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Page 1: 4ª Edição do Pirituba Acontece

#4 Dezembro 2011Esta publicação é resultado do projeto Click, um olhar curioso sobre o mundo, que promove oficinas de jornalismo comunitário.

No topo de São PauloFomos a campo para mostrar a vocês um dos pontos turísticos mais famosos da-qui. Confira e conheça mais sobre o Pico do Jaraguá. (Ver pág. 06)

Click em:

Pensando em você, o grupo se juntou à professora de Artes, Roberta Lima, e se esforçou muito para criar um maravilhoso produto. (Ver pág. 05)

“Piritubacity” para o Pirituba AconteceFebre em Pirituba, aos poucos o gru-po de rap POLLO vai conquistando seu espaço na cena underground, suas rimas já passaram do limite de Pirituba. (Ver pág. 04)

Fim de ano, tempo de oportunidades (Ver pág. 09)

Aromatizador de ambientes.

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Fala, Click!

Olá, leitores

Chegamos ao fim de mais um ano. É hora de dizer adeus a 2011 e planejar como será 2012.

Na redação do Pirituba Acontece não é diferen-te. Este ano, foi, sem dúvida, muito especial. Vai ser sempre lembrado como o início do projeto CLICK, um olhar curioso sobre o mundo, de que este jornal é resultado. Mas, precisamos pensar em como aprimorar a publicação. Não queremos parar, pelo contrário: nossa intenção é aproveitar tudo que nós aprendemos (não foi pouco), nessas primeiras edições, para fazer um jornal ainda melhor.

Como estamos perto de uma das épocas mais espe-radas do ano, o Natal, o Pirituba Acontece traz di-versas matérias sobre o feriado. Porém, nosso foco principal – para fechar 2011 com chave de ouro – é o Pico do Jaraguá, ponto turístico de muita impor-tância em nossa região. Mais uma vez, toda equipe espera que você goste!

Os mediadores.

Equipe:Amanda Sanches

Bruna VenâncioCaio Henrique

Daniella MiconiEdson de Sousa

Heloisa BerenguelIgor Franca

João VictorJoice Loyola

Júlia Cristine Juliana Lourenço

Lara DeusLucas Sena

Lucas VenâncioMarina Budoia

Marina NagaminiPedro Augusto

Samuel ParmegianiThalita Xavier

Victhor Fabiano

Mediadores:

Arthur Victor Edson Caldas Evelyn Kazan

Equipe Click no Pico do Jaraguá

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“Freddy Krueger”

Queremos saber o que você acha de nos-sa publicação. Mande críticas, sugestões e elogios (lógico!) para: [email protected]

Click Um Olhar

@Clickumolhar

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Ouvindo Vozesa sua opinião aqui

São Paulo, como toda megacidade, exige um bom sistema de transporte público. As linhas de metrô e de trem não abrangem to-das as regiões da cidade e a malha ferroviá-ria não é grande o suficiente, o que causa a superlotação diariamente. A rede rodoviária é volumosa, mas pre-cisa aumentar ainda mais a sua frota sem criar grandes problemas ambientais. Não se pode esquecer que os ônibus também estão sujeitos ao terrível trânsito da cidade, o que causa entraves à sua eficiência. Pirituba não está fora desse quadro, mas nada melhor do que ouvir a opinião dos usu-ários daqui para saber o que eles acham que falta e o que deve melhorar no nosso trans-porte público. Entrevistamos alguns moradores do bair-ro para saber o que eles pensam sobre o transporte público em Pirituba. Ao serem perguntados sobre quais os principais problemas que ocorrem na re-gião, surgiram pontos distintos, como a demora nos intervalos de trens e ônibus, limpeza, acessibilidade entre outros. Ape-sar disso, dois terços dos entrevistados não trocariam o transporte público pelo priva-do por ser muito difícil e caro estacionar em São Paulo. Mesmo com todos os problemas cita-dos, a média das notas dadas pelos entre-vistados ao transporte de Pirituba foi 6, uma nota relativamente alta para uma cida-de que necessita de um melhor sistema de transporte público.

Piritubandofique por dentro da nossa região

Tran

sporte P

úblico em

Piritu

ba

Por Lara Deus e Lucas Sena

O jornal está cada vez melhor. Adorei a reportagem a respeito do transito em Pirituba, realmente está compli-cado. Saiu todos os dias de manha para ir para a faculdade e por vezes demoro 30 minutos para percorrer, de carro, um trecho de poucos metros na Raimundo. É preciso pensar em alguma solução para este crescimen-to. Hellen, estudante da USP.

