma-se dramática quando se exami-na todo o painel que representa a trajetória dos índios brasileiros desde o descobrimen-to. Naquela época, havia 5 milhões de ín-dios no Brasil. Hoje, ao firo de um proces-so cruel em que suas terras foram ocupadas e seus costumes desafiados pela vizinhança
noitar, o cacique caiapó tem um Passai. Não raro, ele pode ser visto nas fi-las dos caixas automáti-cos retirando dinheiro. "Um índio não deixa de ser índio porque tem uma filmadora ou um carro", afirma o superintendente regional da Funai em Be-lém, Dinarte Madeiro. Ele tem razão. O estranhe é que Paulinho Paiakan não defende para seus ir-mãos o mesmo tipo de vi-da que ele leva. "0 di-nheiro que tem entrado em muitas aldeias está prejudicando a vida dos índios", diz o cacique. "Eles agora recebem mais assistência, mas
têm mais doenças também, e não estão pla-nejando o futuro", queixa-se. Obviamente, Paiakan não pretende manter as vantagens da vida urbana apenas para seu próprio uso. como se fosse um marajá — como bom ad-ministrador, ele as exibe em nome da pre-se-vação dos companheiros de sua reserva
Os 2 000 caiapós, divididos em cinco al-deias e espalhados em cerca de 32 000 qui-lómetros quadrados — uma área equivalen-te a cinco vezes a extensão do Grande Rio —,são considerados os índios mais ricos do
país. "A reserva dos caiapós é a única do Bra-sil que não da despesas para a Funai", diz Dinar-te Madeiro, superinten-dente do órgão. Para pro-duzir riqueza, os caiapós desenvolveram um siste-ma económico de fazer inveja a qualquer empre-sário. As aldeias dos go-rotirés, no sul da reserva, e dos kikretuns, no norte. têm no garimpo de ouro sua maior fonte de renda. Ambas as aldeias rece-bem cerca de 13% da venda do ouro colhido na área. Os gorotu-és. por exemplo, arrecadaram. em outubro, cerca de 550 000 cruzados no-vos. A força econômica dos caiapós permite ini-ciativas ousadas: eles compram miçangas im-portadas da Checoslová-quia ao preço de 520 cruzados novos o quilo, que são usadas em seus adornos. e
com o branco, resta dos índios brasileiros uma multidão de apenas 220 000 indiví-duos. Paiakan, um índio que ultrapassou com menor trauma a fronteira do mundo branco, não tem muitos seguidores bem-sucedidos. Ele, porém, se deu muito bem diante dos desafios da cultura urbana.
MIÇANGA.S IMPORTADAS - Em Belém, desfila com um automóvel Monza Super Lu-xo Especial, modelo 1988. Em Redenção, no sul do Pará, onde também costuma per-