ISBN: 978-972-9171-86-4
A PERCEPÇÃO DOS CONCLUINTES E GRADUADOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE UMA IES DA PARAÍBA SOBRE O MERCADO
DE TRABALHO NA ÁREA DE PERÍCIA CONTÁBIL: UM ESTUDO COMPARATIVO
Maristela da Silva Gomes Email: [email protected]
Luana Cristina Knoff
Email: [email protected]
Área temática: A9 | Investigação em contabilidade, ensino e formação Palavras-chave: Contabilidade. Perícia Contábil. Profissional Perito. Mercado de Trabalho. Metodologia da investigação usada: M2 | Case/Field Study
RESUMO Este trabalho trata da percepção dos concluintes e graduados em ciências contábeis de uma Instituição de Ensino Superior Pública do Estado da Paraíba, região Nordeste do Brasil sobre as expectativas para o mercado de trabalho na área de Perícia Contábil. O procedimento técnico utilizado é classificado como uma pesquisa de campo, e para a coleta de dados foi elaborado um questionário com perguntas fechadas, respondido por uma amostra composta de 41 respondentes, no segundo semestre de 2013. Na percepção dos concluintes e graduados do curso, a IES deve se primar pela otimização e aproveitamento das atividades em sala de aula, de modo que a relação entre teoria e prática possa consolidar o aprendizado contribuindo para uma formação mais qualificada e para o sucesso no campo profissional. Palavras-Chave: Contabilidade. Perícia Contábil. Profissional Perito. Mercado de Trabalho. Pesquisa. 1 INTRODUÇÃO
As Instituições de Ensino Superior - IES, no tocante ao curso de Ciências
Contábeis tem uma parcela significativa de responsabilidade na formação e preparação
desses profissionais, visto que o desafio está em preparar o discente para atuar no
mercado de trabalho atendendo as expectativas que derivem ser dele exigidas.
A competência profissional é construída em meio a um processo, que tem seu
início na formação ainda como estudante de graduação e se estende via aprimoramento
contínuo de suas habilidades, competências e conhecimentos adquiridos ao longo do
tempo. (GOMES et. al, 2012).
Marion (2001, p. 20) ao discutir sobre o ensino em Contabilidade no Brasil,
menciona que “[...] na maioria dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, as
disciplinas são soltas, os ensinamentos repetitivos e sem sequência onde o aluno no
final do curso não consegue reunir todas as competências e conteúdos necessários para
enfrentar a profissão.”
Nesta discussão, observa-se que a formação acadêmica do profissional contábil
ao longo do tempo passa por diversas áreas1 do conhecimento teórico, a visão de um
acadêmico sobre determinada profissão que almeja seguir após finalizar o curso, por
vezes acaba surgindo da relação entre a facilidade presente no campo de atuação e a
familiaridade que adquire com determinada disciplina ao longo do curso.
1 Tributária, Fiscal, Financeira, Pública, Gerencial, Perícia, Auditoria, Contábil e de Custos.
Como questão de pesquisa deste trabalho, buscou-se responder ao seguinte
questionamento: qual a percepção dos formandos e graduados no curso de Bacharelado
em Ciências Contábeis de uma IES, no que diz respeito à formação acadêmica e
preparação profissional que receberam para atuar na área de Perícia Contábil?
No intuito de responder a questão demandada, o objetivo do presente trabalho é
analisar a percepção dos concluintes e graduados em Ciências Contábeis de uma
Instituição de Ensino Superior Pública da Paraíba sobre as suas expectativas para o
mercado de trabalho na área de Perícia Contábil.
A justificativa para a execução deste estudo é a necessidade de verificar como
está sendo ministrada a disciplina de Perícia Contábil, que representa um respeitável
nicho de mercado para o profissional contador.
O trabalho contempla cinco capítulos, sendo o primeiro a introdução, seguido da
fundamentação teórica pertinente ao tema. Os procedimentos metodológicos adotados
na pesquisa, a apresentação dos resultados, e por fim as considerações finais do estudo a
as referências utilizadas no seu desenvolvimento.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O Profissional Perito e o Mercado de Trabalho O trabalho do perito-contador exige bastante conhecimento sobre legislação,
sobre Contabilidade e áreas afins, para esclarecer ao juiz e ajudá-lo a tomar a decisão
mais justa possível. O perito irá revelar através do Laudo Pericial Contábil as
conclusões que obteve após uma análise crítica e detalhada de determinado assunto em
questão.