Que legal que agora vocês também estão no rádio, assim teremos mais uma maneira de sabermos a programação e os acontecimentos do nosso bairro. Irei acompanhar semanalmente.Lehi Lima

A Equipe Click agradece e espera para 2012 outras edições ainda mais interessantes.

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Equipe Click: Como tudo is- so começou?POLLO: Começou numa zoei-ra, nós nos conhecemos desde o jardim de infância. O rap sem-pre esteve conosco, começamos gravando vídeos caseiros de mú-sicas nossas, entre 2007 e 2008, sem compromisso. Esses vídeos caseiros deram certo, resolve-mos investir. Gravamos o cli-pe TRAMA (com participação de Fernanda Chagas e primeiro clipe profissional) em fevereiro, montamos o grupo e foi aí que começamos a receber ligações pra shows.

EC: Influências- Quais são as suas?POLLO: Muita gente: Flora, EMICIDA, Black Alien, Crio-lo, uma galera que tá aí na nossa frente. Hoje em dia nós já te-mos contatos com alguns deles, estamos prestes a fazer shows em conjunto, mas tudo pro ano que vem, a gente corre sozinho, mas o importante é saber que eles sabem que nós existimos, já ajuda muito.

“Piritubacity” para

EC: Como está sendo viver tudo isso? Sempre foi o sonho de vocês?POLLO: Tudo aconteceu muito rápi-do, a gente nem sabia o que queríamos ser, montamos o grupo, mas não temos noção do que está acontecendo, do ta-manho que estamos, hoje falamos com fãs do Tocantis, Rio de Janeiro; o pes-soal do Bonde da Stronda, do CINE veio falar com agente. Está tudo bem rápido mesmo!

EC: Produção de fotos, clipes, redes sociais. Como funciona, vocês têm apoio de amigos?POLLO: A ideia do clipe foi inteira-mente nossa, sem diretor, nem nada, facebook, twitter, também é tudo a gente que faz. As fotos são de amigos. (A produção do clipe “Piritubacity” foi feito por Thiago Russi e as fotos são do amigo e fotógrafo oficial do grupo Rodrigo Tomé).

EC: O que Pirituba significa pra vo-cês?POLLO: Nós nascemos aqui né, onde a gente pretende ficar e não sair mais, ficar até o final e levar o nome do bairro até onde der, o da hora é que tem muita gente da-qui vendo, mostrar que aqui não é interior!

Para conhecer mais o grupo sensação de Pirituba e conferir a entrevista na íntegra, acesse:

clickumolhar.blogspot.comFacebook: PolloOficialTwitter: @PollooficialYoutube: Pollo Oficial

Para baixar as músicas:http://www.soundcloud.com/pollooficial

Pollo OficialShows / Contato:[email protected]

Febre em Pirituba, aos poucos o grupo de rap POLLO vai conquistando seu espaço na cena underground, suas rimas já passaram do limite de Pirituba. O POLLO, em menos de um ano, vem con-quistando fãs do Brasil todo. Conversamos com Adriel (Adr) e Luis, componentes do gru-po, que nos contaram um pouco sobre a carrei-ra que mesmo sendo recente, já está na graça dos jovens de Pirituba.

Por Heloísa Berenguel

Banda Pollo

o Pirituba Acontece

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Neste Natal, você tem a chance de presente-ar as pessoas que gosta com o aromatizador de ambientes produzido pela própria equipe do Pirituba Acontece. Pensando em você, o grupo se juntou à pro-fessora de Artes, Rober-ta Lima, e se esforçou muito para criar um ma-

Por Samuel Parmegiani

Click em: Aromatizadores de ambientes.

ravilhoso produto. Com três opções diferentes de

aromas e com temática natalina, é um ótimo objeto de decoração. Além de tudo isso, comprando um por apenas R$ 20,00, você irá ajudar o Pirituba Acontece a continuar com suas publicações e seu trabalho na região, trazendo informa-ção e cultura para as pessoas. Para adquirir, basta ir até a Amora, na R. Lino Pinto dos Santos, 203 – Casa Rosa – ou encomendar com um dos integrantes do Jornal.

Segundo o Ministério do Trabalho, a Economia Solidária consiste de “prá-ticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, asso-ciações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação,

entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário”. Ainda: “é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.”

