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INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO

Agrupamento de Escolas de

Ponte de Sor

Delegação Regional do Alentejo da IGE Datas da visita: 8 a 10 de Novembro de 2010

Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Ponte de Sor, realizada pela equipa de avaliação, na sequência visita efectuada entre 8 e 10 de Novembro de 2010.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento, Conclusões da avaliação por domínio, Avaliação por factor e Considerações finais – decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níve is de c lass i f i cação dos c inco domín ios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

O texto integral deste relatório está disponível no sítio da IGE na área

Avaliação Externa das Escolas 2010-2011

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas de Ponte de Sor, constituído em Abril de 2005, pela junção do então Agrupamento Vertical Dr. João Alves Pimenta com a Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos João Pedro de Andrade, actual Escola- Sede, é formado, também, pelas EB1/JI de Tramaga, Vale de Açor, Ervideira, Longomel e de Ponte de Sor e pela EB1 de Galveias. Situado no Alentejo Norte, o concelho de Ponte de Sor estende-se por uma superfície aproximada de 840 km2, sendo grande parte de cariz rural. Em termos económicos, a sua população activa tem vindo a preterir o sector primário, em benefício, principalmente, do sector terciário. O seu tecido empresarial, com forte expansão há duas décadas, perdeu importância, acarretando, no presente, dificuldades socioeconómicas aos habitantes, o que se reflecte na população escolar.

A oferta educativa, que abrange um total de 1167 crianças/alunos, inclui a educação pré-escolar (216), o ensino básico (927) e o curso de educação e formação de Operador de Informática (24). Dos alunos, 55% beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar. Cerca de 47% não possui computador, enquanto 30% dispõe de equipamento informático, com ligação à Internet.

O Agrupamento conta com 131 docentes, a maioria pertencente ao Quadro de Agrupamento (51%). O pessoal não docente é composto por 47 trabalhadores, sendo 41 assistentes operacionais e seis técnicos.

No que se refere à formação académica dos pais/mães, 15% concluíram o 1.º Ciclo, 23% o 2.º Ciclo, 16% o 3.º Ciclo, 15% o Ensino Secundário e 6% a Licenciatura. As profissões que exercem são muito variadas, distribuídas pelas seguintes categorias: «Trabalhadores não Qualificados das Minas, da Construção e Obras Públicas, da Indústria Transformadora e dos Transportes» (21%); «Operários, Artífices e Trabalhadores Similares das Indústrias Extractivas e da Construção Civil» (7%); e «Pessoal dos Serviços Directos e Particulares, de Protecção e Segurança» (6%). De salientar que 27% dos pais/mães não se enquadram nas profissões tipificadas.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

BOM A análise regular dos resultados académicos dos alunos pelos órgãos e pelas estruturas de orientação educativa e supervisão pedagógica, baseada nos dados sobre taxas de transição, desempenhos por disciplina e por ano de escolaridade e nos das provas de avaliação externas, obtidos nos últimos anos, tem impulsionado a implementação de medidas educativas conducentes ao sucesso e à consecução dos objectivos traçados. Nesta perspectiva, insere-se a diversificação da oferta formativa, com impacto na diminuição do absentismo e do abandono escolares e no aumento das expectativas das famílias. No ano lectivo de 2009-2010, a disciplina de Matemática e, no global, o 3.º ciclo sobressaem com os indicadores de insucesso mais elevados. Entre 2008 e 2010, as classificações das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos foram consideradas satisfatórias internamente, em particular, na disciplina de Língua Portuguesa, tendo, contudo, ficado sempre aquém das da população de referência. Nos exames nacionais do ensino básico, e em igual período, tanto em Língua Portuguesa como em Matemática, as médias de exame foram inferiores às nacionais e às internas de frequência.

As Assembleias de Delegados e a área de Formação Cívica constituem oportunidades de observação das regras estabelecidas no Regulamento Interno e de auscultação dos alunos. Estes são envolvidos na preparação de actividades, algumas constantes do Plano Anual de Actividades, e na escolha de tarefas de natureza curricular. O desenvolvimento de acções, como o baile de finalistas, os concursos e as campanhas de solidariedade, a criação do Quadro de Valor e a publicação dos trabalhos incutem nos discentes o sentido de pertença à instituição e promovem valores e a valorização dos saberes. O comportamento dos discentes tem influenciado favoravelmente o clima educativo, baseado no respeito mútuo e na cordialidade das relações.

2. Prestação do serviço educativo BOM Em sede de departamento curricular, de grupo disciplinar e de conselho de docentes, realizam-se as planificações de médio e longo prazo, constroem-se materiais e instrumentos de trabalho e definem-se estratégias pedagógicas e critérios de avaliação. A interdisciplinaridade e a articulação vertical do currículo

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processam-se, com maior acuidade, nos conselhos de turma e nas estruturas de apoio à implementação dos Novos Programas da Matemática, do Plano Nacional de Leitura e do Plano da Matemática II. A abordagem a estes projectos, a manutenção das equipas pedagógicas e a transmissão de informações sobre os alunos, aquando da sua passagem de ciclo, têm contribuído para a sequencialidade das aprendizagens. A planificação individual adequa as orientações dos departamentos curriculares às características dos grupos/turmas, visando a consecução das metas educativas. A apreciação regular dos projectos curriculares de grupo/turma norteia o processo de ensino e de aprendizagem e tem alicerçado a gestão pedagógica. Existe um trabalho efectivo de cooperação entre os docentes titulares, os directores de turma e os professores de educação especial e de apoio educativo na referenciação das crianças/alunos com necessidades educativas e na definição, na avaliação e na reformulação dos respectivos programas educativos. Os pais, informados das medidas educativas aplicadas aos seus educandos, raramente participam nessa decisão.

