Janicy RochaDoutoranda em Ciência da Informação
Mestre em Ciência da InformaçãoBacharel em Sistemas de Informação
Acessibilidade Web
Acessibilidade Webprimeiros passos
"O poder da Web está na sua
universalidade. O acesso por
todos, independentemente de
suas incapacidades, é um
aspecto essencial."
(Tim Berners-Lee - Diretor do W3C)
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Acessibilidade: o que é?
Acessibilidade digital: acesso universal a quaisquer
recursos de TI
Acessibilidade na internet: acesso universal aos
componentes da rede mundial de computadores
(chats, e-mail, etc)
Acessibilidade na web: acesso, percepção,
compreensão, interação, navegação e colaboração
com o componente Web, representado pelas
páginas interligadas por links de hipertexto
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Acessibilidade Web
Harmonia entre informação, comunicação,
necessidades e preferências subjetivas
de um usuário, permitindo que ele interaja e
perceba o conteúdo informacional, utilizando
alguma Tecnologia Assistiva compatível
com suas necessidades (NEVILLE, 2007)
Tecnologia Assistiva?
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Pessoas idosas
Acessibilidade: para quem?
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Acessibilidade: para quem?
Analfabetos funcionais
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Acessibilidade: para quem?
Pessoas com pouca experiência e medo do computador
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Acessibilidade: para quem?
Pessoas com incapacidade temporária
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Acessibilidade: para quem?
... dispositivos móveis
... internet lenta
Usuários de...
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Acessibilidade: para quem?
O bilionário cego
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Acessibilidade: para quem?
Pessoas com deficiências diversas
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Pessoa com deficiência?
Pessoa portadora de deficiência?Pessoa com
necessidades especiais?
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Qual termo e quando usar?
Pessoa portadora de deficiência
Pessoa com necessidades especiais
Pessoa com deficiência
terminologia desatualizada, usada na legislação brasileira
pessoas com necessidades diferenciadas, mas que não
se constituem como deficiências
terminologia preferida pelo movimento brasileiro ligadoà deficiência e adotado através da Resolução nº 1 do
CONADE (2010)
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Quem são as pessoas com deficiência?
São aquelas pessoas com impedimentos
de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva
na sociedade em igualdades de condições
com as demais pessoas (ONU, 2008)
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Pessoas com deficiência no Brasil
Dos cerca de 190 milhões de brasileiros,
aqueles com pelo menos uma deficiência
somam 45 milhões (23,9%)
IBGE, 2010
Como as pessoas com deficiência usam a internet?
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Iniciativas internacionais de acessibilidade
1994: fundação do World Wide Web Consortium (W3C)
1999: Web Accessibility Initiative (WAI)
consórcio de empresas que regulamenta a web
grupo de trabalho do W3C, responsável por diretrizes de
acessibilidade
Missão: levar a web a seu potencial máximo
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Iniciativas internacionais de acessibilidade
1999: Web Content Guidelines Accessibility (WCAG 1.0)
14 diretrizes de acessibilidade e 2 princípios:
assegurar uma transformação harmoniosa das página
tornar o conteúdo compreensível e navegável
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Iniciativas internacionais de acessibilidade
1999: Web Content Guidelines Accessibility (WCAG 1.0)
considerava níveis de prioridade e conformidade
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Iniciativas internacionais de acessibilidade
2008: Web Content Guidelines Accessibility (WCAG 2.0)
12 diretrizes de acessibilidade e 4 princípios:
perceptível
operável
compreensível
robusto
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Iniciativas nacionais de acessibilidade
2004: Decreto 5.296/04
Capítulo VI – Do acesso à informação e comunicação
Art. 47 – No prazo de até doze meses a contar da data de
publicação deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade
nos portais e sítios eletrônicos da administração pública na
rede mundial de computadores (internet), para o uso das
pessoas portadoras de deficiência visual, garantindo-lhes o
pleno acesso às informações disponíveis
2010: Censo da web: 6,3 milhões de páginas HTML coletadas
Acessibilidade nos websites do governo brasileiro
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Fonte: CGI.br (2010)
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Iniciativas nacionais de acessibilidade01/2005: Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico
(e-MAG 1.0)
3 níveis de acessibilidade (A, AA, AAA)
12/2005: Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico
(e-MAG 2.0)
8 diretrizes e 57 recomendações de acessibilidade
4 princípios de acessibilidade
percepção, operação, entendimento, compatibilidade
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Iniciativas nacionais de acessibilidade2011: Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico
(e-MAG 3.0)
não adota mais os níveis de acessibilidade (A, AA, AAA)
45 recomendações de acessibilidade em 6 princípios:
