REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE COMBATE AO INCÊNDIO E
PÂNICO: ESTUDO DE CASO NA ESTÁCIO NITERÓI (BLOCO A)
ARTIGO ORIGINAL
SIQUEIRA, Nathália Cordeiro 1
CORDEIRO, Edimando 2
SIQUEIRA, Nathália Cordeiro. CORDEIRO, Edimando. A importância do projeto de
combate ao incêndio e pânico: Estudo de caso na Estácio Niterói (Bloco A).
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 03,
pp. 91-126. Março de 2020. ISSN: 2448-0959
RESUMO
O trabalho a seguir trata sobre a importância das normas relacionadas aos incêndios
no Rio de Janeiro. Trata-se de um conhecimento específico aplicado aos projetos de
prevenção e combate ao incêndio e pânico, enfatizando-se que, na comunicação de
informações a respeito dele, deve-se incentivar o uso de Sprinklers, que, no momento,
é o equipamento mais eficaz e seguro para o combate e prevenção de incêndios. O
intuito deste artigo é demonstrar que a cultura prevencionista do Rio de Janeiro está
paralisada e isso faz com que não alcancemos uma condição de segurança plena no
combate ao incêndio e pânico. Por meio de um estudo de caso, será feita uma
proposta de melhoria para a prevenção de incêndios no Bloco A da Estácio de Sá
(Niterói), reiterando, para tanto, que é necessária a inclusão dessa proposta no projeto
do sistema de Sprinklers, colocando, para isso, como prioridade, a segurança dos
1 Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção, Pós-Graduação em Engenharia de
Projetos e Graduação em Engenharia Mecânica.
2 Mestrado em Mestrado Profissional de Educação Matemática. Especialização em
Gerenciamento de Projetos. Graduação em Licenciatura Plena em Matemática.
Graduação em Engenharia Mecânica Aeronáutica.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
alunos, funcionários e a integridade do prédio em estudo. No Rio de Janeiro existem
diversas orientações a respeito do assunto, mas poucas são conhecidas e divulgadas.
Assim, verificamos a defasagem das informações, normas e, também, de projetos.
Neste trabalho mostraremos aspectos a respeito do órgão responsável pela
aprovação dos projetos de prevenção a incêndios e combate ao pânico no Rio de
Janeiro.
Palavras-chave: Sistemas Sprinkler, incêndio, proteção, projeto, engenharia,
segurança, prevenção.
1. INTRODUÇÃO
Desde a pré-história o homem teve que aprender a lidar com o fogo, que, inicialmente,
era gerado a partir de descargas elétricas sobre materiais inflamáveis ou mesmo por
meio de lavas vulcânicas. Dada a evolução, o homem começou a perceber que, com
o devido controle, o fogo poderia se tornar um aliado básico para a sobrevivência e
progresso de tribos, ajudando, sobretudo, no aquecimento, na aquisição de alimentos,
na manufatura de armas de caça e, também, poderia ser usado como proteção à
ataques de outras tribos e predadores eminentes. Com o aumento desenfreado da
utilização do fogo bem como com a chegada da energia elétrica, o homem foi se
expondo a uma maior quantidade de incêndios, sendo notáveis, no decorrer dos anos,
as crescentes dificuldades, tanto em seu combate quanto em sua prevenção.
As primeiras ideias de prevenção contra o incêndio no Brasil iniciaram-se na década
de 20, quando o Cel. João Lopes de Oliveira Lyrio viu a necessidade de um plano de
prevenção (inicialmente para grandes edifícios) e tomou a iniciativa de enviar um
relatório para o Ministério da Justiça, entre outras autoridades. A partir disso, uma
atenção foi dada aos assuntos relativos à segurança contra incêndio. Devido a tais
fatores, no dia 25 de maio de 1926 foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o primeiro prédio
com sistema de prevenção de incêndio. No decorrer dos anos, algumas datas
marcaram a necessidade de expansão e obrigatoriedade dos sistemas preventivos
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
contra incêndio e pânico. Em razão da sua expressividade dentro da temática, alguns
desses marcos históricos serão mencionados.
Nessa trajetória podemos citar o evento ocorrido em 1961, conhecido como Gran
Circo Norte Americano, que, no momento da tragédia, contava com mais de três mil
espectadores, e, dessa forma, resultou na morte de 503 pessoas, sendo a maioria
delas crianças. Assim, quinze anos depois, em 1976, aproveitando a onda
prevencionista do estado de São Paulo, o Rio de janeiro sancionou o Decreto de nº
897, de 21 de setembro: o COSCIP – Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico,
trazendo, então, para o Corpo de Bombeiro do Estado do Rio de Janeiro, a
responsabilidade de estudar, planejar, fiscalizar e executar as normas que disciplinam
a segurança das pessoas e dos seus bens contra incêndio e pânico no estado em
questão.
Por falta de uma rigorosa fiscalização e disseminação de informações perante a
sociedade civil, as normas previstas no COSCIP foram se tornando obsoletas e, por
muitas vezes, negligenciadas, até que no dia 27 de janeiro de 2013 ocorreu no Rio
Grande do Sul a tragédia da Boate Kiss, sendo este o segundo maior incêndio do país
em número de vítimas, o que alertou a população sobre a importância deste assunto,
mas, principalmente, as autoridades responsáveis pela defasagem nas normas
vigentes, sobretudo em relação à aprovação de licenças bem como a execução de
fiscalizações dos locais. Sendo assim, nos anos de 2013/2014, foi promovida uma
repaginada na elaboração, análise e aprovação documental por parte do Corpo de
Bombeiro.
Isso aumentou, significativamente, o número de fiscalizações e edificações
legalizadas e seguras no Estado do Rio de Janeiro, porém, mesmo com tal aumento,
uma estatística feita em 2015 cruzou os dados de uma pesquisa da Geneva
Association com dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e verificou que há muito a
ser feito. O Brasil ficou em terceiro lugar no Ranking Mundial com o maior número de
mortes por incêndio. O Rio de Janeiro ocupa o sexto lugar no Ranking Nacional com
maior número de incêndios. O tema escolhido e proposto é motivo de estudo em
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Órgãos Normativos, em Associações Nacionais e em Normatizações Internacionais,
mas ainda não é tratado com tamanha importância e muito menos abordado como
deveria para prevenir todos os incidentes que ocorrem por falta de informação e
estrutura.