O Agrupamento integra, na sua oferta, actividades diversificadas que versam as componentes activas, sociais, culturais, artísticas e desportivas, com o intuito de dotar os discentes de uma formação mais abrangente.

3. Organização e gestão escolar BOM O projecto TEIP tem vindo a determinar a política educativa do Agrupamento, ainda que nem toda a comunidade escolar se reveja nele. Estabelece como prioridades a melhoria da qualidade das aprendizagens, a diversificação da oferta formativa, a promoção da formação integral dos alunos e o envolvimento familiar no ensino e na aprendizagem. O Plano Anual de Actividades e os projectos curriculares de grupo/turma orientam a programação da actividade educativa, dada a inexistência de Projecto Curricular de Agrupamento. Estes documentos encerram princípios de equidade e de justiça, notórios nas medidas de discriminação positiva, tendentes a esbater as diferenças de ordem cultural, social e económica da população.

A distribuição do serviço docente e não docente assenta no conhecimento das competências pessoais e profissionais dos trabalhadores, na sua adequação ao perfil definido para o exercício das funções e respeita os critérios aprovados em Conselho Pedagógico, em especial, a continuidade das equipas pedagógicas.

No geral, os edifícios e os equipamentos são adequados à finalidade educativa a que se destinam, não obstante algumas debilidades ao nível dos espaços exteriores cobertos, na Escola-Sede, e da ligação à Internet, nos jardins-de-infância e nas escolas do 1.º ciclo.

A recém-criada Associação de Pais e Encarregados de Educação tem concorrido para uma crescente dinamização das famílias no acompanhamento dos seus educandos, com a dinamização das actividades do Plano Anual de Actividades. Os responsáveis pela organização e os docentes denotam uma grande preocupação com a participação das famílias e dos parceiros locais na educação.

4. Liderança BOM A direcção apresenta uma visão clara do caminho a percorrer pelo Agrupamento, definida nos documentos orientadores da acção educativa, com metas quantificáveis e que expressam a determinação em superar os problemas identificados, através de uma dinâmica partilhada. A estratégia de melhoria implica activamente os diferentes órgãos e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, que agem de forma autónoma e com zelo na sua esfera de acção, e mobiliza docentes, não docentes e técnicos para o desempenho das suas atribuições. Todavia, surge ainda a este nível a necessidade de um investimento na divulgação da informação a todos e de um maior envolvimento dos agentes nas actividades.

A abertura à inovação é evidente, sobretudo, no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, no funcionamento organizativo, no domínio da inclusão de crianças e de alunos com necessidades educativas especiais e de diferentes etnias, na visão de futuro, patente na oferta formativa, e na capacidade de envolvimento dos pais. As parcerias e os protocolos e o desenvolvimento de programas, de âmbito nacional, e de projectos locais têm vindo a enriquecer a resposta educativa e a diversificar as actividades e as opções dos alunos, no sentido da qualidade e da valorização das acções de índole social e cultural.

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5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento SUFICIENTE A auto-avaliação, iniciada em Fevereiro de 2007, com base no modelo EFQM (Excellence Model) e suportada na análise documental e em questionários, incidiu nos critérios de liderança, política e estratégia, gestão das pessoas, parcerias e recursos, processos pedagógicos e de suporte, resultados e impacto na sociedade. O relatório final, contendo o descritivo dos pontos fortes e das oportunidades de melhoria, teve divulgação diminuta, sem repercussões na definição de planos de acção, como corolário de uma reflexão conjunta com a implicação dos vários intervenientes.

De facto, a auscultação dos parceiros, a recolha de dados que sustentem a tomada de decisão e a informação sobre as medidas adoptadas sobressaem como fragilidades nos indicadores internos. Os responsáveis estão conscientes do contexto em que o Agrupamento se insere e encontram-se mobilizados para a superação das debilidades, potenciando os pontos fortes, consubstanciados no ambiente escolar favorável às aprendizagens, nas relações de cordialidade e de cooperação entre as estruturas e numa liderança co-responsável.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

A importância atribuída ao sucesso, notória na definição de metas de aprendizagem quantificadas, tem levado a um estudo sistemático dos resultados. Os dados estatísticos por disciplina, ano de escolaridade, ciclo de estudos e por turma e as taxas de transição possibilitam aos órgãos e às estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica a observação dos desempenhos, num histórico comparativo, desde, pelo menos, o ano lectivo de 2005-2006. No que respeita ao 3.º ciclo, o Agrupamento procedeu à análise do fluxo de alunos que iniciou o 7.º ano, em 2007-2008, diagnosticando a sua situação no final de 2009-2010, três anos após o início do ciclo. Decorrente da reflexão, surgem medidas educativas de melhoria do sucesso, que passam pelo reforço curricular, o estabelecimento de parcerias e de assessorias pedagógicas e pela dinamização de Programas Nacionais (Plano da Matemática II, Plano Nacional de Leitura). Nos anos finais de ciclo, o confronto entre a avaliação final interna e externa representa outro indicador, tendo em conta o referente nacional. Em termos globais, no ano de 2009-2010, a disciplina de Matemática foi a que apresentou maiores níveis de insucesso e o 3.º ciclo o que evidenciou a taxa de transição mais baixa (89,37%). Na educação pré-escolar, existem, de igual forma, registos sobre o percurso e a evolução das aprendizagens das crianças, que constam da ficha entregue aos encarregados de educação, no final do período lectivo.

