CLÁUDIA BARROS BERNARDI
ANÁLISE DA POLÍTICA DO INCENTIVO NO ÂMBITO
DAS DST/HIV/AIDS EM QUATRO MUNICÍPIOS DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Trabalho de conclusão apresentado ao
curso de especialização em Prevenção
ao HIV/AIDS no Quadro da
Vulnerabilidade e dos Direitos
Humanos da Universidade de São
Paulo.
Área de concentração: Medicina
Preventiva
Orientador: Alexandre Grangeiro
São Paulo
2011
CLÁUDIA BARROS BERNARDI
ANÁLISE DA POLÍTICA DO INCENTIVO NO ÂMBITO
DAS DST/HIV/AIDS EM QUATRO MUNICÍPIOS DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Trabalho de conclusão apresentado
apresentada ao curso de
especialização em Prevenção ao
HIV/AIDS no Quadro da
Vulnerabilidade e dos Direitos
Humanos da Universidade de São
Paulo.
Área de concentração: Medicina
Preventiva
Orientador: Alexandre Grangeiro
São Paulo
2011
AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas de curso, que nestes últimos quinze meses caminharam
comigo nesta trilha de angústias, ansiedade e insegurança, discussões e
questionamentos, mas também de descobertas, alegrias, conhecimento e
satisfação. Compartilhamos os sentimentos e estaremos unidos para sempre,
tenho certeza.
Aos mestres, que tanto nos instigaram e inspiraram, minha gratidão. Em
especial à Profa. Ausonia, doce exemplo, e Profa. Vera Paiva, alma deste
curso e de muitas lutas pelos Direitos.
Ao meu orientador, Prof Alexandre Grangeiro, pela paciência com meu pouco
tempo e pelas sábias observações.
À minha doce Mary, que suportou os humores e as divagações, as noites mal
dormidas e o ânimo inflamado, sempre companheira e querida.
À Valéria Almeida, Cláudia Tadia, Osmarina Ruiz e Heloísa Rossani, por nas
minhas ausências segurarem as muitas ondas e pelo companheirismo,
amizade e ideais com que fazemos juntas a Gestão do Programa de Aids de
Campinas.
À minha querida quase homônima Cláudia Barros, monitora primeira e
sempre lembrada, de quem guardarei as palavras, os sorrisos e toda ajuda
que me deu, para este curso e muito mais.
À Bruna Lara, pela sempre presença e disponibilidade.
Aos meus pais, pela base sólida de ética que me mostraram durante toda a
vida e que pauta minhas ações, assim como pelo apoio de todas as horas.
À Vilma Cervantes, por ter me ensinado os “segredos” do PAM quando dele
eu nada entendia e à Shenia Liane Pimenta, pela disponibilidade e paciência
de me ensinar o sistema de monitoramento.
À Keka, Ori, Cris, Jubi, Cyn, Flá, Nani e demais amigos de toda vida, afinal
em tudo que faço tem sempre muito de vocês...o melhor, sempre.
"Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende."
Cora Coralina
Sumário
1- Introdução ................................................................................................ 111
1.1. Histórico político .................................................................................... 111
1.2- Histórico epidemiológico global ............................................................ 166
1.2.1- Histórico epidemiológico de Campinas .............................................. 188
1.2.2-Histórico epidemiológico de Guarulhos…………………………………..18
1.2.3- Histórico epidemiológico de Ribeirão Preto ......................................... 19
1.2.4- Histórico epidemiológico de São José dos Campos ............................ 19
2- OBJETIVOS............................................................................................. 200
3- METODOLOGIA ...................................................................................... 211
4- Resultados ............................................................................................... 266
4.1- Campinas.............................................................................................. 266
4.2- Guarulhos ............................................................................................. 299
4.3- Ribeirão Preto ....................................................................................... 311
4.4- São José dos Campos .......................................................................... 322
4.5- Resposta Epidemiológica ..................................................................... 344
5. Discussão ................................................................................................ 344
6. Referências Bibliográficas ....................................................................... 388
Lista de Abreviaturas e Siglas
AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
CEDST/Aids - Coordenação Estadual DST/Aids
CIB - Comissão Intergestores Bipartite
CIT - Comissão Intergestores Tripartite
CMS - Conselho Municipal de Saúde
CNDST/Aids - Coordenação Nacional DST/Aids
CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
CRT-DST/AIDS - Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS
CTA- Centro de Testagem e Aconselhamento
DST - Doença Sexualmente Transmissível
FMI - Fundo Monetário Internacional
HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana
HSH - Homens que Fazem Sexo com Homens
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS- Ministério da Saúde
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONG - Organização Não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
OSC - Organização da Sociedade Civil
PAM - Plano de Ações e Metas
PM DST/Aids- Programa Municipal de DST/Aids
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
SAE - Serviço de Assistência Especializada
SES/SP - Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
SIM- Sistema de Informação de Mortalidade
SINAN - Sistema Nacional de Agravos de Notificação
SUS - Sistema Único de Saúde
UD/UDI – Usuário de Drogas/Usuário de Drogas Injetáveis
UNAIDS - Organização das Nações Unidas para AIDS
Lista de Tabelas
Tabela 1- Total de recursos da Política de Incentivo, proporção de
recursos Federais e de Contrapartida Municipal nos PAM de
municípios selecionados, por ano do PAM. 2006-2010
41
Tabela 2- Proporção de recursos planejados na Política de
Incentivo em municípios selecionados, por área e ano do PAM.
42
Tabela 3- Proporção do recurso executado, valor per capita do
recurso planejado e executado dos PAM de municípios
selecionados, por ano do PAM. 2006-2010
43
Tabela 4- Taxas de incidência de aids por 100 mil habitantes,
Número de casos de aids registrados e percentual de redução da
taxa de incidência de Aids em municípios selecionados. 1998-2009
44
Tabela 5- Taxa de mortalidade por aids e percentual de redução da
taxa de mortalidade em município selecionado. 1998-2009
44
Tabela 6- Número de metas planejadas por área dos PAM de
município selecionados. 2006-2010
45
Tabela 7- Número de ações planejadas nos PAM de municípios
selecionados por área e ano do PAM. 2006-2010
46
Tabela 8- Ocorrência de ações específicas para populações ou
eixos prioritários nos PAM de municípios selecionados, por ano.
2006-2010
47
Tabela 9a- Média do percentual de recursos planejados por
categoria de aplicação nos PAM de municípios selecionados, por
ano do PAM. 2006-2010
48
Tabela 9b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por
área e ano do PAM, Campinas, 2006-2010
48
Tabela 10a- Média do percentual de recursos planejados por
categoria de aplicação nos PAM de municípios selecionados, por
ano do PAM. 2006-2010
48
Tabela 10b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por
área e ano do PAM, Guarulhos, 2006-2010
49
Tabela 11- Média de recursos planejados, por categoria de
aplicação e proporção de recursos incentivo e contrapartida por
área, ano a ano, Ribeirão Preto.
49
Tabela 11a- Média do percentual de recursos planejados por
categoria de aplicação nos PAM de municípios selecionados, por
ano do PAM. 2006-2010
49
Tabela 11b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por
área e ano do PAM, Ribeirão Preto, 2006-2010
49
Tabela 12a- Média do percentual de recursos planejados por
categoria de aplicação nos PAM de municípios selecionados, por
ano do PAM. 2006-2010
50
Tabela12b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por
área e ano do PAM, São José dos Campos, 2006-2010
50
Tabela 13- Categorias de exposição nos casos de AIDS
diagnosticados, por ano de diagnóstico
51
Tabela 14- Recursos planejados para populações prioritárias (por
população e por categoria de aplicação) e sua proporção em
relação aos recursos globais, ano a ano, Campinas
52
Tabela 15- Recursos planejados para populações prioritárias (por
população e por categoria de aplicação) e sua proporção em
relação aos recursos globais, ano a ano, Guarulhos
53
Tabela 16- Recursos planejados para populações prioritárias (por
população e por categoria de aplicação) e sua proporção em
relação aos recursos globais, ano a ano, Ribeirão Preto
54
Tabela 17- Recursos planejados para populações prioritárias (por
população e por categoria de aplicação) e sua proporção em
relação aos recursos globais, ano a ano, São José dos Campos
55
RESUMO
Dos primeiros casos de aids diagnosticados em 1981 à epidemia
estável observada nos dias atuais no Estado de São Paulo, passamos por
momentos distintos no perfil epidemiológico, organização e financiamento da
resposta a este agravo. O Estado, que concentra 40% da epidemia do país,
foi pioneiro na constituição de um Programa específico para aids, antes
mesmo de uma resposta governamental no nível federal.
A resposta à epidemia de aids surgiu e cresceu concomitante a
criação e consolidação do SUS e neste cenário, os municípios tem papel de
destaque no planejamento e execução das ações de promoção a saúde em
seus territórios.
Entre 1994 a 2002 temos a primeira fase da descentralização das
ações de prevenção e assistência às DST/Aids, quando o Estado de São
Paulo e alguns de seus municípios foram contemplados com financiamento
das ações programáticas através de convênios derivados dos acordos de
empréstimo firmados entre o Ministério da Saúde e o Banco Mundial.
Estes convênios foram essenciais para os avanços alcançados, porém
observou-se que “a gestão dos programas apresentava um baixo grau de
institucionalização nas instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS),
relacionado às dificuldades de planejamento, monitoramento e avaliação das
ações”1.
O segundo período inicia-se em 2003, quando há a implantação da
Política de Incentivo do Programa Nacional de DST/Aids, com fontes de
recurso nacionais, o que possibilitou adequar o financiamento às normas do
país e aumentar as atribuições e autonomia de Estados e Municípios na
gestão da política de enfrentamento da epidemia. Essa política amplia o
numero de municípios participantes do processo de descentralização e
reorganiza a gestão, propondo um modelo de financiamento atrelado à
Planos de Ações e Metas (PAM).
Atualmente, a política do incentivo está consolidada e é considerada
como uma das responsáveis pelas conquistas obtidas na prevenção e
qualificação da assistência, sendo que alguns estudos conferiram-lhe
resultados como “aumento da sustentabilidade financeira, ampliação da
cobertura das ações e abordagens técnicas em substituição a parâmetros
exclusivamente financeiros”. Os mesmos estudos, porém, apontam para “um
baixo nível de execução técnica e financeira, possível redução de apoio as
OSC e dissonância entre o planejamento, a análise epidemiológica e as
diretrizes e prioridades nacionais”2.
