8/17/2019 A natureza como sujeito de direito na Constituição do Equador.pdf
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A natureza como sujeito de direito na Constituição do Equador:
considerações a partir do caso Vilacamba
Artigo Classificado em 1º lugar na XVI Jornada de Iniciação Científica de Direito da UFP
!"1#
Felipe Klein Gussoli1
esumo: $ artigo trata da e%tensão da &ersonalidade 'urídica( em sentido t)cnico( a entes não
*umanos( es&ecialmente + ,ature-a. $ estudo toma como &onto de &artida o caso io
Vilacam/a( o &rimeiro &rocesso 'udicial em 0ue se recon*eceu a ,ature-a como su'eito de
direito. A decisão 'udicial no caso Vilacam/a a&oiouse na norma da Constituição e0uatoriana
de !""2 0ue garante direitos + ,ature-a 3 Pachamama4. Foram recon*ecidos os direitos +
&roteção e regeneração da ,ature-a( re&resentada 'udicialmente &or dois cidadãos norteamericanos residentes no 50uador. 5m 6irtude da im&ort7ncia 0ue tal recon*ecimento assume
nos sistemas 'urídicos de cun*o tradicionalmente antro&oc8ntrico( &rocedeuse a&9s o relato
do caso na /re6e re6isão /i/liogr:fica so/re &ersonalidade 'urídica. A&9s e%em&lificar a
ressignificação do conceito e a se&aração da categoria de su'eito de direito da categoria de
&essoa( &artiuse &ara a an:lise da &ossi/ilidade de e%tensão da &ersonalidade 'urídica em seu
sentido t)cnico + ,ature-a. 5m/ora a e%&ressão ;,ature-a< ainda careça de &recisão t)cnica(
concluise ao final &elas 6antagens de seu recon*ecimento como su'eito e não mais como
o/'eto a ser6iço e%clusi6o do ser *umano( mormente no conte%to atual de degradação
am/iental sem limites le6ado a ca/o &elo sistema de &rodução ca&italista.
!ala"ras#c$a"e: Personalidade 'urídica= >u'eito de direito= Direitos da ,ature-a=
,eoconstitucionalismoAndino= io Vilacam/a.
1% & caso io Vilacamba
1Acad8mico do ?º ano da Faculdade de Direito da Uni6ersidade Federal do Paran:.
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>em o e%agero comumente 6inculado + e%&ressão( o caso io Vilacam/a )
&aradigm:tico. @ o &rimeiro e%em&lo de recon*ecimento 'udicial dos direitos da ,ature-a.
5m outros termos( ) o &rimeiro caso 'urídico na *ist9ria 0ue recon*ece a ,ature-a como
su'eito de direito( e não mais mero o/'eto a ser6iço da 6ontade *umana.
A /ase legal &ara atri/uir direitos + ,ature-a foi a Constituição do 50uador 6igente
desde o ano de !""2. ,ela( a norma do artigo 1" recon*ece ine0ui6ocamente 3ao lado das
&essoas e coleti6idades4 a ,ature-a como titular de direitos
Art% 1'%Bas &ersonas( comunidades( &ue/los( nacionalidades colecti6osson
titulares go-ar:n de losderec*osgaranti-adosenlaConstituci9n enlos instrumentos
internacionales.
(a naturaleza ser) sujeto de aquellosderec$os que lereconozcalaConstituci*n.3grifos ausentes no original4
Com fulcro nessa norma( a ;Função Judicial< e0uatoriana recon*eceu um rio como
sujeito de direitos.
,o caso( Vilacam/a ) um rio e0uatoriano 0ue margeia a estrada entre a cidade de
Vilacam/ae uinara( na Pro6íncia de Bo'a. A/astece 6:rias &ro&riedades + sua margem( entre
ela a &ro&riedade de dois cidadãos norteamericanos residentes no 50uador desde !""E
ic*ard Frederic G*eeler e 5leanor Heeruddle.!
5m !""2 o Ho6erno Pro6incial de Bo'a 3HPB4 iniciou o/ras de am&liação da estrada
entre Vilacam/a e uinara. Al)m de iniciar a construção sem o de6ido licenciamento
am/iental( a em&resa &/lica res&ons:6el &ela e%ecução das o/ras na estrada de&ositou &edras
e material de esca6ação nas margens do rio. $s de'etos dos de&9sitos da o/ra no leito do rio
&ro6ocaram s)rios danos + ,ature-a e +s &ro&riedades ao redor. Isso &or0ue os detritos da
construção foram 'ogados dentro do io Vilacam/a e &ro6ocaram erosão das margens. 5m
conse0u8ncia aconteceram na )&oca das c*u6as( no in6erno de !""K( gra6es enc*entes( como
não se 6ia *: mais de ?" anos.L
5m 6irtude das inundaçMes em sua &ro&riedade( ic*ard e 5leanor solicitaram uma
ins&eção 'udicial no terreno &ara a6eriguar as causas dos desastres am/ientais. A ins&eção
concluiu 0ue as enc*entes não tin*am relação com as o/ras reali-adas na estrada &elo HPB.
2>UN5O( >ofía. Defendiendo la naturaleza: retos o/st:culos em la im&lementaci9n de los derec*os de lanaturale-a Caso rio Vilacam/a.uito( 50uador Friedric*5/ert>tiftung. Ago.Q!"1L. Dis&oní6el em
R*tt&QQli/rar.fes.deQ&dffilesQ/uerosQ0uitoQ1"!L".&dfS. &.#.3 Ibidem( &.?.
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Portanto( os danos + propriedade não teriam ne%o de causalidade com as o/ras.
Inconformados( os &ro&riet:rios denunciaram a situação ao Tinist)rio do Teio Am/iente
3TA54. $s 9rgãos locais deste Tinist)rio 3Direcci9n ,acional de Pre6enci9n de
laContaminaci9n Am/iental e Dirrecci9n Pro6incial de Bo'a del TA54 a6eriguaram a
denncia econstataram( ao in6erso da &rimeira ins&eção 'udicial( 0ue as o/ras le6adas a ca/o
&ela em&resa &/lica do HPB eram as &rinci&ais causadoras dos desastres am/ientais.
5ra de fato o de&9sito dos materiais de construção nas margens a causa da erosão(
das enc*entes( e da destruição da fauna e flora a0u:ticas. $ TA5 então firmou um acordo
com o HPB &ara re6erter os danos &ro6ocados. De6eria a &artir de então de&ositar os
materiais em outros locais. Tas nada disso adiantou( &ois iniciado o ano de !"1" os tra/al*os
de am&liação da estrada +s margens do io Vilacam/a cresceram de tal monta 0ue dinamite e
ma0uinaria &esada foram tra-idas &ara au%iliar na construção. ic*ard e 5leanor atentamente
tiraram fotos e gra6aram 6ídeos do ocorrido e foram atr:s de aconsel*amento 'urídico. $
ad6ogado contratado sugeriu( entre outras medidas( a in6ocação dos direitos da ,ature-a
&re6istos na recente Constituição de !""2. Cientes de 0ue a&enas re&resentariam o rio na ação
'udicial( sem gan*ar um centa6o se0uer( ic*ard e 5leanor aceitaram a sugestão.#
A'ui-ouse então em "E de de-em/ro de !"1" uma ;Acci9n de Proteci9n
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,o &olo &assi6o da ação esta6a o HPB e o TA5. 5ram tr8s os &edidos 3i4 0ue o HPB
dei%asse de des&e'ar escom/ros no rio= 3ii4 0ue se restaurasse o leito do rio= 3iii4 0ue se
retirassem todos os detritos des&e'ados no rio.25m &rimeira inst7ncia o 9rgão res&ons:6el &elo
'ulgamento 3;Ju-gadoercero de lo Ci6il de Bo'a
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3c4 0ue o HPB emita &edido de descul&as em 'ornal local &or &roceder na o/ra de am&liação
sem a licença am/iental.11
Visto 0ue as recomendaçMes do TA5 eram no sentido de &arar com o des&e'o e
re6itali-ar o rio( todos os &edidos intentados na ação do io Vilacam/a foram atendidos.
eafirmase 0ue no &olo ati6o da ação era o rio o su'eito ati6o 0uando se l8 no dis&ositi6o da
decisão do ri/unal
Por estas consideraciones( ADTI,I>A,D$ JU>ICIA 5, ,$T_5 D5B
PU5_B$ >$_5A,$ D5B 5CUAD$( ` P$ AU$IDAD5 D5 BA
C$,>IUCI, ` BA> B5`5> D5 BA 5Pb_BICA( esta >ala 5>U5BV5 14.
