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13. Continuação do estudo de formas farmacêuticas que
constituem “Preparações líquidas” – conceitos gerais
acerca de dispersões heterogéneas
Sistemas resultantes da dispersão da matéria:
- heterogéneos:
Duas fases Fase interna, descontínua ou dispersa
Sólida Líquida Gasosa
Fase
ex
tern
a,
con
tín
ua
ou
dis
pe
rsa
nte
Sólida Mistura de pós/ dispersões sólidas
Inclusões(gel)
Inclusões(pedra-pomes)
Líquida Dispersões coloidais* de
sólidos (sol) +
suspensões**
Dispersões coloidais#
de líquidos +
emulsões**
Espuma
Gasosa Aerossoles -
(Fumos) (Névoas ou Nuvens)
*part. 1 – 100 nm - designação de soles#gotas 1 – 100 nm - designação de nanoemulsões e microemulsões
**part./gotas > 100 nm
13.1. Classificar dispersões em meio líquido …
(Na verdade o limite de tamanho “coloidal” varia consoante os autores entre 100 e 1000 nm)
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Soluções coloidaisEmulsões
Suspensões(na maioria dos casos, quer possuam
consistência fluida ou semi-sólida)
Fluidos não Newtonianos:
ÁguaGlicerinaXarope
…
Fluidos Newtonianos
[Aulton Cap.4, p.57]
[Prista p.690]
Têm propriedades “reológias” diferentes …
Disciplina: Reologia
Preparações líquidas são “fluidos”… e o fluxo (movimento/escoamento) das diferentes preparações liquidas… obedece sempre às mesmas leis?
13.2. …propriedades de fluxo…
Fluidos não Newtonianos:Plásticos,
Pseudoplásticos,Ou Dilatantes
Tensão tangencial ou de
corte(shear stress)
(σ)
Se a tensão < σσσσy
Não há fluxo, o comportamento é idêntico a um sólido elástico
Várias viscosidades aparentes
valor de cedência
η’1η’2
Ligações cruzadas entre moléculas que se desfazem com o movimento
Ligações cruzadas entre pequenas moléculas que se criam apenas com o movimento a elevada velocidade
Várias viscosidades aparentes
η’1
η’2
(γ)
σ=ηγ ↔ η=σ/γη = viscosidade
[Aulton Cap.4, p.64-67]
Viscosidade dinâmica (ou absoluta) = Coeficiente de viscosidade
Fluidos Newtonianos
= Velocidade de corte (shear rate)
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Fluidos não Newtonianos:Plásticos,
Fluidos Newtonianos
Tensão tangencial ou de
corte(shear stress)
(σ)
Se a tensão < σσσσy
Não há fluxo, o
comportamento é idêntico a
um sólido elástico
Várias viscosidades aparentes
valor de cedência
η’1η’2
Ligações cruzadas entre moléculas que se desfazem com o movimento
Ligações cruzadas entre pequenas moléculas que se criam apenas com o movimento a elevada velocidade
Várias viscosidades aparentes
η’1
η’2
(γ)
η = viscosidade
[Aulton Cap.4, p.64-67]
σ=ηγ ↔ η=σ/γ
= Velocidade de corte (shear rate)
Fluidos não Newtonianos:Plásticos,
Pseudoplásticos,
Fluidos Newtonianos
Tensão tangencial ou de
corte(shear stress)
(σ)
Se a tensão < σσσσy
Não há fluxo, o
comportamento é idêntico a
um sólido elástico
Várias
viscosidades
aparentes
valor de cedência
η’1η’2
Ligações
cruzadas entre
moléculas que se
desfazem com o
movimento
Ligações cruzadas entre pequenas moléculas que se criam apenas com o movimento a elevada velocidade
Várias viscosidades aparentes
η’1
η’2
(γ)
η = viscosidade
[Aulton Cap.4, p.64-67]
σ=ηγ ↔ η=σ/γ
= Velocidade de corte (shear rate)
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Fluidos não Newtonianos:Plásticos,
Pseudoplásticos,Ou Dilatantes
Fluidos Newtonianos
Tensão tangencial ou de
corte(shear stress)
(σ)
Se a tensão < σσσσy
Não há fluxo, o
comportamento é idêntico a
um sólido elástico
Várias
viscosidades
