Pós-Graduação em QSMS Disciplina: Análise e Gerenciamento de Riscos e Perdas
Paula Cristina Andrade Eng. de Segurança do Trabalho
ACIDENTES CAUSAM ...
fatalidades por
intoxicação e
impactos de
explosões e
queimaduras
ACIDENTES CAUSAM ...
destruição do
patrimônio da
empresa
ACIDENTES ENVOLVEM ...
vários tipos de sistemas e
equipamentos
ACIDENTES OCORREM ...
em vários tipos de instalação e
em várias partes do mundo
Passivo
ambiental
Doenças
Descrédito dos
acionistas
Desperdício
CONSEQUÊNCIAS ...
HISTÓRICO DE ACIDENTES MAIORES
- Motivou o estudo para a análise dos riscos; - Surgimento de sistemas regulatórios na
Europa e Estados Unidos; - Planos de Emergência e Contingência.
ACIDENTES MAIORES OU ACIDENDES AMPLIADOS
Refinaria de Feysin (França, 1966) – 18 mortos
Parque de GLP da REDUC (Brasil, 1972) – 32 mortos
Flixbourogh (Inglaterra, 1974) – 28 mortos
Seveso (Itália, 1976) – sem vítimas fatais
Three Mile Island (Pensilvânia – EUA, 1979) – sem vítimas fatais
Vila Socó (Cubatão - São Paulo, 1984) – 100 mortos
San Juanito (México,1984) – 500 mortos
Bhopal (Índia, 1984) – 2500 mortos
Enxova (Bacia de Campos – Brasil, 1984) – 40 mortos
Chernobyl (URSS, 1986) – 300 mortos
Piper Alpha (Escócia, 1988) – 167 mortos
Exxon Valdez (Alaska, 1989) – 42 milhões de litros de óleo
Oleoduto PE-2 (Baía de Guanabara – Brasil, 2000) – 1,3 milhões de litros de óleo
Plataforma P36 (Bacia de Campos – Brasil, 2001) – 11 mortos
Pasadena (Texas – EUA,2005 ) – 23 mortos
Golfo do México (EUA, 2010) – 700 milhões de litros de óleo
Refinaria de Amuay (Venezuela, 2012) – 39 mortos
Licença Ambiental,
Plano de Emergência
e Análise de Risco
Código Nacional
de Trânsito
Regulamentação do
Transporte de
Produtos Perigosos
Código do
Consumidor Licença
dos Bombeiros
Acidentes contribuem para mudar a legislação
1982 – A Comunidade Econômica Europeia (atual União Europeia) publica o documento Directive on Major-Accidente Hazards of Certain Industrial Activities”, conhecida como DIRETIVA DE SEVESO I;
1984 – No Reino Unido, o CIMAH – Control of Industrial Major Accidente Harzard publica o “Guide of Industrial Major Harzards Regulations (emendado em 1988) introduzindo as práticas da DIRETIVA DE SEVESO no Reino Unido;
1985 – A Environmental Protection Agency (EPA) inicia nos Estados Unidos um programa para incentivar ações comunitárias de emergência em caso de acidentes envolvendo substâncias químicas perigosas;
1986 – O governo da Holanda publica legislação específica que requer a AQR (Análise Quantitativa de Riscos) e propõe critérios de aceitabilidade;
Acidentes contribuem para mudar a legislação
1992 – A Occupational Safety and Health Administration (OSHA) publica a versão final da legislação americana para proteção dos trabalhadores em instalações sujeitas a acidentes maiores com o nome de “Process Safety Management of Highly Hazardous Chemicals”;
1993 – É aprovada a Convenção nº 174 pela OIT que propõe tratamento adequado para a prevenção de acidentes industriais maiores e a redução ao mínimo de seus riscos e consequências;
1996 – entra em vigor a DIRETIVA DE SEVESO II que considera a obrigatoriedade de implantação de um Sistema de Gestão de Segurança que inclui a avaliação pormenorizada do risco com base nos possíveis cenários acidentais. Inclui também a obrigatoriedade de fornecer esclarecimentos ao público e sobre o comportamento para o caso de acidentes para limitação das consequências.
Acidentes contribuem para mudar a legislação
Países que ratificaram a Convenção 174 da OIT:
Suécia (1994)
Armênia (1996)
Colômbia (1997)
Holanda (1997)
Estônia (2000)
Brasil (2001)
Arábia Saudita (2001)
Albânia (2003)
Zimbábue (2003)
Bélgica (2004)
Líbano (2005).
Acidentes contribuem para mudar a legislação
CONCEITUAÇÃO
Segurança do Trabalho
Conjunto de medidas adotadas visando minimizar a ocorrência de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Segurança de Processo:
Relaciona-se principalmente aos acidentes com origem tecnológica;
Destaca-se pela antecipação dos perigos e tomada de ações anteriormente à ocorrência de acidentes;
Prioriza a abordagem sistemática ao invés da abordagem tentativa e erro, particularmente quanto aos métodos sistemáticos de identificação de perigos, estimativa de probabilidade de ocorrência e consequências;
Envolve tanto os acidentes com danos ao patrimônio sem lesão, como os acidentes com impacto ambiental e aqueles que provocam lesão.
CONCEITUAÇÃO
Acidente: Evento não programado que pode resultar em lesão, doença, morte, danos materiais e econômicos.
Perigo: Fonte ou situação com potencial para provocar danos em termos de lesão, doença, dano à propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a combinação destes.
Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência e da(s) consequência(s) de um determinado evento perigoso.
(OHSAS 18001)
CONCEITUAÇÃO
Análise de Risco: estudo quantitativo de riscos baseado em técnicas de identificação de perigos, estimativa de frequências, análise de vulnerabilidade e estimativa de risco.
Avaliação de Risco: processo pelo qual os resultados da análise de riscos são utilizados para a tomada de decisão com o uso de critérios comparativos para definição da estratégia de gerenciamento dos riscos.
Gerenciamento de Risco: processo de controle dos riscos compreendendo a formulação e a implantação de medidas e procedimentos técnicos e administrativos com o objetivo de prevenir, reduzir e controlar os riscos, bem como manter uma planta operando dentro dos padrões de segurança considerados toleráveis.