Ace&tarel recurso &lanteado re6ocar la sentencia im&ugnada declarando 0ue la
entidade demandada est: 6iolentando elderec*o 0ue la,aturale-atíene de 0ue se
leres&ete integralmente sue%istencia elmantenimiento regeneraci9n de sus ciclos
6itales( estructura( funciones &rocesos e6oluti6os( !4 [...\
ransitada em 'ulgado a decisão( a determinação 'udicial &ara &u/licar o &edido de
descul&as em 'ornal local foi cum&rida em !" de 'un*o de !"11. ,o entanto( mesmo a&9s
di6ersas ins&eçMes 'udiciais &ara 6erificar o cum&rimento das outras ordens( o cen:rio &ouco
se alterou. 5m !# de fe6ereiro de !"1! o HPB ainda não dis&un*a da licença am/iental &ara
construção da estrada( e &oucas das medidas de re6itali-ação tin*am sido efeti6adas. $sescom/ros do rio 'amais foram retirados. Prolatada *: um ano( a decisão não *a6ia sido
cum&rida integralmente.
>em es&eranças de 0ue a decisão fosse cum&rida es&ontaneamente( a'ui-ouse em !L
de março de !"1! uma no6a ação &ara o/rigar o cum&rimento da sentença. ic*ard e 5leanor
re0uereram nesta no6a ação o en6io dos autos + Corte Constitucional &ara 0ue tome as
&ro6id8ncias necess:rias. At) então este no6o &rocesso não a6ançou.1!
5m/ora &resentes as dificuldades &ara o cum&rimento da decisão inerentes a0ual0uer 'urisdição o desenrolar do caso demonstra a rele67ncia deste 'ulgado. At) onde se
sa/e( nos sistemas ocidentais modernos nunca se *a6ia &resenciado um rio atuar 'udicialmente
atra6)s de re&resentantes em /usca da efeti6ação de seus direitos constitucionalmente
recon*ecidos.1L Poucos escondem o es&anto ao &ensar na &ossi/ilidade. 5 &odem at) mesmo
11 >UN5O( >ofía. Defendiendo la naturaleza...Op. Cit., &.2.
12 >UN5O( >ofía. Defendiendo la naturaleza...Op. Cit., &.1".
13>eria inconse0uente omitir 0ue so/ a &ers&ecti6a da common La nos 5stados Unidos ': *a6ia um famosocaso 0ue tratou dos direitos da ,ature-a( mais es&ecificamente dos direitos de :r6ores. @ o caso !ierra Club 6s. "orton. Be6ada aos tri/unais em 1KE" a contenda di- res&eito + concessão de licença am/iental &elo #.! $orest
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rec*açar a atuação 'udicial do rio ao ler a decisão 'udicial( 6isto 0ue l: consta mais de uma 6e-
0ue o ;acionantes< são os &ro&riet:rios do terreno + margem do io Vilacam/a( ic*ard e
5leanor. Ignoram( &or)m( a t)cnica da re&resentação &re6ista no artigo E1 da Constituição
e0uatoriana.
>endo assim( uma 6e- constatada a atuação 'udicial sem &recedentes do io
Vilacam/a( ca/e analisar a e%tensão de &ersonalidade 'urídica a outros seres( notadamente +
,ature-a.
+% ,ujeito de direito e -atureza#objeto
A definição do conceito de &ersonalidade 'urídica ) essencial( *a'a 6ista 0ue ao
sistema ca&italista são im&rescindí6eis ;a realidade econ]mica de uma mercadoria &ossuída
&or um indi6íduo e a Yrealidade 'urídicaZ de uma &essoa de direitoierra,e6ada(< con*ecido &elas se0u9ias l: e%istentes. A associação de &roteção ao meio am/iente !ierra Club a'ui-ouação &ertinente + interru&ção do em&reendimento. _asea6ase na &roteção do e0uilí/rio am/iental da região. $tri/unal local( no entanto( 'ulgou im&rocedente a ação /aseado na falta de legitimidade da associação. Ao c*egarna >u&rema Corte norteamericana o caso( C*risto&*er D. >tone( &rofessor de direito nos 5stados Unidos da#ni)ersit- of !outhern California( escre6eu o artigo !hould tree ha)e standin/0 1oard le/al ri/hts for naturalobjects, em 0ue defendia a concessão de &ersonalidade 'urídica + ,ature-a( &rinci&almente +s :r6ores do &ar0ue.>ua doutrina gan*ou 6isi/ilidade( *a'a 6ista a ine%ist8ncia de 'uris&rud8ncia so/re o tema. A com&osição da>u&rema Corte em 1KE! era de no6e Tinistros. Pelo recon*ecimento de direitos +s :r6ores do 6ale de Tineraling 6otaram tr8s Tinistros( 6encidos &or 0uatro 6otos contr:rios + tese de >tone. ou6e duas a/stençMes de6oto. Um dos Tinistros 0ue 6otou &ela concessão de direitos + ,ature-a recon*eceu a legitimidade do !ierraClub so/ o argumento de 0ue a associação re&resenta6a na0uele &rocesso os aut8nticos detentores dos direitos(0uais se'am( os rios( :r6ores e animais da região do 6ale. 3cf. H$DIB$( eron Jos) de >antana= >IBVA(agore ra'ano de Almeida. Animais em 'uí-o direito( &ersonalidade 'urídica e ca&acidade &rocessual. Re)istade Direito 2mbiental. a. 1E. 6.?. >ão Paulo e6ista dos ri/unais. &. LLLL1. Jan.Tar.Q!"1!= >$,5(C*risto&*er D. !hould tree ha)e standin/0 1oard le/al ri/hts for natural objects. Palo Alto ioga( 1K22.Dis&oní6elemR *tt&QQisites.*ar6ard.eduQfsQdocsQic/.to&ic#K2LE1.filesQ>tone.reeŝ >tanding.&dfS414 TIAIBB5( Tic*el. Introdu&%o cr(tica ao direito. L. ed. Bis/oa 5stam&a( !""?. &.1L.15FACI,( Bu- 5dson. 1eoria Cr(tica do Direito Ci)il:+ lu- do no6o C9digo Ci6il _rasileiro. L. ed.io de Janeiro eno6ar( !"1!. &.1#.16,esse influ%o citamse( e%em&lificadamente( os seguintes autores $rlando Homes( &ara 0uem a&ersonalidade 'urídica ) ;um atri/uto 'urídico. odo *omem( atualmente( tem a&tidão &ara desem&en*ar na
sociedade um &a&el 'urídico( como su'eito de direitos e o/rigaçMes.< 3H$T5>( $rlando. Introdu&%o ao DireitoCi)il.L. ed. io de Janeiro Forense( 1KE1. &.1LL.4= Arnold Gald( segundo o 0ual a &ersonalidade 'urídica ) a;a&tidão &ara ad0uirir direitos e e%ercer( &essoalmente ou &or interm)dio de terceiros( o atos da 6ida ci6il<
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Para a corrente doutrin:ria ade&ta dessa definição( a &ersonalidade 'urídica como
atri/uto &ertencente +s &essoas significa o nascimento do su'eito de direito. $s conceitos de
&ersonalidade( su'eito e &essoa( &or isso( são todos cone%os( em/ora os autores di6ir'am
&arcialmente em alguns as&ectos.Do 6oluntarismo 'urídico e do conceito 6oluntarista de
direito su/'eti6o decorrer: a e0ui6al8ncia entre su'eito e &essoa( senão 6e'amos o 0ue di-
Friedric* Carl 6on >a6ign 31EEK1214( citado &or odrigo Xa6ier Beonardo ;[...\ a ideia
&rimiti6a de &essoa( ou se'a( de su'eito de direito de6e coincidir com a ideia de *omem( e a
identidade &rimiti6a desses dois conceitos &odese formular nos seguintes termos cada
indi6íduo e( o indi6íduo a&enas( det)m ca&acidade de direitoer &essoa( &ortanto( )
um fato 'urídico. Bogo( &ersonalidade ) &ossi/ilidade( ;fica diante dos /ens da 6ida(
contem&landoos e 0uerendoos( ou afastandoos de si.< >er su'eito( de modo di6erso( ;)
entrar no su&orte f:tico e 6i6er nas relaçMes 'urídicas( como um dos termos delas< .1KA
conclusão ) l9gica. $s su'eitos de determinada relação 'urídica são 'ustamente as &essoas( em
sentido t)cnico( entre as 0uais e%iste o 6ínculo 'urídico esta/elecido &ela norma.
