A CRISE DO FINANCIAMENTO PÚBLICO DA SAÚDE
Plenária temática CREMESP
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José Alexandre Buso Weiller
QUAL É A VISÃO HEGEMÔNICA NA POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA?
• O método de análise depende da “lente” utilizada para se enxergar o objeto a ser analisado:
“visão de mundo”
– Visão liberal (ortodoxa): acreditam que o livre mercado é o melhor meio para se alcançar a prosperidade econômica, e entendem que o Estado deva intervir o mínimo possível na atividade econômica;
– Visão heterodoxa: os mercados não funcionam perfeitamente, é imperativo a participação da Estado no funcionamento de mercado;
Não existe análise econômica neutra.
QUAL É A VISÃO HEGEMÔNICA NA POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA?
1. Câmbio flutuante: a taxa de câmbio oscila livremente segundo as forças de mercado (lei de oferta e demanda)
2. Meta de inflação: o Banco Central é obrigado a perseguir a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional-CMN – Principais instrumentos: aumento da taxa básica de juros (SELIC), política de crédito
restritiva e valorização da taxa de câmbio; – Eficaz no controle da inflação, mas provoca efeito colateral sobre o crescimento
econômico, sobre a produção doméstica e o emprego.
3. Superávit Primário: esforço de superávit antes do pagamento dos juros da
dívida pública – Principais instrumentos: corte nos gastos públicos na área social e de investimentos
públicos; – Eficaz no controle do endividamento público, mas restringe a capacidade do
governo de usar a política macroeconômica à promoção do crescimento econômico.
Tripé Macroeconômico
Fonte: Orçamento Cidadão: Projeto de Lei Orçamentária Anual - PLOA 2017
Fonte: Orçamento Cidadão: Projeto de Lei Orçamentária Anual - PLOA 2018
Fonte: Orçamento Cidadão: Projeto de Lei Orçamentária Anual - PLOA 2018
MANUTENÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA
Detentores - Setembro 2017
1. Não Residente: individuais ou coletivos, considera contas de pessoas físicas ou jurídicas, dos fundos ou de outras entidades de investimento coletivo, com residência, sede ou domicílio no exterior.
2. Governo: inclui fundos e recursos administrados pela União, tais como FAT, FGTS, fundos extramercado, Fundo Soberano e fundos garantidores.
3. Previdência e Seguradoras: investimentos das entidades que atuam nesses segmentos e incluem Previdência Aberta, Fechada e os Regimes Próprios de Previdência Social - RPPS, seguradoras e resseguradoras.
4. Outros: aplicações em títulos públicos de pessoas físicas e pessoas jurídicas não financeiras, à exceção das que foram anteriormente citadas.
5. Instituições Financeiras: carteira própria de bancos comerciais e de investimento, sejam nacionais ou estrangeiros, além de corretoras e distribuidoras.
6. Fundos: todas as aplicações em títulos públicos feitas a partir da modalidade Fundos de Investimento, excetuando-se aquelas detidas pelos demais detentores explicitados, que são classificadas de acordo com suas respectivas categorias.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional
CONSIDERANDO O TRIPÉ MACROECONÔMICO VIGENTE, TEMOS UMAS DAS 5 MAIORES TAXAS DE JUROS DO PLANETA...
Fonte: The World Bank Group
65,4
77,6
67,1
48,1 45,6
48,3 46,4 43,8 44,6
41,2
35,0 35,4 34,8 29,1
32,8
26,6
18,5 22,4
33,4
40,4
-10,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Taxa de juros real (%) - Países Selecionados - 1997 a 2014
Brazil Canada United Kingdom Japan United States
...E NÃO NECESSARIAMENTE A MAIOR DÍVIDA DO PLANETA.
