UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA, A SOCIEDADE E O ENSINO
Reginaldo Altoé
Orientadora: Profª. Ana Cristina Guimarães
Rio de Janeiro
Julho/2004
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU-SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A INFORMÁTICA, A SOCIEDADE E O ENSINO
A apresentação da Monografia no Projeto A
Vez do Mestre, da Universidade Candido
Mendes, é condição prévia para a conclusão do
curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” em
Docência do Ensino Superior.
Por: Reginaldo Altoé
AGRADECIMENTOS
Aos queridos mestres do Projeto “A Vez do
Mestre”, aos meus novos amigos do curso
de Docência e a todas as pessoas que
direta ou indiretamente contribuíram para a
realização deste trabalho.
DEDICATÓRIA
A Deus, às minhas filhas Priscila e Tatiana,
de modo especial à minha esposa Marinês e
a todos os verdadeiros mestres.
As tecnologias são importantes, mas apenas se soubermos utilizá-las. E saber utilizá-las não é apenas um problema técnico.
Extraído de texto sobre Tecnologia do
conhecimento: Os desafios da Educação
(Ladislau Dowbor) - Março /2001
RESUMO
As primeiras experiências com o uso do computador na educação
foram feitas na década de 70, tanto no Brasil quanto em outros países.
Foram feitos muitos esforços mas, por diversas razões, ainda
estamos muito aquém do que seria desejável.
Em virtude dessas novas tecnologias, ocorreram muitas mudanças na
sociedade e também nos mais variados segmentos profissionais.
A popularização da informática, com os microcomputadores mais
acessíveis ao público em geral e, principalmente, com a utilização da
internet, transformou os costumes da sociedade.
É preciso haver mais investimentos na área da educação pois, somente
colocando computadores, não garante a utilização adequada como
auxiliares para o ensino.
A preparação dos professores para o uso de novas tecnologias na
educação tem demandado atenção redobrada, além disso, é preciso que os
governos tracem políticas educacionais que integrem as novas tecnologias
nos currículos escolares.
Deve-se estar atento para a grande desigualdade de recursos
existentes no país, pois em muitos lugares faltam carteiras, giz e até
professores. Portanto, como pensar em computadores nesses locais em que
muitas vezes não existem meios de comunicação e nem mesmo energia
elétrica .
Existe uma crescente utilização do Ensino à Distância (EAD),
facilitado pelas novas tecnologias computacionais e de comunicação.
Pode-se encontrar no mercado, inúmeros softwares educativos, para
as diversas áreas de conhecimento, inclusive para o ensino a deficientes, na
educação especial, podendo ser utilizado até mesmo a robótica.
Com todos esses avanços, utilizando todas essas tecnologias, não se
deve esquecer o componente mais importante, o ser humano.
Palavras chave: Informática, educação, aluno professor.
METODOLOGIA
A metodologia empregada neste trabalho foi baseada em pesquisa
teórica, dando mais ênfase na pesquisa bibliográfica e documental, com
utilização da internet, conforme cronograma abaixo:
Levantamento bibliográfico e demais fontes de consulta;
Escolha das informações coletadas;
Leitura mais detalhada;
Arranjo das informações na monografia;
Formatação final.
A coleta de informações foi feita a partir de consultas em material
impresso, em “sites” da internet, já conhecidos, e também utilizando
softwares de pesquisa.
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
EAD Ensino à Distância
EDUCOM Educação com Computador
CLATES Classificação de Atividades do Terceiro Setor
MEC Ministério da Educação e Cultura
NUTES Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
PREMEN Projeto de Expansão e Melhoria do Ensino
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFPe Universidade Federal de Pernambuco
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNICAMP Universidade de Campinas
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................. 09
Capítulo I – A Informática no Ensino e na Sociedade ........................... 11
Capítulo II – Como utilizar a Informática na Educação .......................... 20
Capítulo III – Aplicações da Informática no Ensino ............................... 30
Conclusão .............................................................................................. 49
Referências ............................................................................................ 51
Índice ..................................................................................................... 54
Folha de avaliação ................................................................................. 55
INTRODUÇÃO
As primeiras experiências com computadores na Educação, foram
iniciadas na década de 70, tanto no Brasil como em outros países, mesmo
assim, sua utilização ainda está muito aquém do desejado. A utilização em
quase todos os segmentos profissionais e a popularização da informática na
sociedade, principalmente com o uso da internet, serviu para criar um novo
perfil para as pessoas que estão chegando nas escolas e Universidades.
No Capítulo I será abordada a história da informática na educação,
assim como as mudanças ocorridas na sociedade em função dessas novas
tecnologias.
Não é apenas colocando um computador para os alunos que o
problema será resolvido, é necessário ter um comprometimento desde o
mais alto nível da administração, passando pelo preparo do ambiente,
programas, professores até chegar ao aluno.
No Capítulo II, serão abordados temas sobre como as escolas devem
se preparar e como os professores devem ser habilitados para trabalhar com
as tecnologias de informática. Em um breve texto, deseja-se mostrar como
estão chegando os alunos dessa nova realidade.
É possível utilizar a informática em apoio aos vários tipos de
deficiência, ou seja, para a educação especial, utilizando softwares
específicos ou mesmo a robótica. Existem vário tipos de programas ou
aplicativos, desenvolvidos para o auxílio do professor e do aluno na
aprendizagem. O ensino à Distância (EAD) é um segmento que está em
grande expansão, devido, principalmente, pelo grande avanço da informática
e telecomunicações.
O Capítulo III abordará, de maneira geral, o que são softwares
educativos, mostrando alguns exemplos e como os deficientes podem
utilizar a informática como auxílio na educação.
Uma área que está em grande evolução atualmente é o Ensino à
Distância (EAD), que também estará sendo descrito nesse capítulo. Ao final,
serão feitos alguns questionamentos sobre esse novo paradigma.
Capítulo I
1.1 - História da Informática no ensino
No Brasil, como em outros países, o uso do computador na educação
teve início com algumas experiências em universidades, no princípio da
década de 70. Na UFRJ, em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para
a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional
(NUTES/CLATES) usou o computador no ensino de Química, através de
simulações.
Na UFRGS, nesse mesmo ano, realizaram-se algumas experiências
usando simulação de fenômenos de física com alunos de graduação. O
Centro de Processamento de Dados desenvolveu o software SISCAI para
avaliação de alunos de pós-graduação em Educação.
Na UNICAMP, em 1974, foi desenvolvido um software, tipo CAI, para
o ensino dos fundamentos de programação da linguagem BASIC, usado
com os alunos de pós-graduação em Educação, produzido pelo Instituto de
Matemática, Estatística e Ciência da Computação, coordenado pelo Prof.
Ubiratan D'Ambrósio e financiado pela Organização dos Estados
Americanos. Em 1975, foi produzido o documento "Introdução de
Computadores no Ensino do 2° Grau", financiado pelo Programa de
Reformulação do Ensino (PREMEN/MEC) e, nesse mesmo ano, aconteceu a
primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao país, os quais
lançaram as primeiras sementes das idéias do Logo.
Entretanto, a implantação do programa de informática na educação no
Brasil inicia-se com o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática
em Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília em
1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982.
Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que
originou o EDUCOM e uma sistemática de trabalho diferente de quaisquer
outros programas educacionais iniciados pelo MEC. No caso da Informática
na Educação as decisões e as propostas nunca foram totalmente
centralizadas no MEC.
Eram fruto de discussões e propostas feitas pela comunidade de
técnicos e pesquisadores da área. A função do MEC era a de acompanhar,
viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, a primeira grande
diferença do programa brasileiro em relação aos outros países, como França
e Estados Unidos, é a questão da descentralização das políticas.
No Brasil as políticas de implantação e desenvolvimento não são
produtos somente de decisões governamentais, como na França, nem
conseqüência direta do mercado como nos Estados Unidos.
A segunda diferença entre o programa brasileiro e o da França e dos
Estados Unidos é a questão da fundamentação das políticas e propostas
pedagógicas da informática na educação.