CONHECENDO O RISCO
QUAIS AS PROBABILIDADES?
O QUE PODE ACONTECER?
QUAIS OS IMPACTOS?
BASES PARA ANÁLISE DE RISCOS
CONHECIMENTO HISTÓRICO
MÉTODOS ANALÍTICOS
CONHECIMENTO E INTUIÇÃO
CÁLCULO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS
R=f(f,C)
R= Σ fi.Cj
Onde:
fi= frequência de ocorrência do eventos i
Cj= consequência j associada ao evento i, normalmente expressa em termos de morte
ANÁLISE DE CONSEQUÊCIAS E VULNERABILIDADE
Deve ser realizada por meio da utilização de modelos de cálculo para simulação de hipóteses acidentais como: incêndios, explosões e vazamentos tóxicos.
A análise de vulnerabilidade deve contemplar o estudo dos efeitos desse impactos no homem e no meio ambiente, considerando:
Radiações térmicas de incêndios;
Sobrepressões de correntes de explosões;
Concentrações de gases tóxicos;
Níveis de concentrações poluentes no solo e na água
MODELOS PARA
CAUSAS
ESTUDOS PARA ANÁLISE DE RISCOS
ESTIMATIVA DAS
FREQUÊNCIAS
IDENTIFICAR PERIGOS
DADOS PARA TOMADA DE
DECISÃO
ESTIMATIVA DAS CONSEQUÊNCIAS
MODELOS PARA
EFEITOS
CÁLCULO DE FREQUÊNCIAS
CÁLCULO DE CONSEQUÊNCIAS
AVALIAÇÕES DE
PERIGOS
ANÁLISES QUANTITATIVAS
DE RISCOS
IMPACTOS INTRAMUROS E
EXTRAMUROS
IMPACTOS EXTRAMUROS E
ESTUDOS ESPECIALIZADOS
ETAPAS DE UM ESTUDO PARA
ANÁLISE DE RISCOS
Caracterização do empreendimento e da região;
Identificação de perigos;
Analise de consequências e de vulnerabilidade;
Cálculo e avaliação dos riscos;
Programa de gerenciamento de riscos.
CARACTERIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO E DA REGIÃO
Localização e descrição geográfica da região, incluindo a proximidade a mananciais, áreas litorâneas, sistemas viários, etc.;
Distribuição populacional da região;
Características climáticas e meteorológicas;
Descrição física e layout da instalação;
Características das substâncias químicas: movimentação, manipulação, processamento e armazenamento e características físico-químicas e toxicológicas;
Descrição de operações incluindo rotinas operacionais, de manutenção e de segurança;
Planta das unidades e fluxogramas de processo, de instrumentação e de tubulações.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE FREQUÊNCIA
MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO
DE PERIGOS
MÉTODOS DE ANÁLISE DE
RISCOS
MÉTODOS DE ANÁLISE DE
CONSEQUÊNCIA
MÉTODOS DE ANÁLISE
•Pesquisa em
literatura
•Revisão What-if
•Auditoria de
segurança
•Inspeção das
instalações
•Checklist
•Brainstorming
•APR
•FMEA
•HAZOP
•Registros
históricos
•Análise de árvore
de falhas
•Análise de árvore
de eventos
•FEMEA
•Análise de
confiabilidade
humana
•Análise de falha
de causa comum
•Análise de
eventos externos
•Modelos de
“source term”
•Modelos de
dispersão
atmosférica
•Modelos de
explosão e
radiação térmica
•Modelos de
transporte
aquático
•Modelos de
impacto
•Modelos de
mitigação
•Matriz de risco
•Curva F-N
•Perfil de risco
•Isopleta de risco
•Curva de
densidade de
risco
•Índice de risco
A falta de previsibilidade dos riscos e da estimativa das consequências
dificulta na elaboração do plano de emergência e na administração dos
recursos humanos e materiais a serem disponibilizados.
A possibilidade de falha humana e de equipamentos deve ser sempre considerada.
Elemento Humano - 20%
Elemento Organizacional - 80%
- Equipamento 40%
- Administração 40% 0
10
20
30
40
50
60
70
80
Humanos
Organizacionais
Confiabilidade dos Sistemas
O que é importante saber sobre os sistemas:
Reconhecer que podem falhar;
Identificar as possibilidades de falha;
Estimar a probabilidade da falha;
Entender as causas de falha;
Prever ações mitigadoras e/ou preventivas;
Minimizar o efeito das falhas;
Garantir o bom funcionamento
Abordagem sistemática destes problemas é urgente
Base comum para estudo e discussão
Confiabilidade Humana
Busca entender como o homem participa como peça
integrante do avanço tecnológico.
Sistemas sócio-técnicos cada vez mais complexos e mais
difíceis de serem utilizados, não só em termos da operação
real, monitoramento e controle, mas em termos de
manutenção e gerenciamento.
Como consequência, exigem uma variabilidade do
desempenho humano e inúmeros ajustes a serem feitos em
sua condução.
3.000
DESVIOS
PERDAS LEVES (1os. SOCORROS)
AÇÕES SISTÊMICAS
1
30
PERDAS MÉDIAS (S/ AFASTAMENTO) 300
30.000
PERDAS GRAVES (C/ AFASTAMENTO)
FATALIDADE
A Pirâmide
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)
Documento que define a política e diretrizes de um
sistema de gestão, com vista à prevenção de acidentes
em instalações ou atividades potencialmente perigosas.
Programa de Gerenciamento de Riscos
Ações comumente contempladas:
Medidas de prevenção:
Melhoria da qualidade da instalação;
Aumento de confiabilidade dos sistemas de controle e de segurança;
Programas de inspeção e manutenção;
Programas de treinamento e capacitação técnica.
Medidas de proteção:
Ações para redução do impactos de acidentes;
Redução do inventário de substâncias perigosas armazenadas;
Sistemas de contenção de vazamentos;
Sistemas de abatimentos de vapores tóxicos ou inflamáveis
Reforço de estruturas para a absorção de impactos de correntes de explosões;
Ações para a proteção da população;
Plano de emergência.