aparentes
valor de cedência
η’1η’2
Ligações
cruzadas entre
moléculas que se
desfazem com o
movimento
Ligações cruzadas entre
pequenas moléculas que se
criam apenas com o
movimento a elevada
velocidade
Várias
viscosidades
aparentesη’1
η’2
(γ)
η = viscosidade
= Velocidade de corte (shear rate)
σ=ηγ ↔ η=σ/γ
[Aulton Cap.4, p.64-67]
Fluidos não Newtonianos:Plásticos,
Pseudoplásticos,Ou Dilatantes
alguns também Tixotrópicos
Fluidos Newtonianos
…as alterações de estrutura/ligações não são instantâneas, demoram um certo tempo a estabilizar…
Passado algum tempo de se iniciar uma certa velocidade de corte, a viscosidade aparente e a tensão de corte diminuem
Variação crescente e decrescente da velocidade de cisalhamento com tempo
Loop de histerase que indica uma alteração da estrutura
Quanto maior a área,maior o índice de tixotropia
[Aulton Cap.4, p.64-67]
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Fluidos não Newtonianos:Plásticos,
Pseudoplásticos,Ou Dilatantes
alguns também Tixotrópicos
ou ainda Viscoelásticos
Fluidos Newtonianos
Fluidos viscoelásticos possuem simultaneamente propriedades de sólidos e líquidoshttp://www.youtube.com/watch?v=nX6GxoiCneY
http://www.math.nyu.edu/~trush/Fig. 2 Examples of the counterintuitivebevaior display by non-newtonian fluids. (a) Weissenberg effect. (b) Die swell. (c) Tubeless siphon. http://www.accessscience.com/search.aspx?rootID=795161
[Aulton Cap.4, p.64-67]
13.3. …o interesse de se estudarem propriedades de fluxo…
• possibilitar e facilitar a administração (verter de um frasco, fluir por uma agulha…)
• Evitar ou retardar a sedimentação de suspensões ou sedimentação/formação de creme/coalescência de emulsões
• Adequar a aparência a uma boa aceitação por parte do doente
• Controlar a biodisponibildiade mediante o efeito do aumento da viscosidade na retardação da difusão do fármaco
(mais relevante na adminstração cutânea, nas mucosas e injecção i.m. e s.d., e de forma mais controversa na administração por via oral)
Veículos plásticos ou pseudoplásticosacomodam melhor estes dois objetivos que fluidos não newtonianos
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Viscosidade dinâmica:
η = σ / γ (Pa/s-1)
Unidades comummente usadas: mPa.s ou cP
η (água) = 1 mPa.s = 1 cP (centipoise)
Não confundir com:
Viscosidade cinemática = ηηηη / ρ
(ρ, massa volúmica)
Unidades comummente usadas: mm2s-1 ou cS (centistoke)
13.4. Enumerar os métodos farmacopeicos de determinação da viscosidade (e respetivos tipos de viscosímetros) e descrever a sua aplicação (Aula TP)
13.5. Saber discutir e executar a determinação da viscosidade aparente de suspensões pelo método do viscosímetro rotativo, num viscosímetro de Brookfield(viscosímetro de agulha - relativo), segundo a Farmacopeia Portuguesa IX (Aula Lab)
FP9: 2.2.8, 2.2.9 e 2.2.10(Aulton 2005, chap. 6, p.60–86)
[FP9: Cap. 2.2.8 ]
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14. Preparações farmacêuticas com base em coloides
liófobos e associações de coloides
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Soles
• Sol = dispersão coloidal de um sólido (insolúvel) no seio de um líquido
= “solução coloidal” = por vezes apenas coloide*
*Do grego kólla, «cola; gordura» + eĩdos, «forma»)
Transição ao estado de gel:
o sólido disperso forma uma rede tridimensional e passa a ser a fase contínua (diz-se que gelificou). (A fase líquida passa a estar retida nos interstícios da rede sólida).