marcação
comportamento
conteúdo/informação
apresentação/design
multimídia
formulário
Diretrizes de Acessibilidade:exemplos práticos
(e-MAG)
Fornecer âncoras para ir direto a um bloco de conteúdo
Marcação – Recomendação nº 6
Não abrir novas instâncias sem a solicitação do usuário
Marcação – Recomendação nº 9
Não criar páginas com atualização automática periódica
Comportamento – Recomendação nº 11
Oferecer um título descritivo e informativo à página
Conteúdo/informação - Recomendação nº 17:
Disponibilizar informação sobre a localização dousuário na página
Conteúdo/informação - Recomendação nº 18:
Descrever links clara e sucintamente
Conteúdo/informação - Recomendação nº 19:
Fornecer alternativa em texto para imagens no sítio
Conteúdo/informação - Recomendação nº 20:
Fornecer alternativa em texto para botões de imagensem formulários
Formulários - Recomendação 36:
<img src="crianca.jpg" alt="Foto de uma criança cheirando uma flor">
Disponibilizar documentos em formatos acessíveis
Conteúdo/informação - Recomendação nº 22:
Oferecer contraste mínimo entre plano de fundo eprimeiro plano
Apresentação/Design - Recomendação nº 28:
Permitir redimensionamento de texto, sem perda defuncionalidade
Apresentação/Design - Recomendação nº 30:
Dividir as áreas de informação
Apresentação/Design - Recomendação nº 31:
33: Fornecer alternativa para vídeo34: Fornecer alternativa para áudio35: Fornecer áudio-descrição para vídeo pré-gravado36: Fornecer controle de áudio para som
Multimídia - Recomendações nº:
Fornecer instruções para entrada de dados
Formulários - Recomendação nº 42:
Identificar e descrever erros de entrada de dados
Formulários - Recomendação nº 43:
Agrupar campos de formulários
Formulários - Recomendação nº 44:
Fornecer captcha humano
Formulários - Recomendação nº 45:
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Outras recomendações importantes
nº 5: Disponibilizar todas as funções da página via teclado
nº 16: Identificar o idioma principal da página
nº 22: Disponibilizar documentos em formatos acessíveis
nº 29: Não utilizar apenas cor ou outras características
sensoriais para diferenciar elementos
nº 40: Estabelecer uma ordem lógica de navegação
Avaliação de Acessibilidade
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Avaliação de acessibilidade
Objetivo:
identificar barreiras de acessibilidade em websites
e reportá-las para correção
Pode ser feita através de vários métodos e
técnicas, tanto por inspeção quanto empíricas
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Métodos de avaliação de acessibilidade
1) Conformidade com diretrizes (guidelines):
Validação automática, por meio de validadores
automáticos e/ou inspeção manual
Na validação automática o avaliador utiliza
uma ou mais ferramentas automatizadas
Na inspeção manual o avaliador percorre
o HTML, identificando problemas
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Métodos de avaliação de acessibilidade
2) Testes com usuários:
ensaios de interação, através dos quais pessoas
com deficiência realizam tarefas ou navegam
livremente no website
Considerar as particularidades de cada deficiência
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Métodos de avaliação de acessibilidade
3) Inspeção por Heurísticas:
avaliador verifica a conformidade dos websites
a heurísticas previamente definidas
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Métodos de avaliação de acessibilidade - W3C
1) Avaliação preliminar de acessibilidade:
a) seleção de amostra representativa de páginas
b) exame das páginas com navegadores gráficos
c) exame das páginas com navegadores especiais
d) uso de ferramentas de validação automática
e) sumarização dos resultados
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Métodos de avaliação de acessibilidade - W3C
2) Avaliação de conformidade com diretrizes:
a) determinação do escopo da avaliação
b) uso de validadores automáticos
c) avaliação manual da amostra de páginas
d) sumarização e apresentação de resultados
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Métodos de avaliação de acessibilidade - e-MAG 2.0
a) uso de validadores automáticos de acessibilidade
b) validação humana por profissionais técnicos
c) validação humana por usuários com deficiência
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Métodos de avaliação de acessibilidade - e-MAG 3.0
a) validar os códigos do conteúdo HTML e do CSS
b) verificar o fluxo de leitura da página com um navegador
textual ou um leitor de tela
c) verificar o fluxo de leitura da página sem estilos, script e
imagens
d) verificar as funcionalidades da barra de acessibilidade
e) realizar a validação automática de acessibilidade
f) realizar a validação manual, utilizando os checklists de
validação humana
Proposta de metodologia para estruturação de serviços
informacionais para usuários cegos e com visão subnormal (adaptável a
outras deficiências)SOUZA, 2004
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
1) Conhecer o usuário a quem se destina o serviço:
fazer o levantamento dos alunos com deficiência
matriculados na instituição
utilizar os estudos de usuários para se ter uma
imagem prévia do usuário a ser atendido
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
2) Conhecer políticas, legislação e normas que
possam prover ou interferir no processo:
políticas, normas e leis da instituição, município,
estado e país, além das internacionais
conhecer diferenças e relações entre conceitos