Entre os anos lectivos de 2007-2008 e de 2009-2010, os alunos obtiveram classificações favoráveis nas provas de aferição, de 4.º e 6.º anos, com incidência, na disciplina de Língua Portuguesa, cuja percentagem de menções positivas ultrapassou, em ambos os anos, os 80%. Já em Matemática, essa percentagem só foi alcançada, em 2008, na prova do 4.º ano. Contudo, em nenhum dos anos coincidiram ou superaram as nacionais.

Nos exames de 9.º ano, e no mesmo período, constata-se uma tendência idêntica à das provas de aferição. Nas duas disciplinas, as médias de exame (Língua Portuguesa - 2,4; 2,4; 2,4; Matemática – 2,1; 2,2 e 2,0) foram sempre inferiores às nacionais (Língua Portuguesa – 3,3; 3,0 e 3,0; Matemática – 2,9; 3,0 e 2,8) e às internas de frequência (Língua Portuguesa – 3,0; 3,0 e 3,2; Matemática – 2,8; 3,0 e 2,9).

O alargamento da oferta educativa a cursos de educação e formação (CEF) e a criação de currículos, em paralelo com a introdução de medidas potenciadoras da inclusão, sobretudo, dos alunos da comunidade cigana, têm conduzido à diminuição das taxas de abandono escolar, com valores residuais, em 2009-2010.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos não integraram as equipas responsáveis pela elaboração dos documentos estruturantes do Agrupamento, participando na sua discussão apenas os que têm assento nos órgãos. Ainda assim, ouviram falar do Projecto Educativo e, em particular, do Regulamento Interno, dado que, em Formação Cívica, apresentaram

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propostas para a sua reformulação. Nesta área não disciplinar e nas reuniões com os delegados, dos 2.º e 3.º ciclos, são auscultados sobre as questões que mais lhes interessam, cabendo aos directores de turma a sua preparação para o exercício da cidadania, que se estende à presença dos seus representantes nos conselhos de turma (CT). Colaboram, também, na programação de actividades do Plano Anual de Actividades, se bem que a sua implicação seja mais evidente na definição dos temas a abordar nas áreas disciplinares.

Nas Assembleias de Delegados, realizadas com a direcção, por norma, uma vez por trimestre, são abordados assuntos como o papel do delegado e do subdelegado, as regras de convivência e a arrumação e a preservação dos espaços, temas que encerram alguns dos compromissos, em termos da sua colaboração na remodelação e no embelezamento do edifício, bem como no comportamento com os colegas. Os assessores de apoio à biblioteca e a manutenção do parque informático pela turma do CEF são exemplos de outras responsabilidades. Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, as tarefas prendem-se com actividades de sala de aula, sejam elas a distribuição e a recolha dos materiais ou o registo das presenças.

Constata-se uma forte identidade com a escola que frequentam e um sentido de pertença ao Agrupamento, fomentados pelos concursos (Jovens Escritores), pela abertura da Escola-Sede à recepção das crianças/alunos das unidades agrupadas, para acederem à biblioteca, e pela organização do baile de finalistas, com bênção das pastas e jantar. O ambiente é propício ao desenvolvimento integral dos discentes, com a promoção dos valores da solidariedade, da cidadania, do bem-estar comum e da sã convivência, patentes nas campanhas de angariação de fundos, nos clubes de ecologia e na valorização dos comportamentos (Quadros de Valor – Mais Estudioso, Mais Solidário, Mais Bem Comportado). Os próprios critérios de avaliação contemplam estas vertentes.

1.3 Comportamento e disciplina

No geral, os alunos revelam um comportamento disciplinado e, ainda que nem sempre cumpram as normas estabelecidas, são envolvidos na análise, em Formação Cívica, dos direitos e deveres constantes do Regulamento Interno, havendo uma responsabilização pelas atitudes tomadas. No início do ano lectivo, aquele excerto do documento é distribuído aos encarregados de educação, não obstante estar disponível, na íntegra, nos Serviços Administrativos e na página on-line do Agrupamento. Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, as crianças/alunos elaboram, em conjunto, as regras de sala de aula.

Algumas das condutas menos assertivas têm vindo a ser alteradas, em virtude da grande implicação de docentes, assistentes operacionais e da direcção na dissuasão e na correcção de acções desviantes. Para tal, contribuem, também, os recursos de serviço social, o Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF) e as tutorias, com a implementação de actividades e de projectos, em sala de aula e no recinto escolar. Como reflexo, verifica-se, nos últimos anos, uma diminuição do número de participações e de procedimentos disciplinares, tendo sido instaurados seis, em 2009-2010, fruto de instabilidade emocional.