[latim sole]
*Não confundir com colódio (especificamente solução de nitrocelulose [=piroxilina] numa mistura de álcool e éter) em Inglês collodion, ou com colódio elástico (colódioadicionado de óleo de rícino)…
*Por oposição, encontra-se por vezes o termo “Cristalóides”***
*** :soluções aquosas de electrólitos ou de moléculas não ionizáveis de muito pequena dimensão (< 0,001 µm).(exemplos: cloreto de sódio 0,9% e glucose 5%)
[Prista]
14.1. Distinguir e dar exemplos de soles liófobos e soles liófilos
Soles liófilos ou liofílicos (Inglês: lyophilic colloid )hidrofílicos* apenas no caso de dispersões aquosas!
• elevada afinidade para o solvente – ionizam-se em solução ou formam
ligações hidrogénio com a água
• dispersam-se espontaneamente• formam dispersões estáveis• geralmente aumentam a viscosidade da solução e por vezes alteram
(diminuem) a sua tensão superficial
14.1. Distinguir e dar exemplos de soles liófobos e soles liófilos
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Exemplos: dispersões líquidas (a baixa concentração) de – produtos naturais* - gomas (arábica, xantana…), alginato, proteínas
(caseína, gelatina, albuminas), argilas (bentonite, silicato de alumínio e
magnésio [=Veegum])
– ou de síntese - carboximelticelulose, metilcelulose, carbómeros [e.g. Carbopol 934]…
– (alguns exemplos de nanopartículas: UP8)
*“HIDROCOLOIDES”:
Termo por vezes usado para designar biopolímeros de elevado peso molecular e altamente hidrofílicos: classicamente polissacarídeos que formam soles liófilos e gelatina
14.1. Distinguir e dar exemplos de soles liófobos e soles liófilos
Soles liófobos ou liofóbicos (Inglês: lyophobic colloid)
• Sem afinidade pelo solvente
• não se dispersam espontaneamente
• originam dispersões termodinamicamente instáveis.
• não alteram a sua viscosidade ou tensão superficial,
Os coloides liófobos com interesse em farmácia são geralmente substâncias com
atividade farmacológica.
Exemplos:
– Ouro coloidal
– iodeto de prata coloidal,
– enxofre coloidal,
– coloides com isótopos radioativos (99mTc, 198Au…)
– … etc (alguns exemplos de nanopartículas: UP8)
(o medicamento da imagem já não se encontra no mercado)
14.1. Distinguir e dar exemplos de soles liófobos e soles liófilos
http://www.youtube.com/watch?v=JLrn6AsKfuk
TechNyou
Education:
Making Gold
Nanoparticles
7’23’’
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Métodos de preparação de soles:Métodos de dispersão• Espontânea• Física:
• moinhos coloidais• ultra-sons
Métodos de condensação(Formação rápida de soluções supersaturadas sob condições controladas)• Física: troca de solvente• Química
AgNO3 + NaI -> AgI + NO3- + Na+
2 H2S (g) + SO2 (aq) -> 3 S + 2 H2O
Métodos de purificação de soles:• diálise • eletrodiálise• ultrafiltração
moinho coloidal
14.2. Enumerar os processos de obtenção e purificação de coloides
[Aulton 6, propriedades elétricas]
• Coloides liófobos ganham carga elétrica por • adsorção de agentes tensioactivos iónicos• Perda ou adsorção de iões do coloide…
• Adsorção (sobre a superfície sólida) de aniões (-) (menos hidratáveis que os catiões)
Exemplo: (ouro, prata, enxofre …)
Exemplo: no coloide AgI, Ag+ é mais solúvel que I-, mas o coloide pode ter carga +, 0, ou - conforme exista um excesso de Ag+ ou não
Estes atraem difusamente iões de carga oposta -> dupla camada elétrica no meio aquoso em redor da partícula carregada
• Colóides liófilos ganham carga por ionização de grupos funcionais
(por exemplo proteínas e alguns polímeros , fora do ponto isoelétrico se forem anfotéricos – carga depende do pH e do pKa dos grupos funcionais)
AgI I-
I-I-
I-I- I-
I- AgIAg+
Ag+Ag+
Ag+Ag+Ag+
CI-
CI-CI-
CI-CI- CI-
Cl-
O potencial zeta depende da carga de superfície mas também da concentração e natureza dos iões em soluçãohttp://www.malvern.com/labeng/technology/zeta_potential/zeta_potential_lde.htm
14.3. Propriedades elétricas da interface coloide-água
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Desestabilização de soles
• Agregação Agregados de diferente estrutura/compactação
Não permite redispersão
Permite redispersão
Coagulação
Floculação
+
-
(a sedimentação, a ocorrer, é sempre secundária à agregação)
14.4. Definir agregação, coagulação e floculação de coloides
http://www.malvern.com/LabEng/industry/colloids/dlvo_theory.htm?gclid=CM3d5pu777UCFYbHtAod7SsASw
Derjaguin, Landau, Verwey and Overbeek theory (DLVO theory)
http://www.stevenabbott.co.uk/DLVO/index.html
Aula TP :14.5. Estabilidade física de sistemas coloidais
- Descrever os mecanismos de estabilidade e estabilização/desestabilização de soles(Aulton 2005, chap. 6, “Estabiliade de sistemas coloidais”), nomeadamente:
1.o efeito da adição de eletrólitos a coloides liófilos e liófobos (ver nomeadamente
a tabela da p.93)
2. a) a estabilidade de sistemas liófobos pela teoria DVLO, incluindo o que
explica as forças repulsivas e atrativas entre as partículas e
b) a interpretação das curvas da energia potencial total de interação.