Desde o início do programa, a decisão da comunidade de
pesquisadores foi a de que as políticas a serem implantadas deveriam ser
sempre fundamentadas em pesquisas pautadas em experiências concretas,
usando a escola pública, prioritariamente, o ensino de 2° grau. Essas foram
as bases do projeto EDUCOM, realizado em cinco universidades: UFPe,
UFMG, UFRJ, UFRGS e UNICAMP.
Esse projeto contemplou ainda a diversidade de abordagens
pedagógicas, como desenvolvimento de software educativos e uso do
computador como recurso para resolução de problemas.
Do ponto de vista metodológico, o trabalho deveria ser realizado por
uma equipe interdisciplinar formada pelos professores das escolas
escolhidas e por um grupo de profissionais da universidade. Os professores
das escolas deveriam ser os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto
na escola, e esse trabalho deveria ter o suporte e o acompanhamento do
grupo de pesquisa da universidade, formado por pedagogos, psicólogos,
sociólogos e cientistas da computação.
Na França as políticas implantadas pelo governo não foram
necessariamente fundamentadas em pesquisa. e nos Estados Unidos,
embora tenham sido produzidas inúmeras pesquisas, estas podiam ou não
ser adotadas pela escola interessada em implantar a informática.
A terceira diferença é a proposta pedagógica e o papel que o
computador deve desempenhar no processo educacional. Nesse aspecto o
programa brasileiro de informática na educação é bastante peculiar e
diferente do que foi proposto em outros países.
No nosso programa, o papel do computador é o de provocar
mudanças pedagógicas profundas ao invés de "automatizar o ensino" ou
preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com o computador. Todos os
centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na perspectiva de criar
ambientes educacionais usando o computador como recurso facilitador do
processo de aprendizagem.
O grande desafio era a mudança da abordagem educacional:
transformar uma educação centrada no ensino, na transmissão da
informação, para uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades
através do computador e, assim, aprender.
A formação dos pesquisadores dos centros, os cursos de formação
ministrados e mesmo os software educativos desenvolvidos por alguns
centros eram elaborados tendo em mente a possibilidade desse tipo de
mudança pedagógica.
Embora a mudança pedagógica tenha sido o objetivo de todas as
ações dos projetos de informática na educação, os resultados obtidos não
foram suficientes para sensibilizar ou alterar o sistema educacional como um
todo. Os trabalhos realizados nos centros do EDUCOM tiveram o mérito de
elevar a informática na educação do estado zero para o estado atual,
possibilitando-nos entender e discutir as grandes questões da área. Mais
ainda, temos diversas experiências instaladas no Brasil que apresentam
mudanças pedagógicas fortemente enraizadas e produzindo frutos.
No entanto, essas idéias não se alastraram e isso aconteceu,
principalmente, pelo fato de termos subestimado as implicações das
mudanças pedagógicas propostas no sistema educacional como um todo: a
mudança na organização da escola e da sala de aula, no papel do professor
e dos alunos, e na relação aluno versus conhecimento.
Somente através das análises das experiências realizadas é que
torna-se claro que a promoção dessas mudanças pedagógicas não depende
simplesmente da instalação dos computadores nas escolas. É necessário
repensar a questão da dimensão do espaço e do tempo da escola. A sala de
aula deve deixar de ser o lugar das carteiras enfileiradas para se tornar um
local em que professor e alunos podem realizar um trabalho diversificado em
relação a conhecimento e interesse.
O processo de repensar a escola e preparar o professor para atuar
nessa escola transformada está acontecendo de maneira mais marcante nos
sistemas públicos de educação, principalmente os sistemas municipais.
Nas escolas particulares o investimento na formação do professor
ainda não é uma realidade. Nessas escolas a informática está sendo
implantada nos mesmos moldes do sistema educacional dos Estados Unidos
no qual o computador é usado para minimizar o analfabetismo
computacional dos alunos ou automatizar os processos de transmissão da
informação.
Embora as questões envolvidas na implantação da informática na
escola estejam mais claras hoje, as nossas ações no passado não foram
voltadas para o grande desafio dessas mudanças. As ações ainda são
incipientes e não contemplam essas mudanças. Isso pode ser notadamente
observado nos programas de formação de professores para atuarem na área
da informática na educação que ainda hoje são realizados.
Apesar dos fortes apelos da mídia e das qualidades inerentes ao
computador, a sua disseminação nas escolas ainda está muito aquém do
que se anunciava e se desejava. A Informática na Educação ainda não
impregnou as idéias dos educadores e, por isto, não está consolidada no
nosso sistema educacional.
1.2 - A sociedade informatizada
Encontra-se uma boa definição no artigo “Programa de Informática na
Escola – Uma Sociedade Informatizada”, disponível em:
<http://www.paulofreire.org/piesocin.htm>, acessado em 24 de julho de
2004:
Nas últimas décadas a sociedade tem passado por transformações substantivas provocando, por um lado, estranhamento e insegurança e, por outro, perplexidade e fascinação. Da cisão do átomo à chegada do homem à lua; da válvula ao chip; dos anos rebeldes aos tempos da Aids, do Vietnã ao videogame da Guerra do Golfo, da queda do muro de Berlim, culminando na clonagem da ovelha Dolly e no pequeno jipe-robô Soujourner (Sonda Pathfinder) em Marte, o homem contemporâneo vislumbra e participa da emergência de um novo momento histórico, repleto de desafios e possibilidades.
O progresso da microeletrônica - com o circuito integrado, o chip –
teve ação decisiva nas mudanças ocorridas nas últimas décadas, pois
permitiu a evolução dos modernos computadores e a integração da
informática com os processos mecânicos resultando nas máquinas
computadorizadas.
A escola, ainda que refratária por longo tempo ao que estava
ocorrendo, começa a se integrar nesse quadro.
A ciência vem utilizando a informática largamente nos seus vários
ramos. Ela está claramente presente na medicina, na química, na física, nas
pesquisas biogenéticas, na astronomia e inclusive nas ciências humanas,
potencializando trocas e procedimentos, permitindo o trabalho sofisticado de
processamento de dados e manipulações estatísticas.
Praticamente todos os setores da economia são organizados,
gerenciados e projetados através dos sistemas integrados
computadorizados. Os cidadãos podem, no rastro do fortalecimento dos
movimentos sociais das últimas décadas e do progresso dos meios de
comunicação, monitorar as ações governamentais, criar comunidades
virtuais setoriais e pressionar governantes e instituições, criando redes locais
e internacionais, trocando informações e superando as tentativas de
censura.
No campo social e cultural, o desenvolvimento tecnológico e dos
meios de comunicação de massa vem redefinindo os padrões de
comportamento, de valores e atitudes, atualmente incrementados com o
surgimento de comunidades sociais virtuais, que possibilitam trocas culturais
e de saberes entre os internautas, inaugurando novas atitudes, vocabulários
e uma nova racionalidade na gestão do tempo e nos afazeres profissionais e
domésticos.
Esse mundo da informática e da comunicação está criando um
ambiente mental, afetivo e comportamental bem diferente que as gerações
passadas: estreitando relacionamento entre pessoas, povos e culturas,
fontes de esperanças para a humanidade.
Afetam, sobretudo, a vida do cidadão - a educação em todos os
níveis: massificação de uma cultura superficial, violenta, sem ética e imposta
pela "mídia", um novo tempo de perversidade - a do desrespeito à vida e aos
direitos humanos.
Essas novas tecnologias viabilizam a integração social, ao aproximar
as pessoas e permitir o livre acesso às informações de interesse público e
privado.
O surgimento destas estradas de informação, também chamadas de
infovias ou supervias, é um fenômeno mundial recente, representado por
uma série de ferramentas voltadas à implementação das novas tecnologias
da indústria digital.
Ao mesmo tempo que se caracteriza como poderosa fonte geradora
de desenvolvimento, toda esta tecnologia permite o aumento das
desigualdades entre pessoas e países. Motivo pelo qual ganha cada vez
maior destaque a responsabilidade do Poder Público e da sociedade na
organização e implementação de políticas de alfabetização digital .
A alfabetização digital, a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias
que alavanquem a universalização dos serviços de informação vão ampliar o
conceito de cidadania e diminuir cada vez mais as barreiras sociais que
geram a exclusão digital no Brasil.