O presente estudo analisa a Política de Incentivo em quatro municípios
do Estado de São Paulo, de 2006 a 2010, no que concerne à sua
sustentabilidade, inclusão de populações prioritárias, recursos alocados e
executados e poder de impacto na epidemia e correlaciona estes dados aos
indicadores epidemiológicos.
Conclui que a Política de Incentivo está consolidada nestes municípios,
porém há diferenças quanto a sustentabilidade, execução financeira e
construção dos PAM.
Discute também o monitoramento proposto pelo Ministério da Saúde e
sua aplicabilidade.
11
1- Introdução
1.1. Histórico político
O início da década de 80 caracteriza-se pela descoberta dos primeiros
casos, com as primeiras e ainda tímidas atuações de grupos da sociedade
pressionando o Governo, em especial a área de saúde, para organizar uma
resposta.
Em São Paulo, a partir do grupo de trabalho organizado pela Divisão
de Hansenologia do Instituto de Saúde, origina-se o que viria a ser o primeiro
Programa do país específico para ações de controle da então inicial epidemia
de aids, em 1983.
Este período caracterizou-se pela efervescência do movimento
sanitário, e em especial no Estado de São Paulo pela eleição de um
governador progressista, que escolheu como secretário de saúde um dos
grandes articuladores deste Movimento3.
Em oposição aos setores que estruturavam uma resposta
governamental, havia o preconceito e as resistências de diversos outros
setores e profissionais da saúde, principalmente quando criam que a aids era
uma patologia de repercussão limitada a alguns “grupos de risco”.
A contra-resistência foi calcada na união de movimentos das
populações afetadas com os trabalhadores e gestores progressistas dos
serviços de saúde locais e estaduais4.
Também em 1985 surgem as primeiras organizações não
governamentais de combate à aids, assim como o Ministério da Saúde cria o
Programa Nacional de DST/Aids. Vários Estados, seguindo o exemplo de
São Paulo, já haviam criado Programas quando se oficializa a resposta
federal.
A epidemia avança em número de casos, torna-se obrigatória a
notificação dos casos de aids (Portaria 542/MS, de 22/12/86), o PN DST/Aids
organiza reuniões (grupos de trabalho) com representantes de Estados,
ONGs e Universidades (CNAIDS), um conselho consultivo com estes
12
mesmos setores e outros representantes da Educação, Justiça e órgãos de
classe.
Inicia-se em 1988 o controle do sangue com realização de sorologia
para HIV em todas as doações em 1988 (Lei nº 7649, de 25/01/1988).
Avança a consolidação do Programa Nacional e a atuação das ONGs
de pessoas vivendo com HIV/Aids, defendendo o direito à saúde como
fundamental.
Como observa4, as ações do período entre 1986 e 1990 o Programa
Nacional não formulava suas políticas com a participação de Estados e
municípios, enquanto estes mantinham um alto grau de autonomia em
relação ao nível federal. Os projetos nacionais eram para os “grupos de
risco”, não levando em conta as diferenças regionais. As ações de prevenção
baseavam-se em fornecer informações através de folders, palestras e
seminários.
Importante, em 1988, além da criação do Centro de Referência e
Treinamento de São Paulo (CRT-AIDS), foi a promulgação da Constituição
Brasileira e a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), sistema
baseado na universalidade, equidade, integralidade e controle social. O SUS,
que prevê a regionalização em suas diretrizes, nasce e cresce junto com os
Programas de Aids.
Após a eleição de Fernando Collor para a Presidência da República,
inicia-se um período obscuro da história política do País, não sendo diferente
para o Ministério da Saúde e o Programa Nacional de DST/Aids.
Houve troca de Coordenação Nacional e crise institucional posterior,
podendo ser lembrado como único fato memorável desta fase a aquisição e
distribuição dos medicamentos antirretrovirais de forma universal no País.
Entre 1993 e 1994, com a reforma ministerial, há a retomada da
organização do Programa Nacional, com a volta da antiga coordenadora, a
contratação de técnicos oriundos de programas estaduais e municipais e das
ONGs e renascimento da Comissão Nacional de Aids (CNAIDS).
Floresceram também nesta época cooperações internacionais, com a
OMS e negociações com o Banco Mundial para financiamento de ações de
controle da epidemia no país, que culminou na assinatura, em 1993, do
13
primeiro acordo de empréstimo, cuja implantação começa em 1994 (AIDS I).
Com esta mudança de financiamento, temos também mudanças políticas.
À partir de 1994, passamos então a ter financiamento para as ações
de controle à epidemia com recurso de um acordo de empréstimo com o
BIRD específico para aids, que pressupunha a contrapartida federal, estadual
e municipal.
Temos a primeira fase do processo de descentralização, sendo que
até seu final em 2002 teve participação de 26 estados e 150 municípios
(estes concentravam cerca de 70% dos casos de aids do Brasil à época).
Sobre este período, em estudo publicado em 2006, diz Taglieta5:
“(...)Os convênios, por estarem vinculados
a um Acordo de Empréstimo, apresentaram
características muito próprias.
Além de trazerem as amarras impostas
pela legislação brasileira (Instrução
Normativa 01/97), que regulamenta essa
figura jurídica no que se refere à execução
dos recursos e à prestação de contas da
sua utilização, incorporavam as normas do
agente financiador.
As normas do BIRD, na sua maioria,
diferem das impostas pela legislação
brasileira, tornando todo processo, desde a
elaboração do plano de trabalho e sua
execução até a prestação de contas final,
bastante complexo.
Tal situação determinava grande
morosidade na transferência efetiva de
recursos federais aos estados e municípios
conveniados, bem como problemas no
processo de prestação de contas dos
convênios celebrados.
14
Para se ter uma idéia da dimensão do que
estamos falando, o volume de recursos
programados nos Planos Operativos Anuais
(POA), que lastreavam tecnicamente os
convênios, era da ordem de 68,3 milhões
de reais (1999 a 2002). Já a transferência
realizada, no ano de melhor desempenho
(2000), foi da ordem de 47 milhões de reais
(Brasil, 2002a).
Esse descompasso, por si só, criava um
lapso de tempo de mais de um ano entre o
planejamento/programação das ações e a
possibilidade de sua execução
(Brasil,2002b), quando a realidade a ser
enfrentada já poderia não ser mais a
mesma, especialmente se tratando do
enfrentamento de uma epidemia.(...)”
A despeito das dificuldades citadas, a política para aids brasileira é
considerada como “a mais bem sucedida experiência já realizada em
qualquer país em desenvolvimento”4 e a descentralização avança, com a
hierarquização e a responsabilidade compartilhada de cada esfera de gestão.
Em 19/12/2002, o Ministério da Saúde publica a Portaria 2313,
instituindo a Política de Incentivo no âmbito do Programa Nacional de
DST/Aids e a Portaria 23146, que institui o Plano de Ações e Metas (PAM)
como instrumento desta Política.
O financiamento externo é substituído por recursos nacionais e almeja-
se aumentar a autonomia e as atribuições de Estados e Municípios,
ampliando imediatamente de 150 para 411 municípios inclusos, além de
manter os 26 estados. A Política previa transferência de recursos fundo a
fundo e financiamento no nível estadual de ações e projetos de organizações
da sociedade civil (OSC), através dos PAMs.
15
A estratégia de planejamento foi estruturada para ser pactuada no
nível local, a partir de análises de contextos e da situação epidemiológica,
construindo de forma participativa com diferentes atores (gestores,
trabalhadores, movimentos sociais), metas a serem cumpridas no período de
um ano.
Além disso, para que estados e municípios fossem habilitados na
Política do Incentivo e assim permanecessem, era necessário garantir
contrapartida para financiamento e estrutura para realização das ações.
Cumpria-se com esta Política princípios e diretrizes do SUS como a
integralidade, o controle social, a descentralização e a hierarquização.
Vários autores analisaram esta Política e seus resultados 1,7,8,9,10,11,12,13,
sendo que em todos os estudos apresentam conquistas e dificuldades desta
Política. Grangeiro e col (2011)2 sintetizaram:
“(...) os resultados dessa fase do processo
de descentralização mostraram, como
aspectos positivos, o aumento da
sustentabilidade financeira, a ampliação da
cobertura das ações e a substituição dos
parâmetros exclusivamente financeiros e
administrativos por abordagens de caráter
técnico. Por outro lado, observou-se, em
parte dos estados e municípios, baixo nível
de execução técnica e financeira, uma
possível redução do apoio às OSC e uma
dissonância entre planejamento,
informações epidemiológicas e prioridades
programáticas nacionais.”
O estudo de Grangeiro e col. (2010)10, realizado por demanda do
Departamento Nacional de DST/Aids (antigo Programa Nacional) avaliou os
27 estados e 428 municípios participantes da Política do Incentivo em 2006
16
(cobertura de 85,2% dos casos de Aids do País), através de “estudo da
abrangência das ações programáticas, a inclusão de populações prioritárias,
a sustentabilidade financeira e a capacidade das secretarias de intervir na
epidemia” , e conclui:
“A Política de Incentivo do Ministério da
Saúde compreende as regiões de maior
ocorrência da aids no Brasil, porém, o perfil
da resposta induzida encontra-se
parcialmente dissociado das características
epidemiológicas da doença no País.”
1.2- Histórico epidemiológico global
Em 1981 o CDC (Centro de Controle de Doenças) dos Estados Unidos
publicaram pela primeira vez a descrição de quatro casos de uma doença
que viria a ser chamada de aids. Era uma nova síndrome, ainda sem etiologia
definida e com sintomas relacionados à imunodeficiência e conseqüentes
doenças oportunistas.
Nesta época, não se podia imaginar a epidemia mundial que estava
por vir (segundo dados da UNAIDS, 33 milhões de casos de aids no mundo
até 2009) e os cientistas procuravam estabelecer primeiro se tratava-se de
doença infecciosa e, posteriormente, qual agente e modo de transmissão.
Somente em 1984 identifica-se o agente, o HIV (Vírus da
Imunodeficiência Adquirida) e em 1985 disponibiliza-se teste para
diagnóstico, através da detecção de anticorpos.
Nestes primórdios, a epidemia tinha como populações mais
acometidas homens adultos jovens e homossexuais, e posteriormente
usuários de drogas injetáveis e hemofílicos. Na África, esse perfil diferia, com
as mulheres protagonizando os casos desde o início.
