Anlise de decises da Autoridade da Concorrncia Deciso I PRC
2005/25 Deciso II PRC 2005/07 Deciso III PRC 2001/14 A AUTORIDADE
DA CONCORRNCIA E AS PRTICAS COLUSIVAS Direito da Economia 2012/2013
Docente: Maria Eduarda Gonalves Discentes: Sara Simes, 002144
Xavier Pinto, 001305
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TPICOS A DESENVOLVER A autoridade da Concorrncia O que so as
prticas colusivas? Anlise de decises tomadas pela Autoridade da
Concorrncia, no mbito das suas competncias: 2 Deciso I PRC
2005/25Deciso II PRC 2005/07Deciso III PRC 2001/14
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3 O que ? Entidade que tem por misso garantir a aplicao da
poltica de concorrncia em Portugal. A AUTORIDADE DA CONCORRNCIA
Artigo 81 CRP Incumbncias prioritrias do Estado f) Assegurar o
funcionamento eficiente dos mercados, de modo a garantir a
equilibrada concorrncia entre as empresas, a contrariar as formas
de organizao monopolistas e a reprimir os abusos de posio dominante
e outras prticas lesivas do interesse geral.
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4 Poderes da AdC: De regulao De superviso Sancionatrios De
representao
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5 Ao nvel dos regulamentos Recomendaes e directivas genricas
Cdigos de conduta/boas prticas Poderes de regulamentao Estudos,
inquritos, inspeces ou auditorias Procedimentos administrativos
Poderes de superviso
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6 Investigao de prticas que violem a concorrncia Aplicao de
sanes Medidas cautelares Poderes sancionatrios Representao tcnica
do Estado Acompanhamento da actividade de outras autoridades
Poderes de representao
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7 Organizao AdC foi criada pelo DL n 18/2003. Tem dois rgos:
Conselho Fiscal nico
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PRTICAS COLUSIVAS 8 Prticas Colusivas Conjunto de
comportamentos levados a cabo por empresas distintas, que coordenam
as suas aces no mercado, eliminando o risco e a incerteza inerentes
conduta autnoma de cada uma, substituindo-os por um entendimento de
vontades e/ou um conluio de procedimentos. Acordos Prticas
concertadas entre empresas Decises de associao de empresa
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9 Acordos Formas mais explcitas deste tipo de coordenao do
comportamento das empresas no mercado. Para que assumam relevncia
basta que expressem fielmente a vontade das empresas sobre o seu
comportamento comum no mercado. Verticais entre empresas em
diferentes nveis da cadeia de produo ou de distribuio. Horizontais
(cartis) entre empresas concorrentes, isto , no mesmo nvel da
cadeia de produo ou de distribuio.
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10 Prticas Concertadas So, tambm, uma forma de
conluio/entendimento de vontades entre empresas. Diferem dos
acordos apenas quanto intensidade e maneira como se manifestam.
Revelam-se, por exemplo, atravs de um paralelismo de comportamentos
das empresas, no alcanvel em condies normais de mercado.
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11 Decises de Associao de Empresa Representam actos formalmente
unilaterais da associao , mas que expressam uma orientao e vontade
institucionais que traduzem o entendimento dos membros/associados e
que, por isso, se subsumem ao conceito de conduta colectiva. Devem
considerar-se decises de associao de empresas todas as manifestaes
que reflitam a vontade de coordenao de comportamentos dos membros
de uma associao no mercado
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12 Artigo 9. 1 - So proibidos os acordos entre empresas, as
prticas concertadas entre empresas e as decises de associaes de
empresas que tenham por objecto ou como efeito impedir, falsear ou
restringir de forma sensvel a concorrncia no todo ou em parte do
mercado nacional, nomeadamente os que consistam em: a) Fixar, de
forma directa ou indirecta, os preos de compra ou de venda ou
quaisquer outras condies de transaco; b) Limitar ou controlar a
produo, a distribuio, o desenvolvimento tcnico ou os investimentos;
REGIME APLICVEL
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13 c) Repartir os mercados ou as fontes de abastecimento; d)
Aplicar, relativamente a parceiros comerciais, condies desiguais no
caso de prestaes equivalentes, colocando-os, por esse facto, em
desvantagem na concorrncia; e) Subordinar a celebrao de contratos
aceitao, por parte dos outros contraentes, de prestaes
suplementares que, pela sua natureza ou de acordo com os usos
comerciais, no tm ligao com o objecto desses contratos.