Pessoas( &ortanto( 0uando na 0ualidade de su'eitos de direitos são termos de relaçMes
'urídicas. Assim ) 0ue ;ad0uirida a &ersonalidade 'urídica( a &essoa 'urídica ) tanto &essoa
0uanto a &essoa física= ) a mesma &ossi/ilidade de tomar &osiçMes como su'eito de direitoíl6io de >al6o Venosa( autor 0ue e%&lica o conceito como ;con'unto deatri/utos 'urídicos ou a&tidMes [...\( a &ossi/ilidade de figurar nos &9los da relação 'urídicaA( >íl6iode >al6o. C6di/o Ci)il Interpretado.!. ed. >ão Paulo Atlas( !"11. &.1!4.17 >AVIH,` apud B5$,AD$( odrigo Xa6ier. >u'eito de direito e ca&acidade contri/uição &arauma re6isão da teoria geral do Direito Ci6il + lu- do &ensamento de Tarcos _ernardes de Tello. In5AD J( Tarcos= DIDI5 J.( Fredie. Re)isitando a teoria do fato jur(dico:*omenagem aTarcos _ernardes de Tello. >ão Paulo >arai6a( !"1". &. ??!.18 Ibidem, &.??L.19 P$,5> D5 TIA,DA( Francisco Ca6alcanti. 1ratado de Direito Pri)ado.6. I. io de Janeiro _orsoi(1K?#. &.1?#.
20 Ibidem,&.1!E.21 ;A &essoa natural( &ara o direito( )( &ortanto( o ser *umano( en0uanto su'eitoQdestinat:rio dedireitos e o/rigaçMes.< 3HAHBIA,$( Pa/lo >tol-e= PATPB$,A FIB$( odolfo. 7o)o curso de
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Como se nota( a &roteção do meio am/iente natural não se confundiria com a
concessão de direitos su/'eti6os. A ,ature-a( tal como os animais nela inseridos( e%iste como
morada terrena e &ara os fins e%clusi6os de utili-ação do *omem. A ,ature-a ) /em 'urídico
ao ser6iço do *omem.Posta assim a 0uestão( da &ers&ecti6a da eoria do Direito ) &ossí6el
categori-ar o meio am/iente como o/'eto. @ di-er( a ,ature-ao/'eto ) 6isão 'urídica da
nature-a em sua forma de coisa( &assí6el de a&ro&riação e utili-ação econ]mica 3am&la ou
restringida &ela lei4. Para essa corrente 'urídica( a&enas a *umanidade( re&resentada nos seres
*umanos( ) su'eito de direito.!! odo o resto são meios &ara satisfação da *umanidade.
Pois /em( e%&osta a racionali-ação da concessão 3ou recon*ecimento4 da
&ersonalidade 'urídica &rocedida &ela doutrina cl:ssica( ca/e incluir na a/ordagem o início do
declínio dessa corrente at) então dominante. Com&reender a re6elação da &essoa na sua
dimensão 6alorati6a ) o &rimeiro &asso &ara relati6i-ação do &rimado do *omem como su'eito
de direito.
Cientes de 0ue o su'eito de direito a/strato e uni6ersal 3e ao mesmo tem&o 6inculado
a um ti&o es&ecífico de indi6íduo( o /urgu8s euro&eu do s)culo XIX4 !L dei%ou de lado a ideia
de &essoa como su'eito em concreto( /oa &arte da doutrina contem&or7nea transformou os
conceitos de &ersonalidade e su'eito de direito.
A su/limação da &essoa no conceito a/strato de su'eito de direito d: lugar +
a&reensão dos seres *umanos como *omens e mul*eres em concreto( 6alori-ados seus
detal*es e &eculiaridades indi6iduais. 5sses são os &ressu&ostos de um im&ortante mo6imento
da re&ersonali-ação do Direito Ci6il indicado &or $rlando de Car6al*o!# e sustentado no
_rasil &ela doutrina do Direito Ci6il Constitucional.!?
Direito Ci)il:&arte geral. 6.1. 1#. ed. >ão Paulo >arai6a( !"1!. &.1##1#?422 _5,JATI,( Antonio erman de Vasconcellos e. A nature-a no direito /rasileiro coisa( su'eito ounada disso. 8D9ur. _rasíliaDF( # de-.Q!""K. Dis&oní6el em
R*tt&QQ/d'ur.st'.'us./rQds&aceQ*andleQ!"11Q!12#S. Acesso em 1K mar. !"1#. &. !#.23 CAVAB$( $rlando de. 2 teoria /eral da rela&%o jur(dica: seu sentido e limites. 6.1 Para umateoria geral da relação 'urídica ci6il. !. ed. Coim/ra Centel*a( 1K21. &. LK.24 A re&ersonali-ação do Direito Ci6il acontece 0uando o su'eito a/strato d: lugar ao ser *umano decarne e osso. Ainda( acontece 0uando a &essoa tornase 6alor im&rescrití6el do ordenamento( ;0uando(como no direito dos neg9cios( a sua 6ontade fa- lei( mas ainda 0uando( como no direito das &essoas( asua &ersonalidade se defende( ou 0uando( como no direito das associaçMes( a sua socia/ilidade serecon*ece( ou 0uando( como no direito de família( a sua afecti6idade se estrutura( ou 0uando( como nodireito das coisas e no direito sucess9rio( a sua dominialidade e res&onsa/ilidade se &otenciam[...\
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$ Direito Ci6il cl:ssico ) de /ase antro&oc8ntrica. Por)m o *omem a 0ue ele se 6olta
) essencialmente o &ro&riet:rio. A insufici8ncia do Direito cl:ssico e%ige antes de 0ual0uer
ru&tura mais dr:stica uma 6iragem( &ara 0ue então o Direito Pri6ado 6oltese + &essoa
*umana( e não mais ao &atrim]nio de um su'eito de direito a/strato.!
$&ortuna então ) a ressignificação dos conceitos de &ersonalidade( &essoa e su'eito
de direito. Fa-se necess:ria uma distinção rele6ante &ara a eoria do Direito est:se a tratar
de coisas distintas 0uando se fala em Direito da Pessoa e estudo da personalidade jur(dica(
esta ltima le6ada a termo &ela teoria geral da relação 'urídica. Uma realidade ) ontol9gica( a
&essoa. $utra ) t)cnica( o su'eito da relação 'urídica 3ainda 0ue se este'a a falar em pessoa4.