USOS PARA ANÁLISE DE RISCOS
Cumprir requisitos regulamentares;
Reduzir a frequência e/ou consequência de acidentes e
falhas: prevenir perdas e aumentar a confiabilidade e
qualidade;
Otimizar a localização de equipamentos, unidades e
instalações;
Avaliar alternativas de projeto;
Avaliar investimentos em equipamentos e sistemas de
segurança operacional.
Instalações Futuras Análise de risco em várias fases do projeto com enfoque e complexidade variável
APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE RISCOS
Instalações Existentes
Revisão da Análise de Risco: -Intervalos pré-estabelecidos (em função do risco); - Mudanças (processo, instalação); -Execução de Serviços
Escopo Áreas de Processo, subdivididas com critérios pré-estabelecidos
CARACTERÍSTICAS DA ANÁLISE DE RISCOS
Equipe
Sessões de análise de risco com as equipes (concentradas)
Multidisciplinar, coordenada pela área foco da análise
Dinâmica
Método Ferramentas Estruturadas de Análise
Resultado
Relatório de Análise de Riscos por área analisada, com identificação dos riscos, causas, medidas de controle (recomendações)
Eventos indesejáveis
Fogo Implosão
Explosão por incidência direta de
chama ou reação química
Explosão por
excesso de pressão
Eventos indesejáveis
Afundamento
Colisão (mar)
Instabilidade
Eventos indesejáveis
Vazamento de
gás liquefeito altamente
refrigerado
Vazamento de gás inflamável
Vazamento de gás
tóxico não inflamável
Eventos indesejáveis
Reação química
(incompatibilidade)
Vazamento líquido tóxico
e inflamável
Eventos indesejáveis
Sobrepressão Impacto mecânicos
Eventos indesejáveis
Vazamento de gás ou vapor inflamável confinado
Eventos indesejáveis
Acidentes e suas Causas
Resultado da ocorrência de diversos fatores que se sucedem no tempo
Excesso de velocidade
Fatores de Causa
Sobrecarga de trabalho
Falha de equipamento
Fatores de Causa
Contaminação de solo,
ar e água subterrânea
Efeitos / Consequências
Poluição do mar ou rio
Danos materiais Contaminação de solo,
ar e água (ação sequencial)
Efeitos / Consequências
E.I 322 depois do furacão Lily Explosão de tanques e afundamento
da P-36
Efeitos / Consequências
Asfixia e intoxicação Lesões diversas
Efeitos / Consequências
Queimadura a quente Queimadura a frio
Efeitos / Consequências
Recomendações
Plano de emergência e
treinamento interno Uso de proteção individual e coletiva
Inspeção periódica, ensaios
não destrutivos
Monitoramento contínuo
Recomendações
Programa de manutenção
preventiva e preditiva
Qualificação
e treinamento
Recomendações
Controle de processo e
redundâncias de segurança
Instalação e inspeção dos
dispositivos de segurança.
Recomendações
Elaborar procedimentos
e/ou instruções
Qualificação e recursos
humanos e materiais
Recomendações
Sinalizar o local de trabalho Etiquetagem e bloqueio
Recomendações
PRINCIPAIS EVENTOS INDESEJÁVEIS
Incêndio em poça (pool fire): incêndio que ocorre numa poça de produto a partir de um furo ou rompimento de um tanque, esfera, tubulação, etc.; onde o produto estocado é lançado ao solo, formando uma poça que se incendeia sob determinadas condições.
Jato de fogo (jet fire): fenômeno que ocorre quando um gás inflamável escoa a alta velocidade e encontra uma fonte de ignição próxima ao ponto de vazamento.
Flashfire: incêndio de uma nuvem de vapor onde a massa envolvida não é suficiente para atingir o estado de explosão. É um fogo extremamente rápido onde todas as pessoas que se encontram dentro da nuvem recebem queimaduras letais.
Bola de fogo (fire ball): fenômeno que se verifica quando o volume de vapor inflamável, inicialmente comprimido num recipiente, escapa repentinamente para a atmosfera e, devido à despressurização, forma um volume esférico de gás, cuja superfície externa queima enquanto a massa inteira eleva-se por efeito da redução da densidade provocada pelo superaquecimento.
PRINCIPAIS EVENTOS INDESEJÁVEIS
Explosão de Vapor Confinado (CVE – Confined Vapour Explosion): é o fenômeno causado pela combustão de uma mistura inflamável num ambiente fechado, com aumento na temperatura e na pressão internas, gerando uma explosão. Esse tipo de explosão pode ocorrer com gases, vapores e pós. Neste caso, grande parte da energia manifesta-se na forma das ondas de choque e quase nada na forma de energia térmica.
Explosão de nuvens de vapor não confinadas (UVCE – Unconfined Vapour Cloud Explosion): é a rápida combustão de uma nuvem de vapor inflamável ao ar livre, seguida de uma grande perda de conteúdo, gerada a partir de um fonte de ignição. Neste caso, somente uma parte da energia total irá se desenvolver sobre a forma de pressão e a maior parte na forma de radiação térmica.
Explosão de vapor líquido em ebulição (BLEVE – Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion): fenômeno decorrente da explosão catastrófica de um reservatório, quando um líquido nele contido atinge uma temperatura bem acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica, com projeção de fragmentos e de expansão adiabática.
INCÊNDIO ou queima: é a rápida oxidação exotérmica de um combustível que sofreu ignição
O combustível pode ser sólido, líquido ou gasoso, sendo que os dois últimos sofrem ignição com mais facilidade.
A combustão sempre ocorre na fase vapor: os líquidos são volatilizados e os sólidos decompostos em vapor antes da combustão.
EXPLOSÃO: a diferença entre o incêndio e a explosão está na taxa de liberação da energia. Na situação de incêndio a energia é liberada lentamente enquanto na explosão, ocorre em microssegundos.
CONCEITUAÇÃO
PONTO DE FULGOR – Flash Point
Temperatura mais baixa de um líquido a qual este perde vapor suficiente para formar uma mistura com o ar que pode sofrer ignição. O vapor queimará de forma breve, sendo insuficiente para produzir a combustão. O ponto de fulgor geralmente aumenta com a pressão.
PONTO DE INCÊNDIO – Fire Point
Temperatura mais baixa a qual o vapor acima de um líquido continuará a queimar, uma vez que tenha sofrido ignição. O ponto de incêndio é mais alto que o ponto de fulgor.