17
No Brasil os primeiros casos são notificados em 1982 no Estado de
São Paulo e inicialmente a epidemia segue o padrão norte-americano, com
concentração de casos em grandes cidades, predominando adultos jovens,
na grande maioria gays e depois hemofílicos, outros transfundidos e, depois,
usuários de drogas injetáveis. Nos primórdios, a maior prevalência em
mulheres estava entre as profissionais do sexo e usuárias de droga injetável,
sendo estes dados a base para a adoção da terminologia “grupos de risco”,
termo utilizado classicamente na epidemiologia para definir populações mais
expostas a determinados agravos à saúde. O emprego desse termo reforçou
interpretações e usos moralistas, com conseqüentes danos relacionados ao
estigma e preconceito que durante os anos seguintes tantos militantes e
técnicos lutam para dissipar.
Entre 1980 e 2010* (*sujeito a revisão), foram notificados no Brasil
592.914 casos de aids, com uma incidência de 20,1 casos por 100.000
habitantes (2009). Observou-se 205.568 óbitos por aids acumulados desde o
início da epidemia, segundo dados do Boletim Epidemiológico publicado pelo
Departamento Nacional de DST/Aids em 2010, que estima a prevalência
nacional do HIV na população adulta em 0,61%.
O Estado de São Paulo correspondeu a cerca de 36% da epidemia
nacional, registrando 211.719 casos entre 1980 a 2010, com incidência de
21,8 por 100.000 habitantes em 2007. A maior incidência observada na série
histórica foi em 1998, com 35,6 casos por 100.000 habitantes. O estado
respondeu também por 87.592 óbitos por aids entre 1980 e 2007 (43% do
total do País), todos estes dados publicados no Boletim Epidemiológico do
Programa Estadual de DST/Aids em 2010.
Nos 30 anos decorridos desde o primeiro caso observado no Estado,
passamos do predomínio proporcional de homens gays e bissexuais nos
anos 80 (até 88), à maior proporção de casos novos notificados entre
usuários de droga injetável (a partir de 1989 até metade dos anos 90) e a
partir daí para o predomínio proporcional dos heterossexuais.
Porém, a despeito da inegável maior participação dos heterossexuais,
cabe ressaltar que as avaliações sobre categoria de exposição dão-se
proporcionalmente, já que se avaliarmos incidência (mesmo que estimada)
nas diferentes populações observaremos taxas mais expressivas entre
18
grupos específicos, como gays e outros HSH, profissionais do sexo, usuários
de droga, pessoas em privação de liberdade e moradores de rua5,9. Isto faz
com que nossa epidemia seja classificada, pelo OMS e UNAIDS, como
concentrada (prevalência em grupos específicos superior a 5% e, na
população geral, inferior a 1%). Longe de nova classificação “de risco” com
viés moral, é necessário estar atento para os contextos de maior
vulnerabilidade.
1.2.1- Histórico epidemiológico de Campinas
Terceira cidade mais populosa do estado de São Paulo, Campinas é
pólo Regional e sede de região metropolitana, tendo hoje 1.079.140
habitantes14 e 0,852 de IDH15.
Segundo boletim do PE DST/Aids de 201016, tem acumulados 6341
casos de aids de 80 a 2010 (*), ocupando o 3º lugar no Estado em número de
casos. É o 32º em incidência em 2008.
A maior incidência foi registrada em 1998: 37,49 casos/100.000
habitantes.
Quanto às categorias de exposição, após o início da epidemia com
predomínio da transmissão sexual entre gays e outros HSH; do fim dos anos
80 e até meados dos 90 o predomínio é de transmissão parenteral por uso de
drogas injetáveis e a partir do final dos anos 90 até os dias atuais mantém o
predomínio da transmissão sexual entre heterossexuais (aumento do número
de mulheres). Nos últimos cinco anos, observa-se novo aumento da
porcentagem de casos de transmissão sexual entre HSH.
1.2.2- Histórico epidemiológico de Guarulhos
Segunda cidade mais populosa do estado de São Paulo, tem hoje
1.220.653 habitantes14 (SEADE, 2010) e 0,798 de IDH15 (SEADE, 2000).
Segundo boletim do PE DST/Aids de 201016, tem acumulados 4718
casos de aids de 80 a 2010 (*), ocupando o 5º lugar no Estado em número de
casos. É o 77º em incidência em 2008.
19
A maior incidência foi registrada em 1998: 34,72 casos/100.000
habitantes.
Quanto às categorias de exposição, no início da epidemia teve
predomínio da transmissão sexual, com equilíbrio percentual entre
homo/bissexuais e heterossexuais; porém à partir do início dos anos 90 até
os dias atuais mantém o predomínio da transmissão sexual entre
heterossexuais, com crescente número de mulheres.
1.2.3- Histórico epidemiológico de Ribeirão Preto
Nona cidade mais populosa do estado de São Paulo, Ribeirão Preto é
pólo Regional, tendo hoje 603.774 habitantes14 e 0,855 de IDH15 (SEADE,
2000).
Segundo boletim do PE DST/Aids de 201016, tem acumulados 5927
casos de aids de 80 a 2010 (*), ocupando o 4º lugar no Estado em número de
casos. É o 13º em incidência em 2008.
A maior incidência foi registrada em 1998: 74,28 casos/100.000
habitantes.
Quanto às categorias de exposição, do início da epidemia até a
metade dos anos 90 o predomínio é de transmissão parenteral por uso de
drogas injetáveis e à partir de 1998 até os dias atuais mantém o predomínio
da transmissão sexual entre heterossexuais, com crescente número de
mulheres.
1.2.4- Histórico epidemiológico de São José dos Campos
Oitava cidade mais populosa do Estado de São Paulo, São José dos
Campos tem hoje 629.106 habitantes14 e 0,849 de IDH15.
Segundo boletim do PE DST/Aids de 201016, tem acumulados 3287
casos de aids de 80 a 2010 (*), ocupando o 9º lugar no Estado em número de
casos. É o 56º em incidência em 2008.
A maior incidência foi registrada em 2000: 39,2 casos por 100.000
habitantes.
20
Quanto às categorias de exposição, no início da epidemia teve
predomínio da transmissão sexual entre gays e outros HSH; de 1990 até
1995 o predomínio é de transmissão parenteral por uso de drogas injetáveis
e à partir do final dos anos 90 até os dias atuais mantém o predomínio da
transmissão sexual entre heterossexuais, com crescente número de
mulheres.
2- OBJETIVOS
Objetivo geral
Analisar o desenvolvimento da Política do Incentivo em quatro municípios do
Estado de São Paulo, no período de 2006 a 2010, quanto à sustentabilidade,
inclusão de populações prioritárias, recursos alocados e executados e poder
de impacto na epidemia.
Objetivos específicos
1. Analisar a sustentabilidade técnica, política e financeira do PM
DST/HIV/Aids, nos municípios de Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto e São
José dos Campos, selecionados por critérios epidemiológicos e
demográficos;
2. Analisar a concordância das ações previstas no PAM dos PM
DST/HIV/Aids selecionados, com as diretrizes e prioridades do Departamento
Nacional de DST/HIV/Aids;
3. Analisar a execução financeira do recurso do Incentivo nos municípios
selecionados;
21
4. Avaliar a coerência entre o perfil epidemiológico e as ações que estão
sendo propostas nos PAMs dos Municípios selecionados;
5. Discutir o processo de monitoramento da Política de Incentivo.
3- METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso, desenvolvido através de pesquisa
documental realizada em fontes públicas de dados, como o website da
Política do Incentivo do Ministério da Saúde e a base de dados
epidemiológicos do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo.
Para selecionar os municípios a serem incluídos no estudo utilizou-se,
a fim de estabelecer possível analise comparativa e adaptação da base
metodológica, os critérios adotados por Barboza (2006)1, que avaliou a
implantação da política de incentivo no estado de São Paulo em 2004, sendo
a seguir descrito:
“Para a seleção intencional dos municípios
para o estudo de caso, elaboramos uma
classificação baseada em informações
demográficas, epidemiológicas, financeiras
e de gestão no sistema local de saúde...
As informações e as fontes identificadas
para classificarmos os municípios foram:
a) a população residente no ano de 2001,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE;
b) os casos notificados de Aids, segundo
município de residência no Estado de São
Paulo, acumulados no período de 1980 a
22
30/06/05, tendo como fonte o Sistema
Nacional de Agravos de Notificação –
SINAN;
c) o valor do incentivo para DST/Aids
definido para cada município brasileiro
habilitado no sistema de transferência
fundo a fundo, tendo como fontes as
Portarias Nº. 2313 e 2314, publicadas em
19 e 20 de dezembro de 2002 pelo
Ministério da Saúde;
d) a localização do município segundo a
Direção Regional de Saúde
(DIR) e seu
respectivo padrão epidemiológico regional
no estado, conforme descrito anteriormente
no item 1.5 do capítulo 1, tendo como fonte
o estudo
realizado pela Coordenação
Estadual DST/Aids de São Paulo em 2001;
e) a habilitação do município na Norma
Operacional de Assistência à Saúde -
NOAS do ano de 2002, que classifica as
formas de gestão municipal em dois tipos:
GPABA (Gestão Plena da Atenção Básica
Ampliada) e GPSM (Gestão Plena do
Sistema Municipal), e a própria
complexidade da capacidade instalada no
município, configurando-o como satélite,
sede e pólo...”
A escolha deu-se após classificação dos municípios do Estado de São
Paulo que participam da política de incentivo, através de:
23
“Considerando-se que o agregado de
municípios pertencentes ao padrão II
concentra o maior número de cidades, com
uma relação de 2,5 municípios/DIR,
optamos por selecionar daí duas
localidades para compor o estudo de caso.
Assim, elegemos municípios em cada um
dos três padrões epidemiológicos (II, III e
IV), considerando em nossa classificação
aqueles que:
a) concentravam a maior população
residente no ano de 2001;
b) receberam o maior valor de recursos
transferidos via incentivo fundo a fundo no
ano de 2003;
c) foram habilitados como sede e pólo no
Plano Diretor de Regionalização da SES
em 2002;
d) possuíam um coordenador municipal de
DST/Aids vinculado ao programa pelo
período mínimo de quatro anos,
consecutivos ou não;
e) possuíam um coordenador municipal de
DST/Aids que participou da gestão de pelo
menos um dos convênios com o Ministério
da Saúde (Projeto Aids I e II) e na
implantação do incentivo fundo a fundo no
ano de 2003.
Orientados por esses critérios, foram
selecionados no padrão epidemiológico II,
os municípios de Guarulhos e Campinas...
24
Em relação ao agregado de municípios
vinculados ao padrão III, escolhemos a
cidade de São José dos Campos que,
além de ser a que apresentou a maior
densidade demográfica e cumpriu os
critérios elencados para seleção, recebeu
do governo federal no sistema do incentivo,
o montante de R$ 417.952,27.