A0uela ) consideração su/stancial do ser *umano( fundamento de todo o Direito. 5sta ) uma
categoria funcional da relação 'urídica( ou se'a( ;a susce&ti/ilidade de ser titular de direitos e
o/rigaçMes( susce&ti/ilidade 0ue re&ousa na o&ção 0ue ti6er sido tomada &ela ordem 'urídica a
esse &ro&9sito.< !E
5m conson7ncia com o e%&osto( afael Harcia odrigues atri/ui ao conceito de
&ersonalidade 'urídica duas ace&çMes. A &rimeira coincide com o 0ue a doutrina ci6ilista
cl:ssica leciona a &artir do artigo 1º do C9digo Ci6il ) a &ossi/ilidade de ser su'eito de
direito( termo de relaçMes 'urídicas. 5ste &rimeiro sentido da &ersonalidade ) e%tensí6el +s
&essoas 'urídicas. Por)m( esgotar o conceito nessa &rimeira ace&ção seria e0ui&arar as &essoas
'urídicas +s &essoas *umanas. >endo assim( uma segunda ace&ção &ermite tradu-ir a
&ersonalidade como um )alor objeti)o( ;um 6alor )tico emanado do &rincí&io da dignidade da
&essoa *umana e da consideração &elo direito ci6il do ser *umano em sua com&le%idade( afael Harcia. A &essoa e o ser *umano no no6o C9digo Ci6il. In 2 parte /eral do no)oC6di/o Ci)il: estudos na &ers&ecti6a ci6ilconstitucional.5P5DI,$( Husta6o 3Coord.4. !. ed. &. 1L#. eno6arJ( !""L. &.!L.29 @ &o/re o conceito estrutural de &ersonalidade( 0ue a seu turno fundamenta o su'eito de direito(elemento &rimordial da relação 'urídica. Assim( conforme e%&ressa Husta6o e&edino a &ersonalidade
'urídica ) antes de tudo ;um 6alor 'urídico( insuscetí6el( &ois( de redução a uma situação 'urídicati&oou a um elenco de direitos su/'eti6os tí&icos.< 35P5DI,$( Husta6o. Introdução crise de fontesnormati6as e t)cnica legislati6a na &arte geral do C9digo Ci6il de !""!. In 2 Parte ;eral do no)o
C6di/o Ci)il: estudos na &ers&ecti6a ci6ilconstitucional. &. XVXXXIII. io de Janeiro eno6ar(!""L. &. XXIII430B5$,AD$( odrigo Xa6ier. >u'eito de direito e ca&acidade...Op. Cit., &. ?2.
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ru&tura entre os conceitos de pessoa e sujeito de direito( moldada &ela ressignificação da
teoria da &ersonalidade 'urídica( d: es&aço &ara a&rimorar a nature-a 'urídica de algumas
figuras atuantes no Direito /rasileiro.
Tarcos _ernardes de Tello( ainda 0ue não se filie integralmente + doutrina 0ue
en%erga na &ersonalidade 'urídica um 6alor(L1 contri/ui &ara o &reenc*imento das lacunas
t)cnicas. 5m/ora na legislação não *a'a nada e%&resso nesse sentido( seriamsujeitos de direito
todo e 0ual0uer ente 0ue este'a na &osição de titular de uma situação 'urídica lato sensu. A
eles foi atri/uída capacidade jur(dica ou capacidade de direito. Portanto( ;ser su'eito de
direito [...\ ) ser titular de uma situação 'urídica 3lato sensu D5 T5BB$( Tarcos. 1eoria do fato
jur(dico: &lano da efic:cia. E. ed. >ão Paulo >arai6a( !"11. &. 1?E432 Ibidem, &.1#!1#L.
33B5$,AD$( odrigo Xa6ier. >u'eito de direito e ca&acidade...Op. Cit., &.??K.34 C$5B$( F:/io Ul*oa. Curso de Direito Ci)il: &arte geral. ?. ed. >ão Paulo >arai6a( !"1!. &.1L1.35 Ibidem, &.1L#.
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su'eitos com &ersonalidade 'urídica t8m autori-ação gen)rica &ara fa-er tudo a0uilo 0ue a lei
não &roí/e( aos su'eitos des&ersonali-ados a&enas se &ermitea &r:tica dos atos inerentes + sua
finalidade( conforme a lei o defina.LA 'ustificati6a &ara a concessão ou não de &ersonalidade
em seu sentido t)cnico seria 'ustamente a longa duração tem&oral da &essoa em contra&osição
+ fugacidade da duração dos su'eitos sem &ersonalidade.LE
3/4 Por sua 6e-( a classificação entre 3/.14 *umanos e 3/.!4 não *umanos ) mais
sim&les. umanos 3/.14 são todos os su'eitos de direito /iologicamente considerados como da
es&)cie =omo sapiens. Distintamente( os su'eitos de direito não *umanos 3/.!4 são todos os
outros ;criados &elo direito &ara mel*or disci&linar os interesses &otencialmente conflitantes
dos seres *umanose não for &essoa( &or)m( a res&osta de&ender: da e%ist8ncia( na lei( de autori-ação es&ecífica &ara a e%&loração
de ati6idade econ]mica ou iner8ncia + finalidade do su'eito. A diferença de tratamento entre as duas categoriasde su'eitos de direito resulta do fato de 0ue( no &rimeiro caso( a lei ': conferiu ao su'eito uma autori-açãogen)rica &ara 0ual0uer ato 0ue não este'a &roi/ido. 5 não *: &roi/ição nen*uma &ara as &essoas e%ercerem ocom)rcio de /rin0uedos. A autori-ação gen)rica acom&an*ou a concessão da &ersonificação. Uma sociedadean]nima ) &essoa 3'urídica4 e est:( assim( autori-ada a dar início + ati6idade em&resarial e%em&lificada. Afundação tam/)m ) &essoa 3'urídica4 e( em/ora não &ossa ter finalidade econ]mica( &ode comerciali-ar/rin0uedos &ara( &or e%em&lo( le6antar recursos &ara a&licar numa finalidade caritati6a. J: o condomínio edilícionão ) &essoa( mas su'eito de direito des&ersonificado. A e%&loração de com)rcio não ) inerente + sua finalidade3administrar o edifício em condomínio4 e não e%iste tam&ouco norma 'urídica autori-andoo a fa-8lo de modoes&ecífico. Falta ao condomínio edilício( assim( a&tidão &ara a &r:tica dos atos referentes + e%&loração de0ual0uer em&resa comercial.< 3 Ibidem, &.1L!437 T5BB$( Tarcos. 1eoria do fato jur(dico...Op. Cit., &. 1##.38;omens e mul*eres( &ortanto( são su'eitos de direito *umanos &ersonificados= nascituros são su'eitos
*umanos des&ersonificados= fundaçMes( su'eitos de direito não *umanos &ersonificados= massa falida( um não*umano des&ersonificado e assim &or diante.< 3C$5B$( F:/io Ul*oa. Curso...Op. Cit., &.1L#439C$5B$( F:/io Ul*oa. Curso...Op. Cit., &..1L#.
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>e'a como for( fica claro do e%&osto 0ue a &ersonalidade guarda at) agora tr8s
significados distintos. Ao mesmo tem&o em 0ue guarda &ara a corrente da re&ersonali-ação do
Direito Ci6il uma ace&ção 6alorati6a( simultaneamente radica nela dois sentidos t)cnicos de
atri/uto ou a&tidão &ara titulari-ar direitos= e de autori-ação gen)rica a su'eitos de direito.
Como 6isto( entender deste modo ) &roceder na reedição de conceitos antes
irremedia6elmente 6inculados( 0uais se'am o de su'eito de direito e &essoa.
5ssas ino6açMes no cam&o da eoria do Direito em ltima an:lise terminam &or
minar o reinado *umano so/re a erra. eela/orar os conceitos cl:ssicos 3e atri/uir
titularidade de relaçMes 'urídicas a entidades 0ue at) então eram meros o/'etos4&ossi/ilita &or
um lado considerar a ,ature-a em sua dignidade( e &or outro lado uma tentati6a de sal6ar o
&laneta das cat:strofes am/ientais e assim sal6ar a &r9&ria es&)cie *umana.
.% A -atureza#sujeito na Constituição equatoriana
A demonstração inicial do entendimento doutrin:rio cl:ssico e contem&or7neo da
teoria da &ersonalidade 'urídica foi essencial( 6isto 0ue os conceitos 0ue adiante serão
tra/al*ados t8m sua /ase no modelo antro&oc8ntrico de Direito. Por)m( con6)m notar a
su&eração &aulatina da &ers&ecti6a antro&oc8ntrica &atrimonialista. Como 6isto(o &asso inicial
foi dado &ela re&ersonali-ação do Direito com o desfa-imento do *omem como mero
elemento a/strato da t)cnica 'urídica. 5ntretanto( tão somente concreti-ar o *omem nas suas
relaçMes es&ecíficas continua &or ignorar o mundo 0ue o cerca.