Aromatizador de ambientes artesanal (Produto de geração de renda do projeto Click)

Lara e Lucas confeccionando nosso produto

Economia solidária Por Arthur Victor

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EspecialEquipe Click

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O Pirituba Acontece abrange todo o bairro de Pi-rituba! Conforme uma das divisões utilizadas pela Prefeitura de São Paulo, nosso bairro é dividido em três distritos pertencente a mesma subprefeitura: Pirituba, Jaraguá e São Domingos. Portanto, fomos a campo para mostrar a vocês um dos pontos turísticos mais famosos daqui. Confira e conhe-ça mais sobre o Pico do Jaraguá.

Durante a visita ao Pico do Jaraguá, encontramos Marcio Augusto, um ca-deirante em sua primeira ida ao local. Questionado sobre a acessibilidade dos parques da cidade, Marcio afirma serem acessíveis o Parque do Carmo e o Clube Ceret, ambos na zona leste, além do Parque da Água Branca, situado na Barra Funda. O cadeirante ainda aponta como fundamental a presença de rampas e funcionários habilitados a auxiliar os deficientes físicos. "Às vezes, quando estou sem minha família, é complicado fazer coisas como sair do meu carro.". No momento da entrevista, Marcio tentava obter permissão para subir ao topo do Pico pelo elevador que só é disponível aos funcionários de lá. Devido ao pouco tempo que dispúnhamos, não sabemos se o cadeirante obteve sucesso. Mesmo assim, torcemos para que, não só elevadores, mas toda infraestrutura possível para melhorar a qualidade de vida dessas pes-soas, exista no nosso bairro e em toda a cidade.

Acessibilidade

Equipe Click em trabalho de campo

No topo de São Paulo

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ArtesanatoO artesanato é uma forma de geração de renda para muitas pessoas de diversas comunida-des, no sábado dia 12 de novembro, quando o grupo do Pirituba Acontece foi ao Parque Estadual do Jaraguá foi possível constatar isso, ao conversar com algums pessoas que vivem dessa arte. No alto do Pico conhecemos o comerciante Sérgio Lima Alexandre, que tem uma barraca de artesanato há 29 anos, no mesmo local. Trabalhava ao lado da mãe, já falecida, que fabricava sandálias e tamancos. Sérgio aprendeu como fazer gravações em madeira e hoje vende pequenas placas, chaveiros e sandálias de fabricação própria. Relata ainda, que após o Parque ter passado para a responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, o mo-vimento nele diminuiu muito, o que complicou bastante a situação dos comerciantes locais. Hoje apenas três barracas permanecem. Na comunidade indígena Guarani próxima ao Parque, Tekoa Pyau, vimos algumas obras de artesanato e fomos conversar com uma moradora artesã. Bem tímida, a Sra. Julia explicou que o trabalho artesanal é feito já há algum tempo e que o material é coletado da natureza, as fitas e penas são tingidas com tinta comprada fora da comunidade. Disse também que as peças não apresentam grande fonte de renda, pois os produtos são expostos somente na entrada da comunidade.

Artesanato produzidos na tribo indígena do Jaraguá

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SP em Piritubao que acontece na cidade?

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A Lei Estadual que combate o uso de bebidas alco-ólicas por crianças e adolescentes no Estado de São Paulo agora é pra valer. Porém, com algumas infor-mações a mais, como ampliar a prevenção e endure-cer através da proibição de bares, restaurantes, bala-das, entre outros locais, de vender, oferecer e ainda permitir a presença de menores de idade consumindo bebidas alcoólicas no interior dos estabelecimentos. As polêmicas sobre a reforma da lei crescem cada vez mais, gerando dúvidas acerca das condições de punição que tais estabelecimentos sofrerão. De fato, menores estão consumindo cada vez mais as bebidas e essa prevenção é um modo de aos poucos amenizar o uso das tais. Mas até que ponto a intervenção do es-tabelecimento não se torna inconveniência ou de não ter poder em mãos para o controle do que se ocorre do lado de fora?

"Como dono de bar eu sempre mantive uma ética própria de não vender bebida para menores.

Essa lei é bem interessante e legal principalmente para baladas, festas e barzinho de porta de

faculdade, mas para bairros afastados não irá valer de nada.

Nos bairros afastados é difícil ter uma organização melhor de fiscalizadores, é muito mais complexo

fiscalizar bairros afastados do centro, e também se for pegar nos mínimos detalhes onde é que se vende mais bebida alcoólica para menores, com certeza será nesses bairros justamente por não ter uma

fiscalização digna para a execução da lei. Sempre vai haver quem venda para menores

visando o lucro que ele vai ter.Se o governo quer mesmo mudar esse nosso quadro

atual, se ele quer que realmente essa lei seja útil e cumprida, ele tem que começar com as escolas, Educação e cultura é a base não só da sociedade mas também da vida de cada um.”, diz J.A. dos

Santos, dono de um bar na região de Pirituba.