A diversificação da oferta educativa e o maior envolvimento dos alunos na vida do Agrupamento ajudaram, de sobremaneira, à redução do absentismo e do abandono escolar e à melhoria do clima educativo, reconhecido como bom por todos os agentes educativos, notando-se uma satisfação crescente com o relacionamento inter-pessoal, assente no respeito mútuo.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

A valorização das aprendizagens é um aspecto fulcral do sucesso, que a direcção procura, em toda a sua dinâmica, realçar junto de alunos, famílias e professores, induzindo expectativas positivas. A extensão da oferta formativa a cursos de cariz mais prático, a adequação do currículo às necessidades dos discentes, as medidas integradoras dos alunos de etnia cigana e a concepção das estratégias de reforço, com o GAAF, visam a satisfação da comunidade local e a melhoria dos desempenhos e do fortalecimento das vivências sociais, concorrendo para a diminuição do absentismo e do abandono precoce.

Os prémios de mérito (Quadro de Valor), ligados ao reconhecimento atitudinal, a divulgação dos trabalhos, interna e externamente, pelo livro «A nossa terra – Ponte de Sor», e a organização de concursos e actividades extra-curriculares (Centro Ludo Pedagógico) são estímulos à escolaridade e formas de reconhecimento dos saberes e de mobilização dos parceiros.

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2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

Os departamentos curriculares, os subdepartamentos disciplinares e os conselhos de docentes, organizados por proximidade geográfica das unidades agrupadas de educação pré-escolar e de 1.º ciclo, asseguram, em particular, a gestão curricular horizontal, procedendo ao planeamento, de médio e longo prazo, à elaboração de materiais e de instrumentos de trabalho, à adopção de estratégias pedagógicas e à definição de critérios de avaliação. As reuniões regulares destas estruturas, os encontros informais e os tempos previstos para formação interna potenciam a interdisciplinaridade, que se efectiva nos conselhos de turma, com a abordagem conjunta de conteúdos e a realização de actividades em comum, e na concepção do Plano Anual de Actividades.

A implementação dos Novos Programas da Matemática, do Plano Nacional de Leitura e do Plano da Matemática II tem permitido uma maior articulação curricular ao longo dos ciclos, facilitadora da sequencialidade das aprendizagens. Nesta vertente, ressalta, também, a colaboração entre os docentes do Ensino do Inglês, nas Actividades de Enriquecimento Curricular do 1.º ciclo (AEC), e os professores do respectivo grupo disciplinar, na programação dos conteúdos. Porém, continua a ser mais estreita a relação entre a educação pré-escolar e o 1.º ciclo nas unidades do mesmo conselho de docentes e entre os 2.º e 3.º ciclos, sendo pouco consistente os mecanismos verticais de ligação entre os vários níveis de educação e de ensino. No geral, os responsáveis pelas AEC participam nas reuniões de departamento, dado que os titulares de turma e os coordenadores de estabelecimento supervisionam a sua execução.

Os processos individuais, contendo os registos de observação e de avaliação, acompanham as crianças/alunos nas mudanças de ano e de ciclo. Os projectos curriculares de grupo/turma são, por sua vez, entregues aos novos titulares ou aos directores de turma (DT). Embora não façam parte da equipa de constituição de turmas, os docentes dos alunos que transitaram para o 5.º ano estão presentes nos primeiros CT, com o objectivo de facultarem informação pertinente acerca das necessidades educativas dos mesmos. Com o intuito da continuidade, privilegia-se, nos 2.º e 3.º ciclos, a manutenção das equipas pedagógicas. O cargo de direcção de turma, face ao perfil definido, é atribuído a professores com capacidades inter-relacionais, mobilizadoras dos pares e dos encarregados de educação. Os DT e os técnicos especializados orientam os alunos e as famílias nas opções a tomar, na mudança de ciclo.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

O planeamento individual segue as orientações dos departamentos curriculares e dos conselhos de docentes, adaptando-se ao perfil do grupo/turma e às características das crianças/alunos que o compõem. Apesar de não existir Projecto Curricular de Agrupamento, foram dadas orientações quanto à organização e à reestruturação contínua e sistemática dos projectos curriculares de grupo/turma, pelo que a sua apreciação, nos momentos de avaliação intercalares e no final de cada período lectivo, propicia o ajuste da programação e a adequação de estratégias, de métodos de ensino e de actividades, com vista à superação de dificuldades e ao incremento de aprendizagens mais favoráveis.

O acompanhamento da prática lectiva, nas estruturas de orientação educativa e supervisão pedagógica, assenta na partilha da planificação, dos materiais didácticos e dos instrumentos de trabalho, na reflexão sobre as estratégias implementadas e na verificação do cumprimento do currículo. Esta monitorização, em paralelo com o balanço dos resultados, tem servido de suporte à gestão pedagógica, na definição dos tempos e das formas de apoio, na atribuição de assessorias, no reforço de disciplinas com atrasos de leccionação e na adesão a projectos.

Os critérios de avaliação, aprovados em Conselho Pedagógico, são divulgados, por disciplina, e debatidos em Formação Cívica, não ocorrendo, contudo, uma prática regular de verificação da sua aplicação. A concepção e a utilização de algumas matrizes e de instrumentos comuns, na avaliação diagnóstica, contribuem para uma maior confiança nos resultados escolares.