No entanto, a cultura do Estado não tem como prioridade a prevenção dos problemas,
mas sim ações corretivas diante do caos, passando por prejuízos materiais, danos
físicos e desfalques financeiros de inúmeras empresas que poderiam ter sido
evitados. Diante deste cenário, será exposto, por meio de pesquisas, estatísticas e
entrevistas, dados que demonstram as falhas que ocorrem no ciclo necessário para a
aprovação de uma edificação, passando por normas e projetos para uma posterior
apreciação do órgão estadual responsável pelas aprovações e fiscalizações. Com um
estudo de caso (comparando o atual projeto de incêndio) sobre o bloco A da Estácio
de Sá, também ilustraremos o que poderia ser feito de melhoria com as informações
e intenções corretas.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Focar na disseminação de informações a respeito da cultura prevencionista de
incêndio e pânico bem como se pretende elaborar um pré-projeto de prevenção ao
incêndio do campus da Universidade Estácio de Sá em Niterói, ilustrando o que
poderia ser feito de melhoria a fim de comparar com os atuais níveis de segurança.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Aferir o nível de conhecimento sobre incêndio e pânico dos alunos da Estácio de
Sá (Niterói) por meio de pesquisas;
b) Entrevistar um bombeiro militar que trabalha na sessão técnica responsável pela
análise e aprovação de projetos de combate ao incêndio e pânico bem como serão
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
realizadas estatísticas sobre os bombeiros da sessão operacional responsáveis por
esse serviço;
c) Demonstrar os riscos que estão sendo acometidos pela ausência de um sistema
preventivo com maior eficácia no campus;
d) Comparar os dispositivos exigidos por normas brasileiras com o sistema de
chuveiros automáticos;
e) Evidenciar a necessidade de engenheiros especializados na área de engenharia
de segurança com ênfase em projetos de combate ao incêndio e pânico.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 CONHECIMENTO SOBRE INCÊNDIO
Conhecer o “grande vilão” a ser com combatido e os agentes extintores a nossa
disposição é o primeiro passo para não temermos o resultado da batalha contra o
incêndio. É importante ter o domínio sobre alguns conceitos e sobre as características
do incêndio para que, então, aprofundemos o estudo sobre os agentes extintores,
chegando, por fim, na utilização prática do Sistema de Chuveiros Automáticos.
3.1.1 CONCEITOS DE FOGO X INCÊNDIO
Para se abordar o tema proposto é de fundamental importância discorrer sobre o
conhecimento relacionado ao agente a ser extinto pelo Sistema de Chuveiros
Automáticos: o Incêndio. E, para tanto, precisamos esclarecer uma diferença básica
entre o conceito de Fogo e o de Incêndio. De acordo com o Manual Básico do Corpo
de Bombeiro Militar do Estado do Rio de Janeiro (2016), o fogo é a parte visível de
uma combustão, um processo de oxidação muito exotérmico. Apesar de ser um
elemento considerado instável por Heráclito (540 – 470 a.C.), o fogo teve papel
fundamental na evolução humana, ajudando o homem em todas as fases da história.
Já o incêndio é a face obscura do fogo. O conceito de Incêndio se dá a partir do
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
momento em que o fogo sai do controle do homem, quando se torna nocivo e leva
consigo danos materiais, financeiro e até compromete a saúde e as vidas das pessoas
que entram em contato.
3.1.2 TRIÂNGULO E TETRAEDRO DO FOGO
Os conceitos mais importantes para todo o estudo do incêndio são o do Triângulo e
Tetraedro do Fogo, que são, basicamente, os elementos necessários para que haja a
existência deles. Caso algum destes elementos seja retirado, a combustão não
existirá ou deixará de existir.
Figura 1 - Triângulo do Fogo
Fonte: Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado
de São Paulo (2013)
Figura 2 - Tetraedro do Fogo
Fonte: Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado
de São Paulo (2013)
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Existe a necessidade de três elementos para que o Triângulo do Fogo exista: calor,
combustível e comburente, porém, com a chegada do Tetraedro do fogo, um novo
componente entrou nesta mistura: a reação em cadeia. Sendo conceituados como:
a) Calor: quantidade de energia térmica do material inflamável;
b) Combustível: substância que reage com o oxigênio exotermicamente;
c) Comburente: oxigênio do meio em que o material inflamável está inserido;
d) Reação em cadeia: conjunto de radicais livres que ficam dispersos em meio ao
fogo, agitando outras partículas e tem o poder para realimentar a combustão.
Vale ressaltar que para a existência do processo de queima, necessariamente, os
quatro elementos deverão estar presentes. Caso qualquer um deles seja retirado ou
esteja em total desproporção aos demais, a combustão não acontecerá ou se
extinguirá.
3.1.3 PIRÓLISE E PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO
Todo material combustível passa por uma decomposição em sua estrutura molecular
por meio do processo da pirólise, ou seja, quando se encontra sob ação de altas
temperaturas este processo libera gases inflamáveis e estes são responsáveis pela
combustão. Os materiais inflamáveis se comportam de três formas em relação a sua
temperatura, tais pontos são chamados de pontos notáveis da combustão, são eles:
a) Ponto de Fulgor: é uma temperatura em que o combustível pega fogo ao entrar em
contato com um agente externo (Exemplo: fósforo), porém, ao retirar este agente, pelo
material não possuir energia suficiente para o ciclo de realimentação, o fogo se
extingue;
b) Ponto de Combustão: é uma faixa de temperatura em que o material já possui
energia o suficiente para se auto alimentar, portanto, ao entrar em contato com um
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
agente externo, ele entra em combustão e se mantém no processo até não haver mais
combustível a ser queimado;
c) Ponto de Ignição: é a temperatura necessária para fazer o combustível entrar em
combustão sem a necessidade de um agente externo.
Figura 3 - Os três pontos de combustão
Fonte: Blog Bombeiros Guardiões da Vida (2016)
3.1.4 FORMAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO
Assim como o estudo de propagação de calor na física, o fogo se propaga de quatro
formas pelo ambiente. Elas são:
a) Condução: meio de propagação por meio do contato físico de um objeto em
combustão com outros;
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
b) Convecção: utiliza-se os gases do meio para propagar o calor e ocorre quando o
objeto alvo alcança o seu ponto de ignição: as chamas;
c) Irradiação: transfere calor a outro objeto a partir de ondas eletromagnéticas geradas
pelo processo exotérmico do material que já está em queima, e, quando ele alcança
seu ponto de ignição, começa a combustão espontânea;
d) Projeção: é quando, por ação do fogo, parte do material se desprende e se projeta
em direção a um outro material inflamável, e, por contato direto, faz com que este
material entre em combustão.
3.1.5 PRODUTOS DA COMB
USTÃO
Os diversos tipos de combustão podem ser considerados ricos ou pobres,
dependendo da quantidade de oxigênio presente na reação. Atrelado a isto, podemos
ter quantidades diferentes de produtos derivados da combustão da queima, como:
chama, gases e fumaça. Na combustão, quanto mais rica for a mistura, maior será a
quantidade de dióxido de carbono produzida e menores as quantidades de monóxido
de carbono e fuligem (matéria preta, gordurosa, na forma de diminutas partículas,
oriunda da queima de um combustível). Em uma pesquisa realizada pela NFPA, em
1981, detectou-se que a fumaça (fuligem, monóxido e dióxido de carbono) é o maior
causador de mortes nos incêndios, devido a característica asfixiante da fuligem e do
dióxido de carbono e devido, ainda, a toxidade do monóxido de carbono, além de que,
quando inalados em altas temperaturas, acabam queimando o sistema respiratório,
causando insuficiência respiratória.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Figura 4 - Pesquisa realizada pela NFPA em 1981
Fonte: NFPA (1961)
3.1.6 CLASSES DE INCÊNDIO
Para ser mais bem compreendido, o incêndio foi dividido em classes, provenientes do
tipo do combustível, por se comportar de diferentes formas quando está sob efeito das
chamas. São as Classes:
a) Classes A: Incêndio em materiais sólidos. Tem como característica sofrer a
combustão em superfície e em profundidade;
b) Classe B: Líquidos e gases inflamáveis. Estes apenas reagem na superfície;
c) Classe C: Objetos energizados. São materiais sólidos que estão ligados à energia
elétrica e tem como característica a rica condução elétrica por meio da água, devendo
evitar a extinção do fogo com esses agentes;
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
d) Classe D: Metais pirofóricos. Reagem de forma diferente quando em contato com
a água, podendo até fazer com que a água ajude no processo de queima;
e) Classe K: Óleos animais, vegetais e graxas. A ação da água, nesses combustíveis,
pode ocasionar a expansão das chamas.