Existem enormes diferenças estruturais entre países ricos e pobres, a
globalização tecnológica permite imensas oportunidades àquelas nações
que souberem superar limitações históricas e direcionar seus projetos de
desenvolvimento para os caminhos trilhados pela Sociedade da Informação.
A sociedade solicita um homem que saiba trafegar não só pelos
meandros de uma área específica, mas que também não se inibe com a
incerteza e velocidade das transformações da técnica.
O mundo tornou-se totalmente globalizado e altamente tecnificado,
fazendo surgir uma competição quase selvagem entre as nações que
demanda cada vez mais apenas pessoas qualificadas, tanto culturalmente
como em escolaridade formal.
As habilidades exigidas são cada vez mais sofisticadas pois a
evolução do modo de produção despreza o trabalho desqualificado e
repetitivo, substituído eficientemente pela automatização e robotização.
Existem opiniões de que, através da Internet, o ser humano tem a
facilidade de socialização mais abrange e global. Pode aprender o interesse
pode várias línguas, países, cidades, estudar diversas culturais, conversar
de dentro de casa com pessoas nas mais diversas localizações do mundo,
comprar, pesquisar, ler, ouvir, ou seja, uma verdadeira biblioteca
globalizada.
Outros acham que o contato com as pessoas diretamente faz parte do
viver. Brincar na rua, nos parques, jogar bola, pegar as frutas diretamente no
pé, andar descalço são comportamentos que a criança deve manter.
São os princípios da vida. Foi falado que brincar na rua é perigoso,
mas está ficando assim nas grandes cidades, pois não podemos esquecer
que o Brasil enorme e em muitos lugares ainda a Internet não chegou. Lá os
velhos hábitos de contato pessoal ainda são fortes, mas também não há
como negar que será dividido no futuro, com o hábito de uso da Internet.
O assunto poderia ser levado para um belo debate, mas não
precisamos ficar cegos para as novas tendências e muito menos esquecer
os velhos hábitos. Cabe a nós, pais e mães da era moderna saber educar
nossos filhos para que os mesmos saibam filtrar sua atenção para aquilo
que de fato será útil para ele .
Devido a estas dificuldades, a educação é mais do que nunca um dos
pilares para a construção de qualquer sociedade que pretenda ser
desenvolvida.
Capítulo II
2.1 - O preparo das escolas
No site Robótica Educativa, artigo “Informática na Educação”,
disponível em <http://www.roboticafisica.hpg.ig.com.br/tecnologia_edu.html>,
acessado em 24 de julho de 2004, diz:
Através de uma revisão da literatura sobre a introdução da informática na educação, no ensino regular e especial, verificou-se que o computador é uma nova tecnologia presente em vários momentos de nosso dia-a-dia, e pode ser aplicado tanto na parte administrativa e coordenação da escola, ou servindo como auxílio direto do professor em suas tarefas de ensino e avaliação; sendo que se for bem aplicado poderá trazer grandes benefícios para os nossos alunos, no seu desenvolvimento e crescimento intelectual.
Se de um lado as inovações - sejam elas referentes a novos métodos
de ensino ou ao emprego da televisão, de slides, de vídeo e, agora, da
informática - têm esse apelo deslumbrante, de outros elas não são
integradas facilmente ao cotidiano das escolas.
Em geral, as políticas educacionais são introduzidas no sistema
educacional de maneira inadequada, sem levar em conta as condições da
escola. Dos diretores e dos professores, encontrando barreiras em face das
frustrações sucessivas que estas políticas têm provocado.
Contudo, é preciso reconhecer que nas escolas, como em qualquer
instituição, existe certa acomodação, certo modo de viver já instituído; nelas
nem sempre se aceita com facilidade a introdução de mudanças, as quais
são percebidas como fatores que podem vir a alterar as rotinas dominadas,
sobejamente conhecidas e aceitas - sejam as rotinas da própria escola,
sejam as pessoais de vida.
Esta percepção traz consigo sentimentos de insegurança e ameaça,
pois as mudanças propostas põem em questão velhos hábitos de trabalho,
de método do tempo e etc.
Para a implantação do computador na educação são necessários
basicamente quatro ingredientes: o computador, o software educativo, o
professor capacitado para usar o computador como meio educacional e o
aluno.
Todos eles têm igual importância entretanto, numa visão geral dos
diferentes usos do computador e, especificamente, existem diferentes tipos
de software educativo: um ingrediente com tanta importância quanto os
outros pois, sem ele, o computador jamais poderá ser utilizado na educação.
Para falar em mudança, cabe lembrar que a escola mudou pouco
durante estes anos. Criaram-se novos recursos como a TV e vídeo para
melhorar o processo de ensino e aprendizagem, mas estes equipamentos
foram absorvidos pelas escolas e nota-se pouco impacto na qualidade do
processo de ensino e aprendizagem.
Um dos receios é que os computadores também causem este pouco
impacto, por isso a preocupação em fazer com que o professor esteja
integrado ao ambiente informatizado e consciente do que seja este
"ambiente".
Como afirma Ricardo Falzetta, no artigo “Do laboratório à sala de
aula”, na edição nº 145 de setembro de 2001, acessado em 26 de julho de
2004, no site:
<http://novaescola.abril.uol.com.br/index.htm?navegar/navegar_eh_preciso>:
A informática está nas ruas, no trabalho, no entretenimento, na saúde, nas ciências... No Brasil, muitas escolas não constam dessa lista. Apesar de todos os esforços, ainda é baixo o índice de informatização da rede pública — e até da privada. Vários fatores jogam contra. O porte da nossa educação, com números sempre na casa dos milhões, faz perder o fôlego. O investimento necessário para levar as novas tecnologias para dentro das salas de aula é igualmente extraordinário. E falta um bocado de vontade política.
Os computadores e as tecnologias relacionadas a eles, estão
começando a serem introduzidos nas escola. Porém algumas questões
precisam ser refletidas: Será que estamos preparados para utilizar este
recurso? Será que sabemos qual sua finalidade?
A escola precisa redimensionar seu papel, a do professor e do aluno
para criar novos ambientes de aprendizagem, onde as pessoas irão refletir a
quem servirão e que ser humano queremos para construir este novo avanço
tanto na escola como na sociedade. Fala-se em sociedade, porque a cada
dia que passa, estamos enfrentando novos desafios e que exigiram soluções
mais sofisticadas.
Porém, não é simplesmente instalando máquinas que a "escola:
especial ou não" estará contribuindo para a educação de seus cidadãos. É
preciso estabelecer algumas condições necessárias para que o computador
se torne este instrumento valioso na formação do aluno:
• O computador deverá ser utilizado como um instrumento auxiliar para o
desenvolvimento integral do sujeito, e não apenas como armazém de
informações disponíveis .
• O computador é uma máquina que estende os poderes da inteligência
humana, logo deverá ser utilizado como um instrumento para o próprio
sujeito ampliar seu potencial intelectual.
• O computador deverá ser utilizado como um instrumento capaz de
auxiliar na mudança do ensino, entrando no sistema educacional para
alimentar o processo de aprendizagem.
• O computador deverá ser um instrumento social, permitindo a interação
entre indivíduos, grupos e mesmo encurtando distâncias, possibilitando,
assim, a troca entre grupos distantes no espaço e no tempo,
favorecendo o aproveitamento imediato de múltiplas experiências.
Na discussão destas mudanças, podemos destacar a necessidade de
incluir discussões referentes às relações humanas. As pessoas precisam
entender a interação, colaboração e a cooperação entre indivíduos como
aspectos essenciais para os processos de construção e reconstrução do
conhecimento e crescimento pessoal.
Saber ouvir, falar, pensar, refletir, mudar de perspectiva para poder criar
um lugar de convívio e aprendizagem. O diálogo é um processo que precisa
estar sempre presente neste novo ambiente, através dele é que se forma o
pensamento das novas gerações.
Além disso, considera-se que o microcomputador pode operar em
conjunto com outras mídias, tornando a atividade de aprendizagem escolar
mais rica pela motivação que se pode criar com esses recursos, tanto pelas
oportunidades de interação entrem os alunos que eles proporcionam como
pelas condições de interação que se criam na relação professor - aluno.