Finalmente, o quarto município eleito foi
Ribeirão Preto, representando o padrão
epidemiológico IV, com população
residente da ordem de 514.160 habitantes
e um Plano de Ações e Metas para
DST/Aids em 2003, que recebeu a
transferência do Ministério da Saúde no
valor de R$ 497.580,47.”
Cabe observação sobre a classificação por Regional, pois em 2007 a
Vigilância Epidemiológica do CRT DST/Aids17 publicou Boletim com nova
classificação de perfil das Regionais (com somente quatro padrões), sendo
que Campinas, Guarulhos e São José dos Campos passaram a fazer parte
do mesmo perfil (Padrão II) e Ribeirão Preto passou a ser classificada como
Padrão III; porém optou-se por manter para este estudo os municípios outrora
escolhidos.
A comparação é pertinente, pois Barboza estudou a implantação da
política nos dois primeiros anos, enquanto que o estudo atual irá analisar a
sustentabilidade e implementação da política atualmente.
Definidos os municípios a serem analisados, e considerando o período
de 2006 a 2010 para pesquisa, levantou-se os seguintes dados:
-as metas, ações, recursos planejados e recursos executados (neste item
apenas recursos do incentivo), além de dados de monitoramento. Os dados
foram obtidos na publicação eletrônica dos PAM dos municípios para cada
25
ano da análise, que encontram-se disponíveis no site
www.aids.gov.br/incentivo18. Os PAM foram avaliados de forma quantitativa
(recursos, quantidade de metas e ações) e qualitativa (tipos de ações
planejadas, em que os recursos foram alocados, citação de populações
específicas de acordo com o perfil epidemiológico, forma de apresentação de
metas);
-taxas de incidência e mortalidade, assim como histórico de categorias de
exposição, obtidos na publicação do Boletim Epidemiológico do Programa
Estadual de DST/Aids de São Paulo de 2010 e no SINAN;
-dados demográficos dos municípios obtidos no site da Fundação SEADE;
Os dados coletados foram tabulados para a análise, em quatro áreas
de atuação (Área 1: Promoção, Prevenção e Proteção, Área 2: Diagnóstico,
Tratamento e Assistência, Área 3: Desenvolvimento Institucional e Gestão e
Área 4: Parcerias com OSC). A tabulação segue os seguintes parâmetros:
-sustentabilidade: foram avaliados a proporção de recursos do Incentivo e a
contrapartida municipal para cada área de atuação, ano a ano (2006 a 2010)
e considerados mais sustentáveis os municípios que planejaram
contrapartida de recursos municipais para cada área de atuação;
-impacto na epidemia: foram consideradas como de maior capacidade de
gerar impacto as ações que ofertam serviços diretos a população (insumos
de prevenção, serviços, ações diretas às PVHA, parcerias com OSC) ); e de
menor impacto ações que ofertam serviços indiretamente (investimentos em
RH, capacitações, compra de equipamentos e materiais, treinamentos,
material educativo, vigilância, descentralização para rede), ano a ano;
-inclusão de populações prioritárias: considerou-se ações específicas e
nominalmente citadas para: Gays e outros Homens que Fazem Sexo com
Homens (HSH), Profissionais do Sexo, Usuários de Drogas e Usuários de
26
Drogas Injetáveis (UD e UDI), Pessoas em Privação de Liberdade, Pessoas
Vivendo com HIV/Aids (PVHA);
-ações programadas e perfil epidemiológico: avaliou-se a natureza das ações
para populações específicas e recursos alocados para estas;
-capacidade de execução: avaliou-se os recursos alocados e efetivamente
utilizados no ano do PAM, sendo que neste item só pudemos avaliar os
recursos da Política de Incentivo, pois no Monitoramento online do Ministério
da Saúde, não há prestação de contas dos recursos municipais;
-monitoramento: considerações dos gestores publicadas nos PAM e taxas de
incidência e mortalidade.
Foi realizada análise descritiva por ano do PAM e a comparação entre
municípios realizada por meio das freqüências observadas.
4- Resultados
4.1- Campinas
Campinas, nos anos estudados, tem PAM bastante extenso, sendo
que 2006 a 2009 mantém média alta e semelhante no número de metas e
ações planejadas, mas em 2010 há mudança, com redução no número
destas, principalmente na área de prevenção e promoção (tabelas 6 e 7).
Meta na área de parcerias com OSC só ocorre em 2010, quando o
município passa a receber verba adicional para a descentralização de
projetos de OSC.
Mesmo nos anos onde o número de ações é alto (cerca de 200), estas
não são repetitivas, ou seja, há grande número de ações planejadas de forma
particularizada, e para populações específicas, que não se repetem ano a
ano. Há também grande número de ações relacionadas à OSC, não em meta
27
específica, mas sim entre as diversas metas de prevenção e assistência. Em
2010 a forma de parceria do município com as OSC muda e passa a existir
meta específica de OSC, com previsão de edital de projetos e recurso do
Incentivo, dentro da proposta de descentralização do Estado.
Há que se ter atenção que em nenhum dos anos estudados ocorrem
ações relativas a medicações para infecções oportunistas, medicações para
tratamento das DST ou contrapartida municipal de preservativos masculinos,
mas estes são comprados pelo Município, como informado no
monitoramento.
Em todos os anos analisados ocorrem metas e/ou ações específicas
para prevenção ou assistência de populações e eixos prioritários, notando-se
somente a falta de ações específicas para pessoas em privação de liberdade,
a despeito da cidade possuir unidades prisionais (Tabela 8).
As ações para populações prioritárias (Tabela 14) estiveram
distribuídas entre OSC (apoio, eventos e projetos) e ações diretas do
Programa, recebendo em média 40% dos recursos do ano, sendo que entre
2006 e 2008 somente ações para PVHA recebiam mais de 70% dos recursos
deste grupo. Em 2009 e 2010 há maior equilíbrio entre PVHA e outras
populações prioritárias. Os recursos de OSC não podem ser avaliados por
população, pois em sua maioria, os projetos descritos nos PAM não as
definem.
Quanto aos recursos planejados, há grande mudança ao longo dos
cinco anos. Em 2006, o planejamento prevê um investimento de R$ 1,00 por
habitante, e ano a ano este valor aumenta, chegando a 2010 com R$ 5,03
por habitante (Tabela 3). No primeiro ano avaliado, a proporção de recursos
do Incentivo Federal e da contrapartida municipal é equivalente (cerca de
50% cada), porém a cada ano a proporção de recurso municipal aumenta,
chegando em 2009 a cerca de 11% de recurso do Incentivo e 89% de recurso
municipal (tabela 1). Em 2010, pelo novo aporte de recurso federal para
OSC, esta relação se altera, porém sem diferença significativa.
Apesar do número de metas e ações permanecer semelhante entre as
quatro áreas e das categorias de aplicação também se repetirem, há grandes
diferenças na proporção de recursos planejados em cada área, ano a ano,
sendo que não é possível estabelecer um padrão ou média que o reflita
28
(tabela 2). As metas e ações demonstram continuidade, com diferenças
percentuais de planejamento financeiro.
Em relação às áreas (Tabela 2), não há como traçar um padrão na
prevenção e assistência, que variam ano a ano a proporção em relação aos
recursos globais, mas pode-se estabelecer o predomínio da gestão,
principalmente entre 2007 e 2009. Em 2010 os recursos da gestão são
transferidos para a assistência. Na análise dos PAM deste município,
percebe-se que estas oscilações percentuais devem-se a forma de alocação
de recursos. Em 2009, por exemplo, todo recurso de capacitações está na
gestão, mesmo que haja ações desta natureza nas outras áreas.
Sobre a proporção de recursos próprios e do incentivo por área
(Tabela 9), também não se pode estabelecer padrão, média ou evolução ao
longo dos 05 anos analisados. Pode-se somente observar que em todas nas
áreas de prevenção, assistência e gestão, sempre há recursos próprios e do
incentivo, porém em proporções muito variadas ano a ano.
Quanto à capacidade de execução, nota-se dois períodos distintos: de
2006 a 2008, quando o Programa executa 100% dos recursos planejados e
em 2009 e 2010, quando executa cerca de 53% e 23% do planejado,
respectivamente; demonstrando mudança na capacidade de execução e
efetivação da política (Tabela 3).
Em relação às metas e ações com capacidade para gerar maior
impacto na epidemia, observa-se (Tabela 9) que novamente não há padrão
ou tendência ao longo dos anos, então baseado na média dos cinco anos,
observamos que em ações de maior capacidade de gerar impacto na
epidemia foram alocados 30% dos recursos totais e em ações de menor
impacto 70%. A proporção de recursos planejados por categoria de
aplicação, mostra que recursos humanos, infraestrutura e
treinamentos/capacitações receberam maior aporte, seguidos de parcerias
com OSC e ações para populações prioritárias
No sistema de monitoramento do SISINCENTIVO, o registro de
consecução de metas está preenchido, e fornece dados sobre o percentual
de cumprimento das metas estabelecidas. Os demais indicadores encontram-
se defasados. Há registro de acesso às populações prioritárias, porém sem
detalhes para melhor avaliação.
29
4.2- Guarulhos
Guarulhos, nos anos estudados, tem dois períodos distintos quanto a
forma de seus PAM. De 2006 a 2008 mantém média semelhante no número
de metas e ações planejadas, e à partir de 2009 este número sofre acréscimo
(Tabelas 6 e 7), principalmente na área de prevenção e promoção. Na
avaliação dos PAM, este acréscimo numérico é acompanhado de mudança
na forma e conteúdo das metas e ações, que passam a ser mais inclusivas
(Tabela 8) e descritivas. Entre 2006 e 2009, as ações se repetem,
continuamente.
Meta na área de parcerias com OSC só ocorre à partir de 2009, com
maior destaque para 2010, quando o município passa a receber verba
adicional para a descentralização de projetos de OSC.
No período analisado ocorrem ações relativas a medicações para
infecções oportunistas, medicações para tratamento das DST e contrapartida
municipal de preservativos masculinos, anualmente.
Quanto aos recursos planejados, não há diferença significativa ao
longo dos cinco anos. Em 2006, o planejamento prevê um investimento de
R$ 1,15 por habitante, e com pequenas variações para mais e menos, chega
a 2010 com R$ 1,37 por habitante (tabela 3). A proporção de recursos do
Incentivo Federal e da contrapartida municipal é mantida praticamente
inalterada, com uma pequena variação em 2009, mantém cerca de 40% de
recurso do Incentivo e 60% de recurso municipal (Tabela 1).