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14 Artigo 10. 1 - Podem ser considerados justificados os
acordos entre empresas, as prticas concertadas entre empresas e as
decises de associaes de empresas referidas no artigo anterior que
contribuam para melhorar a produo ou a distribuio de bens ou
servios ou para promover o desenvolvimento tcnico ou econmico desde
que, cumulativamente: a) Reservem aos utilizadores desses bens ou
servios uma parte equitativa do benefcio da resultante;
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15 b) No imponham s empresas em causa quaisquer restries que no
sejam indispensveis para atingir esses objectivos; c) No dem a
essas empresas a possibilidade de eliminar a concorrncia numa parte
substancial do mercado dos bens ou servios em causa.
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16 DECISO I DECISO DO CARTEL DO SAL (PRC 2005/25) Vatel
Salexpor Salmex Sociedade Aveirense de higienizao de Sal
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17 O acordo feito pelas empresas passava, essencialmente, por
trs tpicos fundamentais: Fixao e manuteno das quotas de mercado de
cada empresa com base no histrico das vendas; Sistema de penalizao
ou compensao, conforme a empresa aumentasse ou diminusse as vendas;
Um nvel mnimo de preos, coordenando-se as empresas quanto aos preos
de venda do sal e quanto s datas das subidas de preos.
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18 Os danos: Danos tipificveis como rigidez da oferta,
implementao de barreiras nacionais, efeitos negativos para a
extrao, ou aumentos despropositados dos preos de venda (). Reduo da
oferta no mercado Manuteno de preos artificialmente elevados Perda
de bem-estar social Transferncia ilcita de rendimentos dos
consumidores para as empresas participantes no cartel
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19 As empresas dividiram a sua actividade em duas famlias
Famlia 1 Destinado ao consumo industrial EmpresasQuotas Vatel30,18%
Salexpor41,13% Vitasal25,19% Salmex3,50% Famlia 2 - Distribuio e
comrcio alimentar EmpresasQuotas Vatel44,53% Salexpor31,52%
Vitasal18,15% Salmex5,80%
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20 Defesa das arguidas: Mecanismo de defesa face s empresas da
chamada grande distribuio Era garantido um nvel mnimo de preos que
permitia aos industriais do sal fazer face presso exercida pelo
mercado Acordo permitiu que algumas das empresas se mantivessem no
mercado
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21 Legislao aplicvel: Lei n 18/2003 artigo 4/1 So proibidas os
acordos entre empresas, as decises de associaes de empresas e as
prticas concertadas entre empresas, qualquer que seja a forma que
revistam, que tenham por objecto ou como efeito de impedir, falsear
ou restringir de forma sensvel a concorrncia no todo ou em parte do
mercado nacional, nomeadamente os que se traduzam em: a) Fixar, de
forma directa ou indirecta, os preos de compra ou de venda ou
interferir na sua determinao pelo livre jogo do mercado, induzindo,
artificialmente, quer a sua alta quer a sua baixa; b) Fixar, de
forma directa ou indirecta, outras condies de transaco efectuadas
no mesmo ou em diferentes estdios do processo econmico;
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22 c) Limitar ou controlar a produo, a distribuio, o
desenvolvimento tcnico ou os investimentos; d) Repartir os mercados
ou as fontes de abastecimento; e) Aplicar, de forma sistemtica ou
ocasional, condies discriminatrias de preo ou outras relativamente
a prestaes equivalentes; f) Recusar, directa ou indirectamente, a
compra ou venda de bens e a prestao de servios; g) Subordinar a
celebrao de contratos aceitao de obrigaes suplementares que, pela
sua natureza ou segundo os usos comerciais, no tenham ligao com o
objecto desses contratos
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23 ARTIGO 81. 1. So incompatveis com o mercado comum e
proibidos todos os acordos entre empresas, todas as decises de
associaes de empresas e todas as prticas concertadas que sejam
susceptveis de afectar o comrcio entre os Estados- Membros e que
tenham por objectivo ou efeito impedir, restringir ou falsear a
concorrncia no mercado comum, designadamente as que consistam em:
a) Fixar () os preos de compra ou de venda () b) Limitar ou
controlar a produo, a distribuio, o desenvolvimento tcnico ou os
investimentos; c) Repartir os mercados ou as fontes de
abastecimento; d) Aplicar () condies desiguais no caso de prestaes
equivalentes colocando-os, por esse facto, em desvantagem na
concorrncia; ()
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24 Deciso da Autoridade: Vatel, Salexpor, Sociedade Aveirense
de Higienizao de Sal, Lda, e Salmex so autoras, em comparticipao,
de um acordo entre empresas com o objectivo ou efeito de impedir,
restringir ou falsear, de forma sensvel, a concorrncia atravs da
reparticipao, fixao e manuteno de quotas de mercado no mercado do
sal, de fixao directa de preos, de repartio de clientela e da
definio conjunta de condies comerciais.