Evidentemente isso tudo altera e bastante não só a rotina da escola
como a do próprio professor , no que diz respeito a domínio e manipulação
de informação e conhecimento. Exige ainda, da administração da escola
capacidades novas, criatividade e flexibilidade. Não basta dizer "olha, vou
pôr um micro lá na sala de aula" e tudo está feito. A qualidade de uso desse
instrumento está nas pessoas e não na máquina.
2.2 - A informática no auxílio ao professor
Primeiro, os computadores podem ser usados para ensinar. A
quantidade de programas educacionais e as diferentes modalidades de uso
do computador mostram que esta tecnologia pode ser bastante útil no
processo de ensino-aprendizado.
Acredita-se que a tecnologia sozinha não é solução única condutora
desse processo. Colher os benefícios que os computadores podem oferecer
requer, antes de tudo, a capacitação e a mudança de comportamento dos
professores, bem como novos projetos curriculares.
Os professores são levados a deixar de ser controladores da
informação e detentores exclusivos do conhecimento. Isso evidencia uma
mudança substancial nos atuais modelos, o que nos coloca diante de um
novo paradigma educacional.
Em seu artigo “O Computador como agente transformador de
Educação e o papel do objeto de aprendizagem”, disponível em
<http://www.abed.org.br/seminario2003/texto11.htm>, acessado em 27 de
julho de 2004, Clovis Soares e Sá Filho, afirmam que:
É importante dar-se conta de que na sociedade moderna, "a pedagogia das certezas está sendo substituída por uma pedagogia do problema", onde o saber pré-fixado cede lugar à busca da informação para a construção contínua do conhecimento. É nesse contexto que o computador deve ser inserido na Educação. Uma ferramenta da sociedade tecnológica que pode ser usada para auxiliar a condução do aluno na busca prazerosa da descoberta. E o novo papel do professor é mostrar ao aluno que ele pode descobrir.
O papel de detentor do saber cederá lugar ao de um guia no universo
do conhecimento.
Dessa forma, o professor deverá ser o orientador, o coordenador e o
incentivador do aprimoramento das funções de pensamento. Sua tarefa será
a de estimular os alunos a navegar pelo conhecimento e a realizar suas
próprias descobertas. O relacionamento entre professores e alunos tende a
ser mais descontraído e interpessoal.
Novos campos de atuação e desafio se abrem para o professor, como
aprender a lidar com as novas tecnologias e a integrá-las ao
desenvolvimento pleno do ser humano, na área sensorial, emocional e
intelectual. Assim, mais do que transmitir conteúdos, o professor vai ensinar
o aluno a pensar. Não basta que ele seja um grande especialista.
A mudança da função do computador como meio educacional
acontece juntamente com um questionamento da função da escola e do
papel do professor.
A verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de
ensinar mas sim a de criar condições de aprendizagem.
Isto significa que o professor deve deixar de ser o repassador do
conhecimento — o computador pode fazer isto e o faz muito mais
eficientemente do que o professor — e passar a ser o criador de ambientes
de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelectual
do aluno.
As novas tendências de uso do computador na educação mostram
que ele pode ser um importante aliado neste processo que estamos
começando a entender.
Em seu artigo “Alfabetização numa sociedade Informatizada”,
disponível em: <http://www.newageconsultores.com.br>, acessado em 26
de julho de 2004, Daniel D. Rade diz o seguinte:
Ao invés, a escola se tornará um canal para informação e sua função como tal, será dupla. Primeiro, proverá ao estudante acesso à informação e ao conhecimento. Segundo,será um filtro para o ruído. Existe tanta informação disponível, que o estudante precisará de ajuda para distingüir o significado do ruído. O professor estará interessado em ajudar o estudante através do processo de análise e de síntese. Estas aptidões levarão à descoberta de conceitos. Conceitos são as substâncias do conhecimento.
O computador deve ser encarado como ferramenta, ou seja, como um
serviçal à disposição de seu mestre - o professor -, e não como instrumento
de escravização do professor, devendo este escolher as formas, o momento,
as condições para sua utilização.
Dessa perspectiva, é preciso que a diretores e professores seja dada
a oportunidade de conhecer, compreender e, portanto, escolher as formas
de uso da Informática a serviço do ensino.
Não é o uso da máquina simplesmente que fará com que estes
objetivos sejam alcançados; é antes de tudo, a postura educacional frente ao
computador. É o facilitador trabalhando com seus alunos que criará
condições para que estes objetivos sejam alcançados. Isto nos leva a outra
questão: a formação do professor.
De nada adianta possuir computadores de última geração e
programas moderníssimos se não saber como utilizá-los. O professor
precisa ser reciclado e iniciado na informática educativa para que possa
utilizá-la como um instrumento de ensino-aprendizagem.
Será desta forma que o computador poderá ajudar ao professor a se
tornar um orientador do processo de aprendizagem, podendo dispor de
meios para atender aos alunos de forma diversificada de acordo com suas
necessidades.
Com certeza o computador é uma ferramenta de aprendizagem
importante na educação, pois oferece um suporte, uma infra-estrutura para
que se possa realizar coisas que em outros instrumentos não poderiam.
2.3 - Os novos alunos
Desenvolver competências nos alunos é a palavra de ordem da
educação moderna. Para formar pessoas preparadas para a nova realidade
social e do trabalho, o professor brasileiro enfrenta o desafio de mudar a sua
postura frente à classe, ceder tempo de aula para atividades que integrem
diversas disciplinas e estar disposto a aprender com a turma.
Quando o computador ensina o aluno o computador assume o papel
de máquina de ensinar e a abordagem educacional é a instrução auxiliada
por computador. Essa abordagem tem suas raízes nos métodos de instrução
programada tradicionais, porém, ao invés do papel ou do livro, é usado o
computador.
Há algum tempo atrás, havia uma matéria nas escolas chamada
Caligrafia, onde as crianças praticavam a escrita, “desenhando” as letras e
palavras em um caderno próprio para esse fim.
É interessante recordar esse fato para comparar com a nova
realidade, onde, com a popularização, principalmente do computador e da
Internet, a criança, mesmo antes de começar na escola, já sabe “teclar”,
“deslizar” o mouse, identificar os ícones e símbolos.
De sua casa, a criança ou o adolescente, pode ficar sabendo das
novidades, encontrar os assuntos de seu interesse, comunicar-se com quem
quiser, em qualquer parte do mundo, trocando informações e diversas outras
coisas que essas novas tecnologias proporcionam, com grande velocidade.
A utilização dessas tecnologias poderá abrir novos horizontes na
didática e novas dinâmicas em salas de aula, mas se não forem utilizadas
corretamente, o efeito será desastroso.
Vários questionamentos sobre o assunto são feitos e, um deles, trata
da pobreza do nosso sistema educacional: a escola não tem carteiras, não
tem giz, não tem merenda e o professor ganha uma miséria. Nessa pobreza,
como falar em computador?
Outro argumento utilizado contra o uso do computador na educação é
a “desumanização” que pode provocar na educação.
Todos esses questionamentos e dúvidas são compreensíveis, pois
isso acontece em qualquer mudança ou novidade, porém, não se pode
negar que o computador está aí é preciso aproveitar suas características,
adaptando-o como grande auxiliar no aprendizado.
As tarefas repetitivas, por exemplo, serão realizadas pela máquina,
liberando o professor para outras atividades.
Em quase todas as atividades o computador está presente, auxiliando
as pessoas nas mais variadas profissões. Porque na escola seria diferente?
Deve-se superar todas as dificuldades, principalmente em
investimentos, tanto em materiais quanto em recursos humanos, e a escola
tem que estar preparada para receber esses novos “@lunos”.
Capítulo III
3.1 - Softwares educativos
A história do desenvolvimento do software educacional mostra que os
primeiros programas nesta área são versões computadorizadas do que
acontece na sala de aula. Entretanto, isto é um processo normal que
acontece com a introdução de qualquer tecnologia na sociedade.
A instrução programada consiste em dividir o material a ser ensinado,
em pequenos segmentos lógicamente encadeados e denominados módulos.