Reciclar materiais como plástico, papel, me-tal, vidro, entre outros é considerado um ato de sustentabilidade. Hoje, parece que a cons-cientização desses projetos para o futuro tem aumentado, mas mesmo assim ainda preci-samos levar a informação do benefício que esse recurso traz. Para que isso vire um há-bito é simples: basta procurar os locais e ruas onde são feitas as coletas ou estabelecimentos de reciclagem. Com a reciclagem, o número de empre-gos tem aumentado e a população pode ter uma melhor qualidade de vida, ajudando a natureza, não poluindo mais ou despoluindo. E não é só produto descartável que pode ser reciclado, como por exemplo, o lixo orgânico que pode ser usado como adubo ou o óleo de cozinha transformado em sabão. Há também solução para aqueles que têm materiais maio-res, como móveis, os Ecopontos. Neles, po-dem ser deixados entulhos. Uma dica importante de Natal são os en-feites criados a partir de material reciclado, como por exemplo, árvores de Natal feitas de revista, enfeites com garrafas pets, Papai Noel feito com rolo de papel higiênico. E outra dica é a Cooperativa Crescer que é res-ponsável pela coleta seletiva de Pirituba. Ela coleta todo tipo de material reciclável exceto madeira, tecido e espuma. Criada em 2006, ganhou o apoio da Prefeitura em 2008 e vem aprimorando o trabalho para logo atender, além de Pirituba, a região da Freguesia do Ó.

Apelo da Natureza

Dos dois lados do balcão

Por Marina Nagamini

Equipe Click

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O Natal não é uma época importante só para as pessoas. Não se pode esque-cer que o comércio é quem mais ganha com essa época. Muitas lojas aumentam seus preços a fim de conseguir mais lucros, mas os consumidores, muitas vezes por comprarem seus presentes no último momento, não percebem os preços elevados e só se dão conta do tamanho das suas dívidas quando as faturas dos cartões chegam. É nessa hora que muitos têm de usar o tão merecido 13º salário. Em muitos casos, nem ele é suficiente para sanar as dívidas e, quando começa o outro ano, as coisas pioram: impostos como IPTU e IPVA chegam e muitas pessoas criam ainda mais dívidas, só que dessa vez com os bancos, por causa dos empréstimos feitos na tentativa de liquidar as contas atrasa-das. Esse tipo de situação é comum no país e todo ano se repete milhares de vezes. É certo que o Natal faz a economia brasileira aumentar, mas é preciso tomar cuidado para que, com todos os gastos feitos, quem não saia perdendo sejam os consumidores. Portanto, tomar cuidado no final de ano é uma boa dica para quem não quer ter dores de cabeça e assim começar 2012 de mente e nome limpos.

O fim do ano é um período, para muitos, de reflexão do que se fez ao longo do ano, é também um período de festas e descanso. Mas para tantos outros é o momento da oportunidade profissional. Devido às comemorações, o comércio fica mais agitado, o que gera inú-meras ofertas de emprego. Os jovens são os mais beneficiados já que grande parte das vagas de emprego não requer experiência prévia. É bom lembrar que as vagas abertas para a demanda de fim de ano são na sua maioria, temporárias. Mas, o que é trabalho temporário? O trabalho temporário tem um curto período de tempo, que dura de dois a três meses e pode ser combinado via contrato de trabalho. Apesar de ser um trabalho de curta duração, o funcionário possui alguns direitos trabalhistas, como repouso semanal, adicional noturno e 13 salário. Transformar um trabalho temporário em algo definitivo, com carteira assinada e com todos os benefícios de trabalhador registrado, pode ser con-quistado, isso dependerá de trabalho intenso e dedicação. E você, não quer ganhar uma grana e, de quebra, quem sabe sair com um trabalho efetivo?

Onde procurar?

empregotemporario.com.bremprego.trovit.com.br

O Natal e suas

Por Bruna Venâncio

Fim de ano, tempo de oportunidades

consequências econômicas

Por Lucas Sena

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Lição de casavocê faz a sua?