Apesar do número de metas e ações permanecer semelhante entre as
quatro áreas e das categorias de aplicação também se repetirem, não é
possível estabelecer um padrão ou média que o reflita (Tabela 2), já que há
variações que não seguem tendências. Não há relação entre as metas e
ações propostas, que se repetem continuamente ano a ano, e estas
diferenças percentuais de planejamento financeiro. Único dado de relevância
é a drástica diminuição no percentual de recurso destinada a área da gestão,
que partindo de mais de 20%, cai para 1,45 e 5,04 % em 2009 e 2010,
respectivamente.
Em relação às áreas (Tabela 2), não há como traçar um padrão para
as áreas, já que a proporção varia ano a ano em relação aos recursos
30
globais, porém pode-se afirmar que em 2009 e 2010 há grande diminuição na
proporção de recurso destinado à gestão.
Sobre a proporção de recursos próprios e do incentivo por área (tabela
10), também não se pode estabelecer padrão, média ou evolução ao longo
dos 05 anos analisados. Pode-se observar que, excetuando 2009, nos outros
anos há áreas sem previsão de recursos próprios.
Quanto a capacidade de execução, de 2006 a 2008 há crescimento
percentual, chegando a 86% dos recursos planejados, em 2009 cai para
69% e em 2010 diminui drasticamente para 8,34% (Tabela 3).
Em relação às metas e ações com maior capacidade de gerar impacto
na epidemia, observa-se (tabela 10) que com o passar dos anos,
notadamente a partir de 2009, observamos aumento proporcional de recursos
em ações de maior impacto na epidemia, em detrimento de aporte em ações
de menor impacto. Sendo assim, a média dos cinco anos (cerca de 30% para
maior impacto e 70% para menor), não refletem as porcentagens planejadas
nos dois últimos anos. A média de recursos para ações de maior impacto,
considerando-se os anos de 2009 e 2010 somente seria de 44%. A
proporção de recursos planejados por categoria de aplicação, mostra que
infraestrutura e insumos de prevenção receberam maior aporte.
As ações para populações prioritárias (Tabela 15) estiveram
presentes principalmente em ações diretas do Programa, recebendo em
média 33% dos recursos dos anos, concentradas principalmente em PVHA.
Os recursos de OSC não podem ser avaliados por população, pois em sua
maioria, os projetos descritos nos PAM não as definem.
No sistema de monitoramento do SISINCENTIVO, o registro de
consecução de metas está preenchido, e fornece dados sobre o percentual
de cumprimento das metas estabelecidas. Os demais indicadores também
foram informados. Há registro de acesso às populações prioritárias, porém
sem detalhes para melhor avaliação.
31
4.3- Ribeirão Preto
Ribeirão Preto, nos anos estudados, mantém média semelhante no
número de metas e ações planejadas (Tabelas 6 e 7), com maior número
destas nas áreas de prevenção e promoção. Na avaliação dos PAM, esta
constância é reflexo da repetição ano a ano da forma e conteúdo das metas e
ações, bastante concisas.
Meta na área de parcerias com OSC só ocorre em 2009, mas torna-se
mais importante em 2010, quando o município passa a receber verba
adicional para a descentralização de projetos de OSC.
Em todos os PAM analisados ocorrem metas e/ou ações específicas
para prevenção ou assistência de populações e eixos prioritários, notando-se
somente a falta de ações específicas para travestis (tabela 8).
Ocorrem ações relativas a medicações para infecções oportunistas,
medicações para tratamento das DST e contrapartida municipal de
preservativos masculinos, anualmente.
Quanto aos recursos planejados, não há diferença significativa ao
longo dos cinco anos. Em 2006, o planejamento prevê um investimento de
R$ 1,24 por habitante, e com pequenas variações para mais e menos, chega
a 2010 com R$ 1,73 por habitante (Tabela 3), tendo este último ano aporte
adicional para descentralização de projetos de OSC.
A proporção de recursos do Incentivo Federal e da contrapartida
municipal é mantida praticamente inalterada, com uma pequena variação em
2010. Mantém cerca de 70% de recurso do Incentivo e 30% de recurso
municipal (Tabela 1).
Não há grande variação na evolução entre na porcentagem de recurso
para cada área (Tabela 2). Os recursos para a assistência crescem
discretamente ano a ano. A exceção é 2008, quando a área de assistência
dobra sua proporção, mas esta alteração não se sustenta nos anos
seguintes. Em 2010, a área da gestão perde proporcionalmente, pois
recursos antes destinados a OSC nesta área passam a ser contemplados na
área específica de OSC. Na média, as áreas recebem recursos semelhantes
no planejamento.
32
Na comparação da proporção de recursos próprios e do incentivo por
área (Tabela 11), observa-se que as áreas de assistência e prevenção
mantém constância e sempre tem recursos federais e municipais, porém na
área de gestão e OSC somente há recursos do Incentivo alocados.
Quanto a capacidade de execução, excetuando-se 2009, quando o
município executa 86% dos recursos propostos, em todos os outros anos
houve execução de 100% do planejado (Tabela 3).
Em relação às metas e ações com impacto na epidemia (Tabela 11), a
média dos cinco anos (cerca de 40% para maior impacto e 60% para menor),
reflete o planejado. A proporção de recursos planejados por categoria de
aplicação, mostra que infraestrutura e insumos de prevenção receberam
maior aporte.
As ações para populações prioritárias (Tabela 16) estiveram
presentes principalmente em ações diretas do Programa (compra insumos),
recebendo em média 50% dos recursos, concentrados principalmente em
PVHA. Os recursos de OSC não podem ser avaliados por população, pois
em sua maioria, os projetos descritos nos PAM não as definem.
No sistema de monitoramento do SISINCENTIVO, o registro de
consecução de metas está preenchido, e fornece dados sobre o percentual
de cumprimento das metas estabelecidas. Os demais indicadores encontram-
se defasados. Há registro de acesso às populações prioritárias, porém sem
detalhes para melhor avaliação.
4.4- São José dos Campos
São José dos Campos, nos anos estudados mantém média
semelhante no número de metas e ações planejadas (Tabelas 6 e 7), com
maior número destas nas áreas de prevenção e promoção. Na avaliação dos
PAM, esta constância é reflexo da repetição ano a ano da forma e conteúdo
das metas e ações, bastante concisas. Em 2010 há aumento do número de
ações na área de prevenção. Metas na área de parcerias com OSC ocorrem
até 2009.
Em todos os anos analisados ocorrem metas e/ou ações específicas
para prevenção ou assistência de populações e eixos prioritários, notando-se
33
somente a falta de ações específicas (nominalmente citada) para UD/UDI e
pessoas em privação de liberdade (Tabela 8), apesar de haver unidade
prisional e do histórico epidemiológico do município ter sido marcado pela
transmissão do HIV pelo uso de drogas injetáveis.
Ocorrem ações relativas a medicações para infecções oportunistas,
medicações para tratamento das DST e contrapartida municipal de
preservativos masculinos, anualmente.
Quanto aos recursos planejados, não há diferença significativa ao
longo dos cinco anos. Em 2006, o planejamento prevê um investimento de
R$ 1,79 por habitante, e com pequenas variações para mais e menos, chega
a 2010 com R$ 1,70 por habitante (Tabela 3).
A proporção de recursos do Incentivo Federal e da contrapartida
municipal é mantida praticamente inalterada, com cerca de 40% de recurso
do Incentivo e 60% de recurso municipal (Tabela 1).
Não há variação significativa na proporção de recurso para cada área
(Tabela 2) ao longo dos cinco anos.
Na comparação da proporção de recursos próprios e do incentivo por
área (Tabela 12), observa-se que as áreas de assistência e prevenção
sempre tem recursos federais e municipais, com alguma variação na
proporção. A área de gestão tem somente recursos do Incentivo e na área de
parceria com OSC predominam recursos do Incentivo alocados (cerca de
93%).
Quanto à capacidade de execução, em 2006 e 2007 o município
executa 100% de seus recursos previstos, porém após 2008 vem perdendo
capacidade de execução, chegando a 72% em 2010 (Tabela 3).
Em relação às metas e ações com impacto na epidemia (Tabela 12), a
média dos cinco anos (cerca de 75% para maior impacto e 25% para menor),
reflete o planejado, já que não há alterações significativas entre os diferentes
anos. A proporção de recursos planejados por categoria de aplicação, mostra
que insumos de prevenção e infraestrutura receberam maior aporte.
As ações para populações prioritárias (Tabela 17) estiveram
distribuídas entre OSC (apoio, eventos e projetos) e ações diretas do
Programa (insumos, obras), recebendo em média 40% dos recursos,
concentradas em PVHA. Os recursos de OSC não podem ser avaliados por
34
população, pois em sua maioria, os projetos descritos nos PAM não as
definem.
No sistema de monitoramento do SISINCENTIVO, o registro de
consecução de metas está preenchido, e fornece dados sobre o percentual
de cumprimento das metas estabelecidas. Os demais indicadores encontram-
se defasados. Há registro de acesso às populações prioritárias, porém sem
detalhes para melhor avaliação.
4.5- Resposta Epidemiológica
Conforme dados das tabelas 4 e 5, e cálculos realizados a partir da
maior taxa publicada para cada município, a redução na taxa de mortalidade
por AIDS dos quatro municípios varia de 60 (Guarulhos) a 80% (Ribeirão).
A taxa de incidência apresenta maior variação, também através de
cálculos realizados a partir da maior taxa publicada para cada município,
sendo Guarulhos e Ribeirão Preto as cidades que apresentaram maior
redução (cerca de 60%). São José dos Campos teve redução de 49% e
Campinas de 34%.
Em nenhum dos PAM pode-se estabelecer relação direta entre as
mudanças observadas nos dados epidemiológicos e os investimentos
programados.
Todos realizam análise de situação com dados atualizados dos
municípios no início dos PAM, mas as variações não estão refletidas nas
metas e ações publicadas.
5. Discussão
A Política de Incentivo como instrumento da descentralização das
ações de prevenção e assistência ao HIV/Aids já foi estudada e definida por
vários autores1,7,8,9,10,11,12,13 como estratégia de sucesso no controle da
epidemia no Brasil.
35
Alguns avanços são inegáveis, como a maior autonomia de Estados e
Municípios, a construção e institucionalização da política pública, o
planejamento realista, participativo e de acordo com a epidemiologia local.
Nos quatro PAM estudados podemos perceber a política consolidada e
aparentemente sustentável, porém algumas considerações devem ser feitas,
apesar da heterogenicidade dos PAM e da forma concisa da descrição de
metas e ações não permitir análise comparativa eficaz.