64,0 62,5 60,7 63,8 61,3 59,3 59,8 57,2 58,5 67,5
131,6 134,8 139,8 158,4 161,6
177,5 185,1 187,4 193,4 198,0
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Percentual da dívida do governo central sobre o PIB (%) - Países selecioandos - 2006 a 2015
Brazil Canada Germany France United Kingdom Japan United States
Fonte: The World Bank Group
CONSTRUINDO O DÉFICIT DA SEGURIDADE SOCIAL
RECEITAS, DESPESAS E RESULTADO DO ORÇAMENTO
DA SEGURIDADE SOCIAL
Fonte: Análise da Seguridade Social 2015 / Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da RFB
CONSTRUINDO O DÉFICIT DA SEGURIDADE SOCIAL
CONSTRUINDO O DÉFICIT DA SEGURIDADE SOCIAL
RECEITAS, DESPESAS E RESULTADO DO ORÇAMENTO
DA SEGURIDADE SOCIAL
Fonte: Análise da Seguridade Social 2015 / Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da RFB
CONSTRUINDO O DÉFICIT DA SEGURIDADE SOCIAL
Cálculo da Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil
Cálculo do Governo Federal – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
DRU + Saúde dos Servidores e
Militares + ETC
EVASÃO FISCAL EM PORCENTAGEM DO PIB ESTIMADA POR PAÍS*
EVASÃO FISCAL EM PORCENTAGEM DO PIB ESTIMADA POR PAÍS*
-60
-50
-40
-30
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1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Percentual de participação por fator agregado no Saldo da Balança Comercial - 1999 a 2017 - Brasil
BÁSICOS SEMIMANUFATURADOS MANUFATURADOS OPERAÇÕES ESPECIAIS
SALDO DA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA POR FATOR AGREGADO
O SETOR SAÚDE NO BRASIL
SISTEMA PÚBLICO SUS – SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL)
SISTEMA PRIVADO LUCRATIVO – PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA DIRETAMENTE OU PLANOS E SEGUROS DE
SAÚDE
NÃO LUCRATIVO – FILANTRÓPICAS OU SEM FINS LUCRATIVOS OU AUTO-GESTÃO (OS E OSCIPS)
O SUS REGULA, FISCALIZA, CONTROLA E EXECUTA
O SUS REGULA, FISCALIZA E CONTROLA
ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO DA SAÚDE NO BRASIL
Sistema Único de Saúde
base de financiamento público - orçamento da seguridade social
Constituição de 1988: mecanismos mais solidários e redistributivos, universalidade da cobertura, reconhecimento dos direitos sociais, afirmação do dever do Estado
Momento do avanço do sistema de saúde no
Brasil
Crise do Estado de Bem-Estar Social no mundo
Modelo econômico que demanda profundo ajuste fiscal
participação do setor privado no SUS de forma complementar (Art. 199)
Assistência à saúde livre à iniciativa privada
aumento do mercado de planos e seguros privados
GASTOS EM SISTEMAS NACIONAIS DE SAÚDE - COMPARATIVO
41,8 41,7 43,8 44,4 45,8 45,2 44,3 45,1 46,0
81,6 80,7 81,6 83,2 83,5 83,2 82,9 83,3 83,1
45,1 45,1 46,0 47,1 47,5 47,3 47,3 47,6 48,3
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Percentual de gasto público sobre o gasto total em saúde (%) - Países selecionados - 2006 a 2014
Brazil Canada France Germany Japan United Kingdom United States
Fonte: The World Bank Group
GASTOS EM SISTEMAS NACIONAIS DE SAÚDE - COMPARATIVO
$485,39 $599,60 $716,76 $731,92 $919,67 $1.055,14 $984,92 $993,46 $947,43
$7.122,37 $7.511,96
$7.786,21 $8.023,00 $8.269,37 $8.523,83
$8.789,77 $8.987,90 $9.402,54
$-
$1.000,00
$2.000,00
$3.000,00
$4.000,00
$5.000,00
$6.000,00
$7.000,00
$8.000,00
$9.000,00
$10.000,00
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Gasto total em saúde per capital (U$) ao ano - Países selecionados - 2006 a 2014
Brazil Japan United Kingdom France Canada Germany United States
Fonte: The World Bank Group