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No mês de novembro milhares de pessoas realizaram a primeira fase da

FUVEST, o vestibular mais concorrido do Brasil. Agora, muitos se preparam

para a 2º fase, e um dos pontos de estudo escolhidos pelos estudantes é o Centro

Cultural São Paulo (CCSP), localizado próximo ao metro Vergueiro. Lá, segundo

Raíssa (futura médica ou engenheira), é o melhor lugar para estudar, pois é cal-

mo, sem barulho e dá pra se concentrar bastante.

A maioria dos vestibulandos entrevistados veio de escola particular e faz o

cursinho do ETAPA, até porque tem uma unidade do mesmo ao lado do CCSP.

Agora que sabem que passaram para segunda fase, o estudo está mais reforçado.

Encontramos pessoas de longe, que aparecem apenas para estudar, como o Ra-

fael, que vem de Osasco aproveitar o local. Tem também aqueles que são craques

no vestibular, como o Felipe, que faz cursinho desde 2007 e pretende entrar em

medicina; prestou para FUVEST, UNESP e UNICAMP, e está super confiante.

Alguns fizeram o vestibular apenas como treineiros, como Michele que ainda

está no 2º ano do ensino médio e pretende prestar para Direito, mas já se prepara

junto com seu colega Efraim, que infelizmente não conseguiu a USP, mas vai

para o Mackenzie em ADM. Já Soraya Caroline quer farmácia Bioquímica, pas-

sou na primeira fase da FUVEST, e agora se prepara mais ainda para a segunda

fase; e a Amanda, a única entrevistada que vem de escola pública, fez cursinho

da Poli, e passou na primeira fase, agora nos estudos está dando ênfase para as

matérias específicas.

Desejamos então boa sorte a todos que se preparam para segunda fase e estuda-

ram muito para conseguir suas vagas. Mas é bom lembrar que é preciso ter boas

noites de sono e alguns momentos de lazer para dar uma relaxada.

Por Marina Budoia e Lara Deus

Vestibular e suas etapas

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Novolhar

crônicas, desenhos e afins

Somos tão ligados ao passado. Vivemos de lembranças, momentos que nunca mais vão voltar. Os passeios com nossos pais, as risadas que demos ao lado de nossos ami-gos, aquele toque que nos deixou sem ar. Lembrar é bom. Mas vamos combinar: não nos orgulhamos de abso-lutamente tudo que fizemos no passado, certo? Às vezes, dá vontade de dar um Ctrl+Z em tanta coisa! “Eu preci-sava mesmo ter dito aquilo?” “Será que não era melhor ter tido um pouco mais de paciência?” “Por que eu fui daquele jeito?” Complicado. Lembranças de erros que cometemos são difíceis. Porém, nos fazem aprender. E nós mudamos. Melhoramos. Parece simples. Mas só parece. Pois, como eu disse, todos somos muito conectados ao passado. E por mais que hoje tudo seja diferente, alguns podem insistir em enxergar você da mesma forma. Porque é mais cômodo assim. Julgar tendo como base o passado é muito mais fácil, não é? Por que dar uma nova chance? Isso é horrível. Quem fomos ontem não é mais quem

Coisas mudam, pessoas crescemPor Edson Caldas

Há tempos venho fazendo essa per-gunta: E o Haiti? Após todas aque-las catástrofes que assolaram a ilha caribenha, será que a ordem foi restabelecida? A ordem jamais con-quistada por seus cidadãos? Seus habitantes, como estão? Nunca mais falou-se deles, desapareceram nova-mente nas águas que o cercam, aca-baram seus quinze minutos de fama. Os holofotes, antes apontados para aquelas terras, estão expondo uma nova tragédia. Uma tragédia da qual o público ainda não se cansou e que tenha impacto igual ou maior ao que houve. Mas a magnitude da coisa são eles quem faz. São eles, somos nós. Somos nós. Pobres e infelizes, os haitianos continuam amargando com desgra-ças que não fizeram por merecer, pois desde os primórdios de seu po-voamento colhem misérias. Pobres os que se iludiram com a esperan-ça de que iriam receber ajuda, de que poderiam melhorar um pouco, somente um pouco, de vida. Foi preciso tudo - que não era nada - reduzir-se a pó para que a população haitiana fosse reconhecida como de-veria ser: humana. Por cinco minu-tos foram, foram tão humanos que findo o tempo destinado a eles fo-ram enterrados, soterrados. Grande a nossa hipocrisia, nos mostramos comovidos, sensibili-zados pela situação retratada e, na