2.3 Diferenciação e apoios

A sinalização das crianças/alunos com necessidades educativas parte, na maioria dos casos, do professor titular ou do DT que, em documento uniformizado, menciona as principais debilidades diagnosticadas. Analisado

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o caso e decidido o seu encaminhamento para o regime educativo especial, são definidas as estratégias educativas a seguir. O programa educativo individual (PEI), cuja elaboração está a cargo do docente de educação especial, em estreita ligação com o professor titular ou com o DT, é dado a conhecer aos encarregados de educação e conta, sempre que necessário, com a participação de técnicos especializados. No presente ano lectivo, os seis docentes de educação especial acompanham 51 alunos com necessidades educativas de carácter permanente, aos quais foram aplicadas as medidas de apoio pedagógico personalizado, adequações curriculares, adequações no processo de matrícula e currículos específicos individuais. Aqueles docentes, tal como os de apoio socioeducativo, estão presentes nas reuniões de conselho de turma, cooperando na redefinição e na avaliação das medidas implementadas.

O facto de o Agrupamento integrar um Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP) permitiu-lhe captar recursos humanos para o apoio ao elevado número de alunos com dificuldades de aprendizagem, na base da diferenciação pedagógica, da constituição de grupos de nível e do reforço disciplinar, que, nos 2.º e 3.º ciclos, é canalizado, quase em exclusivo, para as disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática. A avaliação regular dos planos de acompanhamento e de recuperação, com relatórios finais circunstanciados, leva à reformulação dos mesmos.

É notório o modo articulado como todos os agentes colaboram na procura das melhores soluções, inserindo-se nesta dinâmica o GAAF. Este abrange toda a comunidade escolar e é direccionado para situações de instabilidade emocional e de comportamentos disruptivos, dinamizando diversos ateliês e o Projecto Escola de Pais, desde o ano lectivo transacto. A Equipa de Intervenção Precoce na Infância é outra das estruturas parceiras, no trabalho com as crianças da educação pré-escolar.

Os Serviços de Psicologia e Orientação asseguram a orientação vocacional e profissional aos alunos de 9.º ano e, por solicitação dos DT, a avaliação psicológica de alunos que manifestem dificuldades de aprendizagem, instabilidade emocional ou que atravessaram situações de crise.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa do Agrupamento integra componentes activas, sociais, culturais e artísticas que intentam o enriquecimento do currículo e a participação dos alunos em actividades de cariz diversificado, visíveis no Projecto Electrão, no concurso Jovens Escritores e no Programa Educação para a Saúde. Já a Componente de Apoio à Família (CAF) e as AEC contam com acções na área do desporto (natação) e da expressão plástica.

A criação do curso de educação e formação de Operador de Informática espelha a preocupação com a valorização do percurso académico e dos saberes práticos e profissionais, promovendo a habilitação dos jovens para a sua integração no mundo do trabalho. O reconhecimento do desempenho destes alunos começa na própria instituição, com a sua responsabilização pela manutenção do parque informático da Escola-Sede. O Centro Ludo Pedagógico, local de convívio, de execução de tarefas escolares e de actividades criativas, as oficinas de complemento pedagógico, nas áreas da electricidade, carpintaria e da horticultura, e os ateliês (Aprender a ser e Aprender a estar; Malta, mudei a escola; Penso logo existo) tornaram-se parte da estratégia de motivação para a aprendizagem contínua, de valorização do conhecimento e de promoção da disciplina.

As actividades experimentais surgem com maior regularidade nos 2.º e 3.º ciclos, sendo pouco consistente na educação pré-escolar e no 1.º ciclo. Não obstante, a Semana das Ciências, realizada na Escola Básica João Pedro de Andrade e aberta a toda a comunidade, alicia os participantes para uma aprendizagem pela acção. As dimensões artística e cultural ganham destaque na oferta curricular da disciplina de Dança, no 3.º ciclo, e de Ensino Artístico Especializado da Música e no desenvolvimento de Clubes, como o de História, da Floresta, da Matemática com Arte e do Desporto Escolar. De realçar, a preocupação revelada pelos responsáveis em proporcionar aos alunos, pelo menos, uma ida anual ao teatro, a concertos ou a exposições.

A implicação dos alunos na organização e na concretização de eventos e na definição de regras e de critérios de acesso, a sua participação nas Férias Activas e o incentivo à divulgação on-line dos trabalhos procuram incutir nos discentes uma cultura de exigência, de profissionalismo e de prestação de contas.

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3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Agrupamento possui, por ora, como documento estruturante, uma proposta inspirada no projecto TEIP e no Plano de Acção do Director, a qual se encontra para apreciação e aprovação do Conselho Geral, uma vez que a última versão do Projecto Educativo teve o seu término em 2009. O empenhamento na construção do projecto TEIP, sobretudo pela sua direcção, levou a que este funcionasse, desde o ano lectivo de 2009-2010, como o verdadeiro projecto educativo, ainda que alguns sectores da comunidade não se revejam totalmente nele. Apresenta quatro eixos estratégicos, que encerram os princípios educativos da acção: «contribuir para a melhoria da qualidade das aprendizagens e do sucesso educativo dos alunos»; «diversificar a oferta formativa e promover a integração de todos os alunos»; «promover o envolvimento familiar no processo de ensino e de aprendizagem»; «desenvolver competências pessoais e profissionais, como forma de promover a formação integral dos alunos».

A operacionalização e a projecção da política educativa revela-se nos projectos curriculares de grupo/turma e no PAA, o qual denota alguma falta de coerência e de articulação global, por o Agrupamento ter optado por não se dotar de Projecto Curricular.