3.a estabilidade de sistemas liofílicos
4.o mecanismo de coacervação, descrevendo a sua aplicação na
microencapsulação ver também (Nogueira Prista et al. 2011a, I:568–570)
5.a associação de coloides liófilos a soles liófobos (conceito de coloide protetor)
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Beija 2012
Nanopartículas =Sistemas de base nanotecnológicaNanomedicamentos…
14.6. Sistemas coloidais: têm sido largamente investigados como sistemas de entrega de fármacos e são designados de forma abrangente como “nanopartículas” ou outras designações similares
O que são “sistemas nanométricos de entrega de fármacos”
Nanopharmaceuticals
“Nanopharmaceuticals are medicinal products containing particles of activepharmaceutical ingredients (APIs), excipients or a combination of these which are produced by nanotechnology and which are nanosized.”
Nanopartículas
(em preparações farmacêuticas)
Princípios ativos puros
(normalmente cristais de dimensões “nano” = coloides liófobos)
Sistemas estruturados*, 3D, de excipientes, de dimensões “nano”, aos
quais são associados os princípios ativos = “sistemas nanométricos de
entrega de fármacos”
“Nanomedicamentos”, preparações farmacêuticas “nano”, preparações farmacêuticas na forma de dispersões coloidais, ou preparações farmacêuticascontendo sistemas coloidais
(Partículas nanométricas = nanopartículas)
*o termo “partícula” ou “nanopartícula” pode ser usado para materiais sólidos (precipitados) ou de forma mais abrangente para estruturas com certa fluidez.
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15. Preparações farmacêuticas líquidas na forma de
suspensão
Suspensões
Consoante a natureza da fase externa:• Aquosas (mais frequentes)• Oleosas
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Oral
Parentérica Oftálmica
CutâneaRectalNasal
Para inalaçãoDental*
• Porque o fármaco é insolúvel ou pouco solúvel, conseguindo-se (comparativamente a comprimidos):� melhorar a absorção� facilitar a deglutição
• Porque o fármaco solúvel tem mau sabor, conseguindo-se� melhorar o sabor
• Porque comparativamente a uma solução, e em conjunto com o veículo (natureza do solvente, ou suspensão de partículas às quais o fármaco é adsorvido), se consegue:
� controlar a velocidade de absorção e o tempo de duração da atividade (exemplo: insulinas)
� evitar a hidrólise (por síntese de um derivado insolúvel ou necessidade utilização de outro veículo)
• Porque o fármaco é insolúvel ou pouco solúvel, conseguindo-se(comparativamente a soluções):
� ainda assim administrar o fármaco aceitavelmente
15.1…. razões da preparação de suspensões farmacêuticas
(*Flureto de sódio a aplicar pelo dentista)
Via de
administração:
[FP9]
No caso de preparações líquidas cutâneas e orais:
15.2. Descrever uma suspensão considerada aceitável (do ponto de vista do aspeto)
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Tamanho das partículas numa suspensão a formular?