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25 Lucros das empresas:
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26 CONCLUIU-SE PELA APLICAO: Vatel Companhia de Produtos
Alimentares, S.A. Coima no valor de 544.672,00 Salexpor Companhia
Portuguesa de Sal Higienizado S.A. Coima no valor de 225.347,00
Sociedade Aveiense de Higienizao de Sal, Lda. Coima no valor de
109.149,00 Salmex Sociedade Refinadora de Sal, Lda.Coima no valor
de 31.560,00 Coimas a aplicar:
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27 Factos: A Autoridade da Concorrncia tomou conhecimento da
existncia de uma tabela de preos mnimos e mximos, fixada pela Ordem
dos Mdicos, para os servios prestados pelos mdicos, a exercerem a
actividade como profissionais liberais. A fixao da tabela de
honorrios mdicos, pela Ordem, resultava da conjugao do Cdigo
Deontolgico, Cdigo de Nomenclatura e Valor Relativo de Actos Mdicos
e do Regulamento dos Laudos a Honorrios. DECISO II DECISO DA ORDEM
DOS MDICOS (PRC 2005/07)
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28 O cdigo deontolgico estatua, no art. 82, sob o ttulo Proibio
da concorrncia que O Mdico no deve reduzir os quantitativos dos
seus honorrios com o objectivo de competir com os Colegas, devendo
respeitar os mnimos consignados nas Tabelas referidas no Artigo 81.
Nos termos do Cdigo Deontolgico e do Estatuto Disciplinar dos
Mdicos, a cobrana de honorrios em violao das regras
pr-identificadas susceptvel de constituir objecto de processo
disciplinar, porquanto consubstancia uma violao de um dever
estabelecido no Cdigo Deontolgico. Desde 1999, foram instaurados 18
processos disciplinares por violao das regras de clculo dos
honorrios do mdico.
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29 Argumentos da Ordem dos Mdicos: Limites mnimos foram
aprovados com o objectivo de assegurar a dignidade e a qualidade do
acto mdico Limites mximos so um elemento de defesa dos interesses
dos doentes e o acto mdico no um acto de comrcio, a Ordem apenas
pretendeu evitar a concorrncia desleal
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30 Contra-argumentao da AdC: No existe qualquer fundamento
econmico (monoplio natural, assimetria de informao, etc.) que dite
a necessidade de limitar o funcionamento do mecanismo de preos.
Qualquer mdico inscrito na Ordem estava obrigado ao respeito das
regras deontolgicas, cujo cumprimento era fiscalizado pelo Conselho
Nacional de Disciplina. Os honorrios mnimos no so uma garantia de
qualidade.
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31 Os honorrios devem resultar do funcionamento do mercado. Os
honorrios mximos no so necessrios para a proteco dos interesses dos
consumidores. A fixao de um mximo permite que os preos se mantenham
acima dos nveis concorrenciais, convertendo-se, na prtica, em preos
fixos. A doutrina europeia unnime em considerar o mdico, tal como
qualquer profissional liberal, um agente econmico e a prestao de
servios mdicos com carcter profissional como uma actividade
econmica.
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32 Direito aplicvel: Para efeitos da aplicao das regras da
concorrncia comunitrias e nacionais, actividade econmica
desenvolvida por um profissional liberal est abrangida pelo
conceito de empresa. Do mesmo modo, uma organizao profissional
considerada uma associao de empresas, quando regula o comportamento
econmico dos membros das profisses liberais. No direito nacional e
comunitrio da concorrncia, a noo de deciso de associao de empresas
abrange tanto as normas dos estatutos ou regulamentos internos de
uma associao, como uma deciso ou recomendao tomada ao abrigo dessas
normas.
