A Pobreza na Infância em Moçambique:Uma análise da situação e das tendências
Nações Unidas
• Proporcionar uma referência abrangente a todos os interessados/envolvidos na melhoria do desenvolvimento da criança
• As crianças constituem cerca de 50% da população (10 milhões) e está a aumentar
• A pobreza na infância é diferente, com impacto por toda a vida (por exemplo, marasmo)
• Alguns indicadores- chave relativos à infância não estão a registar melhorias tão rápidas quanto outros indicadores
• É necessária uma visão holística da prestação de serviços.
Objectivo do Relatório
Porquê uma atenção especial nas crianças?
1. Introdução & Quadro Conceptual
2. Contexto de Desenvolvimento
3. Sobrevivência & Desenvolvimento da Criança
4. Educação, Informação & Desenvolvimento da Criança
5. Protecção da Criança
6. Conclusões e Recomendações
Estrutura do Relatório
• Enfoque nos direitos por via da medida da pobreza na infância baseada em privações em termos de acesso à Nutrição, Água, Saneamento, Saúde, Abrigo, Educação, Informação
• Abrangente e Actual:– IFTRAB 2004/05, IAF 2002/03, IDS 2003– Pesquisa integrada realizada pelo Governo (MPD
em particular) e outros– Apresenta tendências, onde há dados disponíveis
• Identifica os actores principais na luta contra a pobreza na infância
1. Introdução e Quadro Conceptual
2. Contexto de Desenvolvimento
• Progresso rápido e sustentado em muitas medidas (Apesar de ter partido de uma base extremamente baixa)
• Mais do que um simples efeito de “recuperação”
• Notória redução da pobreza, segundo a medida baseada no consumo (69% em 1996/97 para 54% em 2002/03)
• No entanto, a redução da pobreza não beneficia de igual modo todos os segmentos da população (por ex. agregados familiares chefiados por mulheres)
Contexto de Desenvolvimento
70
52
6763
0
20
40
60
80
1996/1997 2002/2003
%
Chefiada por Homens Chefiadas por Mulheres
Famílias vivendo abaixo da linha de pobreza chefiadas por Homens ou Mulheres
(medida baseada no consumo, IAF 2002/03)
Pobreza na infância com base na medida de privação: 49% crianças vivendo em pobreza absoluta (IDS 2003)
notando-se severa disparidade urbana/rural
49 47
6
24
1720
39
49
20
63
0
20
40
60
80
100
Privaçãosevera de
água
Privaçãosevera de
saneamento
Privaçãosevera de
abrigo
Privaçãosevera de
educação
Privaçãosevera de
saúde
Privaçãosevera de
nutrição
Privaçãosevera de
informação
Pobrezaabsoluta
Pobrezaabsoluta –
zona urbana
Pobrezaabsoluta –
zona rural
%
75
5955 55
49 46 4441 39
133
0
20
40
60
80
100
Zambézia Sofala Nampula Tete CaboDelgado
Manica Niassa Gaza Inhambane MaputoProvíncia
MaputoCidade
%Pobreza na infância com base na medida de privação:
disparidades entre as provínçias (IDS 2003)
• Pontos fortes– O PARPA II é um documento forte no que respeita às
crianças– Melhoria no alinhamento de instrumentos de planificação – Progresso na descentralização
• Principais desafios– “Dupla fragmentação” – Natureza transversal das questões relacionadas com
crianças– Prestação da Ajuda (Apoio ao Orçamento Geral, expansão,
fortalecimento de capacidades)– Articulação do PARPA com os orçamentos e planos anuais
e a execução (e necessária mais informação, indícios de alguns desequilíbrios na distribuição de recursos, por exemplo, na educação e na saúde)
Contexto Institucional
Despesas provinciais indicativas por aluno, 2005 (CGE)
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
100.0
Niassa
Cabo D
elgad
o
Nampu
la
Zambé
zia
Tete
Man
ica
Sofala
Inha
mbane
Gaza
Map
uto
Map
uto C
idade
US
$ po
r al
uno
Alocado Executado
3. Sobrevivência & Desenvolvimento da Criança
• Alguns ganhos notórios:– Na mortalidade infanto-juvenil e materna– Nos cuidados pré-natais– Na vacinação
• Persistem, no entanto, importantes desafios:– Malnutrição infantil– 1 em cada 6 crianças morrem antes dos cinco anos de
idade (malária e infecção respiratória aguda são as principais causas de mortalidade)
– A SIDA começa a surgir como uma causa importante de morte de crianças
– Acesso à água e saneamento– Disparidades geográficas persistentes
Redução significativa de taxas de mortalidade infantil e infanto-juvenil
Fonte: UNICEF
0
50
100
150
200
250
300
350
1960 1970 1980 1990 1995 2000 2004
Nú
mer
o d
e m
ort
es p
or
mil
nas
cid
os
viv
os
Mortalidade infanto-juvenil Mortalidade infantil
Conquistas: Percentagem de crianças com um anode idade totalmente imunizadas aumentou de 47%
em 1997 para 63% em 2003 (IDS)
23
48
34
48
25
4750
63
72
82
62
4547
54 5558
62 64
82
91 91 93
0
20
40
60
80
100
Zambézia Niassa Nampula Tete CaboDelgado
Manica Sofala Gaza Inhambane MaputoCidade
Maputo P.