Cada fato ou conceito é apresentado em módulos sequenciais. Cada módulo
termina com uma questão que o aluno deve responder preenchendo
espaços em branco ou escolhendo a resposta certa entre diversas
alternativas apresentadas.
O estudante deve ler o fato ou conceito e é imediatamente
questionado. Se a resposta está correta o aluno pode passar para o próximo
módulo. Se a resposta é errada, a resposta certa pode ser fornecida pelo
programa ou, o aluno é convidado a rever módulos anteriores ou, ainda, a
realizar outros módulos, cujo objetivo é remediar o processo de ensino.
Aas novas modalidades de uso do computador na educação apontam
para uma nova direção: o uso desta tecnologia não como "máquina de
ensinar" mas, como uma nova mídia educacional.
O computador passa a ser uma ferramenta educacional, uma
ferramenta de complementação, de aperfeiçoamento e de possível mudança
na qualidade do ensino. Isto tem acontecido pela própria mudança na nossa
condição de vida e pelo fato de a natureza do conhecimento ter mudado.
Vive-se num mundo dominado pela informação e por processos que
ocorrem de maneira muito rápida e imperceptível. Os fatos e alguns
processos específicos que a escola ensina rapidamente se tornam obsoletos
e inúteis.
É difícil falar em educação sem falar das novas tecnologias de
comunicação, principalmente a informática. Ela vem ocupando um espaço
cada vez maior nas reflexões e práticas educativas. A cada dia que passa
surgem novos softwares para a área educacional.
No entanto, uma das dificuldades que os educadores enfrentam é
selecionar, entre os diferentes softwares disponíveis no mercado, aqueles
que serão mais adequados para os seus objetivos educacionais e para os
seus alunos.
Portanto, ao invés de memorizar informação, os estudantes devem
ser ensinados a buscar e a usar a informação. Estas mudanças podem ser
introduzidas com a presença do computador que deve propiciar as
condições para os estudantes exercitarem a capacidade de procurar e
selecionar informação, resolver problemas e aprender independentemente.
Abaixo, estão listados alguns dos pontos utilizados na análise dos
softwares:
Correção conceitual, gramatical e ortográfica;
Apresentação de diferentes níveis de dificuldade;
Motivação para a solução de problemas;
Adequação da linguagem à faixa etária a que se destina;
Agradibilidade visual ;
Facilidade de instalação;
Seqüência de apresentação dos exercícios (aleatória ou linear);
Facilidade de navegação;
Clareza e eficácia do manual;
Feedback que auxilie na compreensão dos erros e na construção das
respostas corretas.
A seguir, dentre muitos, serão descritos três softwares educativos,
avaliados por Marcus Cysne, Francisca Verônica Meireles, Valcídia Prado
Pinheiro e Márcio Fábio de Barros Alcântara, alunos do Prof. Raimundo
Benedito do Nascimento, disciplina Informática na Educação, Turma C, do
Departamento de Fundamentos da Educação, Universidade Federal do
Ceará:
1) Casa da família urso
Registro: Ed. Gráfica Expoente LTDA Localização: Laboratório
Multimeios
Autor: Sistema Expoente de Ensino
Empresa: Microsoftware Windows Coorporation
Objetivo: Trabalhar a percepção visual
Idioma: Português, espanhol e inglês
Resumo: O softwareware visa desenvolver a coordenação visual da
criança, oferecendo condições para trabalhar gênero (masculino e
feminino), associação, boas maneiras, espírito de cooperação, tamanho
e cor.
2) Tangram
O Tangram é um quebra–cabeça muito antigo, inventado na china é
um quadrado dividido em sete partes, e com elas podemos construir
muitas figuras, juntando suas pecas.
Para construir figuras como o Tangram sempre se usam todas as
pecas, devendo ficar unidas não se colocando uma peça em cima da
outra.
Objetivos Específicos: Levar o aluno a explorar as figuras que
compõem o Tangram, desenvolver o espírito de observação de formas
geométricas e desenvolver a criatividade.
Desenvolvimento
- Ensinar os alunos a construírem o seu próprio Tangram.
- Solicitar aos alunos que formem figuras usando as
pecas do mesmo.
- Analisar com os alunos as pecas do Tangram observando o numero
de lados e o tamanho de cada um.
- Dar uma introdução sobre polígonos.
- Mostrar aos alunos os tipos de polígonos existentes no Tangram.
3) Super Logo 3.0
Idioma: Português
Autor: Traduzido e adaptado pelo Núcleo de Informática Aplicada à
Educação, Universidade Estadual de Campinas.
Objetivo: Permitir ao usuário resolver problemas, definindo programas
a partir do seu conjunto de ações (comandos e operações) em
diferentes domínios do conhecimento e níveis de escolaridade.
Resumo: A característica fundamental do Logo é o equilíbrio entre a
sofisticação computacional e o acesso facilitado à atividade de
programação. Essa facilidade deve-se a uma terminologia simples em
termos de nomes de comandos, de regras sintáticas e de uma parte
gráfica que se caracteriza pela presença de um cursor representado
pela figura de uma Tartaruga que pode ser deslocada no espaço da
tela através de alguns comandos relacionados ao deslocamento e giro
da mesma.
O Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), no site <www.nce.ufrj.br>, vem nos últimos anos se
dedicando à criação de um sistema de computação destinado a atender aos
deficientes visuais.
O DOSVOX vem se desenvolvendo desde 1993 e muitos aspectos
humanos, técnicos e políticos estiveram envolvidos na sua criação e
disseminação. Aqui serão conhecidos os primórdios do DOSVOX, seus
primeiros desenvolvedores e usuários, alguns dos caminhos percorridos, e
entenderá porque ele foi desenvolvido e porque continua sendo o sistema
mais usado no Brasil por deficientes visuais.
O DOSVOX é um sistema para microcomputadores da linha PC que se
comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste
modo, o uso de computadores por deficientes visuais, que adquirem assim,
um alto nível de independência no estudo e no trabalho.
O sistema realiza a comunicação com o deficiente visual através de
síntese de voz em Português, sendo que a síntese de textos ser configurada
para outros idiomas.
O que diferencia o DOSVOX de outros sistemas voltados para uso por
deficientes visuais é que no DOSVOX, a comunicação homem-máquina é
muito mais simples, e leva em conta as especificidades e limitações dessas
pessoas.
Ao invés de simplesmente ler o que está escrito na tela, o DOSVOX
estabelece um diálogo amigável, através de programas específicos e
interfaces adaptativas. Isso o torna insuperável em qualidade e facilidade de
uso para os usuários que vêm no computador um meio de comunicação e
acesso que deve ser o mais confortável e amigável possível.
O DOSVOX também convive bem com outros programas de acesso
para deficientes visuais (como Virtual Vision, Jaws, Window Bridge,
Windows Eyes, ampliadores de tela, etc) que porventura estejam instalados
na máquina do usuário.
O DOSVOX contava em dezembro de 2002 com cerca de 6000
usuários no Brasil e alguns países da América Latina. Nesta época, o
número de usuários que acessava a Internet era estimado em cerca de 1000
pessoas.
3.2 - Utilização com deficientes
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% da população
brasileira apresenta algum tipo de deficiência. Porém, esse número é
questionado por especialistas, alegando-se ser a porcentagem mais alta.
Uma das justificativas desse pensamento é a falta de oportunidades para
participação dessas pessoas na sociedade, retrato do modo como foi
encarada a deficiência através dos tempos.
Ao longo da história da humanidade, foram diversas as atitudes
assumidas pela sociedade e certos grupos sociais para com as pessoas com
deficiência visual, auditiva, física e mental. Tais atitudes foram se alterando
por influência dos fatores econômicos, culturais, filosóficos e científicos.
A crescente valorização dos direitos humanos e dos conceitos de
igualdade de oportunidades, do direito à diferença, da solidariedade e da
justiça social, determinaram o desabrochar de uma nova mentalidade e a
elaboração de novos documentos, de relevante significado, evidenciando
novas concepções jurídico-políticas e filosóficas.