Figura 5 - Classes de Incêndio
Fonte: Blog SNC (2013)
3.1.7 FORMAS DE EXTINÇÃO
Tendo como base o Tetraedro do Fogo, podemos classificar o processo de extinção
dele. As formas de extinção podem ser classificadas em quatro, que correspondem,
basicamente, à retirada de uma das pontas do tetraedro:
a) Extinção por retirada do material (Isolamento);
b) Extinção por retirada do comburente (Abafamento);
c) Extinção por retirada do calor (Resfriamento);
d) Extinção por inibição da reação em cadeia (Inibição Química).
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
3.1.8 AGENTES EXTINTORES
Utilizando o conhecimento adquirido sobre as formas de combate e as classes de
incêndio, podemos encontrar, na natureza ou laboratorialmente, três agentes mais
utilizados para a extinção do fogo. Dentre eles, estão:
a) A água: Agente mais abundante na natureza. Trabalha a partir da retirada de calor
do incêndio, pois possui um ótimo calor específico para promover o resfriamento, além
de que, de forma secundária, provoca o abafamento quando utilizada de forma
pulverizada;
b) O dióxido de carbono: Trabalha removendo o oxigênio da fonte de combustão,
abafando o fogo, e, por geralmente ser armazenado em altas pressões, de forma
secundária, trabalha com o resfriamento, pois, ao sair da alta pressão, a temperatura
diminui drasticamente;
c) Os pós químicos (bicarbonato de sódio e monofosfato de amônia): Agem
diretamente na inibição química, quebrando, portanto, a reação em cadeia, e,
secundariamente, abafam o fogo, pois o pó é pulverizado quando lançado.
3.2 CONHECIMENTO BÁSICO SOBRE PREPARAÇÃO E
PREVENÇÃO
Devido à grande expansão territorial e populacional, o estado do Rio de Janeiro se
tornou um grande alvo para os incidentes relacionados a incêndios. Quanto maior sua
população, maior a chance de crescimento desordenado, ocorrendo, assim, grandes
chances de incêndio e pânico. Identificamos, na história do Estado do Rio de Janeiro,
vários acidentes envolvendo incêndios em edificações de diversas finalidades, que
trazem, consigo, elevadas perdas humanas, importantes prejuízos financeiros e
significativa preocupação da sociedade como um todo. De acordo com o
monitoramento realizado pelo Instituto Sprinkler Brasil (ISB, 2012), desde 2015, no
Brasil, o estado do Rio de Janeiro mantém sua posição em sexto lugar. Grande parte
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
desses incêndios poderia ter sido evitada com a adequada instalação de sistemas
fixos e móveis contra incêndio bem como com a preparação de pessoal.
Figura 6 - Ocorrências por Estado
Fonte: Instituto Sprinkler Brasil (2018)
3.2.1 ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO, VISTORIAS E
ANÁLISE DE PROJETOS
Conforme a Constituição Federal Brasileira propõe, cabe, a cada estado, a exigência
de sistemas de proteção contra incêndio. Sendo assim, normalmente, o Corpo de
Bombeiros de cada estado possui uma legislação específica para as medidas de
Segurança Contra Incêndio e Pânico. Nesse viés, o trabalho foi baseado de acordo
com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) e no
Decreto-Lei nº 247, de 21 de julho de 1975, cujo estado do Rio de Janeiro remete a
competência sobre o estudo, planejamento, fiscalização e execução das normas que
disciplinam a segurança das pessoa são CBMERJ bem como realiza a expedição de
licenças para funcionamento de quaisquer estabelecimentos do estado.
Além da instituição em destaque, existem outras normas que servem de
embasamento para a criação e aprovação de projetos de incêndio, como, por
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
exemplo, a NBR10897, que normatiza a projeção e instalação do Sistema de
Chuveiros Automáticos. Conforme destacado, o COSCIP vai de encontro às normas
estabelecidas pela ABNT e, assim, ambos trabalham num senso comum, cabendo,
ao Corpo de Bombeiros, a avaliação e aprovação final.
3.2.2 INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA CONTRA
INCÊNDIO E PÂNICO
No Decreto nº 42, de 17 de dezembro de 2018, conhecido como Novo COSCIP, o
CBMERJ estabelece normas de segurança contra incêndio e pânico, destinadas à
proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente, a serem aplicadas às edificações
e áreas de risco, no âmbito do estado do Rio de Janeiro. Conforme o decreto citado,
temos pontos relevantes no que diz respeito ao conhecimento da área a ser estudada.
No Art. 6º do Decreto, são explanadas todas as medidas de segurança levadas em
consideração pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, conforme
mostrado a seguir:
Art. 6º - As medidas de segurança contra incêndio e pânico para as
edificações e áreas de risco serão as seguintes:
I - Acesso de viaturas;
II - Alarme de incêndio;
III - Aparelho extintor;
IV - Brigada de incêndio;
V - Chuveiro automático;
VI - Compartimentação horizontal;
VII - Compartimentação vertical;
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
VIII - Segurança estrutural contra incêndio (resistência ao fogo dos
elementos da construção);
IX - Controle de fumaça;
X - Controle de materiais de acabamento e revestimento;
XI - Detecção de incêndio;
XII - Elevador de emergência;
XIII - Escada de emergência;
XIV - Hidrante urbano do tipo coluna;
XV - Hidrante e mangotinho;
XVI - Iluminação de emergência;
XVII - Plano de emergência contra incêndio e pânico;
XVIII - Saídas de emergência;
XIX - Separação entre edificações;
XX - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico;
XXI - Sistema de espuma;
XXII - Sistema de proteção contra descargas atmosféricas;
XXIII - Sistema de resfriamento; e
XXIV - Sistema fixo de gases para combate a incêndio.
Ainda no Decreto, foi feita a divisão em grupos de exigências que, segundo a Tabela
1, pertencem à “Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação”.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Essas exigências precisam ser adotadas para a Universidade Estácio de Sá, conforme
a divisão E-1.
Tabela 1 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação
Fonte: COSCIP (2018)
Após determinar a classificação do campus, utilizamos os dados da Tabela 2,
denominada de “Exigências para edificações do grupo E com área superior a 900 m²
ou superior a 02 pavimentos” e, também, os dados do Novo COSCIP para observar
quais dispositivos de Segurança Contra Incêndio e Pânico se fazem necessários na
Unidade de Ensino.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Tabela 2 - Exigências para edificações do grupo E com área superior a 900m² ou
superior a 02 pavimentos.
Fonte: COSCIP (2018)
3.2.3 PREPARAÇÃO DE PESSOAL
De acordo com Seito et al (2008), as rotas de fugas são de suma importância pois,
havendo falhas no sistema, como erros de comunicação e alarmes, deixa-se a mercê
a propagação de chamas, fumaças e gases agressivos a saúde das pessoas, expondo
a penetração do fogo e provocando perdas de vidas. Ainda de acordo com Seito et al
(2008), um projeto de segurança contra incêndio e prevenção de pânico deve levar
em consideração todos os edifícios ao seu redor, e, assim, todos em suas imediações
devem ser considerados como parte do projeto, sobretudo no que diz respeito a
chance de propagação para os mesmos e evacuação da área.