GASTOS EM SISTEMAS NACIONAIS DE SAÚDE - COMPARATIVO
$947,43
$3.702,95
$3.934,82
$4.958,99
$5.291,75
$5.410,63
$9.402,54
$- $1.000,00 $2.000,00 $3.000,00 $4.000,00 $5.000,00 $6.000,00 $7.000,00 $8.000,00 $9.000,00 $10.000,00
Brazil
Japan
United Kingdom
France
Canada
Germany
United States
Gasto total em saúde per capita (U$) - Países selecionados - 2014
Fonte: The World Bank Group
QUANDO ANALISADO O GASTO PÚBLICO EM SAÚDE NO BRASIL:
Fonte: SIOPS e STN
-
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
R$ -
R$ 20,00
R$ 40,00
R$ 60,00
R$ 80,00
R$ 100,00
R$ 120,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Trilh
ões
Bilh
ões
Gasto com a Função Saúde segudo ente federado e crescimento do PIB - Brasil - 2002 a 2016
União Estados Municípios PIB
QUANDO ANALISADO O GASTO PÚBLICO EM SAÚDE NO BRASIL:
Fonte: SIOPS e STN
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
União 4,29% 3,24% 3,15% 2,97% 2,86% 2,39% 1,58% 1,71% 1,56% 1,62% 1,63% 1,57% 1,60% 1,67% 1,70%
Estados 0,70% 0,75% 0,85% 0,87% 0,91% 0,91% 0,95% 0,93% 0,93% 0,91% 0,90% 0,94% 0,95% 0,96% 0,97%
Municípios 0,81% 0,80% 0,84% 0,93% 0,98% 0,97% 1,04% 1,04% 1,01% 1,05% 1,08% 1,12% 1,17% 1,20% 1,25%
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
4,50%
5,00%
Gasto com a Função Saúde segundo ente federado como proporção do PIB - Brasil - 2002 a 2016
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.
R$ 714,67 R$ 772,89 R$ 827,57
R$ 941,09 R$ 1.061,72
R$ 1.131,94
R$ 868,25 R$ 958,13
R$ 1.083,58
R$ 1.223,55
R$ 1.410,62 R$ 1.538,79
R$ -
R$ 200,00
R$ 400,00
R$ 600,00
R$ 800,00
R$ 1.000,00
R$ 1.200,00
R$ 1.400,00
R$ 1.600,00
R$ 1.800,00
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Despesas per capita com saúde segundo setores institucionais
Despesas per capita do governo com consumo final de bens e serviços de saúde (R$ correntes)
Despesas per capita das famílias e ISFL com consumo final de bens e serviços de saúde (R$ correntes)
QUANDO ANALISADO O GASTO PÚBLICO EM SAÚDE NO BRASIL:
ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
IMPOSTOS INDIRETOS
IMPOSTOS DIRETOS Imposto de Renda, IPTU, ITR
ICMS, ISS, PIS/COFINS, IPI
gravam diretamente a renda ou o patrimônio e têm maior potencial progressivo
gravam a produção e o consumo, penalizando os mais pobres: potencial redistributivo baixo
FINANCIAMENTO DOS GASTOS SOCIAIS: PREDOMINÂNCIA DOS IMPOSTOS INDIRETOS
ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
renda familiar
R$ 0 a R$ 400 11,08 0,38 7,17 2,38 21,01
+ de 400 a R$ 600 9,08 0,35 5,92 2,13 17,49
+ de R$ 600 a R$ 1.000 7,92 0,36 5,11 1,95 15,34
+ de R$ 1.000 a R$ 1.200 7,47 0,39 4,85 1,91 14,62
+ de R$ 1.200 a R$ 1.600 7,23 0,43 4,66 1,77 14,08
+ de R$ 1.600 a R$ 2.000 7,21 0,47 4,66 1,93 14,27
+ de R$ 2.000 a R$ 3.000 6,48 0,48 4,24 2,11 13,31
+ de R$ 3.000 a R$ 4.000 6,00 0,56 3,97 2,49 13,03
+ de R$ 4.000 a R$ 6.000 5,44 0,53 3,64 3,29 12,90
+ de R$ 6.000 4,01 0,47 2,77 2,89 10,14
média 6,03 0,46 3,98 2,48 12,96
total da carga
indireta sobre a
renda
ICMS ISS PIS/COFINS IPI
Fonte: IPEA (2010)
CONTEXTO SOBRE O RESSARCIMENTO SUS
• Marco regulatório:
– A Lei nº 9.656/98, instrumento de regulação da atividade de saúde suplementar, instituiu, em seu art. 32, a obrigação das operadoras de Planos de Saúde de ressarcimento dos serviços de atendimento à saúde, previstos nos contratos, prestados a seus consumidores e respectivos dependentes, em instituições públicas ou privadas, conveniadas ou contratadas, integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS.