TEMPERATURA DE AUTO-IGNIÇÃO – Autoignition Temperature
Também conhecida como temperatura de ignição espontânea, é a temperatura fixa acima da qual uma mistura inflamável é capaz de extrair energia suficiente do meio para sofre autoignição.
CONCEITUAÇÃO
LIMITES DE INFLAMABILIDADE
LII– LIMITE INFERIOR DE INFLAMABILIDADE: Mistura pobre, pouco produto inflamável e muito oxigênio.
LSI – LIMITE SUPERIOR DE INFLAMABILIDADE: Mistura rica, muito produto inflamável e pouco oxigênio.
MISTURA IDEAL:
Relação volumétrica oxigênio – produto inflamável dentro da faixa de inflamabilidade.
temperatura
LSI
LII REGIÃO NÃO INFLAMÁVEL
FAIXA DE
INFLAMABILIDADE
REGIÃO DE AUTO-
IGNIÇÃO
PF TAI
Concentr
ação d
e v
apor
inflam
ável
Curva da temperatura
de autoignição
Para a maioria dos hidrocarbonetos TAI > 200º C
REGIÃO NÃO INFLAMÁVEL
UVCE – Unconfined Vapour Cloud Explosion ou Explosão de Nuvem de Vapor não Confinado
A liberação de substâncias inflamáveis,sendo elas gases ou tendo grande concentração em fase de vapor, nas condições ambientes, formam algumas áreas características, que do ponto de vista de segurança representam risco de incêndio e explosão de nuvem liberada.
A combustão pode ter mais de um agente de impacto, dependendo das condições de mistura com o ar atmosférico.
BLEVE – Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion
Explosão de gás ou vapor em expansão, proveniente de um líquido em ebulição, expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de gás e líquido, que se expande rapidamente, dispersando-se no ar sob a forma de nuvem.
Este tipo de acidente está associado a gases liquefeitos comprimidos ou líquidos inflamáveis leves sob certas condições de armazenamento.
Um BLEVE é uma explosão que marca a falha catastrófica do corpo do tanque ou vaso de pressão, sob a ação da expansão do vapor do líquido em ebulição e da fragilização do aço devido ao contraste térmico.
CONCEITUAÇÃO
CONCEITUAÇÃO
Risco Individual: risco para uma pessoa presente na vizinhança de um perigo,
considerando a natureza da injúria que pode ocorrer e o período de tempo em
que o dano pode acontecer.
Risco Social: risco para um determinado número ou agrupamento de pessoas
expostas aos danos de um ou mais acidentes.
Risco Individual - curvas iso-risco
Risco Social
(Frequência de acidentes com N ou
mais vítimas)
1,E-07
1,E-05
1,E-03
1,E-01
1,E+01
1,E+00 1,E+01 1,E+02
Vítimas (N)
Fre
qu
ên
cia
(f)
CONCEITUAÇÃO
População Fixa: pessoa ou agrupamento de pessoas em residências ou estabelecimentos industriais ou presentes no entorno de um empreendimento. Vias com grande circulação de veículos como grandes avenidas e ruas movimentadas devem ser consideradas “população fixa”.
Distância Segura (ds): distância determinada pelo efeito físico decorrente do cenário acidental considerado, onde a probabilidade de fatalidade é de até 1% das pessoas expostas.
Distância à População Fixa (dp): distância em linha reta, da fonte de vazamento à pessoa mais próxima situada fora dos limites da instalação em estudo.
.
CONCEITUAÇÃO
Estabilidade Atmosférica: medida do grau de turbulência da atmosfera, normalmente definida em termos de gradiente vertical de temperatura. A atmosfera é classificada, segundo Pasquill, em seis categorias de estabilidade, da mais instável à mais estável, passando pela neutra. A classificação é efetuada com base na velocidade do vento, radiação solar e porcentagem de cobertura de nuvem. A condição neutra corresponde a um gradiente vertical de temperatura da ordem de 1ºC para cada 100m de altitude.
Fluxograma de Processo: representação esquemática do fluxo seguido no manuseio ou transformação de matéria prima em produtos intermediários e acabados. É constituída de equipamentos (tanques, torres, vasos, reatores, etc.), tubulações, válvulas e instrumentos.
Diagrama de Instrumentação e Tubulações: representação esquemática de todas as tubulações, vasos, válvulas, filtros, bombas, compressores, etc., do processo.
.
CONCEITUAÇÃO
Concentração Letal (CL50): concentração calculada e estatisticamente obtida de uma substância no ar que ingressa no organismo por inalação e que, em condições bem determinadas é capaz de causar morte em 50% de um grupo de organismos de uma determinada espécie. É normalmente expressa em ppm (partes por milhão), devendo também ser mencionado o tempo de duração de exposição do organismo à substância.
Dose Letal (DL50): quantidade calculada e estatisticamente obtida de uma substância administrada por qualquer via, exceto a pulmonar e que em condições bem determinadas é capaz de causar a morte de 50% de um grupo de organismos de uma determinada espécie.
.
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO – APP
Metodologia indutiva estruturada que visa identificar perigos
potenciais decorrentes da instalação de novas unidades e sistemas
ou da própria operação da planta.
Busca examinar os modos pelo qual a energia ou o material de
processo pode ser liberado de forma descontrolada, levantando para
cada um dos perigos identificados as suas causas, os métodos de
detecção disponíveis e os efeitos sobre os trabalhadores, a
população circunvizinha e sobre o meio ambiente.
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO – APP
A Avaliação Qualitativa dos riscos identifica aqueles que requerem
priorização.
São sugeridas medidas preventivas e/ou mitigadoras dos riscos a
fim de eliminar as causas ou reduzir as consequências dos cenários
de acidente identificados.
O escopo da APP abrange os eventos perigosos cujas causas
tenham origem na instalação analisada, englobando tanto as falhas
de componentes ou sistemas, como eventuais erros operacionais
ou de manutenção (falhas humanas).
O grau de risco é determinado por uma matriz de risco estabelecida
no Programa de Gerenciamento de Riscos.