Pode-se encontrar no artigo “Educar para a Autonomia”, disponível
em <http://infoesp.vilabol.uol.com.br/filosof1.htm>, acessado em 18 de julho
de 2004, a seguinte afirmação:
Quando as pessoas com necessidades educacionais especiais ingressam em um sistema educativo tradicional, em uma escola tradicional, seja especial ou regular, freqüentemente vivenciam interações que reforçam uma postura de passividade diante de sua realidade, de seu meio. Freqüentemente são submetidas a um paradigma educacional no qual elas continuam a ser o objeto, e não o sujeito, de seus próprios processos. Paradigma esse que, ao contrário de educar para a independência, para a autonomia, para a liberdade no pensar e no agir, reforça esquemas de dependência e submissão. São vistas e tratadas como receptoras de informações e não como construtoras de seus próprios conhecimentos.
Algumas providências básicas podem ser adotadas para facilitar a
vida de que tem algum tipo de deficiência, como por exemplo:
Acessibilidade
Construção de rampas, banheiros adaptados, instalação de elevadores
com painel em Braille e portas largas. Os alunos portadores de cegueira
passam por treinamento em orientação e mobilidade, adquirindo
autonomia em sua locomoção pelo "campus";
Treinamento de funcionários quanto à maneira mais adequada de
interagir com aluno com deficiência;
Orientação aos professores para que estes possam oferecer aos seus
alunos condições de bom aproveitamento e participação;
Colocação de placas indicativas, por meio do Sistema Braille, segundo
os critérios estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), com o objetivo de facilitar a localização dos pontos de
referência, dentro da Universidade e propiciar maior autonomia a essa
população;
Confecção de cardápios escritos em Braille, nas lanchonetes ou
restaurantes.
Existem também, as necessidades para as deficiências mais
específicas, como:
Deficiente visual
Orientações para adquirir mobilidade independente dentro da
Universidade;
Oferta de cursos de Informática, por meio da utilização dos programas
"Virtual Vision" e "Dosvox" (ledores de tela), proporcionando autonomia
aos deficientes em seus trabalhos acadêmicos e consultas à Internet.
Esse ambiente deve garantir o direito de todos, deficiente ou não, de
usufruir do mesmo espaço;
Transcrições de materiais pedagógicos (textos, livros e provas) para o
Braille e do Braille para caracteres comuns. Para o aluno portador de
visão subnormal, os materiais pedagógicos são ampliados;
os professores desses alunos devem ser orientados sobre as formas de
atendê-los em suas aulas e sobre a necessidade de fornecerem com
antecedência os materiais impressos a serem utilizados, para que
possam ser transcritos em Braille ou ampliados, proporcionando a todos
igualdade de oportunidades.
Deficiente Auditivo
Oferta de um intérprete de Língua de Sinais na sala de aula.
Orientação aos professores para atendimento aos alunos.
Deficiente Físico
Oferta de carteiras anatômicas adequadas aos alunos;
Orientação aos professores para atendimento aos alunos.
3.3 - Ensino à Distância
No sentido fundamental da expressão, EAD é algo bastante antigo.
Nesse sentido fundamental, EAD é o ensino que ocorre quando o ensinante
e o aprendente (aquele a quem se ensina) estão separados (no tempo ou no
espaço). Obviamente, para que possa haver EAD, mesmo nesse sentido
fundamental, é necessário que ocorra a intervenção de alguma tecnologia.
A Educação à Distância (EAD) teve início no final do século XVIII
através do ensino por correspondência. A partir do século XX foram
realizadas várias experiências buscando novas metodologias de ensino com
a utilização do rádio, posteriormente com a televisão até emprego de
recursos computacionais.
O Ensino à Distância é uma forma de comunicação entre aluno e
professor que não se encontram no mesmo local. Seu o objetivo é prover o
acesso a informação a um grande número de pessoas ao mesmo tempo,
independente de horários e do grau de escolaridade anterior, promovendo a
eficiência, a eficácia e a qualidade do ensino. A EAD permite a constante
atualização dos alunos nas diversas áreas de ensino e a complementação
do ensino tradicional.
De acordo com pesquisas, mais de 80 países, nos cinco continentes,
adotam a EAD em todos os níveis de ensino, através de sistemas formais e
não-formais de ensino, atendendo a milhões de estudantes.
Visa-se com esta pesquisa, avaliar os diversos recursos tecnológicos
que podem ser utilizados na Educação à Distância. Procurou-se avaliar
softwares de acordo com a necessidade dos professores, levando em
consideração a viabilidade de sua utilização.
A EAD não substitui a Educação Tradicional, mas age como
complemento. Não substitui o professor, valoriza-o nas suas capacidades,
motiva-o a trabalhar de forma cooperada com outras habilidades e
especializações ampliando o seu magistério.
O professor não atua apenas como um transmissor de informações,
mas atua como um facilitador do aluno, esclarecendo suas dúvidas. A
separação existente entre o professor e o aluno ocorre devido ao tempo
diferente em que são produzidos os processos básicos da construção
educativa.
Estes processos visam reduzir as dificuldades do aluno, procuram
planejar os contatos e a tutoria, preparam os melhores materiais e apoiam-
se nos melhores e mais adaptados meios de comunicação.
Na EAD, a preocupação volta-se para o desenvolvimento da
cidadania (formação de um cidadão com capacidade crítica e criativa) e a
igualdade de oportunidades de acesso ao saber acumulado pelo homem ao
longo de sua história. Assim, o uso mais eficiente do tempo melhora tanto o
rendimento da aprendizagem quanto da produtividade.
São utilizados meios técnicos de comunicação, usualmente
impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos
programáticos. Em geral, os cursos elaborados são auto-instrucionais,
apoiados por materiais para estudo independente, contendo objetivos claros,
auto-avaliações, exercícios, atividades e textos complementares.
A EAD também tem como objetivo desenvolver a autonomia e a
independência do aluno, auxiliando na formação de seu pensamento crítico
e analítico.
Os cursos caracterizam-se portanto, pela centralização de produção e
descentralização da aprendizagem, utilizando recursos que, além de serem
atrativos, facilitam a aprendizagem: recursos de multimídia, filmes,
videodiscos, videotextos, rádio, etc.
Entretanto a EAD provê um estudo individualizado, sem pretender que
ele seja uma característica exclusiva desta forma de ensino. Para a
preparação dos materiais de apoio levam-se em consideração as
características pessoais e o ritmo de estudo individual do aluno. Existe uma
tendência para a adoção de estruturas curriculares flexíveis, em módulos e
sistemas de créditos, permitindo a adaptação de materiais de acordo com as
necessidades dos estudantes, sem a preocupação de seguir um currículo
estanque.
Essa flexibilidade ocorre devido a adoção de uma concepção aberta
de ensino e a existência prévia de grande variedade de materiais,
apresentando ao aluno várias alternativas de aprendizagem.
Considerando-se que toda a tecnologia pertinente deve ser utilizada
na educação, visando a formação do pensamento crítico de estudantes e
professores para a resolução de problemas, de imediato a EAD utiliza-se de
diferentes mídias para fazer as transferências de material e para a
programação de aulas, escolhendo a mídia adequada de acordo com o tipo
de aluno e infra estrutura disponível.
O uso dos recursos da informática enriquecem os ambientes de
aprendizagem, pela interação entre o aluno e o computador, ou seja, cada
estudante é um sujeito ativo, e através destes recursos pode obter
informações e esclarecer suas dúvidas mais rapidamente.
O desenvolvimento das atividades, neste ambiente, busca incentivar o
questionamento, a reflexão sobre as próprias ações e, principalmente, a
cooperação entre os agentes do processo de ensino-aprendizagem.
Os avanços da micro informática indicam uma tendência excepcional
para a educação, através da multimídia e da realidade virtual, principalmente
para o ensino de matérias que requerem exercícios e experiências
simuladas. Através do uso das redes, o aluno poderá estar constantemente
em comunicação com outros alunos, professores, pesquisadores, ou
pessoas da comunidade, proporcionando uma melhor formação educacional
e social.
Tradicionalmente, o material destinado ao Ensino à Distância consiste
essencialmente em material estático, veiculado através de textos pré-
impressos, cassetes de áudio e de vídeo ou programas de rádio e de
televisão.