época, só falávamos sobre o caso. Quem não demonstrava condolên-cias aos nossos irmãos pobres e pre-tos era taxado como sem coração, sem alma. Campanhas organizadas às pressas viraram moda repentina-mente, tendências de generosidade absoluta surgiram, mas como toda tendência tende a sair de moda. As-sim como entrou, passou. Não digo que choro pelos meus companheiros todo dia, aliás, nunca chorei. No entanto, sempre que lem-bro, uma revolta, uma indignação me invade e espanto-me com a so-ciedade. Assusto-me com este mun-do que infelizmente, pretendo en-trar. Não tenho esperança de mudar nada, não tenho intenção de fazer a revolução, até porque, estou ciente que entrando neste meio vou ter que em algum momento contribuir com o método imposto. Sei que vou trair os haitianos, vou me trair. Espero, sinceramente, que um dia, façam algo além de pensar e re-zar pelo Haiti. Que não seja preciso o colocar novamente no centro do mundo, pois afinal, somos caçado-res de desgraças, somos informantes da tragédia, sempre buscamos más notícias, e disso, eles não precisam

mais. O que há naquela terra em abundância é isto, nem deve ser no-vidade para os companheiros de lá, os coitados não devem nem apro-veitar o tema de tão desgastado que está, afinal, isso se transformou em banalidade, é comum, normal. E o Haiti? Como está esse país? Deem-me notícias, irmãos! Um si-nal de fumaça! Digam-me, só para me tranquilizar, que vocês estão vi-vos! Que não foram submersos real-mente pelas águas do mar. Burlem o sistema apenas uma vez! Apareçam! Não. Não precisa de mais nada. Deixo-lhes em paz, em sua paz mise-rável. Depois deste, seu país sairá de vez por todas de minha cabeça, será esquecido para sempre. O Haiti só será lembrado pelos que nele vivem, mas aí é outra história, outra pauta. Assisto de longe as águas tomarem o lugar da terra que nunca deveria ter existido, da terra desgraçada que um dia teimou em emergir e por isso pa-gou pela sua ousadia. Lentamente, o Haiti vai acabando, vai morrendo, desaparecendo, e faço de conta que não sei de nada, que nunca houve nada e uma hora me conformo com minha própria mentira. Ninguém se lembra de mais de nada, não temos mais assuntos para nada e por isso, encerro-me aqui.

"Pense no HaitiReze pelo Haiti"

Trecho da música “Haiti”,

de Caetano Veloso

somos hoje. E amanhã vamos, com certeza, estar di-ferentes outra vez. Aquele garoto metido, agora, pode ser muito gente boa. O cara que era do fundão pode se formar em Direito. A menina que teve muita dificul-dade para aprender a ler pode se tornar uma escrito-ra. Os erros nos ensinam. Passamos a enxergar o que não víamos, gostar do que odiávamos, detestar o que era legal. O tempo nos modifica. Apesar de termos tra-ços intrínsecos em nossa personalidade, muito pode se transformar. Coisas mudam. Pessoas Crescem. É ótimo guardar lembranças, mas por que não estar aberto a esquecer? Podemos perder a chance de conhecer pessoas incríveis por comodidade. Por querermos viver num mundo que não existe mais.

E o Haiti?Por Arthur Victor

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No

volhar

crônicas, desenhos e afins

Juiliana Lourenço

É Natal. Luzes, velhos trajando vermelho, promessas de presentes e muitas, mas muitas propagandas temáticas na TV. Há pessoas nas ruas passando frio e fome, isso sim ocorre du-rante o ano inteiro. As crianças estão ansiosas pela chegada do Papai Noel. Mas eu já me decepcionei com o bom ve-lhinho! Acompanho todo ano seu trabalho e a situação só está se perpetuando: presentes só para os que já têm. Por quê? Mas e aqueles que não se comportaram? Insistem em ga-nhar muitas lembrancinhas e parecem sempre querer mais... O estranho é que muitos trabalhadores mos-tram todos os dias o seu merecimento e o fim do ano só lhes reserva chuva levando os te-lhados e água subindo pelas pernas. Ainda por cima, a dengue ataca e quando procuram onde se tratar... Papai Noel vacilou de novo, o mé-dico não estava lá! Minha cartinha desse ano vai ser direcio-nada ao setor de reclamações do Polo Norte. Será que vão me ouvir? Já cansei de esperar mudanças, está na hora de agir. Escreverei com letras garrafais em caixa alta: ISSO NÃO É JUSTO, PAPAI NOEL!

Pela justiça natalina!Por Lara Deus

Tirinha sobre matéria da edição anterior