O campo de atuação do perito contador abrange as demandas de pessoas físicas e
jurídicas, que necessitam de seus serviços para fins judiciais e também extrajudiciais. O
perito contador pode atuar em diversas Varas, como as Criminais, na Justiça do
Trabalho, nas esferas Cíveis Estaduais, nas Varas da Fazenda Pública e Execuções
Fiscais, e também nas Varas de Família. (HOOG e PETRENCO, 2007; NEVES
JÚNIOR e MELO, 2010).
A Resolução CFC nº. 1.243/09 estabelece que:
1. Perito-contador nomeado é o designado pelo juiz em perícia
contábil judicial; contratado é o que atua em perícia contábil
extrajudicial; e escolhido é o que exerce sua função em perícia
contábil arbitral.
2. Perito-contador assistente é o contratado e indicado pela parte em
perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusive
arbitral.
Para Neves Júnior e Melo (2010, p. 1) “Grandes são as demandas na justiça de
litígios envolvendo o patrimônio de pessoas tanto físicas quanto jurídicas. E, no campo
patrimonial, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) entende que ninguém melhor
que o profissional contábil para tratá-los.”
Pereira (2006, p. 56) aponta que o perito contador deve possuir conhecimento
“acima da média normal de seus colegas de profissão (contadores)”, além do domínio
de suas responsabilidades funcionais, do aprimoramento profissional e especialização na
área que pretende atuar.
A Resolução CFC 1.243/09 requer que o perito contador regularmente registrado
em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade, deverá manter-se
constantemente atualizado e sobretudo realizar o seu trabalho com responsabilidade e
zelo, apontando a perícia contábil como ferramenta útil na resolução de litígio.
2.2 O ensino da Perícia Contábil
Os cursos de Ciências Contábeis devem formar profissionais capazes de
interagir com o mercado de trabalho atual, o que demanda boas condições de ensino e
professores qualificados, inclusive na disciplina de Perícia Contábil. No Brasil, a
matéria sobre Perícia Contábil foi pela primeira vez incluída para debate perante um
evento da classe no I Congresso Brasileiro de Contabilidade de 1924.
Para Marion (2001, p.14), “a educação para futuros contadores deve produzir
profissionais com expertise contábil, e que dominem certas habilidades, dentre as quais
as de comunicação e conhecimentos gerais.” Assim, é possível verificar a relevância e a
utilidade do ensino da Perícia Contábil e das habilidades e técninas que o aluno precisa
aprender para o exercício profissional.
De acordo com Henrique (2008), a Resolução CNE/CES nº 10/2004 dispõe que
o curso deve formar um profissional apto a interagir com o contexto atual, adequando-se
às necessidades do mercado globalizado. Os programas devem ser bem delineados,
voltados à prática contábil contemporânea, além de ter referencial bibliográfico
atualizado. Os professores devem ser qualificados nas disciplinas e conteúdos, como por
exemplo, perícia contábil, para que se obtenha bom desempenho nas atividades de
ensino.
É importante ressaltar que a Resolução CNE/CES nº 10/2004 não menciona
como deve ser lecionada a disciplina de Perícia nos cursos de Ciências Contábeis
atualmente, de modo que cada instituição de ensino superior possui autonomia para
estabelecer os critérios de seu funcionamento.
Além de compreender todos os aspectos contábeis, o exercício do trabalho de
Perícia necessita de uma aquisição de conhecimentos e habilidades extras para poder
auxiliar de forma plena o público que demanda essa atividade. Somente com um foco
específico na área é possível compreender a atividade, sua utilidade e especial
importância. O estudo da prova pericial contábil pressupõe desenvolver uma abordagem
interdisciplinar, inter-relacionando diversos aspectos do Direito Processual Civil com
nossa área de estudo, a Ciência Contábil aplicada à especialidade da perícia contábil
(ORNELAS, 2009).
Os futuros profissionais de perícia contábil precisam estar preparados para o
exercício da profissão. Neste sentido, as Instituições de Ensino Superior deverão
investir na implantação de laboratórios e núcleos de práticas para que os alunos
pratiquem o que aprenderam com a teoria, tornando-os assim profissionais capacitados
para desempenhar a profissão com eficiência e qualidade, e no corpo docente, através da
contratação de professores altamente capacitados e motivados para o exercício da
profissão. Instituições de Ensino Superior como a escola de administração de empresas
da University of Pennsylvania, utiliza como métodos de ensino a teoria e a prática,
sendo que o tempo dedicado a ambas varia em relação aos cursos e os participantes
(NEVES JÚNIOR; FELIX, 2009).
A qualidade do ensino da Perícia Contábil depende de algumas mudanças
curriculares e estruturais das universidades, a Resolução CNE/CES nº 10/2004, art. 3º,
narra que fica evidente que o curso de Ciências Contábeis deve promover condições
para que o futuro profissional contábil “tenha pleno domínio de suas responsabilidades
funcionais, envolvendo apurações, auditorias, perícias, arbitragens [...]”.
