VIII Coloquio sobre Brecha Digital
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A lei de acesso à informação e seus impactos éticos nas atividades da
Ciência da Informação
José Augusto Guimarães [email protected]
João Carlos Gardini Santos [email protected]
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Ciência da Informação
... campo que se preocupa com os princípios e práticas de criação, organização e distribuição
da informação. (SMIT & BARRETO, 2002)
Pressupõe:
uma dimensão teórica (princípios e metodologias) e
uma dimensão aplicada (práticas relacionadas a exercícios profissionais específicos)
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Organização da informação (O.I.)
ordenação, representação e recuperação de um conhecimento registrado sob a perspectiva de geração de novo conhecimento que, uma vez registrado, transforma-se em informação ou conhecimento em ação (DAHLBERG, 1993, p. 214).
insere-se em um fluxo helicoidal da informação (Produção, Organização, Uso, Apropriação, Nova Produção, etc.).
Pressupoe um profissional da informação
(arquivista, bibliotecário, etc.) como agente das
práticas desse fluxo, em seus saberes (como fazer)
e valores (porque e para que fazer).
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Aspectos éticos das atividades informativas
Estudo da IFLA sobre a ética na legislação profissional de 18 países (VAAGAN, 2002)
Valores: Acesso à informação
Censura
Inclusão informacional
Confidencialidade
Respeito à diversidade
Ênfases tradicionais: Gestão
Disseminação
TICs
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Fatores interferentes nas decisões éticas
em C.I. (FROEHLICH, 1994)
Utilidade social
Responsabilidade social
Sobrevivência organizacional e profissional
Respeito por si mesmo e pelos demais indivíduos
e instituições
Padrões coletivo-culturais e padrões legais
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Compromissos e mitos éticos em C.I. (GUIMARÃES, 2000; VERGUEIRO, 1994)
Compromissos:
Com o usuário
Com a organização
Com a informação
Com a profissão
Com o profissional
Mitos: A neutralidade
A corporação
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E como ficam as questões éticas em O.I.?
Garantia e hospitalidade cultural (Beghtol)
Ética transcultural de mediação (García Gutiérrez)
O poder de rotular (Olson)
O respeito aos domínios de conhecimento (Thellefsen)
Os desvios na indexação e os danos sofridos pelo usuário (Van del Waalt)
Dilemas éticos na questão de multilinguismo (Hudon)
Preconceitos e antipatias (Berman)
Lei nº 12.527/2011 (Lei de acesso à
informação - LAI)
Base constitucional (I)
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
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Lei nº 12.527/2011 (Lei de acesso à
informação - LAI)
Base constitucional (II)
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
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Lei nº 12.527/2011 (Lei de acesso à
informação - LAI)
Base constitucional (III)
Art. 216 - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores
de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem.
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Lei nº 12.527/2011 (Lei de acesso à
informação - LAI)
Órgãos públicos envolvidos:
Administração Direta dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, Cortes de Contas e Ministério Público, Autarquias,
Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de
Economia Mista e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, bem como as entidades privadas que tenham
convênios ou recebam verbas do Poder Público.
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Princípios norteadores da ação do órgão
público
Publicidade (regra) e sigilo (exceção)
Controle social da administração pública
Transparência da administração pública
Divulgação de informações de interesse
público independentemente de solicitação
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Aspectos conceituais (art. 4º, LAI)
Informação como subsídio ao conhecimento
Documento como suporte de informação
Previsão do tratamento da informação: como “conjunto
de ações referentes à produção, recepção, classificação,
utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão,
distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação,
avaliação, destinação ou controle da informação” (art. 4º,
V)
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Ações que decorrem desses princípios
norteadores (art. 6º, LAI)
Gestão transparente da informação (propiciando
amplo acesso e divulgação, com forte apoio nas
TICs)
Proteção da informação (protegendo sua
disponibilidade, autenticidade e integridade)
Proteção da confidencialidade (informação
sigilosa e informação pessoal)
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Valores reconhecidos e preservados
na informação
Disponibilidade (acesso)
Integridade (preservação)
Primariedade (reconhecimento da proveniência)
Atualidade
Autenticidade
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A questão da representação da
informação
Art. 5º, LAI - É dever do Estado garantir o direito
de acesso à informação, que será franqueada,
mediante procedimentos objetivos e ágeis, de
forma transparente, clara e em linguagem de fácil
compreensão.
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A questão da referência
A impossibilidade de concessão de acesso
imediato deve gerar uma justificativa e,
quando for o caso, um redirecionamento a
outro órgão que possua a informação.