Com exceção de Ribeirão Preto, os outros municípios encontram
dificuldades na execução financeira de seus recursos planejados. Este fato é
tema de discussões entre gestores dos três níveis e com certeza dificulta a
consolidação, a sustentabilidade e avanço da política.
A descentralização de recursos para OSC, que nos PAM examinados
é praticamente exclusiva do recurso federal, é das mais afetadas pelas
dificuldades legais impostas para o repasse às instituições parceiras.
Grande parte dos recursos destes Municípios estavam alocados para
compra de insumos, que consideramos aqui como ação direta para a
população, mas outra grande parte está planejada para manter ou ampliar
infraestrutura de serviços, o que é ambíguo quanto a capacidade de impacto
na epidemia, já que da forma como estão descritas, não há como estabelecer
relação com melhora de acesso ou de qualidade de atendimento.
As populações prioritárias foram lembradas de forma bastante irregular
nas ações, por vezes apenas citadas na compra de insumos. Há recurso
alocado para ações específicas para estas populações; predominantemente
nos quatro municípios para PVHA; porém as outras populações prioritárias
(HSH, profissionais do sexo, travestis, UD/UDI, moradores de rua e pessoas
em situação de privação de liberdade) não receberam planejamento descrito
ou recursos compatíveis com sua importância epidemiológica. Na perspectiva
dos direitos, da vulnerabilidade e da equidade, os PAM aqui avaliados
estiveram aquém. As parcerias com OSC, somente com a publicação do
PAM, não podem ser corretamente avaliadas, pois em grande parte não
trazem indicação da população envolvida no projeto e do objetivo.
A despeito das diferenças, do baixo investimento em ações
específicas para algumas populações prioritárias, do volume de recursos
investidos em ações de menor capacidade de impacto na epidemia e da
36
dificuldade de execução financeira, não há relação que se possa estabelecer
entre os PAM mais complexos e com maiores recursos com maior redução
nas taxas de incidência e mortalidade. Em que pese estarmos avaliando um
período de apenas cinco anos e que casos de aids diagnosticados hoje
podem refletir infecções de em média 08 anos atrás, os municípios estudados
participam da descentralização desde os acordos de empréstimo
internacionais (anteriores a 2004) e a epidemia parece regredir em números
sem relação direta com a análise de execução e planejamento. Seria esta
constatação reflexo do maior investimento em ações de menor impacto e
para população geral? Temos resposta e sucesso, mas com recursos mais
direcionados às populações e eixos prioritários poderíamos ter avançado
mais?
É claro que somente a avaliação dos dados epidemiológicos não nos
permite monitoramento e avaliação adequados dos resultados do
investimento realizado no âmbito da política de incentivo.
Outra ferramenta de avaliação utilizada, o monitoramento online dos
PAM no site da Política de Incentivo, é passível de críticas. A consecução
das metas é instrumento rotineiramente preenchido, porém como já
comentado no início desta discussão, as metas são extremamente
heterogêneas e assim o simples registro de cumprimento das mesmas não é
bom parâmetro para comparação. A possibilidade de utilizar o recurso com
remanejamento entre metas e ações é essencial para a dinâmica dos
programas, mas oculta a real correlação entre o recurso planejado e o
executado para populações e eixos prioritários, por exemplo.
Indicadores como índice composto de DST, cobertura estimada de
testes para HIV, etc; estão constantemente não preenchidos e quando o são,
os dados são estimados, já que não há sistemas que permitam fidelidade.
Muitos destes indicadores estão preenchidos sem citar fonte e sem
comentários que nos permitam entender e correlacioná-los com as metas.
Por fim, é difícil estabelecer a relação exata do cumprimento das
metas dos PAM com o controle da epidemia e outros resultados, como
diminuição do estigma, cidadania e melhoria da qualidade de vida de PVHA,
que necessitam avaliação mais complexa e sistematizada, pois envolvem
resultados subjetivos.
37
Estudos sobre este tema, comparativos dos avanços nos municípios
participantes da política do incentivo, de mudanças no perfil da epidemia, de
avaliação dos recursos investidos em ações de maior ou menor impacto e a
construção de indicadores que nos permitam avaliar melhor os PAM e a
maneira com que os construímos são necessários para avançarmos na
discussão e propostas de descentralização das ações de assistência e
prevenção às DST/HIV/Aids, no controle da epidemia e na conquista de
direitos e cidadania.
Na defesa e sustentabilidade da política pública, com autonomia e
criatividade, também é preciso gerenciar. “Sin perder la ternura jamás”.
38
6. Referências Bibliográficas
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41
Tabela 1- Total de recursos da Política de Incentivo, proporção de recursos
Federais e de Contrapartida Municipal nos PAM de municípios selecionados,
por ano do PAM. 2006-2010
MUNICIPIO ANO DO PAM $ TOTAL $ FEDERAL %$ FEDERAL
$ CONTRA PARTIDA %$ CONT
CAMPINAS
2006 R$ 1.035.445,60 R$ 516.445,60 49,87% R$
519.000,00 50,13%
2007 R$ 2.951.945,60 R$ 516.445,60 17,49% R$
2.435.500,00 82,50%
2008 R$ 3.593.644,00 R$ 516.445,60 14,37% R$
3.077.198,40 85,60%
2009 R$ 5.000.000,00 R$ 516.445,60 10,32% R$
4.483.554,40 89,68%
2010 R$ 5.431.213,65 R$ 1.131.213,65 20,82% R$
4.300.000,00 79,18%
GUARULHOS
2006 R$ 1.333.900,85 R$ 535.100,85 40,11% R$
260.000,00 59,89%
2007 R$ 1.312.500,85 R$ 535.100,85 40,76% R$
397.400,00 59,24%
2008 R$ 1.194.700,85 R$ 535.100,85 44,78% R$
299.600,00 55,22%
2009 R$ 1.791.410,48 R$ 535.100,85 29,87% R$
1.097.077,52 70,13%
2010 R$ 1.668.590,95 R$ 713.697,27 42,77% R$
404.743,68 57,23%
RIBEIRÃO PRETO
2006 R$ 702.345,79 R$ 513.945,79 73,18% R$
188.400,00 26,82%
2007 R$ 818.945,79 R$ 513.945,79 65,31% R$
305.000,00 37,24%
2008 R$ 694.945,79 R$ 513.945,79 73,96% R$
181.000,00 26,04%
2009 R$ 728.745,79 R$ 513.945,79 70,53% R$
214.800,00 29,47%
2010 R$ 1.046.108,23 R$ 731.308,23 79,47% R$
214.800,00 20,53%
SÃO JOSÉ CAMPOS
2006 R$ 1.061.586,84 R$ 433.186,84 40,80% R$
590.400,00 59,20%
2007 R$ 1.111.186,84 R$ 433.186,84 38,98% R$
588.000,00 61,02%
2008 R$ 1.069.186,84 R$ 433.186,84 40,51% R$
636.000,00 59,49%
2009 R$ 1.126.896,84 R$ 433.186,84 38,44% R$
559.710,00 61,56%
2010 R$ 1.069.517,46 R$ 458.868,06 42,90% R$
384.710,00 57,10%
42
Tabela 2- Proporção de recursos planejados na Política de Incentivo em
municípios selecionados, por área e ano do PAM.
ANO DO PAM $ PREVENÇÃO
%$ PREV $ ASSISTENCIA
%$ ASSIST $ GESTÃO %$ GEST $ OSC
%$ OSC
CAMPINAS
2006 R$ 411.143,04 39,71% R$ 508.502,56 49,11% R$ 115.800,00 11,18%
2007 R$ 219.643,04 7,44% R$ 824.502,56 27,93% R$ 1.907.800,00 64,63%
2008 R$ 675.143,00 18,79% R$ 1.100.021,00 30,61% R$ 1.818.480,00 50,60%
2009 R$ 883.056,00 17,66% R$ 614.200,96 12,28% R$ 3.502.743,04 70.05%
2010 R$ 1.042.000,34 19,19% R$ 1.942.570,61 35,77% R$ 1.986.642,70 36,58% R$ 460.000,00 8,47%
GUARULHOS
2006 R$ 538.800,00 40,39% R$ 635.077,52 47,61% R$ 160.023,33 12,00%
2007 R$ 558.945,81 42,59% R$ 366.400,00 27,92% R$ 387.155,04 29,50%
2008 R$ 380.023,33 31,81% R$ 495.600,00 41,48% R$ 319.077,52 26,71%
2009 R$ 912.400,00 50,93% R$ 829.155,04 46,29% R$ 26.000,00 1,45% R$ 23.855,44 1,33%
2010 R$ 838.893,71 50,28% R$ 625.673,94 37,50% R$ 84.023,30 5,04% R$ 120.000,00 7,19%
RIBEIRÃO PRETO
2006 R$ 163.400,00 23,26% R$ 229.945,79 32,74% R$ 309.000,00 44,00%