$ sistema e%&lorat9rio e o tão &ro&agado desen6ol6imento sustent:6el fa-em
&ermanecer o a/uso am/iental a &ar de 0ual0uer recon*ecimento de um 6alor intrínseco ao
natural. Continua a sana antro&oc8ntrica#"( e o mundo continua a&ro&riado &ela indstria e
&ela ci8ncia em sua &retensa neutralidade. ;Domínio e &osse( a &ala6rac*a6e lançada &or
Descartes no des&ertar da era científica e t)cnica( 0uando a nossa ra-ão &artiu &ara acon0uista do uni6erso [...\.< #1 ,ossa relação com a ,ature-a( &autada na guerra e na
e%ist8ncia da &ro&riedade ) marcante desde então( e muito &ouco indica 0ue o
desen6ol6imento sustent:6el &ode alterar os rumos.
40 Ve'ase &or todos Fiorillo( 0uem afirma ;Por tudo isso( não temos d6ida em afirmar 0ue não s9e%iste uma 6isão antro&oc8ntrica do meio am/iente em sede constitucional( mas tam/)m umaindissoci:6el relação econ]mica do /em am/iental com o lucro 0ue &ode gerar( /em como com aso/re6i68ncia do &r9&rio meio am/iente. Al)m disso( a 6ida *umana s9 ser: &ossí6el com a
&erman8ncia dessa 6isão antro&oc8ntrica [...\.< 3FI$IBB$( Celso Antonio Pac*eco. Curso de direitoambiental brasileiro. 1#. ed. >ão Paulo >arai6a( !"1L. &.#1441 >55>( Tic*el. O Contrato 7atural. io de Janeiro ,o6a Fronteira( 1KK1. &.##.
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Como então garantir o futuro 5is 0ue surge a decisão final entre a ;morte ou a
sim/iose< 0ue a&enas o Direito com normati6idade &ro&icia. endo em 6ista 0ue o &arasita a
0ue o ser *umano se assemel*am em sua relação com a ,ature-a 3o *omem incorre em a/uso
dos direitos 0ue ele mesmo se concedeu4 surge a necessidade de agora o &r9&rio Direito
limitar a a&ro&riação e de&reciação desmedida do mundo.#!
A distinção antiana entre as &essoas 3seres aut]nomos dotados de dignidade4 e
coisas 3o/'etos 6alorados atra6)s de um &reço4 ) insuficiente &ara o esta/elecimento efica- de
um no6o &aradigma 0ue &rote'a todas as formas de 6ida 0ue estão em relação.Como ':
desmoronou a ideia segundo a 0ual ;&essoa ) sin]nimo de su'eito de direito ou su'eito de
relação 'urídica
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,esta segunda 6isão( a &artir da consci8ncia dos &erigos &elos 0uais &assa o &laneta(
) &ro&osto um estado de sim/iose entre *umano e ,ature-a. Ao in6)s de &ro&riedade e
dominação( reci&rocidade e res&eito &elo mundo tornamse as regras de ouro.#E
Posto isso( a no6a categoria ,ature-asu'eito tem o condão de estendera
&ersonalidade 'urídica aos entes naturais. Isso se d: a &artir do mo6imento
,eoconstitucionalista Andino 3ou ,o6o Constitucionalismo Batinoamericano4. #2 ,ascido no
seio das no6as constituiçMes do 50uador 3!""24 e _olí6ia 3!""K4( essa corrente regional &or
en0uanto do Direito Constitucional ®a a insufici8ncia da linguagem do constitucionalismo
moderno no s)culo XXI e na Am)rica Batina.#K
$ ,o6o Constitucionalismo Andino nega o &aradigma do su'eito a/strato nascido nas
re6oluçMes li/erais dos s)culos XVII e XVIII. Para o mo6imento ) ina&lic:6el a construção
racionalista do su'eito de direito a/strato aos seres *umanos 0ue não com&artil*am do mesmo
sistema de &ensamento moldado no $cidente a &artir da Todernidade. Com isso não se
concordaria com a im&osição do sistema de dominação da ,ature-a e de culturas
;su/alternasocioam/ientais so/ a &ers&ecti6a do Constitucionalismo BatinoAmericano. Re)ista Direito em Debate. I'uí. n. #". &. 1KL!#1. Jul.De-.Q!"1L. &. !1L.
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formas de coordenação( recon*ecimento de uma &luralidade de direitos coe%istentes
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oda &ersona( comunidad( &ue/lo o nacionalidad &odr: e%igir a la autoridad &/lica
5l cum&limiento de los derec*os de la naturale-a. Para a&licar e inter&retar estos
derec*os se o/ser6aranlos &rincí&ios esta/lecidos em la Constituci9n( em lo 0ue
&roceda.
5l 5stado incenti6ar: a las &ersonas naturales 'urídicas( a los colecti6os( &ara 0ue&rote'an la naturale-a( &romo6er: el res&eto a todos los elementos 0ue forman un
ecosistema.
Art% /+% (a naturaleza tiene derec$o a la restauraci*n% 5sta restauraci9n ser:
inde&endiente de la o/ligaci9n 0ue tienen el 5stado las &ersonas naturales o
'urídicas de indemni-ar a los indi6iduos colecti6os 0ue de&endan de los sistemas
naturales afectados.
5m los casos de im&acto am/iental gra6e o &ermanente( incluídos los ocasionados
&or la e%&lotaci9n de los recursos naturales no reno6a/les( el 5stado esta/lecer: los
mecanismos m:s eficaces &ara alcan-ar la restauraci9n( ado&tar: las medidas
adecuadas &ara eliminar o mitigar lãs consecuencias am/ientales noci6as. 3grifos
ausentes no original4
De&reendese dos dis&ositi6os acima 0ue *: direito da 7atureza a ser res&eitada( se'a
no 0ue concerne + sua e%ist8ncia e &roteção( se'a nos as&ectos ligados + sua regeneração. A
,ature-a não ) mais mero o/'eto. Vale &or si s9. 5 como su'eito( em/ora não este'a autori-ado
a fa-er tudo o 0ue a lei não &roí/e( tem ao menos tr8s direitos listados na Constituição do
50uador 3i4 + e%ist8ncia= 3ii4 + integridade= e 3iii4 + regeneração em caso de dano.??
essaltese 0ue entre os su'eitos dos direitos englo/ados na ,ature-a não estão os
animais. 5m/ora os direitos da ,ature-a este'am ali recon*ecidos( aos animais nen*um
direito foi e%&ressamente recon*ecido.? 5ntão o 0ue afinal significa recon*ecer a 7atureza
como su'eito de direito
,em de longe ) sim&les delimitar o sentido do 0ue se entende &or ente natural= ser
6i6o= ,ature-a= elemento natural= entre outros termos encontrados na doutrina es&eciali-ada e
0ue se utili-ou indistintamente at) a0ui. Tas a &ar da im&recisão do significado 0ue os termos
carregam 3o 0ue indica a demanda &or estudos mais a&rofundados( 'ustificados &ela ino6ação
55 A a&lica/ilidade imediata desses direitos ) a regra( so/ &ena de negar a força normati6a da Constituição.Destarte( a &osição ma'orit:ria defendida &ela doutrina 6ai contra atri/uição da tradicional classificação de;norma &rogram:tica
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recente no cam&o do Direito4 ) &ossí6el dar a eles um sentido &ro6is9rio. ?E Ao &ro&or algo
antes im&ens:6el como o recon*ecimento de direitos +s florestas( oceanos( rios e outros entes
naturais 3&ara a ,ature-a como um todo( enfim4 ) im&ossí6el não recon*ecer as dificuldades
de limitar seu o/'eto. Por)m( a dificuldade de cercar esses limites ) inerente a todas as
linguagens( inclusi6e a 'urídica.?2
A&esar de alguns citarem a e%ist8ncia de sistema ner6oso( tecnicamente seria o
meta/olismo( antes mesmo da dor( o crit)rio determinante da 6ida.?K ,o entanto( ao tratar da
&ersonalidade 'urídica da ,ature-a( 0uando se fala em )ida e de seu 6alor intrínseco( referese
ao conceito des&ido de tecnicidade( &ois ;al)m de indi6íduos( es&)cies e culturas( a/range
tam/)m ecossistemas( &aisagens( rios.< " @ nesse sentido 0ue a Constituição do 50uador se
refere + ,ature-a( conjunto de elementos @ue comp'em os ecossistemas. Portanto( a &rincí&io
en0uadrase no conceito de ente natural 0ual0uer elemento ou con'unto de elementos
org7nicos ou inorg7nicos 0ue contri/uem &ara a su/sist8ncia dos ecossistemas.