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As responsabilidades do agente público
Quanto a:
Recusa de fornecimento de informação
Uso indevido
Má-fé ou dolo divulgação de informação sigilosa
Imposição de sigilo para obter vantagem pessoal
Destruição ou subtração de documentos.
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Das restrições ao acesso à informação
Hipóteses de ocorrência (art. 23, LAI)
Gradação de restrições (art. 24, LAI):
Ultrassecreta;
Secreta;
Reservada.
(Passíveis de revisão para desclassificação ou
reclassificação)
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Regulamentação da lei (Decreto nº
7.724/2012)
Transparência ativa (arts. 7º e 8º) - Promoção da divulgação da
informação nos sítios da Internet dos órgãos envolvidos, devendo os
sítios da Internet “conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que
permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e
em linguagem de fácil compreensão”.
Transparência passiva (arts. 9º e 10) - Serviços de Informações ao
Cidadão – SICs, que receberão pedidos, informarão sobre trâmites e
orientarão quanto ao acesso.
OBS: na classificação das informações, o dispositivo legal refere-se a
“código de indexação do documento” (art. 31, I e art. 45, II, “a”), mas isso
somente foi explicado no Decreto nº 7845/2012.
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Aspectos de O.I. na lei de acesso à
informação (Decr. 7724/2012)
Procedimentos objetivos e ágeis
Forma transparente
Forma clara e em linguagem de fácil
compreensão
Código de indexação: código alfanumérico que indexa
documento com informação classificada em qualquer grau de sigilo
(art. 2º, III, Decreto nº 7845/2012)
Classificação das informações
Marcação: aposição de marca que indica o grau de sigilo da
informação classificada (art. 2º, XI, Decreto nº 7845/2012)
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Tratamento da informação classificada (Decr. 7845/2012)
Art. 2º, XVIII: “conjunto de ações referentes a
produção, recepção, classificação, utilização,
acesso, reprodução, transporte, transmissão,
distribuição, arquivamento, armazenamento,
eliminação, avaliação, destinação ou controle de
informação classificada em qualquer grau de
sigilo”.
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Indexação (Decr. 7845/2012, arts. 50-53)
Código de Indexação de Documento que contém Informação
Classificada – CIDIC, composto por:
Número Único de Protocolo – NUP (cf. legislação de gestão
documental);
Grau de sigilo: indicação do grau de sigilo - ultrassecreto (U),
secreto (S) ou reservado (R);
Categorias (cf. Vocabulário Controlado do Governo Eletrônico
previsto no Anexo II;
Data de produção da informação classificada;
Data de desclassificação da informação classificada em qualquer
grau de sigilo;
Indicação de reclassificação (resultante de reavaliação ou primeiro
registro da classificação);
Indicação da data de prorrogação da manutenção da classificação.
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Questões éticas em O.I. a serem refletidas
A clareza da linguagem
A compreensibilidade da linguagem
A previsão de ferramenta de pesquisa de
conteúdo
A previsão de um mapa de acesso ao
conteúdo
A questão da má-fé ou dolo
O inter-relacionamento de sistemas
(redirecionamento)
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Sobre a regulamentação da Lei
de Acesso à Informação (LAI)
Os Estados, Municípios e Distrito Federal, em
legislação própria, de acordo com as diretrizes
da LAI, devem definir regras específicas a
suas realidades.
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Sobre a regulamentação da
Lei de Acesso à Informação As normas regulamentadoras devem conter:
• O tratamento dado à informação;
• A organização do portal da transparência;
• A criação do Serviço de Informação ao Cidadão –
SIC;
• Os gestores da informação sigilosa;
• As normas sobre recursos;
• Forma e prazo de reavaliação do documentos
classificados.
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Decreto nº 50.052/2012 de São Paulo
Este decreto regulamenta, no âmbito estadual, a Lei de Acesso à
Informação (LAI).
Em geral, o Decreto é uma reprodução da LAI e dos decretos federais que
a regulamentam.
Apresenta, porém, alguns pontos específicos tais como:
• O artigo 3º conceitua os arquivos públicos.
• Define quais são os Órgãos Públicos do Estado de São Paulo e quais as
suas funções no que tange à gestão de documentos dados e informação,
além de definir as Comissões Estaduais de Avaliação de
Documentos.
• O art. 33 do Decreto estabelece as competências para a classificação de
sigilo dos documentos, dados e informações no âmbito da
Administração Pública Estadual.
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Referências
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