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33 Nos termos do n. 1 do artigo 4. da Lei n. 18/2003, de 11 de
Junho, so proibidas as decises de associaes de empresas [] qualquer
que seja a forma que revistam, que tenham por objecto ou como
efeito impedir falsear ou restringir de forma sensvel a concorrncia
no todo ou em parte do mercado nacional, nomeadamente os que se
traduzem em: a) fixar, de forma directa ou indirecta os preos de
compra ou de venda ou interferir na sua determinao pelo jogo do
mercado, induzindo artificialmente quer a sua alta, quer a sua
baixa.
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34 Concluses da Autoridade: AdC considerou que estava em causa
a restrio da concorrncia no mercado dos servios mdicos prestados
pelos mdicos que exerciam a sua actividade em regime independente e
em nome prprio. A fixao do valor dos honorrios foi estabelecida
pela Ordem de modo explcito e intencional como forma de restringir
a concorrncia.
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35 A fixao de preos afecta o jogo da concorrncia por permitir
aos agentes prever, com um grau de certeza razovel, a poltica de
preos dos concorrentes, sobretudo se acresce a possibilidade de
sanes. A 19 de Julho de 2005, na pendncia do processo, o Conselho
Nacional Executivo da Ordem dos Mdicos revogou as disposies em
causa.
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36 Deciso da AdC: Condenao da Ordem dos Mdicos ao pagamento de
uma coima de 250 mil euros. Publicao do sumrio deciso da AdC na
III. Srie do Dirio da Repblica e num jornal nacional de expanso
nacional.
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37 Enquadramento: A televiso por cabo, mesmo quando
parcialmente financiada por receitas publicitrias, desenvolvida em
condies concorrenciais distintas daquelas da televiso de emisso em
sinal aberto, de livre acesso. A TV Cabo detinha uma quota de
mercado que ultrapassava os 70%, muito superior s dos seus
concorrentes. Acresce que a TV Cabo era, na altura, a nica
operadora presente em todo o territrio nacional e com capacidade
de, por si s, garantir a cobertura nacional dos canais de televiso
por cabo, o que lhe conferia uma vantagem competitiva determinante
face aos potenciais concorrentes da SIC. DECISO III DECISO SIC E TV
CABO (PRC 2001/14)
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38 Acordos: Em Maro de 2000 a SIC, a PT Multimdia e a TV Cabo
celebraram um contrato (Acordo de Parceria), que atribua SIC um
direito de preferncia no fornecimento de canais temticos,
produzidos em portugus e em Portugal, para o pacote bsico da TV
Cabo. O mesmo contrato previa a atribuio, ao Grupo PT Multimdia, da
comercializao exclusiva dos canais de acesso no condicionado
produzidos pela SIC.
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39 Consequncias dos acordos: A SIC, atravs do direito de
preferncia sobre novas ofertas de canais cabo, em portugus e
produzidos em Portugal, adquiria a possibilidade de conhecer
previamente e de impedir a entrada de novos concorrentes,
mantendo-se ilicitamente protegida da presso concorrencial.
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40 O Grupo PT Multimdia, atravs do direito de exclusividade no
acesso e na comercializao dos canais cabo, em portugus e produzidos
em Portugal, produzidos pela SIC, adquiria o controlo do
fornecimento da oferta base dos seus concorrentes e adquiria tambm,
indirectamente, parte das receitas dos seus prprios concorrentes,
recebendo destes uma parcela do valor de aquisio dos canais da
SIC.
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41 Parecer da ERC: A clusula de preferncia estipulada a favor
da SIC diminua os incentivos para o lanamento de novos servios de
programas e dissuadia a apresentao de novas propostas, limitando,
consequentemente, a inovao e a explorao de novos temas. () Mas
tambm a exclusividade atribuda PT Multimdia na comercializao dos
canais SIC com terceiros no podia deixar de suscitar um juzo de
censura. Realmente, as dificuldades injustificadas na distribuio
dos canais SIC pelos concorrentes da CATVP [TV Cabo] goravam o
acesso do pblico diversidade de expresses culturais.
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42 Deciso da Autoridade: A AdC concluiu que o direito de
preferncia atribudo SIC e o direito de exclusividade atribudo PT
Multimdia tinham por objecto e por potencial efeito restringir de
forma muito significativa a concorrncia, respectivamente, no
mercado da explorao e comercializao de canais de televiso por cabo
de acesso no condicionado, em portugus e produzidos em Portugal, e
no mercado dos servios de televiso por subscrio no territrio
nacional (pacote bsico). Condenao da SIC a uma coima de 540.000
Condenao do Grupo PT Multimdia a uma coima de 2.500.000 Alterao do
Acordo de Parceria, eliminando as referidas clusulas