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO – APP
Dados Necessários
Região
Dados demográficos
Dados Climatológicos
Instalações
Premissas de projeto
Especificações técnicas de projeto
Especificações de equipamento
Lay-out da instalação
Descrição dos principais sistemas de proteção e segurança
Substâncias
Propriedades físicas e químicas
Características de inflamabilidade
Características de toxicidade
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO – APP
Pessoal Necessário e Suas Atribuições
A APP deve ser realizada por uma equipe estável, contendo entre cinco e
oito pessoas.
Dentre os membros da equipe, um com experiência em segurança de
instalações e pelo menos um que seja conhecedor do processo envolvido.
Coordenador: Pessoa responsável pelo evento que deverá:
Definir a equipe
Reunir informações atualizadas, tais como: fluxogramas de engenharia,
especificações técnicas do projeto, etc.;
Distribuir material para a equipe;
Programar as reuniões;
Encaminhar aos responsáveis as sugestões e modificações oriundas da
APP.
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO – APP
Líder: Pessoa conhecedora da metodologia, sendo responsável por:
Explicar a metodologia a ser empregada aos demais participantes;
Conduzir as reuniões e definir o ritmo de andamento das mesmas;
Cobrar dos participantes pendências de reuniões anteriores.
Especialista: Pessoas que estarão ou não ligadas ao evento, mas que detêm
informações sobre o sistema a ser analisado ou experiência adquirida em
sistemas similares.
Relator: Pessoa que tenha poder de síntese para fazer anotações,
preenchendo as colunas as planilha da APP de forma clara e objetiva.
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGO – APP
Apresentação da Técnica de APP
Definição dos objetivos e do escopo da análise;
Definição das fronteiras do processo/ instalação analisada;
Coleta de informações sobre a região, a instalação e os perigos
envolvidos;
Subdivisão do processo/ instalação em módulos de análise;
Realização da APP propriamente dita (preenchimento da planilha);
Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por
Categorias de Risco (frequência e severidade);
Análise dos resultados e preparação do relatório.
APP – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS
Sistema: Subsistema: Data: Revisão: Página:
Coordenador: Equipe Técnica:
Perigo Causa Modo de detecção Efeito Frequência Severidade Grau Risco Recomendações
Categoria Denominação Faixa de
Frequência (anual)
Descrição
A EXTREMAMENTE
REMOTA
f < 10-4 Conceitualmente possível, mas
extremamente improvável de ocorrer
durante a vida útil do processo/
instalação.
B REMOTA 10-4< f < 10-3 Não esperado ocorrer durante a vida útil
do processo/ instalação.
C IMPROVÁVEL 10-3< f < 10-2 Pouco provável de ocorrer durante a vida
útil do processo/ instalação.
D PROVÁVEL 10-2< f < 10-1 Esperado ocorrer até uma vez durante a
vida útil do processo/ instalação.
E FREQUENTE f > 10-1 Esperado de ocorrer várias vezes
durante a vida útil do processo/
instalação.
Categorias de frequência de ocorrência dos cenários
Categoria Denominação Descrição/ Características
I DESPREZÍVEL -Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao
meio ambiente.
- Não ocorrem lesões/ mortes de funcionários, de terceiros (não funcionários) e/
ou pessoas (indústrias e comunidade); o máximo que pode ocorrer são casos de
primeiros socorros ou tratamento médico menor.
II MARGINAL -Danos leves aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente (os danos
materiais são controláveis e/ ou de baixo custo de reparo);
-Lesões leves em empregados, prestadores de serviço ou em membros da
comunidade.
III CRÍTICA - Danos severos aos equipamentos, à propriedade e/ou ao meio ambiente;
- Lesões de gravidade moderada em empregados, prestadores de serviço ou em
membros da comunidade (probabilidade remota de morte);
- Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento em catástrofe
IV CATASTRÓFICA -Danos irreparáveis aos equipamentos, à propriedade e/ ou ao meio ambiente
(reparação lenta ou impossível);
-Provoca mortes ou lesões graves em várias pessoas (empregados, prestadores
de serviços ou em membros da comunidade).
Categorias de severidade dos perigos identificados
Legenda da Matriz de Classificação de Risco – Frequência x Severidade
Estudo de caso: Descarregamento de Ácido Sulfúrico
Estudo de caso: Descarregamento de Ácido Sulfúrico
Estudo de caso: Descarregamento de Ácido Sulfúrico
Estudo de caso: Descarregamento de Ácido Sulfúrico
Estudo de caso: Descarregamento de Ácido Sulfúrico
Estudo de caso: Descarregamento de Ácido Sulfúrico
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE Azar and OPerability Studies
O estudo de identificação de perigos e operabilidade é uma técnica de análise qualitativa desenvolvida com o intuito de examinar as linhas de processo, identificando perigos e prevenindo falhas. A metodologia é também aplicada a equipamentos e sistemas.
O HAZOP é aplicável a novos projetos e grandes ou pequenas modificações. Acidentes ocorrem porque subestima-se os efeitos secundários de pequenos detalhes ou modificações, que a primeira vista parecem insignificantes, entretanto podem implicar em efeitos secundários graves e difíceis de reverter.
Palavras-chaves ou palavras-guias são aplicadas às variáveis identificadas no processo (pressão, temperatura, fluxo, composição, nível, etc.) gerando os desvios, que nada mais são do que os perigos a serem examinados.
A técnica HAZOP permite verificar todos os modos pelos quais um evento indesejado ou uma falha operacional pode ocorrer. Para evitar a omissão de algum detalhe, a verificação deve ser executada de maneira sistemática, analisando cada circuito, linha por linha, para cada tipo de desvio passível de ocorrer nos parâmetros de funcionamento.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
A execução de um HAZOP de boa qualidade exige, além da participação de especialistas experientes,
informações precisas, detalhadas e atualizadas a respeito do projeto e operação da instalação analisada. Para
execução do HAZOP deve-se dispor de P&ID's atualizados, informações sobre o processo, a instrumentação e a
operação da instalação. Estas informações podem ser obtidas através de documentação, tais como,
especificações técnicas, procedimentos de operação e de manutenção ou por pessoas com qualificação técnica
e experiência. A documentação, devidamente atualizada, que pode ser necessária para execução do HAZOP
está indicada abaixo:
1. Fluxogramas de engenharia (Diagramas de Tubulação e Instrumentação - P&ID's).
2. Fluxogramas de processo e balanço de materiais.
3. Memoriais descritivos, incluindo a filosofia de projeto.
4. Folhas de dados de todos os equipamentos da instalação.
5. Dados de projeto de instrumentos, válvulas de controle, etc.
6. Dados de projeto e setpoints de todas as válvulas de alívio, discos de ruptura,
7. Especificações e padrões dos materiais das tubulações.
8. Diagrama lógico de intertravamento, juntamente com descrição completa.
9. Matrizes de causa e efeito.
10. Diagrama unificar elétrico.
11. Especificações das utilidades, tais como vapor, água de refrigeração, ar comprimido, etc.
12. Desenhos mostrando interfaces e conexões com outros equipamentos na fronteira da unidade/
sistema analisados.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Pessoal Necessário e suas Atribuições
A realização de um HAZOP exige necessariamente, uma equipe multidisciplinar de especialistas, com conhecimento e experiência na sua área de atuação visando avaliar as causas e os efeitos de possíveis desvios operacionais, de forma que o sejam propostas ações para correção.
No caso de plantas industriais em fase de projeto, a composição básica do grupo de estudo deve ser aproximadamente a seguinte:
Líder da equipe: pessoa perita na técnica HAZOP e, preferencialmente, independente da planta ou projeto que está sendo analisado. Sua função principal é garantir que o grupo siga os procedimentos do método HAZOP e que se preocupe em identificar riscos e problemas operacionais, mas não necessariamente resolvê-los, a menos que as soluções sejam óbvias. Esta pessoa deve ter experiência em liderar equipes e deve ter como característica principal a de prestar atenção meticulosa aos detalhes da análise.
Chefe do projeto: normalmente é o engenheiro responsável por manter os custos do projeto dentro do orçamento. Ele deve ter consciência de que quanto mais cedo forem descobertos riscos ou problemas operacionais, menor será o custo para contorná-los. Caso ele não seja uma pessoa que possua profundos conhecimentos sobre equipamentos, alguém com estas características também deverá fazer parte do grupo.
Engenheiro de processo: deve ser alguém com considerável conhecimento na área de processos. Geralmente é o engenheiro que elaborou o fluxograma do processo
Engenheiro de automação: devido ao fato de as indústrias modernas possuírem sistemas de controle e proteção bastante automatizados, este engenheiro é de fundamental importância na constituição da equipe.
Engenheiro eletricista: se o projeto envolver aspectos importantes de continuidade no fornecimento de energia, principalmente em processos contínuos, esta pessoa também deverá fazer parte do grupo.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Pessoal Necessário e suas Atribuições
No caso de estudo de uma planta já existente, o grupo deve ser constituído:
• Líder da equipe: como no caso anterior.
• Chefe da unidade ou engenheiro de produção: engenheiro responsável pela
operação da planta.
• Supervisor-chefe da unidade: é a pessoa que conhece aquilo que de fato acontece
na planta e não aquilo que deveria estar acontecendo.
• Engenheiro de manutenção: responsável pela manutenção da unidade.
• Responsável pela instrumentação: é aquela pessoa responsável pela manutenção
dos instrumentos do processo, que pode ser executada tanto por engenheiros de
automação como por eletricistas, ou por ambos.
• Engenheiro de pesquisa e desenvolvimento: responsável pela investigação dos
problemas técnicos e pela transferência dos resultados de um piloto para a
fábrica.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Estimativa de Tempo e Custo Requeridos
Em geral, as reuniões devem durar cerca de três horas no máximo e
deve-se ter um intervalo de dois ou três dias entre reuniões subsequentes a fim de
permitir aos participantes coletar as informações necessárias, ou seja, frequência de 2 a
3 reuniões por semana.
O tempo necessário e o custo são proporcionais ao tamanho e complexidade da unidade
que estiver sendo analisada. Estima-se que sejam necessários, em média, cerca de 3
horas para cada grande equipamento da instalação, tais como, vasos, torres, tanques,
compressores, permutadores, etc.
Natureza dos Resultados
Tipicamente os principais resultados fornecidos pelo HAZOP são os seguintes:
- Identificação de todos os desvios acreditáveis que possam conduzir a eventos
perigosos ou a problemas operacionais.
- Uma avaliação das consequências (efeitos) destes desvios sobre o processo.
O exame dos meios disponíveis para se detectar e corrigir ou mitigar os efeitos de tais
desvios. Podem ser recomendadas mudanças no projeto, estabelecimentos ou mudança
nos procedimentos de operação, teste e manutenção.
Portanto, os resultados obtidos são puramente qualitativos, não fornecendo estimativas
numéricas nem qualquer tipo de classificação em categorias.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Procedimento para execução do HAZOP
1. Divisão da unidade/sistema em subsistemas a fim de facilitar a aplicação da ferramenta.
2. Escolha do ponto de um dos subsistemas a ser analisado, chamado nó.
3. Aplicação das “palavras-guia”, verificando quais os desvios que são possíveis de ocorrer naquele nó. Para cada desvio, investigar as possíveis causas. Para cada uma das causas, verificar quais os meios disponíveis na unidade/sistema para detecção desta causa e quais as possíveis consequências. Em seguida, verificar se existe ação para eliminar a causa do desvio ou para minimizar as suas consequências.
Uma vez analisados todos os desvios, procede-se à escolha do próximo nó, prosseguindo com a análise. A correta utilização das palavras de orientação e a determinação de todos os pontos críticos são a garantia que o sistema foi totalmente avaliado resultando na identificação dos perigos do processo no sistema em função dos parâmetros de processo: temperatura, vazão, pressão, concentração, etc.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Fluxograma do
procedimento de um
HazOp.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
O processo de execução de um estudo de HAZOP é estruturado e sistemático. Portanto, se faz necessário o entendimento de alguns termos específicos que são utilizados no desenvolvimento de uma Análise de Riscos desta natureza:
Nós de estudo (Study Nodes): pontos do processo, localizados através dos fluxogramas da planta, que serão analisados nos casos em que ocorram desvios.
Intenção de operação: a intenção de operação define os parâmetros de funcionamento normal da planta, na ausência de desvios, nos nós de estudo.
Desvios: os desvios ocorrências fora das intenções de operação, que são evidenciados pela aplicação sistemática das palavras-guia aos nós de estudo (ex.: mais pressão), ou seja, são distúrbios provocados no equilíbrio do sistema.
