A Floresta dos SímbolosLiminaridade
Victor Turner
• Propriedades socioculturais do “período liminar”– Van Gennep, ritos de passagem
• Estrutura de posições /liminaridade/ Estrutura de posições
• Estado/transformação
separação
Margemlimem
• Van Gennep, Ritos de passagem
agregação
• Separação, supõe uma conduta simbólica que separe do indivíduo ou do grupo da sua anterior situação na estrutura ou “estado”.
• Período Liminar, o estado do sujeito do rito é ambíguo. Atravessa um espaço com pouco ou nenhum atributo tanto do estado passado, como do vendeiro.
• Agregação, conclui a passagem com um novo status, ou estado para o sujeito do ritual. Direitos e obrigações de tipo estrutural. Se espera que se comporte de acordo com normas de uso e padrões éticos.
• Ritual é transformatório/ Cerimônia é confirmatória
• Sujeito do rito é invisível durante o período liminal
• “Ser transicional” “persona liminar” definido por um nome e um conjunto de símbolos.
• Ênfase na transição mesma e não nos estados• Simbolismo associado à morte/ sem nome, não classificados. Associados ao feto e ao nascimento.
• Traço principal: não estão nem vivos, nem mortos e ao mesmo tempo vivos e mortos. Condição de ambigüidade é paradoxa.
• Mary Douglas. O pouco claro e contraditório tende a ser catalogado como (ritualmente) sujo.
• Seres transicionais, potencialmente contaminantes, não são nem uma coisa nem outra.
• Persona e liminar são contaminantes• Estado liminar é diferente de contradição estrutural; é não estruturado (ao mesmo tempo desestruturado e pré‐estruturado)
• Reclusão e/ou disfarce do sujeito liminar• Nem homens nem mulheres/ambos alternadamente• Assexuados, pré‐sexuados, bi‐sexuados, andróginos• Caráter inter‐estrutural da fase liminar explica estas ambigüidades sexuais.
Aspectos positivos da liminaridade
• Economia da referência simbólica morte/crescimento por mesmo símbololua, cobra, urso, nudez (recém nascido e cadáver)
• processos e noções opostos na mesma representação.
• Unidade do liminar: o que não é nem numa coisa nem outra, e ao mesmotempo é ambas.
• Caráter interestrutural do liminar, apesar disso, tem uma estrutura, conexão dos neófitos entre si. Cria uma estrutura social altamente específica.Estrutura simples instrutores/neófitos : autoridade/submisão.Neófitos entre si: igualdade absoluta.Posições do sistema político‐jurídico, redes de direitos e obrigações, etc. \ No período liminar são eliminadas.Obediência à autoridade na situação liminal.atuam de maneira anormal por obediência à tradição tribal
• Irmandade absoluta, diferente do parentesco com mais velho e com as crianças.Igualdade e criação de laços de amizade durante o ritual.
• Camaradagem fruto da liminaridade interestrutural. Se confrontam entresi, sem roles, sem atuação.
• passividade do neófito, maleabilidade, submetimento a provas. Reduçãoa condição uniforme, são signos do processo mediante o qual se ostritura para serem modelados e dotados de novos poderes com os queenfrentarão sua nova situação.
• Não se trata de aquisição de conhecimentos, trata‐se de uma mudançaontológica. Passividade aparente se revela como uma absorção de poderes, que começaram a ser ativados na vez que seu status social tenha ficado redefinidonos ritos de agregação.
• Jane Harrison (1930) nos mistérios órficos e eleusinos, a comunicaçãotem três componentes principais (aplicável a todos os ritos).Os sacra podem comunicar‐se por1‐ Exibições "O que se amostra"2‐ ações "O que se faz"3‐ Instruções, "o que se diz" /secredo
• Três problemas que afetam a comunicação dos sacra1. Desproporção2. caráter monstruoso3. mistério
Cabeças narizes e falos desproporcionadosrepresentam símbolos multivocos, molécula semântica de múltiplos componentes.
• Comunicação dos sacra implica três processos distintos, e paralelos:1. redução do âmbito cultural a seus componentes ou fatores reconhecíveis;2. recomposição segundo padrões e formas monstruosas;3. reformulação, segundo modos que possam adquirir sentido na perspectiva do novo status.
• O corpo é sempre considerado como um lugar privilegiado para a comunicação da gnosesparadigma anatômico humano.
• Símbolos não ‐ racionais ou não ‐ lógico. São os que proporcionam o núcleo sólido da vida mental e emocional de cada indivíduo e grupo. Quando eles entram em jogo, todo o resto passa a ser secundário.O “cluster” central dos sacra não‐lógicos constitui o núcleo simbólico de todo o sistema de valores e crenças em uma cultura dada.
• Arquétipo em grego denota o carimbo ou impressão mestra. Os sacra aoser apresentados em sua luminosa simplicidade, imprimem nos neófitosos presupostos básicos da sua cultura.
• Releitura do Ritual de Rebeliãofase liminal, obscura, ausência de posições e de alegria. Entre o uno e o outro, com sua frutífera obscuridade, rei e povo se encontramestreitamente identificados. Solidariedade mística, que contrasta com hierarquia habitual. Identificação regenera o tecido socialdeteriorado pelos conflitos resultantes das diferenças de status e discrepâncias das normas estruturais.
• Convite a centrar a atenção nos fenômenos e processos relacionadoscom os períodos de transição. São estes os que de maneira paradoxalexpõem os fundamentos da cultura, no tempo em que transcorre entre asaída e re‐ingresso no âmbito estrutural.
• Novas e sofisticadas técnicas de comparação intercultural.