(fatores a considerar)
� Quanto menor, menor a sedimentação por ação da gravidade
� Para aplicação na pele e mucosas < 5 µm (textura suave)
� Para injetáveis < 25 µm e preferencialmente redondas (não aciculares)
� Permite controlar a velocidade de dissolução/biodisponibilidade
� Homogeneidade (o menor índice de polidispersão possível, e apenas a
forma polimorfa mais estável) para evitar crescimento dos cristais devido a
velocidades de dissolução desiguais
15.3. fatores relacionados com o fármaco a ter em conta na preparação de novas suspensões
Aula TP:
• Outros fatores a ter em conta na formulação de uma suspensão… (5 grupos)
4. Justificar a utilização, enumerar (classes e exemplos dentro das classes), e discutir,
excipientes que reduzem a tensão interfacial sólido-líquido em suspensões (Aulton
2005, chap. 23,“o uso de agentes molhantes”)
5. Descrever suspensões defloculadas e floculadas (Aulton 2005, chap. 23,
Floculação e sistemas defloculados (intro, p.345))(Nogueira Prista et al. 2011,
I:694–696)
6. Descrever as estratégias que permitem o controlo adequado da floculação de
suspensões (Aulton 2005, chap. 23, Floculação controlada)
7. Caracterizar sistemas floculados e defloculados quanto às propriedades reológicas
prováveis, e discutir a razão de utilização de agentes designados “suspensores”
(Aulton 2005, chap. 23,“Reologia das suspensões”)
8. Enumerar agentes suspensores, e descrever algumas propriedades que
condicionam a sua escolha (Aulton 2005, chap. 23,“Modificadores da viscosidade”)
15.4. a 15.8.
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16. Preparações farmacêuticas líquidas na forma de
emulsão
Emulsões
16.1. Classificação de emulsões [quanto à estabilidade]
Termodinamicamente instáveis: Emulsões “convencionais”
Quanto ao tamanho das gotas de fase dispersa:
• Macroemulsões: polidispersas (100 nm – 100 µm), cor branca• Nanoemulsões: 20 – 200 nm de diâmetro médio(em Inglês: nanoemulsions, unstable microemulsions, submicrometeremulsions, miniemulsions)
Termodinamicamente estáveis: Microemulsões * : formam-se espontaneamente, (os gentes tensioativos reduzem a tal ponto a tensão interfacial que a forma mais estável dos sistema é a emulsionada)gotículas de 10 nm – 100 nm, translúcidas (por vezes aparecem na literatura também com a designação de nanoemulsões, devido ao seu tamanho, mas devem designar-se por microemulsões)
*[Giboud 2012, abstract and introduction][Bouyer 2012, 2.1]
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16.1.1 Relacionado com microemulsões:
“microemulsão pré-concentrada” ou “solução oleosa autoemulsionante” ou “Self-microemulsifying drug delivery systems (S(M)EDDS)”*
• Soluções oleosas contendo agentes tensioativos que formam espontaneamente microemulsões num copo de água ou sumo, ou no estômago
Exemplo 1: ciclosporinaSANDIMMUN NEORAL (MSRM); Novartis Farma; Cáps. mole
e SANDIMMUN NEORAL (MSRM); Novartis Farma; Sol. oral
*[Giboud 2012, abstract and introduction]
Cho 2010. Arch Pharm Res
Exemplo 2:Desenvolvimento de microemulsão de Propofol como alternativa à emulsão injetável convencional
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16.1. Classificação de emulsões [quanto
ao número e natureza da fase dispersa]
(Fases líquidas aquosa e oleosa)Simples
O/A
– via oral exemplos:Aero-OM® (Dimeticone),
manipulados FP IV…
– via parentérica (i.v. ou i.m.)Nutrição parentérica (lípidos,
vitaminas lipossolúveis…)Anestésico geral (Propofol)
…
– uso externoAntiflamatórios (Reumon
Loção, etofenamato)…
A/O
– via parentérica (i.m.)– uso externo
Múltiplas (O/A/O e A/O/A)[Bouyer 2012][Bouyer 2012, 2.1]
16.2. …Determinação experimental do tipo de emulsão
Ensaio de diluição• Diluir uma amostra de emulsão com água e observar ao M.O.• Diluir uma amostra de emulsão com óleo e observar ao M.O.A emulsão dilui-se sem separação de fases no solvente da natureza da fase externa.