Diante do exposto, fica evidente a necessidade de que a disciplina de Perícia
Contábil seja trabalhada de modo a capacitar os alunos para as exigências do mercado
no exercício da profissão.
2.4 Pesquisas anteriores
Algumas pesquisas já realizadas, como o estudo de Buosi (1999) observou que a
obrigatoriedade da inclusão da disciplina de Perícia Contábil como componente
curricular no curso de Ciências Contábeis, surgiu a partir da Resolução CFE nº 03/92 e
teve dois objetivos: conhecer a realidade do ensino da disciplina no estado de São
Paulo; e conhecer o perfil dos Peritos Contábeis à época de sua realização.
O estudo obteve respostas de 23 das 63 IES que pesquisou, alguns dos achados
foram: a disciplina não era oferecida antes da Resolução CFE nº 03/92 na maior parte
das IES consultadas; os professores não possuíam mestrado em Ciências Contábeis;
havia poucos peritos e professores que cursaram a disciplina na graduação; a maior
parte dos entrevistados considerou importante a obrigatoriedade da disciplina de perícia
contábil na graduação, para a boa formação do futuro contador.
Neves Júnior e Silva (2007, p. 1) desenvolveram um estudo com o principal
objetivo de “avaliar o ensino da perícia contábil no Distrito Federal sob a ótica dos
professores de Perícia Contábil das Instituições de Ensino deste Distrito, visando a
construção de proposta de ensino para a capacitação de discente.” Os resultados obtidos
a partir da aplicação de questionário direcionado a 11 docentes da disciplina de perícia
contábil, permitiu constatar a necessidade da educação continuada e melhorias nas
técnicas de ensino para a formação de melhores peritos contadores.
Souza (2004, p. 7) realizou um estudo sobre “Os principais problemas, que
fazem parte do cotidiano profissional dos peritos contadores, relatados através de
questionário de pesquisa enviado a 52 peritos, tendo, contudo, obtido 12 respostas.” O
problema mais preocupante, na visão dos peritos, é a falta de reconhecimento da
complexidade e importância do trabalho pericial. O autor se interroga se a perícia
contábil pode ser considerada uma profissão, vez que na verdade, para o autor, “[...] a
perícia não pode ser encarada como profissão, pois na realidade, a profissão no caso da
perícia contábil é a de contador, sendo a atividade pericial uma função cíclica exercida
pelo profissional da contabilidade.” (Id., 2009, p. 15)
Soares et al. (2012, p. 2) realizaram um estudo com o objetivo de “investigar
alguns aspectos acerca do ensino de Perícia Contábil, tais como ementa, carga horária,
período em que a disciplina é ministrada e quanto à classificação obrigatória ou
optativa.” Os achados mostram que os principais pontos trabalhados na disciplina são o
laudo pericial, a legislação (da perícia e do perito), os procedimentos para a realização
da perícia, conceitos e áreas de abrangência do perícia contábil. O estudo mostrou ainda
que a disciplina é ministrada da metade do curso em diante, considerando os cursos de
quatro ou cinco anos, em períodos semestrais ou anuais. A disciplina caracteriza-se
como de formação profissional, por apresentar conceitos e técnicas que exigem mais do
aluno do que os conhecimentos básicos em contabilidade.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa se classifica, por sua natureza, como descritiva que segundo
Beuren (2008, p. 81) “configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa
exploratória e a explicativa, ou seja, não é tão preliminar como a primeira nem tão
aprofundada como a segunda”. Os procedimentos metodológicos se apóiam nos
fundamentos propostos por Marconi e Lakatos (2005), Malhotra (2001) e Richardson
(1999).
Quanto aos meios de investigação, classifica-se como uma pesquisa de campo.
Para Vergara (2009, p. 46) a pesquisa de campo “É uma investigação empírica realizada
no local onde ocorreu o fenômeno ou que se dispõe de elementos para explicá-lo. Pode
incluir entrevistas, aplicações de questionários, testes e observações participante ou
não.”
Como instrumento de pesquisa, utilizou-se da aplicação de um questionário
estruturado (MALHOTRA, 2001). A aplicação foi realizada no segundo semestre de
2013, e não foi exigida a identificação dos respondentes. Segundo Hill e Hill (2002), a
elaboração de um questionário equivale a explicar os objetivos da pesquisa em questões
específicas. A inclusão das perguntas no questionário deve detalhar o objetivo geral da
pesquisa, isto é, o tipo de informação buscada.