O material utilizando tecnologia hipermídia associada, abre novas
perspectivas: pode ser desenvolvido em menos tempo, tolera facilmente as
alterações e pode ser distribuído de um modo relativamente mais rápido
através das redes de comunicação de dados, se comparado com o correio,
meio de difusão utilizado no material de estudo à distância tradicional.
Os recursos utilizados na pesquisa foram os meios de comunicação
da Internet, como o email, ftp, telnet, talk, o netscape e a linguagem para a
construção de hiperdocumentos. Também foram estudados os conceitos de
redes como o Mbone, conceitos e aplicações de videoconferência e
softwares educacionais citados nos itens abaixo.
O surgimento do rádio, da televisão e, mais recentemente, o uso do
computador como meio de comunicação vieram dar nova dinâmica ao
ensino à distância. Cada um desses meios introduziu um novo elemento ao
EAD:
X O rádio permitiu que o som (em especial a voz humana) fosse levado
a localidades remotas. Assim, a parte sonora de uma aula pode, com
o rádio, ser remotizada. O rádio está disponível desde o início da
década de 20, quando a KDKA de Pittsburgh, PA, tornou-se a
primeira emissora de rádio comercial a operar.
X A televisão permitiu que a imagem fosse, junto com o som, levada a
localidades remotas. Assim, agora uma aula quase inteira,
englobando todos os seus componentes audiovisuais, pode ser
remotizada. A televisão comercial está disponível desde o final da
década de 40.
X O computador permitiu que o texto fosse enviado com facilidade a
localidades remotas ou fosse buscado com facilidade em localidades
remotas. O correio eletrônico permitiu que as pessoas se
comunicassem assincronamente mas com extrema rapidez.
Recentemente, o aparecimento de "chats" ou "bate-papos" permitiu a
comunicação síncrona entre várias pessoas. E, mais importante, a
Web permitiu não só que fosse agilizado o processo de acesso a
documentos textuais, mas hoje abrange gráficos, fotografias, sons e
vídeo. Não só isso, mas a Web permitiu que o acesso a todo esse
material fosse feito de forma não-linear e interativa, usando a
tecnologia de hipertexto. O primeiro computador foi revelado ao
mundo em 1946, mas foi só depois do surgimento e do uso maciço de
microcomputadores (que apareceram no final de 1977) que os
computadores começaram a ser vistos como tecnologia educacional.
A Internet, embora tenha sido criada em 1969, só explodiu no
mercado mesmo nos últimos cinco anos, quando foi aberta para uso
comercial (pois antes servia apenas a comunidade acadêmica).
X A convergência de todas essas tecnologias em um só mega-meio de
comunicação, centrado no computador, e, portanto, interativo,
permitiu a realização de conferências eletrônicas envolvendo
componentes audiovisuais e textuais.
Em seu artigo “Educação a Distância”, José Manuel Moran, publicado
em: <http://www.centrorefeducacional.pro.br/educdist.htm>, capturado em
25 de julho de 2004, afirma:
O processo de mudança na educação a distância não é uniforme nem fácil. Iremos mudando aos poucos, em todos os níveis e modalidades educacionais. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.
De um lado há aqueles que pressupõem que EAD não difere
substancialmente do ensino presencial. Por isso, argumentam que, se o
ensino presencial é bom, e é possível ensinar a distância, então deve-se
valer dessa oportunidade .
Por outro lado, porém, há aqueles que vêm vantagens no EAD em
relação ao ensino presencial: maior alcance, razão custo/benefício mais
favorável, e, principalmente, maior flexibilidade (tanto para os ensinantes
quanto para os aprendentes), visto que acredita-se na possibilidade de
personalização do EAD em nível tal que chegue até a individualização.
Contrapondo-se a essas duas posições favoráveis ao EAD, há
aqueles que acham que no EAD se perde a dimensão pessoal que, se não
necessária ao ensino em si, é essencial ao ensino eficaz.
Essa afirmação pode ser encontrada, como referência, no artigo
“Educação a Distância: Regulamentação, Condições de êxito e
Perspectivas”, acessado em 14 de julho de 2004, disponível em:
<http://www.intelecto.net/ead_textos/lobo1.htm>:
Concebendo a EAD como modo de realizar a educação, como esta, ela também pressupõe, radicalmente, um ato imanente à pessoa que se educa. Esta pessoa, entretanto, necessariamente está em relação com o outro. A relação interpessoal é, portanto, tão essencial à educação quanto o é para o social. Qualquer análise mais profunda da relação pedagógica vai mostrar que sua vivência se completa em um projeto de transformação e participação. Um projeto que, em verdade são dois: o do educando e o do educador. E que se articulam em um projeto comum no contexto de uma sociedade, onde se objetiva, toma formas concretas, precisas e sucessivas. É neste sentido que o projeto educativo não tende, apenas, para um futuro individual, mas se dirige, também e principalmente para um futuro da sociedade. Em última análise, o projeto individual se confunde com o projeto coletivo, a ponto de não poder existir sem ele. Estes são os fundamentos da educação, da qual a educação a distância é uma modalidade de realização.
3.4 - Desafio para todos
A professora Jurema L. F. Sampaio, em seu texto “O uso da Informática na
Educação”, disponível em: <http://www.jurema-sampaio.pro.br/artigo.htm>,
acessado em 25 de julho de 2004, afirma:
Usar computadores "porque é moderno", "porque todo mundo usa", ou ainda, como tive o desprazer e susto de ouvir uma vez: " porque eu quero", é um absurdo tão grande ou até pior que não usar. Na educação, qualquer passo tem que ser bem pensado, pelos reflexos que geram! Erros cometidos são erros que vão seguir adiante por um longo tempo, com as pessoas que foram afetadas. A tecnologia está ai, é fato. E está ai para ser usada, sim, também é fato. Mas usada com coerência, competência e, principalmente, com responsabilidade!
A professora Vera Lúcia Camara F. Zacharia , em seu artigo
“Informática – Mitos e Problemas”, acessado em 20 de julho de 2004, no site
“<http://www.centrorefeducacional.pro.br/informat.html>”, cita alguns mitos:
Ü o computador viria resolver os problemas e impasses da educação;
Ü o computador é uma ameaça ao pensamento criativo, à literatura e
poesia, às artes, ao pensamento divergente, à socialização dos
alunos;
Ü o uso do computador na escola só tem validade quando utilizado
vinculado ás disciplinas matemáticas;
Ü o computador é o responsável pela atividade didática;
Ü o computador é visto cada vez mais como um instrumento com
capacidade de raciocínio igual ou superior ao dos seres humanos;
Ü mito da eficiência divulgado pela publicidade;
Ü para se trabalhar com informática na escola é preciso ser
especialista ou técnico em informática;
Ü não é necessário que se saiba absolutamente nada sobre
computadores para se trabalhar com a informática na escola.
Lê-se, freqüenta-se palestras e cursos, nos quais se falam que a
informática nas escolas é uma revolução sem volta. E, é até provável que
assim o seja.
Mas, também sabe-se que ainda não existe uma teoria aceita de
modo consensual, que já tenha respondido com bases confiáveis a
algumas perguntas simples:
para que serve a informática na didática?
quais são as vantagens para a educação com o uso de metodologias
informáticas e com a introdução do computador?
enfim, é realmente necessário para o desenvolvimento da educação que
todas as escolas possuam computadores?
precisamos realmente dele?
para fazer o quê ?
em que medida nos será útil?
estão sendo, ou já se encontram os professores preparados para ele?
Modernização Conservadora, ou seja, não adianta alterar somente a
ferramenta de trabalho, transferindo simplesmente a forma sem a devida
atualização do conteúdo da disciplina e tornando-a interativa.
Computador pode ajudar a melhorar, mas jamais substituirá a
inteligência humana
Com a utilização da informática os Professores devem ficar atentos
pois é muito fácil recortar e colar um texto ou qualquer outro documento para
um trabalho escolar
Não é a disciplina que deve se adaptar ao conteúdo de um CD-ROM
e sim o contrário.