Ensaio com corantes• Adicionar a uma amostra de emulsão um corante
hidrossolúvel (por exemplo azul de metileno) e observar ao M.O.
• Adicionar a uma amostra de emulsão um corante lipossolúvel observar ao M.O.
Observar qual a fase (interna ou externa) é corada pelo corante hidrossolúvel, e confirmar que acontece o inverso com o corante lipossolúvel
Ensaio de condutividade elétricaApenas emulsões onde a fase externa é aquosa conduzem eletricidade (pode ser necessário adicionar NaCl)… O/A A/O
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16.3. …Interesse das emulsões?
• Possibilitar a administração parenteral de lípidos
Nutrição parentérica (lípidos, vitaminas lipossolúveis…)Anestésico geral (Propofol)
• Administrar/favorecer a absorção via oral de fármacos não solúveis em solventes
aquosos
• Proteger o fármaco na fase dispersa do contacto com meio externo:
• Atmosfera (favorecer a estabilidade)
(a proteção contra a oxidação em emulsões O/A é melhorada com a utilização
de antioxidantes lipossolúveis e agentes emulsivos resistentes à oxidação)
• Sugos digestivos (promover absorção de lípidos não digeridos)
(gotículas suficientemente pequenas são diretamente absorvidas)
• Órgãos sensoriais (mascarar paladar/aroma desagradáveis)
16.3. …Interesse das emulsões?
• Aumentar ou retardar (controlar) a absorção cutânea ou através das mucosas
• Diminuir a toxicidade do fármaco (por exemplo alterando a biodistribuição após
administração i.v.)
• Destoxificação
• Em intermédio na microencapsulação (a aprofundar mais tarde)
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16.4. …Desestabilização de emulsões…
*maturação de Ostwald, ou envelhecimento de Ostwald: [Bouyer 2012, 2.2]
*
“As emulsões podem apresentar sinais de separação de fases que se redispersamfacilmente por agitação” – FP9: preparações líquidas cutâneas e orais
16.5. …Emulsificação (teoria)
Divisão de uma fase líquida em pequenas gotículas -> aumento:• da área de superfície• da energia livre interfacial do sistema
É contrariada pela tensão superficial na interface e requer: • fornecimento de energia na forma de trabalho (agitação mecânica), e/ou• diminuição da tensão interfacial (utilização de agentes tensioativos)
O sistema tende a diminuir a área de superfície/energia livre:Formam-se gotículas esféricas (menor razão área/volume) com tendência à separação de fases
Necessidade de agentes emulsivos que • estabilizem a interface óleo/água e/ou • oponham barreira energética/física a transpor de forma a atrasar a separação
das fases
Maior eficácia se se combinarem diferentes agentes emulsivos
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Equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL): Escala de Griffin 1949 (16.6.)
Agentes solubilizantes
Detergentes
Agentes emulsivos O/A (~8 - 16)
Agentes molhantes
Agentes emulsivos A/O (3 - ~8)
Agentes anti-espuma
…50 ↑ hidrofilia
EHL(Tween 20) = 16,7EHL(Tween 80) = 15EHL (Goma adraganta) = 13,2EHL (Gelatina) = 9,8
EHL (monoestearato de glicerilo auto-emulsionante) = 5,5EHL(Span 80) = 4,3
EHL (Sulfato de laurilo e sódio) = 40
Agentes tensioativos: afinidade parcial, em simultâneo, para as fases oleosa e aquosa.Como quantificar a polaridade relativa dos agentes tensioativos?
– E.H.L.: aplicação na preparação de emulsões
• Cada componente oleoso numa emulsão “exige” um emulsionante com um
determinado valor (determinado experimentalmente).
• Quando há vários componentes oleosos cujas exigências em EHL são conhecidas, o
valor de EHL total requerido pela fórmula pode ser calculado. Corresponderá à
média ponderada dos valores individuais, tendo em conta a sua
percentagem/razão mássica na fase oleosa.
• Podem-se combinar agentes tensioativos diferentes para obter o valor de EHL
desejado.