básicos que circundam a questão
buscar trocas e parcerias com outras instituições
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
3) Conhecer a área física onde será ofertado o
serviço:
planejamento por equipe composta pelo gestor da
biblioteca, engenheiro, arquiteto e profissionais de
Segurança e Medicina do Trabalho
documento norteador: norma NBR 9050/04, que
trata da Acessibilidade a Edificações Mobiliário,
Espaços e Equipamentos Urbanos
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
4) Conhecer técnicas e tecnologias a utilizar:
formar grupos de trabalho entre biblioteca e TI
identificar e treinar quem manuseará as TIC
identificar quais as TIC necessárias, quais a
biblioteca já possui, quem são os fornecedores
e quais os valores
verificar o conhecimento dos usuários quanto as
TIC associadas ao ato da pesquisa e leitura
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
5) Conhecer necessidades informacionais x acervo:
tornar acessível a bibliografia básica dos cursos
estabelecer com professores/coordenadores de
cursos um cronograma, com atenção ao tempo
necessário para a conversão da bibliografia
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
6) Conhecer recursos humanos para efetivar o
serviço:
preparar, capacitar e engajar pessoas para
composição de uma equipe capaz de “aprender
a conhecer”, “aprender a fazer” e “aprender a
interagir com usuários”
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
7) Conhecer mecanismos de medição e avaliação
do serviço:
Considerar a relação eficácia, custo-eficácia e
custo benefício, através dos itens:
Pessoal
Materiais consumidos
Equipamentos e mobiliários
Espaço ocupado e sua manutenção
Distribuição
Meios de comunicação utilizados;
Acervo (físico e intangível)
Identificação de custos adicionais
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Estruturação de serviços informacionais acessíveis
8) Avaliar os passos:
verificar se houve uma lacuna entre o ideal e
a eficácia conseguida pelo realizável através
das ações implantadas
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Infraestrutura de bibliotecas acessíveis
a) construção e sinalização conforme ABNT/NBR 9050/04
b) pessoal capacitado para atender pessoas com deficiência
programa de ampliação de tela
leitor de tela, sintetizador de voz e display Braille
Thermoform, impressora Braille ou linhas Braille
scanner com OCR
gravações em vídeo e/ou áudio
obra em Braille, LIBRAS ou formato Daisy
c) acervo com versões de obras em meio sonoro e visual,
ou serviços para obtenção e uso da versão alternativa:
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Digital Accessible Information System - DAISY
Padrão da nova geração de livros digitais, em
formato DTB (Digital Talking Book)
Resultado do trabalho conjunto de bibliotecas
produtoras de livros em Braille para estabelecer
uma norma internacional de livros digitais falados
e em Braille
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Digital Accessible Information System - DAISY
Inclui navegabilidade plena, dando ao usuário a
possibilidade de inserção de marcas, mudança de
frase, parágrafo, seção, capítulo, página, ir para
frente, ir para trás, navegando pelo documento de
forma suave e mantendo o sincronismo entre a voz e
o texto escrito
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ReferênciasBRASIL. Resolução nº 01, de 15 de outubro de 2010. Conselho Nacional dos Direitos
da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE. Diário Oficial da União. 2010.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico. 2010.
BRASIL. Decreto nº 5.296 de 02 de Dezembro de 2004. Regulamenta as Leis
nos 10.048, de 8 de novembro de 2000 e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília: Senado Federal, 03 dez. 2004.
BRASIL. Recomendações de Acessibilidade para Construção e Adaptação de
Conteúdos do Governo Brasileiro na Internet: e-Mag. Modelo de Acessibilidade.
Versão 2.0. 14 de Dezembro de 2005.
BRASIL. Recomendações de Acessibilidade para Construção e Adaptação de
Conteúdos do Governo Brasileiro na Internet: eMag. Cartilha Técnica. Versão 2.0.
14 de Dezembro de 2005.
BRASIL. Recomendações de Acessibilidade para Construção e Adaptação de
Conteúdos do Governo Brasileiro na Internet Departamento de Governo Eletrônico.
Versão 3.0. Agosto de 2011.
CGI.br. Dimensões e características da Web brasileira: um estudo do .gov.br. Comitê
Gestor da Internet no Brasil. 2010.
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ReferênciasDAISY CONSORTIUM. Digital Accessible Information System. Disponível em:
<http://www.daisy.org/>. Acesso em: 24 out. 2014.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010.
NEVILLE, L. Access for all accessibility: an inclusive approach. La Trobe University.
2007.
ONU. Organização das Nações Unidas. Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência. 2008.
SOUZA, S. C. de. Acessibilidade: Uma Proposta de Metodologia de Estruturação de
Serviços Informacionais para Usuários Cegos e com Visão Subnormal em Biblioteca
Universitária. 2004. (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal
de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
W3C. Web Content Accessibility Guidelines 1.0. 1999. Disponível em:
<http://www.w3. org/TR/WCAG10/>. Acesso em: 24 out. 2014.
W3C. Web Content Accessibility Guidelines 2.0. 2008. Disponível em:
<http://www.w3. org/TR/WCAG20/>. Acesso em: 24 out. 2014.
Obrigada!