2007 R$ 284.105,00 34,69% R$ 278.510,00 34,01% R$ 256.330,79 31,30%
2008 R$ 128.170,47 18,44% R$ 491.351,32 70,70% R$ 75.424,00 10,85%
2009 R$ 164.740,00 22,61% R$ 278.759,32 38,25% R$ 275.246,47 37,77% R$ 10.000,00 1,37%
2010 R$ 267.482,00 25,57% R$ 416.516,23 39,82% R$ 62.110,00 5,94% R$ 300.000,00 28,68%
SÃO JOSÉ CAMPOS
2006 R$ 270.750,00 25,50% R$ 627.836,84 59,14% R$ 47.000,00 4,43% R$ 116.000,00 10,93%
2007 R$ 258.000,00 23,22% R$ 693.186,84 62,38% R$ 64.000,00 5,76% R$ 96.000,00 8,64%
2008 R$ 362.000,00 33,86% R$ 504.186,84 47,16% R$ 51.000,00 4,77% R$ 152.000,00 14,22%
2009 R$ 386.000,00 34,25% R$ 491.518,84 43,62% R$ 47.000,00 4,17% R$ 202.378,00 17,96%
2010 R$ 343.939,40 32,16% R$ 671.578,06 62,79% R$ 54.000,00 5,05%
43
Tabela 3- Proporção do recurso executado, valor per capita do recurso
planejado e executado dos PAM de municípios selecionados, por ano do
PAM. 2006-2010
ANO DO PAM EXECUTADO SALDO PAM ANTERIOR POPULAÇÃO PER CAPITA PLAN PER CAPITA EXEC
CAMPINAS
2006 100,00% 1.034.904 R$ 1,00 R$ 1,00
2007 100,00% 1.045.405 R$ 2,82 R$ 2,82
2008 100,00% 1.056.274 R$ 3,40 R$ 3,40
2009 52,73% 1.067.421 R$ 4,68 R$ 2,46
2010 22,62% 121.410,75 1.079.140 R$ 5,03 R$ 1,13
GUARULHOS
2006 71,51%
538.800,00 1.163.521 R$ 1,15 R$ 0,82
2007 72,57%
380.000,00 1.177.792 R$ 1,11 R$ 0,80
2008 86,67%
360.000,00 1.191.968 R$ 1,00 R$ 0,86
2009 69,28%
159.232,11 1.206.138 R$ 1,49 R$ 1,03
2010 8,34%
550.150,00 1.220.653 R$ 1,37 R$ 0,11
RIBEIRÃO PRETO
2006 100,00% 564.808 R$ 1,24 R$ 1,24
2007 100,00% 574.315 R$ 1,43 R$ 1,43
2008 100,00% 583.910 R$ 1,19 R$ 1,19
2009 86,27% 593.710 R$ 1,23 R$ 1,06
2010 100,00% 100.000,00 603.774 R$ 1,73 R$ 1,73
SÃO JOSÉ CAMPOS
2006 100,00% 38.000,00 593.252 R$ 1,79 R$ 1,79
2007 100,00% 602.004 R$ 1,85 R$ 1,85
2008 87,46% 610.852 R$ 1,75 R$ 1,53
2009 79,95% 134.000,00 619.764 R$ 1,82 R$ 1,45
2010 72,05% 225.939,40 629.106 R$ 1,70 R$ 1,22
44
Tabela 4- Taxas de incidência de aids por 100 mil habitantes, Número de
casos de aids registrados e percentual de redução da taxa de incidência de
Aids em municípios selecionados. 1998-2009
Taxa Incidência 1990 1995 2000 2005 2009 %
redução
CAMPINAS 21,7 34,5 34,1 32,4 24,9 27,8
GUARULHOS 13,1 18,3 22,8 20,5 13,6 25,68
RIBEIRÃO PRETO 36,2 73,3 64,7 37,6 30,2 58,79
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 17,3 41,8 39,2 28,2 20,1 51,91
Tabela 5- Taxa de mortalidade por aids e percentual de redução da taxa de
mortalidade em município selecionado. 1998-2009
Taxa Mortalidade 1990 1995 2000 2005 2009 %
redução
CAMPINAS 8,96 22,04 10,4 8,3 5,34 67,4
GUARULHOS 7,94 18,16 10,1 7,75 7,21 60,29
RIBEIRÃO PRETO 21,31 57,48 25,19 17,48 11,45 80
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 5,91 25,89 13 7,87 6,94 73,19
45
Tabela 6- Número de metas planejadas por área dos PAM de município
selecionados. 2006-2010
metas 2006 2007 2008 2009 2010
Campinas
prevenção 13 17 17 13 8
assistência 16 11 13 4 5
gestão 12 9 11 9 8
OSC 0 0 0 0 1
Guarulhos
prevenção 6 7 6 14 13
assistência 6 4 6 12 8
gestão 4 8 8 5 6
OSC 0 0 0 4 1
Ribeirão
prevenção 8 9 7 8 8
assistência 11 12 13 8 9
gestão 5 4 2 2 4
OSC 0 0 0 1 1
São José Campos
prevenção 6 5 5 6 14
assistência 6 6 3 3 4
gestão 2 2 2 2 2
OSC 2 2 2 2 0
46
Tabela 7- Número de ações planejadas nos PAM de municípios selecionados
por área e ano do PAM. 2006-2010
ações 2006 2007 2008 2009 2010
Campinas
prevenção 43 59 99 100 59
assistência 40 53 70 52 50
gestão 28 51 42 48 33
OSC 0 0 0 0 3
Guarulhos
prevenção 20 17 17 25 56
assistência 19 17 29 18 37
gestão 10 15 17 5 17
OSC 0 0 0 4 4
Ribeirão
prevenção 8 9 11 12 13
assistência 11 13 14 12 13
gestão 5 5 2 2 4
OSC 0 0 0 1 2
São José Campos
prevenção 10 9 8 11 30
assistência 28 28 16 16 20
gestão 5 4 5 4 4
OSC 2 2 3 3 0
47
Tabela 8- Ocorrência de ações específicas para populações ou eixos
prioritários nos PAM de municípios selecionados, por ano. 2006-2010
HSH TRAVES
TIS PSX UD/UDI PRIV. LIB. PVHA
PREV DST
TRAT DST
TESTAGEM
TRANSM. VERTICA
L
CAMPINAS
2006 X X X X X X X X X
2007 X X X X X X X X X
2008 X X X X X X X X X
2009 X X X X X X X X X
2010 X X X X X X X X X
GUARULHOS
2006 X X X X X
2007 X X X X
2008 X X X X X X X
2009 X X X X X X X X X
2010 X X X X X X X X X
RIBEIRÃO PRETO
2006 X X X X X X X X X
2007 X X X X X X X X X
2008 X X X X X X X X X
2009 X X X X X X X X X
2010 X X X X X X X X X
SÀO JOSÉ DOS
CAMPOS
2006 X X X X X X X X
2007 X X X X X X X X
2008 X X X X X X X X
2009 X X X X X X X X
2010 X X X X X X X X
48
Tabela 9a- Média do percentual de recursos planejados por categoria de
aplicação nos PAM de municípios selecionados, por ano do PAM. 2006-2010
Campinas 2006 2007 2008 2009 2010 média
recursos humanos, consultorias 32,16 19,29 22,57 14,79 9,01 20
Infraestrutura, equipamentos, materiais 2,51 28,9 23,81 38,2 6,95 20
treinamentos, capacitações, eventos 20,35 14,53 20,61 15,38 20,84 18,5
insumos prevenção 2,97 6,73 1,85 0,76 5,05 4
ações específicas para PVHA 7,72 5,3 8,64 6,72 14,52 9
material educativo, divulgação 6,27 10,12 5,17 2,93 12,25 7,5
parceria osc, pop mais vulnerável 24,15 8,37 14,16 8,22 28,6 17
descentralização rede 3,86 6,78 3,18 3,26 2,76 4
Tabela 9b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por área e ano
do PAM, Campinas, 2006-2010
Campinas 2006 2007 2008 2009 2010
inc prop inc prop inc prop inc prop inc prop
prevenção 19,0% 81,0% 96,4% 3,6% 1,7% 98,3% 2,7% 97,3% 83,8% 16,2%
assistência 79,0% 21,0% 80,2% 19,8% 72,5% 27,5% 2,2% 97,8% 5,0% 95,0%
gestão 2,0% 98,0% 1,3% 98,7% 2,7% 97,3% 5,8% 94,2% 2,8% 97,2%
osc 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100% 0,0%
Tabela 10a- Média do percentual de recursos planejados por categoria de
aplicação nos PAM de municípios selecionados, por ano do PAM. 2006-2010
Guarulhos 2006 2007 2008 2009 2010 média
Infraestrutura, equipamentos, materiais 27,53 21,25 28,63 15,52 25,35 24
treinamentos, capacitações, eventos 19,25 18,89 23,44 3,85 4,9 14
insumos prevenção 13,94 23,17 20,52 38,44 27,39 24,8
ações específicas para PVHA 1,88 2,67 1,26 4,57 7,94 3,6
material educativo, divulgação 19,97 23,08 15,65 7,3 7,31 15
parceria osc, pop mais vulnerável 0 1,22 2,18 0,45 10,36 2,8
recursos humanos 15,06 9,33 7,92 29,86 10,03 15
protocolos, vigilância 2,41 0,38 0,42 0 0,32 0,7
49
Tabela 10b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por área e
ano do PAM, Guarulhos, 2006-2010
2006 2007 2008 2009 2010
Guarulhos inc prop inc prop inc prop inc prop inc prop
prevenção 100% 0,0% 98,2% 1,8% 100 % 0,0% 33,5% 66,5% 51,3% 48,7%
assistência 59,0% 41,0% 50,2% 49,8% 69,8% 30,2% 31,9% 68,1% 100% 0,0%
gestão 100% 0,0% 56,8% 43,2% 53,0% 47,0% 19,2% 80,8% 100% 0,0%
osc 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100 % 0,0% 100% 0,0%
Tabela 11a- Média do percentual de recursos planejados por categoria de
aplicação nos PAM de municípios selecionados, por ano do PAM. 2006-2010
Ribeirão Preto 2006 2007 2008 2009 2010 média
Infraestrutura, equipamentos, materiais 45,5 30,63 43,66 46,48 20,76 37,4
treinamentos, capacitações, eventos 10,1 8 14,56 8,03 7,53 9,6
insumos prevenção 37,99 39,23 29,84 31,72 30,88 34
ações específicas para PVHA 1,42 7,69 4,46 4,84 4,08 4,5
material educativo, divulgação 4,98 12,46 7,49 7,55 8,06 8,1
parceria osc, pop mais vulnerável 0 0 0 1,37 28,68 6
recursos humanos 0 1,95 0 0 0 0,4
Tabela 11b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por área e
ano do PAM, Ribeirão Preto, 2006-2010
2006 2007 2008 2009 2010
Ribeirão inc prop inc prop inc prop inc prop inc prop
prevenção 76,5% 23,5% 45,4% 54,6% 75,8% 24,2% 60,7% 39,3% 75,8% 24,2%