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Parafina líquida ………………………………………………………… 40 mLGlicerina ………………………………………………………………….12,5 gBenzoato de sódio ……………………………………………………0,5 gVanilina ………………………………………………………………… 0,05 gPolissorbato 80 ………………….…………………………………….. 3 gCarboximetilcelulose (CMC) sódica ………..………………… 1gÁgua destilada ………………………………………….q.b.p. 100 mL
EHL total requerido? - O EHL requerido pela fórmula é o EHL requerido pela parafina líquida (consultar tabela p.627, = 10,5)
E com…
Cera …………………… 5 gParafina líquida ….. 26 gÓleo vegetal ………..18 gGlicerina ……………. 4 gAgente emulsivo* . 5 gÁgua …………………. q.b.p. 100 g
* É comum empregar-se agente emulsivo a 5% como regra geral… como proceder? (exercício 1)
7. Enumerar e descrever a classificação dos agentes emulsivos segundo a função principal, a utilização galénica, a natureza iónica, origem, e o mecanismo de atuação (Aulton 2005, chap. 23, p.353-357)(Nogueira Prista et al. 2011, I:614)(Bouyer et al. 2012, sec. 2.3)
8. Classificar, ou identificar exemplos de agentes emulsivos em cada classe e em que tipos de emulsões (A/O ou O/A) eles se empregam (Aulton 2005, chap. 23, p.353-357)(Nogueira Prista et al. 2011, I:614)(Bouyer et al. 2012, sec. 2.3)
9. Discutir vantagens e desvantagens de certas classes de agentes emulsivos, nomeadamente polímeros naturais e agentes tensioativos sintéticos (Bouyer et al. 2012, sec. 4.1)
10. Enumerar formas de melhorar a estabilidade física de emulsões e relacionar mecanismos de atuação de agentes emulsivos com os processos de destabilização de emulsões nos quais eles atuam (Aulton 2005, chap. 23, p.359-360)(Bouyer et al. 2012, sec. 2.3)
11. Descrever os métodos gerais de preparação de uma emulsão e cuidados a ter, conhecendo a equivalência às designações tradicionais de método Continental e método Inglês. (Aulton 2005, chap. 23, p.363)(Nogueira Prista et al. 2011, I:647–654)
16.
• Agentes emulsivos
• Formas de melhorar a estabilidade física de emulsões
• Métodos gerais de preparação de emulsões
Aula TP (5 grupos):
FGTF 2013-2014 UP4 17-12-2013
Adriana Santos 22
UP4
17. Conclusão do estudo de formas farmacêuticas que
constituem “Preparações líquidas”
17.1. Enumerar, descrever a função e dar exemplos de excipientes usados em suspensões e emulsões como “agentes corretivos” ou “adjuvantes” e conservantes
• Tampões (mesmo racional que para as soluções, apenas aqui não se procura promover a solubilização, e é necessário ter em conta que representa a inclusão de eletrólitos no sistema)
• Modificadores de densidade (para evitar sedimentação ou formação de creme)� Sacarose, dextrose, glicerina, propilenoglicol…
• Agentes humectantes (previnem secagem do produto após aplicação na pele eevaporação de água a partir da embalagem que possa ser várias vezes aberta; podem causar desidratação da pele se em excesso)
� Glicerina, propilenoglicol , PEG…
• Antioxidantes
• Aromatizantes e essências
• Corantes
Aulton
FGTF 2013-2014 UP4 17-12-2013
Adriana Santos 23
17.1. Enumerar, descrever a função e dar exemplos de excipientes usados em suspensões e emulsões como “agentes corretivos” ou “adjuvantes” e conservantes
• Agentes edulcorantes
� Sacarose, sorbitol, glicerina – agem tb sobre a densidade e viscosidade; � sacarina sódica – efeito de eletrólito
• Conservantes antimicrobianos (e/ou esterilização)
� Ácido benzóico e seus sais, � ácido sórbico e seus sais, � parabenos, … (+ frequente a mistura de parabenos)
Aulton
17.2. Enumerar os ensaios de controlo gerais e menções especiais do rótulo de preparações líquidas orais e cutâneas segundo as respetivas monografias …
…
preparações líquidas oraispreparações líquidas cutâneas