O universo total da população alvo da pesquisa abrange 45 respondentes,
concluintes e graduados do curso de Ciências Contábeis de uma Instituição de Ensino
Superior da Paraíba, região Nordeste do Brasil. O questionário foi distribuído à
totalidade dos alunos, de modo que 41 acadêmicos retornaram com as respostas,
representando uma proporção de 91,11% da população total.
Segundo Barbetta (2008), em uma pesquisa em que não se atinge a totalidade da
população, torna-se necessário definir qual será o erro tolerável a fim de encontrar o
tamanho mínimo da amostra, sendo que este erro deve ser estimado entre 1% e 10%
para que os resultados da pesquisa possam ser considerados como significativos. Desta
forma, adotou-se para esta pesquisa um erro de 5% (cinco por cento), para o cálculo da
amostra, conforme descrito a seguir:
Onde: n0 = primeira aproximação do tamanho da amostra E0 = erro amostral tolerável Então, tem-se: n0 =1/(0,05)
2 => n0 = 400 Desse modo, o universo dessa pesquisa abrange 45 respondentes, a amostra (n)
foi definida com um erro tolerável (E) de 5%, com base na fórmula proposta por
Barbetta (2008, p. 315):
Onde: n = Tamanho da amostra N = Tamanho da população n0 = Primeira aproximação do tamanho da amostra Então, tem-se: n = (45 x 400) / (45 + 400) => 40 Foi utilizada uma amostra composta por 41 respondentes e, portanto acima do
tamanho mínimo indicado, com um erro tolerável de 5% e o nível de confiança de 95%
nos resultados.
Os dados coletados serão apresentados em tabelas, para uma melhor visualização
e análise dos mesmos. Segundo Ferrão (2003, p 108) “Uma vez que os dados foram
coletados e elaborados, a fase seguinte é de análise e interpretação. Esta constitui a parte
central da pesquisa, que sobrevive ou se perde, dependendo do que o autor consiga
fazer.”
Para organizar os dados e analisar cada assertiva do questionário, decidiu-se
utilizar recursos estatísticos descritivos. Segundo Martins e Théophilo (2009) o método
estatístico é empregado para obter, organizar, analisar e apresentar determinados dados
numéricos de fatos ou fenômenos. Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas
no programa Microsft Excel (versão do Windows 2007) e analisados estatisticamente no
programa Google Docs® de forma a verificar o objetivo proposto.
Quanto às limitações, este estudo, não teve como variáveis algumas questões que
envolvem o gênero ou que avaliam o perfil sócio-econômico do respondente. A análise
dos resultados é temporária, tratando-se de uma pesquisa científica de momento, isto é,
mais recente à época da elaboração deste estudo. Por utilizar de amostragem
probabilística em apenas uma IES, alerta-se que as informações obtidas não podem ser
generalizadas para outras instituições de ensino superior.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esta seção aborda o detalhamento da percepção dos respondentes às questões
propostas na pesquisa, bem como comentários acerca dos resultados e a análise
exploratória e descritiva dos dados. Como suporte aos resultados obtidos, utilizou-se a
análise de freqüência absoluta e relativa das respostas, realizada através do programa
Google Docs®.
Os dados foram coletados e analisados no segundo semestre do ano de 2013,
junto aos concluintes e graduados do curso de Ciências Contábeis de uma Instituição de
Ensino Superior do Nordeste do Brasil. Na coleta foram utilizados dois grupos de
respondentes e apenas um questionário aplicado, a fim de analisar a percepção de alunos
sobre as suas expectativas para o mercado de trabalho na área de Perícia Contábil.
Trata-se então de uma pesquisa qualitativa, com aspectos quantitativos, no que
toca à mensurar numericamente as respostas dos acadêmicos ao questionário aplicado.
Os resultados estão tabulados e dispostos em Tabelas para melhor visualização e análise
dos mesmos. Dessa forma a pesquisa apontou os seguintes resultados:
Questão 1 - Qual a área da Contabilidade com a qual você mais se identifica e pretende
atuar?
A primeira questão pretende conhecer a subárea da Contabilidade que os
respondentes mais têm interesse e pretende atuar após o curso.
Tabela 1 Frequências da Questão 1
Opções de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas (%)
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas (%)
Auditoria 2 10% 1 5%
Consultoria 4 19% 3 15%
Controladoria 1 5% 2 10%
Docência 1 5% 3 15%
Gerencial 7 32% 5 25%
Perícia 2 10% 1 5%
Pesquisa 0 0% 2 10%
Pública 4 19% 3 15%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 1 revela que 32% dos concluintes pretendem atuar na área de
Contabilidade Gerencial, este percentual cai para 25% entre os graduados; em seguida
19% dos concluintes pretendem atuar em Consultoria e Pública, já entre os graduados
este percentual cai para 15%; dos concluintes e graduados 10% e 5% respectivamente,
devem atuar na área de Auditoria e Perícia, demonstrando-se que o campo de atuação
profissional dos dois grupos de respondentes escapa do foco deste estudo. Conforme os
dados levantados por Gomes et al. (2012, p. 15) “[...] grande número de indivíduos
prefere não exercer atividade profissional de perícia contábil por falta de exposição ao
conteúdo com qualidade”.