Os riscos de início de incêndio, juntamente com o de seu crescimento e propagação,
estão diretamente relacionados à evolução do fenômeno no interior do edifício e, na
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
pior das hipóteses, podem causar danos ainda maiores ao atingir edifícios adjacentes.
Os meios de escape devem ser inerentes aos meios externos, e, assim, devem ser
projetados de modo que havendo algum sinistro, a pessoa possa ser completamente
capaz de conseguir escapar sem depender de fatores externos, ou seja, são
necessários para ampliar a segurança. Claro que isso não impede a ajuda externa em
caso de complicações maiores, mas o intuito de segurança total é fazer com que o
projeto possa ser consolidado independente de ajudas externas.
3.3 CONHECIMENTO BÁSICO SOBRE SPRINKLERS
O sistema de Sprinkler (Chuveiros Automáticos) merece atenção detalhada, pois é um
sistema bastante complexo e de difícil entendimento, o que se resulta na elevação de
seu custo. Neste trabalho, as configurações serão abordadas de maneira superficial,
mas não constituirá toda simetria, cálculos e regras, pois não é foco do trabalho tal
detalhamento. A metodologia deste artigo consistirá em uma ilustração para
conhecimento do sistema. Pensando de forma sucinta, o sistema de Sprinkler é um
dispositivo que possui um elemento sensível, chamado de bulbo. Nele há um líquido
que reage a altas temperaturas estourando e fazendo com que uma tampa de acesso
a tubulação pressurizada seja destravada, ativando, assim, o chuveiro.
Figura 7 - Sprinkler antes do incêndio, bulbo intacto
Fonte: Bucka (2013)
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Figura 8 - Sprinkler após o incêndio, com o bulbo estourado
Fonte: Ezalpha MV (2018)
Algumas características do Sprinkler precisam ser mencionadas:
a) O sistema de chuveiros automáticos é definido como um sistema fixo integrado,
compreendendo os seguintes elementos: rede hidráulica de distribuição (que alimenta
os chuveiros automáticos), rede de abastecimento das válvulas de alarme ou chave
detentora de fluxo de água e abastecimento de água;
b) Os chuveiros automáticos devem ser portadores da marca e/ou certificado em
conformidade com a NBR 6135;
c) Somente chuveiros novos podem ser empregados em uma instalação, eles não são
reutilizáveis, fazendo com que este seja um dos pontos que encarece o sistema. Uma
vez utilizado, ele precisa ser trocado;
d) Os sistemas de chuveiros automáticos podem ser classificados por: sistema de tubo
molhado, sistema de tubo seco, sistema de ação prévia, sistema dilúvio, sistema
combinado de tubo seco e ação prévia;
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
e) Existem diversas classificações de riscos, sendo, cada uma delas, pertencente a
uma configuração diferente de sprinkler, são elas: risco leve, risco ordinário, risco
extraordinário e risco pesado.
Figura 9 - Ilustração do chuveiro automático
Fonte: Nakamura (2014)
3.4 QUALIFICAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO
TRABALHO
Como destaca Ono (2007, p. 99):
Pouco tem sido a participação dos atores principais dentro desse
cenário: os arquitetos e engenheiros civis, responsáveis pela concepção
dos espaços dos edifícios, pela especificação de seus materiais e pela
execução das obras, que garantam, efetivamente, a inserção das
medidas de segurança contra incêndio.
Hoje em dia, não há um estudo sólido e de cunho nacional que engloba uma normativa
comum a todos, visto que ainda estamos diante da problemática de que cada estado
determina quais parâmetros seguir, baseado nas normas da ABNT, ou seja, ainda não
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
é algo conciso e unânime a todos os estados. A partir disso, começou-se a discutir a
importância e a necessidade de uma literatura nacional sobre segurança contra
incêndio, ou seja, precisa-se de pesquisas que possam servir de base para estudos
nessa área. Embora a SCI (Segurança Contra Incêndio) seja considerada como um
dos requisitos básicos para a elaboração do projeto, construção, uso e manutenção
das edificações, é pouco contemplada em disciplinas e currículos das escolas de
Engenharia e Arquitetura no país. Portanto, são raros os profissionais que consideram
esse fator ao projetar uma edificação. Assim, esse requisito passa a ser tratado
somente como um item de atendimento compulsório/burocrático à regulamentação do
Corpo de Bombeiros ou da Prefeitura local, uma vez que estes são detentores
regionais da liberação operacional das edificações.
4. METODOLOGIA
Os métodos utilizados para embasar este trabalho, em razão da falta de cultura
prevencionista e de opções de melhoria para o projeto de combate a incêndio e pânico
da Estácio, deram-se por meio de uma entrevista feita na faculdade com alunos e
funcionários, abordando, para isso, assuntos básicos relacionados ao incêndio. Foram
realizadas, também, estatísticas concebidas a partir de dados apontados pelo Corpo
de Bombeiros do Rio de Janeiro na entrevista. Na entrevista, os profissionais
exemplificaram a importância desse assunto para a população, e, a partir desses
dados, foi feito o desenho de um pré-projeto voltado ao combate de incêndios no Bloco
A da Estácio, enfatizando-se as melhorias e explicando a importância do dispositivo
usado.
4.1 ENTREVISTA ENTRE ALUNOS E FUNCIONÁRIOS DA ESTÁCIO
Foi realizada uma entrevista com 200 pessoas. Dentre elas, estão alunos e
funcionários da Estácio de Sá (Niterói). O instrumento metodológico foi aplicado para
o desenvolvimento de uma linha de pensamento a respeito da falta de informação
bem como sobre o risco que isso traz ao dia a dia da instituição.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Figura 10 – Utilizamos o sistema de formulários do Google para auxiliar nesse
processo
Fonte: Autora (2019)
No total, foram realizadas dez perguntas simples e diretas:
Gráfico 1: Porcentagem da faixa etária dos entrevistados
Fonte: Autora (2019)
O gráfico 1 demonstra que a maioria dos entrevistados, alunos e funcionários da
instituição de ensino possuem idade entre 25 anos a 35 anos, o que se conclui, pelo
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
tempo de vida, que, em algum momento, espera-se, nessa idade, que o público já
tenha tido algum tipo de contato com o assunto abordado. Os demais estão divididos
entre os 18 anos a 24 anos e restante possui 36 anos ou mais. O gráfico 2, por sua
vez, analisou a área de atuação desses entrevistados.