O planeamento do ano lectivo atende ao número de unidades educativas do Agrupamento, à dispersão geográfica e aos recursos humanos disponíveis. As decisões acerca de assessorias, da sala de estudo e da concessão do meio bloco a atribuir pela escola são revistas anualmente, em função dos resultados alcançados. Os horários dos transportes escolares nem sempre estão ajustados às actividades lectivas e à sua harmonização com as actividades extra curriculares.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A gestão dos recursos humanos é potenciada pela afinidade que se verifica entre a direcção e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica e pelo excelente clima relacional vivido na organização. Os responsáveis demonstram conhecer as competências pessoais e profissionais dos trabalhadores, situação facilitada pela relativa estabilidade do corpo docente e não docente. A distribuição de serviço docente obedece a critérios fixados pelo Conselho Pedagógico, tendo em conta o princípio da continuidade pedagógica e o perfil exigido por cada função, com particular acuidade na atribuição do cargo de director de turma. Os assistentes operacionais afectos pela Câmara Municipal, no quadro da transferência de competências para os municípios, são distribuídos por todos os estabelecimentos de educação e de ensino, de acordo com as prioridades. A divisão de tarefas é feita sob proposta da encarregada operacional, mediante a auscultação dos pares. Os serviços administrativos estão organizados por gestão de processos, o que possibilita uma prestação de qualidade, reconhecida pelos utentes, pela informação fornecida e pelo tempo de resposta.

Ainda que identificadas as necessidades de formação, o Centro Prof’Sor não tem correspondido, na óptica dos profissionais, às áreas deficitárias. As acções externas têm estado circunscritas às dos Programas Nacionais de Formação para o Ensino Experimental das Ciências, da Matemática e do Português. Internamente, têm sido dinamizadas algumas actividades, em especial, na vertente das tecnologias de informação e comunicação. O acolhimento e a integração dos novos elementos, em primeira instância pela direcção, são relevados como factor de motivação, dado o cuidado e a proximidade com que é efectuado, e conta com o apoio dos coordenadores de departamento e das unidades agrupadas e com o excelente clima educativo.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

As infra-estruturas e os equipamentos são, no geral, bastante favoráveis à educação e ao ensino, tendo sido inaugurados ou requalificados alguns dos edifícios escolares. Reúnem condições de higiene e de salubridade e possuem planos de segurança e de meios de combate a incêndio. São realizadas, com regularidade, vistorias à rede de gás e às instalações eléctricas. A Escola-Sede dispõe de diversos espaços e serviços de apoio funcionais, com realce para o pavilhão gimnodesportivo bem equipado, por vezes, sobrelotado, e para a Biblioteca, em que se desenvolve um trabalho de valorização e de reforço das competências da Língua Portuguesa, em ligação com as bibliotecas das EB1 de

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Ponte de Sor e da Tramaga. Não existem, contudo, locais de convívio cobertos no exterior, havendo, por outro lado, a necessidade de melhorar o sistema de controlo de entradas e saídas.

Os recursos tecnológicos favorecem e agilizam a comunicação entre os vários estabelecimentos (E-mail, plataforma Moodle, página Web) e potenciam uma prática pedagógica mais inovadora (quadros interactivos), pese embora as dificuldades sentidas em alguns da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, na ligação à Internet.

O Agrupamento angaria receitas próprias, através de projectos financiados pelo POPH (Programa Ocupacional Potencial Humano), do Desporto Escolar, dos cursos de educação e formação e do Projecto Comenius. A execução orçamental é da competência do Director, tendo em conta as linhas orientadoras aprovadas pelo Conselho Geral e as solicitações dos departamentos curriculares, em função do PAA e das necessidades didácticas.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

As famílias acompanham, de forma mais activa, as crianças/alunos na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, intervindo cada vez menos a partir do 2.º ciclo, indiferentes ao incentivo dos docentes e dos responsáveis pela organização, de que são exemplos o apoio à criação da actual Associação de Pais e Encarregados de Educação e o projecto «Escola de Pais». Nos ciclos terminais, comparecem apenas quando se trata de assuntos relacionados com os seus educandos ou em ocasiões festivas. É de salientar a grande abertura e disponibilidade dos directores de turma para ajustarem o seu horário de atendimento às necessidades dos pais e a sua preocupação com o maior envolvimento destes na vida escolar. No início de cada ano lectivo, os pais são recebidos pelos docentes titulares de grupo/turma e directores de turma e informados da planificação didáctica e dos documentos fundamentais, visando a sua maior implicação no processo educativo. Fazem-se, também, representar nos órgãos e nas estruturas em que têm assento, nomeadamente, por intermédio da Associação de Pais e Encarregados de Educação, empenhada em assumir um protagonismo crescente, com a dinamização de actividades próprias, inscritas no PAA.

O Agrupamento está, por outro lado, bastante aberto à comunidade, beneficiando de uma boa cooperação com a Câmara Municipal de Ponte de Sor e com as juntas de freguesia, onde se localizam as diferentes unidades. A Câmara Municipal, além de representada no Conselho Geral, tem um papel relevante na promoção das Actividades de Enriquecimento Curricular e do projecto Kittos, este na educação pré-escolar, e no apoio aos alunos, no âmbito do Projecto Integrado de Saúde e Bem-Estar e Desenvolvimento Harmonioso e Sustentável de Ponte de Sor. É estabelecida, ainda, uma ligação estreita com o Centro de Saúde de Ponte de Sor, os Bombeiros Voluntários, a Escola de Artes do Norte Alentejano, na articulação do Ensino Artístico Especializado da Música, o Centro de Recuperação Infantil (CRIPS), a Associação Caminhar e com a Biblioteca Municipal.