Visto isso( um &rimeiro &asso &ara su&erar as /arreiras 0ue im&edem a consideração
te9rica s)ria dos direitos da ,ature-a ) se&ar:la da doutrina dos direitos dos animais. A &artir
da distinção justi&a ambiental 36oltada aos seres *umanos4 e justi&a ecol6/ica 36oltada ao
meio am/iente natural4( Al/erto Acosta e%&lica 0ue a consideração do 6alor intrínseco da
,ature-a e o recon*ecimento de sua &ersonalidade 'urídica não t8m como conse0u8ncias a
&roi/ição do culti6o de &lantas( a criação de animais ou mesmo a &esca. Podese comer
0ual0uer ti&o de carne ou grão.1$ra( a &r9&ria manutenção da 6ida e%ige a manutenção da
cadeia alimentar. $s direitos da ,ature-a( &ortanto( re&resentam um interesse maior( 0ue ) a
manutenção do ecossistema. Alimentarse de carne( cortar :r6ores( consumir &rodutos a /ase
de &lantas e animais( tudo isso ) &ossí6el desde 0ue o res&eito &or todas as formas de 6ida e a
57
A 6ague-a do tema ) ineg:6el. As incerte-as se multi&licam. ,ão o/stante( &ara C*risto&*er >toneisso ) a&enas refle%o do ta/u instaurado em torno da e%tensão da &ersonalidade + ,ature-a. ,a medidaem 0ue se assume o meio am/iente como su'eito es&erase 0ue as d6idas se dissi&em. 3>$,5(C*risto&*er D. !hould treeGOp. Cit., &.#"458 Ibidem, &.K.59$DIHU5>( Danielle et. Os animais n%o?humanos como sujeitos de direito sob enfo@ueinterdisciplinar. !""E. 11K f. ese 3doutorado em Teio Am/iente e desen6ol6imento4. Uni6ersidadeFederal do Paran:( Curiti/a( !""E. Dis&oní6el em R*tt&QQ*dl.*andle.netQ122#Q1!L?2S. &.!?.60H$UV5IA( Cl:udia et al. A &ositi6ação dos direitos da nature-a na Constituição e0uatoriana e suacom&ati/ilidade com as &ro&ostas do mo6imento da ecologia &rofunda. Re)ista 8rasileira de Direito 2nimal. 6.2. n.1!. &.1EE. 'an.Qa/r. !"1L. &.#.61AC$>A( Al/erto. Bos derec*os de la ,aturale-a con Derec*os una lectura so/re 5l derec*o a la
e%istencia. In AC$>A( Al/erto= Tartíne-( 5s&eran-a 3$rg.4. La 7aturaleza com derechos:delafilosofia a la &olítica. &. L1EL!. uito A/a àla( !"11. Dis&oní6el emR*tt&QQWWW.rosalu%.org.ecQattac*mentsQarticleQ!?#Qderec*osnaturale-a.&dfS. &. L?#.
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continuidade de seu con'unto este'am assegurados. A 'ustiça ecol9gica( então( não defende
uma ,ature-a intocada( mas sim uma ,ature-a &reser6ada em seus con'untos de 6ida.
,ão *ou6e na Constituição e0uatoriana atri/uição de direitos indi6iduais ;aos seres
6i6os 0ue com&Mem os ecossistemas( como :r6ores e animais indi6idualmente considerados.<
!Assim( ) a ;es&)cie en0uanto totalidade< 0ue se 6isa &roteger.L Dessarte( o recon*ecimento
da ,ature-a como su'eito de direito não significa recon*ecer a ela os mesmos direitos 0ue aos
*umanos(# se0uer conceder endogenamente os mesmos direitos a cada um de seus
com&onentes.?
A &artir da 6isão ecoc8ntrica &ro&osta &ela corrente dos direitos da ,ature-a( fia
claro 0ue não *: &ro/lema em matar animais. Tais uma 6e- fica e%&lícito o res&eito &ela
,ature-a como um todo. $ ecossistema glo/almente considerado ) &rotegido como su'eito de
direito( e não a es&)cie indi6idualmente. ,o entanto( a &ergunta 0ue se segue ) 0ual a medida
do res&eito Ainda( &ara al)m dos animais e &ensando agora nos con'untos naturais 6i6os( at)
0ue &onto ) &ossí6el a utili-ação do meio am/iente em &rol do ser *umano ual a lin*a 0ue
se&ara o res&eito e a 6iolação dos direitos da ,ature-asu'eito
5ugenio aul Oaffaroni d: o crit)rio o @ue se pro(be 3 o abuso sup3rfluo e
desnecessrio. A )tica &ro6eniente do entendimento da erra como sistema integrado 3e como
su'eito de direito4 não se confunde com teses e%tremas( &ois não e%ige o im&ossí6el.Isto )(
não e%ige interrom&er a cadeia alimentar. ,ão &roí/e a satisfação das necessidades 6itais dos
seres 6i6os( mas sim o consumo e a e%&loração da 6ida al)m do necess:rio .
Ao ressignificar esses conceitos modernos o ,eoconstitucionalismo dos Andes tenta
&ro6ar 0ue uma no6a categoria de su'eitos de direito não ) a&enas &ossí6el( mas necess:ria(
&ois a alteração do 0uadro e%&lorat9rio não ocorrer: com uma m:gica mudança de
consci8ncia da sociedade. A alteração institucional a 0ue se fa- refer8ncia de&ende( com a
força do Direito( de re&ensarmos nosso lugar na e com a ,ature-a.E
62H$UV5IA( Cl:udia et al. A &ositi6ação dos direitos da nature-a...Op. Cit., &. EL.63$BIV5IA( F:/io Corr8a >ou-a de. Direitos da ,ature-a...Op. Cit., &.11L#".64Afinal( ;o recon*ecimento de direitos aos animais ou mesmo + ,ature-a não le6a ao resultadoa/surdo de &ro&or 0ue seres *umanos e animais ten*am os mesmos ou e@ui)alentes direitos$,5( C*risto&*er D. !hould treeGOp. Cit., &.11466 OAFFA$,I( 5ugenio aul. La Pachamama - el humano. _uenos Aires Coli*ue( !"11. &.2?.67>$,5( C*risto&*er D. !hould treeGOp. Cit., &. #2.