Gráfico 2: Porcentagem da área do curso de formação na instituição de ensino
Fonte: Autora (2019)
Conforme observado no gráfico 2, a maioria dos entrevistados se concentra na área
de exatas/engenharias, o que é importante, pois apesar de a instituição não oferecer
um programa de reconhecimento da área para alunos novos, dentro desses cursos,
existem matérias que abordam o assunto, como, por exemplo, segurança do trabalho,
visto que nela é abordada a importância do conhecimento sobre incêndio e combate
ao mesmo. O gráfico 3, por conseguinte, analisou quantos são alunos e funcionários.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 3: Porcentagem dos entrevistados entre alunos e funcionários da instituição
Fonte: Autora (2019)
O percentual de entrevistados nos demonstra que a maioria é formada por alunos e
uma pequena parte de funcionários. Apesar do intuito da entrevista ser o de avaliar o
nível de conhecimento de todos com relação aos conhecimentos e procedimentos em
caso de sinistros, no decorrer da entrevista, é visto que tanto os alunos como os
próprios funcionários desconhecem pontos de suma importância, como, por exemplo,
o ponto de encontro em caso de sinistro. Prosseguindo, o gráfico 4 revelou o nível de
conhecimento dos entrevistados sobre os tipos de extintores para uso no caso de
sinistros.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 4: Porcentagem do nível de conhecimento dos entrevistados em diferenciar
os tipos de extintores, para o uso, em caso de sinistro
Fonte: Autora (2019)
Apesar da maioria dos entrevistados conhecer os tipos de extintores, ainda há uma
deficiência nesse percentual, pois é de grande relevância que 100% conheça, seja
para compreender como agir em eventuais sinistros na instituição de pesquisa, seja
para saber lidar com os sinistros em quaisquer lugares em que o entrevistado possa
estar. Além deste trabalho ser focado na conscientização por parte da instituição de
ensino para que esta adote melhorias para o combate dos incêndios, o assunto é de
interesse nacional, e, assim, pode ser refletido por todos os departamentos da
sociedade, e, por conta disso, é importante que esse percentual seja de 100%. O
gráfico 5, por sua vez, reflete sobre o conhecimento dos entrevistados frente a
utilização de extintores.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 5: Porcentagem do conhecimento dos entrevistados para utilização de
extintores para equipamentos elétricos
Fonte: Autora (2019)
A deste gráfico (5) apresentar um percentual elevado acerca do conhecimento sobre
o uso de extintores para equipamentos elétricos (72,3% dos entrevistados disseram
que sim), é de suma importância que haja 100% de conhecimento por parte dos
entrevistados, pois a falta de conhecimento desta minoria, em caso de sinistro, por
exemplo, poderia levar estes a danos irreversíveis. Em um suposto incêndio que
envolve equipamentos elétricos não se pode utilizar um extintor de água, pois ele é
um bom condutor de energia, sendo assim, o dano em uma situação dessas seria
ainda maior e fatal. O gráfico 6, por sua vez, reflete sobre o nível de conhecimento
dos entrevistados acerca do ponto de encontro no caso de incêndios.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 6: Porcentagem do nível de conhecimento dos entrevistados com relação ao
ponto de encontro na instituição, em caso de incêndio
Fonte: Autora (2019)
O gráfico 6 revela que apenas 15,4% dos entrevistados sabem onde fica o ponto de
encontro na faculdade, em caso de incêndio. Esse índice é extremamente
preocupante, pois, em um ambiente como esse, há um grande volume de pessoas, e
numa situação de pânico, como um incêndio, por exemplo, é preocupante os
alunos/funcionários, em sua maioria, não saberem como proceder e para onde se
dirigir. Tendo em vista isso e de acordo com o que Seito et al (2008) afirmam, as rotas
de fugas são de suma importância pois, havendo falhas no sistema, como erros de
comunicação e alarmes, deixam, a mercê, a propagação de chamas, fumaças e gases
agressivos a saúde das pessoas, as expondo à penetração do fogo, o que provoca
acarreta perdas de vidas. O gráfico 7, por conseguinte, analisou o conhecimento dos
entrevistados em relação à posição que devem tomar quando o ambiente for tomado
pela fumaça.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 7: Porcentagem dos entrevistados em saber qual posição assumir caso o
ambiente seja tomado por fumaça
Fonte: Autora (2019)
Apesar do gráfico 7 apresentar um percentual elevado, assim como mencionado nos
gráficos 4 e 5, este é um gráfico em que todos deveriam saber com clareza como
proceder. Em uma pesquisa realizada pela NFPA, em 1981, detectou-se que a fumaça
(fuligem, monóxido e dióxido de carbono) é o maior causador de mortes nos incêndios,
o que torna o conhecimento sobre esta temática fundamental para a sobrevivência
humana em caso de incêndios. Prosseguindo, no gráfico 8, perguntou-se, aos
entrevistados, se eles sabem como proceder em caso de incêndios.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 8: Porcentagem dos entrevistados em relação a ser instruído pela instituição
em como proceder em caso de incêndio
Fonte: Autora (2019)
Dado a estatística apresentada no gráfico 8, é notável que apenas 4,6% dos
entrevistados foram instruídos pela instituição a como proceder em caso de incêndio,
e, assim, conclui-se que é fundamental que haja uma reavaliação do sistema atual de
combate ao incêndio e pânico. Ter projetos e instalações aprovados e verificados é
algo importante, mas não substitui a necessidade indispensável de ter pessoas
qualificadas e instruídas dentro da instituição. O gráfico 9, por conseguinte, verificou
o nível de interesse dos entrevistados sobre assuntos voltados ao combate de
incêndios.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 9: Porcentagem do nível de interesse dos entrevistados em pesquisar sobre
assuntos ligados a combate a incêndio
Fonte: Autora (2019)
Assim como já visto no gráfico 1, em relação a maioria dos entrevistados, pela faixa
etária já era de se esperar que grande parte tivesse algum contato na vida com o
assunto abordado. Por conta disso, pode-se observar, no gráfico 9, que 75,4% dos
entrevistados já tiveram algum contato/interesse com o tema e sabem sobre a
importância dele, seja para a instituição, seja para o dia a dia na sociedade. O gráfico
10, por fim, teve como objetivo avaliar se a instituição em questão tem abordado temas
relevantes em relação ao combate de incêndios.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Gráfico 10: Porcentagem do nível de relevância para os entrevistados com relação à
instituição de ensino abordar temas sobre prevenção e combate a incêndio
Fonte: Autora (2019)
O gráfico 10 revelou que todos os entrevistados entendem a relevância do assunto
abordado. Com este resultado conclui-se que é essencial repensar sobre como a
instituição trata o assunto com os alunos/funcionários e como instrui os mesmos. A
partir dos resultados expostos é possível perceber que a maioria dos jovens que
participaram não possui conhecimento sobre pontos de encontro na faculdade e
nunca foram instruídos por ela. Diante disto, é sinalizada, mais uma vez, a importância
de um projeto de combate a incêndio e pânico eficaz, em que deve ser incluído um
plano de reconhecimento da área estudantil por parte dos funcionários e alunos, além
de um projeto de palestras, simulados e instruções a todos.
4.2 ESTATÍSTICA CONCEDIDA PELO CBMERJ
O assunto tratado ao decorrer deste trabalho é de suma importância em todos os
lugares do mundo, mas, de modo objetivo e tendo como foco a instituição de ensino
em estudo, solicitaram-se os dados de incêndios apenas da cidade na qual ela se
encontra, Niterói. A estatística realizada pelo corpo de bombeiros é correspondente
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
ao período que englobou o ano de 2018 até o mês de abril de 2019. Foi feita de acordo
com todos os incidentes relacionados ao incêndio. Consideraram-se as catástrofes
atribuídas ao quartel de Niterói (3º Grupamento de Bombeiro Militar).
Tabela 3 – Estatísticas de Incêndio
Fonte: CBMERJ – Corpo de Bombeiro Militar do Rio de Janeiro (2019)
Conforme os dados da tabela 3, é notável que a quantidade de incêndios de janeiro
de 2019 até abril do mesmo ano superou os 20 incêndios ocorridos em todo o ano de
2018. São números preocupantes que nos mostram a urgência e importância deste
assunto.