3.5 Equidade e justiça

A liderança de topo orienta a sua acção por princípios de equidade e de justiça, tendo por referência os documentos estruturantes, de que se destaca o projecto TEIP. Procura, desta forma, uma resposta diferenciada aos interesses dos alunos e às expectativas das famílias, apesar das limitações de uma população escolar algo dispersa e de um meio envolvente com fragilidades socioeconómicas.

Aos alunos com necessidades educativas especiais são disponibilizadas condições propícias à frequência escolar e ao desenvolvimento das suas capacidades. De relevar a atenção prestada aos mais carenciados, com os apoios financeiros e materiais da Acção Social Escolar, para além de suplementos alimentares. A diversidade linguística, cultural e étnica, não sendo marcante nesta comunidade, compreende ainda assim um número expressivo de alunos da comunidade cigana, para o qual são envidados esforços para a sua plena integração, com o concurso das medidas proporcionadas pelo projecto TEIP, nomeadamente a intervenção de técnicos especializados de serviço social, o alargamento da oferta educativa e as Férias Activas.

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4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

O Agrupamento conta com uma liderança de topo, que revela uma visão proactiva na gestão das situações problemáticas, e manifesta determinação no desenvolvimento de acções de melhoria e na criação de uma estrutura de suporte, que envolva e responsabilize, a diferentes níveis, os vários agentes educativos. Não obstante esta postura, os resultados da auto-avaliação perderam alguma eficácia, na medida em que ficaram na posse, apenas, da direcção e de alguns membros dos órgãos. Aquela dinâmica resulta da observação do contexto e encontra-se espelhada no Projecto Educativo, em que se identifica o insucesso, o absentismo, o abandono escolar, o envolvimento familiar e os comportamentos problemáticos e desviantes como áreas prioritárias de intervenção. Estabelece linhas de orientação, objectivos e metas claras e quantificáveis, decorrentes, em grande medida, do projecto TEIP e que se centram na promoção de um ambiente educativo de qualidade, capaz de influenciar positivamente a atitude, a postura e o empenho dos alunos face à escola.

A diversidade sociocultural do meio e a integração de crianças e de jovens com necessidades educativas especiais são encaradas numa perspectiva inclusiva de exigência pedagógica e deram origem a uma rede interna de apoios e à conjugação de esforços com os parceiros locais, o que torna a instituição reconhecida no meio.

A oferta formativa, com a introdução das turmas de Ensino Artístico Especializado da Música e do curso de educação e formação, os espaços e os projectos de complemento curricular, mormente os dinamizados pelo GAAF e pelo Centro Ludo Pedagógico, constituem alicerces de uma resposta que pretende ir ao encontro dos interesses dos alunos e fomentar o prosseguimento de estudos.

4.2 Motivação e empenho

Os órgãos e as estruturas de orientação educativa e supervisão pedagógica têm assumido um papel central na actuação do Agrupamento, evidenciando conhecer bem as suas áreas, e exercem as funções que lhes estão acometidas, com responsabilidade, autonomia e em complementaridade.

O empenhamento e a motivação dos intervenientes (pessoal docente e não docente) são factores determinantes do projecto em curso, bem demonstrados na disponibilidade pessoal e na concertação de esforços entre todos, no sentido de se atingirem as metas estabelecidas. Todavia, alguns profissionais estão pouco envolvidos no plano estratégico, revelando-se a necessidade de um maior investimento na sua mobilização para a concretização de objectivos reconhecidos como fundamentais.

O absentismo do pessoal, docente e não docente, é pouco elevado, rondando as taxas de assiduidade os 95%. Em todo o caso, os seus efeitos na actividade lectiva são atenuados por actividades de substituição e por permutas.

4.3 Abertura à inovação

O alargamento da oferta educativa ao CEF e ao Ensino Artístico Especializado da Música, a dinamização de projectos de índole inclusiva e de clubes, nos domínios cultural e social, a utilização das tecnologias de informação e comunicação, na circulação da informação (plataforma Moodle e página Web) e na prática pedagógica (Quadros Interactivos e Programa Escola Virtual), traduzem o investimento na abertura à inovação, que envolve docentes e alunos. A diversificação das práticas, em todos os níveis de educação e de ensino, e a aposta contínua na formação interna pretendem mobilizar os interlocutores e parceiros externos, no sentido da mudança e na resolução dos problemas emergentes. O projecto «Escola de Pais» inscreve-se numa abordagem inovadora a uma das debilidades identificadas no Projecto Educativo e integra o GAAF e as actividades por ele desenvolvidas, estrutura que se destaca como um recurso essencial ao bem-estar e à tranquilidade vivenciada na Escola-Sede.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

As parcerias e os protocolos celebrados com entidades de diversas áreas da comunidade são fundamentais ao desenvolvimento das linhas orientadoras do Projecto Educativo, tanto mais pela condição TEIP do Agrupamento.

