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Escola Estadual de Educao Profissional Dona Creusa do Carmo Rocha

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PROFESSOR: Leandson TURMA: ALUNO:

DISCIPLINA: ARTES DATA: ___/___/___ N:

A DANA DO COCO

O Coco tambm chamado "bambel" ou "zamba". um folguedo danado na regio praiana do Norte e do Nordeste. uma dana de roda ou de fileiras mistas, de conjunto, de pares, que vo ao centro e desenvolvem movimentos ritmados, tendo como destaque o passo da umbigada que, ao ser realizado, anuncia a entrada de outros solistas no crculo. A percusso tem destacada presena na msica da dana e normalmente acompanhada por palmas e sapateados, hoje realizados com tamancos para imitar o barulho dos cocos quebrando. Sua origem bastante discutida, h quem afirme que aqui tenha chegado na bagagem dos escravos africanos e h quem defenda a teoria de que ela seja o produto do encontro da raa negra com o nativo local. Conta-se a histria que os negros para aliviar as dores do trabalho de quebrar os cocos secos com os ps e embalados pelo barulho que faziam, cantavam e danavam. Apesar de mais freqente no litoral, acredita-se que o Coco tenha surgido no interior de Alagoas, provavelmente no Quilombo dos Palmares, onde se misturavam escravos ndios com africanos, no incio da vida social brasileira (poca colonial). A dana do Coco continua sendo a expresso de desabafo da alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro. O Coco, a exemplo de outras danas tipicamente brasileiras, apresenta grandes variedades de formas. Variadas so as modalidades, conforme o texto potico, a coreografia, o local e o instrumento de msica. Os Coco solto, Quadras, Embolada, Coco de entrega, Coco dez ps, so referidos pela mtrica literria. Os Cocos de ganz, Coco de zamb, pela msica. Os Coco de praia, Coco de usina, Coco de serto, pelos locais. Os Coco de roda, Coco de parelhas ligadas, Coco solto, Coco de fila De parelhas trocadas, De tropel repartido, Cavalo manco, Travesso, Sete e meio, Coco de visitas, pela coreografia. Muitos deles caram em desuso, por causa das influncias culturais urbanas e da represso das autoridades (h um grau de erotismo embutido nas danas), mas ainda so praticados nas festas juninas. Um dos Cocos mais populares o de embolada, que se caracteriza pelas curtas frases meldias repetidas vrias vezes em cadncia acelerada, com textos satricos (quase sempre improvisados, em clima de desafio) onde o que importa no perder a rima. O Coco possui dois ritmos distintos, o "trop" ou "tropel", que um sapateado vigoroso, marcado pelos ps descalos ou tamancos pesados e que se ajusta quele executado nos instrumentos musicais. A umbigada est presente em muitas variantes. As canes variam de acordo com regio, que enriquece o repertrio. O Coco um folguedo do ciclo junino, que danado tambm em outras pocas do ano.

O Coco danado em Alagoas diferente do paraibano, do pernambucano e do rio-grandense. Em alagoas o sapateado mais vivo e mais figurado. e forma-se rodas de homens e mulheres. No centro fica o solista que pe o "argumento", isto , a melodia do texto. Logo sobressai o refro cantado pelos demais da roda. O solista, no centro, executa requebros e sapateados, passos figurados, inventados na hora. Ao finalizar faz a sua vnia ou reverncia. Retira-se, e entra outra pessoa. COCO-GAVIO Cantado e danado no Cariri (Cear) por homens quando nos terreiros, j nas casas mulheres e homens dele participam. de ntida influncia alagoana, dos romeiros da Terra dos Marechais que se dirigiam a Juazeiro do Norte. Outra variante ali existente o coco-bingol. Tanto um coco como o outro tornaram a adjetivao do refro final. No primeiro, cantam "o gavio peneir-" e, no segundo "bingol, bongol-". A dana pequena diferena tem uma da outra. No coco-gavio as colunas se cruzam, no coco-bingol, no. INDUMENTRIA Homens: cala listrada, xadrez ou branca, de boca estreita, camisa de meia, sandlias, chapu de palha. Mulheres: vestido estampado de cor alegre, mangas fofas, saias bastante rodada, com babados. Nos ps, usam tamancos de madeira que ajudam a sonorizar o ato da pisada no cho. OS INSTRUMENTOS O Coco uma dana do povo e os principais instrumentos so as prprias mos. As cantigas so acompanhadas pelo bater de palmas com as mos encovadas, imitando o rudo de quebrar da casca de um coco, da o nome da dana, de ritmo bem brasileiro. Usam tambm zabumba (tambor) "pife", flauta, ganzs, chocalho, viola, pandeiro, cucas, maracs, bombos. At o caixo de querosene entra na dana, na falta de um instrumento musical. O Coco foi a dana preferida pelos cangaceiros. Lampio danava o Coco em horas de descanso. Na feira nordestina um lugar onde se pode ver e ouvir o Coco improvisado, falando das dificuldades, dos problemas sociais e das paixes. um espetculo bonito de se observar! Celebrado por muitos artistas, como Gal Costa, Gilberto Gil e Alceu Valena, o coco foi redescoberto nos anos 90 em Recife, pela via do mangue beat, atravs do trabalho de grupos como Chico Science & Nao Zumbi e Cascabulho. Eles chamaram a ateno para artistas recifenses contemporneos, mais prximos da raiz musical, como Selma do Coco, Lia de Itamarac e Z Neguinho do Coco.Fonte: http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009/06/danca-do-coco-expressao-de-desabafo-da.html


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