%
1997 2003
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1 8 15
22
29
36
43
50 4 11 18
25
32
39
46
53 7 14
21
28
35
42
49 3 10
17
24
31
38
Weeks
Num
ber
of c
ases
2003 200620052004
Intervenção de alto impacto: campanha de vaccinação de2005 alcançou mais de oito milhões de crianças e diminuisubstancialmente o impacto do sarampo na mortalidade e
morbididade (MISAU)
Desafios: Nutrição infantil medidas antropométricasestagnadas, mesmo após reajustamento para efeitos
comparativos entre pesquisas (crianças 0-36 meses de idade)(Simler & Ibrahimo, 2005)
3936 36
34
25 27 2624
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1996-97 IAF 1997 IDS 2000-01 QUIBB 2003 IDS
%
Malnutrição crónica Insuficiência de peso
Desafios: água potável nas províncias mais populosas(IFTRAB, 2004/05)
19 20 2228 32 36 39
51 56
74
96
81 80 7872 68 64 61
49 44
26
4
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Zambézia Nampula Niassa Inhambane CaboDelgado
Manica Tete Sofala Gaza MaputoProvíncia
MaputoCidade
%
Agua potável Agua não potável
Causas subjacentes à situação de sobrevivência e desenvolvimento da criança
• Acessibilidade• Nível de escolaridade nas mães• Cuidados familiares praticados• Constrangimentos de capacidade nos recursos
humanos• Infra-estructuras precárias
4. Educação, Informação & Desenvolvimento da Criança
• Alguns ganhos notórios– Maior número de alunos matriculados em
escolas– Diminuição progressiva das disparidades
de género
• Persistem, no entanto, importantes desafios
– Qualidade da educação– Disparidades geográficas
Rácio líquido de escolarização no EP1 de 1999 a 2005 (MEC)
5559
6568
72
78
86
4650
5761
66
73
81
50
55
6164
69
76
83
0
20
40
60
80
100
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
%
Masculino Feminino Total
Taxa de analfabetismo por grupo etário e sexo (IFTRAB 2004/05)
24
30
3834 32
2832
44
57
65 66
72 73
81
0
20
40
60
80
100
15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49
Grupo etário
%
Homens Mulheres
Distribuição das crianças com 11 anos de idade por classe frequentada (IDS 2003)
2ª classe22%
3ª classe29%
4ª classe22%
5ª classe14%
7ª classe1%
6ª classe4%
1ª classe8%
Causas subjacentes à situação no sector da educação
• Custos com a educação
• Distância a que ficam as escolas
• Qualidade do ensino
• Material e condições das infra-estructuras escolares
• Falta de professores
6265 67 68 66 66
74
38 39 40 41 39 39 41
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Nú
mer
o d
e al
un
os p
or p
rofe
ssor
EP1 EP2
Rácio alunos/professores no ensino primário (MEC)
5. Protecção da Criança
• Análise do ambiente legal e de políticas para a protecção da criança
• Análise da situação no que respeita a:
→ Crianças em conflito com a lei→ Violência, exploração sexual e abuso → Tráfico e migração de crianças→ Casamento prematuro→ Trabalho infantil→ Registo de nascimento→ Crianças órfãs e vulneráveis no contexto do
HIV/SIDA
0
200000
400000
600000
800000
1000000
1200000
1400000
1600000
1800000
2000000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Devido a SIDA Não devido a SIDA
Impacto demográfico da SIDA nas crianças órfãsProjecção de 1998 a 2010
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Niassa CaboDelgado
Nampula Zambézia Tete Manica Sofala Inhambane Gaza Maputo MaputoCidade
%
Órfãos de mãe Órfãos de pai Órfãos de ambos
Crianças órfãs por província (IFTRAB 2004/05)
6. Conclusões e Recomendações
1. Assegurar uma distribuição de recursos adequada e equitativa
2. Fortalecer as capacidades do Governo nos níveisnacional e subnacional
3. Proporcionar assistência aos mais vulneráveis
4. Acelerar a resposta à pandemia da SIDA
5. Gerir os influxos de ajuda ao desenvolvimento paramelhores resultados no que diz respeito às crianças
6. Fortalecer a capacidade da sociedade civil epromover a participação comunitária
7. Implementar estratégias de comunicação social