Causas: motivos pelos quais os desvios ocorrem. A partir do momento em que um desvio tenha demonstrado possuir uma causa aceitável, ele pode ser tratado como uma ocorrência significativa e analisado adequadamente. As causas dos desvios podem advir de falhas do sistema, erro humano, um estado de operação do processo não previsto (ex: mudança de composição de um gás), distúrbios externos (ex.: perda de potência devido à queda de energia elétrica), etc.
Consequências: as consequências são os impactos decorrentes de um desvio da intenção de operação em um determinado nó de estudo (ex: liberação de material tóxico para o ambiente de trabalho).
Parâmetros de processo: são os fatores ou componentes da intenção de operação, ou seja, são as variáveis físicas do processo (ex.: vazão, pressão, temperatura) e os procedimentos operacionais (ex.: operação, transferência).
Palavras-guia ou Palavras-chave (Guide Words): são palavras simples utilizadas para qualificar os desvios da intenção de operação e para guiar e estimular o grupo de estudo ao brainstorming. As palavras-guia são aplicadas aos parâmetros de processo que permanecem dentro dos padrões estabelecidos pela intenção de operação. Aplicando as palavras-guia aos parâmetros de processo, em cada nó de estudo da planta em análise, procura-se descobrir os desvios passíveis de ocorrer As palavras-guia são utilizadas para levantar questões como, por exemplo: "O que ocorreria se houvesse mais... ?" ou "O que aconteceria se ocorresse fluxo reverso?".
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Tipos de Desvios Associados com as “Palavras –Guia”
Palavras-Guia Desvios Considerados
NÃO, NENHUM Negação do propósito do projeto. (ex.: nenhum fluxo)
MENOS Decréscimo quantitativo. (ex.: menos temperatura)
MAIS, MAIOR Acréscimo quantitativo. (ex.: mais pressão)
TAMBÉM, BEM COMO
Acréscimo qualitativo. (ex.: também)
PARTE DE Decréscimo qualitativo. (ex.: parte de concentração)
REVERSO Oposição lógica do propósito do projeto. (ex.: fluxo)
OUTRO QUE, SENÃO
Oposição lógica do propósito do projeto. (ex.: fluxo)
Substituição completa. (ex.: outro que ar)
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Tipos de Desvios para HAZOP de Processos Contínuos
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HAZard and OPerability Studies
Exemplos de Planilhas
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Exemplo de aplicação 1:
Na figura, o ácido fosfórico e a amônia são carregados continuamente no reator dotado
de um agitador, dando origem ao fosfato diamônia (produto não perigoso).
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HAZard and OPerability Studies
UNIDADE DE PROCESSO: Produção de DAP
NÓ-DE-ESTUDO: 01 PARÂMETRO DE PROCESSO: Fluxo
PALAVRA
-GUIA DESVIO CAUSAS CONSEQUÊNCIAS AÇÕES SUGERIDAS
Nenhum Ausência de
fluxo
(1) Válvula A não abre.
(2) Suprimento de ácido
fosfórico esgotado.
(3) Entupimento ou ruptura
da linha de ácido fosfórico.
Excesso de amônia no reator e
liberação para a área de trabalho.
Fechamento automático da válvula
B na redução do fluxo da tubulação
de suprimento de ácido fosfórico.
Menos Menor vazão
(1) Válvula A parcialmente
fechada.
(2) Entupimento ou
vazamento na tubulação.
Excesso de amônia no reator e
liberação para a área de trabalho; a
quantidade liberada está
relacionada à redução quantitativa
do suprimento. Um dos integrantes
do grupo ficou designado para
calcular a relação grau de toxicidade
X redução do fluxo.
Fechamento automático da válvula
B na redução do fluxo da tubulação
de suprimento de ácido fosfórico.
O set point depende do cálculo de
grau de toxicidade X redução de
fluxo.
Mais Maior vazão
(1) Válvula A aberta além do
parâmetro.
(2) Elevação do nível de
ácido fosfórico.
Excesso de ácido fosfórico degrada
o produto, mas não apresenta riscos
ao local de trabalho.
Controle automático da válvula A
em função do nível do tanque para
regulagem da vazão.
Parte de
Decréscimo
da
concentração
de ácido
fosfórico
(1) Fornecedor entrega
produto errado ou com
concentração diferente.
(2) Erro no carregamento do
tanque de ácido fosfórico.
Excesso de amônia no reator e
liberação para a área de trabalho; a
quantidade liberada está
relacionada à redução quantitativa
do suprimento.
Estabelecer procedimento de
checagem da concentração de
ácido fosfórico do tanque de
suprimento de ácido após o
carregamento do tanque.
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
UNIDADE DE PROCESSO: Produção de DAP
NÓ-DE-ESTUDO: 01 PARÂMETRO DE PROCESSO: Fluxo
PALAVRA
-GUIA DESVIO CAUSAS CONSEQUÊNCIAS AÇÕES SUGERIDAS
Além de
Aumento da
concentração
de ácido
fosfórico
Esta é uma consideração não
passível de ocorrência, uma
vez que a concentração de
armazenagem é a mais alta
possível
-----------------------------
---------------------------
Outro que não
Outro
material que
não o ácido
fosfórico
(1) Fornecedor entrega
produto errado.
(2) Contaminação da linha
com outro produto.
Depende do produto substituído. Um
dos integrantes do grupo ficará
encarregado de testar as
substituições potenciais baseado na
disponibilidade de outros materiais
na planta.
Procedimento para checagem do
material pego antes de carreá-lo
no tanque de suprimento de ácido
fosfórico
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Exemplo de aplicação 2:
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
HAZOP - ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE
HAZard and OPerability Studies
Análise
comparativa
entre as
técnicas APP e
HAZOP
ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS
Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
A Análise de Modos de Falha e Efeitos é uma análise detalhada, podendo ser qualitativa
ou quantitativa, que permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento ou
sistema pode falhar e os efeitos que poderão advir, estimando ainda as taxas de falha e
propiciando o estabelecimento de mudanças e alternativas que possibilitem uma
diminuição das probabilidades de falha, aumentando a confiabilidade do sistema.