assistência 34,8% 65,2% 46,1% 53,9% 69,5% 30,5% 46,2% 53,8% 64,0% 36,0%
gestão 100% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0%
osc 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0%
50
Tabela 12a- Média do percentual de recursos planejados por categoria de
aplicação nos PAM de municípios selecionados, por ano do PAM. 2006-2010
SJC 2006 2007 2008 2009 2010 média
Infraestrutura, equipamentos, materiais 25,35 24,18 7,31 16,33 23,37 19,3
treinamentos, capacitações, eventos 2,18 3,04 2,8 1,33 1,87 2,2
insumos prevenção 55,68 57,21 60,34 49,18 36,21 51,7
ações específicas para PVHA 3,11 3,92 11,6 9,61 15,24 8,7
material educativo, divulgação 2,74 2,25 3,74 5,59 2,34 3,4
parceria osc, pop mais vulnerável 10,95 9,4 14,22 17,69 20,97 14,7
Tabela12b. Proporção de recursos federais e de contrapartida, por área e
ano do PAM, São José dos Campos, 2006-2010
2006 2007 2008 2009 2010
SJC inc prop inc prop inc prop inc prop inc prop
prevenção 15,0% 85,0% 11,6% 88,4% 10,5% 89,5% 16,0% 84,0% 43,6% 56,4%
assistência 48,4% 51,6% 49,0% 51,0% 40,5% 59,5% 59,3% 40,7% 75,0% 25,0%
gestão 100% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0% 100% 0,0%
osc 94,8% 5,2% 93,8% 6,3% 92,1% 7,9% 82,4% 17,6% 0,0% 0,0%
51
Tabela 13- Categorias de exposição nos casos de AIDS diagnosticados, por
ano de diagnóstico
CATEGORIA EXPOSIÇÃO
Ano do
Diagnósti
co
Ignorado Homos. Bissexual Heteros. UDI Total
ABS % ABS % ABS % ABS % ABS %
CAMPINAS
1990 25 15,33 23 14,11 13 7,97 22 13,49 77 47,23 163
1995 45 15,2 40 13,51 16 5,4 84 28,37 111 37,5 296
1998 59 16,76 29 8,23 25 7,1 152 43,18 87 24,71 352
2000 37 12,33 34 11,33 15 5 147 49 67 22,33 300
2005 10 4,21 52 21,94 20 8,4 129 54,43 25 10,54 237
2009 7 3,57 47 23,97 15 7,65 118 60,2 9 4,59 196
Total 549 10,72 736 14,37 316 6,17 2216 43,28 1293 25,25 5120
GUARULHOS
1990 3 3,37 22 24,71 11 12,35 27 30,33 21 23,59 89
1995 50 33,33 16 10,66 9 6 57 38 15 10 150
1998 58 16,71 28 8,06 26 7,49 186 53,6 49 14,12 347
2000 37 16,29 13 5,72 3 1,32 143 62,99 31 13,65 227
2005 22 17,32 10 7,87 7 5,51 84 66,14 4 3,14 127
2009 18 24,32 14 18,91 4 5,4 38 51,35 0 0 74
Total 547 17,22 355 11,17 177 5,57 1614 50,81 460 14,48 3176
RIBEIRÃO PRETO
1990 10 7,51 6 4,51 4 3 24 18,04 88 66,16 133
1995 43 13,65 16 5,07 12 3,8 110 34,92 132 41,9 315
1998 58 16,02 19 5,24 12 3,31 174 48,06 99 27,34 362
2000 49 15,96 23 7,49 15 4,88 166 54,07 54 17,58 307
2005 27 18 12 8 11 7,33 85 56,66 15 10 150
2009 19 16,81 15 13,27 3 2,65 67 59,29 9 7,96 113
Total 716 14,88 341 7,08 165 3,43 2157 44,84 1418 29,48 4810
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
1990 2 2,94 9 13,23 2 2,94 17 25 38 55,88 68
1995 11 5,88 12 6,41 12 6,41 71 37,96 79 42,24 187
1998 14 7,17 14 7,17 11 5,64 90 46,15 66 33,84 195
2000 11 5,88 21 11,22 9 4,81 93 49,73 53 28,34 187
2005 6 5,17 20 17,24 8 6,89 60 51,72 22 18,96 116
2009 10 9,52 24 22,85 4 3,8 63 60 4 3.8 105
Total 193 7,2 271 10,12 144 5,37 1197 44,71 856 31,97 2677
Fonte: SINAN
52
Tabela 14- Recursos planejados para populações prioritárias (por população
e por categoria de aplicação) e sua proporção em relação aos recursos
globais, ano a ano, Campinas
CAMPINAS 2006 2007 2008 2009 2010
material educ
R$ 52.000,00
R$ 25.000,00
R$ 65.000,00
capacitação
R$ 70.000,00
R$ 42.500,00
R$ 76.000,00
R$ 30.000,00
R$ 35.000,00
RH
R$ 187.000,00
R$ 382.000,00
R$ 445.000,00
R$ 29.000,00
insumos/equip
R$ 86.000,00
R$ 348.000,00
R$ 235.000,00
R$ 272.000,00
R$ 437.000,00
oficinas
R$ 600,00
R$ 43.000,00
R$ 125.000,00
R$ 66.000,00
R$ 337.000,00
reforma/ construção
R$ 48.000,00
R$ 120.000,00
R$ 50.000,00
evento
R$ 70.000,00
R$ 3.000,00
R$ 29.000,00
R$ 130.000,00
R$ 205.000,00
aluguel
R$ 250.000,00
R$ 280.000,00
aluguel/compra carro
R$ 60.000,00
R$ 54.000,00
osc evento
R$ 70.000,00
R$ 170.000,00
R$ 40.000,00
osc projeto
R$ 20.000,00
R$ 42.000,00
R$ 72.000,00
R$ 665.000,00
osc apoio
R$ 24.000,00
R$ 87.000,00
inserção social
R$ 78.000,00
R$ 60.000,00
R$ 40.000,00
total
R$ 457.600,00
R$ 1.198.500,00
R$ 1.667.000,00
R$ 829.000,00
R$ 1.903.000,00
% recurso total 44% 41% 46% 17% 35%
CAMPINAS 2006 2007 2008 2009 2010
53
PVHA R$ 341.000,00 R$ 1.006.500,00
R$ 1.177.000,00 R$ 471.000,00 R$ 868.000,00
PSX R$ 39.000,00
R$ 42.000,00 R$ 86.000,00
LGBT R$ 600,00 R$ 8.000,00
R$ 65.000,00 R$ 140.000,00 R$ 237.000,00
UD/UDI R$ 72.000,00 R$ 75.000,00
R$ 84.000,00 R$ 146.000,00 R$ 58.000,00
OSC R$ 44.000,00 R$ 70.000,00
R$ 299.000,00 R$ 102.000,00 R$ 690.000,00
Tabela 15- Recursos planejados para populações prioritárias (por população
e por categoria de aplicação) e sua proporção em relação aos recursos
globais, ano a ano, Guarulhos
GUARULHOS 2006 2007 2008 2009 2010
material educ
R$ 25.000,00
R$ 17.000,00
R$ 7.000,00
R$ 6.000,00
R$ 47.000,00
capacitação
R$ 48.000,00
R$ 29.000,00
R$ 42.000,00
R$ 5.000,00
R$ 20.000,00
RH
R$ 190.000,00
R$ 122.400,00
R$ 94.600,00
R$ 325.000,00
insumos/equip
R$ 155.000,00
R$ 110.000,00
R$ 195.000,00
R$ 178.000,00
R$ 287.000,00
reforma/ construção
R$ 30.000,00
R$ 170.000,00
R$ 50.000,00
evento
R$ 9.000,00
R$ 47.000,00
aluguel
R$ 50.000,00
osc evento
R$ 19.000,00
osc projeto
R$ 120.000,00
osc apoio
R$ 16.000,00
R$ 26.000,00
total
R$ 418.000,00
R$ 294.400,00
R$ 394.600,00
R$ 712.000,00
R$ 621.000,00
% recurso total 31% 22% 33% 40% 37%
54
GUARULHOS 2006 2007 2008 2009 2010
PVHA R$ 308.000,00 R$ 278.400,00
R$ 263.600,00 R$ 682.000,00 R$ 401.000,00
PSX R$ 2.500,00 R$ 14.000,00
LGBT R$ 20.000,00 R$ 2.500,00 R$ 24.000,00
UD/UDI R$ 110.000,00 R$ 5.000,00 R$ 23.000,00
OSC R$ 16.000,00
R$ 26.000,00 R$ 19.000,00 R$ 165.000,00
PRIS. R$ 5.000,00 R$ 1.000,00 R$ 4.000,00
Tabela 16- Recursos planejados para populações prioritárias (por população
e por categoria de aplicação) e sua proporção em relação aos recursos
globais, ano a ano, Ribeirão Preto
RIBEIRÃO PRETO
2006 2007 2008 2009 2010
material educ R$ 5.000,00
R$ 34.000,00
R$ 12.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.250,00
capacitação R$ 8.000,00
R$ 5.000,00
R$ 12.600,00
R$ 4.000,00
RH R$ 30.000,00
insumos/equip R$ 17.500,00
R$ 246.700,00
R$ 249.000,00
R$ 483.000,00
R$ 235.400,00
oficinas R$ 25.000,00
R$ 42.000,00
R$ 26.000,00
R$ 18.500,00
R$ 21.700,00
reforma/construção
R$ 260.000,00
osc evento R$ 5.000,00
R$ 10.000,00
R$ 47.000,00
osc projeto
R$ 300.000,00
total
R$ 350.500,00
R$ 327.700,00
R$ 299.600,00
R$ 516.500,00
R$ 605.350,00
% recurso total 50% 40% 43% 71% 58%
55
RIBEIRÃO 2006 2007 2008 2009 2010
PVHA R$ 317.500,00 R$ 276.700,00
R$ 266.600,00 R$ 328.300,00 R$ 174.650,00
PSX R$ 5.400,00
LGBT R$ 6.300,00
UD/UDI R$ 8.000,00 R$ 5.000,00
R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 R$ 72.000,00
OSC R$ 5.000,00 R$ 10.000,00 R$ 347.000,00
POP + VULN R$ 20.000,00 R$ 46.000,00
R$ 28.000,00 R$ 18.500,00
Tabela 17- Recursos planejados para populações prioritárias (por população
e por categoria de aplicação) e sua proporção em relação aos recursos
globais, ano a ano, São José dos Campos
SÃO JOSÉ CAMPOS
2006 2007 2008 2009 2010
material educ
R$ 6.300,00
R$ 13.000,00
R$ 8.000,00
R$ 18.000,00
R$ 4.000,00
capacitação
R$ 4.000,00
R$ 1.000,00
insumos/equip
R$ 91.200,00
R$ 81.000,00
R$ 152.000,00
R$ 155.000,00
R$ 210.000,00
reforma/construção
R$ 92.000,00
R$ 195.000,00
R$ 30.000,00
R$ 110.000,00
R$ 161.000,00
aluguel/compra carro
R$ 24.000,00
R$ 24.000,00
R$ 16.000,00
R$ 24.000,00
manutenção
R$ 30.000,00
R$ 30.000,00
osc projeto
R$ 116.000,00
R$ 96.000,00
R$ 152.000,00
R$ 202.300,00
R$ 224.000,00
total
R$ 359.500,00
R$ 439.000,00
R$ 358.000,00
R$ 513.300,00
R$ 600.000,00
% recurso total 34% 40% 34% 35% 56%