Questão 2 - Você exerce alguma atividade remunerada?
Em relação à inserção dos respondentes no mercado de trabalho, buscou-se
verificar se os acadêmicos exercem alguma atividade remunerada.
Tabela 2 Frequências da Questão 2
Opções de resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim, na área de contabilidade 8 38% 8 40%
Sim, mas não na área de contabilidade 13 62% 10 50%
Não exerce atividade remunerada 0 0% 2 10%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013
Observa-se na Tabela 2 que 62% e 50% dos concluintes e graduados exercem
atividade remunerada, mas não na área de contabilidade; entre os concluintes 38%
exerce atividade remunerada na área de contabilidade, já entre os graduados este
percentual sobe para 40%; e apenas 2% dos graduados não exercem atividade
remunerada.
Dias e Moreira (2008) realizaram um estudo empírico e identificaram que em
relação à ocupação de um grupo de alunos 17% trabalha na área contábil. Assim os
resultados apresentados na Tabela 2, apóiam entre outros aspectos os achados na
pesquisa daqueles autores.
Questão 3 - Em sua opinião, a formação acadêmica que recebeu no curso de Ciências
Contábeis atendeu às suas expectativas?
A terceira questão foi responsável por questionar aos respondentes se o curso de
Ciências Contábeis atendeu as suas expectativas, em relação à formação acadêmica
recebida.
Tabela 3 Frequências da Questão 3
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 4 19% 6 30%
Não 0 0% 2 10%
Parcialmente 17 81% 12 60%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Constata-se na Tabela 3, que para 81% e 60% dos concluintes e graduados o
curso de Ciências Contábeis atendeu parcialmente as suas expectativas, o que ratifica os
resultados obtidos nas Tabelas 1 e 2. Para os concluintes, 19% relatam que o curso
atendeu as suas expectativas, enquanto que este percentual sobe para 30% entre os
graduados; seguido por 10% que se sente insatisfeito com o curso. Estes resultados
corroboram com os achados de Gomes et al. (2012, p. 11).
Questão 4 - Você acredita que a formação acadêmica que recebeu ao longo do curso de
Ciências Contábeis o deixou preparado para o mercado de trabalho?
A quarta questão procurou verificar se a teoria estudada no curso de Ciências
Contábeis foi suficiente para dar base necessária à formação para o mercado de
trabalho.
Tabela 4 Frequências da Questão 4
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 2 10% 2 10%
Não 8 38% 4 20%
Parcialmente 11 52% 14 70%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Observa-se na Tabela 4, que nesta questão 52% e 70% dos concluintes e
graduados considera estar parcialmente preparado para o mercado de trabalho; por outro
lado, 38% dos concluintes consideram que não estão preparados, entre os graduados
este percentual cai para 20%; e 10% dos concluintes e graduados relatam estarem
seguros para atuar no mercado de trabalho. Assim como aconteceu na Tabela 3, a maior
parte dos concluintes e graduados avalia que suas expectativas não foram plenamente
atingidas ou o preparo para o mercado de trabalho não foi considerado pleno.
Questão 5 - Você acredita que a formação acadêmica que recebeu durante a disciplina
de Perícia Contábil contribuiu para seu interesse em ingressar na atividade de perito?
Em relação à disciplina de Perícia Contábil oferecida pela IES durante a
graduação, a quinta questão procurou conhecer se para os respondentes este componente
curricular desperta o seu interesse para desempenhar a atividade de perito contador.
Tabela 5 Frequências da Questão 5
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 3 14% 3 15%
Não 6 29% 11 55%
Parcialmente 12 57% 6 30%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 5 demonstra que para mais da metade do volume de respondentes,
57% dos concluintes e 30% entre os graduados considera que a disciplina de Perícia
Contábil, contribuiu parcialmente com o seu interesse em ingressar na atividade de
perito contador. Para 29% e 55% dos concluintes e graduados, respectivamente, não há
relação entre a disciplina e ingressar na atividade; 14% e 15% demonstram que a
disciplina contribuiu para o interesse na atividade de perito.
Questão 6 - Você ficou satisfeito com as noções de Perícia Contábil que recebeu
durante o curso de Ciências Contábeis?