UM QUADRO GERAL SOBRE A SITUAÇÃO DO RESSARCIMENTO SUS NO BRASIL
0
100
200
300
400
500
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800
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Milh
ares
Atendimentos por Tipo de contratação e Ano
Individual ou Familiar Coletivo Empresarial Coletivo por adesão
Coletivo não identificado Não Informado
Fontes: SIB/ANS
1,14
0,29
1,43
0,77
0,11
0,87
2,69
0,81
3,49
-
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
ATIVA INATIVA Total Geral
Bilh
ões
Situação de Pagamento segundo situação da operadora - Ressarcimento SUS - mar/18 - Brasil
Valor Pago Valor Parcelado Valor Cobrado
Fontes: SIB/ANS/MS - 09/2017 e CADOP/ANS/MS - 09/2017
UM QUADRO GERAL SOBRE A SITUAÇÃO DO RESSARCIMENTO SUS NO BRASIL
CONCEITO SOBRE OS GASTOS TRIBUTÁRIOS NA SAÚDE
• Segundo o próprio texto do Demonstrativo dos Gastos Tributários (Receita Federal 2015), para financiar seus gastos, os governos utilizam-se da arrecadação compulsória de recursos (através de tributos), no entanto, o sistema tributário é permeado por desonerações. – São consideradas desonerações tributárias todas e quaisquer
situações que promovam isenções, anistias, reduções de alíquotas, deduções, etc.
– Considerando que os fins possam ser os de compensar gastos realizados pelos contribuintes com serviços não atendidos pelo governo e, ao mesmo tempo, incentivar determinado setor da economia, é provável que haja uma substituição das políticas públicas, no caso a Saúde Pública, por serviços prestados por terceiros com finalidade lucrativa sobre a garantia do direito à saúde.
ASPECTOS DA LEGISLAÇÃO: GASTOS TRIBUTÁRIOS (FUNÇÃO SAÚDE) E RENÚNCIA FISCAL
• O movimento de ampliação dos gastos tributários se apoia em aspectos jurídico-legais há muito anos no país, com maior presença nas decisões de política econômica, voltadas para assegurar o “princípio da contenção do gasto”.
– Lei nº 9.250, de 26 de Dezembro de 1995
– Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995
– Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997
– ....
“além da redução nos valores pagos de imposto de renda, reduz-se também o valor da CSLL que
as pessoas jurídicas devem realizar. Importante lembrar que a CSLL é uma das fontes de recursos que compõem o Orçamento da Seguridade Social (OSS), que inclui as áreas de
previdência, saúde e assistência social”
Grande respaldo jurídico-legal
Grande enfrentamento à
revogação da legislação
UMA ANÁLISE RÁPIDA SOBRE O PERFIL DOS GASTOS TRIBUTÁRIOS EM SAÚDE
ESTIMATIVA BASES EFETIVAS PROJEÇÃO
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Água Mineral 57.870.000 64.100.000 70.340.000 73.838.859 77.136.284 82.028.863
Assistência Médica, Odontológica e Farmacêutica a
Empregados
4.048.062.321 4.325.963.309 4.506.046.769 4.730.186.965 4.941.423.144 5.254.846.388
Despesas Médicas 9.518.050.782 10.629.371.743 11.587.797.279 13.164.627.040 13.526.357.083 14.307.252.169
Entidades Filantrópicas 4.782.617.332 5.719.504.720 5.506.444.229 5.803.438.991 5.962.902.546 6.307.149.062
Entidades sem Fins Lucrativos - Assistência
Social e Saúde 3.021.337.562 3.228.753.513 2.871.664.990 3.014.507.617 3.149.126.623 3.348.868.571
Medicamentos 3.492.839.226 4.525.604.795 4.724.659.088 6.642.463.992 6.939.096.815 7.379.227.962
Produtos Químicos e Farmacêuticos
845.099.045 508.779.488 1.894.410.121 2.464.527.585 2.356.864.094 2.506.354.629