4.3 ENTREVISTA CONCEDIDA POR OFICIAL DO CORPO DE
BOMBEIROS
É de extrema importância ter o mínimo de conhecimento a respeito do funcionamento
da Corporação diante de aprovações e vistorias, como forma de visualizar todos os
lados deste processo, e, para tal, foi realizada uma entrevista com um oficial que lida
diretamente com este trabalho para simplificarmos a compreensão. Em meio as
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
perguntas feitas, considerou-se toda a preparação do CBMERJ e, diante de tamanha
responsabilidade, notou-se que o andamento e o ciclo são necessários para se
aprovar um projeto ideal. Entrevistou-se o responsável a partir de perguntas que
tiveram como objetivo sanar as dúvidas reais da população, e, ainda, teve-se a
preocupação de não ser tomado partido e sim evidenciar o que de fato acontece na
prática.
4.3.1 ENTREVISTA FEITA COM OFICIAL DO CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DO RIO DE JANEIRO
I. Há quanto tempo você trabalha para o corpo de bombeiros?
Oficial: Trabalho há 6 anos, mas diretamente na sessão de serviço técnico, trabalho
há 3 anos.
II. Você se orgulha do órgão que escolheu trabalhar?
Oficial: Sim. Pois além da atividade e fim, de vidas alheias e riquezas a salvas (nosso
lema), ainda trabalho administrativamente como chefe da sessão responsável pela
prevenção de futuros incidentes em um município do Rio de Janeiro.
III. O que você acha da cultura prevencionista do Rio de Janeiro?
Oficial: Muito fraca. Apesar dos esforços que o Corpo de Bombeiro faz para fiscalizar,
não temos efetivo suficiente para realizar este trabalho de forma mais expansiva. E
por parte da população, não temos esta cultura difundida. Diferente de países como,
por exemplo, o Japão, onde crianças fazem simulados de sinistros desde o colégio.
IV. Quais as falhas que você reconhece e gostaria que mudasse na sua área de
atuação?
Oficial: A falta de efetivo hoje é um dos maiores males que assola a corporação,
afetando diretamente nosso serviço.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
V. Estudando um pouco sobre a profissão de vocês, obtive a informação que vocês
saem do Curso de Formação de Oficiais, que possui duração de 3 anos, com ensino
superior. Qual seria essa formação?
Oficial: Segundo o MEC, Engenharia de Incêndio. Porém, como militares, não há
credenciamento junto ao CREA.
VI. Vocês possuem as matérias exigidas para o curso, que são os dois primeiros anos
(4 períodos), comuns em todas as engenharias?
Oficial: Não. Porém por termos aula em período integral, temos as mesmas matérias,
mas em tempos reduzidos.
VII. Então além de toda parte de combate, vocês aprendem o básico de Engenharia,
e ainda um pouco sobre todas as funções administrativas do quartel em 3 anos, é
isso?
Oficial: Exato.
VIII. Para uma pessoa civil ser autorizada a fazer um projeto de incêndio, ela precisa
ser graduada em Engenharia e ainda concluir uma pós em Segurança do Trabalho,
sendo um total de 7 anos de estudo. Vocês possuem alguma especialização após a
formação para fazer as aprovações e inspeções de projetos de incêndio?
Oficial: Além de termos em nossa grade um ano de estudo específico sobre o tema,
nós que trabalhamos a nível de quartel não aprovamos projetos mais complexos. O
que fica a cargo da diretoria aonde trabalha oficiais com maior experiência e formados
no curso do CEPREVI (Curso de Especialização em Prevenção de Incêndio).
IX. Você, como chefe da sessão de engenharia, possui curso do CEPREVI para
aprovar e inspecionar os projetos designados ao quartel?
Oficial: Negativo. Tenho apenas as matérias que disse anteriormente.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
X. No COSCIP (Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico), e na NBR 10987 diz
não ser necessário a Estácio de Sá (Niterói) possuir sprinkler, por não possuir prédios
acima de 30 metros de altura. Mas de área total construída, a instituição possui
aproximadamente 10.221m². Qual a sua opinião sobre esta afirmação?
Oficial: Mesmo que não seja exigido, não é impedido que a instituição instale o
dispositivo. Devido ao fato de obter ambientes laboratoriais, muito fluxo de pessoas e
área extensa, seria aconselhável. O que não impossibilita também o Bombeiro rever
os seus critérios para instalação de sprinkler, porque é comum em uma área grande
como essa, o incêndio começar em local afastado e só ser visto quando já tomou
grandes proporções.
XI. Você acha que essa falha no projeto traz riscos para a instituição de Ensino?
Oficial: Com certeza.
XII. Pensando agora, no que a Instituição poderia fazer para melhorar a cultura
prevencionista dos estudantes e funcionários. Qual seria o seu conselho?
Oficial: Adotar a prática de simulados de desocupação periódicos, palestras e rever a
necessidade do sistema preventivo de incêndio no campus.
Infelizmente, militares não tem permissão para conceder entrevistas, portanto o nome
do oficial, a patente e o quartel foram omitidos por segurança e prudência.
4.4 PRÉ-PROJETO DA ESTÁCIO - BLOCO A
Em meio a todo o tramite necessário para a aprovação de um local, nos deparamos
com corrupções, falhas de projetos por meio de empresas e/ou projetistas e com
vistorias que abrem brechas para sinistros e fatalidades, mas gostaríamos de nos
atentar à situação de nossa instituição e aos detalhes para chegarmos a estratégias
para melhorar a política prevencionista da mesma. A Estácio de Sá possui um projeto
de combate ao incêndio e pânico atual que foi feito por uma empresa especializada,
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
aprovado e vistoriado pelo Corpo de Bombeiros. Mediante a esta afirmação, seria de
se esperar que isso trouxesse uma segurança plena para todas as frequentes pessoas
do local. Infelizmente, a resposta é não. Ter sistemas exigidos pelo COSCIP ou NBR’s
e as aprovações e vistorias pelo CBMERJ não têm sido suficiente, além da
necessidade de se ter pessoas preparadas e instruídas na instituição para tal
acontecimento, necessita-se, dessa forma, discorrer sobre sistemas mais eficazes.
Como mencionamos no referencial teórico, o sistema de chuveiros automáticos,
conhecido como Sprinklers, é p meio de combate de incêndios mais atual. As normas
brasileiras, internacionais e o COSCIP mantêm artigos e decretos que discriminam as
características que um espaço necessita ter para a obrigatoriedade deste sistema. No
Rio de Janeiro, utiliza-se o COSCIP e ele foi embasado nas NBR’s. A norma
responsável por toda descrição de Sprinklers é a NBR 10897. Para se projetar um
local com Sprinkler, é necessário que ele seja aplicado em toda a área do terreno no
qual se encontra a propriedade.