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,a &r:tica(su&Mese 0ue recon*ecer &ersonalidade 'urídica + ,ature-a al)m de
am&liar sua &roteção( limitaria o consumo desenfreado incenti6ado &elo ca&italismo. 2@
ine0uí6oco o &ar7metro de utili-ação dos recursos oferecidos &elo am/iente aos *umanos
consomese a&enas o necessrio.K
$utro &onto fundamental &ara a com&reensão da &ersonalidade 'urídica da ,ature-a
) a diferenciação dos direitos da ,ature-a dos direitos *umanos. Tuito se ou6e di-er 0ue
assim como conceder direitos aos animais enfra0uece os direitos do *omem( recon*ecer a
,ature-a como su'eito de direito re/ai%aria o 6alor do *umano.E"5ntretanto( não se de6e
confundir o direito *umano a um am/iente sadio( tal como &re6isto e%&ressamente no artigo
1# da Constituição e0uatorianaE1( com os direitos da ,ature-a. A distinção não ) e%cludente(
mesmo &or0ue um am/iente ecologicamente e0uili/rado ao *umano im&rescinde do res&eito
aos direitos da ,ature-a. Aí est: o em&reendimento a ser le6ado a ca/o &ela doutrina 'urídica(
0ual se'a relacionar os direitos fundamentais *umanos aos direitos da ,ature-a. : uma
trans6ersalidade dos direitos ecol9gicos em todo o cam&o dos direitos fundamentais. A rigor(
o direito ao tra/al*o( + moradia( + &re6id8ncia( e todos outros direitos do ser *umano estão
68 >em o a&rofundamento dese'ado acerca da sociedade de consumo 0ue se instaurou desde o final da>egunda Hrande Huerra( sinteti-ase a0ui a ideia do consumismo contem&or7neo no 6alor 0ue se d: +s&osses do indi6íduo em detrimento do ser. Pasmem( na sociedade de consumo atual( o sentimento de&ertencimento na comunidade est: atrelado ao 0uanto se consume o status de cidadania de&ende do&oder de com&ra. r8s fatores e%&licam o *i&erconsumo. >ão eles i4 industriali-ação e%acer/ada= ii4desen6ol6imento das tecnologias de informação e comunicação= e iii4 glo/ali-ação 3diluição dasfronteiras4. 3cf. CA,A,( icardo. Direito ao desen6ol6imento econ]mico e sociedade de consumo.In PI$V5>A,( Fl:6ia e FACI,( Telina Hirardi 3Coord.4. Direitos =umanos na ordemcontemporHnea: &roteção nacional( regional e glo/al. 6.?. &. 1"L1!". Curiti/a Juru:( !"1!( &.11! [email protected]$,I( 5ugenio aul. La Pachamama...Op. Cit., &.1#!.705m re/ate( &rimeiramente frisese 0ue nesse &aradigma fundado no mais am&lo relacionamento recí&roco
3*olístico diríamos4 *a6erão de ser considerados em sua dignidade( al)m da /iodi6ersidade( tam/)m as naçMes&lurais e os &o6os em sua di6ersidade. ,o &aradigma inaugurado &elo ,eoconstitucionalismo Andino a 0ue sefa- refer8ncia( os direitos da ,ature-a não e%cluem o recon*ecimento e%&resso das outras seis categorias dedireitos na Constituição do 50uador 3i4 do 8uen)i)ir= 3ii4 de &essoas e gru&os de atenção &riorit:ria( decomunidades( &o6os e naçMes= 3iii4 de &artici&ação= 3i64de li/erdade= 364de &roteção= 36i4de res&onsa/ilidades3artigos 1" a 2L4. $ra( a &reocu&ação com os direitos *umanos est: &resente. $ 50uador dedica um título inteiro+s ;elaciones internacionales< 3ítulo VIII4. ,este título est: inserto o artigo #1E de sua Constituição( normarecon*ecedora da a&lica/ilidade irrestrita dos tratados internacionais de direitos *umanos ;Art. #1E% Bostratados internacionales ratificados &or 5l 5cuador se su'etar:n a lo esta/lecido em laConstituci9n. 5m el caso delos tratados otros instrumentos internacionales de derec*os *umanos se a&licar:n los &rinci&ios &ro ser*umano( de no restricci9n de derec*os( de a&lica/ilidad directa de cl:usula a/ierta esta/lecido sem laconstituci9n.< 3,esse &asso( cf. mais uma 6e- _ABDI( Cesar. Del Constitucionalismo Toderno al ,ue6oConstitucionalismo Batinoamericano Descoloni-ador. Re)ista de Derechos =umanos - studios !ociales. n.K. &.
?1E!. 'an.'un.Q!"1L471 3Constituição do 50uador4 ;Art.1#. >e reconoce 5l derec*o de la &o/laci9n a 6i6iren um am/ientesano ecol9gicamente e0uili/rado( 0ue garantice la sosteni/ilidad el/uen6i6ir( sumaasa-.<
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entrecortados &elos direitos ecol9gicos.E! Ali:s( conforme recon*ece o &re7m/ulo da
Constituição e0uatoriana(o *omem fa- &arte da ,ature-a.EL
De fato( entender a ,ature-a como su'eito e%ige um e%ercício estranho( &or0ue
determina 0ue se'a ela/orada em termos antro&oc8ntricos &or um *umano. ,o entanto(
mesmo na &resença desse estran*amento( ao tratar de ra-Mes &ara &roteger a ,ature-a &elo seu
6alor intrínseco ) &ossí6el englo/ar interesses *umanos no /alanço final entre custos e
/enefícios da &ersonali-ação dos entes naturais. $u se'a( essa estran*a dificuldade não
e%cluiria as )anta/ens de conferir direitos + ,ature-a.E#Por e%em&lo( a fragmentação dos
interesses *umanos relacionados a um determinado ecossistema ) taman*a 0ue nem sem&re
todos os afetados &or um dano am/iental &odem fa-er 6aler seus direitos. Bogo( conceder
direitos + ,ature-a estende( indiretamente( os /enefícios a ela assegurados aos seres *umanos
0ue de&endem dela &ara 6i6er.@ o e%em&lo de um &escador 0ue mora na fo- de um rio
&oluído em sua nascente. >em sa/er o local em 0ue se des&e'a resíduos no rio( este *omem
0ue so/re6i6ia dos &ei%es ali coletados &assar: fome. Caso fosse o rio su'eito de direitos
3como no caso Vilacam/a ficou e6idenciado4( faria 6aler em toda e%tensão da corrente de
:gua suas garantias legais. Dessa sorte( mesmo na &ers&ecti6a antro&oc8ntrica( conceder
&ersonalidade aos elementos da ,ature-a &elo seu 6alor intrínseco ) 6anta'oso &ara *omem. 5
não se es0ueça 0ue o tutor da ,ature-a ) tam/)m o tutor das geraçMes do futuro. E?
Desta maneira( com a mesma facilidade com 0ue se recon*ece nos ordenamentos
'urídicos su'eitos de direito di6ersos do ser *umano( como &or e%em&lo as &essoas
'urídicas(;desde una &ers&ecti6a normati6a( no e%istiria inco6eniente alguno &ara declarar la
naturale-a como su'eto de derec*os.
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ser su'eito de direito( essa alteração da realidade normati6a esconde a 6erdadeira necessidade
a alteração das condiçMes materiais de e%ist8ncia. @ di-er( ao o&osto da real necessidade de
aca/ar com a e%&loração &redat9ria da ,ature-a( 6emonos numa &osição em 0ue &ersonificar
a ,ature-a e seus elementos &arece /astar( o 0ue na o&inião dos críticos ) falso.
Isso &or0ue os seres *umanos en0uanto realidade nica no &laneta( com&artem sua
casa( a ,ature-a. A se&aração de fato *a6ida entre *umano e natural( o&erada &elo
ca&italismo( ) a mesma se&aração &rocedida entre os indi6íduos 0ue le6a + desagregação do
social. A destruição da ,ature-a( &ortanto( coincide com a transformação da condição social
*umana em mercadoria le6ada a termo &elo sistema ca&italista. Dito isso( o 6erdadeiro cam&o
de /atal*a &ara a mudança não seria o 'urídico( mas o &olítico.EEDisso se alcança a crítica aos
direitos da ,ature-a em sua com&letude( &ois não /astaria a &ersonificação das realidades
&ara alcançar o fim da de6astação.E2
5ntretanto( su/sistem fortes moti6os 0ue 'ustificam a e%tensão de &ersonalidade(
a&esar das críticas e dos argumentos no sentido de 0ue os direitos da ,ature-a não 6ão al)m
em efic:cia do 0ue os atuais mecanismos de &roteção antro&oc8ntricos. ais moti6os seriam
classificados como argumentos utilitaristas. Conceder &ersonalidade 'urídica + ,ature-a(
re&resentada 'udicialmente &or 0ual0uer &essoa e não s9 &elo Tinist)rio P/lico(
&ossi/ilitaria uma tutela es&ecífica( com foco integral no meio am/iente.EK @ e%atamente o 0ue
fa- a Constituição 50uatoriana ao legitimar 0ual0uer interessado + &roteção do meio
am/iente. Vimos /em o grau de &roteção 0ue o io Vilacam/a rece/eu 0uando em 'uí-o foi
defender seus direitos.