A FEMEA foi desenvolvida por engenheiros de confiabilidade para permitir aos mesmos,
determinar a confiabilidade de produtos complexos. Para isto é necessário o
estabelecimento de como e quão frequentemente os componentes do produto podem
falhar, sendo então a análise estendida para avaliar os efeitos de tais falhas.
Apesar de sua utilização ser geral, é mais aplicável às indústrias de processo,
principalmente quando o sistema em estudo possui instrumentos de controle, levantando
necessidades adicionais e defeitos de projeto, definindo configurações seguras para os
mesmos quando ocorrem falhas de componentes críticos ou suprimentos. A técnica
auxilia ainda na determinação e encadeamento dos procedimentos para contingências
operacionais, quando o sistema é colocado em risco e a probabilidade de erro devido à
ações não estruturadas é alta, dependendo da ação correta dos operadores.
ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS
Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
A FEMEA é realizada primeiramente de forma qualitativa, quer na revisão
sistemática dos modos de falha do componente, na determinação de seus efeitos
em outros componentes e ainda na determinação dos componentes cujas falhas
têm efeito crítico na operação do sistema, sempre procurando garantir danos
mínimos ao sistema como um todo. Posteriormente, pode-se proceder à análise
quantitativa para estabelecer a confiabilidade ou probabilidade de falha do sistema
ou subsistema, através do cálculo de probabilidades de falhas de montagens,
subsistemas e sistemas, a partir das probabilidades individuais de falha de seus
componentes, bem como na determinação de como poderiam ser reduzidas estas
probabilidades, inclusive pelo uso de componentes com confiabilidade alta ou pela
verificação de redundâncias de projeto.
Para proceder ao desenvolvimento da FEMEA ou de qualquer outra técnica, é
primordial que se conheça e compreenda o sistema em que se está atuando e qual
a função e objetivos do mesmo, as restrições sob as quais irá operar, além dos
limites que podem representar sucesso ou falha. O bom conhecimento do sistema
em que se atua é o primeiro passo para o sucesso na aplicação de qualquer
técnica, seja ela de identificação de perigos, análise ou avaliação de riscos.
ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS
Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
A metodologia pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto do produto
como do processo. As etapas e a maneira de realização da análise é a mesma,
ambas diferenciando-se somente quanto ao objetivo. Assim as análises FMEA´s
são classificadas em dois tipos:
FMEA DE PRODUTO: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer
com o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise é
evitar falhas no produto ou no processo decorrentes do projeto. É comumente
denominada também de FMEA de projeto.
FMEA DE PROCESSO: são consideradas as falhas no planejamento e execução
do processo, ou seja, o objetivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo
como base as não conformidades do produto com as especificações do projeto.
Há ainda um terceiro tipo, menos comum, que é o FMEA de procedimentos
administrativos. Nele analisa-se as falhas potenciais de cada etapa do processo
com o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de
falha.
Item
Modo
de
Falha
Causa
de
Falha
Efeitos:
-nos componentes
-no sistema
Categoria
de
Risco
Probabilidade
de
Ocorrência
Métodos
de
Detecção
Ações
Possíveis
ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS
Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
Procedimento para o preenchimento:
a) Dividir o sistema em subsistemas que possam ser efetivamente controlados;
b) Traçar diagramas de blocos funcionais do sistema e subsistemas, para determinar os inter-
relacionamentos existentes;
c) Preparar um cheklist dos componentes de cada subsistema e sua função específica;
d) Determinar através da análise de projetos e diagramas, os modos possíveis de falha que possam
afetar outros componentes. Os modos básicos de falha devem ser agrupados em quatro categorias: I-
falha em operar no instante prescrito; II- falha em cessar de operar no instante prescrito; III- operação
prematura; IV- falha em operação;
e) Indicar os efeitos de cada falha sobre outros componentes e como esta afeta a operação do mesmo;
f) Estimar a gravidade de cada falha específica de acordo com as categorias de risco, conforme o quadro
4.1., para possibilitar a priorização de alternativas;
g) Indicar os métodos usados para detecção de cada falha específica;
h) Formular possíveis ações de compensação e reparos que podem ser adotadas para eliminar ou
controlar cada falha específica e seus efeitos;
i) Determinar as probabilidades de ocorrência de cada falha específica para possibilitar a análise
quantitativa.
ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS
Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
Entrada Válvula de entrada Ladrão
Haste
Bóia
Consumo
CAIXA D’ÁGUA RESIDENCIAL
Exemplo de aplicação:
ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS
Failure Modes and Effects Analysis (FMEA)
COMPONENTE MODO DE FALHA
EFEITOS
em outros no sistema componentes como um todo
cat.
risco
MÉTODOS DE
DETECÇÃO
AÇÕES DE COMPENSAÇÃO
REPAROS/ OBSERVAÇÕES
Bóia
Furada válvula de entrada
abre; recipiente pode ir ao nível
máximo
nenhum dano/ consumo excessivo
II observar saída do
ladrão; consumo excessivo
excesso de água pelo
ladrão (válvula de alívio); reparar ou substituir bóia;
cortar suprimento
Válvula de
Emperra
aberta
bóia fica submersa;
recipiente pode ir
ao nível máximo
nenhum dano/
consumo excessivo
II Idem Idem; reparar ou substituir
válvula; cortar suprimento
entrada Emperra
fechada
bóia fica suspensa;
recipiente pode ir
ao nível mínimo
suprimento cessa
IV
falta de água,
havendo água na
rede de entrada
reparar ou substituir
válvula; conseguir
suprimento externo
Ladrão Entope nenhum nenhum I inspeção periódica;
testes
desentupir; a menos que
combinada com outras
falhas, é sem importância
Válvula de entrada e
Válvula de alívio
Emperra
aberta
Entope
bóia fica submersa;
recipiente pode transbordar
operação
aparentemente normal; risco de
acidentes elétricos
no recinto da caixa:
tubulação pode ficar
energizada
IV
umidade; infiltração;
choque nos registros; consumo
excessivo
cortar suprimentos (água,
energia); utilizar água (descarga); desentupir
ladrão; reparar ou substituir
válvula
Recipiente (caixa) rachadura,
colapso
variados suprimento cessa IV iguais ao item
anterior
cortar suprimentos; reparar
ou substituir a caixa