A sexta questão procurou verificar se os respondentes consideram as noções de
Perícia Contábil adquirida ao longo do curso de Ciências Contábeis satisfatórias.
Tabela 6 Frequências da Questão 6
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 13 62% 3 15%
Não 0 0% 11 55%
Parcialmente 8 38% 6 30%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 6 evidencia que 62% dos concluintes avaliam positivamente as noções
de perícia que receberam durante o curso, já entre os graduados este percentual cai para
15%; aqueles que consideram não estarem satisfeitos representam 55% dos graduados;
38% e 30% dos concluintes e graduados relatam parcialmente satisfeitos com as noções
de perícia.
Questão 7 - Durante o curso da disciplina Perícia Contábil, o professor promoveu
algum tipo de abordagem prática da atividade do perito?
Indagou-se aos respondentes se o discente utilizou algum tipo de abordagem
prática na condução da disciplina de Perícia Contábil. Os dados alcançados são
evidenciados na Tabela 7.
Tabela 7 Frequências da Questão 7
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 14 66% 12 60%
Não 2 10% 3 15%
Parcialmente 5 24% 5 25%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Observa-se que 66% e 60% dos concluintes e graduados afirmam ter executado
algum tipo de atividade prática relacionada à perícia; 24% e 25% consideram haver
desempenhado atividade prática parcialmente; e 10% dos concluintes declaram que não
tiveram contato com a prática, já entre os graduados esse percentual sobe para 15%.
Alberto (2009, p. 103) relata que “desenvolvida a teoria, será testada a prática.
Se a abordagem teórica não explicar a prática, a teoria deverá ser reconstituída até
alcançar um pleno grau de satisfação de sua finalidade.”
Questão 8 - Houve algum incentivo acadêmico para a área de Perícia Contábil durante
o curso de Ciências Contábeis?
Nesta questão, buscou-se verificar se o discente promoveu algum tipo de método
de ensino na inserção da disciplina de Perícia Contábil como forma de aprimorar o
aprendizado deste componente curricular.
Tabela 8 Frequências da Questão 8
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 2 10% 3 15%
Não 14 66% 11 55%
Parcialmente 5 24% 6 30%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 8 demonstra que para 66% dos concluintes e 55% dos graduados não
houve incentivo acadêmico na área de Perícia Contábil; entre os concluintes 24%
apontam parcialmente como opção de resposta, já entre os graduados este percentual
sobe para 30%; 10% e 15% dos concluintes e graduados afirmam que houve incentivo
acadêmico durante o curso de Ciências Contábeis na disciplina de Perícia Contábil.
Neves Júnior e Silva (2007, p. 17) concluíram que “É fundamental destacar o
papel do professor, principalmente no que tange a condução do aprendizado e na forma
de como deixar o aluno evoluir por si mesmo, sem deixar de dar a ele base e
instrumentos para isso.” Ao assumir uma disciplina, o professor precisa tomar algumas
decisões. Precisa, por exemplo, decidir o que pretende que os seus alunos aprendam até
o término do período letivo. E esse conjunto de decisões, leva o docente a planejar e
preparar o programa ou plano de ensino da disciplina. (ABREU; MASSETO apud
HENRIQUE, 2008, p. 57).
Questão 9 - Você tem interesse em se especializar na área de Perícia Contábil?
Nesta questão buscou-se constatar se o curso de especialização em Auditoria e
Perícia Contábil, oferecido pela IES analisada, desperta o interesse dos discentes em
ingressar numa pós-graduação direcionada à área de Perícia.
Tabela 9 Frequências da Questão 9
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 6 29% 9 45%
Não 14 66% 7 35%
Parcialmente 1 5% 4 20%
Total 21% 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 9 revela que 66% dos concluintes não têm interesse em se especializar
em Perícia Contábil, já entre os graduados este percentual cai para 35%; entre os
concluintes 29% afirmam ter interesse, as frequências aumentam para 45% em relação
aos graduados; e 5% e 20% dos respondentes consideram parcialmente como opção de
resposta.
Leite Filho e Rodriguez (2004, p. 7) identificaram que 23% dos alunos do curso
de Ciências Contábeis de uma Universidade Pública, demonstraram interesse em se
especializar no campo de Perícia Contábil. “Tais dados evidenciam a importância da
pós-graduação nesta subárea da Contabilidade sugerindo que esta preferência dos
egressos poderia ter relação com as estratégias de educação continuada das
universidades.”
Questão 10 - Você já teve contato com a atividade de Perícia Contábil?
Buscou-se nesta questão identificar se o respondente entrou em contato de algum
modo com a atividade de Perícia Contábil, isto é, se teve a oportunidade de conhecer e
estudar o tema na prática.