Pronas/PCD 10.148.163 11.243.395 93.402.180 98.495.837 102.829.170 109.329.177
Pronon 67.971.250 70.038.570 122.282.915 130.394.058 136.106.090 144.701.180
Total 25.843.995.681 29.083.359.533 31.377.047.571 36.122.480.944 37.191.841.849 39.439.758.001
Fonte: Receita Federal do Brasil (2017)
26
29 31
36 37
39
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2013 2014 2015 2016 2017 2018
Bilh
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Bilh
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Gastos Tributários (Estimativas e bases efetivas) por subfunção da Saúde - 2013 A 2018 - Brasil
Água Mineral Assistência Médica, Odontológica e Farmacêutica a Empregados
Despesas Médicas Entidades Filantrópicas
Entidades sem Fins Lucrativos - Assistência Social e Saúde Medicamentos
Produtos Químicos e Farmacêuticos Pronas/PCD
Pronon Total
UMA ANÁLISE RÁPIDA SOBRE O PERFIL DOS GASTOS TRIBUTÁRIOS EM SAÚDE
Fonte: Receita Federal do Brasil (2017)
GASTO TRIBUTÁRIO NA SAÚDE – PLOA - 2018
Item Valor %
Água Mineral 81.690.837 0,03
Assist. Médica, Odont. e Farm. (IRPJ) 5.271.257.921 1,86
Desp. Médicas (IRPF) 13.149.244.375 4,64
Entidades Filantrópicas 6.248.433.508 2,2
Entidades sem fins lucrativos - Assist. Social e Saúde 3.934.289.617 1,39
Equip. para uso médico, hospitalar, clínico ou laboratorial ni 0
Medicamentos 7.358.883.370 2,6
Prod. Quím. e Farmacêuticos 2.730.337.881 0,96
Pronas/PCD 108.389.688 0,04
Pronon 141.903.447 0,05
TOTAL 39.024.430.643 13,77
Fonte: Receita Federal do Brasil (2017)
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL...
• Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
– § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
– § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
– § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
– § 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
BENEFICIÁRIOS DE PLANOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE BRASIL (2000-2017)
31,3 31,2 31,6 31,733,4
35,0 36,7
38,741,2
42,144,6 45,7
47,4 49,050,2 49,6
47,9
47,3
2,4 3,0 3,5 4,0 5,0 6,1
7,1 8,610,5
12,613,9
16,318,3 19,0 19,9 20,9 21,3
22,9
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
set/00 set/01 set/02 set/03 set/04 set/05 set/06 set/07 set/08 set/09 set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 set/17
(milh
ões)
Assistência médica com ou sem odontologia Exclusivamente odontológico
Fonte: SIB/ANS/MS – 09/2017
5,4
6,4
7,07,7
8,28,7
8,8 9,0 9,0 9,0 9,3 9,5 9,7 9,8 9,9 9,8 9,5 9,2
7,1
8,9
10,9
13,0
15,4
17,4
19,1
20,7
23,0
24,2
26,9
28,5
30,5
32,233,3 33,0
31,7 31,5
3,33,9
4,4
5,3
6,2 6,46,8 6,7
7,1 7,2 7,0 6,6 6,6 6,5 6,7 6,6 6,5 6,4
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
set/00 set/01 set/02 set/03 set/04 set/05 set/06 set/07 set/08 set/09 set/10 set/11 set/12 set/13 set/14 set/15 set/16 set/17
(milh
ões)
Individual ou familiar
Coletivo empresarial
Coletivo por adesão
BENEFICIÁRIOS DE PLANOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA POR TIPO DE CONTRATAÇÃO DO PLANO (BRASIL - 2000-2017)
Fon
te: S
IB/A
NS/
MS –
09
/20
17
EVOLUÇÃO DO REGISTRO DE OPERADORAS (BRASIL - DEZEMBRO/1999-SETEMBRO/2017)
1.9702.037
2.000
1.749
1.6541.581
1.5271.497
1.408
1.2721.217
1.183 1.1791.122 1.085
1.048
974 957 945
671726 723
659 626 606567 585 571
499 477434 430 418 392 382 365 344 339
1.380
1.2891.336
1.291 1.302 1.273 1.2841.251
1.197
1.135 1.0951.045
1.015 962 920