@ &reciso estar atento +s mudanças( e atualmente 0uanto ao meio am/iente ocorre
uma alteração classificat9ria dos /ens. ,o &assadores nullius, agora a ,ature-a sofre um
&rocesso acelerado de &atrimoniali-ação. : um isolamento do todo am/iental em florestas(
solos( ar( fauna( flora( :gua( enfim( os mais di6ersos com&onentes da ,ature-a transformam
77PAHA( Jos) >:nc*e-. Discursos retro6olucionarios sumaaWsa( derec*os de la naturale-a otros &ac*amamismos. cuador Debate. n. 2#. &.L1?". uito( 5cuador. Diciem/reQ!"11. Dis&oní6elem R*tt&QQWWW.ecuadorde/ate.comQW&contentQu&loadsQ!"1LQ"Q5cuadorde/ate2#.&dfS. &. #.78Alertese 0ue a sem&re &resente crítica ao reformismo institucional como medida em tese intil +s reaistransformaçMes foi &erce/ida &or Hargarella ;5nefecto( *asta *ace &oços aos( los líderes militantes de lai-0uierda no dudaron en tratar todas las cuestiones relacionadas com el cam/io institucional como medidasmeramente ;reformistas< 3 &or tanto indesea/les4 o( lo 0ue resulto m:s comn m:s gra6e( como iniciati6as6inculadas com la Ysu&erestructuraZ &or tanto finalmente intiles.< 3HAHA5BBA( o/erto. Pensando so/rela reforma constitucional en Am)rica Batina. In HAAVI$( C.. l derecho en 2m3rica Latina: un ma&a &arael &ensamiento 'urídico del siglo XXI. _uenos Aires >igloVeinteuno 5ditores( !"11.&.K#4.79 >tone tra- uma interessante com&aração ;5u não ten*o d6idas( &or e%em&lo( 0ue o >istema de
>eguro >ocial est: sendo administrado para mim= mas eu não gostaria de a/dicar meu direito deim&ugnar &essoalmente suas açMes 0uando elas me &re'udicam( e 0uando a necessidade indicar.<3tradução li6re4. 3>$,5( C*risto&*er D. !hould tree...Op. Cit., &. !?4
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se em recurso.2"$ 0ue se 68 ) a re&ersonali-ação do Direito Ci6il concomitante +
&atrimoniali-ação da ,ature-a. $ conceito de res nullius es6a-iase( restringindo a &oucos
elementos como a atmosfera( a lu- solar( ou os recursos marítimos. odo o resto &assa a ter
donos( se'am &ri6ados( se'a o &r9&rio 5stado. uando o &rocesso se 6olta + a&ro&riação
&ri6ada( ele am&lia a &ers&ecti6a li/eral e antro&oc8ntrica do Direito Ci6il cl:ssico. uando
se dirige ao &atrim]nio do 5stado( longe de re&resentar a&enas a &roteção da ,ature-a( isso
tam/)m significa sua transformação em /ens econ]micos dis&oní6eis no mercado.21
@ nessa insufici8ncia mantenedora do status @uo, radicado na centralidade do
dominus,0ue residem os argumentos mais fortes &ara conceder direitos + ,ature-a.
As consideraçMes lançadas 6ão al)m da alteração do titular dos elementos naturais.
5las indicam as 6antagens de recon*ecer a ,ature-a como su'eito de direito. >e ela( atra6)s de
re&resentantes( &ode a'ui-ar açMes 6isando a re&aração de um dano 3ou ainda outras tutelas4
0ue a /eneficie diretamente( isso re&resenta situação de &roteção maior do 0ue 0uando ela )
a&enas o/'eto da tutela 6oltado ao *umano. Portanto( a mais im&ortante mudança ao
en0uadrar a ,ature-a como su'eito de direito ) &ermitir a sua &erce&ção não mais como coisa
;commodit-( recurso natural( mas como entidade dotada de direitos constitucionalmente
garantidos( 0ue( prima facie, não go-am de 0ual0uer &re6al8ncia ou &reterição em relação a
0ual0uer direito *umano.< 2!Portanto( no &lano estritamente 'urídico( recon*ecer a ,ature-a
como su'eito de direito ) &ermitir o recon*ecimento aut]nomo dela como su'eito agredido(
ca/endo at) mesmo a legítima defesa contra atos 0ue im&ortem em sua destruição. 2L
2% Considerações 3inais
A multi&licação dos su'eitos de direito ao longo da *ist9ria não raro tra- consigoestran*amento( temor( ou mesmo risadas &or &arte dos 'uristas. 5ssas atitudes são
com&reensí6eis( 6e- 0ue at) o recon*ecimento dos direitos dos no6os su'eitos eles são 6istos
como coisas a&tas ao uso da0ueles 0ue ': são recon*ecidos como su'eitos. Assim foi com as
80>IBVA( Jos) o/son. Paradi/ma...Op. Cit., &.".81A titularidade nas mãos do 5stado enfrenta outros modos de a&ro&riação &ri6ada dos /ens &/licos( comoocorre &or meio dos con*ecidos instrumentos de &ermissão e concessão administrati6a. A a&ro&riação &ri6ada(&ortanto( se mant)m mesmo 0uando a &ro&riedade ) estatal. $ dado &eculiar ) a sutile-a dessa a&ro&riação(di6ersa da /rusca tomada de /ens naturais &or &articulares. 3>IBVA( Jos) o/son. Paradi/ma...Op. Cit.,&.L e
E482H$UV5IA( Cl:udia et al. A &ositi6ação dos direitos da nature-a...Op. Cit., &.E1.83OAFFA$,I( 5ugenio aul. La Pachamama...Op. Cit., &.1#!.
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mul*eres e com os escra6os( &or e%em&lo. De 0ual0uer modo( a &ers&ecti6a *ist9rica mostra
0ue o estran*amento ou sensação de *ilaridade ao recon*ecer as coisas como sujeitos radica
na falta de consideração das coisas &elo 0ue são &or si s9. adica( &ortanto( na falta de
consideração do 6alor intrínseco dessas coisas. Por isso 0ue( &ara C*risto&*er >tone( s9
&assamos a considerar o 6alor dessas coisas a &artir do momento em 0ue concedemos direitos
a elas= a &artir do e%ato &onto na *ist9ria em 0ue as recon*ecemos como sujeitos.2# 5sse
a&arente &arado%o tem a força de a/rir nossos ol*os + consideração da ,ature-a.
De todo modo( claro est: 0ue conceder &ersonalidade 'urídica + ,ature-a( como fe- o
50uador( acarreta sim conse0u8ncias di6ersas das atuais na lin*a de defesa do meio am/iente.
A classificação dessas conse0u8ncias como utilitarista não tem nen*um dem)rito. A 6antagem
&rinci&al de conceder + ,ature-a &ersonalidade 'urídica seria a de &ro&iciar uma no6a )tica de
res&onsa/ilidade &ara com nosso &laneta e com seus *a/itantes. $ recon*ecimento dos entes
naturais como su'eitos de direito 6ai nesse sentido.
$s críticos da &ro&osta não estão integralmente des6inculados da ra-ão. De fato( o
&otencial &ara e%igir a im&lementação desses direitos atri/uídos aos no6os su'eitos ) su&erado
a&enas atra6)s da força &olítica( como de certo modo 6em acontecendo nos &aíses andinos.
5ssa força( &or mais ro/usta 0ue se'a a teori-ação 0ue a fundamenta( &ertence
ma'oritariamente aos mo6imentos 0ue rei6indicam a im&lementação desses direitos nos
ordenamentos 'urídicos( ocasião em 0ue se tornam direitos sindic:6eis.
@ ineg:6el 0ue o maior 9/ice + e%tensão da &ersonalidade 'urídica + ,ature-a ) o
sistema dominial atrelado ao ca&italismo. ,o sistema ca&italista 0ue molda nossas 6idas
contem&oraneamente o meio am/iente ) um /em &assí6el de a&ro&riação. Como 6isto no
início( o su'eito de direito ) elemento &ro&ulsor das trocas de mercado( e 0ual0uer tentati6a de
des6incular os interesses difusos ;de uma ordem centrada na dominialidade( [...\ tam/)m
es/arra na estrutura do sistema ca&italista.< 2?Por isso a constitucionali-ação dos direitos da
,ature-a( como aconteceu na Constituição do 50uador( ;re&resenta um recon*ecimento dafalta de sustenta/ilidade do modo de 6ida ocidental contem&or7neo.< Tesmo 0ue ainda se'a
cedo &ara sa/er ;se a sociedade e0uatoriana se mo6e em direção ao fim do consumismo e do
dese'o de alto &adrão de 6ida
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do tema(mudanças como a 0ue se deu no 50uador de6em se o&erar em ní6el mundial( e o
mais r:&ido &ossí6el.
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