Tabela 10 Frequências da Questão 10
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 1 5% 3 15%
Não 14 66% 15 75%
Parcialmente 6 29% 2 10%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Verifica-se na Tabela 10 que 66% e 75% dos respondentes assinalaram que não
entraram em contato com a área de Perícia Contábil; 29% dos concluintes e 10% dos
graduados tiveram contato parcialmente; e entre os concluintes 5% afirma haver tido
contato com a Perícia Contábil, já entre os graduados este percentual sobe para 15%.
Em seus achados Gomes et. al (2012) inferem que 47,02% dos respondentes
assinalaram que entraram em contato com a área de perícia contábil de algum modo. É
possível observar que assim como nas Tabelas 6 e 9 as frequências encontradas
caracterizam a falta de interesse dos respondentes em buscar informações mais
aprofundadas em relação a sua formação acadêmica e se preparar para as oportunidades
de trabalho que a profissão oferece.
Questão 11 - Em sua opinião, o mercado de trabalho de Perícia Contábil é amplo e
atende às expectativas salariais?
Esta questão procurou obter resposta dos respondentes em relação às demandas
do mercado e a questão da remuneração profissional na atividade de perito contador.
Tabela 11 Frequências da Questão 11
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 8 38% 6 32%
Não 0 0% 4 21%
Parcialmente 13 62% 9 47%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 11 evidencia que 62% dos concluintes consideram parcialmente o
mercado de trabalho na área de perícia contábil, como um campo amplo e que atende às
expectativas salariais, já entre os graduados este percentual cai para 47%; entre os
concluintes e graduados, respectivamente, obteve-se 38% e 32% que assinalam sim
como opção de resposta; e 21% dos graduados representam aqueles contrários à
assertiva.
“As demandas do mercado de trabalho são as mais diversas possíveis e, para
suprir as necessidades do mercado de trabalho com qualidade, é mandatório
construirmos profissionais qualificados e habilitados com o conhecimento requerido
para as vertentes da Contabilidade.” (GOMES et al. (2012, p. 15)
Questão 12 - Você tem conhecimentos sobre os procedimentos de planejamento e
execução dos trabalhos do Perito Contador?
Esta questão classifica os respondentes com relação aos conhecimentos obtidos
ao longo do curso, mais especificamente em perícia contábil, e se estes são suficientes
para entender as etapas que envolvem o planejamento e execução da atividade de perito
contador.
Tabela 12 Frequências da Questão 12
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 6 28% 6 30%
Não 2 10% 3 15%
Parcialmente 13 62% 11 55%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Os resultados apresentados na Tabela 12 mostram que 62% e 55% dos
respondentes consideram parcialmente ter conhecimentos sobre os procedimentos de
planejamento e execução do trabalho de perícia contábil; 28% dos concluintes
assinalam que sim e entre os graduados este percentual sobe para 30%; entre os
respondentes 10% e 15% não tem conhecimentos sobre os procedimentos adotados no
planejamento e execução do trabalho do perito contador.
Estes achados se assemelham com dos dados obtidos por (Id.; 2012, p. 13). Com
as informações das Tabelas 4 e 10, infere-se que há um grupo de respondentes
preparado parcialmente para o mercado de trabalho e não conhecem a área de atuação
do perito contador.
Questão 13 - Você acredita que os seus conhecimentos sobre Contabilidade são
suficientes para auxiliar um juiz ou as partes em um processo judicial?
Nesta questão buscou-se verificar se os respondentes consideram suficientes os
conhecimentos adquiridos ao longo do curso como meio de auxiliar na tomada de
decisões.
Tabela 13 Frequências da Questão 13
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 1 5% 5 25%
Não 15 71% 6 30%
Parcialmente 5 24% 9 45%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
A Tabela 13 mostra que 71% dos concluintes não acreditam que os seus
conhecimentos sobre Contabilidade são suficientes para auxiliar um juiz ou as partes em
um processo judicial, entre os graduados este percentual cai para 30%; entre concluintes
e graduados 24% parcialmente acreditam, já entre os graduados este percentual sobe
para 45%; e 5% e 25% dos respondentes acreditam que os seus conhecimentos são
suficientes para auxiliar o juiz ou as partes em um litígio.
Os resultados obtidos para esta questão corroboram com as Tabelas 4, 6 e 10.
Evidencia-se a falta de interesse dos estudantes em buscar informações que possibilitem
conhecer como atuar em Perícia Contábil, como também adquirir habilidades para tal
tarefa.
Questão 14 - Você conhece a NBC TP 01 – Perícia Contábil?
Nesta questão procurou-se verificar se a NBC TP 01 - Perícia Contábil serviu de
conteúdo na disciplina de perícia.