874 828790 773
441
399 426460
478 458 445 438 430 411 403 374 369 359 344 343 327 305 295
0
400
800
1.200
1.600
2.000
2.400
Atédez/99
dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 dez/13 dez/14 dez/15 dez/16 set/17
Médico-hospitalares em atividade Exclusivamente odontológicas em atividade
Médico-hospitalares com beneficiários Exclusivamente odontológicas com beneficiários
Fontes: SIB/ANS/MS - 09/2017 e CADOP/ANS/MS - 09/2017
DISTRIBUIÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS DE PLANOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA POR OPERADORAS (BRASIL – MARÇO/2017)
2
4
6
13
24
43
80
144
266
773
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000
15%
24%
30%
41%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
7.070.295
11.192.897
14.388.042
19.376.891
28.479.984
33.181.326
37.854.448
47.303.952
23.851.233
Número de operadoras
Perc
entu
al de b
eneficiá
rios
42.607.471
Fon
tes:
SIB
/AN
S/M
S -
09
/20
17
e C
AD
OP/
AN
S/M
S -
09
/20
17
GASTOS COM A POLÍTICA SOCIAL: ALAVANCA PARA O CRESCIMENTO COM DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Um fato interessante que cabe aqui citarmos foi uma publicação (Ostry et al., 2016) feita por economistas do FMI afirmando que as políticas de austeridade fiscal não só têm custos para o bem-estar social, mas também afetam a demanda, aumentando o desemprego.
Na prática, os benefícios que tais medidas podem trazer ao reduzir a dívida pública como aumentar a confiança e o investimento privado, parecem ter sido exagerados, havendo forte evidência de que a iniquidade pode significativamente baixar o nível e a durabilidade do crescimento econômico.
Fluxo circular da renda na
Matriz de Contabilidade
Social
Fonte: IPEA, 2011
GASTOS COM A POLÍTICA SOCIAL: ALAVANCA PARA O CRESCIMENTO COM DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
MULTIPLICADORES DECORRENTES DE UM AUMENTO DE 1% DO PIB SEGUNDO TIPO DE GASTO
MULTIPLICADORES DECORRENTES DE UM AUMENTO DE 1% DO PIB SEGUNDO TIPO DE GASTO
MULTIPLICADORES DECORRENTES DE UM AUMENTO DE 1% DO PIB SEGUNDO TIPO DE GASTO
SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE PLANOS
DE SAÚDE
DESEMBOLSO
DIRETO
provedores de serviços de saúde exclusivos ao SUS
estatais
privados filantrópicos
privados lucrativos
estatais
privados filantrópicos
privados lucrativos
provedores de serviços de saúde
exclusivos aos planos
privados filantrópicos
privados lucrativos
estatais
provedores mistos: servem aos
dois sistemas simultaneamente
(estimativa: 75% das internações)
DUALIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
PROPOSTA SILENCIOSA - CUS?
PROPOSTA SILENCIOSA - CUS?
17%
10%
13%
1% 5%
54%
Gastos com Saúde - 2015 - Brasil
União
Estados
Municípios
Ressarcimento SUS
Gastos Tributários em Saúde
Famílias e ISFL
per capita - 2015
R$ 497,91
R$ 285,94
R$ 358,31
R$ 16,27
R$ 155,67
R$ 1.546,80
R$ 2.860,91
Fonte: IBGE (Diretoria de Pesquisas e Coordenação de Contas Nacionais), SIB/ANS, SIOPS e STN.
PROPOSTA SILENCIOSA - CUS?
Neste “Coalizão Saúde Brasil: uma agenda para transformar o Sistema de Saúde”, apresentamos o consistente resultado desses esforços até o momento. E apontamos, com clareza, os caminhos para reestruturarmos, de uma maneira mais inteligente, sustentável e, sobretudo, humana, o setor da
saúde em nosso país.
José Alexandre Buso Weiller [email protected]
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