Não pode ser aplicado, então, em um espaço específico. Se fôssemos fazer um
projeto de fato da Estácio, seria necessário incluir todos os blocos e espaços que
estão dentro do terreno. Isso daria um trabalho extremo e um conhecimento que vai
além. Portanto, o pré-projeto realizado tem como intuito externar a eficiência do
sistema, características básicas, conhecimento de custo aproximado e ilustrar apenas
o Bloco A da Estácio. Existem diversas monografias e dissertações sobre os chuveiros
automáticos e deixaremos no referencial bibliográfico fontes de informações para tal
assunto.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Figura 11 - Vista superior do projeto de sprinkler - Bloco A
Fonte: Autora (2019)
Após a elaboração do pré-projeto de Sprinkler do Bloco A, chegou-se no resultado de
221 bicos de Sprinklers. Fazendo uma pesquisa de mercado, foi concluído que o preço
médio por Sprinkler instalado é de R$ 1.000,00 reais, podendo variar de acordo com
a configuração de tubulações, cálculo da bomba, potência da bomba necessária e
fornecedor escolhido. Totalizando um valor de R$ 221.000,00 reais para a
implementação do sistemas de chuveiros automáticos, apenas para o Bloco A. Com
o valor estipulado e adotando a proporcionalidade em toda a unidade (levando em
consideração o valor do bloco A e toda a área construída), para se ter a
implementação em toda a Estácio de Sá – Unidade da Rua Eduardo Luiz Gomes, 134,
os valores são os apresentados na tabela 4.
Tabela 4 - Valor estimado da implementação de Sprinklers
Unidade m² Qt. De Bicos Valor
Bloco A 2454,78 221 R$
221.000
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Bloco B 6416,97 578 R$
578.000
Bloco C 252,34 23 R$ 23.000
Área Anexo A 197,7 18 R$ 18.000
Área do
Subsolo 01
730,28 66 R$ 66.000
Área do
Subsolo 02
154,61 14 R$ 14.000
Área Total 10.206,68 920 R$
920.000
Fonte: Autora (2019)
5. DISCUSSÃO
Diante dos dados obtidos, em que é evidenciada a falta de informação dos alunos e
funcionários e a partir das estáticas apresentadas (feita em 2015, cruzando uma
pesquisa da Geneva Association com dados do Sistema Único de Saúde – SUS –,
segundo dados do Instituto Sprinkler) em que o Brasil assume o terceiro lugar no
Ranking Mundial com o maior número de mortes por incêndio e tendo o Rio de Janeiro
ocupado o sexto lugar no Ranking Nacional com maior número de incêndios, foi
constatado que é de suma importância uma atualização do projeto de combate a
incêndio e pânico do campus da Estácio de Sá, em que é necessário programar planos
de simulados de incêndio, instrução para reconhecimento das áreas de escape, ponto
de encontro e sinalização adequada.
O Brasil não possui uma lei concisa para todo o país, pois, cada estado, em conjunto
com o corpo de Bombeiro Militar, tem autonomia, perante as normas previstas no
COSCIP (CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO), para elaborar
e fiscalizar os seus projetos, o que acaba deixando margens para falhas e critérios
diferentes. Isso evidencia, mais uma vez, a importância de um projeto forte, o mais
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
completo possível e eficaz de combate ao pânico e ao incêndio. Por conta disto, a
ideia da implementação do projeto de Sprinkler (Sistema de Chuveiros Automáticos)
para a unidade da Estácio de Sá, que apesar de não ser obrigatório, perante o
regulamento do Estado do Rio de Janeiro, seria mais uma maneira de aumentar a
eficácia de proteção do estabelecimento. Em uma pesquisa realizada pela NFPA, em
1981, detectou-se que a fumaça (fuligem, monóxido e dióxido de carbono) é o maior
causador de mortes nos incêndios.
Tendo em vista isso e de acordo com o que Seito et al (2008) afirmam, as rotas de
fugas são de suma importância pois, havendo falhas no sistema, como erros de
comunicação e alarmes, deixam, a mercê, a propagação de chamas, fumaças e gases
agressivos a saúde das pessoas, as expondo à penetração do fogo e provocando
perdas de vidas. Por isso, em um ambiente estudantil, no qual já foi comprovado (via
entrevista, conforme item anterior) que um simples foco de incêndio poderia causar a
morte de várias pessoas pela falta de informação em como proceder (rotas de fuga e
ponto de encontro) e devido a fumaça ser propagada rapidamente, instruções sobre
os incêndios são essenciais. Ainda de acordo com Seito et al (2008), um projeto de
segurança contra incêndio e prevenção de pânico deve levar em consideração todos
os edifícios ao seu redor, e, assim, todos em suas imediações devem ser
considerados como parte do projeto, sobretudo no que diz respeito a chance de
propagação para os mesmos e evacuação da área.
Com todas as estatísticas, entrevistas e com o estudo de caso, podemos analisar, de
forma mais concisa e imparcial, todos os lados que o assunto de Segurança contra
Incêndio e Pânico possui. Podemos, ainda, entender um pouco sobre os parâmetros
do Corpo de Bombeiros, e, assim, compreendemos que o trabalho desta corporação
vai muito além de fiscalizar e aprovar projetos. A falta de efetividade, no dia a dia de
trabalho, de empresas competentes para a realização dos projetos e a falta de
embasamento por meio de normas para algo mais seguro, deixam os bombeiros em
situações complexas. Existem as empresas especializadas nesses tipos de projetos
que, por falta de informação, de cursos específicos ou devido à corrupção, não
percebem a tamanha responsabilidade que tem em mãos.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
E nós, como instituição, devemos nos atentar sobre a eficácia da solução de
emergência e pânico, com um projeto da faculdade contendo um bom sistema de
iluminação de emergência, indicando por onde seguir em caso de sinistro, portas
corta-fogo e resistentes a penetração de fumaça, boa ventilação para que não haja
acúmulo de fumaça densa, atenção para pontos de fugas desobstruídos e a
demarcação de um ponto de encontro para os alunos e funcionários, protegido e bem
sinalizado. Além da capacidade de ter uma equipe de resgate que esteja prontamente
apta a auxiliar na evacuação da área. De acordo com o monitoramento realizado pelo
Instituto Sprinkler Brasil (ISB, 2012), desde 2015, no Brasil, o estado do Rio de Janeiro
mantém posição em sexto lugar.
Grande parte dos incêndios poderia ter sido contornada caso houvesse a adequada
instalação de sistemas fixos e móveis contra incêndio bem como com a preparação
de pessoal. Cada ser humano responde de uma maneira diferente as situações
adversas, porém, em casos de sinistros de incêndio, é comum todos serem tomados
pelo pânico e nervosismo, e, assim, não sabem como proceder, e, em muitos casos,
acabam ficando paralisados, o que se torna bastante urgente de ser pensado, pois,
numa situação de risco, o tempo é um fator muito importante. A taxa de resposta entre
o ocorrido e o tempo disponível de ação tem que ser a mais eficaz possível, pois, em
caso tardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e fumaça estão mais
severas, é difícil manter a calma e seguir um caminho tranquilo.
Muitos não sabem qual a direção a seguir num ambiente com fumaça, por exemplo,
e, dessa forma, tendem a gerar muito desespero e, por vezes, sofrem asfixia por não
serem capazes de se portar diante de tal problemática. Portanto, as situações que
podem dificultar o controle emocional advêm da ignorância sobre este assunto, por
isso é de suma relevância a realização de simulados periódicos de desocupação para
trazer a familiarização dos estudantes e dos funcionários para com o campus, visando
que esses conheçam as rotas de fuga e os pontos de encontro, o que resulta na
diminuição do pânico. Os sistemas de chuveiros automáticos não precisam do ser
humano para manusear ou ligá-lo, isso faz com que seja rápida a resposta no combate
a propagação do fogo.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
Apesar das normas (COSCIP e NBR10897) deixarem a critério do responsável pelo
projeto julgar se é necessária ou não a instalação de chuveiros automáticos
(Sprinklers), o sistema na Estácio de Sá ainda é deixado de lado por conta do elevado
custo para instalação e em razão da complexidade deste. Mediante as informações
aqui apresentadas e discutidas, percebemos que a cultura corretiva que temos faz
com que os responsáveis não gastem com uma instalação contra incêndio e pânico
comprovadamente com maior eficácia, o que nos deixa mais vulneráveis a qualquer
incidente, que pode se tornar algo catastrófico, podendo gerar não somente a perda
estrutural da instituição, mas também de vidas. Assim sendo, podemos escolher
evoluir, fazer o que estiver ao alcance, pensando não só no custo benefício, mas na
segurança plena de todas as pessoas que passam pela Estácio.