Tabela 14 Frequências da Questão 14
Opção de
resposta
CONCLUINTES GRADUADOS
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Frequências
Absolutas
Frequências
Relativas
Sim 3 15% 5 25%
Não 4 19% 4 20%
Parcialmente 14 66% 11 55%
Total 21 100% 20 100%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Observa-se na Tabela 14 que a maior parte dos respondentes, concluintes e
graduados, assinala 66% e 55%, respectivamente, que conhece a NBC TP 01 - Perícia
Contábil; 19% e 20% são contrários a esta questão; e 15% dos concluintes afirmam
conhecer a Norma, esse percentual sobe para 25% entre os graduados.
Após análise, detalhamento e discussão dos resultados alcançados, percebeu-se
que os concluintes e graduados do curso de Ciências Contábeis da IES pesquisada, em
algumas questões concordaram com um item e em outro discordaram plenamente com o
outro.
Infere-se, portanto, que isto se dá por diversas e diferentes experiências que
tiveram ao longo do curso de graduação em Ciências Contábeis. Dessa forma, nota-se
que alguns critérios do ensino-aprendizagem estão em declínio visto que a opinião dos
dois grupos populacionais aponta para dificuldades em atuar na área da Contabilidade,
deficiências na formação acadêmica e limitações que impedem o avanço do
conhecimento, seja por desmotivação ou falta de incentivo na capacitação técnico e
profissional dos respondentes.
Neste sentido, a IES pesquisada deve reavaliar estes fatores contingenciais que
corroboram para a massificação de índices de insatisfação tão significativos, e que
influenciam no resultado final da formação acadêmica destes estudantes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como forma de aperfeiçoamento do processo de formação acadêmica, bem
como atender os diferentes anseios dos discentes este estudo buscou analisar a
percepção dos concluintes e graduados em Ciências Contábeis de uma Instituição de
Ensino Superior – IES na Paraíba, região Nordeste do Brasil sobre as suas expectativas
para o mercado de trabalho na área de Perícia Contábil.
Em relação ao interesse dos respondentes quanto a se especializar em Perícia
Contábil, evidenciou-se claramente a falta de incentivo acadêmico e profissional
suficientemente válido que garanta a inserção do indivíduo no mercado de trabalho ou
para buscar melhores oportunidades de desenvolver suas habilidades, conceitos teóricos
adquiridos ao longo do curso e o seu aprimoramento no exercício da profissão.
Notou-se que a formação em Ciências Contábeis da IES pesquisada, na
percepção dos concluintes e graduados, deve primar por aperfeiçoar o aproveitamento
das atividades em sala de aula, de modo que a relação teoria e prática possam consolidar
o aprendizado e assim influenciar no sucesso profissional e uma formação qualificada.
Embora os discentes tenham plena consciência de suas responsabilidades, da
importância da profissão para o desenvolvimento da sociedade como um todo e da
influência que a Contabilidade exerce nas organizações. Por esse motivo, o empenho
durante e depois da graduação deve ser contínuo, o profissional precisa conhecer,
entender e acima de tudo resolver questões que exigem conhecimento do universo
contábil.
Mediante os desafios encontrados durante a formação acadêmica desses
concluintes e graduados da IES pesquisa, o curso de Ciências Contábeis formaliza o elo
entre o indivíduo e a sociedade. Neste sentido, sabe-se que ao terminarem a graduação o
objetivo principal é seguir uma carreira promissora, mas para tanto se faz necessário
esforço, dedicação, interesse e a participação dos discentes como sujeito ativo no
processo ensino-aprendizagem.
Sabe-se que a área de Perícia Contábil potencialmente oferece oportunidades de
trabalho e que vem ganhando espaço no mercado. É de suma importância que os
discentes possam estar preparados para a prática e exercício da profissão, assim como
encontrarem meios ainda na graduação de fortalecerem esta percepção.
Portanto, este estudo contribui com uma análise comparativa da percepção dos
concluintes e graduados do curso de Ciências Contábeis de uma IES da Paraíba, para o
universo da contabilidade, no sentido de se buscar mudanças na formação acadêmica
destes discentes e partindo do pressuposto de que estes são neutros no processo de
escolha de componentes curriculares, infere-se, portanto que a disciplina de Perícia
Contábil não representa área de interesse para a maior parte dos respondentes.
Recomenda-se para trabalhos futuros a replicação deste estudo em outras áreas
do conhecimento acadêmico, pesquisa em outras IES que ministram a disciplina de
Perícia Contábil como componente curricular não obrigatório, e examinar com outros
grupos populacionais amostrais as expectativas antes e depois de cursarem a disciplina,
para outros períodos do semestre.
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