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A interacção com instituições de carácter social, cultural, ambiental e económico reforça a matriz formativa e a afirma a instituição no meio envolvente. Na consecução de uma acção educativa de qualidade, sobressaem a Câmara Municipal de Ponte de Sor e as juntas de freguesia, no que respeita ao funcionamento dos jardins-de-infância e das escolas do 1.º ciclo, à promoção das AEC, à disponibilização de espaços e de equipamentos autárquicos, ao transporte de alunos e à cedência de serviços de psicologia; o Centro de Recuperação Infantil, a Associação Caminhar, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e o Centro de Emprego, no acompanhamento, apoio e encaminhamento de crianças e de jovens; a Biblioteca Municipal, o Centro de Artes e a Associação Teatro da Terra, na dinamização de projectos culturais. Salienta-se, também, a disponibilidade de instituições locais para os estágios dos alunos dos CEF.

O desenvolvimento de projectos como o Eco-Escolas, Escola Segura, Ciência Viva, Escola Electrão e Giravolei, a criação dos ateliês e das oficinas pedagógicas, no domínio do GAAF, e a participação em Programas Nacionais (Plano Nacional de Leitura, Plano da Matemática, Rede de Bibliotecas Escolares) têm trazido contributos importantes à dinâmica das actividades e incentivado a aprendizagem.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

5.1 Auto-avaliação

No ano lectivo de 2006-2007, o órgão de direcção, administração e gestão decidiu implementar a auto-avaliação, tendo optado pelo modelo EFQM (Excellence Model), recorrendo ao apoio de uma entidade externa que, para além de estruturar toda a actividade, deu formação específica aos elementos da equipa. Esta foi constituída em Fevereiro de 2007, sob indicação dos responsáveis do Agrupamento, e contou com sete docentes e com a chefe dos serviços de administração escolar. Decorrente das reuniões com o formador, foram decididos os critérios a avaliar (liderança, política e estratégia, gestão das pessoas, parcerias e recursos, processos pedagógicos e de suporte, resultados, impacto na sociedade), os documentos a consultar e os questionários a aplicar. Foram inquiridos alunos, encarregados de educação, professores e pessoal não docente. O relatório final, redigido pelo elemento externo após o tratamento dos dados, identifica os pontos fortes e as oportunidades de melhoria da organização. Considerado um instrumento de apoio ao progresso, não foi objecto de divulgação alargada, nem deu origem à elaboração e à implementação de planos de consolidação e de reestruturação. O impacto alcançado reflecte-se na redacção das linhas orientadoras do projecto TEIP e em algumas áreas organizacionais, na dependência, quase exclusiva, da direcção.

5.2 Sustentabilidade do progresso

De um modo geral, todos os agentes educativos identificam pontos fortes e pontos fracos, em resultado da aplicação de questionários, aquando da elaboração dos documentos estruturantes, sendo que nem todos vieram a ser confirmados pelo relatório de avaliação interna. As informações nele constantes carecem de apropriação por parte de toda a comunidade escolar, de modo a delinear-se uma estratégia sustentada, com vista à consolidação das linhas de força e à superação das dificuldades. Algumas das debilidades apontadas referem-se à necessidade de uma recolha de informação sistemática que sustente as decisões e de um contacto permanente com os intervenientes, na auscultação e na comunicação.

As parcerias estabelecidas, o ambiente escolar, potenciador das aprendizagens, a relação de proximidade e de confiança entre os docentes, os não docentes, os alunos e os encarregados de educação e a liderança partilhada e co-responsabilizadora contrapõem-se aos constrangimentos. A localização do edifício da Escola-Sede face à organização da cidade e a perda de alunos para outras instituições são entraves à acção do Agrupamento, mas que este pretende ultrapassar.

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V – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de Ponte de Sor (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o

cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o

cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

A análise regular dos resultados académicos dos alunos, com impacto na definição de estratégias de melhoria;

A diversificação da oferta educativa e a introdução de outras medidas inclusivas, potenciadoras da frequência escolar, por parte de alunos de estratos sociais e culturais distintos;

A acção desenvolvida pelo Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, com ênfase na regulação do comportamento dos discentes e na implicação dos pais no processo educativo;

O forte envolvimento de todos os agentes educativos e dos parceiros locais, na definição, na avaliação e na reformulação das medidas aplicadas aos alunos com necessidades educativas e na procura de soluções ajustadas a um melhor desempenho da instituição;

O clima educativo, favorável ao desenvolvimento das aprendizagens, assente num relacionamento interpessoal saudável e motivador da cooperação entre todos.

Pontos fracos

O fraco envolvimento de alunos e de encarregados de educação na elaboração dos documentos estruturantes do Agrupamento;

Os mecanismos pouco consistentes de articulação entre os diferentes níveis de educação e de ensino;

A inexistência de Projecto Educativo e de Projecto Curricular de Agrupamento;

Os mecanismos de transmissão de informação, em particular a órgãos como o Conselho Geral, que suportem a avaliação da organização e a tomada de posição sobre as prioridades educativas;

A falta de divulgação do relatório de auto-avaliação, a sua débil apropriação pela comunidade escolar e a ausência de planos de melhoria abrangentes.

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Oportunidades

O reforço da rede de apoios e de parcerias, se possível para além do âmbito local, diversificando o leque de soluções para as necessidades;

O desenvolvimento do projecto TEIP e o alargamento da oferta educativa, como forma de garantir a permanência dos alunos no Agrupamento e a captação de outros no meio próximo.

Constrangimentos

A debilidade de alguns dos espaços físicos, nomeadamente a ausência de zonas exteriores cobertas, condicionante da realização de actividades lúdicas.