A RARIDADE DO CÂNCER DE RETO EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
RELATO DE CASO
Rezende, Micheline Campos¹; Freitas, Carla Simone Moreira¹; Pereira, Luiz Cláudio Ferraz de Oliveira¹; Santos, Maria Aparecida¹; Gonçalves,
Alcione Giraldo Alvarez¹; Alves, Maurício Drummond¹; Junior, Pedro Cavalcante Falcão¹; Ribeiro, Edson Augusto Pracchia¹; Cadete, Raissa
Brito Fernandes².
Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Ferreira Varella
1. Médico (a) ; 2. Estagiária
Palavras-chaves: Câncer de Reto, Oncologia Pediátrica, Raridade.
RESUMO
Câncer colorretal (CCR) é frequente em adultos sendo
adenocarcinoma o mais comum . Na infância e adolescência é
neoplasia rara. O objetivo desse relato é apresentar
adenocarcinoma mucinoso de reto em pré-adolescente de 12 anos
sem histórico familiar relevante.
CCR em crianças é extremamente raro e de evolução
desastrosa como neste caso, devendo haver atenção por parte dos
pediatras quanto ao aparecimento de sintomas precoces os quais
são os mesmo dos adultos, lembrando-se da historia familiar. O
inusitado caso torna-se raro e complexo em função desta paciente
não possuir história familiar positiva e nem se enquadrar em
nenhuma das síndromes genéticas relacionadas ao CCR.
Incidência e mortalidade do câncer de intestino vem
aumentando no Brasil e no mundo. Publicações revelam de 4 a
6% de incidência abaixo de 40 anos sem estatística referente a
crianças e adolescentes, sugerindo prognóstico desfavorável.
PBR, 12 anos, menor, de Astolfo Dutra (MG), feminina,
parda. Relata constipação intestinal desde Setembro de 2010
evoluindo com hematoquezia e emagrecimento por 6 meses até ser
admitida no nosso serviço. No toque retal: massa endurecida e
sangrante comprometendo o reto baixo e canal anal.
Colonoscopia: lesão ocupando 90% da luz intestinal. Biópsia:
adenocarcinoma mucinoso. Estadio: (T3 N1 M0) III. Agosto de
2011: realizada laparotomia exploradora: encontrada volumosa
lesão pélvica, linfadenomegalia coalescente, sem plano de
clivagem com útero e reto, carcinomatose difusa.
Anatomopatológico: adenocarcinoma pouco diferenciado
metastático. Imunohistoquímica confirma origem retal. Evolução:
quimioterapia com FOLFOX 4 , com resposta após 4 ciclos, re-
estadiada e feita nova cirurgia: volumosa tumoração pélvica com
pelve congelada. Mantido XELOX. Houve progressão e optado
em tratamento com XELIRI. Evoluiu com quadro de ascite de
repetição, necessidade de paracentese de alivio, piora clinica
sendo interrompida a quimioterapia. Evoluiu para óbito em março
de 2012.
INTRODUÇÃO
RELATO DE CASO
CONCLUSÕES
Cadastrada junto ao Ministério da Saúde como Centro de Alta Complexidade em Oncologia – CACON
Avenida Cristiano Ferreira Varella, número 555 – Bairro Universitário – Muriaé – Minas Gerais – Tel.: (32) 3729-7000 – www.fcv.org.br
Em crianças e adolescentes, as informações são pobres sendo
uma neoplasia deveras rara. Estudo da Universidade de Haward
com 14 casos entre os 1955-1977, evidenciou um prognostico
mais sombrio nos pacientes jovens, com mortalidade maior em
pacientes de 15-19 anos do que abaixo de 5 anos, sendo que em
negros é pior que em brancos. A história familiar é ponto
importante - doenças precursoras de câncer. História de pólipo
intestinal, colite ulcerativa, polipose adenomatosa familiar,
pólipos não hereditários.
DISCUSSÃO
Conclusão: Biópsia de Reto/Peritônio (Blocos identificados
como B4444/10 e 11/119): Adenocarcinoma moderadamente
diferenciado.
Tomografia Helicoidal de Pelve (14/06/2011)
A lesão mede cerca de 6 (L) x 4 (T) x 5,5cm (AP)
A expressão de citoceratina 20 e CDX2 favorece trato
gastrintestinal, principalmente região colorretal como sítio
primário mais provável.