6. CONCLUSÃO
Ao realizar as pesquisas de campo para verificar e validar o conhecimento sobre as
normas em vigor no estado do Rio de Janeiro, foi verificada a necessidade de
disseminação de mais informações e, também, da procura por tecnologias que
atribuem e fornecem um maior nível de segurança, principalmente em ambientes nos
quais há um grande número de pessoas aglomeradas, como no caso em estudo, um
ambiente estudantil (Bloco A – Universidade Estácio de Sá – Campus Niterói). Os
parâmetros para a necessidade de aferir o nível de conhecimentos dos alunos e
funcionários deu-se a partir de pesquisa feita diretamente com eles. A partir dela foi
constatado que a grande maioria não sabia como proceder em caso de sinistro dentro
da universidade.
Com o auxílio de dados estatísticos e da entrevista com um oficial do setor técnico do
Corpo de Bombeiros, foi detectado que o estado ainda carece de segurança no que
diz respeito aos projetos de combate a incêndio e controle de pânico. Constatou-se
que devido à falta de maiores informações e de um programa de reconhecimento de
área para com os alunos, todos estão sujeitos a riscos graves devido à ausência de
um sistema preventivo com maior eficácia no campus. Percebeu-se que mesmo com
o projeto de combate a incêndio dentro das normas atuais, não devemos contar com
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
o status de ambiente seguro. A falta de informações dos alunos em como proceder
em caso de emergência é algo grave e poderia ser prevenido com a instalação dos
chuveiros automáticos (sprinklers), pois aumentariam a eficácia de segurança e
resposta rápida ao combater o sinistro.
Analisou-se, a partir dos dados obtidos no referencial teórico, que não existe um órgão
independente e exclusivo que dê ênfase em projetos de incêndio e pânico, focado,
dessa forma, na engenharia de segurança. Diante disso e de todas as problemáticas
envolta do assunto, foi constatado que é de suma importância que os responsáveis
sejam capazes de aprimorar as legislações e pôr em prática os estudos para obter
uma maior eficácia no combate ao incêndio e ao pânico, pois, infelizmente, o foco em
melhorias só de dá a partir de tragédias ocasionais. Com este estudo de caso, o qual
teve embasamento em pesquisas e na entrevista com funcionários dos órgãos
responsáveis, notou-se a necessidade de alertar e conscientizar acerca das falhas na
comunicação, além da carência de uma legislação concisa que englobe, de forma
unificada, as leis de prevenção ao incêndio e ao pânico.
Deixa-se, como sugestão, a necessidade de uma reavaliação do sistema atual de
incêndio do campus da Estácio de Sá Niterói, visando aumentar o nível de segurança
e resposta rápida para caso ocorra algum sinistro, pois, segundo o manual de
prevenção e combate de incêndio de Secco (1982), a água é o agente extintor mais
antigo e mais utilizado no combate ao fogo, sendo, portanto, um sistema de resposta
rápida, e, assim como os chuveiros automáticos, é uma boa opção para um ambiente
estudantil, no qual há a aglomeração de um grande quantitativo de pessoas. Sendo,
de mesmo modo, necessária a prática de simulados e palestras a respeito da
segurança contra incêndio e pânico para que a Estácio consiga, além de transformar
as mentes das pessoas, como vem fazendo, contribuir mais para com a prática da
prevenção.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10897: Sistemas de
proteção contra incêndio por chuveiros automáticos –Requisitos. Rio de Janeiro,
2014.
BENTES, L. A. V. B. Estudo Comparativo Entre Metodologias De
Dimensionamento De Redes De Sistemas De Chuveiros Automáticos Do Tipo
Sprinkler. 2016. 80 f. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade
Federal de Goiás, Goiânia, 2016.
BLOG BOMBEIROS GUARDIÕES DA VIDA Nosso compromisso é Prevenir para
melhor Proteger. Disponível
em: https://bombeirosguardioesdavida.blogspot.com/2016/06/pontos-de-
temperatura.html. Acesso em: 28 mai. 2019.
BLOG SNC Classes de Incêndio. Disponível em:
http://www.blogsnc.com.br/2013/01/classes-de-incendio.html#axzz5pduoNK5I.
Acesso em: 28 mai. 2019.
BUCKA O que é um sprinkler e como ele atua no combate a incêndios? Disponível
em: https://www.bucka.com.br/o-que-e-um-sprinkler-e-como-ele-atua-no-combate-a-
incendios/. Acesso em: 28 mai. 2019;
COMISSÃO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO DO SETOR ELETRICO
NO ESTADO DE SP. Manual Combate Incêndio. Disponível em:
http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2017-03/manualcombateincendio.pdf.
Acesso em: 28 mai. 2019.
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. COSCIP:
Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Rio de Janeiro, DECRETO Nº 42,
DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. COSCIP:
Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Rio de Janeiro, Decreto Lei nº 247
de 21 de julho de 1975.
CBMRJ. Manual Básico do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 2016.
EZALPHA, M. V Sprinklers: proteção e eficiência. Disponível em:
https://ezalphamv.com.br/sprinklers-protecao-e-eficiencia/. Acesso em: 28 mai. 2019.
INSTITUTO SPRINKLER BRASIL. Brasil é o 3º país com o maior número de
mortes por incêndio (Newsletter nº 5). Disponível
em:https://www.sprinklerbrasil.org.br/imprensa/brasil-e-o-3o-pais-com-o-maior-
numero-de-mortes-por-incendio-newsletter-no-5/. Acesso em: 28 mai. 2019.
INSTITUTO SPRINKLER BRASIL Estatísticas 2012 até 2018. Disponível em
https://www.sprinklerbrasil.org.br/instituto-sprinkler-brasil/estatisticas/. Acesso em: 28
mai. 2019.
NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION. NFPA. Disponível em:
https://www.nfpa.org/News-and-Research/Publications-and-media/Press-
Room/Reporters-Guide-to-Fire-and-NFPA/All-about-fire. Acesso em: 25 mai. 2019.
PEREIRA, D. Matéria blog terra: 50 anos do incêndio circo. Disponível em:
https://www.terra.com.br/noticias/infograficos/incendio-circo/. Acesso em: 25 mar.
2019.
ONO, R. Parâmetros de garantia da qualidade do projeto de segurança contra
incêndio em edifícios altos. Ambiente Construído, v. 7, n. 1, p. 97-113. jan./mar.
2007.
SECCO, O. Manual de Prevenção e Combate de Incêndios. 3ª ed. São Paulo:
ABPA, 1982.
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
https://www.nucleodoconhecimento.com.br
RC: 46882 Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-mecanica/combate-ao-incendio-e-panico
SEITO, A. I. et. al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto,
2008.
Enviado: Dezembro, 2019.
Aprovado: Março, 2020.