A utilização de multimídia e outras formas de ensino computadorizado
estimulam a curiosidade dos estudantes
O processo ensino-aprendizagem é enriquecido quando for permitido
ao estudante, a partir da motivação e iniciativa própria, pesquisar as
informações que lhe interessam. A computação facilita muito a
implementação desse princípio e aí devem ser priorizados os esforços.
Portanto devemos estimular a curiosidade e criar recursos para
buscar ou criar fontes que satisfaçam as necessidades dos alunos.
Encontra-se no artigo “Uma revisão de argumentos a favor do uso de
computadores na Educação elementar”, acessado em 16 de julho de 2004,
no site <http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/argsport.html>, a opinião do autor
Valdemar W. Setzer, a seguinte opinião:
Em particular, tememos que os computadores usados cedo demais contribuirão para criar adultos insensíveis e amorais, comportando-se e reagindo como máquinas, incapazes de sentir interesse e compaixão por outras pessoas e sem responsabilidade de agir socialmente. Isso significa a destruição de algumas de nossas mais essenciais caraterísticas humanas, que nos distinguem dos animais e das máquinas.
CONCLUSÃO
A educação passa por um processo de renovação de espaços, de
resignificação de conteúdos e de valores, tendo como ponto de partida todas
as mudanças ocorridas na sociedade. A escola, como instituição integrante e
atuante dessa sociedade e desencadeadora do saber sistematizado, não
pode ficar fora ou a margem deste dinamismo.
A escola ao introduzir o computador como um meio de aprendizagem
não deve deixar que este se torne um artigo de luxo, criando assim adultos
egoístas e anti-sociais. Ela deve buscar neste, um meio de desenvolver
cidadãos mais críticos, sociais e independentes, repensando assim o seu
papel frente a novas tecnologias.
Fora da escola, professores e alunos, estão permanentemente em
contato com tecnologias cada vez mais avançadas, onde a máquina
transforma, modifica e até substitui as tarefas humanas. Eles vivem e atuam
nesta realidade como cidadãos participativos, mas não "conseguem"
introduzir estas "novidades" dentro da escola, pois necessitam cumprir
conteúdos programáticos exigidos.
Pode-se concluir que com o uso do computador, mesmo as tarefas
mais simples, como desenhar na tela, escrever um texto, etc..., são
suficientemente ricas e complexas, permitindo o desenvolvimento de uma
série de habilidades que ajudam na solução de problemas, levando o aluno
a aprender através de seus erros.
I
sto contribuirá para o desenvolvimento de sua autoconfiança, ou seja,
dar a capacidade do indivíduo viver em uma sociedade cada vez mais
permeada pela tecnologia, crescendo com o sentido que são elas que
devem controlar as máquinas e não o inverso.
A partir de uma mudança pessoal e profissional é que se começa a
refletir sobre a mudança da escola para uma escola que incentive a
imaginação, a leitura prazerosa, a escrita criativa, favoreça a iniciativa, a
espontaneidade, o questionamento e a inventividade, promova e vivencie a
cooperação, o diálogo, a partilha e a solidariedade.
As possibilidades desencadeadas por essas formas de comunicação
no desenvolvimento das dinâmicas pedagógicas possibilita o rompimento
com a grade curricular fechada, com a lógica das turmas isoladas, com os
muros que separam a escola do mundo externo, com os tempos escolares
rígidos, com o modelo de relação professor-aluno tradicional, em que o
professor transmite o aluno assimila, com a idéia da
sequencialidade/linearidade do conhecimento.
Portanto, os recursos audiovisuais servem para explorar novas
possibilidades pedagógicas e contribuir para uma melhoria do trabalho
docente em sala de aula, valorizando o aluno como sujeito do processo
educativo.
Longe de querer transformar o "hommo sapiens" em um "hommo-
informatus", as novas tecnologias podem e devem ser utilizadas no sentido
da correção de nossas distorções sociais e na promoção de uma maior
participação dos cidadãos brasileiros na vida pública do país.
Essa democratização requer um preparo prévio na formação de
pessoal, no apoio do poder público para que todos conheçam as
tecnologias, a fim de que a informática consolide nossa nacionalidade e a
nossa cultura.
REFERÊNCIAS
Alfabetização numa sociedade Informatizada”
Disponível em: <http://www.newageconsultores.com.br>
Acesso em: 26 de julho de 2004 às 08:00h.
Avaliação de Softwares Educativos
Disponível em: <http://avaliacaodesoftware.vilabol.uol.com.br/index.html>
Acesso em: 17 jul 2004.
Do laboratório à sala de aula
Disponível em:
<http://novaescola.abril.uol.com.br/index.htm?navegar/navegar_eh_preciso>
Acesso em: 26 de julho de 2004 às 18:00h.
Educação à Distância
Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.pro.br/educdist.htm>
Acesso em: 25 de julho de 2004 às 18:30h.
Educação à Distância: Regulamentação, Condições de êxito e Perspectivas
Disponível em: <http://www.intelecto.net/ead_textos/lobo1.htm>
Acesso em: 14 de julho de 2004 às 07:45h.
Educar para a Autonomia
Disponível em: <http://infoesp.vilabol.uol.com.br/filosof1.htm>
Acesso em: 18 de julho de 2004 às 15:00h.
Informática – Mitos e Problemas
Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.pro.br/informat.html>
Acesso em: 20 de julho de 2004.
Informática na Educação
Disponível em <http://www.roboticafisica.hpg.ig.com.br/tecnologia_edu.html>
Acesso em: 24 de julho de 2004 às 18:30h.
Instituto Paulo Freire. Programa de Informática na Escola
Disponível em: <http://www.paulofreire.org/piesocin.htm>
Acesso em: 06 jul 2004.
LAROSA, Marco Antonio e AYRES, Fernando Arduini. Como Produzir uma
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Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br>
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Disponível em: <http://www.abed.org.br/seminario2003/texto11.htm>
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O uso da Informática na Educação
Disponível em: <http://www.jurema-sampaio.pro.br/artigo.htm>
Acesso em: 25 de julho de 2004 às 15:00h.
PIMENTA, Aloísio. A Educação na era da Informação
Disponível em: <www.techoje.com.br>
Acesso em: 15 jul 2004.
Programa de Informática na Escola – Uma Sociedade Informatizada
Disponível em: <http://www.paulofreire.org/piesocin.htm>
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PROINFE - Programa Estadual de Informática na Educação - Bahia
Disponível em: <http://www.sec.ba.gov.br/educ_tecno/proinfe.htm>
Acesso em: 12 jul 2004.
TAKAHASHI, Tadao (Org.). Livro Verde, Cap. 4, Educação na Sociedade da
Informação, Set. 2000, Brasília.
Uma revisão de argumentos a favor do uso de computadores na Educação
elementar
Disponível em: <http://www.ime.usp.br/~vwsetzer/argsport.html>
Acesso em: 16 de julho de 2004.
ÍNDICE
Folha de rosto
Agradecimentos
Dedicatória
Resumo
Metodologia
Lista de siglas
Sumário
Introdução .............................................................................................. 09
Capítulo I - A Informática no Ensino e na Sociedade............................. 11
1.1 - História da informática no ensino ........................................ 11
1.2 - A Sociedade informatizada ................................................. 16
Capítulo II - Como utilizar a Informática na Educação ........................... 20
2.1 - O preparo das escolas ........................................................ 20
2.2 - A informática no auxílio ao professor ................................. 24
2.3 - Os novos alunos .................................................................. 28
Capítulo III - Aplicações da Informática no Ensino ................................ 30
3.1 - Softwares Educativos .......................................................... 30
3.2 - Utilização com deficientes ................................................... 36
3.3 - Ensino à Distância ............................................................... 39
3.4 - Desafios para todos ............................................................. 46
Conclusão ............................................................................................... 49
Referências ............................................................................................. 51
Folha de avaliação .................................................................................. 55
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Projeto A Vez do Mestre
Pós-Graduação “Latu Sensu”
Docência do Ensino Superior
Título da Monografia:
A INFORMÁTICA, A SOCIEDADE E O ENSINO
Autor:
Reginaldo Altoé
Data da entrega: 28 de julho de 2004.
Avaliado por:
Ana Cristina Guimarães
Conceito: _____________________